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1. ÓRGÃO REQUISITANTE OBJETO DA CONTRATAÇÃO JUSTIFICATIVA PARA CONTRATAÇÃO ESPECIFICAÇÃO DO OBJETO... 4

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1 TERMO DE REFERÊNCIA PARA A ELABORAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE RECURSOS HÍDRICOS E DO ENQUADRAMENTO DOS CORPOS DE ÁGUA SUPERFICIAIS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO ARAGUARI.

SUMÁRIO

1. ÓRGÃO REQUISITANTE ... 4

2. OBJETO DA CONTRATAÇÃO ... 4

3. JUSTIFICATIVA PARA CONTRATAÇÃO ... 4

4. ESPECIFICAÇÃO DO OBJETO ... 4

5. MARCO TEÓRICO: O PLANO DIRETOR DE RECURSOS HÍDRICOS, O ENQUADRAMENTO DE CORPOS DE ÁGUA E SUAS PERSPECTIVAS ... 11

5.1. A Perspectiva Ambiental ... 12

5.2. A Perspectiva Político-Econômica ... 12

5.3. A Perspectiva dos Atores Envolvidos no Processo ... 13

5.4. A Perspectiva do Estado da Arte do Planejamento ... 13

6. CONTEXTUALIZAÇÃO ... 14

7. CARACTERIZAÇÃO DA BACIA ... 15

7.1. GESTÃO NA BACIA ... 19

7.2. PLANO DIRETOR DE RECURSOS HÍDRICOS DA BH DO RIO ARAGUARI ... 21

8. OBJETIVOS ... 24

8.1. Objetivo Geral ... 24

8.2. Objetivos Específicos ... 24

9. HORIZONTES DE PLANEJAMENTO ... 26

10. RESULTADOS A SEREM APRESENTADOS ... 26

(2)

2 12. ELABORAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE RECURSOS HÍDRICOS E DO

ENQUADRAMENTO DE CORPOS DE ÁGUA E SUAS FASES ... 37

12.1. FASES DOS PLANOS DIRETORES DE RECURSOS HÍDRICOS. ... 38

12.1.1. DESCRIÇÃO DAS FASES ... 40

12.1.1.1. PREPARAÇÃO – Definição das sub-bacias e macrorregiões ... 40

12.1.1.2. FASE I - Diagnóstico ... 42

12.1.1.3. FASE II – Prognósticos, Compatibilização e Articulação ... 55

12.1.1.4. FASE III – Plano de Ação ... 57

12.2. FASES DO ENQUADRAMENTO DOS CORPOS DE ÁGUA ... 58

12.2.1. Elaboração de Alternativas de Enquadramento ... 58

12.2.2. Programa Preliminar para Efetivação do Enquadramento ... 60

12.2.3. Programa de Efetivação do Enquadramento ... 60

12.3. REALIZAÇÃO DAS CONSULTAS PÚBLICAS ... 61

13. PRODUTOS ... 65

13.1. PRODUTOS INTERMEDIÁRIOS ... 65

13.1.1. Relatório Plano de Trabalho - R1 ... 66

13.1.2. Relatório Diagnóstico – R2 ... 66

13.1.3. Relatório Prognóstico – R3 ... 66

13.1.4. Relatório Alternativas de Enquadramento – R4 ... 67

13.1.5. Relatório Programa Preliminar para Efetivação do Enquadramento – R5 ... 67

13.1.6. Relatório Plano de Ação – R6 ... 68

13.2. PRODUTOS FINAIS ... 69

13.2.1. Plano Diretor de Recursos Hídricos – R7... 69

13.2.2. Resumo Executivo do Plano Diretor de Recursos Hídricos – R8 ... 69

13.2.3. Programa de Efetivação do Enquadramento dos Corpos de Água – R9 ... 70

(3)

3

13.2.5. SIG ... 71

13.3. OUTROS PRODUTOS ... 73

14. APRESENTAÇÃO E APROVAÇÃO DOS RELATÓRIOS PARCIAIS E FINAIS ... 73

15. PRAZO DE ENTREGA DO BEM E/OU SERVIÇO ... 74

16. EXECUÇÃO DO SERVIÇO ... 75

16.1. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO E PRODUTOS... 75

16.2. QUALIFICAÇÃO TÉCNICA ... 79

17. OBRIGAÇÕES DA CONTRATADA ... 81

18. OBRIGAÇÕES DO CONTRATANTE ... 82

19. RESPONSÁVEL PELO ACOMPANHAMENTO/AGENDAMENTO DA ENTREGA DO BEM E/OU EXECUÇÃO DO SERVIÇO ... 83

20. LOCAL DE ENTREGA DO BEM ... 83

21. DOTAÇÃO ORÇAMENTÁRIA ... 84

22. VALOR PREVISTO PARA A AQUISIÇÃO E/OU CONTRATAÇÃO ... 84

23. FORMA DE PAGAMENTO ... 84

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4 1. ÓRGÃO REQUISITANTE

Associação Multissetorial de Usuários de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Araguari - ABHA.

2. OBJETO DA CONTRATAÇÃO

Elaboração do PLANO DIRETOR DE RECURSOS HÍDRICOS E DO ENQUADRAMENTO DOS CORPOS DE ÁGUA SUPERFICIAIS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO ARAGUARI.

3. JUSTIFICATIVA PARA CONTRATAÇÃO

O PLANO DIRETOR DE RECURSOS HÍDRICOS E O ENQUADRAMENTO DOS CORPOS DE ÁGUA SUPERFICIAIS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO ARAGUARI deverão ser desenvolvidos com o objetivo geral de produzir um instrumento que permita ao Comitê de Bacia Hidrográfica (CBH), aos órgãos gestores dos recursos hídricos e demais componentes do Sistema de Gestão de Recursos Hídricos gerirem de forma efetiva e sustentável os recursos hídricos superficiais e subterrâneos da bacia, de modo a garantir o uso múltiplo, racional e sustentável em benefício das gerações presentes e futuras.

4. ESPECIFICAÇÃO DO OBJETO

Este documento apresenta o Termo de Referência que deverá orientar a elaboração do PLANO DIRETOR DE RECURSOS HÍDRICOS E DO ENQUADRAMENTO DOS CORPOS DE ÁGUA SUPERFICIAIS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO ARAGUARI a serem licitados e contratados conjuntamente pela Associação Multissetorial de Usuários de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Araguari (ABHA) e deverá servir de orientação para as propostas técnicas das empresas que vierem a participar do certame.

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Serão elaborados 1 (um) Plano Diretor de Recursos Hídricos e 1 (um) Enquadramento dos Corpos de Água Superficiais para a Bacia Hidrográfica do Rio Araguari.

A elaboração desses instrumentos servirá para estabelecer programas e ações que permitam a manutenção e/ou aumento da disponibilidade hídrica, bem como a manutenção e/ou melhoria da qualidade dos corpos de água, seja pelo gerenciamento dos recursos hídricos ou pela implementação dos outros instrumentos estabelecidos pela Lei Estadual 13.199, de 29 de janeiro de 1999, que dispõe sobre a Política Estadual de Recursos Hídricos. Nesse sentido, o Termo de Referência (TDR) orienta a contratação da elaboração do Plano Diretor de Recursos Hídricos e do Enquadramento dos Corpos de Água Superficiais, segundo seus usos preponderantes.

As definições dos focos temáticos a serem contemplados pelo Plano Diretor de Recursos Hídricos – PDRH e pelo Enquadramento dos Corpos de Água - ECA deverão ser desenvolvidas, prioritariamente, considerando dados secundários disponíveis da Bacia Hidrográfica do Rio Araguari e conforme especificações determinadas pela legislação. As pesquisas de dados primários necessárias deverão ser identificadas pelo proponente em sua proposta. Outros focos não contemplados pelo TDR poderão ser inseridos no trabalho, quando submetido ao Comitê de Bacia para aprovação do plano de trabalho, assim como no decorrer das consultas públicas, quando a sociedade e/ou o CBH se manifestarem.

Sendo assim, neste momento caberá ao Comitê e a sociedade manifestarem-se sobre os estudos e proporem assuntos ou temas intervenientes aos objetivos do PDRH/ECA que não tenham sido contemplados, sendo de competência da contratada, avaliar as sugestões e efetuar os devidos estudos, quando necessários.

São premissas desse Plano Diretor de Recursos Hídricos e dos produtos oriundos dele que a elaboração dos trabalhos contemple os dispostos na Lei Federal nº. 9.433 de 08 de Janeiro de 1997, que instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos, e que esteja de acordo com a Lei Estadual nº. 13.199, de 29 de janeiro de 1999, em seu artigo

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11, no qual estabelece que os Planos Diretores de Recursos Hídricos de Bacias Hidrográficas têm por finalidade fundamentar e orientar a implementação de programas e projetos e conterá, no mínimo:

I - diagnóstico da situação dos recursos hídricos da bacia hidrográfica;

II - análise de opções de crescimento demográfico, de evolução de atividades produtivas e de modificação dos padrões de ocupação do solo;

III - balanço entre disponibilidades e demandas atuais e futuras dos recursos hídricos, em quantidade e qualidade, com identificação de conflitos potenciais;

IV - metas de racionalização de uso, aumento da quantidade e melhoria da qualidade dos recursos hídricos disponíveis;

V - medidas a serem tomadas, programas a serem desenvolvidos e projetos a serem implantados para o atendimento de metas previstas, com estimativas de custos;

VI - prioridade para outorga de direito de uso de recursos hídricos; VII - diretrizes e critérios para cobrança pelo uso dos recursos hídricos;

VIII - proposta para a criação de áreas sujeitas à restrição de uso, com vistas à proteção de recursos hídricos e de ecossistemas aquáticos.

Os trabalhos também deverão considerar como condição mínima o atendimento ao Decreto Estadual nº. 41.578, de 08 de março de 2001, no qual se estabelece no artigo 28, que os Planos Diretores de Recursos Hídricos conterão subsídios para a implementação dos instrumentos econômicos de gestão, em especial:

I - a vazão remanescente ou ecológica para usos específicos; II- a vazão de referência para o cálculo da vazão outorgável; III- os usos preponderantes e prioritários para a outorga;

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IV- os usos preponderantes para o enquadramento dos corpos de água em classes; V- os estudos de viabilidade econômica e financeira nas respectivas bacias hidrográficas para a determinação dos critérios básicos de cobrança pelo uso das águas superficiais e subterrâneas;

VI- a indicação de projetos para o alcance das metas de qualidade e quantidade dos recursos hídricos, com vistas ao estabelecimento de programas de investimento;

VII- os estudos para indicação de criação de áreas sujeitas à restrição de uso, com vistas à proteção de recursos hídricos e de ecossistemas aquáticos em especial as zonas de recarga dos aquíferos;

VIII- os mecanismos de articulação e apoio ao Sistema Estadual de Informações sobre Recursos Hídricos.

Igualmente, a Contratada deverá observar o atendimento do art. 10 do Decreto 44.046, de 13 de junho de 2005, que regulamenta a Cobrança pelo Uso de Recursos Hídricos de domínio do Estado de Minas Gerais, o qual prevê dentre as diretrizes e critérios a constarem nos Planos Diretores de Recursos Hídricos:

I - caracterização dos usuários na bacia hidrográfica, com identificação das tipologias, localizações e taxa média de utilização de recursos hídricos, considerando as vazões captadas, derivadas e de lançamento, bem como as intervenções diretas que alterem o regime, a qualidade e a quantidade das águas;

II - caracterização das disponibilidades hídricas da bacia hidrográfica, considerando os parâmetros de qualidade, quantidade e regime, de modo a permitir o estabelecimento de relação entre as atividades dos usuários, devidamente caracterizados e o efeito das respectivas intervenções sobre as coleções hídricas na bacia; e

III - simulação de aplicação da cobrança para os principais usos e usuários caracterizados na bacia hidrográfica.

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Ademais, a Contratada deverá observar a Resolução do Conselho Nacional de Recursos Hídricos – CNRH n.º 145, de 12 de dezembro de 2012, que estabelece diretrizes para a elaboração de Planos de Recursos Hídricos de Bacias Hidrográficas, em especial, quanto ao conteúdo mínimo das etapas de Diagnóstico, Prognóstico e Plano de Ações previstos, respectivamente, nos seguintes artigos:

Art. 11º O Diagnóstico da situação atual dos recursos hídricos deverá incluir, no mínimo, os seguintes aspectos:

I – caracterização da bacia hidrográfica considerando aspectos físicos, bióticos, socioeconômicos, políticos e culturais;

II – caracterização da infraestrutura hídrica; III – avaliação do saneamento ambiental;

IV - avaliação quantitativa e qualitativa das águas superficiais e subterrâneas; V - avaliação do quadro atual dos usos da água e das demandas hídricas associadas; VI – balanço entre as disponibilidades e demandas hídricas avaliadas;

VII – caracterização e avaliação da rede de monitoramento quali-quantitativa dos recursos hídricos;

VIII - identificação de áreas sujeitas à restrição de uso com vistas à proteção dos recursos hídricos;

IX – avaliação do quadro institucional e legal da gestão de recursos hídricos, estágio de implementação da política de recursos hídricos, especialmente dos instrumentos de gestão;

X - identificação de políticas, planos, programas e projetos setoriais que interfiram nos recursos hídricos;

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XI – caracterização de atores relevantes para a gestão dos recursos hídricos e dos conflitos identificados.

Art. 12º A etapa de Prognóstico deverá propor cenários futuros, compatíveis com o horizonte de planejamento, devendo abranger, no mínimo, os seguintes aspectos:

I – a análise dos padrões de crescimento demográfico e econômico e das políticas, planos, programas e projetos setoriais relacionados aos recursos hídricos;

II – proposição de cenário tendencial, com a premissa da permanência das condições demográficas, econômicas e políticas prevalecentes, e de cenários alternativos;

III – avaliação das demandas e disponibilidades hídricas dos cenários formulados; IV – balanço entre disponibilidades e demandas hídricas com identificação de conflitos potenciais nos cenários;

V – avaliação das condições da qualidade da água nos cenários formulados com identificação de conflitos potenciais;

VI - as necessidades e alternativas de prevenção, ou mitigação das situações críticas identificadas;

VII – definição do cenário de referência para o qual o Plano de Recursos Hídricos orientará suas ações.

Art. 13º O Plano de Ações visa a mitigar, minimizar e se antecipar aos problemas relacionados aos recursos hídricos superficiais e subterrâneos, de forma a promover os usos múltiplos e a gestão integrada, devendo compreender, no mínimo:

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II - ações ou intervenções requeridas, organizadas em componentes, programas e subprogramas, com justificativa, objetivos, executor, investimentos, fontes possíveis de recursos, prazo de implantação;

III - prioridades e cronograma de investimentos; IV - diretrizes para os instrumentos de gestão;

V - arranjo institucional ou recomendações de ordem institucional para aperfeiçoamento da gestão dos recursos hídricos e para implementação das ações requeridas;

VI - recomendações de ordem operacional para a implementação do plano;

VII - indicadores que permitam avaliar o nível de implementação das ações propostas; VIII – recomendações para os setores usuários, governamental e sociedade civil.

Para a elaboração das propostas de enquadramento de corpos de água os trabalhos deverão atender a Resolução CNRH nº 091, de 05 de novembro de 2008, que dispõe sobre procedimentos gerais para o enquadramento dos corpos de água superficiais e subterrâneos e também a Deliberação Normativa Conjunta CERH/ COPAM 001, de 05 de maio de 2008, que dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamentos de efluentes, e dá outras providências.

A elaboração do enquadramento também deverá atender as resoluções do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA):

Resolução CONAMA nº 357/2005, que dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências. Complementada e alterada pela Resolução CONAMA nº 430, de 13 de maio de 2011.

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Resolução CONAMA n° 397/2008, que altera o art. 34 da Resolução CONAMA 357/2005.

A gestão dos recursos hídricos, como preceituado pela Lei nº. 13.199/99 deve ser efetivada por meio de um conjunto de instrumentos, sendo os PDRHs e os ECAs as referências programáticas para a bacia, onde são atualizadas as informações regionais que influenciam a tomada de decisão naquele espaço e que procuram definir, com clareza, as ações para o uso racional e sustentável dos recursos hídricos da região.

5. MARCO TEÓRICO: O PLANO DIRETOR DE RECURSOS HÍDRICOS, O ENQUADRAMENTO DE CORPOS DE ÁGUA E SUAS PERSPECTIVAS

O marco teórico é a explicitação do conceito de plano e do seu significado para a gestão dos recursos hídricos da bacia estabelecendo, sua natureza, os seus fundamentos, as referências a serem adotadas e as grandes linhas metodológicas que serão observadas. Nesse trabalho espera-se que o marco teórico oriente os executores a manterem-se focados no desempenho de suas tarefas para alcançar, com a qualidade e a completude, os objetivos desejados.

O PDRH e o ECA são, antes de tudo, roteiros para alcançar a visão de futuro estabelecida pelos Comitês e/ou sociedade das respectivas Bacias Hidrográficas. Ou seja, eles são instrumentos de gestão que se direcionam ao propósito de apoiar uma organização a atuar melhor na gestão ambiental e dos recursos hídricos. O Plano Diretor de Recursos Hídricos deve ser objetivo e de fácil compreensão por todos os atores que dele façam uso e o enquadramento deve-se fundamentar-se em propostas claras, objetivas e em perspectivas de exequibilidade para a melhoria ou manutenção da qualidade das águas.

Tanto os PDRHs quanto as propostas de enquadramento dos corpos de água superficiais da Bacia Hidrográfica do Rio Araguari devem ser organizados sob perspectivas de cenários onde os fatores físicos, socioeconômicos e políticos estejam

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sujeitos a mudanças, mesmo durante o relativo e curto período em que estes são desenvolvidos. Além disso, a elaboração deve contemplar a participação de todos os atores envolvidos, por meio de um processo de participação pública e mediante uma

abordagem que considere a complexidade, a interdisciplinaridade1, a

transdisciplinaridade2 e a incerteza que permeiam as questões envolvidas.

Para a elaboração dos dois instrumentos deverão ser consideradas quatro perspectivas que influenciam direta ou indiretamente, a proposição de gerenciamento dos recursos hídricos que são:

1. Ambiental;

2. Político-econômica;

3. Social (dos atores envolvidos no processo);

4. Moderno estado da arte do planejamento, além da consideração das dimensões espacial e temporal da bacia.

5.1. A Perspectiva Ambiental

A perspectiva ambiental instala-se no PDRH/ECA a partir da constatação de que, atualmente, cada iniciativa, fato ou informação mantém uma relação indissolúvel com o ambiente onde se manifesta, seja ele antrópico ou natural, tornando indispensável examinar como ele é afetado ou reinterpretado por esse conjunto de relações.

5.2. A Perspectiva Político-Econômica

A perspectiva político-econômica traduz-se pela organização política, econômica e social existente na bacia, pelos orçamentos de investimentos federais, estaduais, municipais e de companhias concessionárias de serviços públicos, estende-se aos

1

O conceito de interdisciplinaridade não tem uma definição única. Piaget (1972) a define como “intercâmbio mútuo e integração recíproca de várias disciplinas” tendo como resultado um enriquecimento recíproco. Para Palmade (1979) a interdisciplinaridade pode ser vista como um processo de integração recíproca entre várias disciplinas e campos de conhecimento "capaz de romper as estruturas de cada uma delas para alcançar uma visão unitária e comum do saber trabalhando em parceria" e contrapõe-se à divisão do trabalho intelectual, à fragmentação do conhecimento e à predominância das especializações. A interdisciplinaridade pretende elaborar um formalismo suficientemente geral e preciso que permita exprimir, numa linguagem única, os conceitos, as preocupações, as contribuições de um número maior ou menor de disciplinas que, de outro modo, permaneceriam fechadas nas suas linguagens especializadas.

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A transdisciplinaridade pode ser entendida como o estágio mais elevado de cooperação entre várias disciplinas, no qual o grau atingido é tão intenso que elas não mais podem ser separadas e acabam gerando uma nova "macrodisciplina".

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cenários econômicos formulados como um pano de fundo para o PDRH e alcança as projeções demográficas, os movimentos migratórios, a renda per capita e os níveis de emprego (formal ou informal) na bacia, a tessitura urbana, sub-habitações e bairros de periferia desprovidos de infra-estrutura, todos esses fatores rebatendo sobre as condições ambientais, institucionais e de organização do espaço geográfico.

5.3. A Perspectiva dos Atores Envolvidos no Processo

Os atores envolvidos no processo de elaboração do PDRH/ECA devem ser aqueles que por meio de suas ações, interferem de modo direto ou indireto na qualidade ou na quantidade de água. São exemplos de atores que se relacionam aos recursos hídricos, direta ou indiretamente: as entidades públicas - prefeituras municipais, órgãos estaduais e federais; entidades de representações civis - associações técnicas, instituições de ensino, cooperativas, sindicatos, associações e federações de usuários, associações comunitárias e culturais, entidades ambientalistas e demais interessados. A participação desses atores é importante na elaboração dos Planos Diretores de Recursos Hídricos, por que permite que decisões sobre os processos para manutenção, melhoria e aumento da quantidade e da qualidade da água, sejam tomadas em conjunto com as demais entidades participantes.

5.4. A Perspectiva do Estado da Arte do Planejamento

O estado da arte do Planejamento foi afetado pelos novos paradigmas institucionais e pela revolução conduzida no âmbito da tecnologia da informação, que se manifestam, de forma variada, nas técnicas de Planejamento. Dentre eles, pelo menos dois aspectos dessa nova abordagem devem ser admitidos na metodologia de elaboração de PDRH/ECA:

 O princípio das interações, pelo qual se admite que toda a ação, uma vez deflagrada, promove um conjunto de interações e retroações com o meio (natural e antrópico) em que ela tem lugar, as quais podem conduzi-la a um resultado diferente daquele inicialmente pretendido / planejado e,

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 A percepção de que planos devem conter sistemas de acompanhamento, monitoramento e provisões para o acionamento de mecanismos de controle, correção/revisão sempre que efeitos desestabilizadores das condições externas (supostas estáveis ou controladas na formulação dos seus programas) sejam detectados.

Esses dois aspectos conferem às abordagens de planejamento do PDRH e do ECA da Bacia Hidrográfica do Rio Araguari, um caráter de interações que promova a conexão com áreas vizinhas de saber, introduzindo a interdisciplinaridade e transdiciplinaridade e fazendo emergir novas construções do conhecimento.

6. CONTEXTUALIZAÇÃO

O Plano Diretor da Bacia Hidrográfica do Rio Araguari foi contratado em agosto de 2006, sendo elaborado em 22 meses e finalmente aprovado pelo plenário do CBH Araguari em julho de 2008 e pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos, em março de 2009. Devido às mudanças no cenário econômico e social e as alterações na legislação pertinente, dentre outros aspectos, o PRDH do rio Araguari, já previa a necessidade da revisão do documento para o ano de 2016. Desde sua elaboração algumas mudanças e avanços se deram no arranjo institucional e legal da gestão dos recursos hídricos da bacia do rio Araguari, com a composição de novas câmaras técnicas, a equiparação da Associação Multissetorial de Usuários de Recurso Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Araguari (ABHA) como agência de bacia do rio Araguari, e a implantação da cobrança pelo uso de recursos hídricos a partir de 2010.

A principal motivação de se revisar o PDRH da bacia do rio Araguari é compatibilizá-lo com o quadro atual existente na bacia hidrográfica de demandas, quantidade, qualidade, planejamento e gestão dos recursos hídricos. O PDRH necessita de uma revisão, especialmente na verificação dos impactos das atividades antrópicas na bacia, no estabelecimento de áreas prioritárias para conservação, na identificação dos

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conflitos pelo uso da água e no atendimento de diversas demandas específicas identificadas pelas Câmaras Técnicas do CBH Araguari e incorporadas neste TDR.

A atualização do Plano Diretor de Recursos Hídricos da bacia do rio Araguari - PDRH tem como principal eixo metodológico a adoção da sub-bacia como unidade de estudo e planejamento das metas e ações para gestão dos recursos hídricos da bacia do rio Araguari. Além disto, deve-se destacar a proposta de desenvolvimento do diagnóstico destas sub-bacias a partir da sobreposição da leitura técnica dos especialistas e de uma percepção da população local sobre a realidade da bacia.

Apesar da existência de uma primeira versão, a revisão do PDRH da Bacia Hidrográfica do Rio Araguari, mesmo que ainda embasado prioritariamente em dados secundários, terá a oportunidade de se trabalhar com um conjunto de informações consistentes, atualizadas e específicas para a bacia do rio Araguari, como por exemplo: série de dados de monitoramento de cerca de 08 estações de qualidade das águas, 25 estações pluviométricas ativas, 20 estações fluviométricas ativas, bancos de dados diversos de usuários e demandas de águas superficiais e subterrâneas na bacia (CNARH / ANA, DAURH; outorgas e usos insignificantes / IGAM; SIAGAS / CPRM), imagens de satélites de qualidade e atuais da bacia, projetos hidroambientais e planos municipais de saneamento básico, entre outras referências bibliográficas listadas no final deste Termo de Referência.

7. CARACTERIZAÇÃO DA BACIA

A bacia hidrográfica do rio Araguari, conforme o Mapa 1, está localizada na região oeste do Estado de Minas Gerais, abrangendo parte das regiões do Alto Paranaíba e Triângulo Mineiro e concentra cerca de 7% da população do Estado, com um total de aproximadamente 1,2 milhão de habitantes. Dentro de seus limites estão inseridos 20 municípios, sendo 7 totalmente contidos na bacia hidrográfica e a maioria, cerca de 60% desses municípios, possuem população estimada em até 20.000 habitantes.

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16 Mapa 1: Bacia do Rio Araguari e Regiões de Planejamento de MG.

Compreende uma área de aproximadamente 22.091 km², constituindo, nesse Estado, a Unidade de Planejamento e Gestão de Recursos Hídricos (UPGRH), designada pela sigla PN2. Essa UPGRH engloba, parcial ou integralmente, os territórios dos seguintes municípios: Araguari, Araxá, Campos Altos, Ibiá, Indianópolis, Iraí de Minas, Nova Ponte, Patrocínio, Pedrinópolis, Perdizes, Pratinha, Rio Paranaíba, São Roque de Minas, Sacramento, Santa Juliana, Serra do Salitre, Tapira, Tupaciguara, Uberaba e Uberlândia, conforme representados no Mapa 2.

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17 Mapa 2: Mapa da Bacia Hidrográfica do Rio Araguari e limites dos municípios.

A Tabela 1 apresenta a relação dos municípios que possuem áreas contidas na bacia do Rio Araguari e dados da população, segundo CENSO do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), relativos ao ano de 2010.

MUNICÍPIO Área total

(Km2) % da área na bacia do Araguari % da sede na bacia População (IBGE-Censo 2010) IDHM 2010 Urbana na sede municipal Rural Total 1 Araguari 2.729,50 32 17 100.592 9.209 109.801 0,773 2 Araxá 1.164,40 100 100 92.230 1.442 93.672 0,772 3 Campos Altos 710,6 86 79 12.816 1.390 14.206 0,702 4 Ibiá 2.704,10 100 100 19.185 4.033 23.218 0,718 5 Indianópolis 830 100 100 4.056 2.134 6.190 0,674

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MUNICÍPIO Área total

(Km2) % da área na bacia do Araguari % da sede na bacia População (IBGE-Censo 2010) IDHM 2010 Urbana na sede municipal Rural Total 6 Iraí de Minas 356,3 84 0 5.158 1.309 6.467 0,695 7 Nova Ponte 1.111,00 95 100 9.061 3.751 12.812 0,701 8 Patrocínio 2.874,30 62 87 67.409 15.062 82.471 0,729 9 Pedrinópolis 357,9 100 100 2.927 563 3.490 0,729 10 Perdizes 2.450,80 100 100 9.525 4.879 14.404 0,723 11 Pratinha 622,5 96 100 1.759 1.506 3.265 0,721 12 Rio Paranaíba 1.352,40 38 0 6.826 5.059 11.885 0,709 13 Sacramento 3.073,30 52 0 19.247 4.649 23.896 0,732 14 Santa Juliana 723,8 100 100 9.394 1.943 11.337 0,706 15 São Roque de Minas 2.098,90 12 0 3.812 2.874 6.686 0,672 16 Serra do Salitre 1.295,30 69 100 7.146 3.403 10.549 0,696 17 Tapira 1.179,20 100 100 2.744 1.368 4.112 0,712 18 Tupaciguara 1.824,00 32 0 22.042 2.146 24.188 0,719 19 Uberaba 4.524,00 25 0 285.662 10.326 295.988 0,772 20 Uberlândia 4.115,20 59 100 584.102 19.911 604.013 0,789

Tabela 1: Dados demográficos dos municípios da bacia hidrográfica do rio Araguari.

A bacia do rio Araguari possui uma grande rede de drenagem, que permitiu a sua divisão em unidades de planejamento internas, totalizando 18 sub-bacias, sendo elas: Foz do Rio Araguari, Rio Uberabinha, AHEs Capim Branco, Médio Araguari, Ribeirão das Furnas, Rio Claro, Baixo Quebra-Anzol, Ribeirão Santa Juliana, Ribeirão Santo Antônio, Alto Araguari, Rio Galheiro, Rio Capivara, Ribeirão do Salitre, Ribeirão do Inferno, Alto Quebra-Anzol, Ribeirão Grande, Rio São João e Rio Misericórdia. A divisão das sub-bacias pode ser observada no Mapa 3.

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A área da bacia, no que se refere ao uso do solo, é caracterizada pela prática agrícola, sendo sua economia focada na agropecuária.

Mapa 3: Distribuição das sub-bacias na Bacia do Rio Araguari.

7.1. GESTÃO NA BACIA

O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Araguari foi instituído através do Decreto Estadual nº 39.912/1998 e tem como finalidade promover, no âmbito da gestão de recursos hídricos, a viabilização técnica e econômico-financeiro de programas de investimento e consolidação de políticas de estruturação urbana e regional, visando ao desenvolvimento sustentável da Bacia.

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O CBH Araguari é composto por 36 (trinta e seis) representantes titulares e suplentes do poder público, de forma paritária entre o Estado e os municípios que integram a bacia hidrográfica, representantes de usuários e de entidades da sociedade civil ligadas aos recursos hídricos.

O Comitê conta também com uma diretoria composta por Presidente, Vice-Presidente, Secretário Executivo e Secretário Executivo Adjunto, além de possuir 03 (três) Câmaras Técnicas formadas por representantes do poder público estadual, do poder público municipal, do segmento dos usuários e da sociedade civil, sendo estas: Câmara Técnica de Planejamento e Controle (CTPlan), Câmara Técnica de Assuntos Institucionais e Legais (CTIL) e Câmara Técnica de Outorga e Cobrança (CTOC).

A importância da gestão dos recursos hídricos na bacia hidrográfica do rio Araguari nos últimos anos é expressa pelas principais deliberações normativas do Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CERH-MG) e do CBH Araguari, dentre as quais se destaca:

• Deliberação Normativa CERH Nº 55/2007: Aprova a equiparação da entidade Associação Multissetorial de Usuários de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Araguari à agência de bacia do rio Araguari.

• Deliberação Normativa CERH Nº 184/2009: Metodologia de cobrança na bacia do rio Araguari.

A entidade equiparada à agência da bacia hidrográfica do rio Araguari é a Associação Multissetorial de Usuários de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Araguari (ABHA).

Em termos de instrumentos de gestão dos recursos hídricos, destaque para implantação do processo de cobrança pelo uso da água na bacia iniciado em 2010. A arrecadação média anual é da ordem de 5,2 milhões de reais, de acordo com a Gerência de Cobrança pelo Uso de Recursos Hídricos do IGAM.

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21 7.2. PLANO DIRETOR DE RECURSOS HÍDRICOS DA BH DO RIO ARAGUARI

Em 2008, o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Araguari aprovou o seu Plano Diretor de Recursos Hídricos por meio da Resolução CBH Araguari nº 07/2008, contendo as definições de metas, ações e programas para a melhoria da gestão dos recursos hídricos. Sendo submetido à apreciação do Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CERH) de Minas Gerais e aprovado por meio da Deliberação CERH nº 234, de 12 de maio de 2010.

A documentação que compõe o PDRH do rio Araguari está distribuída em nove Relatórios Técnicos, cinco Anexos e um Caderno de Mapas. A projeção de dez anos (2007 a 2016) do plano foi distribuída em três tempos, curto, médio e longo prazo.

O PDRH do rio Araguari é composto pelas seguintes partes:

Parte I – Diagnóstico: contém a caracterização geral da bacia (características

físicas, características fisiográficas das bacias, disponibilidade hídrica nas sub-bacias, demanda de uso de águas, alternativas de incremento de vazão superficial, qualidade das águas, características socioeconômicas e ambientais).

Parte II – Prognóstico: apresenta os cenários da bacia hidrográfica; o comparativo

entre disponibilidade e demanda do recurso hídrico; o prognóstico de utilização dos mananciais para lançamento de efluentes; a sobreposição de demandas para captação e lançamento de efluentes da bacia do Rio Araguari.

Parte III – Síntese das propostas do Plano:

Contém assuntos como: • Cadastramento de usuários;

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• Reformulação da outorga de direito de uso de recursos hídricos; • Controle de qualidade dos recursos hídricos;

• Cobrança pelo uso dos recursos hídricos; • Classificação quantitativa de recursos hídricos; • Gestão compartilhada dos recursos hídricos; • Gestão ABHA - Estado;

• Programa Produtor de Águas;

• Recuperação e conservação ambiental; • Medidas de regularização de vazão;

• Distribuição das ações no horizonte temporal; • Diagrama de articulação das ações do plano;

• Cronograma físico financeiro para implementação das ações do plano.

Parte IV - Estrutura Organizacional

Parte V - Conclusão: contém as medidas estruturais e não estruturais, além de

proposta para atualização do plano.

Em 2012 foi elaborado o Resumo Executivo do PDRH da bacia do rio Araguari, que é que uma síntese do Plano Diretor, com uma linguagem simplificada, permitindo o acesso de todos aqueles que se interessam pelo tema ou que, no desenvolvimento de suas atividades se encontre em situação tal que necessite de uma intervenção de órgãos de controle na solução de um conflito ou na implantação de instrumentos de recuperação e conservação de bens naturais associados aos recursos hídricos.

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O Resumo Executivo foi dividido em duas partes, sendo a primeira aquela que caracteriza a exploração e conservação dos bens naturais e a segunda a que descreve as formas de ação do Comitê da Bacia e da Agência de Bacia.

Neste documento foram elencados os problemas a serem enfrentados, como o conflito de uso dos recursos hídricos na mesma finalidade e entre captações e lançamento, além da projeção de conflito pela captação entre usuários de finalidades distintas e o lançamento de efluentes.

É importante ressaltar que a maioria dos temas abordados no PDRH de 2006 foram desenvolvidos a partir de informações secundárias, provenientes de estudos e projetos já existentes, acervo de dados de monitoramento e levantamentos realizados por diferentes instituições públicas e privadas, em geral, datadas da década de oitenta e noventa.

Os principais usos identificados na bacia correspondem aos setores da irrigação, consumo humano e consumo industrial, que representa a maior concentração de usos em relação à quantidade de pontos outorgados e principalmente no volume consumido.

Em relação ao balanço hídrico da bacia, o PDRH indicou uma situação crítica na relação entre demanda e disponibilidade de águas superficiais em sete sub-bacias. Já em relação às águas subterrâneas não foram identificadas conflitos quantitativos eminentes.

Quanto às áreas prioritárias para conservação, o PDRH traz a indicação de dez áreas, apesar de não apontar especificamente a conservação dos recursos hídricos, aponta locais em que poderão ocorrer ou já ocorrem iniciativas de conservação, como é o caso das áreas: Área 37 – Mata de Itumbiara; Área 38 – Remanescentes Lóticos do Rio Paranaíba; Área 42 – Fazenda Tau; Área 44 – Reservatório de Miranda; Área 45 – Região de Conquista; Área 46 – RPPN Galheiro; Área 47 – Ribeirão do Salitre; Área 48 – Região de Araxá; Área 89 – Entorno da Serra da Canastra; e Área 90 – Serra da Canastra.

No que diz respeito ao Plano de Ação para Recuperação e Conservação Ambiental da bacia do rio Araguari, no PDRH foi elencando o Programa Produtor de Água, como

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instrumento único, responsável pela implementação de medidas de recuperação e conservação dos compartimentos naturais influentes na qualidade e quantidade de água, de forma a envolver os beneficiários dos recursos hídricos por trecho de bacia, mensurando e premiando os envolvidos no programa pelos efeitos obtidos de sua aplicação.

De acordo com o CBH Araguari, a maioria dos programas e projetos propostos no PDRH de 2006 não foram implantados. Na revisão do Plano Diretor de Recursos Hídricos, deverá ser realizado um balanço da efetivação do Plano de Ação proposto inicialmente, identificando os pontos críticos (entraves) para viabilidade de cada um dos programas e projetos elencados, reavaliando os mesmos e propondo, se for o caso, a reformulação ou exclusão de alguns e a criação de outros, conforme o diagnóstico das sub-bacias e as novas metas traçadas na revisão do Plano.

8. OBJETIVOS 8.1. Objetivo Geral

O PDRH e o ECA da Bacia Hidrográfica do Rio Araguari deverão ser desenvolvidos com o objetivo geral de produzir instrumentos que permitam ao CBH, aos órgãos gestores dos recursos hídricos da bacia e demais componentes do Sistema de Gestão de Recursos Hídricos gerirem de forma efetiva e sustentável os recursos hídricos superficiais e subterrâneos da bacia, de modo a garantir o uso múltiplo, racional e sustentável em benefício das gerações presentes e futuras.

8.2. Objetivos Específicos

1. Estruturar a base de dados da Bacia Hidrográfica do Rio Araguari relativa às características e à situação dos recursos hídricos e demais feições com rebatimento sobre as mesmas, visando subsidiar a elaboração e implementação de um Sistema Integrado de Recursos Hídricos;

2. Fomentar o uso múltiplo, racional e sustentável dos recursos hídricos das bacias mediante avaliação e controle das disponibilidades e determinação das condições em que tem lugar o uso da água, em benefício das gerações presentes e futuras, levando

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em conta planos setoriais, regionais e locais em andamento ou com implantação prevista na bacia;

3. Integrar os planos, programas, projetos e demais estudos setoriais que envolvam a utilização dos recursos hídricos da bacia, incorporando-os ao PDRH dentro de suas possibilidades;

4. Estabelecer diretrizes para a implementação dos demais instrumentos de gestão dos recursos hídricos previstos em lei e contribuir para o fortalecimento do Sistema de Gerenciamento de Recursos Hídricos pela articulação e participação de todos os demais atores sociais e institucionais das bacias ligadas à gestão dos recursos hídricos;

5. Apresentar planos de ações, contendo um conjunto de metas a serem alcançadas no horizonte de abrangência do PDRH, voltadas, entre outros, para a revitalização, recuperação, preservação e conservação dos recursos hídricos e ambientais da Bacia Hidrográfica do Rio Araguari;

6. Apresentar o enquadramento dos corpos de água superficiais para a bacia do Rio Araguari, bem como, plano de ações para efetivação e estimativas de custo para o enquadramento;

7. Estabelecer metas para melhoria da qualidade das águas conforme horizonte de planejamento do Plano Diretor de Recursos Hídricos da bacia;

8. Propor medidas necessárias para o aumento de oferta e de uma justa distribuição de água disponível para a bacia hidrográfica, acordadas por todos os atores;

9. Elaborar Programas de Proteção das águas subterrâneas, no âmbito da Bacia Hidrográfica em questão;

10. Propor medidas necessárias para proteger, recuperar e promover a qualidade dos recursos hídricos com vistas à saúde humana, à vida aquática e à qualidade ambiental;

11. Conceber ações destinadas a atenuar as consequências de eventos hidrológicos extremos;

12. Articular as ações municipais envolvendo o uso e ocupação do solo com as diretrizes e intervenções relacionadas ao uso dos recursos hídricos.

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13. Apresentar dados e estudos técnicos para subsidiar o CBH do Rio Araguari em decisões sobre a restrição de determinados tipos de uso, como a instalação de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), minerações, barragens para regularização de vazões, entre outras atividades de grande porte e potencial poluidor.

14. Apresentar estudos para propor e indicar áreas sujeitas à restrição de uso, com vistas à proteção dos recursos hídricos e dos ecossistemas aquáticos, em especial as zonas de recarga de aquíferos.

15. Propor e indicar áreas sujeitas à restrição de uso, com vistas à proteção dos recursos hídricos e dos ecossistemas aquáticos, em especial as zonas de recarga de aquíferos.

9. HORIZONTES DE PLANEJAMENTO

O Plano Diretor de Recursos Hídricos e o Enquadramento dos Corpos de Água deverão ser elaborados estabelecendo-se metas, e os meios de alcançá-las, em um horizonte de planejamento de 20 anos, considerando horizontes e metas intermediárias, propostas para intervalos de 5 anos. Ou seja, tomando-se como horizonte de planejamento um período de 20 anos, dividido em curto (5 anos), médio (10 anos) e longo (15 e 20 anos) prazos.

10. RESULTADOS A SEREM APRESENTADOS

O PDRH e o Enquadramento dos Corpos de Água Superficiais deverão apresentar os seguintes resultados:

1. Base de dados organizada contendo a evolução do diagnóstico e do prognóstico nos diferentes cenários da Bacia Hidrográfica do Rio Araguari, para que possam ser incorporadas ao Sistema Estadual de Informações sobre Recursos Hídricos pelo IGAM;

2. Diagnóstico atual e detalhado dos aspectos quantitativos e qualitativos dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos de cada sub-bacia, bem como das características físicas e bióticas, socioeconômicas e culturais, de uso e ocupação do solo destas unidades de planejamento;

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3. A análise integrada da bacia, com identificação dos impactos, positivos e negativos, de cada sub-bacia sobre as condições observadas na calha do rio Araguari ao longo do seu percurso, possibilitando o estabelecimento de responsabilidades compartilhadas entre os municípios integrantes da bacia na gestão e, principalmente, ações de preservação e melhoria da quantidade e qualidade dos recursos hídricos;

4. Prognóstico com a proposição de cenário tendencial, com a premissa da permanência das condições demográficas, econômicas e políticas prevalecentes, e de cenários alternativos e demais conteúdos estabelecidos na legislação vigente;

5. O relatório contendo o Plano de Ação da bacia do Rio Araguari deverá conter conjunto de metas específicas a serem executadas no período temporal de abrangência do plano. As ações e intervenções a serem empreendidas deverão ser organizadas através de programas, subprogramas e projetos, com indicação de finalidades específicas, justificativa, atividades, previsão de início e conclusão, recursos necessários e fontes correspondentes. Após a definição das ações do plano, deve ser realizado um estudo de priorização de implementação das ações, definindo quais são prioritárias e devem ser implementadas inicialmente, quais se encaixariam em um segundo nível de implementação e assim por diante, criando níveis de execução das ações de acordo com a sua prioridade para a bacia e para as sub-bacias. O texto deve ser descrito de forma clara e objetiva;

6. O roteiro para implementação do Plano de Ação servirá de referência e instrumento para o CBH, especialmente no que se refere ao estabelecimento de uma proposta de arranjo institucional a ser adotado para integração das ações de todas as instâncias legalmente instituídas que possuem responsabilidades operacionais e que atuam na bacia;

7. O Plano Diretor de Recursos Hídricos e o Enquadramento dos Corpos de Água deverão conter os relatórios estabelecidos no item 13 e conteúdo mínimo descrito no item 12 deste Termo de Referência;

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8. Plano de Ação para a revitalização, recuperação, preservação e conservação dos recursos hídricos e ambientais, comuns para toda a bacia e específicas para cada sub-bacia;

9. Programas de proteção das águas subterrâneas, comuns para toda a bacia e específicas para cada sub-bacia;

10. O estabelecimento de diretrizes e critérios técnicos para dar suporte à aplicação dos instrumentos de gestão dos recursos hídricos da bacia: Plano Diretor de Recursos Hídricos, Enquadramento de Corpos D’água, Outorgas, Cobrança. 11. Enquadramento dos Corpos de Água superficiais, inclusive para os trechos de

domínio federal, com a proposição de metas de curto, médio e longo prazo. O Programa para Efetivação do Enquadramento deve trazer ações para a sua efetivação e seus custos, e proposta de rede de monitoramento quali-quantitativa voltada para implementação deste instrumento;

12. Proposta de vazão remanescente ou ecológica para usos específicos;

13. Proposta de vazão de referência para o cálculo da vazão outorgável e que esteja alinhado ao Plano Estadual de Recursos Hídricos de Minas Gerais;

14. Definição dos usos preponderantes e prioritários para o enquadramento de corpos de água e para a outorga;

15. Estudos de viabilidade econômica e financeira para a determinação dos critérios básicos de cobrança pelo uso das águas superficiais e subterrâneas;

16. Projetos para o alcance de metas de qualidade e quantidade dos recursos hídricos, com vistas ao estabelecimento de programas de investimento;

17. Indicação de áreas sujeitas à restrição de uso, com vistas à proteção de recursos hídricos e de ecossistemas aquáticos, em especial as zonas de recarga dos aquíferos;

18. Espera-se que as reuniões públicas, os debates travados no processo de esclarecimento e informação sobre os vários temas pertinentes ao plano e a cobertura dos trabalhos pelos meios de comunicação social propiciem uma elevação do nível de participação pública da bacia, maior divulgação das grandes questões e desafios a serem enfrentados pela sociedade na gestão dos recursos hídricos e maior conscientização da população que vive na bacia;

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19. Proposta para definição de localização de dois ou mais pontos de controle de qualidade e disponibilidade hídrica. Quando a definição for por apenas dois pontos, ambos devem ser escolhidos no curso principal da Unidade de Planejamento e Gestão de Recurso Hídricos - UPGRH, sendo um a jusante e o mais próximo possível a foz do curso, antes do deságue no rio de domínio da União/Divisa Política e o outro, o mais próximo possível as nascentes. A rede de monitoramento das águas do “Projeto Águas de Minas” (IGAM) deverá ser considerada e avaliada quanto ao cumprimento deste quesito. A finalidade da implantação do Ponto de Controle é o monitoramento das condições de qualidade e quantidade das águas, com metas a serem pactuadas entre os envolvidos na gestão das bacias. O ponto de controle irá subsidiar o pacto das águas da bacia que poderá ser efetivado por meio de instrumento jurídico ou de programas específicos a ser estabelecido com a ANA e/ou Estados vizinhos com a interveniência dos Comitês das Bacias. A minuta do referido instrumento jurídico deverá ser elaborada pela contratada constando do produto final do PDRH.

11. INDICAÇÕES METODOLÓGICAS E ATIVIDADES A SEREM CUMPRIDAS

Serão elementos determinantes para a metodologia da elaboração dos PDRHs: 1. O fato de ser uma revisão do Plano Diretor de Recursos Hídricos aprovado em

2008 pelo Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio Araguari;

2. A sintonia que o PDRH deverá manter com o novo modelo de gestão de recursos hídricos que vem sendo implantado no país e no Estado a partir da vigência da Lei nº. 9433 de 8 de Janeiro de 1997 e da Lei 13.199 de 29 de janeiro de 1999, respectivamente;

3. A importância de alinhar as propostas ao Plano Nacional de Recursos Hídricos e ao Plano Estadual de Recursos Hídricos de Minas Gerais para a conjunção dos instrumentos de gestão de recursos hídricos;

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4. Existência de estudos temáticos e regionais conduzidos nos anos precedentes, que por sua importância e qualidade, deverão ser aproveitados, permitindo que o PDRH seja realizado prioritariamente com dados secundários. As pesquisas de dados primários necessárias deverão ser identificadas pelo proponente em sua proposta;

5. Sua elaboração como resultado de uma proposta de construção integrada, com a participação dos atores da bacia estudada, especialmente nas tomadas de decisão, associando aos critérios técnicos a ponderação das escolhas políticas, que representem acordos sociais resultantes de negociações entre os atores no âmbito do CBH e confiram maior legitimidade ao PDRH. Dessa forma, considerando especialmente a instância decisória representada pelo CBH e as administrações municipais (gestores do solo);

6. Estabelecimento de mecanismos que traduzam o PDRH como um acordo de desenvolvimento no domínio das águas, acordado entre os diversos atores, com base numa avaliação e distribuição do potencial hídrico e hidráulico da bacia, que reflitam resultados socialmente justos, economicamente viáveis e ambientalmente equilibrados;

7. A revisão do PDRH deve ser realizada tendo como unidades de estudo e planejamento a Bacia Hidrográfica do Rio Araguari e as sub-bacias que serão definidas de modo a adequar a área para a utilização da metodologia do Zoneamento Ambiental e Produtivo (ZAP), observando suas particularidades e focando nas prioridades de ações identificadas;

8. Os conteúdos trabalhados na etapa de Diagnóstico deverão trazer a realidade existente na bacia. Para isso, serão necessários dois estágios, o primeiro é estável e baseia-se no horizonte de planejamento (o meio físico3) e o segundo, mutável (população, economia, cobertura vegetal, uso do solo– em geral fatores ligados à ação antrópica e às demandas por recursos hídricos, variáveis por natureza) que exigirá a apreciação de sua evolução no tempo. Os dois componentes darão forma e conteúdo ao diagnóstico da bacia, este deverá ser objetivo e direto,

3

O meio físico não costuma sofrer alterações significativas nos horizontes de planejamento geralmente adotados em planos de bacia. O que pode mudar é o conhecimento que se tem dele, devido a novos estudos e levantamentos mais minuciosos ou com técnicas mais modernas.

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abordando o que realmente tem importância ou é significativo para os objetivos perseguidos, evitando transcrições de estudos anteriores ou aprofundamentos desnecessários de assuntos sem consequência direta para o Plano. Estabelecendo assim, o consenso sobre a realidade presente e suas tendências no(s) horizonte(s) de planejamento fixado(s). Os aspectos levantados no diagnóstico deverão também contemplar os estudos definidos pela Resolução CNRH 091/2008,

ressaltando as condições técnicas estabelecidas pela legislação de

enquadramento de corpos de água;

9. O Diagnóstico será elaborado com base na metodologia do Zoneamento Ambiental e Produtivo (ZAP), estabelecido pelo Decreto Estadual nº 46650, de 19 de novembro de 2014. A elaboração do diagnóstico também deverá atender ao que se pede no item 12 deste Termo de Referência;

10. O Diagnóstico deverá apresentar um capítulo específico sobre mudanças climáticas e apresentar suas consequências para a bacia, elaborando uma discussão com contribuições efetivas sobre o tema e seus efeitos na bacia;

11. O Diagnóstico deverá contemplar as necessidades e peculiaridades dos municípios e das sub-bacias, construindo a discussão e apontando alternativas e soluções para os casos relatados, sempre incluindo a participação social;

12. No conteúdo do Prognóstico caberá estabelecer a visão de futuro para as bacias, isto é, a realidade desejada pelos stakeholders4 no horizonte de planejamento selecionado (“a bacia que queremos”) acompanhada de visões da evolução do quadro atual, contidas no diagnóstico formulado, segundo diferentes conjunturas, dando origem a diferentes cenários, sendo um deles necessariamente correspondente ao cenário tendencial das disponibilidades e das demandas ao longo do horizonte de planejamento adotado, elaborado com a premissa da permanência das condições socioeconômicas descritas no desenho da realidade existente. Para esta etapa também deverá contemplar os estudos e inter-relações estabelecidas pela Resolução CNRH 091/2008;

4 Entende-se por stakeholder todas as pessoas relacionadas ao projeto, todo aquele que influencia o projeto de alguma forma ou tem interesse em seus resultados.

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13. A elaboração do Prognóstico também deverá atender ao que se pede no item 12 deste Termo de Referência.

14. Os Planos deverão incorporar essa visão de futuro, expressa nos seus objetivos e traduzidas quantitativamente para o(s) horizonte(s) de planejamento considerado, na forma de metas. O Plano de Recursos Hídricos também estabelecerá a conexão entre as decisões tomadas pelos atores da bacia, a realidade existente e a visão de futuro, fundamentando-as com dados e resultados de análises empreendidas. O PDRH deverá constar proposta de vazão remanescente ou ecológica, proposta de vazão de referência para a bacia, definir usos preponderantes e prioritários de outorga;

15. O Plano de Ação deve trazer um Programa de Educação Ambiental que possua uma ação voltada para a divulgação do CBH Araguari e de suas ações;

16. O Plano de Ação deverá apresentar uma proposta de implementação do Programa Produtor de Água na bacia;

17. O Plano de Ação deverá apresentar um programa visando à conservação do solo, ao aumento da disponibilidade hídrica e à proteção das zonas de recarga de aquíferos, de nascentes e de áreas de preservação permanente;

18. O Plano de Ação deverá apresentar ações que contemplem o fortalecimento da resiliência das sub-bacias;

19. Os programas previstos do Plano de Ação do PDRH devem contemplar ações de educação ambiental;

20. O Plano de Ação deverá apresentar um programa de monitoramento quali-quantitativo dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos da bacia;

21. O Plano de Ação deverá apresentar um programa específico de proteção das águas subterrâneas da bacia;

22. O Plano de Ação deverá apontar estratégias para captação de recursos financeiros para além da cobrança, em especial recursos privados, com o objetivo de maximizar o processo de implementação das ações do Plano;

23. As ações do Plano devem também estar voltadas para a proposição de estratégias para o atendimento das classes de enquadramento dos cursos de água da bacia;

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24. Na elaboração das propostas de enquadramento de corpos de água os procedimentos metodológicos são os definidos pela Resolução CNRH nº 091, de 05 de novembro de 2008 e para identificação dos usos preponderantes e das classes de água as condições estabelecidas pela Deliberação Normativa Conjunta CERH / COPAM 001, de 05 de maio de 2008 e pela Resolução CONAMA nº 357, de 17 de março de 2005, complementada e alterada pela Resolução CONAMA nº 430, de 13 de maio de 2011. As propostas de enquadramento dos corpos de água deverão ser apresentadas para as águas superficiais. Para as águas subterrâneas deverão ser propostas diretrizes, com indicativos de rede de monitoramento quali-quantitativo;

25. As propostas de enquadramento de corpos de água deverão estabelecer uma rede de monitoramento quali-quantitativa para implementação e para avaliação do instrumento, e a indicação de áreas sujeitas à restrição de uso, com vistas à proteção dos recursos hídricos e dos ecossistemas aquáticos, em especial as zonas de recarga de aquíferos. Deverá também observar a DN COPAM 058/2002, que estabelece normas para o licenciamento ambiental de loteamentos do solo urbano para fins exclusiva ou predominantemente residenciais. A proposta final, bem como as de metas de qualidade, deverá constar de um programa de investimentos, com custos e estimativa de prazos para seu cumprimento;

26. A participação da população local deverá estar presente durante toda a elaboração do PDRH e do ECA, de modo efetiva e atuante. A metodologia de mobilização social deverá ser apresentada pelas empresas participantes da licitação em suas propostas e novamente no Relatório Plano de Trabalho (R1) de forma mais detalhada, atendendo ao que se pede nos itens 12.3 e 13.1.1 deste Termo de Referência;

27. O Plano Diretor de Recursos Hídricos deverá possuir um capítulo específico para apresentar estudos e propor e indicar áreas sujeitas à restrição de uso, com vistas à proteção dos recursos hídricos e dos ecossistemas aquáticos, em especial as zonas de recarga de aquíferos. Este tema deverá ser trabalhado com a

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participação efetiva do CBH Araguari e da população local e deve estar aliado com o Enquadramento dos Corpos de Água da bacia;

28. O Plano Diretor de Recursos Hídricos deverá apontar as prioridades para outorga nas sub-bacias que serão trabalhadas;

29. O Plano Diretor de Recursos Hídricos deverá trazer uma revisão da metodologia adotada para a Cobrança pelo uso dos recursos hídricos na bacia, fazer comparações com outros métodos e apontar na discussão do tema qual a melhor metodologia a ser empregada na bacia, podendo ser corroborada a opção já utilizada ou indicada uma nova que seja mais adequada para a bacia. Além disso, deve-se fazer uma discussão sobre mecanismos que propiciem acesso dos usuários pagadores aos recursos da cobrança;

30. O Plano Diretor de Recursos Hídricos deverá definir estratégias para aplicação dos recursos da cobrança de acordo com as necessidades da bacia;

31. O Plano Diretor de Recursos Hídricos deverá apresentar em um capítulo específico uma discussão bem detalhada sobre a atuação do setor da minerário e seus impactos e contribuições na Bacia Hidrográfica do Rio Araguari. A discussão deve trazer subsídios para auxiliar a gestão de recursos hídricos na bacia, conciliando a existência da mineração e a proteção dos recursos hídricos e dos ecossistemas, em especial as zonas de recarga de aquíferos;

32. O Plano Diretor de Recursos Hídricos deverá apresentar uma discussão sobre invasões em áreas de preservação permanente e apoio à política de distribuição de terras para área rural da bacia, além de apoiar a política de fiscalização de uso e ocupação de solo, apresentando alternativas e contribuições para trabalhar a questão da melhor forma possível;

33. O Plano Diretor de Recursos Hídricos deve ser elaborado levando-se em conta a presença de comunidades quilombolas, indígenas, de pescadores, assentamentos e outras que residam na bacia, incluindo-as no planejamento;

34. Na descrição da biota da bacia o PDRH deverá abordar o manejo de animais silvestres e a presença de seres exóticos e seus impactos na área, apontando alternativas para trabalhar o tema;

(35)

35

35. O Plano Diretor de Recursos Hídricos deverá apresentar uma discussão sobre os impactos dos grandes empreendimentos sobre a população mais vulnerável e as suas consequências, como a relocação de famílias. Trabalhar o tema de acordo com a realidade da bacia e as suas experiências;

36. O Plano Diretor de Recursos Hídricos deverá apresentar diretrizes de condicionantes e medidas compensatórias vinculadas ao licenciamento ambiental de empreendimentos de grande porte;

37. O Plano Diretor de Recursos Hídricos deverá dar subsídios para a melhoria do sistema de informações de recursos hídricos da bacia;

38. O Plano Diretor de Recursos Hídricos deve ser elaborado visando à melhoria da quantidade e qualidade dos recursos hídricos e à proteção e recuperação das zonas de recarga de aquíferos, direcionando as discussões e ações para o tema; 39. O Plano Diretor de Recursos Hídricos deve incentivar as boas práticas de

conservação, reuso e combate as perdas;

40. O Plano Diretor de Recursos Hídricos deverá elaborar propostas para a definição de Áreas de Preservação Permanente (APPs) no entorno de reservatórios presentes na bacia para discussão e deliberação do CBH Araguari;

41. A elaboração do PDRH deverá utilizar estudos já realizados para a bacia, além de ferramentas e trabalhos técnicos e científicos produzidos pelo Estado, CBH e Câmaras Técnicas, universidades e demais entidades que possam contribuir com informações de confiança e de qualidade;

42. O Plano Diretor de Recursos Hídricos deverá abordar o arranjo institucional da bacia e trabalhar a relação entre CBH Araguari e ABHA;

43. O Plano Diretor de Recursos Hídricos deverá interagir com o Comitê da Bacia Hidrográfica dos Afluentes Mineiros do Alto Paranaíba (PN1) e com o Comitê da Bacia Hidrográfica dos Afluentes Mineiros do Baixo Paranaíba (PN3), na perspectiva da integração com o CBH do Rio Paranaíba;

44. O Plano Diretor de Recursos Hídricos deverá abordar alternativas energéticas para a bacia, potencializando as suas características atuais e incluindo opções de médio e longo prazo, estimulando o desenvolvimento sustentável;

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36

45. O Plano Diretor de Recursos Hídricos deverá identificar as sub-bacias sensíveis a situações de criticidade de disponibilidade hídrica e estabelecer ações para contornar esta situação;

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37 12. ELABORAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE RECURSOS HÍDRICOS E DO ENQUADRAMENTO DE CORPOS DE ÁGUA E SUAS FASES

A elaboração do Plano Diretor de Recursos Hídricos e do Enquadramento de Corpos de Águas Superficiais far-se-ão segundo uma sistemática própria, em parte regulamentada, em parte subordinada às características da bacia e de seus atores, mas sempre como um processo dinâmico, progressivo e permeável à contribuição de todos os atores, cujo resultado final deverá traduzir o acordo alcançado entre eles quanto aos rumos para a implementação da gestão dos recursos hídricos.

No diagnóstico e no delineamento da visão de futuro, uma das diretrizes metodológicas a serem observadas é a Resoluções CONAMA 357 de 17 de março de 2005, complementada e alterada pela Resolução CONAMA nº430/2011, a Resolução CNRH 091, de 05 de novembro de 2008, e ao disposto na Subseção II da Seção II do Capítulo III da Lei 13.199/1999 e a Seção III do Capítulo IV do Decreto 41.578/2001, componentes da base legal que regula a matéria nas águas de domínio estadual em Minas Gerais, definindo-se as metas e estratégias que o Plano Diretor e o Enquadramento de Corpos de Água buscarão alcançar.

Para todas essas etapas é fundamental a realização de consultas públicas com os diferentes atores envolvidos na bacia, tais como: órgãos públicos, lideranças da região, usuários de recursos hídricos (empresários, agricultores, pescadores), organizações não governamentais e população em geral.

Com a introdução da metodologia ZAP durante a elaboração do Diagnóstico do Plano Diretor e do Enquadramento dos Corpos d’água será possível uma avaliação preliminar do potencial de adequação de cada sub-bacia. E este é o primeiro passo para efetivar o processo de adequação propriamente dito, para a elaboração de pactos e ações e a definição de indicadores para acompanhamento e avaliação do PDRH e o ECA.

(38)

38 Plano Diretor de Recursos Hídricos de Bacia Hidrográfica: é um instrumento de

planejamento contínuo e dinâmico, numa visão de longo prazo, definido em cenários, de forma a permitir uma gestão compartilhada do uso integrado dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos.

Um Plano Diretor busca definir objetivos de qualidade e quantidade de água na bacia, para propor prioridade de ações escalonadas no tempo e no espaço, com as respectivas avaliações de custos, para compor o modelo de gerenciamento integrado de recursos hídricos da bacia, sob a ótica do desenvolvimento sustentável.

Enquadramento de Corpos de Água: é instrumento de gestão de recursos hídricos

da esfera do planejamento, que se expressa por meio do estabelecimento de metas ou objetivos de qualidade de água a ser alcançado ou mantido em um segmento de corpos de água, de acordo com os usos preponderantes pretendidos, ao longo do tempo.

12.1. FASES DOS PLANOS DIRETORES DE RECURSOS HÍDRICOS.

O Plano Diretor de Recursos Hídricos deverá compor-se de três fases, a saber: Diagnóstico, Prognóstico e Plano de Ação.

A – Diagnóstico

Diagnóstico é a apresentação do cenário atual da bacia, segundo os dados levantados sobre as características físicas, bióticas, socioeconômicas e as diversas inter-relações formadas pela ação antrópica e as demandas pelos recursos hídricos. Apresentação do material dar-se-á por texto objetivo e direto, dotado de análises e conclusões, e evitando transcrições e aprofundamentos desnecessários.

Deverá ser elaborado um único Diagnóstico para a bacia, que será utilizado para elaborar tanto o Plano Diretor de Recursos Hídricos quanto o Enquadramento dos Corpos de Água. Assim, não será elaborado um Diagnóstico para o PDRH e outro para o ECA. Desta forma, este produto deverá abordar todo o conteúdo necessário para formular os dois instrumentos de gestão.

Referências

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