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Senhor Reitor da Universidade Católica Portuguesa, Professor Manuel Braga da Cruz,

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Academic year: 2021

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Palestra Anual Alexis de Tocqueville 091012

Intervenção de Abertura João Carlos Espada

Senhor Reitor da Universidade Católica Portuguesa, Professor Manuel Braga da Cruz, Senhor Conferencista Alexis de Tocqueville 2009, Professor Sir Anthony Kenny, e Lady Kenny,

Senhor Embaixador do Reino Unido e Senhores Embaixadores,

Senhor Administrador do Banco Português de Investimento, Dr. José Amaral, Patrocinador exclusivo das Palestras Tocqueville,

Senhor Dr. Paulo Lowndes Marques, Presidente da British Historical Society of Portugal,

Senhor Pe. Hugo Santos, Capelão da Universidade Católica Portuguesa,

Senhores Professores, Ilustres Convidados

Senhores Auditores, Alunos de Licenciatura, Mestrandos e Doutorandos, Minhas Senhoras e Meus Senhores,

Queria começar por agradecer a vossa amável presença nesta décima Palestra Anual Alexis de Tocqueville que, como sabem, tem o patrocínio exclusivo do Banco Português de Investimento, aqui gentilmente representado pelo seu Administrador e nosso querido Amigo, Dr. José Amaral – a quem queremos agradecer o amável apoio que tem dado às palestras Tocqueville desde o seu início, em 1998. Queria sublinhar que, sem este apoio persistente e desinteressado do BPI, estas palestras não teriam lugar. Queria também sublinhar que este apoio tem sido dado sempre de forma exemplar, por vezes demasiado exemplar, dado que o nosso querido Amigo José Amaral nunca quer interferir em nenhum aspecto destas palestras, insistindo mesmo em não querer tomar a palavra. Este ano, consegui convencê-lo a fazer uma breve intervenção, que se seguirá à minha. E queria dizer-lhe que o convite é muito mais do que merecido. Sabemos bem o que custa gerir um empreendimento privado – o nosso Instituto e a nossa Universidade também são empreendimentos privados, embora modestos, quando comparados com a escala do BPI. Apreciamos muito – repito, apreciamos muito -- e estamos muito gratos ao BPI por não nos ter retirado nem sequer diminuído o seu apoio ao longo destes 10 anos. É uma prova de confiança que não esqueceremos e que tentamos honrar todos os dias.

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Depois de, nos anos anteriores, termos tido connosco os Professores Hugh Trevor-Roper, entretanto infelizmente falecido, Alfred Stepan, James Q. Wilson, Michael Novak, George Weigel, Christopher DeMuth, Sir Martin Gilbert, Timothy Garton Ash e Robert P. George, temos hoje o privilégio de contar com a presença do ilustre professor Sir Anthony Kenny, da Universidade de Oxford, antigo Presidente da British Academy e da Rhodes House, bem como antigo reitor do Balliol College, entre muitas outras distintas funções e além de uma vastíssima obra académica de rara qualidade. Ao Professor Anthony Kenny, queremos desde já dirigir um agradecimento muito especial por ter aceite o nosso convite para estar aqui hoje connosco – o que nos deixa muito honrados. Queria ainda fazer uma referência especial a sua Mulher, Lady [Nancy] Kenny, que nos dá também a honra de estar connosco e que dirige em Oxford a famosa Oxford Society, a sociedade que reúne todos os antigos alunos daquela distinta Universidade. Lady Kenny é a responsável pela criação dos anuais Oxford Alumni Weekends, que começaram há três anos, sempre em Setembro, e que ainda este ano reuniram em Oxford mais de mil antigos alunos, vindos de todo o mundo.

Sir Anthony, Lady Kenny, Thank you very much for being with us today. It is a great honour and a great privilege. Also a great pleasure, of course.

Antes de ouvirmos o Professor Kenny e o Dr. José Amaral, e antes ainda da entrega de diplomas e da atribuição dos Prémios aos melhores alunos, gostaria de recordar que esta palestra Tocqueville assinala o segundo ano lectivo em que as Licenciaturas em Ciência Política e Relações Internacionais, até há pouco integradas na Faculdade de Ciências Humanas, passam a fazer parte integrante do Instituto de Estudos Políticos. À Faculdade de Ciências Humanas e à sua Directora, Professora Isabel Gil, queremos exprimir mais uma vez a nossa gratidão e admiração pela forma fraterna e exemplar com que procederam a esta transição. Aos alunos das Licenciaturas, agora alunos do IEP, queremos renovar as mais enfáticas boas vindas e desejar que se sintam em casa nesta sua nova casa que é o Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa.

Tenho ainda o prazer de anunciar que registámos este ano mais um significativo acréscimo de candidaturas e admissões aos nossos programas de Licenciatura, Mestrado e Doutoramento em Ciência Política e Relações Internacionais. De 40 admissões à Licenciatura em 2007, passámos para 64 em 2008 e, neste ano de 2009, para 71 alunos admitidos. Trata-se de uma aumento de 75% em dois anos, verificando-se ainda um aumento nos candidatos com média superior a 14 (36, com média superior a 14, dos quais 8 com média superior a 17). Entretanto, registámos 14 pedidos de transferência de alunos de Universidades estatais, quando no ano passado tínhamos registado apenas 4. Também no programa de Mestrado e Doutoramento registámos este ano números elevados: 27 admissões ao Mestrado, 11 ao Doutoramento. No conjunto, o IEP conta agora com 256 alunos nas diversas fases dos programas de Licenciatura, Mestrado e Doutoramento. Isto permite-nos alargar o nosso programa de Bolsas de Estudo para os melhores alunos. Vamos por isso alargar as Bolsas de Isenção de Propinas a todos os alunos com média igual ou superior a 17 valores, em todos os anos e fases, incluindo a fase de Tese, da Licenciatura, Mestrado e Doutoramento. Os finalistas da Licenciatura que ingressem no Mestrado, e os finalistas de Mestrado que ingressem no

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Doutoramento, e que obtenham média igual ou superior a 17 valores, terão igualmente Isenção de Propina no primeiro semestre do novo programa em que ingressam, isto é, no primeiro semestre do Mestrado ou do Doutoramento. Vamos lançar uma vasta campanha de fund-raising junto das empresas com vista a financiar este programa de Bolsas e, desejavelmente, a ampliá-lo ainda mais. Sabemos que os nossos alunos enfrentam a concorrência desleal das universidades do Estado, onde as propinas são financiadas pelo dinheiro dos contribuintes. Ainda assim, o número de nossos alunos e o número de transferências das universidades do Estado aumenta todos os anos. Vai continuar a aumentar, e vamos proporcionar-lhes ainda melhores condições.

O nosso primeiro dever, neste capítulo, é garantir a qualidade e a exigência dos programas que oferecemos. Tenho o prazer de recordar, a este propósito, que o IEP foi em Janeiro passado distinguido pelo ranking conjunto da revista Foreign Policy e da Universidade da Pensilvânia como a única instituição portuguesa de investigação em políticas públicas a ser integrada na lista das melhores á escala mundial. Recordo que foram avaliadas 19 instituições nacionais e que apenas o IEP foi seleccionado. Por contraste com esta excelente avaliação, é meu dever ainda recordar que, quase na mesma data, em Dezembro passado, a FCT baixava a avaliação do centro de investigação do IEP de “Good” para “Fair”. Há dois meses, a FCT rejeitou todos os projectos de investigação submetidos por investigadores do IEP: em seis projectos submetidos, os seis foram rejeitados. E, ainda mais recentemente, foram recusadas quatro bolsas de doutoramento a candidatos a doutoramento do IEP, recusas fundadas na baixa avaliação que a FCT faz do IEP.

Gostaria de dizer três coisas breves sobre este assunto.

Em primeiro lugar, mesmo que a avaliação da FCT fosse aceitável, que não é, ela não deveria ser aplicada aos alunos de doutoramento. Estes não são alunos do Centro de Investigação – que é apenas uma sub-unidade do IEP – mas do IEP no seu conjunto. Nem que fosse por esta razão apenas, a FCT deveria avaliar o ensino do IEP quando avalia candidaturas a bolsas de doutoramento.

Em segundo lugar, vamos criar no IEP um júri próprio de avaliação, com avaliadores externos, tal como todos os nossos júris, que vão avaliar as quatro candidaturas recusadas pela FCT. Se estas candidaturas tiverem mérito, o IEP garantir-lhes-á Bolsas para pagamento de propinas.

Em terceiro lugar, queremos registar a óbvia existência de uma dissonância cognitiva entre, por um lado, a avaliação do IEP pela FCT, e, por outro lado, a avaliação do IEP por instâncias internacionais e pelos melhores alunos e professores portugueses. Não faremos comentários sobre esta dissonância, nem entraremos em guerras na comunicação social. Ninguém é bom juiz em causa própria. Apenas diremos que ficaríamos preocupados se a situação fosse a inversa: se recebêssemos grandes elogios e generosas verbas da FCT, e se fossemos simultaneamente ignorados pelas melhores instituições e professores internacionais, pelos melhores alunos e melhores professores nacionais. Aí, sim, ficaríamos preocupados. Na situação actual, estamos tranquilos. Sabemos que a verdade sobre o IEP acabará por prevalecer, até mesmo na FCT, contra a qual, aliás, nada temos em princípio.

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Desde o início das nossas actividades, em 1996, dissemos que, para fazer um programa de excelência, não bastava termos o melhor programa em Portugal. Não bastava ter os melhores professores nacionais e os melhores alunos nacionais – aos quais estamos gratos e reconhecidos, e sem os quais nada do que temos feito seria possível. Estamos particularmente orgulhosos e gratos por ter connosco o fundador da Ciência Política e das Relações Internacionais como disciplinas autónomas na Academia portuguesa. Refiro-me, como todos sabem, ao Professor Adriano Moreira, um Senador da nossa Democracia e um Mestre de todos nós. Inspirados no seu exemplo, dissemos desde o início que era preciso também estar entre os melhores, e em interacção com os melhores, no plano internacional. Foi por isso que procurámos integrar desde o início o nosso programa num ambiente internacional: trouxemos e continuamos a trazer professores estrangeiros convidados, e começámos a enviar alunos nossos para o estrangeiro como visitantes, designadamente para as Universidades de Oxford, King’s College, Londres e, nos EUA, Georgetown e Boston College, entre outras. Esta estratégia de internacionalização deu os seus frutos: vários alunos nossos foram entretanto admitidos a doutoramento nalgumas das melhores universidades do mundo: Cambridge e London School of Economics, no Reino Unido; Harvard, Chicago, Boston College, Claremont e Colorado, nos Estados Unidos da América. Passámos a integrar o Mestrado conjunto em European History and Civilization, promovido pelo consorcio EUROPAEUM e integrando as Universidades de Leiden, Paris-Sorbonne e Oxford. Agora, finalmente e como já referi, fomos reconhecidos internacionalmente como a melhor instituição portuguesa de investigação em políticas públicas pelo ranking da Foreign Policy e da Universidade da Pensilvânia.

Ainda no âmbito desta estratégia de internacionalização, permitam-me que recorde os nossos Cursos de Verão, em associação com a Universidade de Harvard, o Bóston College, a Escola de Negócios polaca de Nowy Sancsz, e o EUROPAEUM, com sede em Oxford. Trata-se de uma iniciativa cuja 17ª edição, realizada em Junho último, mais uma vez no histórico Hotel Palácio do Estoril, e dedicada ao 60º Aniversário da fundação da NATO, contou com os apoios decisivos da própria NATO e do International Fórum for Democratic Studies – aos quais, nesta ocasião, queremos mais uma vez exprimir os nossos agradecimentos.

Senhor Reitor,

Senhor Professor Anthony Kenny, Ilustres Membros da Mesa, Ilustres Convidados,

Minhas Senhoras e Meus Senhores,

Nada do que fizemos ao longo destes doze anos teria sido possível sem a excepcional qualidade e dedicação dos alunos que nos procuraram – alguns dos quais trabalham hoje connosco na excelente equipa executiva do IEP. É para eles que tem de ir o nosso maior agradecimento.

Desde o início do nosso Programa, em 1996/97, mais de 700 alunos passaram já pelo IEP da UCP. Muitos ocupam ou já ocuparam postos governamentais e parlamentares, ou desempenham funções de direcção em várias instituições nacionais e internacionais, designadamente em empresas privadas de primeira qualidade.

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Temos de dizer, com franqueza, que a nossa melhor recompensa são os nossos alunos – a sua qualidade e dedicação, o seu empenhamento, o seu entusiasmo. Eles são a razão de ser do nosso Programa e deles depende a existência do Programa. Não só porque são os nossos alunos que pagam as propinas – e isso já é muito --, mas porque é para eles que decidimos em cada novo dia manter os nossos padrões de exigência – sem concessões ao populismo e facilitismo, por vezes dominantes na nossa atmosfera cultural.

Os alunos que nos procuram e que connosco trabalham sabem ao que vêm e para que vêm. Não estamos aqui para lhes dar terapias de grupo em promoção artificial de auto-estima; estamos aqui para trabalhar com esforço e dedicação; não estamos aqui para lhes dizer que tudo é igual ao seu contrário, nem que todo e qualquer disparate é admissível desde que seja expresso com autenticidade; estamos aqui para procurar o Bem, o Belo e a Verdade, num esforço comum, fundado no diálogo crítico e livre entre propostas rivais e numa permanente conversação entre Fé e Razão; não estamos aqui para treinar agitadores revolucionários nem propagandistas reaccionários; estamos aqui para educar aqueles que Raymond Aron designava de cidadãos livres e responsáveis – gentlemen, na feliz expressão inglesa – que possam amanhã servir o País e o Mundo Livre, a que nos orgulhamos de pertencer, com sentido de dever, com equilíbrio e moderação, e, sobretudo, com elevação.

Referências

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