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Informativo nº 38 ADICIONAL DE REMUNERAÇÃO PARA AS ATIVIDADES PENOSAS, INSALUBRES OU PERIGOSAS

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Informativo nº 38

ADICIONAL DE REMUNERAÇÃO PARA AS ATIVIDADES PENOSAS, INSALUBRES OU PERIGOSAS

A Emenda Constitucional Federal nº 19, de 1998, não assegurou aos servidores públicos o direito ao adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, disposto no art. 7º, inciso XXIII, da Constituição Federal/1988.

Embora o direito ao adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres e perigosas não tenha sido estendido diretamente ao servidor público pelo Legislador Constituinte (art. 39, §3º), nada impede que esse direito seja concedido ao servidor público por meio de legislação própria e específica de cada ente político, face à autonomia administrativa garantida aos entes federativos pelo art. 18 da Constituição Federal.

Ademais, o servidor que exerce atividade insalubre, de risco ou penosa, faz jus à percepção do respectivo adicional, face aos riscos em que se envolve em ambiente agressivo de trabalho.

Nesse acorde, os Municípios têm competência para organizar, manter e prestar os seus serviços e, ainda, para regulamentar os direitos e deveres de seu funcionalismo, observados os limites fixados na Lei.

Assim, desde que previsto no Estatuto dos Servidores ou em lei municipal específica os servidores municipais expostos às atividades consideradas como penosas, insalubres ou perigosas, fazem jus ao adicional de remuneração para tais atividades.

CONTRATAÇÃO DIRETA - DISPENSA PELO VALOR

Na Administração Pública quando se contrata obras, bens e serviços a regra é licitar. Há, no entanto, algumas exceções a essa regra, que são as situações excepcionais em que a licitação é legalmente dispensada (art. 17), dispensável (art. 24) ou inexigível (art.25), permitindo a contratação direta, nos termos da Lei de Licitações e Contratos Administrativos (Lei nº 8666/1993).

Assim, quando o administrador decidir pela contratação direta deve ser cauteloso, pois a Lei de Licitações considera ilícito penal dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses descritas em lei.

Nesse seguimento, na situação de dispensa, a licitação é possível, por haver possibilidade de competição, mas não é obrigatória.

A Lei de Licitação, no art. 24, incisos I e II, enumerou que a licitação é considerada dispensável face ao seguinte valor da contratação:

• Até R$ 15.000,00 - obras e serviços de engenharia, desde que não se

refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda de natureza idêntica e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitante (10% de R$150.000,00 – art. 24, I).

• Até R$ 8.000,00 - compras e outros serviços, desde que não ser refiram a

parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez (10% de R$ 80.000,00 – art. 24, II).

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Os percentuais referidos nos incisos I e II do art. 24 serão 20% (vinte por cento) para compras, obras e serviços contratados por consórcios públicos, sociedade de economia mista, empresa pública e por autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, como Agências Executivas (Parágrafo único do art. 24).

Ademais, na contratação direta pelo valor, a Administração fica desobrigada de promover a ratificação e a publicação do ato na imprensa oficial, formalidades essas previstas no art. 26 da Lei nº 8.666/1993, no entanto, deve motivar o ato de dispensa de licitação e dar publicidade à contratação, nos termos do art. 16 da Lei de Licitações e Contratos, observando os seguintes passos recomendados pelo Tribunal de Contas da União – TCU, tais como:

I. solicitação do material ou serviço, com descrição clara do objeto;

II. justificativa da necessidade do objeto;

III. elaboração da especificação e da quantidade a ser adquirida, em caso de material;

IV. elaboração de projetos básico e executivo para obras e serviços, no que couber;

V. pesquisa de mercado junto a três fornecedores, sempre que possível;

VI. justificativa do preço;

VII. elaboração de mapa comparativo de preço;

VIII. anexação do original das propostas;

IX. indicação dos recursos para a cobertura da despesa;

X. autorização do ordenador de despesa;

XI. emissão da nota de empenho;

XII. formalização do contrato ou substituição por instrumento hábil, nos termos do art.

62 da Lei nº 8666/1993.

Nessas situações, alerta-se para a necessária observância do que se segue:

 o valor relativo à estimativa da despesa deve corresponder ao total da compra ou do serviço, a fim que o objeto da licitação não venha a ser fracionados para fugir a modalidade superior ou enquadrar-se na hipótese de dispensa;

 as obras, serviços e fornecimentos devem ser programados na sua totalidade, com previsão de custos atual e final e dos prazos de sua execução.

O Tribunal de Contas de Minas Gerais - TCEMG ressalta “ (...) a necessidade de as contratações serem programadas na sua integralidade, sendo que, ultrapassado o limite legalmente fixado para dispensa, a licitação será obrigatória. (Informativo de Jurisprudência nº 25/2010).

Nesses termos, alertamos que a Lei de Licitações veda o fracionamento (art. 23, §5º), que se caracteriza quando se divide a despesa para adoção de dispensa de licitação ou modalidade de licitação menos rigorosa que a determinada para a totalidade do valor do objeto a ser licitado.

CONTROLE INTERNO

Controle interno é o conjunto de recursos, métodos e processos, adotados pelas próprias gerências do setor público, com vista a impedir o erro, a fraude e a ineficiência. A partir da constatação, pelo órgão de controle interno, da prática de irregularidades, atividades antieconômicas e ineficientes, a autoridade competente deve ser informada, de imediato, para apurar e confirmar a irregularidade ou ilegalidade, uma vez que pode ocorrer de o órgão controlador se equivocar no seu entendimento. Tudo apurado e confirmado, a Administração tem o dever-poder de rever os seus atos, tomando as providências adequadas, exercitando, pois, seu poder de autotutela.

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Destacamos algumas irregularidades apontadas como deficiências no sistema de controle interno da municipalidade, a partir de inspeções realizadas nas Prefeituras pelo Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais – TCEMG:

 Divergência entre saldos financeiros

Deve haver coincidência entre os valores dos saldos bancários e os valores apresentados no balanço financeiro. No caso da não ocorrência da coincidência, devido a erros em extratos ou lançamentos, cheques em trânsito ou outros motivos, deverão ser elaboradas as respectivas conciliações bancárias e/ou correções contábeis quando for o caso.

 Comprovação de aplicações financeiras

Sempre que o Município auferir receitas derivadas de aplicações financeira regularmente efetuadas, os valores dessas receitas deverão ser comprovados por extratos bancários ou outro documento válido, fornecido pela entidade financeira.

 Classificação da despesa

As despesas precisam ser corretamente classificadas de acordo com as verbas e códigos legalmente estabelecidos e constantes da Lei Orçamentária. Erros na classificação constituem grave ilegalidade e grave irregularidade, comprometendo o desempenho da gestão financeira-orçamentária e contaminando a prestação de contas. (lei 4.320/1964)  Demonstração de saldo orçamentário na nota de empenho

A falta de demonstração de saldo orçamentário na Nota de Empenho é irregular e significa ou pode significar despesa realizada sem cobertura orçamentária legal. O ordenador da despesa não deve assinar Nota de Empenho sem que dela conste a demonstração de saldo orçamentário suficiente.

 Falta de liquidação da despesa

É comum verificar-se que ordenadores das despesas assinam, também, a liquidação da Nota de Empenho o que constitui irregularidade quando a competência é de agentes diferentes.

A liquidação da despesa é a comprovação documental de que o objeto da despesa foi devidamente concretizado, ou seja, que a mercadoria ou bem adquirido foi recebido pelo órgão competente, ou que os serviços ordenados foram devidamente prestados ao Município. Isso deve ser atestado mediante assinatura do responsável por essa conferência, geralmente almoxarife, encarregado de obras, chefe do por patrimônio, ou de quem foi designado para ser o fiscalizador.

Assina a liquidação da despesa quem verificou e conferiu a entrega do bem ou a prestação do serviço, não aquele que ordena a despesa, salvo em casos excepcionais de acumulação de competências, funções e atribuições, o que pode ocorrer em entidades e órgãos menores.

 Falta de recibo ou quitação

Cada pagamento para ser efetuado deve contar com o respectivo recibo ou quitação, caso contrário a responsabilidade será de quem autorizou a despesa ou pagamento, sempre que houver cobrança posterior da importância não devidamente quitada. Recibos e quitações podem ser documentados mediante assinatura válida na nota fiscal, ou em recibos avulsos ou, ainda, mediante autenticação mecânica, corretamente identificada e perfeitamente legível.

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FIQUE ALERTA

O art. 25, inciso III, da Lei nº 8666/1993 dispõe que é inexigível a licitação “para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública”.

Nesse contexto, vale lembrar que o empresário exclusivo se diferencia do mero intermediário, que é aquele que agencia eventos em datas específicas.

Sob essa questão, vejamos decisão do Tribunal de Contas - MG sobre o assunto:

“Contratação de músicos sem licitação só pode se dar diretamente ou através de empresário exclusivo. Distinção entre empresário e intermediário. “(...) pela irregularidade da contratação direta dos shows, mediante inexigibilidade de licitação, pelas razões a seguir expostas: (...) a empresa (...) detinha a exclusividade de venda das referidas bandas apenas nas datas dos referidos shows, o que comprova que esta foi apenas uma intermediária na contratação dos grupos. A dita exclusividade seria apenas uma garantia de que naquele dia a empresa (...) levaria o referido grupo para o show de seu interesse, ou seja, a contratada não é empresária exclusiva das bandas em questão, o que contraria o art. 25, III da Lei de Licitações. (...) a figura do empresário não se confunde com a do intermediário. Aquele é o profissional que gerencia os negócios do artista de forma permanente, duradoura, enquanto que o intermediário, hipótese tratada nos autos, agencia eventos em datas aprazadas, específicas, eventuais. (...)". (Denúncia n.º 749058. Sessão do dia 09/10/2008)

Assim, se o artista for consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública, a contratação, observado o procedimento administrativo disposto no art. 26, da Lei nº 8666/1993, pode ocorrer diretamente com o artista ou através do seu empresário exclusivo, que é aquele que gerencia o artista de forma permanente.

SÚMULAS DAS DECISÕES DO TRIBUNAL DE CONTAS DE MINAS GERAIS

SÚMULA 109(PUBLICADA NO “MG” DE 26/11/08 - PÁG. 72)

“Comprovada a inexistência de bancos oficiais em seu território, o Município poderá, mediante prévia licitação, movimentar seus recursos financeiros e aplicá-los em títulos e papéis públicos com lastro oficial, em instituição financeira privada, sendo-lhe vedada a contratação de cooperativa de crédito para esse fim.”

SÚMULA 110 (PUBLICADA NO “MG” DE 05/12/09 - PÁG. 74)

“Os órgãos e entidades integrantes da administração pública direta e indireta do Estado e dos Municípios deverão possuir escrituração contábil regularmente assentada nos livros Razão e Diário, observados os princípios e normas contábeis pertinentes aos registros dos atos e fatos de natureza orçamentária, financeira e patrimonial, bem como mantê-los permanentemente arquivados na respectiva sede, sob pena de responsabilização.”

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SÚMULA 113 (PUBLICADA NO “MG” DE 12/05/10 - PÁG. 53)

“O lapso temporal a ser considerado como parâmetro de definição da modalidade licitatória cabível às contratações relativas a parcelas de um mesmo objeto ou a objetos de natureza semelhante, cuja duração encontra-se regida pelo "caput" do art. 57 da Lei n. 8.666/93, deverá corresponder ao próprio exercício financeiro, adotando-se, nesses casos, a modalidade licitatória compatível com o valor global das contratações.”

SÚMULA 114 (PUBLICADA NO “MG” DE 12/05/10 - PÁG. 53)

“É obrigatória a realização de licitação por itens ou por lotes, com exigências de habilitação proporcionais à dimensão de cada parcela, quando o objeto da contratação for divisível e a medida propiciar melhor aproveitamento dos recursos disponíveis no mercado e a ampla participação de licitantes, sem perda da economia de escala, adotando-se, em cada certame, a modalidade licitatória compatível com o valor global das contratações.”

Referências

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