COMO
DISTINGUIR
OS
ALIMENTOS
MAIS
SAUDÁVEIS
E
MELHOR
ESTA
MACA...
...OU
ESTA?
•
Parecem iguais,
mas a da
esquerda
tem
mais
vitamina
C
e
antioxidantes
que podem
ajudar
a
prevenir
a
diabetes,
doenças
do
coração
e cancro.
A
SÁBADO
revela todas
as
conclusões
dos
estudos
mais recentes
que comparam
comida
biológica
e
convencional
SAÚDE.
VEJA ACOMPARAÇÃO
PRODUTO
APRODUTO
O
QUE
ESTÁ
DENTRO
DOS
AUMENTOS
A escolha
entre
duas
maçãs quase
iguais
pode
significar
a
diferença
entre
prevenir doenças
cardiovasculares,
diabetes, demência
e
cancro-ou
não.
Descubra
tudo
o
que
se
sabe hoje
sobre
a
comida
biológica
:os
números,
as
dúvidas
e
as
certezas.
Por
Joana
Stichini
Vilela
Imagine
duas maçãs: uma épequena,
depele baça, áspera erugosa; aoutra
brilha
etem uma
forma perfeita. Qualserá mais nutritiva? Se a
primeira
for biológica easegunda tiver sido produ-zidadeforma convencional, há poucas dú-vidas-
aprimeira. Estudos recentes da Uni-versidade deVarsóvia, naPolónia,concluí-ram
que
as maçãsbiológicas
têm
quantidades
muito
superiores desubstân-cias com acção antioxidante. Isto é,que
po-dem
ajudar aprevenir adiabetes, asdoen-çascardiovasculares, ademência e
sobretu-do certos tipos de cancro.
De forma geral, os níveis mais elevados
deantioxidantes ede
vitamina
C,queéim-portante
para osistemaimunitário,
sãoasduas grandes tendências positivas encon-tradas pelos cientistas nos frutos e
produ-tos hortícolas biológicos, como o
tomate,
o
kiwi,
opêssego e opimento
vermelho.Em 2007,
pelaprimeira
vez,um
estudo holandêsprovou
que há vantagens para asaúde
no consumo
dealimentos
biológi-cos, ao concluir que nas crianças
alimen-tadas com
produtos
lácteosbiológicos,
ecujas mães
também consomem
produtosHá menos
36%
de
casos
de
eczema
em
crianças
que
usam
produtos
lácteos biológicos
lácteos biológicos,
há
menos36%
deca-sos de eczema (lesão da
pele).
Ao mesmo
tempo,
ede acordo com osespecialistas, preocupações ambientais e
vários escândalos alimentares
diminuíram
aconfiança dos consumidores nos
produ-tos convencionais. Em Portugal, o sector
daagricultura biológica
aumenta
cerca de34% por
ano. Em Agosto,um
estudo da Faculdade de Ciências Médicas daUniver-sidade Nova de Lisboa revelou que quase
metade
das mães de criançasentre
1 e 5anos do
distrito
de Lisboa jáusaram
ali-mentos
biológicos na alimentação dosfi-lhos
-
uma em cada 10fá-lo
to-dos os dias. Quase todas
(90%)
justificam
aescolha com os "be-nefícios para asaúde".Aarquitecta Livia Tirone, de47 anos, com
uma filha
de 20 anos eum filho
de 17, acompanha estatendência.
Todos osfins-de-semana
faz compras na cooperativa deprodutosbioló-gicos Biocoop, no Prior Velho, perto de
Lis-boa.
Há
quase 30anos queaalimentação éuma
das suasprincipais preocupações."Ti-nha muitos
problemas de saúde quene-nhum
médico sabia explicar, principalmen-te alergias", conta. Recorreu, então, a espe- ?Quase metade das mães decrianças entre
1e 5 anos, dodistrito de Lisboa, jáusaram alimentos biológicos na alimentação dosfilhos
h
Tematé97%mais flavonóides,substâncias com acção antioxidante que
ajudam aprevenir doenças cardiovas-culares. Podem proteger de certos tipos de cancro, sobretudo seassociados
àvitamina C,aos betacarotenos
eao licopeno.
m
Tem mais vitamina C,que contri-bui para absorver oferro dos alimentos.h
Tem mais betacarotenos, uma dasformas deobter vitamina A, boa para
os olhos, para apele epara asmucosas.
§¦
Tem mais licopeno, um poderoso anticancerígeno encontrado emgran-desquantidades notomate maduro.
§¦
Tem mais glicoalcalóides. Em doses muito elevadas podem causarenvenenamento edanos nos sistemas nervoso central edigestivo.
0
tomateverde contém 43vezes mais glico-alcalóides do que o maduro
-
ondeosteores desta substância são quase residuais.
¦i
Tem mais 60%deácido linoléico conjugado (CLA), associado aumaacção anticancerígena, aomenor risco de doença cardiovascular edediabetes tipo 2, e aoaumento da função imunitária.¦
Tem mais 39% deácido alfa lino léico. Em conjunto com o CLA, contrariaosefeitos negativos dos ácidos gordos saturados {entre 60e70%da gordura do leite): aumento do risco de obesida-de, de doença cardiovascular, de pré--diabetes e desíndrome metabólica.
h
Tem mais 33% de carotenóides,essenciais para aformação de
vitami-na A, benéfica para os olhos, para
apele eparaasmucosas.
¦
Tem mais 33% de alfa-tocoferol, uma forma devitamina E,umantioxidante bom paraos olhos.
{Estesresultados só severificam no período emquea
vacaestá na pastagem. Quando está confinada, as dife-rençasentreos doismodos de produção desaparecem.)
Tem mais ácidos gordos saturados.
? dalistas emterapias naturais. A solução foi
mudar dedieta. Resultou.
"Nós sabemos que muitas toxinas vèm domeio que nos rodeia. Como mãe
cons-ciente, ao gerir acasa, cabe-me minimizar
o risco dessas toxinas entrarem em contac-to connosco", argumenta. Osprodutos
bio-lógicos chegam apenas paraaprimeira me-tade dasemana, depois recorre aomercado
local: "É impossível consumir apenas bio-lógico. Hápoucos pontos onde podemos abastecer-nos." Gasta mais dinheiro, mas diz que compensa: "Tudo aquilo que in-vestimos em prevenção aonível da nossa
saúde sópode sair barato." Eainda diz que éraro alguém ficar doente lá em casa.
MAS A CONVICÇÃO deLívia, ede cada vez mais consumidores, ainda não éuma
cer-teza científica. Mesmo considerando os vá-rios relatos demédicos edeoutros espe-cialistas que hádécadas associam o
consu-mo de produtos biológicos à cura de
doenças como o cancro. "Não háprovas de
quesecure ocancro com determinado ali-mento. As curas acontecem porum acumu-lardetratamentos", afirma Paula Ravasco,
autora do livro Alimentação para oDoente Oncológico. Acientista admite, no entanto, queseum produto biológico for mais rico
em termos nutricionais poderá ser
benéfi-co, não sóquando se seestá doente, masem qualquer situação.
0
problema équenão há provasdefiniti-vas dequeosprodutos biológicos sejam
nu-tricionalmente vantajosos, avança Pedro Gra-ça,professor da Faculdade de Ciências da Nutrição edaAlimentação daUniversidade
doPorto. Onúmero detrabalhos científicos
ainda éreduzido emuitos apresentam
re-sultados contraditórios
-
como sepode ver emdois estudos sobre abatata realizados na Polónia enaSuécia. Em 1998,oprimeirotra-balho concluía que os níveis devitamina C
eram idênticos nos modos deprodução bio-lógico
-
com limites rigorosos emrelação aouso de pesticidas edefertilizantessinté-ticos, bem como deantibióticos e de
aditi-vos alimentares, que proíbe o uso de
orga-nismos geneticamente modificados e
privi-legia obem-estar animal
-
enoconvencional. Sete anos depois, o segundo demonstrava que asbatatas biológicas continhammaio-resquantidades destavitamina, que ajuda a
prevenir gripes einfecções. "Não há provas dequesecure o cancro com determinado alimento", defende acientista Paula Ravasco
ÀS VEZES, O PROBLEMA está na
própria
metodologia. "Da qualidade do solo ao
es-tado de maturação, passando pela
forma
como foi
colhido,
háuma variedade
tão grande defactores que afectam acompo-sição
final nutricional
doalimento
que acredito que acabempor influenciar
tam-bém
os resultados finais dos estudos",ex-plica Pedro Graça.
Além
disso, para fazerum
estudo conclusivo,continua,
"tería-mos deter dois grupos populacionais com características
muito
semelhantes, quesódiferissem no consumo deprodutos bio-lógicos ou convencionais
-
oque émuito
difícil
deencontrar".Por enquanto, ainda só se estão afazer comparações em relação a substâncias
es-pecíficas de cada
um
dos alimentos. "Émui-to pouco para saber sevale apena
consu-mi-los", defende Pedro Graça. Depois,
mes-mo que um produto
biológico
tenha
maiores quantidades dedeterminado
nu-triente, épreciso perceber que impacto terá
essadiferença nasaúde.
Foi oque aconteceu em Abril, quando o
coordenador do
maior
projecto deinvesti-gação desempre nesta área, o
Quality
Low Impact Food, apresentou os resultados deum
estudo comparativo sobre oleite.Car-io
Leifert,
professorda Universidade
de Newcastle,em
Inglaterra, concluiu que oleite biológico
contém mais39%
deum
tipo
de ácido gordo ómega 3decadeiacur-ta,que ocorpo
humano
transforma emca-deia longa (e são os de cadeia
longa
queajudam
acombater oenvelhecimento neu-?
h
Tem mais vitamina E.Protegeostecidos dos danos causados pela oxidação. Importante naformação
de glóbulos vermelhos.
H
Tem mais20%
de proteína. Cercade
4/5
são glúten, uma alternativa àproteína animal muito procurada pelos vegetarianos, mas que não étolerada
por1%da população que sofre de
doença celíaca.
H
Tem mais forca (qualidade decertafarinha valorizada na produção de pão).
HAMBÚRGUER
DEVACA PRODUÇÃO EXTENSIVA¦
Tem 10 vezes mais betacarotenoeentre 2,5 e
4,5
vezes mais vitaminaE,duas substâncias com acção antio-xidante.
h
Tem mais60%
de ómega 3, áci-dos gordos com acçãoanti-inflamató-ria eque ajudam aprevenir doenças
coronárias.
m
Tem duas a três vezes mais ácidolinoléico conjugado (CLA). Ajuda aprevenir a arteriosclerose ecertos tipos de cancro.
HAMBÚRGUER
DEVACA PRODUÇÃO CONVENCIONAL¦i
Tem carne maistenra
por ter maisgordura.
h
Tem mais flavonóides, incluindoaquercitina, uma substância com ac-ção antioxidante (anticancerígena) cin-covezes superior àdasvitaminas CeE.
H
Tem mais vestígios de pesticidas.Éum dos alimentos mais
contamina-dos da União Europeia, com resíduos em 46% dasamostras analisadas.
¦i
Tem mais 14%devitamina C, cujoconsumo em frutos frescos reduz os
sin-tomas respiratórios associados àasma.
h
Tem mais 17%de polifenóis, subs-tâncias com acção antioxidante que podem ajudar aprevenir o cancro.h
Tem maior quantidade demine-rais, incluindo cálcio epotássio
-
impor-tantes para evitar cãibras musculares.
KIWI
CONVENCIONALh
Tem maior firmeza edimensão.Pele mais fina. Quantidade de açúcar igual.
H
Tematémais 45%deflavonóides e cinco vezes mais de antocianina, ambos antioxidantes. Podem ajudar apreveniradiabetes, doenças cardiovasculares,
ademência e, sobretudo, o cancro.
m
Tematémais 67%devitaminaC.Para além da acção antioxidante, aumenta aimunidade.
m
Tematémais 47%de acção antio-xidante no puré de maçã. Este efeito di-minui quase 30%com a pasteurização.m
Nãotem qualquer vantagemsobre asmaçãs biológicas.
SALMÃO SELVAGEM
m
Temdoses mais reduzidas de subs-tâncias tóxicas como antibióticos, pestici-das e poluentes orgânicos persistentes.SALMÃO AQUACULTURA
H
Tem mais ómega 3de cadeia lon-ga. Estes ácidos gordos diminuem o ris-code doença coronária, sãoanti-infla-matórios e, no caso dasgrávidas, têm
um papel importante no
desenvolvi-mento docérebro edos olhos dofeto.
m
Tem maissubstânciascarcinogéni-casou neurotóxicas como os PCB, os PBDE eas dioxinas. Alguns investigado-resrecomendam que seja evitado pelas grávidas epelas mulheres a
amamen-tar: existe o perigo de afectar o desen-volvimento dosistema nervoso do bebé, diminuindo-lhe ocoeficiente de inteli-gência e acapacidade de concentração.
?rológico, asdoenças cardíacas, adiabetes,
ahipertensão evários tipos decancro).
0
único senão éque para obter osbenefícios equivalentes aos deumasódose desalmão (um dos melhores fornecedores decadeia
longa) teríamos debeber nada menos que
100 litros deleite, alertou aFood Standards Agency (órgão responsável pela segurança alimentar no Reino Unido).
Por outro lado, também apartir do valor
nutridonal doleite, omesmo Quality Low Impact Food chegou auma conclusão
im-portante: muito mais relevante que omodo deprodução biológico é ofacto
de as vacas serem criadas na pastagem. Ao longo dos
últi-mos quatro anos, este projecto
europeu tem-se dedicado a
de-terminar aque sedevem as va-riações encontradas nos vários
estudos comparativos. "Seem médiaos
re-sultados dosbiológicos sãoclaramente
su-periores, os piores dos biológicos sobre-põem-se aosmelhores dos convencionais", explicou Leifert àSÁBADO, por telefone.
COMO LEITE, OS INVESTIGADORES condu-ziram ensaios científicos simultâneos em Inglaterra, País de Gales, Suécia,
Dinamar-caeItália. Além dos járeferidos níveis mais
elevados de ácido alfa-linoléico, oleite
bio-lógico revelou mais 60%de CLA,uma
gor-dura insaturada que poderá ajudar aevitar
o cancro, areduzir o risco de diabetes tipo
2 edoenças cardiovasculares eaaumentar
afunção imunitária; mais 33%deuma
subs-tância essencial paraasíntese davitamina
A,queéboa paraosolhos, pele emucosas;
emais 33% deuma forma devitamina E,
importante naregeneração das células. Mas
estes resultados surgem apenas na altura
do ano em que as vacas sealimentavam na
pastagem. Ouseja,oconflnamento dos
ani-maise aalimentação àbase deconcentrado, mesmo que biológico, parecem reduzir a
qualidade.
Jáem 1998, umgrupo detrabalho
espa-nhol deduzira que aquantidade deómega
3 edevitamina Enos ovos aumentava
quan-doasgalinhas podiam alimentar-se no cam-po. "O termo biológico não vale por sisó",
comenta Cario Leifert. "Os regulamentos
eu-Regra
geral,
o consumidor
não
tem
acesso
a pormenores
sobre a
criação dos
animais
ropeus nãoobrigam aquesedé aos frangos acesso aforragem fresca. Biológico pode
si-gnificar uma liberdade mínima num celeiro
com acesso muito reduzido ao exterior ou, nos sistemas mesmo bons, acesso a forra-gemfresca, pastagem eíndices muito eleva-dos debem-estar animal. Enquanto
consu-midor escolheria sempre este último."
Mas não éassim tão simples. Regra
ge-ral,oconsumidor não temacesso a
porme-nores sobre acriação dos animais. Além dis-Conceição Calhau coordena um grupo de investigadores desta área, na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto
so, mais de metade desconhece as
verda-deiras implicações da palavra "biológico", como concluiu
um
inquérito realizado em 2008 noâmbito
do projecto Extensity, para promoção de sustentabilidade na agricul-tura. "As pessoastêm
a percepção deque ovitelo biológico andou na pastagem toda a
vida, mas oregulamento sóexige que este-jano estábulo ou algo equivalente durante
um máximo
de20%
da sua vida", explica TiagoDomingues,
o gestor dainiciativa,
professor do
Instituto
Superior Técnico.ENTRE OUTRAS IDEIAS erradas,
60%
dosconsumidores acredita que estes animais não
tomam
antibióticos (o uso épermiti-do, embora sujeito a
um
período desegu-rança mais
prolongado)
e61%
pensa quesó se
alimentam
deforragem (na
verdade,podem consumir
concentradodurante
operíodo de
confinamento
eaté-
embora em porções pequenas-
enquanto estão na pastagem;uma parte reduzida
da ração pode não serbiológica).Apesar de a
norma desenvolvida
pelo projecto Extensity nãoserestritamente bio-lógica, cerca deum
terço dos produtores aderentes praticam este tipo de agricultu-ra. "É aFórmula 1 daalimentação,um
de-safio tecnicamente
muito
grande", consi-dera Tiago Domingues. "Penso quenun-cavairepresentar mais doque uma
minoria
de agricultores, de área e deconsumido-res, porque écara."
Um
dos "problemas graves" de que sequeixam osagricultores biológicos, acres-centa oinvestigador, équeoscontrolos não
são exigentes. "Os [produtores] sérios
fi-cam
em
desvantagem, porque osmenos ri-gorosos fazem oque quiserem, recebem osmesmos subsídios enão estão sujeitos às
mesmas exigências", lamenta.
O
Ministério
daAgricultura garante que, depois de receberem acertificação, os ali-mentos biológicos sãotãoverificados comoos convencionais. Em
2006,
paraum
totalde1468 operadores, realizaram-se
2207
vi-sitas decontrolo. No entanto, apenas
9,5%
não foram anunciadas.
A
partir de Janeiro,todos osprodutos certificados passam ater
de mostrar o
logotipo
daUnião Europeia(uma
espiga verde sobreum fundo
azul). Outros símbolos, como aJoaninha ou oPortugal Bio, sãofacultativos. De resto,
de-"Os piores produtos biológicos sobrepõem-se aos melhores convencionais", defende o cientista Carlos Leifert
H
Tem odobro da vitamina C,boa para reforçar aimunidade.
h
Tematé
mais80%
de luteína, um carotenóide relacionado por alguns in-vestigadores aum menor risco dedege-nerescência da mácula (parte da retina)
e de cegueira.
h
Emalgumas variedades tem mais flavonóides, associados auma reduçãono risco de cancro do rim.
h
Tem mais vestígios de pesticidas.Éum dos alimentos mais contaminados da União Europeia, com resíduos em 46%
das amostras analisadas.
BATATA BIOLÓGICA
¦i
Tem mais fósforo, que ajuda aliber-tar aenergia da comida que ingerimos.
¦i
Tem mais cálcio, essencial parater dentes eossos fortes.
h
Tem mais magnésio, importantepara os ossos e para transformar a
comida em energia.
ma Tem mais cobre, que facilita a pro-dução de glóbulos brancos evermelhos.
m
Tem mais ácido cloragénico, um elemento com acção antioxidante.Pode ajudar a reduzir a incidência de arteriosclerose e de alguns tipos de cancro.
BATATA CONVENCIONAL
¦i
Tem mais carotenóides, pigmentosessenciais para aformação da vitamina
A, boa para a pele e para aumentar aresistência ainfecções.
h
Tem mais nitritos, embora dentrodos limites permitidos. Em quantidades muito elevadas, tornam-se tóxicos e
podem ser cancerígenos.
h
Têm mais flavonóides, compostos com acção antioxidante (pode ajudar aprevenir oenvelhecimento, certos tipos
de cancro, arteriosclerose, doenças cardiovasculares eneurodegenerativas)
eanti-inflamatória.
BRÓCOLOS CONVENCIONAIS
m
Nãotêm
qualquer vantagem sobrem
Tem mais cerca de47%de polrfe-nóis, substâncias com acção antioxidan-te que pode proantioxidan-teger de certos tipos de cancro.§¦
Tem mais vitamina C,que, paraalém do efeito antioxidante, aumenta
as defesas do organismo.
PÊSSEGO CONVENCIONAL
m
Temmais vitamina E,sob aformadealfa edegama-tocoferol. Com ou-tros antioxidantes, estas substâncias previnem adegenerescência da mácu-la(uma parte do olho) eprotegem
aretina dos danos provocados pelo
glaucoma
-
doenças que podem levaràcegueira
ROBALO SELVAGEM
íb
Tem mais ácidos gordos saturados.Em quantidades muito altas, podem aumentar os riscos deobesidade e de doença cardiovascular.
H
Tem maisácidos gordos polinsa turados. Protegem da doença coroná-ria etêm capacidade anti-inflamatória.(¦
Tem proporção mais elevada deómega 3para ómega 6. Umarelação inversa muito acentuada contribui
para aumentar o risco de cancro da
próstata, damama, de doença cardíaca ededoenças auto-imunes. ROBALO AQUACULTURA
¦i
Temmaior risco deconter po-luentes orgânicos carcinogénicos, tais como osPCBs eo DDT.ESPINAFRES BIOLÓGICOS
m
Têm até120%mais actividade antioxidante, relacionada com uma menor incidência de certos tipos de cancro edearteriosclerose.H
Têm um teor mineral mais ele-vado: cálcio, bom para osossos epara osdentes; ferro, necessário para
aformação de glóbulos vermelhos; magnésio, queajuda atransformar a
comida ingerida em energia; eácido fólico, muito importante durante a
gravidez para prevenir malformações
no feto, como aspina bífida.
ESPINAFRES CONVENCIONAIS
H
Nãotêmqualquer vantagem so-bre os espinafres biológicos.?signações como "Ovos doMonte" ou "Ovos
do Quintal" são apenas marketing. Mas os agricultores não são os únicos a
questionar origor da fiscalização. Há15 anos que aempresária Isabel Flores, de 39anos,
consome produtos biológicos sem se
preo-cupar comoselo."Tenho muitas dúvidas so-breacertificação. Como é que eles têma cer-teza de queasquintas nãousam fertilizantes, nemsementes geneticamente modificadas ?"
DESDE
2006
QUE, "por uma questão debem-estar", todaafamíliaé vegetariana. Para
seabastecer das quantidades massivas de
frutas, vegetais elegumes que consomem
recorre a três ouquatro fornecedores dazona
de Caxias, onde vive. Chegaa gastar 500 eu-rospor mês.Osprodutos podem não sertão brilhantes, nem homogéneos como os das grandes superfícies, mas têmmais sabor e,
acredita aempresaria, mais vitaminas e ou-tros nutrientes. "São mais frescos. Não an-daram para aíarebolar", defende. "Etêm
menos pesticidas. Acho queaspessoas com quintas pequenas nãoinvestem tanto nisso." Oproblema équando esses mesmos pe-quenos produtores não sabem qual é a de-finição depesticida, explica Conceição
Ca-lhau, professora deToxicologia Alimentar
daFaculdade de Ciências daNutrição e Ali-mentação daUniversidade do Porto. "No mercado, na mercearia, puxo aconversa e
percebo queusaram, por exemplo, um
pro-duto para 'matar obicho'."
Hádois anos,umestudo norte-americano com crianças entre os 3 eos11 anos provou que aalimentação convencional éamaior fonte de exposição a pesticidas
organofosfo--0pesquisador Tiago Domingues acha queos
rados, quesãodosmais utilizados na
produ-çãoagrícola. Mostrou tambémque uma die-ta biológica reduz esses vestígios quase de imediato aníveis indetectáveis. Entretanto, em Outubro, umrelatório oficial da União Eu-ropeia revelou umnível recorde de contami nação nos produtos
convencio-nais: 49%dos frutos, vegetais e
cereais convencionais continham vestígios de pesticidas; quase5%
apresentavam concentrações
aci-madoslimites legais; e10%
mos-traram resíduos de quatro ou mais compostos. As uvas
-
que secomem com casca-
eram asrecordistas, com 71%dos exemplares contaminados, seguidas das
bananas (56%) edos pimentos (46%). "Mesmo que os valores sejam baixos,
nãodiria commuita segurança que não haja riscos paraasaúdehumana", diz Conceição
Aempresária Isabel Floresconsome produtos biológicos há15anos
Calhau. "[Outros pesticidas] sóforam
proi-bidos quando sepercebeu asuatoxicidade,
muito anos depois." A especialista refere-se, por exemplo, aoDDT,hojedefinido como alterador endócrino
-
ou seja,porter com-ponentes muito parecidas com hormonas, como oestrogéneo, vaiinterferir na funçãohormonal dos seres humanos.
O DDTFOI BANIDO na década de 70 quan-dosechegou àconclusão de que podia pro-vocar certos tipos de cancro no ser humano.
Mesmoassim, este pesticida persiste no am-biente sob aforma de poluente orgânico
-como demonstra um estudo comparativo sobre o robalo da Ria de Aveiro realizado em 2003 peloInstituto das Pescas da
Investiga-ção edo Mar. Todos osexemplares
revela-ram concentrações deDDT,etambém de PCBs(outro poluente orgânico). Emrelação
A
alimentação
do
peixe
de cultura
é
à base
de
farinhas
com
poluentes
orgânicos
àsamostras selvagens, osanimais de
aqui-cultura chegam aconter níveis sete vezes mais elevados deDDTeotriplo dos PCBs.
Oproblema do peixe de cultura éque é
alimentado àbasede farinhas de peixe, que contêm quantidades muito mais concentra-dasde poluentes orgânicos do quea
gene-ralidade da faunamarítima. "Estes
compos-tos dificilmente são excretados esão arma-zenados no tecido adiposo. Àmedida que subimos na cadeia alimentar, a concentra-ção vai aumentando. Quando chega ao ser
humano, serácertamente muito superior à
encontrada nos solos ou na água", explica. Para além dos riscos de cancro ou de doença cardiovascular, asrestantes
impli-cações paraasaúde destes alteradores en-dócrinos ainda são desconhecidas. A tese mais recente ésurpreendente
-
ecomeçou agora a ser estudada na Faculdade de Me-dicina da Universidade do Porto. Ogrupo de investigadores coordenado por Concei-ção Calhau estáatentar avaliar o efeito des-tes compostos sobre otecido adiposo. Casoseconfirme ahipótese, aexposição diáriaa
estes alteradores endócrinos poderá reve-lar ser mais umdos factores responsáveis pela obesidade.
•
m
Têm mais ómega 3,osácidos gordos relacionados com índices mais baixos de doenças cardiovascularesede certos cancros.
H
Têm níveis muito superiores de alfa-tocoferol, uma forma de vitaminaE:boa para asaúde dos olhos epara evitar adegradação dostecidos.
m
Têm mais ácido fólico,recomenda-do àsgrávidas para prevenir
malforma-ções no sistema nervoso central dofeto.
m
Têmmaisvitamina 812, importan-te para aboa formação de glóbulos vermelhos.m
Nãotêm qualquer vantagem sobre os ovos de produção extensivaFRANGO BIOLÓGICO
¦¦
Tem mais alfa-tocoferol, uma forma de vitamina E:antioxidante,benéfico para osolhos epara apele.
m
Tem mais ferro, importante paraosistema imunitário epara evitar
afadiga.
h
Tem mais ácidos gordos ómega 3; são anti-inflamatórios, favorecemacirculação eestão associados
àprevenção de doenças coronárias.
FRANCO CONVENCIONAL