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A LEITURA LITERÁRIA: UM OLHAR SOBRE AS ESTRATÉGIAS DE INCENTIVO À LEITURA DA LITERATURA NAS ESCOLAS PÚBLICAS DE ENSINO FUNDAMENTAL DE SÃO SEBASTIÃO

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Academic year: 2021

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A LEITURA LITERÁRIA: UM OLHAR SOBRE AS ESTRATÉGIAS DE INCENTIVO À LEITURA DA LITERATURA NAS ESCOLAS PÚBLICAS DE

ENSINO FUNDAMENTAL DE SÃO SEBASTIÃO Autores: Rúbia Ribeiro LEÃO; Letícia Érica Gonçalves RIBEIRO

Identificação dos autores: Discente/Bolsista PIBIC/IFB; Docente/Orientadora IFB Campus São Sebastião Introdução

A escola é uma importante aliada para o desenvolvimento do hábito da leitura, principalmente em regiões carentes onde a maioria dos alunos vem de famílias que não possuem acesso aos livros e que, por consequência, não promovem a leitura como prática rotineira no dia a dia.

De acordo com RESENDE (2001), “o livro dentro do espaço escolar, tendo como finalidade alfabetizadora, precisa atuar significativamente, no sentido de facultar o alargamento de visão, que possibilite uma leitura mais lúdica de si e de tudo com que o sujeito conviver,” possibilitando ao aluno leitor um posicionamento crítico.

Entretanto, muitas escolas não conseguem desenvolver prática que promovam tal progresso. E um dos principais motivos é o fato de utilizar o livro apenas para fins avaliativos, burocráticos, desvalorizando ou apenas esquecendo-se de vinculá-los ao lúdico e ao formativo. Desta maneira, o ensino da literatura perde o seu especial, deixa de ser prazerosa e passa a ser apenas mais uma obrigação.

Segundo ALVES (2003), “a receita certa para destruir o prazer da leitura é colocar um teste ao seu final para avaliar o aprendido. Ou pedir que se faça um fichamento do livro lido.” Como efeito, o fato de ser “forçado”, priva o indivíduo de praticar o hábito espontaneamente.

Para ZILBERMAN (2003), a utilização da leitura literária na sala de aula, em sua natureza ficcional, pode levar a escola a romper com a educação contraditória e tradicional. Pois,

A justificativa que legitima o uso do livro na escola nasce, pois, de um lado, da relação que estabelece com seu leitor, convertendo-o num ser crítico perante sua circunstância; e, de outro, do papel transformador que pode exercer dentro do ensino, trazendo-o para a realidade do estudante e não

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submetendo este último a um ambiente rarefeito do qual foi suprimida toda a referência concreta. (ZILBERMAN, 2003; p. 30)

Sendo assim, a escola deve romper com as práticas tradicionais, para promover a adoção de estratégias criativas, voltadas para a formação de leitores dentro e fora da sala de aula, utilizando o livro para uma prática sociocultural independente do ambiente.

O presente estudo buscou novas estratégias de incentivo a leitura da literatura, visando entender e conhecer os métodos desenvolvidos por professores e a visão dos alunos a cerca do ensino da literatura.

Material e Métodos

O delineamento metodológico escolhido para a pesquisa foi o qualitativo que segundo Antonio Chizzotti (2010, p. 28), implica uma partilha com "pessoas, fatos e locais que constituem objetos de pesquisa, para extrair desse convívio os significados visíveis e latentes que somente são perceptíveis a uma atenção visível”.

A pesquisa qualitativa compreende o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes e, portanto, não se trata apenas de um conjunto de técnicas, mas de um modo especial de olhar o fenômeno social investigado (MINAYO, 1994).

Os instrumentos utilizados foram os questionários para os professores e o roteiro norteador para a entrevista com os alunos.

Resultados e Discussão

1- Projeto Político Pedagógico

Durante as visitas verificou-se uma disparidade entre as duas escolas pesquisadas, no que tange à receptividade da coordenação e ao acesso às informações. Embora se tratasse de escolas da rede pública, localizadas no mesmo bairro e, portanto, inseridas num mesmo contexto social, elas possuíam perfis diferentes.

Uma das escolas, além de demonstrar total desinteresse em colaborar com a pesquisa, não permitiu o acesso ao PPP talvez porque o documento ainda esteja em processo de construção, como pode ser verificado, durante a pesquisa, no blog da instituição.

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Ao analisar o PPP da escola 21, observou-se que a escola é comprometida com uma educação que respeite a diversidade e que fomenta ações importantes para formação integral e cidadã do aluno. Além disso, o PPP prevê o desenvolvimento de vários projetos interdisciplinares que visam conduzir a "processos de formação da cidadania e de qualificação para o trabalho". (PPP, 2014, p. 15)

Dentre esses projetos acima mencionados, encontra-se a proposta de um projeto intitulado "Leitura e Produção de Textos", que se propõe a “atrair todos os estudantes para uma participação ativa em um movimento literário na escola, estimular os alunos à prática da leitura, despertando a imaginação, a criatividade e a fantasia. Bem como formar leitores críticos e reflexivos." (PPP, 2014, p. 16)

Essa proposta vem ao encontro do que dizem os autores tratados no referencial teórico sobre o ensino da literatura nas escolas, o qual deve ter como principal objetivo o despertar da imaginação, da criação, da fantasia, além de converter o aluno em um leitor crítico.

Segundo Zilberman (2003), a literatura pode exercer um papel transformador para a realidade do estudante.

2- As Professoras

Verificou-se que cada escola tinha apenas uma professora da disciplina, as quais comporiam nossa amostra. O questionário era formado por duas partes: a primeira consistia em informações sobre o perfil das professoras e a segunda com questões específicas sobre o ensino da leitura literária. Ambas são formadas em Letras, uma em português e outra em Português/Inglês.

A professora da Escola 1, afirmou que no momento não trabalhava literatura pelo fato de não possuir uma biblioteca adequada na escola, não explicando, porém, em que consistia “uma biblioteca adequada”.

1 Diante da impossibilidade de mencionar os nomes das escolas, elas serão aqui denominadas, Escola 1 e Escola

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A professora da Escola 2, disse que promovia rodas de leituras e debates sobre as obras lidas, o que corrobora com aquilo previsto no PPP da escola.

3- Os(as) Alunos(as)

Escola 1

Os alunos, na sua maioria, afirmaram que gostam de ler e que a literatura é muito importante:

“É importante porque a literatura abre novos olhares” “É fundamental para aprendermos novas ideias” “É importante para nossa formação... Apesar de difícil” Quanto aos livros, a maioria afirmou que até participam da escolha, quando têm essa opção, alguns afirmaram que isso é raro e outros disseram que quando há alguma opção de escolha, estas são muito poucas:

"Sim... quando a professora trás... o que é raro." "Apesar da professora trazer poucas vezes opções... eu escolho." "Sim, mais é ruim ter poucas opções." Escola 2

Os alunos, também em sua maioria, afirmaram gostar de ler, com respostas diretas, como: “Gosto”,“Adoro”, “Sim... é necessário sabe”. Apenas um aluno afirmou: “Não gosto muito... mas leio”, no entanto, assim como os demais, considera a literatura “importante para pensarmos”. A maioria afirmou que o incentivo parte principalmente da escola.

Conclusão

Buscar estratégias de incentivo à leitura literária não é uma tarefa fácil, nem estimulada dentro das escolas, as quais não possuem espaço adequado, nem um acervo atrativo. Talvez por isso, a grande dificuldade em trabalhar com leitura da literatura, revelada pelas professoras por meio dos questionários aplicados. Assim, ensinar a literatura de forma a

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despertar o sensível imaginário e/ou a criticidade do aluno, torna-se, para as escolas e, em especial, para os professores de português formados e em formação, um desafio que poucos se propõem a enfrentar.

A entrevista com os alunos do 9º ano do Ensino Fundamental, dessas duas escolas, permitiu concluir que a maioria dos alunos, apesar de afirmarem que gostam de ler, se mostraram distantes do universo literário. Das suas falas foi possível apreender que o incentivo à leitura, tanto em casa como na escola, não é tão expressivo e, quando ocorre, tem como objetivo principal prepará-los para os processos seletivos pelos quais passarão durante e depois do Ensino Médio.

Foi possível também observar que, apesar de poucas, as boas estratégias de incentivo à leitura existem, como a de formar uma roda de leitura e, em seguida, promover o debate sobre as obras lidas, valorizando a opinião de cada aluno envolvido.

A participação do estudante na escolha do livro a ser lido é fundamental para a eficácia da leitura e para que ele sinta, ao final de um livro, o desejo de ler um outro e depois mais outro, criando assim o hábito da leitura prazerosa.

Como proposta, sugere-se aos educadores e a todos os estudantes, os da licenciatura em Letras principalmente, que busquem despertar o gosto pela leitura, incentivar seu hábito e, não perder a vontade de mudar aquilo que está posto como natural, não sendo. É preciso acreditar que um mundo melhor, se constrói com leitores grandes e pequenos, os quais são e serão pensadores críticos capazes de construir uma sociedade mais justa.

Referências

ALVES, R. A escola dos meus sonhos. Revista Educação. São Paulo, Ed. Segmento, nº 76, 2003.

CHIZZOTTI, A. Pesquisa em ciências humanas e sociais. 3ª ed. Rio de Janeiro: Ed. Vozes, 2010.

MINAYO, C. S. M. Ciência, Técnica e arte: o desafio da pesquisa social. In: MINAYO, C. S. M. (Org). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Petrópolis: Vozes, 1994. p. 9-29 RESENDE, Vânia Maria. Literatura Infantil & Juvenil: vivências de leitura e expressão

criadora. São Paulo: Editora Saraiva, 2001.

Referências

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