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Projecto de Regulamento sobre Informação, Publicidade e Comercialização de Produtos Financeiros Complexos

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RES POS TA DO GRUPO CGD À CONS ULTA PÚBLICA DA CMVM Nº 1/2012 Projecto de Regulamento sobre Informação, Publicidade e Comercialização de

Produtos Financeiros Complexos

APRECIAÇÃ O GENÉRICA

O Regulamento em projecto apresenta profundas alterações na forma como os produtos financeiros complexos serão comercializados, tanto ao nível da forma de divulgação de informação como ao nível do respectivo conteúdo, tendo suscitado algumas reservas acerca da prossecução dos seus objectivos, bem como sobre a eficácia dos procedimentos definidos.

Em 1º lugar, considerando o âmbito e profundidade de alterações que serão necessariamente introduzidas nos sistemas de informação das instituições, assim como nos respectivos procedimentos, entendemos que a vacatio legis deste diploma nunca deverá ser inferior a 180 dias. Acresce que, prevendo o diploma obrigações de reporte, que ainda carecerão de ser regulamentadas através de Instrução, a obrigação de reporte só se deverá constituir após a publicação da respectiva Instrução.

Parece-nos que deverá ser introduzido na redacção do diploma norma clara e expressa sobre os destinatários do mesmo. Verificamos que no preâmbulo se efectuam referências aos investidores não qualificados, mas também aos consumidores. Nas normas do projecto são efectuadas apenas referências aos investidores não qualificados. Ora, é de assinalar que os conceitos de investidores não qualificados e consumidores comportam duas realidades diferentes, considerando que o 1º integra pessoas singulares e colectivas, enquanto o 2º se refere apenas a pessoas singulares que actuam fora do âmbito da sua actividade profissional. Considerando o impacto que esta definição de âmbito terá na implementação do Regulamento, entendemos ser de extrema importância a clarificação desta questão. O conteúdo da documentação a entregar ao investidor afigura-se-nos como excessivo, considerando que o seu objectivo é permitir uma tomada de decisão informada, sendo que entendemos que informação necessária não se traduz em informação exaustiva e até repetida, tendo o efeito inverso. Os novos requisitos a ter em conta na elaboração do documento informativo (Informação Fundamental ao Investidor) não nos parece que conduzam à simplificação dos processos de elaboração dos documentos (como referido no preâmbulo da presente consulta), nem tão pouco beneficiam a clareza da

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informação a prestar ao investidor, dado o volume de informação a prestar ao investidor, a qual poderá gerar junto deste o efeito inverso. A título de exemplo, podemos mencionar a obrigatoriedade de apresentar dois cenários base (o pior resultado possível e o melhor resultado possível), acrescidos de mais 3 cenários de remuneração (pessimista, mais provável e optimista), que não nos parece ser informação útil nem necessária para o cliente ter noção dos riscos que poderá incorrer na compra destes produtos, podendo até ser factor de confusão.

A propósito da nova denominação “IFI”, sugere-se a harmonização desta terminologia com o Decreto-Lei nº 211-A/2008, de 3 de Novembro (prospecto informativo), tendo em consideração que a proliferação de terminologia em nada ajuda à estabilização destes processos.

De referir ainda que, ao conteúdo manifestamente excessivo de informação, acresce o facto de a CMVM poder solicitar que sejam introduzidas outras informações sempre que considere adequado. Ora, tal discricionariedade acarreta necessariamente uma imprevisibilidade na elaboração da informação relativa aos PFC, o que não se coaduna e é dificilmente compatível com as necessidades de parametrização dos sistemas de informação.

Consideramos como positiva a exigência de formação, mas não nos moldes propostos, que nos parecem claramente excessivos considerando a exigência de formação reconhecida com actualizações anuais, e cujo conteúdo mínimo exigido pode ser alvo de alterações de um ano para o outro. Sendo que, numa análise comparativa com o Regulamento nº 3/2010 (Deveres de Conduta e Qualificação Profissional dos Analistas Financeiros e Consultores para Investimento), este valoriza a experiência profissional e prevê um período transitório.

De salientar que, esta exigência de formação específica (e regular) aos colaboradores que comercializem os PFC tem enorme impacto no actual modelo organizacional e estrutura de negócio das instituições, nomeadamente nas instituições de grande dimensão, como é o caso do Grupo CGD, em que a comercialização pode ser efectuada por toda a rede comercial da CGD, podendo, pois, obrigar inclusivé ao reequacionamento daquele modelo e afectando também a política de incentivos. A não atribuição de quaisquer incentivos pela venda de PFC aliada ao facto de maior exigência na formação dos colaboradores incumbidos de o fazer, contribuirá para o

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se opte pela atribuição diferida de incentivos subordinados ao comportamento de médio prazo dos PFC.

Parece-nos, assim, que o projecto de Regulamento apresentado pela CMVM implicará para as instituições impactos operacionais e financeiros de montante não despiciendo, pelo que a Comissão deverá ponderar acerca da rigidez de algumas das soluções preconizadas.

APRECIAÇÃ O ES PECÍ FICA

Artigo 2.º (Produtos Financeiros Complexos)

a) Dever-se-ia definir o que se entende, para efeitos do Regulamento, por instrumentos financeiros derivados, obrigações estruturadas, certificados e unit linked.

b) O n.º 3 refere que a qualificação como PFC para os Organismos de Investimento Colectivos (OIC) não harmonizados é efectuada caso a caso, previamente à sua autorização. Os Fundos de Investimento Imobiliário e os Fundos de Capital de Risco são excluídos, contudo entendemos que também deveriam ser excluídos os Fundos de Poupança Reforma.

Artigo 3.º (Outras Definições)

a) As definições são demasiado extensas e complexas, não se percebendo em alguns casos que produtos poderão ser nelas incluídos. Surgem várias dúvidas na sua interpretação quando se tenta aplicar essas definições à realidade dos PFC já comercializados.

b) Afigura-se não ser correcta a definição de “produto com risco de rentabilidade” (alínea c), por fazer referência a “produto financeiro que apresenta risco de capital”, quando, em bom rigor, estará em causa apenas produto “cujo rendimento periódico é incerto e/ou variável”. Nessa medida, sugere-se a eliminação da parte da definição que refere “apresenta risco de capital”.

c) A definição da alínea g) (“Produto de rendimento garantido a todo o tempo”) poderá necessitar de mais algum complemento na medida em que a única característica “(…) assegurada a sua compra ou reembolso por parte do investidor a qualquer instante”, não define os níveis a que a operação será realizada. Isto é,

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se for garantido que se reembolsa o investidor a qualquer instante pelo valor de investimento inicial, trata-se mesmo assim de um produto de rendimento garantido a todo o tempo? Tal como consta do projecto de regulamento, esta definição parece estar mais relacionada com a garantia de capital a todo o tempo. Aliás, repare-se que essa definição é semelhante à definição de “produto sem risco de capital a todo o tempo”. Assim, sugere-se que essa definição seja revista de modo a que fique claro que o produto com rendimento garantido a todo o tempo significa que pode proporcionar rendimento mesmo que o investimento não seja mantido até à data de vencimento.

d) Os conceitos de risco de capital e risco de crédito não estão bem definidos, veja-se a tipologia definida na alínea j) Produto sem risco de capital, onde no final surge a frase “Um produto sem risco de capital não deixa de ter risco de crédito”. De acordo com a definição de risco de crédito constante na alínea m) o capital poderá estar em risco. Assim, sugere-se que na definição de “produto sem risco de capital” (alínea j) se acrescente, na parte final, a seguinte menção: “Existem duas modalidades de produto sem risco de capital: Produto sem risco de capital a todo o tempo e Produto sem risco de capital na maturidade”.

e) Na medida que se define “capital investido” por “todos os desembolsos suportados pelo investidor, seja a título de preço, margens, custos ou outro tipo de encargos” e “produto sem risco de capital” por “produto financeiro em que o montante do capital a reembolsar ou do preço a receber é certo, sendo superior ou igual ao capital investido”, afigura-se que se um investidor pagar, por exemplo, comissão de subscrição do produto, ainda que o preço de subscrição seja reembolsado na totalidade, não se poderá designar o “produto sem risco de capital” pelo facto do investidor não receber montante igual ao capital investido, uma vez que, além do preço de subscrição, pagou comissão de subscrição e essa não é, em regra, reembolsada. Parece-nos, assim, que a definição de “capital investido” deveria ser revista, eliminando-se da mesma, pelo menos, os “custos ou outro tipo de encargos”.

f) Entende-se que a expressão “risco de crédito” (alínea m) pode gerar alguma confusão nos investidores, afigurando-se que existiria maior clareza se antes se adoptasse a expressão “risco de incumprimento do emitente”.

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Artigo 5.º (Documento Informativo)

a) Verifica-se, tal como sucede actualmente no âmbito do Regulamento da CMVM n.º 1/2009, que o projecto de regulamento não determina quem deve elaborar o documento informativo. Nessa medida, parece-nos mais adequada a redacção que actualmente consta do n.º 1 do artigo 1º do referido regulamento em vigor, pelo que sugere-se a eliminação do n.º 4, tendo o n.º 1 a seguinte redacção: “Para efeitos do n.º 2 do artigo 2º do Decreto-Lei n.º 211-A/2008, de 3 de Novembro, a entidade comercializadora é responsável pela entrega ao investidor de um documento informativo intitulado Informação Fundamental ao Investidor (IFI), elaborado nos termos deste regulamento”.

b) Os OIC (harmonizados e não harmonizados) já possuem um documento semelhante ao documento informativo intitulado Informação Fundamental ao Investidor (IFI), que é o Prospecto Simplificado (este no âmbito da Transposição da Directiva UCITS IV deverá ser revisto). Face a esta evidência os OIC não harmonizados que sejam qualificados como PFC não deveriam ter que elaborar dois documentos com o mesmo fim. Assim, sugere-se que para os OIC o IFI seja substituído pelo prospecto simplificado.

Artigo 6.º (Princípios Gerais)

a) Considerando a admissibilidade de elaboração de um IFI genérico em determinadas situações (n.º 5), entende-se que se deveria concretizar quais os requisitos que o IFI genérico deve revestir.

b) O regulamento não se pronuncia sobre quem deve submeter o projecto de IFI à CMVM, pelo que admite-se que o mesmo seja submetido pela entidade emitente e/ou pela entidade comercializadora. Considera-se que este aspecto deveria estar regulado no regulamento.

c) O n.º 7 prevê que a CMVM só notificará o requerente no caso das ofertas particulares e dos documentos mencionados nos n.º 5 e 6. Entende-se que nas demais situações a CMVM também deveria notificar o requerente da aprovação e não simplesmente proceder à divulgação no sistema de difusão de informação da CMVM. Aliás, afigura-se não fazer sentido divulgar o IFI no sistema de difusão de informação da CMVM durante o período de tempo em que o IFI já foi aprovado, mas em que ainda não teve início a sua comercialização. Sugerimos, assim, a revisão do n.º 7 em conformidade com o exposto.

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Artigo 7.º (Formato e Conteúdo)

a) As exigências impostas neste artigo ao nível do formato do IFI, para além de aumentar os custos operacionais das instituições, exigem adaptações a vários níveis, designadamente ao nível dos sistemas de informação, pelo que será fundamental que exista um período de adaptação a esta nova realidade.

b) A alínea a) do n.º 2 determina que o IFI contenha a seguinte advertência: “Um investimento responsável exige que conheça todas as suas implicações. Certifique-se de que conhece essas implicações e que está disposto a suportá-las.” O termo “suportá-las” pode ter uma conotação negativa com consequências ao nível da comercialização pelo que sugerimos a sua substituição por outro.

Artigo 8.º (Alerta Gráfico)

a) Considera-se ser pouco clara a menção que consta de todos tipos de alerta gráfico de que “Todos os investimentos têm risco”, por não se alcançar qual o risco ou riscos subjacentes a esse alerta dirigido ao investidor. O risco subjacente a essa afirmação é o risco de crédito do emitente? Em caso afirmativo, não vislumbramos a necessidade desse alerta, por comparação com outros produtos, designadamente os depósitos, em que também existe risco de crédito do depositário e não é realizado esse alerta aos depositantes. Assim, sugere-se a eliminação dessa menção ou, caso assim não se entenda, que se detalhe o(s) risco(s) a que se pretende fazer referência.

b) Sugerimos que se elimine a referência ao IFI na menção “Consulte o IFI/prospecto, disponível em www.cmvm.pt”, pois se o alerta gráfico em questão consta do IFI, já estando assim o investidor a consultar o IFI, afigura-se não fazer sentido o IFI remeter para o IFI disponível no site da CMVM.

c) No alerta gráfico da cor amarela prevê-se a menção “Pode não proporcionar rentabilidade adequada ao risco”, no entanto não se concretiza qual o risco em relação ao qual se está a referir que a rentabilidade não é adequada, pelo que sugerimos que essa menção seja revista de modo a ser mais clara. Consideramos que a referência a ser feita neste caso deveria ser ao eventual custo de oportunidade de investimento nestes produtos e não da adequabilidade da rendibilidade face ao risco.

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d) No alerta gráfico de cor laranja, prevê-se a menção “risco de perda de capital”, todavia verifica-se que a cor laranja pode ser atribuída “aos produtos financeiros sem risco de capital a que não possa ser atribuída cor amarela”. Assim, na medida em que podem existir produtos com cor laranja em que não há risco de capital, afigura-se não fazer sentido existir sempre a menção “risco de perda de capital”. Nessa medida, sugere-se que se altere essa menção do alerta gráfico ou que se introduza, relativamente à mesma, “quando aplicável”.

Artigo 9.º (Advertências ao Investidor)

a) Entende-se não ser necessária a advertência prevista na alínea a), na medida em que a mesma já surge destacada no alerta gráfico que existe no topo do IFI. b) Competindo à entidade comercializadora entregar ao investidor o IFI do produto

financeiro complexo, é sobre a mesma que recai a prova da efectiva disponibilização desse documento ao investidor. Se se optar pela segunda alternativa apresentada pela CMVM para o artigo 9º, a grande diferença é que o IFI terá, na parte final, um espaço dedicado à assinatura do investidor, com aposição da data e hora da mesma, após declarar que tomou conhecimento das advertências e de que recebeu um exemplar do IFI previamente à subscrição do IFI. A recolha de tal assinatura permite à entidade comercializadora fazer prova de que entregou o IFI ao investidor, mas tem a desvantagem da entidade comercializadora ter que realizar arquivo desse IFI que contém a assinatura do investidor, o que acarreta elevados custos financeiros, razão pela qual consideramos ser preferível a primeira alternativa proposta pela CMVM para o artigo 9º. Aliás, repare-se que mesmo que se opte por essa primeira alternativa em que não é recolhida a assinatura do investidor no IFI, afigura-se que será suficiente, para prova de que a entidade comercializadora entregou ao investidor o IFI antes da subscrição do produto, a declaração que está prevista que o mesmo realize, nos termos da alínea a) do n.º 2 do artigo 16º, em documento autónomo no momento da subscrição, de que recebeu da entidade comercializadora o IFI. c) De acordo com a alínea d) do n.º 1, a advertência nela expressa aplica-se a todos

os PFC que não seja possível atribuir a cor verde. No entanto, tal como referido no comentário do artigo 8.º, esta advertência não é válida para todos os PFC que não tenham alerta gráfico verde, tendo em conta os critérios de atribuição dos alertas. Um PFC pode ter uma taxa de rentabilidade em linha com o exigido pelos

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investidores institucionais para níveis de risco idênticos e ser atribuído um alerta gráfico de cor diferente do verde, pois basta ter um prazo de maturidade superior a 5 anos ou ter risco de perda de capital. Seria ainda importante, à luz do disposto no artigo 7.º do CVM, rever o texto designadamente na parte final da advertência onde é referido “…pelo que o preço a que está a ser vendido este produto é provavelmente excessivo”. Esta advertência não é clara e/ou objectiva. Acresce que as referências relativas à necessidade de comparação da taxa de rentabilidade do produto com a taxa de rentabilidade exigida pelos investidores institucionais para produtos financeiros com nível de risco idênticos podem não ser possíveis, por não haver mercado institucional para o produto em causa. Por outro lado, a utilização dos níveis no mercado secundário para o cálculo das taxas requeridas pelos investidores institucionais e para cálculo de taxas de rentabilidade de um produto sem risco (como por exemplo os actuais níveis de secundário das Obrigações do Tesouro), pode não fazer sentido, devido à inexistência de liquidez do mercado secundário e devido ao facto de actualmente estarmos a atravessar um período que pode ser considerado como disruptivo, e como tal, os níveis registados no mercado secundário não poderem ser tomados como referência. d) A advertência incluída na alínea e) do n.º 1 só faz sentido para PFC com

rendimento garantido na maturidade ou sem risco de capital na maturidade, não se devendo aplicar, por exemplo a produtos com risco de capital, aos quais é aplicável a advertência prevista na alínea a).

e) Apesar de se perceber a intenção do regulador ao colocar a advertência expressa no nº 3, ou seja proteger os investidores não qualificados, a advertência atribui a todos os investidores um grau de literacia financeira muito baixo. Sugere-se o seguinte “este produto financeiro é especialmente complexo pelo que os investidores não qualificados deverão ter conhecimentos financeiros suficiente para compreender o PFC.”

Artigo 10º (Descrição e Principais Características do Produto)

a) Afigura-se que existirá uma repetição desnecessária de informação no campo “Descrição e Principais Características do Produto” – exige-se que as condições de cessação do produto sejam informadas quer na “Descrição” quer nas “Principais Características” e o mesmo se exige quanto à remuneração paga ao investidor.

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exigirem a prestação de informação que também se exige nos termos do n.º 2 do mesmo artigo.

b) Por outro lado, o mesmo sucede relativamente à informação exigida na alínea a) do n.º 1. Considera-se ser desnecessária a prestação dessa informação nesse campo, na medida em que existe um campo próprio na IFI destinado aos encargos, nos termos do artigo 13º.

Artigo 11º (Factores de Risco)

a) Sugerimos que o Anexo III defina, no que respeita aos riscos aí enunciados, quais os que, para os efeitos previstos no n.º 1 do artigo 11º, são considerados riscos específicos e quais os que são considerados riscos gerais.

b) Não resulta claro se, para cumprimento do disposto no n.º 1, é suficiente enunciar os riscos no IFI ou se, pelo contrário, também é necessário transcrever a definição de cada risco que consta do Anexo III.

c) As definições de Risco de Capital (alínea b) e Risco de Rentabilidade (alínea g) não contêm uma definição propriamente dita, pelo que se considera que deve também ser apresentada uma definição destes riscos.

Artigo 12.º (Cenários e Probabilidades)

a) Um PFC pode na maturidade ou reembolso ter rentabilidade inferior ao pior resultado possível ou superior ao melhor resultado possível estimado a partir do método de simulação de Monte Carlo. Portanto, a apresentação dos cenários deverá ser muito cuidadosa. Além disso, a definição dos cenários não deverá ter a expressão mais provável, sugere-se que o cenário identificado na alínea b) se denomine “cenário moderado”.

b) Em relação ao nº 4, entendemos que o estipulado permite uma metodologia mais coerente com os métodos de mercado utilizados, algo que até agora não vinha acontecendo, o que consideramos positivo.

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Artigo 13.º (Encargos)

Não é referido até quando se deverá actualizar o IFI relativamente à taxa global de custos e à rotação média da carteira. Importa também clarificar se estes dois indicadores deverão ser auditados à semelhança do que é exigido para os OIC. Até agora estes indicadores só são actualizados anualmente nos OIC abertos, enquanto nos OIC fechados que só têm uma única subscrição, esta actualização anual não é realizada nos prospectos dos OIC. Deverá o regulador especificar qual o entendimento que tem face à actualização destes encargos nos OIC, face ao que já existe.

Artigo 16.º (Documentos de Subscrição)

a) Sugerimos que a alínea b) do n.º 2 passe a ter a seguinte redacção: “Declaro ter sido avisado de que a minha recusa em fornecer informação necessária à determinação do meu perfil de investidor impediu a realização do teste de adequação do produto ao meu perfil de investidor”.

b) Entende-se não ser adequada a declaração constante da alínea e). Por um lado, a entidade comercializadora não irá solicitar informação sobre as circunstâncias pessoais do investidor cada vez que o mesmo subscrever um produto financeiro complexo; essa informação é solicitada uma vez pela entidade comercializadora, com vista a definir-se o perfil do investidor e a realizar-se o teste de adequação quando haja subscrição de um produto complexo. Por outro lado, afigura-se que, para efeitos de realização do teste de adequação no âmbito da subscrição de produtos financeiros complexos, não será necessário recolher informação sobre a situação financeira e os objectivos de investimento do investidor (informação que, nos termos do artigo 314º-A do Código dos Valores Mobiliários, apenas é exigida quando haja a prestação dos serviços de gestão de carteiras e consultoria para investimento), mas tão só informação relativa aos conhecimentos e experiência do investidor em matéria de investimento (informação exigida pelo artigo 314º do CVM quando haja apenas a prestação do serviço de recepção e execução de ordens). Sugere-se, assim, a eliminação dessa declaração, bem como que se clarifique, no artigo 28º, qual a informação que concretamente tem que ser solicitada ao investidor para efeitos de realização do teste de adequação, nomeadamente a informação prevista no n.º 1 do artigo 314º do CVM.

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c) Repete-se a observação efectuada face ao artigo 9.º, sugere-se o seguinte texto para a alínea f) “este produto financeiro é especialmente complexo pelo que os investidores não qualificados deverão ter conhecimentos financeiros suficientes para compreender o PFC.”

Artigo 17.º (Contrato)

Este artigo faz referência ao “contrato”, parecendo evidenciar que há um contrato distinto do documento de subscrição. Ora, na subscrição de produtos financeiros, o documento de subscrição constitui, em regra, o contrato, pelo que não se vislumbra qual a razão de ser deste artigo.

Artigo 18º (Informação Contínua)

a) Não se alcança qual a efectiva periodicidade da informação pós-contratual exigida no n.º 1, face à expressão “desde a data da comercialização até decorrido um trimestre sobre a data de maturidade do PFC”.

b) Apesar de estabelecer que compete à entidade comercializadora disponibilizar a informação pós-contratual no seu sítio de internet, o artigo não regula a quem compete elaborar essa informação.

c) Actualmente, no site da entidade comercializadora toda a informação referente a OIC (ex: valor de unidades de participação, documentação legal, rendibilidades) é remetida para o site da Sociedade Gestora. Não se compreende se esta situação deverá ser alterada tendo em atenção o nº 1 deste artigo.

d) Quanto ao nº 2, é de referir que a Sociedade Gestora não conhece os clientes dos OIC, pelo que toda a informação relativa a extractos de movimentos e valorizações de carteiras é enviada mensalmente pela entidade comercializadora. Este modelo de envio de informação será alterado?

Artigo 20.º (Informação Final)

Estando na presença de um OIC com maturidade definida não se consegue percepcionar a exigência de informar o cliente do motivo.

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Artigo 21º (Informação à CMVM)

a) Considerando que não é detalhada a informação a prestar, é difícil realizar uma análise acerca da preparação dos sistemas de informação da instituição com vista ao seu cumprimento. Em todo o caso, e tomando como premissa a restante informação actualmente prestada à CMVM, é lógico supor que serão necessários desenvolvimentos informáticos a fim de recolher, nos prazos estabelecidos, a informação necessária. Assim, a Instrução que regulamentará esta prestação de informação deverá ser publicada com a necessária antecedência para ser possível efectuar, atempadamente, os ajustamentos dos sistemas informáticos.

b) Não compreendemos o conceito de “fluxos monetários e sua justificação” expresso no nº 4, designadamente, do tipo de “justificação” que é pretendido.

Art.º 23º (Publicidade - Aprovação Prévia e Caducidade)

a) Consideramos que deverá ser considerada a não aplicação de um prazo de validade para a publicidade quando não exista qualquer alteração. Apenas em caso de alteração de conteúdo deverá ser sujeita a novo processo de aprovação.

Artigo 24º (Conteúdo Mínimo)

a) Não se compreende a remissão feita nas alíneas a) e c) do n.º 2 para os estabelecido pelo artigo 7º, uma vez que este regula o formato e conteúdo do IFI e essas alíneas apenas exigem que se indique na publicidade a identificação como produto financeiro complexo e a sua designação.

b) Entende-se ser excessiva a exigência da menção constante da alínea b) do n.º 2, uma vez que essa informação já é prestada ao cliente, de forma destacada, no IFI. No entanto, a manter esta menção, consideramos mais adequada a seguinte redacção: “Invista de forma responsável e de acordo com a sua capacidade financeira.”

O mesmo entendimento temos quanto às advertências exigidas pela alínea e), que já constam do IFI e que cuja prestação na publicidade se pode revelar excessivamente extensa e onerosa.

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medida em que tal informação pode ser consultada no IFI e a sua prestação na publicidade pode revelar-se excessivamente extensa e onerosa.

d) Entende-se que a informação exigida no n.º 4 antes deveria constar do IFI e não da publicidade.

Artigo 27º (Plataformas de Negociação Electrónica)

a) Não resulta claro o que, para efeitos deste artigo, se deve entender por “plataformas de negociação electrónica” de produtos financeiros complexos. Coloca-se a questão de saber se esse conceito abrange qualquer página de internet em que se possam subscrever produtos financeiros complexos e/ou transaccionar os mesmos. Se entendermos como referência aos denominados serviços de “ebanking”, o que se que se entende por página inicial? A de entrada no serviço após autenticação, ou a página de comercialização dos PFC?

b) Entende-se não ser clara a informação a disponibilizar referida nas alíneas b) e c). Deverá disponibilizar-se o conteúdo do IFI ou conteúdos adicionais constantes da própria página, ou ambos?

c) Entende-se também não ser clara a exigência constante da alínea d) do n.º 2 das menções dos artigos 8º e 9º terem que ser “apresentadas aos investidores pelo menos em dois momentos diferentes, antes da subscrição de qualquer PFC”. d) Considera-se que se deve esclarecer o que se entende por informação excessiva

ou inapropriada das advertências.

e) Colocam-se dúvidas quanto à compatibilização deste artigo com o disposto no artigo 32º.

Artigo 28º (Adequação ao investidor)

a) Entende-se fundamental concretizar, no n.º 1, qual a informação que concretamente tem que ser solicitada ao investidor para efeitos de definição do seu perfil e realização do teste de adequação, nomeadamente a informação prevista no n.º 1 do artigo 314º do CVM.

b) No caso de se optar pela segunda alternativa do artigo 28º, sugere-se que a alínea b) do n.º 3 passe a ter a seguinte redacção: “Declaro ter sido avisado de que a minha recusa em fornecer informação necessária à determinação do meu

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perfil de investidor impediu a realização do teste de adequação do produto ao meu perfil de investidor”.

c) Ainda no caso de se optar pela segunda alternativa do artigo 28º, sugere-se a eliminação da alínea c) do n.º 3, na medida em que a entidade comercializadora não irá solicitar informação sobre as circunstâncias pessoais do investidor cada vez que o mesmo subscrever um produto financeiro complexo; essa informação é solicitada uma vez pela entidade comercializadora, com vista a definir-se o perfil do investidor e a realizar-se o teste de adequação quando haja subscrição de um produto complexo. Por outro lado, afigura-se que, para efeitos de realização do teste de adequação no âmbito da subscrição de produtos financeiros complexos, não será necessário recolher informação sobre a situação financeira e os objectivos de investimento do investidor (informação que, nos termos do artigo 314º-A do Código dos Valores Mobiliários, apenas é exigida quando haja a prestação dos serviços e gestão de carteiras e consultoria para investimento), mas tão só informação relativa aos conhecimentos e experiência do investidor em matéria de investimento (informação exigida pelo artigo 314º do CVM quando haja apenas a prestação do serviço de recepção e execução de ordens).

Artigo 29.º (Formação dos Colaboradores)

a) As instituições financeiras deverão assegurar que os colaboradores que estão responsáveis pela comercialização de PFC estão habilitados para exercer essa actividade. Considera-se, no entanto, que o disposto neste artigo é excessivamente exigente quanto à formação dos colaboradores, tendo impactos elevados nas entidades comercializadoras de grande dimensão, na medida em que o produto financeiro complexo é comercializável em qualquer agência. Além disso, existem outros requisitos para além da frequência dos cursos ou programas de formação mencionados no n.º 2, que podem conferir essa habilitação, como seja o caso da experiência profissional adquirida (como foi previsto no Regulamento nº 3/2010, sobre os Deveres de Conduta e Qualificação Profissional dos Analistas Financeiros e Consultores para Investimento).

b) Deveria ser considerado um período de adaptação a esta nova realidade para que seja possíveis as instituições manterem a comercialização de PFC.

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c) Tendo em consideração que os OIC podem ser considerados PFC, sugerimos que a APFIPP tenha representante na comissão que reconhecerá os cursos e programas de formação.

Artigo 33.º (Entrada em Vigor, Disposições Transitórias e Revogação)

Sugerimos que este artigo inclua uma disposição relativa aos OIC não harmonizados que tenham sido aprovados previamente à entrada em vigor do Regulamento.

Adicionalmente, a CMVM deverá disponibilizar uma listagem com todos os OIC que serão integrados nesta nova categoria de PFC. E os OIC não harmonizados em actividade, que já não se encontrem em comercialização não deverão ser obrigados ao cumprimento das disposições deste Regulamento.

Anexo I (Informação Fundamental ao Investidor)

a) Afiguram-se excessivos todos os tamanhos de letra exigidos em relação ao texto do IFI, por comparação ao que o Banco de Portugal exige em relação às FIN dos depósitos (tamanho de letra mínimo de 9 pontos, utilizando como referência o tipo de letra arial).

b) Sugere-se que as cores referidas devem constar também em formato texto junto aos alertas.

Anexo II (Alertas Gráficos)

a) Sugere-se a substituição dos alertas gráficos por destaques em forma de texto, de forma a respeitar o direito da acessibilidade de todos os clientes à informação (clientes invisuais ou daltónicos). Acresce o facto de ser incomportável em termos económicos e de sustentabilidade, munir todas as agências de impressoras a cores.

b) Cada banco utiliza o seu tipo de letra, por isso, propomos a possibilidade de utilização de outro tipo de letra tendo como referência a fonte e os tamanhos indicados.

Lisboa, 24 de Fevereiro de 2012

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