16°
TÍTULO: PHALLUSIA NIGRA E SUA AÇÃO ANTIMICROBIANA IN VITRO TÍTULO:
CATEGORIA: EM ANDAMENTO CATEGORIA:
ÁREA: CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA ÁREA:
SUBÁREA: QUÍMICA SUBÁREA:
INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE DE FRANCA INSTITUIÇÃO:
AUTOR(ES): ARTHUR ALVES RAGOZONI AUTOR(ES):
ORIENTADOR(ES): ANA HELENA JANUÁRIO ORIENTADOR(ES):
COLABORADOR(ES): ANA HELENA JANUÁRIO, CARLOS HENRIQUE GOMES MARTINS, GUSTAVO MUNIZ DIAS, LETÍCIA PEREIRA PIMENTA, MÁRCIO LUÍS ANDRADE E SILVA, NAYANNE LARISSA CUNHA, PATRÍCIA MENDONÇA PAULETTI, WILSON ROBERTO CUNHA
1. RESUMO
Neste trabalho investigamos a atividade antimicrobiana de frações advindas da coluna cíclica do extrato metanólico da ascídia Phallusia nigra. Este invertebrado
marinho é conhecido por acumular metais pesados como o vanádio para se
defender contra predadores. Os melhores resultados foram obtidos para as frações PN1_1C e PN1_1D. Estes estudos são interessantes devido à ausência de dados na literatura científica.
2. INTRODUÇÃO
Os Produtos Naturais marinhos, produtos secundários ou metabólitos não-primários produzidos por organismos que vivem no mar, tem recebido uma atenção crescente por parte dos químicos e farmacologistas durante as últimas três décadas. (Blunt et al., 2010 and 2011). O Brasil é o quinto maior país do mundo e o maior da América do Sul, com 8.524.877 km2 e mais de 8.500 km de linha de costeira ao longo do Oceano Atlântico. (http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/ noticia_visualiza.php?id_noticia=169).
As Ascídias se defendem de predadores, competidores de incrustação biológica e infecção bacteriana através da produção de metabólitos secundários ou sequestrando ácido. No entanto, muitas espécies usam o acúmulo de metais pesados, principalmente vanádio (Odate & Pawlik 2007). Phallusia nigra tem sido alvo de estudos de biorremediação de metais tais como: V, Pb, Cd, Cu e Hg (Abdul et al., 2015).
Compostos orgânicos contendo estanho foram analisados em P. nigra por CG/EM/EM em uma abordagem ecotoxicológica (Pletsch et al., 2010). A análise CG/EM do extrato metanólico de P. nigra revelou a presença de onze constituintes químicos, dos quais os principais componentes foram o acetato de 3 bromo-1- adamaranntano, ácido n-hexadecanóico, ácido hexadecen-1-ol, (Z), e o 2,6-dimetil-6- trifluoroacetoxioctano (Gopalakrishnan et al., 2011).
Estudos relacionados ao potencial antimicrobiano deste gênero são inexistentes.
O objetivo desse trabalho foi avaliar in vitro a ação antimicrobiana da ascídia brasileira Phallusia nigra.
4. METODOLOGIA
As ascídias P. nigra (200,00 g de peso fresco) empregadas neste estudo foram coletadas no Canal de São Sebastião, e Ilhabela pelo Prof. Dr. Gustavo M. Dias da Universidade Federal do ABC - Centro de Ciências Naturais e Humanas. A identificação do material também foi realizada pelo prof. Gustavo.
Após a coleta, a ascídia Phallusia nigra foi armazenada em metanol (PA) e encaminhada sob-refrigeração para a Universidade de Franca, onde foi realizado o
processo de extração com metanol por maceração a frio e filtração “overnight” com
três repetições. O extrato bruto obtido foi concentrado em rotaevaporador e posteriormente analisado por CCDC e CLAE-DAD.
O primeiro procedimento de purificação (coluna cíclica) foi feito com o extrato bruto da ascídia Phallusia nigra (PN), empregando uma coluna contendo o polímero
PSDVB (HP-20). Como fases móveis utilizamos como eluentes misturas de Me2CO
e H2O (Milli-Q) em diversas proporções, partindo-se de 20 % de Me2CO até 100%.
Este protocolo gerou as frações de PN1_1A a PN1_1F.
5. DESENVOLVIMENTO
Para a avaliação do potencial antimicrobiano, foram avaliadas neste ensaio, bactérias bucais isoladas de pacientes e de coleção de cultura, sendo elas:
Enterococcus faecalis (ATCC 4082 e isolado clínico), Streptococcus salivarius
(ATCC 25975 e isolado clínico), S. sobrinus (ATCC 33478), S. mutans (ATCC 25175), S. sanguinis (ATCC 10556 e isolado clínico), S. mitis, (ATCC 49456),
S.oralis (ATCC 55229 e isolado clínico), Lactobacillus casei (ATCC 11578 e isolado
clínico). As cepas empregadas foram mantidas no Laboratório de Pesquisa em Microbiologia Aplicada - LaPeMA da Universidade de Franca (Franca, SP, Brasil), sob criopreservação (-80C).
A determinação da concentração inibitória mínima (CIM) das amostras foi realizada segundo a metodologia da diluição em caldo proposta pelo “Clinical and
Laboratory Standards Institute” (CLSI, 2012). Para o controle positivo foi empregado a clorexidina no intervalo de concentração de 0,115 à 59 ug/mL.
6. RESULTADOS
As frações obtidas da coluna cíclica foram analisadas quanto a sua atividade antimicrobiana, frente as bactérias selecionadas
A fração PN1_1D foi a que apresentou melhor resultado, contra as bactérias
S. sanguinis (ATCC 10556 e isolado clínico) e S. Mitis, com MIC =100 µg/mL,
respectivamente. A segunda fração mais ativa foi a fração PN1_1C, com MIC de 200 µg/mL para as mesmas linhagens. As demais frações não apresentaram atividades para o painel de bactérias aeróbicas avaliado.
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
As frações PN1_1C e PN1_1D foram consideradas promissoras no ensaio
antimicrobiano. Portanto a análise do perfil químico de todas as frações por RMN1H
demonstrou, que as mesmas apresentam um perfil químico interessante e valem a pena serem investigadas quanto ao seu metabolismo especial.
8. FONTES CONSULTADAS
ABDUL, J. A. H.; TAMILSELVI, M.; AKRAM, A. S.; KALEEM A. M. L.; SIVAKUMAR, V. Comparative study on bioremediation of heavy metals by solitary ascidian,
Phallusia nigra, between Thoothukudi and Vizhinjam ports of India. Ecotoxicol Environ Saf. May 28, 2015.
BLUNT, J. W.; COPP, B. R.; MUNRO, M. H. G.; NORTHCOLE, P. T.; PRINSEP, M. R. Marine natural products. Nat. Prod. Rep., v.27, p. 165-237, 2010.
BLUNT, J. W.; COPP, B. R.; MUNRO, M. H. G.; NORTHCOLE, P. T.; PRINSEP, M. R. Marine natural products. Nat. Prod. Rep., v.28, p. 196-268, 2011.
GOPALAKRISHNAN, S.; MEENAKSHI, V. K.; SHANMUGA PRIYA, D. Chemical investigation of the simple ascidian Phallusia nigra savigny, 1816 of Tuticorin Coast by GC-MS. Int. J.Pharm. Bio. Sci, v.2, p. 382-387, 2011.
http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=16 9 acessado em, 24 de Agosto, 2016.
ODATE, S.; PAWLIK, JR. The role of vanadium in the chemical defense of the solitary tunicate, Phallusia nigra. J Chem Ecol. v.33 n.3, p. 643-54, 2007.
PLETSCH, A. L.; BERETTA, M.; TAVARES, T. M. Distribuição espacial de compostos orgânicos de estanho em sedimentos costeiros e em Phallusia nigra da Baía de Todos os Santos e litoral norte da Bahia-Brasil. Quim. Nova, v.33, p. 451-457, 2010.