• Nenhum resultado encontrado

mais ampla que se propoe a reavaliar uma das modalidades car a existencia de marcas formais que caracterizam e!

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "mais ampla que se propoe a reavaliar uma das modalidades car a existencia de marcas formais que caracterizam e!"

Copied!
10
0
0

Texto

(1)

mais ampla que se propoe a reavaliar uma das modalida-des da frase: a interrogativa, com 0 intuito de verifi car a existencia de marcas formais que caracterizam e! se tipo de frase. A presente comunicaCao ficara conce~ trada apenas no estudo das interrogativas totais.

Os diferentes tipos ou modalidades de frases comumente encontradas nas gramaticas ou manuais da l1n

ora gramatical, ora psicologico, embora seria preferi-vel que a divisao fundamental fosse psicologica, con-forme as funcoes basicas da linguagem: intelectiva, vo

Numa primeira fase, buscamos em algumas gra-maticas pedagogicas 0 conceito de frase(1} e verifica-mos que a frase

e

interpretada como unidade da comuni-cacao lingftistica, caracterizada, do ponto de vista c£ municativo, por ·ter um proposito claro e definido, is-to

e,

procura agir sobre urn indiv1duo com objetivos di

(1) Os termos frase, oraCao, proposicao e enunciado sac utilizados como sinonimos, neste trabalho.

(2)

o

proposito definido esta relacionado

a

uni-dade intencional, de aspecto psicologico. Esse

compo-ter nenhuma. Estes tres aspectos se manifestam na clas sificacao dos tipos de frase.

ra gramatical propria, mas possui uma estrutura fonica particular que e sua entoacao".

Referindo-se brevemente

a

entoacao podemos d! zer que cabe a ela transformar palavras em enunciados.

qualquer seqUencia verbal so constituira uma frase se for afetada por uma entoacao terminal, qualquer que se ja a sua modalidade(2).

da frase, a modalidade e uma serie de elementos que i~ dicam que 0 "dictum" e tido como realizado ou nao,

(2) Consideramos a modalidade como as marcas pelas quais urn falante manifesta sua atitude face ao enunciado que produz.

(3)

te --

e

a funcao logic a da modalidade aparente ou im-plicita.

Para a gramatica gerativa a modalidade e urn constituinte imediato da frase de base, juntamente com o nucleo ou padrao lingdistico. Esse constituinte moda lidade (MOD ou CONST) representa quatro elementos obri gatorios (Declarativo, Interrogativo, Exclamativo e Im perativo) e tres facultativos (enfase, negacao ou pas-sivo) -- (DUBOIS, 1970). Os elementos obrigatorios nao ocorrem simultaneamente, isto e, sac mutuamente exclu-sivos. Os elementos facultativos sac livremente comb i-naveis entre si e com cada urn dos elementos obrigato-rios. No exemplo,

(1) t a peonada que nao esta pilchada para 0 desfile?

verificamos a combinacao do elemento obrigatorio (in-terrogativo) com os facultativos (enfase, negacao e passivo) •

Como j~ mencionamos, delimitamos nosso traba-lho

a

frase interrogativa, definindo-a como urn tipo de frase que expressa uma pergunta, diferenciando-se da declarativa, no plano formal, pelo emprego de particu-las especiais (pronomes e adverbios), por urna entoacao particular ou por uma ordem diferente dos componentes.

WUNDT buscou uma explicacao para as oracoes interrogativas na tentativa de fazer urna declaracao que esbarra com a falta de algo, para cuja confirmacao

(4)

e

formulada a resposta.

Para LENZ, na interrogativa total 0 que

fal-ta e saber se todos os elementos do enunciado

corres-pondem ou nao

a

realidade do conceito total. No exem-plo,

(2) Tu vails) seguir a peonada?

e preciso saberse 0 fate de seguir corresponde

a

realidade. Par isso, resposta a perguntas desse

ti-po

e

dada, normalmente por ~ ou NAo que evidenciam a existencia de tal correspondencia.

BRANDAo diz que temos interrogativas totais

quando objetivamos uma duvida total sobre um fato. Tal

como LENZ espera que as respostas devam ser dadas "por

uma so palavra - SIM ou NAo".

Asinterrogativas totais para MIRA MATEUS sac

perguntas sobre a relacao de predicacao, ou seja, se

uma dada propriedade convem ou nao a um dado termo.

Partilhamos do ponto de vista de MATTOSO CAMARA (1975)

e MIRA MATEUS (1984), para os quais estas perguntas

nao constituem uma proposicao. ~ a resposta que lhes

dara 0 estatuto de proposicao ao afirmar ou nao a rela

Cao de conveniencia.

Pode ocorrer, entretanto, que 0 falante nao esteja em condicoes de afirmar ou negar, pode~

do, entao, nao responder ou utilizar-se de um

ad-ve~bio modal (talvez, possivelmente,

(5)

Podernos topicalizar urna frase fazendo corn que 0 foco da interrogacao recaia sobre deterrninada porcao da frase. Essa topicalizacao pode ocorrer por rneios prosodicos (rnaior intensidade) ou por proces-50S sintaticos. Cornpararnos OS seguintes blocos de fra

(3) 0 Amaral vai

a

estancia arnanha? (3a) t arnanha que 0 Amaral vai

a

estancia? (3b) Amanha

e

que 0 Amaral vai

a

estancia? (4) 0 Amaral vai a estancia arnanha?

(4a) t 0 Amaral que vai

a

estancia arnanha? (4b) 0 Amaral

e

que vai

a

estancia arnanha? (5) 0 Amaral vai

a

estancia arnanha?

(Sa)

t

a

estancia que 0 Amaral vai arnanha? (Sb) A estancia

e

que 0Amaral vai arnanha? e verificarnos: 0 que 0 falante deseja obter como resposta e 0 que ele ja sabe ou pressupoe

e

dife-rente nos tres blocos de frases. Ern (3 3a - 3b) ternos focalizada a ternporalidade. Ern (4 - 4a 4b) focalizarnos a rnarca actancial. Ja ern (5 - Sa Sb) focalizarnos a rnarca de locativo. Nos exernplos con-siderados acirna ternos as interrogativas focaliza-das.

(6)

Encontrarnos comumente interroqativas com loc~ coes adverbiais (6) e, tambem, com quantificadores (7)

(6) Tu vails) ao retiro a cavalo?

(7) Estiveste no povoado por multo tempo? Sabemos que toda interrogativa total, sintati camente, nao pode apresentar nenhuma alteracao em rela cao

a

declarativa correspondente.

e

a entoacao especI-fica que a distinguira da declaratlva, como vemos em:

(8) A boiada chegou. (9) A boiada chegou?

Em seus trabalhos MIRA MATEUS considera a po~ sibilidade de alteracao na ordem das palavras, de modo diferente das frases declarativas. Consideremos,

(10) Tera a peonada acreditado na vltoria dos maragatos?

(10a) Tera acreditado a peonada na dos maragatos?

(10b) Tera acreditado na vitoria dos maraga-tos a peonada?

Entretanto vemos que nao

e

possIvel determi-nar se

e

a regra de inversao ou a de deslocamento do verba ou do auxiliar para 0 inIcio da frase que carac-teriza os exemplos acima.

Considerando ainda,

(11) Aquele frangote

e

farrista ou nao? verificamos que, semanticamente, uma interrogativa to-tal pode ser aproximada de uma interrogativa alternati

(7)

va. MIRA MATEUS busca explicar tal fate considerando que, em toda a interrogativa alternativa 0 falante

so-licita uma informacao sobre 0 valor de verdade do enun ciado proferido numa situacao particular. Dessas proP2 sicoes uma constitui a resposta.

Partilhamos com QUIRK da concepcao de que ha dois tipos de interrogativas alternativas. 0 primeiro

e

0 que se assemelha as interrogativas totais e 0 se-gundo as interrogativas parciais. Consideremos:

(12) Tu gosta(s) de compota de goiaba ou de

(13) Que compota tu gosta(s)? Goiaba ou figo?

o

primeiro tipo (12) difere da interrogativa total apenas pela entoacao (a IT tern final ascenden-tel; a interrogativa alternativa, contem nucleos sepa-rados para cada alternativa, exceto a ultima, cuja entoacao

e

descendente indicando que a lista de opcoes esta completa. Consideremos ainda:

(14) Tu gosta(s) de pitanga, guabiroba ou

bu-Toda interrogativa alternativa implica que 0 falante tenha como verdadeira apenas uma das duas ou mais alternativas listadas na questao.

o

segundo tipo de interrogativa alternati-va (13)

e

formado, na realidade, por duas perguntas se paradas, ou seja, uma interrogativa parcial seguida de uma interrogativa alternativa eliptica. Na verdade

(8)

te-(13a) Que compota tu gosta(s)? Tu gosta(s) de goiaba ou figo?

Para QUIRK qualquer interrogativa total ser transformada numa interrogativa alternativa, acrescimo de ou nao, con forme exemplo:

(15) Tu queres urn chimarrao?

(15a) Tu queres urn chimarrao ou nao?

pode pelo

(16) Tu vails) pro pastoreio?

(16a) Tu vails) pro pastoreio ou nao?

Nas respostas, verificamos corn bastante fre-qfiencia 0 emprego do mesmo verba da pergunta, de urn in tensificador, ou de urn adverbio, conforme:

(18) Tu sente(s) saudades da querencia? Sin-to/muita (Vb 6uInqou(Vb + int.) - sinto muita

(19)

Ja

limpaste(s) as cocheiras?

Ja

Ern seus trabalhos QUIRK (1976) e MIRA MATEUS (1984) referem-se as frases interrogativas como a ex-pressao de urn ato ilocutorio por meio do qual 0 falan-te solicita a seu interlocutor que lhe forneca verbal-mente urna informacao que nao possui. Entretanto, encon tramos enunciados que sac pedidos indiretos de uma acao, isto

e,

solicitarn ao interlocutor que realize urna aCao e, necessariamente, nao requerem uma resposta

(9)

verbal. Exemplificando:

(20) Tu me passa(s) a chaleira? (21) podes encilhar 0 alazao?

Tradicionalmente as frases interrogativas nao sac consideradas como modais, porque em muitas linguas

(latim, grego e linguas modernas) a distincao sintati-ca entre urna frase declarativa e urna interrogativa, por exemplo, nao se associa a diferencas na flexao ver bal, mas sim ao emprego do modo indicativo, vinculado as varias particulas interrogativas, a mudanca de or-dem de palavras, ou ainda a entoacao. Entretanto, se-gundo LYONS (1979) as frases interrogativas se difere~ ciam das declarativas por modalidades suplementares que indicam 0 que 0 falante espera.

A entoacao ascendente e a marca fonologica do esquema oracional. t urn dos mais importantes modali zadores do enunciado, atraves do qual 0 falante mani-festa suas intencoes, orientando sutilmente 0 ouvinte sobre 0 modo como 0 enunciado deve ser entendido.

Alem da entoacao, verificamos na linguagem co loquial a presenca de outra marca formal de interroga-cao, au seja, a locucao e que.

(10)

01) BALLY, C. Linguistique generale et lingOistique francaise. Paris, Editions Francke Berne, 1965.

02) BECHARA, E. Moderna Gramatica portuguesa. Sao Pau-lo, Ed. Nacional, 1977.

03) CEGALLA, D.P. NovIssima Gramatica da LIngua Portu-guesa. Sao Paulo, Ed. Nacional, 1976.

04) LENZ, R. La oracion y sus partes. Madri, 1935.

05) MATTOSO CAMARA Jr., J. Historia e Estrutura da lIngua portuguesa. Rio de Janeiro, Padrao-Livra ria Editora Ltda., 1976.

06) MIRA MATEUS,M.H. et alii. Gramatica da portuguesa. Coimbra, Almedina, 1983.

07) QUIRK, R., GRRENBAUN, S. A university grammar of english. London, Longman, 1976.

Referências

Documentos relacionados

•   O  material  a  seguir  consiste  de  adaptações  e  extensões  dos  originais  gentilmente  cedidos  pelo 

A Tabela 3 apresenta os resultados de resistência ao impacto Izod e as caracterizações térmicas apresentadas em função dos ensaios de HDT, temperatura Vicat e a taxa de queima do

Deste modo, o adequado zoneamento e sua observância são fundamentais para a conciliação da preservação ou conservação de espécies, hábitats e paisagens dentre outras e

Este trabalho buscou, através de pesquisa de campo, estudar o efeito de diferentes alternativas de adubações de cobertura, quanto ao tipo de adubo e época de

O enfermeiro, como integrante da equipe multidisciplinar em saúde, possui respaldo ético legal e técnico cientifico para atuar junto ao paciente portador de feridas, da avaliação

Apothéloz (2003) também aponta concepção semelhante ao afirmar que a anáfora associativa é constituída, em geral, por sintagmas nominais definidos dotados de certa

A abertura de inscrições para o Processo Seletivo de provas e títulos para contratação e/ou formação de cadastro de reserva para PROFESSORES DE ENSINO SUPERIOR

O candidato e seu responsável legalmente investido (no caso de candidato menor de 18 (dezoito) anos não emancipado), são os ÚNICOS responsáveis pelo correto