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GABARITO DAS AUTOATIVIDADES LITERATURA OCIDENTAL I

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LITERATURA OCIDENTAL I

2019

Prof.ª Raquel da Silva Yee

GABARITO DAS

AUTOATIVIDADES

(2)

UNIDADE 1

TÓPICO 1

1 Considerando as discussões de Jorge Luis Borges no ensaio Sobre

los clásicos, expostas na Leitura Complementar, analise as asserções

a seguir e a relação proposta entre elas.

I. Um clássico é um livro que as gerações de homens, instigados por diversos motivos, leem com fervor prévio e com uma misteriosa lealdade.

PORQUE

II. Os clássicos vêm até nós da tradição e exigem um ato de fé prévia. No entanto, essa concepção coletiva é eterna e imutável.

a) ( ) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I.

b) ( ) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.

c) (x) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.

d) ( ) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.

e) ( ) As asserções I e II são proposições falsas.

2 Leia o poema do escritor Carlos Drummond de Andrade. Em seguida, responda à questão proposta.

Iniciação Literária Leituras! Leituras!

Como quem diz: Navios... Sair pelo mundo voando na capa vermelha de Júlio Verne. Mas por que me deram para livro escolar a Cultura dos campos de Assis Brasil? O mundo é só fosfatos – lotes de 25 hectares – soja – fumo – alfafa – batata-doce – mandioca – pastos de cria – pastos de engorda.

(3)

Se algum dia eu for rei, baixarei um decreto condenando este Assis a ler sua obra.

FONTE: ANDRADE, Carlos Drummond de. Iniciação literária. In: Nova reunião: 23

livros de poesia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015, p. 603.

O poema de Drummond estabelece uma relação intertextual com os escritos do autor francês Júlio Verne (1828-1905), enfatizando o processo de iniciação literária ao universo dos textos clássicos. A partir do texto acima, avalie as afirmações a seguir:

I. O eu lírico demonstra prazer pela leitura da ficção do escritor Júlio Verne, mas sente-se forçado a ler um livro que trata de dados descritivos referentes ao universo agrário brasileiro.

II. Depreende-se do poema a ideia de que a leitura de um clássico é como um voo, um momento de liberdade que possibilita ao leitor “sair pelo mundo" através da imaginação.

III. O eu lírico apresenta um paradoxo entre as leituras espontâneas e o livro escolar, considerando a obra de Júlio Verne um modelo de texto convencional.

É correto o que se afirma em: a) ( ) I, apenas.

b) ( ) II, apenas.

c) (x) I e II, apenas.

d) ( ) II e III, apenas. e) ( ) I, II e III.

3 Tendo em vista as reflexões apresentadas neste tópico, faça uma lista de seus clássicos. Que livros fazem parte do seu reportório de leitura? Selecione e apresente alguma obra que você já leu ou ouviu falar, que pode ser considerada significativa para a formação do leitor. Em seguida, disserte sobre a relevância da obra escolhida, baseando-se na concepção de "clássico", formulada pelos autores Ítalo Calvino e Jorge Luis Borges.

R.: Espera-se que o estudante cite algumas obras, aborde suas particularidades e compreenda o caráter universal do fenômeno literário, que um livro clássico é inesquecível, integra nossas lembranças, mobiliza os horizontes de expectativas do leitor, amplia nossas experiências de leitura e de vida.

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TÓPICO 2

1 Leia as discussões apresentadas pelo filósofo francês Georges Gusdorf acerca do mito e responda à questão seguinte.

A consciência mítica primitiva, que garantia a coerência rígida das primeiras comunidades humanas, desapareceu em face do progresso da crítica racional e das técnicas sustentadas pela ciência. Mas esta primeira consciência extensiva e unanimista foi substituída por uma consciência mítica segunda, mais secreta, e como que nos bastidores do pensamento racional. As intenções míticas, aqui, mais livres, supõem uma adesão individual e como que uma triagem entre as possibilidades oferecidas aos desejos de cada um. Religião, literatura, política, propõem, em ordem dispersa, fórmulas míticas nas quais cada homem, chamado assim a uma espécie de exame de consciência, é convidado a se reconhecer.

O papel crescente da literatura e sua progressiva difusão deve ser relacionado com o recuo das crenças religiosas. A experiência mítica teve de se fixar em meios novos de expressão. O aspecto formal da literatura importa menos do que sua significação material. O estilo valoriza os elementos mais arcaicos do ser no mundo, cuja permanência justifica o sucesso do poema e do drama, assim como motiva a expansão das obras-primas da literatura universal. O prodigioso desenvolvimento do romance, que é, sem dúvida, o aspecto mais significativo da vida literária contemporânea, deve-se sem dúvida ao fato de que o romance põe o mito ao alcance de todos sob o revestimento de uma história fácil de seguir. Eliade assinalou a sobrevivência dos arquétipos míticos como claves da literatura. "As provações, os sofrimentos, as peregrinações do candidato à iniciação, [...] por exemplo, sobrevivem no relato dos sofrimentos e dos obstáculos que o herói épico ou dramático deve superar (Ulisses, Enéas, Parsifal, este ou aquele personagem de Shakespeare, Fausto e outros), antes de atingir seus fins. [...]". O próprio romance policial, que constitui um dos aspectos mais singulares do folclore contemporâneo, prolonga, sob as aparências do duelo entre o detetive e o criminoso, a inspiração dos romances de capa e espada, que foi mais remotamente aquela dos romances de cavalaria, e remonta a muito mais atrás ainda na noite dos tempos, isto é, até as raízes do inconsciente.

VOCABULÁRIO:

Unanimista: do que é unânime, aceito por todos.

Eliade: Mircea Eliade (1906-1986), intelectual romeno, historiador e filósofo das religiões.

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Claves: chaves; representações.

FONTE: GUSDORF, Georges. Mito e metafísica. São Paulo, Convívio, 1979, p.

268-269.

A partir do texto acima, avalie as afirmações a seguir:

I. Para o autor, a consciência mítica permanece na atualidade, nas expressões da vida diária, ainda que o mito das comunidades primitivas tenha desaparecido em virtude da crítica científica.

II. A literatura, como expressão artística, recupera fórmulas míticas ao retomar aspectos inconscientes dos nossos medos e anseios, através das provações do herói, da luta entre o bem e o mal etc.

III. É possível inferir que o mito reaparece nos dias atuais através das narrativas que reforçam os ideais de felicidade, o mistério, a luta pela liberdade e pela ordem social, entre outras.

É correto o que se afirma em: a) ( ) I, apenas.

b) ( ) II, apenas. c) ( ) I e II, apenas. d) ( ) II e III, apenas.

e) (x) I, II e III.

2 Para Aristóteles, na tragédia, os deuses e heróis são imitados num tom nobre e elevado; enquanto na comédia os homens comuns são satirizados. Segundo o filósofo grego, a tragédia leva o espectador a pensar sobre o destino do ser humano e o sentido da existência, suscitando a compaixão e o terror. Na poesia dramática, a purgação das emoções do espectador corresponde ao movimento denominado:

a) ( ) Coro.

b) (x) Catarse.

c) ( ) Farsa. d) ( ) Exórdio. e) ( ) Invocação.

3 Considerando as discussões sobre os gêneros literários, expostas no Tópico 2, analise as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.

(6)

I. Na atualidade, a classificação dos gêneros literários apresenta elementos previstos pela teoria aristotélica, permanecendo a mesma desde sua criação.

PORQUE

II. As obras literárias são estanques e obedecem às leis fixas de estruturação, necessárias à criação estética.

a) ( ) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I.

b) ( ) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.

c) ( ) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.

d) ( ) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.

e) (x) As asserções I e II são proposições falsas. TÓPICO 3

1 Durante as nossas discussões sobre a literatura latina, vimos que o poeta Virgílio, além de ter criado a epopeia Eneida, foi o grande difusor da poesia bucólica, exaltando a beleza da vida tranquila nos campos. Poetas de épocas posteriores, inspirados pela tradição greco-romana, também manifestaram diferentes perspectivas sobre a relação entre o eu lírico e a natureza. Leia abaixo os poemas de Camões (1524-1580), Juan Meléndez Valdés (1754-1817) e Fernando Pessoa (1888-1935) e explique de que maneira o eu lírico dos poemas estabelece relações com a paisagem bucólica.

TEXTO 1

Alegres campos, verdes arvoredos, Claras e frescas águas de cristal, Que em vós os debuxais ao natural, Discorrendo da altura dos rochedos: Silvestres montes, ásperos penedos Compostos de concerto desigual; Sabei que sem licença de meu mal

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E, pois já me não vêdes como vistes, Não me alegrem verduras deleitosas, Nem águas que correndo alegres vêm. Semearei em vós lembranças tristes, Regar-vos-hei com lágrimas saudosas, E nascerão saudades de meu bem.

FONTE: CAMÕES, Luis de. Lírica. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1992, p. 15. TEXTO 2

De la primavera

La blanda primavera derramando aparece sus tesoros y galas por prados y vergeles. Despejado ya el cielo de nubes inclementes, con luz cándida y pura ríe a la tierra alegre. […]

De esplendores más rico descuella por oriente en triunfo el sol y a darle la vida al mundo vuelve. Medrosos de sus rayos los vientos enmudecen, y el vago cefirillo bullendo les sucede, el céfiro, de aromas empapado, que mueven en la nariz y el seno mil llamas y deleites. […]

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TEXTO 3

Gozo os campos sem reparar para eles. Perguntas-me porque os gozo.

Porque os gozo, respondo.

Gozar uma flor é estar ao pé dela inconscientemente

E ter uma noção do seu perfume nas nossas ideias mais apagadas. Quando reparo, não gozo: vejo.

Fecho os olhos, e o meu corpo, que está entre a erva, Pertence inteiramente ao exterior de quem fecha os olhos — À dureza fresca da terra cheirosa e irregular;

E alguma coisa dos ruídos indistintos das coisas a existir,

E só uma sombra encarnada de luz me carrega levemente nas órbitas, E só um resto de vida ouve.

FONTE: PESSOA, Fernando. In: Poemas completos de Alberto Caeiro. São

Paulo: Hedra, 2006, p. 153.

R.: Nos poemas, o eu lírico e a natureza se relacionam de maneiras diferentes. No soneto de Camões, a natureza permanece exuberante, mas, para o eu lírico, ela traz lembranças tristes e saudades, não inspira alegria como em outros momentos do passado. No poema de Valdéz, a paisagem bucólica é marcante, a luz do Sol irradia nos riachos, o eu lírico expressa seu amor pela natureza e desfruta alegremente da suavidade da primavera. Já no poema de Alberto Caeiro (um dos heterônimos poéticos de Fernando Pessoa), o eu lírico aproveita literalmente o campo com sua visão intuitiva, preferindo o contato direto, sem que haja a preocupação de construir referências sobre a natureza.

2 Leia abaixo um fragmento do poema de Horácio.

A pálida morte percute compassadamente, com seu pé justo, as choças [casas] dos pobres e os palácios dos reis.

Caro Sesto, a suprema brevidade da vida impede-nos de conceber uma esperança duradoura.

FONTE: HORÁCIO, Odes I, IV, In: CARDOSO, Z. A. A literatura latina. Porto Alegre:

Mercado Aberto, 1989. P. 13-15.

Em relação ao poema e às principais ideias de Horácio, avalie as afirmações a seguir.

I. O poema expressa a ideia de que a vida é breve e a morte é certa, de que é preciso, portanto, saber aproveitar o dia.

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II. O trecho do poema "A pálida morte percute compassadamente" sugere a insatisfação e a desesperança do eu lírico com a vida, e o seu desejo pela morte.

III. Encontramos nos diversos temas das odes horacianas um elogio à simplicidade, a vontade do eu lírico de usufruir do momento presente. Está correto o que se afirma em:

a) ( ) I, apenas. b) ( ) II, apenas.

c) (x) I e III, apenas.

d) ( ) II e III, apenas. e) ( ) I, II e III.

3 Sobre as produções literárias latinas na Antiguidade Clássica, analise as asserções a seguir.

I. Na prosa de Petrônio, assim como na de Apuleio, o sujeito da enunciação é marcado pelo uso da primeira pessoa e a obra mescla o papel do narrador com o do protagonista.

II. A ficção em prosa O asno de ouro, de Apuleio, apresenta alguns vestígios explícitos do autor, sinalizando aspectos autobiográficos e acentuando uma fusão de vozes.

III. O gênero romance, como denominação e forma literária, aparece exclusivamente na Idade Média.

Está correto o que se afirma em: a) ( ) I, apenas. b) ( ) II, apenas. c) (x) I e II, apenas. d) ( ) II e III, apenas. e) ( ) I, II e III. TÓPICO 4

1 A aventura do Cantar de Mío Cid começa em Vivar, terra natal de Rodrigo Díaz, o Cid Campeador. Em certa ocasião, ele recebe notícias de seu exílio por parte do rei Alfonso VI, que lhe concede nove dias de prazo para abandonar o reino. Leia abaixo o fragmento da primeira parte do Cantar de Mío Cid e responda à questão seguinte.

(10)

[…]

4 - Nadie da hospedaje al Cid por temor al Rey. Sólo una niña de nueve años pide al Cid que se vaya. El Cid acampa en la glera del río Arlanzón Le convidarían de grado, mas ninguno no osaba; El rey don Alfonso tenía tan gran saña;

Antes de la noche, en Burgos de él entró su carta, Con gran recaudo y fuertemente sellada:

Que a mío Cid Ruy Díaz, que nadie le diese posada, 25 Y aquel que se la diese supiese veraz palabra,

Que perdería los haberes y además los ojos de la cara, Y aún más los cuerpos y las almas. Gran duelo tenían las gentes cristianas;

Escóndense de mío Cid, que no le osan decir nada, 30 El Campeador adeliñó a su posada.

Así como llegó a la puerta, hallola bien cerrada; Por miedo del rey Alfonso que así lo concertaran: Que si no la quebrantase por fuerza, que no se la abriesen por nada. Los de mío Cid a altas voces llaman; 35 Los de dentro no les querían tornar palabra. Aguijó mío Cid, a la puerta se llegaba; Sacó el pie de la estribera, un fuerte golpe le daba; No se abre la puerta, que estaba bien cerrada. […]

FONTE: GUTIÉRREZ, Aja, M.ª del Carmen; RODRÍGUEZ, Timoteo Riaño. Cantar de Mío Cid. 3: texto modernizado. Alicante: Biblioteca virtual Miguel de Cervantes,

2007. Disponível em: <http://www.cervantesvirtual.com/portales/cantar_de_mio_cid/ obra_ediciones/>. Acesso em: 15 maio 2018.

Assinale a alternativa que corresponde corretamente ao trecho citado acima.

a) ( ) D. Afonso VI temia a chegada de Mío Cid.

b) ( ) Uma das filhas de Mío Cid questionou a postura violenta de Dom Alfonso VI.

c) ( ) A menina que estava na hospedaria insistiu para Mío Cid permanecer no local.

d) ( ) Mío Cid teria ferido Dom Alfonso VI às margens do rio Arlanzón.

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2 Leia a cantiga Se eu pudesse desamar, do trovador medieval Pero da Ponte.

Aproveite e ouça a cantiga musicada por Pedro Barroso, disponível em: https://cantigas.fcsh.unl.pt/versaomusical.asp?cdcant=986&cdvm=96. Depois, responda às questões a seguir.

Se eu podesse desamar a quem me sempre desamou e podess'algum mal buscar a quem me sempre mal buscou! Assi me vingaria eu,

se eu pudesse coita dar a quem me sempre coita deu. Mais sol nom poss'eu enganar meu coraçom que m'enganou, per quanto mi fez desejar a quem me nunca desejou. E por esto nom dórmio eu, porque nom poss'eu coita dar a quem me sempre coita deu. Mais rog'a Deus que desampar a quem m'assi desamparou, ou que podess'eu destorvar a quem me sempre destorvou. E logo dormiria eu,

se eu podesse coita dar a quem me sempre coita deu. Vel que ousass'en preguntar a quem me nunca preguntou, por que me fez em si cuidar, pois ela nunca em mi cuidou; e por esto lazeiro eu:

porque nom posso coita dar a quem me sempre coita deu.

FONTE: <https://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=986&pv=sim>. Acesso em 25 abr. 2018.

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a) Qual é o conflito sentimental vivido pelo eu lírico?

R.: A coita amorosa, ou seja, o sofrimento amoroso, o fato de a amada ser inalcançável.

b) Os versos expressam características de que tipo de cantiga? Justifique sua resposta com base no texto e nas discussões apresentados no tópico 4.

R.: Os versos correspondem às cantigas de amor, nas quais o eu lírico masculino idealiza a figura da mulher amada e expressa o sofrimento de um amor não correspondido.

3 (ENADE, 2017)

El hecho de situar un poema al final de la unidad didáctica revela, en muchos casos, las dificultades que dicho material plantea al profesor para incorporarlo realmente en el desarrollo de la clase: el poema queda así relegado a una posición de cierre marginal, de ejercicio voluntario que generalmente y por motivos de tiempo para el cumplimiento de la programación no se llega a realizar nunca en clase. Los que nos dedicamos a la enseñanza del español como lengua extranjera solo tenemos que echar un vistazo a nuestros libros de texto para constar que desafortunadamente esta es a realidade imperante. Existe por tanto la necesidad de encontrar estratégias para hacer que la literatura forme una parte más significativa de los programas de enseñanza de lenguas a extranjeros y aprovechar la riqueza que los textos literários ofrecem como input de lengua para desarrollar las cuatro destrezas linguísticas fundamentales en la adquisición de una lengua: comprensión lectora, comprensión auditiva, expresión oral e expresión escrita, dentro de un contexto cultural significativo.

FONTE: ALBADALEJO GARCÍA, M. D. Marco teórico para el uso de la literatura como instrumento didáctico en la clase de E/LE. Marco ELE: n. 5, 2017 (adaptado). Teniendo en cuenta el texto anterior y sus conocimientos acerca del uso de textos literarios en clases de ELE, analice las siguientes afirmaciones.

I. Los textos literarios puedem dar al estudiante extranjero una comprensión de los códigos y de las manifestaciones culturales que constituyen la sociedad en la cual se habla la lengua que se está aprendiendo.

II. En los textos literarios se encuentram variaciones estilísticas, estructuras sintácticas y formas de conectar ideas que también están presentes en el lenguaje del cotidiano.

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UNIDADE 2

TÓPICO 1

1 No canto III da obra A Divina Comédia, Dante e Virgílio chegam à entrada do Inferno. Dante se assombra com a inscrição que lê sobre o seu portal. Os textos reunidos nesta atividade, cada qual a seu modo, fazem referência às cenas descritas pelo poeta italiano. Leia, abaixo, o trecho do poema e, em seguida, a releitura da cena através da história em quadrinhos (HQ) elaborada pelo designer norte-americano Seymour Chwast.

TEXTO 1

VAI-SE POR MIM A CIDADE DOLENTE, VAI-SE POR MIM A SEMPITERNA DOR, VAI-SE POR MIM ENTRE PERDIDA GENTE. MOVEU JUSTIÇA O MEU ALTO FEITOR, FEZ-SE A DIVINA POTESTADE, MAIS O SUPREMO SABER E O PRIMO AMOR.

III. Los textos literarios permiten al estudiante extranjero entrar en contacto con estructuras de la lengua estándar, representadas en las gramáticas tradicionales, que son muestras legítimas de uso cotidiano da la lengua extranjera.

Es correcto lo que se afirma en:

FONTE: <http://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/provas/2017/32_ LET_POR_ESP_LICENCIATURA_BAIXA.pdf>. Acesso: 27 mar. 2019.

a) ( ) la afirmación I, solamente. b) ( ) la afirmación III, solamente.

c) (x) las afirmaciones I y II, solamente.

d) ( ) las afirmaciones II y III, solamente. e) ( ) las afirmaciones I, II y III.

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Essas palavras vi, num tom escuro escritas sobre o alto de uma porta,

donde eu: "Meu mestre, o seu sentido é duro". E ele, a mim, como mestre que conforta: “Livra-te desse medo circunspecto, aqui toda tibiez esteja morta;

Que chegando ora estamos ao conspecto das tristes gentes das quais já te disse que têm perdido o bem do intelecto”. Depois, na sua tomando com meiguice minha mão, como que me confortei, fez que no umbral secreto eu o seguisse. Gritos, suspiros, prantos lá encontrei que ecoavam no espaço sem estrelas, pelo que no começo até chorei. Diversas línguas, hórridas querelas, brados de mágoa, irrupções de ira com estalar de mãos em suas sequelas, formam um tumulto que regira,

no intemporal negrume, sem parade, qual turbilhão de areia em torno atira. E eu, co'a cabeça já de horror tomada: “Que gente essa é", indaguei, “nesse clamor, que parece em sua dor tão derrotada?" E ele: "As almas que vês nesse amargor, São os que têm no mundo – e ora deploram – Vivido sem infâmia e sem louvor.

[…]

FONTE: ALIGHIERI, D. A Divina Comédia - Inferno. 4. ed. Tradução e notas de ltalo

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TEXTO 2

FONTE:<https://cultura.estadao.com.br/blogs/a-biblioteca-de-raquel/as-divinas-comedias-de-dante/>. Acesso em: 20 set. 2018.

A partir da leitura dos textos 1 e 2, podemos inferir que:

I. No texto 1, a inscrição que Dante lê na entrada do Inferno causa temor diante da impossibilidade de salvação dos pecadores.

II. No poema, entre gritos, suspiros e prantos, Dante encontra almas inertes, isentas da dor e do castigo, diferentemente do que ressalta a história em quadrinhos.

III. No texto 2, o Inferno é retratado como o reino das trevas, onde o ser humano, castigado por moscas e vespas, escapa da lei de sua própria natureza.

Está correto o que se afirma em:

a) (x) I, apenas.

b) ( ) I e II, apenas. c) ( ) II e III, apenas. d) ( ) I e III, apenas. e) ( ) I, II e III.

(16)

2 Leia, abaixo, um poema de Camões e outro de Petrarca. Analise a linguagem dos textos, identifique suas temáticas e os possíveis diálogos entre eles.

TEXTO 1

Não tenho paz nem posso fazer guerra; temo e espero, e do ardor ao gelo passo, e voo para o céu, e desço à terra, e nada aperto, e todo o mundo abraço. Prisão que nem se fecha ou se descerra, nem me retém nem solta o duro laço; entre livre e submissa esta alma erra, nem é morto nem vivo o corpo lasso. Vejo sem olhos, grito sem ter voz; e sonho perecer e ajuda imploro; a mim odeio e a outrem amo após. Sustento-me de dor e rindo choro; a morte como a vida enfim deploro: e neste estado sou, Dama, por vós.

FONTE: PETRARCA. Poemas de amor de Petrarca. Tradução de Jamil Almansur

Haddad. Rio de Janeiro: Ediouro, 1998.

TEXTO 2

Tanto de meu estado me acho incerto, que em vivo ardor tremendo estou de frio; sem causa, juntamente choro e rio, o mundo todo abarco e nada aperto. É tudo quanto sinto, um desconcerto; da alma um fogo me sai, da vista um rio; agora espero, agora desconfio,

agora desvario, agora acerto.

Estando em terra, chego ao Céu voando, num'hora acho mil anos, e é de jeito

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Se me pergunta alguém porque assim ando, respondo que não sei; porém suspeito que só porque vos vi, minha Senhora.

FONTE: CAMÕES, L. Sonetos. São Paulo: Martin Claret, 2004.

Considerando os poemas destacados acima, avalie as afirmações a seguir.

I. O verso de Petrarca “Temo e espero e do ardor ao gelo passo”, no texto 1, mantém uma correspondência de sentido com o verso “Quem em vivo ardor tremendo estou de frio", de Camões.

II. Há, nos dois poemas, uma manifestação dos sentimentos do eu lírico pela mulher amada.

III. O eu lírico dos poemas expressa ideias contraditórias, apesar do amor correspondido.

Está correto o que se afirma em: a) ( ) I, apenas.

b) (x) I e II, apenas.

c) ( ) II e III, apenas. d) ( ) I e III, apenas. e) ( ) I, II e III.

3 Leia a estrofe a seguir, que faz parte do canto VI do poema épico Os

Lusíadas, de Luís de Camões.

[…]

Vistes que com grandíssima ousadia Foram já cometer o Céu supremo; Vistes aquela insana fantasia De tentarem o mar com vela e remo; Vistes, e ainda vemos cada dia, Soberbas e insolências tais, que temo Que do mar e do Céu em poucos anos Venham Deuses a ser, e nós humanos. […]

FONTE: CAMÕES, L. Os Lusíadas. São Paulo: Martin Claret, 2005. p. 169.

(18)

( ) No trecho do poema, a ousadia representa a bravura da expedição portuguesa que, com "vela e remo", navegava rumo ao mar desconhecido, ao Oriente.

( ) No episódio acima citado é possível perceber uma visão humanista no que diz respeito à capacidade do homem de superar as adversidades. ( ) Em Os Lusíadas, Camões glorifica os deuses da Antiguidade Clássica

e Vasco da Gama em detrimento do povo lusitano.

( ) Na epopeia, os navegadores portugueses são considerados heróis superiores aos das epopeias clássicas, Odisseia de Homero e Eneida, de Virgílio.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta: a) ( ) V – V – F – F. b) ( ) F – F – V – F. c) (x) V – V – F – V. d) ( ) F – F – V – V. e) ( ) V – V – F – V. TÓPICO 2

1 Leia atentamente o trecho do emblemático Capítulo VIII de Dom

Quixote de La Mancha, "La aventura de los molinos de viento”.

Capítulo VIII

Del buen suceso que el valeroso Don Quijote tuvo en la espantable y jamás imaginada aventura de los molinos de viento, con otros sucesos dignos de felice recordación

En esto descubrieron treinta o cuarenta molinos de viento que hay en aquel campo, y así como Don Quijote los vió, dijo a su escudero:

- La ventura va guiando nuestras cosas mejor de lo que acertáramos a desear; porque ves allí, amigo Sancho Panza, donde se descubren treinta o poco más desaforados gigantes con quien pienso hacer batalla, y quitarles a todos las vidas, con cuyos despojos comenzaremos a enriquecer: que esta es buena guerra, y es gran servicio de Dios quitar tan mala simiente de sobre la faz de la tierra.

(19)

- Aquellos que allí ves, respondió su amo, de los brazos largos, que los suelen tener algunos de casi dos leguas.

- Mire vuestra merced, respondió Sancho, que aquellos que allí se parecen no son gigantes, sino molinos de viento, y lo que en ellos parecen brazos son las aspas, que volteadas del viento hacen andar la piedra del molino. - Bien parece, respondió Don Quijote, que no estás cursado en esto de las aventuras; ellos son gigantes, y si tienes miedo quítate de ahí, y ponte en oración en el espacio que yo voy a entrar con ellos en fiera y desigual batalla.

Y diciendo esto, dio de espuelas a su caballo Rocinante, sin atender a las voces que su escudero Sancho le daba, advirtiéndole que sin duda alguna eran molinos de viento, y no gigantes aquellos que iba a acometer. Pero él iba tan puesto en que eran gigantes, que ni oía las voces de su escudero Sancho, ni echaba de ver, aunque estaba ya bien cerca, lo que eran; antes iba diciendo en voces altas:

- Non fuyades, cobardes y viles criaturas, que un solo caballero es el que os acomete. Levantóse en esto un poco de viento y las grandes aspas comenzaron a moverse, lo cual visto por Don Quijote, dijo: pues aunque mováis más brazos que los del gigante Briareo, me lo habéis de pagar. Y en diciendo esto, y encomendándose de todo corazón a su señora Dulcinea, pidiéndole que en tal trance le socorriese, bien cubierto de su rodela, con la lanza en el ristre, arremetió a todo el galope de Rocinante y embistió con el primero molino que estaba delante; y dándole una lanzada en el aspa, la volvió el viento con tanta furia, que hizo la lanza pedazos, llevándose tras sí al caballo y al caballero, que fue rodando muy maltrecho por el campo. Acudió Sancho Panza a socorrerle, a todo el correr de su asno, y cuando llegó halló que no se podía menear: tal fue el golpe que dio con él Rocinante.

—¡Válame Dios! —dijo Sancho—. ¿No le dije yo a vuestra merced que mirase bien lo que hacía, que no eran sino molinos de viento, y no lo podía ignorar sino quien llevase otros tales en la cabeza?

— Calla, amigo Sancho —respondió don Quijote—, que las cosas de la guerra más que otras están sujetas a continua mudanza; cuanto más, que yo pienso, y es así verdad, que aquel sabio Frestón que me robó el aposento y los libros ha vuelto estos gigantes en molinos, por quitarme la

(20)

— Dios lo haga como puede —respondió Sancho Panza.

Y, ayudándole a levantar, tornó a subir sobre Rocinante, que medio despaldado estaba. Y, hablando en la pasada aventura, siguieron el camino del Puerto Lápice, porque allí decía don Quijote que no era posible dejar de hallarse muchas y diversas aventuras, por ser lugar muy pasajero; sino que iba muy pesaroso, por haberle faltado la lanza; y diciéndoselo a su escudero, le dijo: — Yo me acuerdo haber leído que un caballero español llamado Diego Pérez

de Vargas, habiéndosele en una batalla roto la espada, desgajó de una encina un pesado ramo o tronco, y con él hizo tales cosas aquel día y machacó tantos moros, que le quedó por sobrenombre «Machuca», y así él como sus decendientes se llamaron desde aquel día en adelante «Vargas y Machuca». Hete dicho esto porque de la primera encina o roble que se me depare pienso desgajar otro tronco, tal y tan bueno como aquel que me imagino; y pienso hacer con él tales hazañas, que tú te tengas por bien afortunado de haber merecido venir a vellas y a ser testigo de cosas que apenas podrán ser creídas.

— A la mano de Dios —dijo Sancho—. Yo lo creo todo así como vuestra merced lo dice; pero enderécese un poco, que parece que va de medio lado, y debe de ser del molimiento de la caída.

— Así es la verdad —respondió don Quijote—, y si no me quejo del dolor, es porque no es dado a los caballeros andantes quejarse de herida alguna, aunque se le salgan las tripas por ella.

— Si eso es así, no tengo yo que replicar —respondió Sancho—; pero sabe Dios si yo me holgara que vuestra merced se quejara cuando alguna cosa le doliera. De mí sé decir que me he de quejar del más pequeño dolor que tenga, si ya no se entiende también con los escuderos de los caballeros andantes eso del no quejarse.

No se dejó de reír don Quijote de la simplicidad de su escudero; y, así, le declaró que podía muy bien quejarse como y cuando quisiese, sin gana o con ella, que hasta entonces no había leído cosa en contrario en la orden de caballería […]

FONTE: CERVANTES, Miguel de. Don Quijote de la Mancha. Madrid: Real Academia

Española, 1605. Disponível em: <https://cvc.cervantes.es/literatura/clasicos/quijote/ edicion/parte1/cap01/default.htm>. Acesso em: 10 set. 2018.

(21)

R.: A obra Dom Quixote apresenta o tema da ficção e sua razão de ser, a maneira como ela se infiltra na vida e vai transformando-a. No fragmento, podemos perceber que Quixote, representando a fantasia poética, acredita na suposta batalha com os gigantes, enquanto Sancho Pança, mais racional, personifica as convenções sociais, a realidade histórica, e não é levado pela aventura e fantasia de seu amigo. A coexistência dessas duas personalidades cria um conflito existêncial bastante explorado pela literatura barroca.

b) De que forma as novelas de cavalaria influenciaram Dom Quixote?

R.: Os romances de cavalaria são gêneros literários ideológicos que expressavam os sonhos e os anseios da coletividade. Nesse sentido, podemos interpretar que na fantasia do cavaleiro Quixote, símbolo do homem utópico, as aventuras se tornaram uma tarefa séria e importante diante da degradação da sociedade humana.

2 Considerando as discussões apresentadas no Tópico 1 e o fragmento do Capítulo VIII de Dom Quixote de La Mancha, evidenciado na questão acima, analise as asserções a seguir.

I. Na passagem destacada, Sancho Pança descobre que os moinhos de

vento são gigantes dispostos a guerrear.

II. Dom Quixote, em seu delírio, representa, de certa forma, a rebeldia da imaginação e a necessidade de transformação diante dos obstáculos intransponíveis.

III. O idealismo que move Dom Quixote também o transforma numa metáfora sobre a condição humana, um retrato dos desafios individuais.

Está correto o que se afirma em: a) ( ) I, apenas. b) ( ) I e II, apenas. c) (x) II e III, apenas. d) ( ) I e III, apenas. e) ( ) I, II e III. 3 (ENADE, 2017) TEXTO 1

(22)

Hechas, pues, estas prevenciones, no quiso aguardar más tiempo a poner en efecto su pensamiento, apretándole a ello la falta que él pensaba que hacía en el mundo su tardanza, según eran los agravios que pensaba deshacer, tuertos que enderezar, sinrazones que enmendar, y abusos que mejorar, y deudas que satisfacer; y así, sin dar parte a persona alguna de su intención, y sin que nadie le viese, una mañana, antes del día (que era uno de los calurosos del mes de Julio), se armó de todas sus armas, subió sobre Rocinante, puesta su mal compuesta celada, embrazó su adarga, tomó su lanza, y por la puerta falsa de un corral, salió al campo con grandísimo contento y alborozo de ver con cuánta facilidad había dado principio a su buen deseo.

FONTE: CERVANTES, M. El ingenioso hidalgo don Quijote de La Mancha. Edición

del IV Centenario. Real Academia de La Lengua Española. São Paulo: Prol Gráfica, 2004.

TEXTO 2

FONTE: PORTINARI, C. Dom Quixote a cavalo com lança e espada. In: CERVANTES, M.; PORTINARI, C; DRUMMOND, C. Dom Quixote. Rio de

Janeiro: DiaGraphis, 1973. TEXTO 3 O Esguio Propósito Caniço de pesca fisgando no ar, gafanhoto montado em corcel magriz, espectro de grilo cingindo loriga, fio de linha à brisa torcido, relâmpago ingênuo furor

de solitárias horas indormidas quando o projeto invade a noite obscura.

Esporeia O cavalo, Esporeia O sem-fim

FONTE: DRUMMOND, C. O Esguio Propósito In: CERVANTES, M.; PORTINARI, C; DRUMMOND, C. Dom Quixote. Rio de Janeiro: DiaGraphis,

(23)

Considerando os três textos apresentados, assinale a opção correta.

FONTE: <http://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/provas/2017/32_ LET_POR_ESP_LICENCIATURA_BAIXA.pdf>. Acesso em: 27 mar. 2019.

a) ( ) Há, nos três textos, a transposição de um sistema significante a outro (romance/imagem/poema), o que inviabiliza uma leitura das obras separadamente, uma vez que elas mantêm uma relação dialógica. b) ( ) A intersemiose das três obras abarca o sitema linguístico e o visual,

mas se percebe, ao correlacioná-las, uma superioridade da palavra sobre a imagem, pois o texto 1 descreve detalhes que não podem ser vistos no texto 2.

c) (x) O cavaleiro retratado de forma retorcida no texto 2 recupera “mal

compuesta celada” de Dom Quixote no texto 1, assim como o texto 3

representa graficamente esse desequilíbrio por meio da irregularidade da disposição dos versos.

d) ( ) Nos textos 2 e 3, a relação dialógica atinge o seu grau máximo, pois em ambos a imagem de Dom Quixote é desconstruída pela representação do desarranjo ou da ruptura entre a realidade e o devaneio, o que não se esboça no texto 1.

e) ( ) O impulso, os sonhos e a desconexão com a realidade são traços de Dom Quixote presentes no texto 1 e ausentes nas metáforas criadas nos textos 2 e 3, que estampam um típico cavaleiro medieval.

4 A partir da releitura dos fragmentos do Capítulo VIII de Dom Quixote de

La Mancha, elabore um glossário bilíngue com 10 palavras, na direção

espanhol-português, como no exemplo abaixo. Para esclarecer o significado de determinada palavra, consulte o dicionário bilíngue da Real Academia Española e o Word Reference, disponíveis online em: http://www.rae.es e www.wordreference.com, entre outros.

Espuelas esporas valeroso corajoso doliera doía molinos moinhos lanza lança deseo desejo entonces então enemistad inimizade quiso queria aunque embora mirase olhar

(24)

TÓPICO 3

1 Leia a seguir um dos trechos mais expressivos de Hamlet. Trata-se de um tipo especial de texto, chamado de solilóquio. É usado quando um personagem fala consigo mesmo — ou pensa em voz alta.

HAMLET: Ser ou não ser – eis a questão.

Será mais nobre sofrer na alma Pedradas e flechadas do destino feroz

Ou pegar em armas contra o mar de angústias – E, combatendo-o, dar-lhe fim? Morrer; dormir; Só isso. E com o sono – dizem – extinguir Dores do coração e as mil mazelas naturais A que a carne é sujeita; eis uma consumação Ardentemente desejável. Morrer – dormir – Dormir! Talvez sonhar. Aí está o obstáculo! Os sonhos que hão de vir no sono da morte Quando tivermos escapado ao túmulo vital Nos obrigam a hesitar: e é essa reflexão Que dá à desventura uma vida tão longa.

Pois quem suportaria o açoite e os insultos do mundo, A afronta do opressor, o desdém do orgulhoso, As pontadas do amor humilhado, as delongas da lei, A prepotência do mando, e o achincalhe

Que o mérito paciente recebe dos inúteis, Podendo, ele próprio, encontrar seu repouso Com um simples punhal? Quem aguentaria fardos, Gemendo e suando numa vida servil,

Senão porque o terror de alguma coisa após a morte – O país não descoberto, de cujos confins

Jamais voltou nenhum viajante – nos confunde a vontade, Nos faz preferir e suportar os males que já temos,

A fugirmos pra outros que desconhecemos? E assim a reflexão faz todos nós covardes. E assim o matiz natural da decisão

Se transforma no doentio pálido do pensamento. E empreitadas de vigor e coragem,

Refletidas demais, saem de seu caminho, Perdem o nome de ação. (Vê Ofélia rezando.) Mas, devagar, agora!

(25)

(Para Ofélia.) Ninfa, em tuas orações Sejam lembrados todos os meus pecados.

FONTE: SHAKESPEARE, W. Hamlet. Tradução Pietro Nassetti. São Paulo: Martin

Claret Ltda, 2003.

Reflita sobre os personagens de Hamlet transcritos no trecho anterior. Interprete o dilema apresentado pelo personagem.

R.: O fragmento do texto apresenta o dilema da dúvida e da existência, os conflitos da consciência, o questionamento de si mesmo, do sentido da vida perante a expectativa de morte. Seria melhor aceitar o sofrimento, a injustiça, ou rebelar-se contra eles, enfrentando as adversidades? Shakespeare aborda artisticamente dilemas humanos que são universais e eternos.

2 No famoso trecho da peça teatral, podemos considerar que o dilema de Hamlet enfatiza

a) ( ) O enfrentamento do sofrimento através da libertação espiritual. b) ( ) A visão teocêntrica das personagens e do mundo.

c) ( ) O predomínio da razão sobre as paixões.

d) (x) A natureza humana e suas contradições.

e) ( ) A falta de consciência de sua indecisão.

3 Ao compararmos o solilóquio de Hamlet com o de Segismundo em

La vida es sueño (1635), de Calderón de la Barca, exposto no Tópico

2, podemos inferir que:

I. Nos dois textos, a vida, a morte e o sonho são percebidos de maneira cética.

II. Segismundo, assim como Hamlet, não sabe o que é a vida, se é realidade ou ficção.

III. Para Hamlet, o destino do homem é incontrolável, nada do que ele faz pode modificá-lo.

IV. Está correto o que se afirma em a) ( ) I, apenas.

b) ( ) I e II, apenas.

c) (x) II e III, apenas.

d) ( ) I e III, apenas. e) ( ) I, II e III.

(26)

4 (ENADE, 2014)

Considerado um dos maiores escritores de todos os tempos, William Shakespeare deixou uma vasta obra, da qual são mais conhecidas suas peças teatrais. Foi pela grande importância e fama do autor que Richard Appignanesi decidiu adaptar suas peças teatrais, como Hamlet, Romeu

e Julieta e Macbeth para os quadrinhos, usando o estilo mangá. Um

aspecto interessante dessa adaptação é o fato de Appignanesi realizar uma releitura da obra clássica, mantendo os diálogos e as falas da versão original em inglês.

FONTE: <http://garotait.com.br>. Acesso em: 30 jul. 2014.

A partir do texto e da ilustração apresentados, e tendo em vista a perspectiva do ensino e a aprendizagem de língua estrangeira, avalie as afi rmações a seguir.

I. A associação entre o texto imagético e o texto verbal, nas histórias em quadrinhos (HQ), permite ao aprendiz preencher lacunas de interpretação. II. O caráter lúdico das HQs pode auxiliar no processo de ensino-aprendizagem

de idiomas estrangeiros e literaturas estrangeiras.

III. A articulação entre o ensino de uma língua estrangeira e o de sua respectiva literatura torna os objetos de estudo marcas simbólicas imbuídas de expressão cultural verbal e não verbal.

IV. A série de mangás Shakespeare é um gênero/textual em que se privilegia a linguagem verbal, visto que os diálogos adaptados são em língua estrangeira.

(27)

Está correto o que se afirma em:

FONTE: http://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/provas/2014/32_ letras_portugues_ingles.pdf. Acesso em: 27 mar. 2019.

a) (x) I e II, apenas.

b) ( ) I e IV, apenas. c) ( ) II e III, apenas. d) ( ) I, III e IV apenas. e) ( ) I, II, III e IV.

5 Ao contrário da tragédia, a comédia é um gênero teatral que geralmente trata de assuntos do cotidiano de forma humorada. Os conflitos se caracterizam por armações, enganos ou confusões e costumam acabar em finais, no mínimo, divertidos. O que o dramaturgo Molière nos conta no século XVII, através da comédia Escola de Mulheres, que ressoa hoje? Que temas podem ser considerados atuais? Qual é a função do teatro nesse contexto?

R.: Espera-se que o estudante compreenda que a peça teatral procura provocar no espectador a reflexão sobre as relações humanas, envolvendo o casamento, o paternalismo, as convenções morais da sociedade da época, a infidelidade conjugal, a emancipação feminina, temas ainda presentes nos debates contemporâneos. Como forma de expressão artística, o teatro de Molière exerce uma função fundamental ao provocar um efeito estético, instigar o riso e problematizar questões sociais e o comportamento humano.

UNIDADE 3

TÓPICO 1

1 A seguir, você vai ler e analisar criticamente um poema de Bocage. Em seguida, responda às questões propostas.

Oh retrato da morte, oh noite amiga Por cuja escuridão suspiro há tanto! Calada testemunha do meu pranto, Dos meus desgostos secretária antiga!

(28)

Pois manda Amor, que a ti somente os diga, Dá-lhes pio agasalho no teu manto;

Ouve-os, como costumas, ouve, enquanto Dorme a cruel, que a delirar me obriga: E vós, oh cortesãos da escuridade, Fantasmas vagos, mochos piadores, Inimigos, como eu, da claridade! Em bandos acudi aos meus clamores; Quero a vossa medonha sociedade, Quero fartar meu coração de horrores.

FONTE: BOCAGE, M. M. Soneto e outros poemas. São Paulo: FTD, 1994, p.8. a) Qual é a temática explícita do poema?

R.: A presença da morte.

b) Como é apresentado o estado de espírito do eu lírico? Exemplifique com trechos do poema.

R.: O eu lírico, num tom fatalista, apresenta um estado de espírito pessimista, que pode ser percebido nas palavras que destacam a morte, o pranto, os fantasmas, e nos contrastes estabelecidos entre dia e noite, escuridão e claridade.

c) O poema dialoga com as principais tendências da estética arcadista? Explique.

R.: O poema de Bocage apresenta uma subjetividade exacerbada, que se tornará uma tendência temática do Romantismo, afastando-se, portanto, das concepções arcadistas que geralmente buscam uma vida simples e bucólica, sem excessos emocionais.

2 Considerando as discussões sobre os movimentos intelectuais que surgiram na Europa no século XVIII, analise as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.

(29)

O Iluminismo foi um movimento cultural que se difundiu a partir do século XVIII e que, simbolicamente, significa luz ao intelecto.

PORQUE

Os pensadores iluministas acreditavam ser possível encontrar o saber por meio da razão, através de formas subjetivas de pensamento.

a) ( ) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I.

b) ( ) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.

c) (x) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.

d) ( ) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.

e) ( ) As asserções I e II são proposições falsas.

3 Quanto ao Arcadismo, é correto afirmar que:

a) ( ) Os poetas árcades reavivaram as ousadias estéticas do Barroco.

b) (x) A estética retoma os temas e as formas líricas da tradição clássica.

c) ( ) Os poemas árcades contestam a valorização dos espaços prazerosos e da vida simples.

d) ( ) A poesia lírica expressa um desequilíbrio das formas e dos sentimentos.

TÓPICO 2

1 O movimento artístico-literário do Romantismo está diretamente relacionado ao desenvolvimento sociocultural ocorrido na Europa em meados do século XVIII. Analise as proposições relacionadas à concepção romântica e assinale a alternativa correta.

I. O Romantismo propôs uma ruptura com a rigidez formal da tradição literária clássica, privilegiando a representação da individualidade.

II. Os romances da época abandonam as tradições locais e a imaginação para enfatizar enredos pautados em aspectos objetivos e racionais. III. Os textos literários dos escritores do Romantismo são frutos de construções

(30)

Está correto o que se afirma em: a) (x) I, apenas. b) ( ) II, apenas. c) ( ) I e III, apenas. d) ( ) II e III, apenas. e) ( ) I, II e III.

2 Leia a seguir um trecho das reflexões do jovem Werther, protagonista do romance Os sofrimentos do jovem Werther, de Goethe, e analise as seguintes asserções.

– Paixão! Embriaguez! Loucura! Conservai-vos tão serenos, tão desinteressados, vós, os moralistas; cobris de injúrias o bêbado, detestais o insensato, passais ao largo como o sacerdote e agradeceis a Deus, tal o fariseu, por não vos ter feito iguais a eles.

Mais de uma vez me embriaguei, minhas paixões nunca estiveram longe da loucura e não me arrependo nem de uma coisa nem de outra, apesar de terem me ensinado que sempre haveria

de menoprezar todos os indivíduos excepcionais que fizeram algo de grandioso, algo de aparentemente irrealizável!

– Mas também na vida cotidiana é insuportável ouvir quase sempre gritar para qualquer um empenhado numa ação livre, nobre, inesperada: “É um bêbado, está louco!”

Envergonhai-vos, vós todos tão sóbrios! Envergonhai-vos, vós todos tão sensatos!

FONTE: GOETHE, J. Wolfgang von. Os sofrimentos do Jovem Werther. Tradução

de Leonardo César Lack. São Paulo: Abril, 2010.

I. A exaltação dos sentimentos, a fantasia e a embriguez são traços românticos expressos nas reflexões do jovem Werther.

II. Werther defende o impulso das paixões sem que haja um estado de desequilíbrio e de semiconsciência do ser humano.

III. A visão de Werther expressa uma insatisfação com a vida cotidiana e representa uma ruptura com o espírito racionalista.

Está correto o que se afirma em: a) ( ) I, apenas.

b) ( ) II, apenas.

(31)

3 Leia o poema Cantos del Peregrino, do argentino José Marmól (1817-1871), e responda à seguinte questão.

Si en peregrina vida por los etéreos llanos Las fantasías bellas de los poetas van, Son ellas las que brillan en rutilantes mares Allá en los horizontes del cielo tropical. Allí las afliciones se avivan en el alma. Allí se poetize la voz del corazón;

Allí es poeta el hombre; allí los pensamientos Discurren solamente por la region de Dios.

FONTE: JOZEF, Bella. História da literatura hispano-americana. 3. ed. Rio de

Janeiro: F. Alves, 1989. p.66.

No fragmento do poema a característica romântica observada é: a) ( ) A erudição do vocabulário.

b) ( ) O predomínio dos contrastes da natureza. c) ( ) A objetividade do eu lírico.

d) (x) A peregrinação e as aflições da alma dos poetas.

e) ( ) A construção racional do mundo interior.

TÓPICO 3

1 A partir das reflexões apresentadas neste tópico sobre o contexto histórico e social oitocentista, elabore um texto dissertativo contemplando os seguintes aspectos:

a) os eventos e as ideias que influenciaram o modo como a literatura representa o mundo.

b) a visão objetiva da realidade e as relações entre os textos literários e seus contextos de produção.

R.: O século XIX foi marcado por grandes mudanças sociais, diante dos avanços científicos que deram nova percepção ao modo de pensar o mundo e de observar a realidade. Na filosofia, o positivismo de Comte se contrapunha ao idealismo romântico, exaltando a realidade positiva da ciência e das suas leis. A doutrina filosófico-determinista, de Hippolyte Taine, difundiu a ideia de que o homem podia ser considerado produto do ambiente, do momento histórico e da raça a que pertence. A teoria da evolução de Charles Darwin

(32)

Karl Marx, por sua vez, propôs critérios de justiça social à classe operária. Todas essas concepções contribuíram para que os escritores passassem a reproduzir, em suas obras literárias, uma realidade sem idealizações, na sua forma mais concreta, destacando as ações do homem, suas condições econômicas e sociais.

2 Considerando as discussões de María Augusta da Costa Vieira no excerto do artigo Diálogo textual: el Quijote y la obra de Machado de

Assis, expostas como sugestão de leitura complementar, analise as

asserções a seguir e a relação proposta entre elas.

I. A inventividade literária de Machado de Assis estabelece conexões com a forma narrativa de Cervantes.

PORQUE

II. Os autores pertencem à mesma tradição literária que entende a narrativa como um diálogo intenso com várias formas de discurso, estruturado na noção de paródia.

a) ( ) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I.

b) (x) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.

c) ( ) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.

d) ( ) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.

e) ( ) As asserções I e II são proposições falsas.

3 Para Antonio Maura (2018), os escritores Cervantes e Machado de Assis surgiram em momentos históricos e estéticos cruciais. Seus trabalhos contribuíram para uma nova abordagem tanto na estrutura narrativa quanto no tratamento do próprio autor. Leia abaixo os fragmentos dos prólogos dos romances Dom Quixote de La Mancha e Memórias póstumas de Brás Cubas e responda à questão seguinte. Texto 1

Desocupado lector: sin juramento me podrás creer que quisiera que este libro, como hijo del entendimiento, fuera el más gallardo y más discreto que pudiera imaginarse. Pero no he podido yo contravenir al orden de naturaleza; que

(33)

en ella cada cosa engendra su semejante. Y así, ¿qué podrá engendrar el estéril y mal cultivado ingenio mío sino la historia de un hijo seco, avellanado, antojadizo y lleno de pensamientos varios y nunca imaginados de otro alguno, bien como quien se engendró en una cárcel, donde toda incomodidad tiene su asiento y donde todo triste ruido hace su habitación?

Texto 2

Trata-se, na verdade, de uma obra difusa, na qual eu, Brás Cubas, se adotei a forma livre de um Sterne, ou de um Xavier de Maistre, não sei se lhe meti algumas rabugens de pessimismo. Pode ser. Obra de finado. Escrevi-a com a pena da galhofa e a tinta da melancolia, e não é difícil antever o que poderá sair desse conúbio.

FONTE: MAURA, A. El autor y sus máscaras: Cervantes y Machado de Assis. Revista de Estudios Brasileños. v. 5, n. 9, 16 mar. 2018, p. 56.

Com base nas discussões apresentadas ao longo dos nossos estudos e nos fragmentos acima, podemos inferir que:

I. Nos romances de Cervantes e Machado de Assis os narradores apresentam traços melancólicos que refletem peculiaridades histórico-culturais. II. A prosa realista de Machado de Assis é caracterizada por um jogo

intertextual e por sua linguagem irônica.

III. Em ambas as obras os narradores sinalizam aproximações, desafiam e estabelecem um diálogo com o leitor.

Está correto o que se afirma em: a) ( ) I, apenas. b) ( ) II, apenas. c) ( ) I e III, apenas. d) ( ) II e III, apenas. e) (x) I, II e III. 4 (ENADE, 2008) Texto 1

Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas uma infinidade de portas e janelas alinhadas. [...] Sentia-se naquela fermentação sanguínea, naquela gula viçosa de plantas rasteiras que mergulham o pé na lama preta e nutriente da vida, o prazer animal de existir,

(34)

Texto 2

Aliás, o cortiço andava no ar, excitado pela festa, alvoroçado pelo jantar, que eles apressavam para se dirigirem a Montsou. Grupos de crianças corriam, homens em mangas de camisa arrastavam chinelos com o gingar dos dias de repouso. As janelas e as portas escancaradas por causa do tempo quente deixavam ver a correnteza das salas, transbordando em gesticulações e em gritos o formigueiro das famílias.

FONTE: Émile Zola. Germinal. São Paulo: Nova Cultural, 1996, p. 136. Texto 3

Aluísio Azevedo certamente se inspirou em L’Assommoir (A taberna), de Émile Zola, para escrever O cortiço (1890), e por muitos aspectos seu texto é um texto segundo, que tomou de empréstimo não apenas a ideia de descrever a vida do trabalhador pobre no quadro de um cortiço, mas um bom número de pormenores, mais ou menos importantes. Mas, ao mesmo tempo, Aluísio quis reproduzir e interpretar a realidade que o cercava e sob esse aspecto elaborou um texto primeiro. Texto primeiro na medida em que filtra o meio; texto segundo na medida em que vê o meio com lentes de empréstimo. Se pudermos marcar alguns aspectos dessa interação, talvez possamos esclarecer como, em um país subdesenvolvido, a elaboração de um mundo ficcional coerente sofre de maneira acentuada o impacto dos textos feitos nos países centrais e, ao mesmo tempo, a solicitação imperiosa da realidade natural e social imediata.

FONTE: Antonio Candido. De cortiço a cortiço. In: O discurso e a cidade. Rio de

Janeiro: 1004, p.106-7/128-9.

Assinale a opção em que a relação intertextual entre O Cortiço e Germinal é interpretada pelos parâmetros críticos apresentados no texto de Antonio Candido acerca da relação entre a obra do brasileiro Aluísio Azevedo e a do francês Émile Zola.

FONTE: <https://www.aprovaconcursos.com.br/questoes-de-concurso/prova/inep-2008-enade-letras>. Acesso em: 21 mar. 2019.

a) ( ) O texto de Aluísio Azevedo é um texto primeiro em relação ao de Zola porque foi escrito anteriormente e influenciou a produção naturalista do escritor francês.

b) ( ) A relação de proximidade entre o texto de Azevedo e o de Zola evidencia que o diálogo entre os textos os desassocia da realidade social em que foram produzidos.

(35)

c) (x) O texto de Aluísio Azevedo, por suas condições de produção, está submetido ao modelo naturalista europeu, ao mesmo tempo em que atende a demandas da realidade nacional.

d) ( ) O Cortiço é um texto segundo em relação ao texto de Zola porque é, sobretudo, a duplicação do modelo literário francês e da realidade social das classes operárias europeias.

e) ( ) A presença de elementos do naturalismo francês em O Cortiço é indicativo da troca cultural que ocorre no espaço do intertexto, independentemente das realidades locais de produção.

TÓPICO 4

1 Leia abaixo um trecho do soneto Correspondências, que faz parte da obra poética Les fleurs du mal, de Baudelaire, publicada em 1857. Correspondências

A Natureza é um templo onde vivos pilares Deixam sair às vezes palavras confusas: Por florestas de símbolos, lá o homem cruza Observado por olhos ali familiares.

Tal longos ecos longe lá se confundem Dentro de tenebrosa e profunda unidade Imensa como a noite e como a claridade,

Os perfumes, as cores e os sons se transfundem. Perfumes de frescor tal a carne de infantes, Doces como o oboé, verdes igual ao prado, – Mais outros, corrompidos, ricos, triunfantes, Possuindo a expansão de algo inacabado, Tal como o âmbar, almíscar, benjoim e incenso, Que cantam o enlevar dos sentidos e o senso.

FONTE: D’ONOFRIO, S. Teoria do texto 1: prolegômenos e teoria da narrativa. 2.

ed. São Paulo: Ática, 2002.

A partir das ideias expressas no poema acima, podemos inferir que:

I. Os primeiros versos sugerem que a natureza emite palavras misteriosas. II. Há no poema uma correspondência entre diferentes sensações que faz

referência à sinestesia literária.

(36)

Está correto o que se afirma em: a) ( ) I, apenas. b) ( ) II, apenas. c) ( ) I e III, apenas. d) ( ) II e III, apenas. e) (x) I, II e III.

2 Leia o poema Bilhete a Baudelaire, em que o autor brasileiro Vinícius de Moraes (1913-1980) revisita a tradição literária da modernidade. Em seguida, analise as asserções.

Bilhete a Baudelaire

Poeta, um pouco à tua maneira E para distrair o spleen

Que estou sentindo vir a mim Em sua ronda costumeira Folheando-te, reencontro a rara Delícia de me deparar

Com tua sordidez preclara Na velha foto de Carjat Que não revia desde o tempo Em que te lia e te relia A ti, a Verlaine, a Rimbaud... Como passou depressa o tempo Como mudou a poesia

Como teu rosto não mudou! Los Angeles, 1947

FONTE: <http://www.viniciusdemoraes.com.br/pt-br/poesia/poesias-avulsas/bilhete-baudelaire-0>. Acesso em: 10 dez 2018.

I. No poema, os traços da modernidade ficam evidentes na noção do eu lírico sobre a passagem do tempo.

II. O poema evoca poetas realistas franceses cujas produções literárias enfatizam o rigor formal e a expressão objetiva da realidade histórica do século XIX.

III. No poema, o termo spleen difundido pelo poeta francês Baudelaire representa um estado de melancolia, um sentimento de angústia que se

(37)

Está correto o que se afirma em: a) ( ) I, apenas. b) ( ) II, apenas. c) (x) I e III, apenas. d) ( ) II e III, apenas. e) ( ) I, II e III.

3 Preencha corretamente as lacunas da assertiva exposta abaixo.

O movimento simbolista privilegia a ________ e se opõe ao pensamento______, voltando-se para o _________com temáticas religiosas e místicas através de uma linguagem capaz de aproximar campos sensoriais diferentes e transmitir a essência humana.

a) ( ) sensação – irracional – lirismo. b) ( ) razão – místico – objetivismo.

c) (x) emoção – materialista – subjetivismo.

(38)

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