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CONSELHO DE DISCIPLINA DA FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE FUTEBOL

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Passos para uma reforma da atividade

do Conselho de Disciplina

Torna-se hoje público o 2.º Relatório bimes-tral de atividades do Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol, com-preendendo o período acima assinalado. A sua própria existência é sinal de que o compromisso assumido quanto à publici-dade do atuar disciplinar se mantém – e se manterá no futuro – como algo que fica a marcar este mandato dos órgãos sociais da Federação Portuguesa de Futebol e, em par-ticular, do seu Conselho de Disciplina.

Antes da apresentação de todos os dados disponíveis, não se pode deixar de referen-ciar o 1.º Relatório naquilo que de informa-tivo – e mesmo formainforma-tivo – continha. Para não nos tornarmos repetitivos – o re-latório encontra-se disponível neste local –, dê-se agora sumária informação sobre os temas de que ele se ocupou:

- Afirmação das principais linhas orientado-ras do agir disciplinar1;

- Composição do Conselho de Disciplina; - Funcionamento do Conselho de Disciplina; - Estatuto dos membros do Conselho de Dis-ciplina;

1 “Determinação no alcançar de decisões mais céleres o que, para já – na impossibilidade de reformas dos regulamentos disciplinares vigentes na presente época desportiva – determina uma nova filosofia no agir de todos os membros do Conselho de Disciplina, sempre em benefício do encurtar do tempo dos seus atos e decisões; transparência da ação do

- Competência do Conselho de Disciplina; - O Conselho de Disciplina e a instrução de processos disciplinares;

- Normativos fundamentais com que traba-lha o Conselho de Disciplina;

- Recurso das decisões do Conselho de Dis-ciplina.

Como se verá, já de seguida, estes dois meses encerram passos decisivos na edi-ficação de um novo sistema de disciplina desportiva.

Tal significa, bem vistas as coisas, que o Conselho de Disciplina, para além de ofere-cer resposta às necessidades das diversas competições, semana a semana, se encon-tra a encon-trabalhar, simultaneamente, para uma nova vivência disciplinar.

mas necessariamente no respeito pelas balizas da proteção de dados pessoais; monotorização do agir do Conselho de Disciplina, desde já com a divulgação pública de relatórios bimestrais; exercício do poder disciplinar como um dever e, nessa leitura, agir sempre que obtenha notícia de indícios do cometimento de infrações disciplinares, independentemente

(2)

A Criação da Comissão de Instrução Disciplinar

1. Um dos aspetos decisivos para a

celerida-de das celerida-decisões disciplinares, seja qual for o sentido que venha a ter a final do proce-dimento (acusação ou arquivamento), é o da instrução desses mesmos processos.

Julga-se ter sido claro, no 1.º Relatório, explanando o que ocorre em sede de pro-cessos sumários e quando se está perante processos comuns, de averiguações ou in-quérito.

Tendo por base os relatórios do jogo, no final das jornadas, seja a competição pro-fissional ou não propro-fissional, as decisões disciplinares são tomadas com celeridade. Tudo muda de figura quando estamos pe-rante um processo disciplinar comum. Neste caso, em nome de diversos valores, desde logo o da investigação e, muito sig-nificativamente, da garantia de defesa do arguido, há que respeitar todo um procedi-mento que se torna, inevitavelmente, mais moroso.

Nestes últimos casos, o Conselho de Disci-plina surge no início (a instaurar o processo) e, depois, no termo (a aplicar sanção ou a proceder a arquivamento). Pelo meio fica a árdua tarefa de proceder à instrução dos processos com vista, precisamente, a dedu-zir acusação ou a propor um arquivamento junto do Conselho de Disciplina.

Ora, não é difícil antever que, salvo em situações muito excecionais, a celeridade se ganha ou perde exatamente na fase da instrução.

2. Daí que se compreenda e se louve a

deli-beração da Direção da Federação Portugue-sa de Futebol do pasPortugue-sado dia 4 de outubro, ao criar a Comissão de Instrução Disciplinar (CID) da Federação Portuguesa de Futebol. A CID é integrada por uma coordenadora, em regime de tempo parcial, e quatro ins-trutores em tempo integral e exclusividade de funções.

Tendo como principal objetivo o acelerar da instrução disciplinar e o elevar da sua qualidade, ao nível das competições des-portivas não profissionais – 29 competições desportivas –, não deixará de, na instrução dos processos sumários e no estudo de questões disciplinares diversas, repercutir a sua ação no todo do Conselho de Disciplina, ou seja, também na atividade da sua Secção Profissional.

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Um modelo de decisão para os acórdãos das duas secções

1. Um acórdão de um órgão decisório

me-rece, melhor dizendo, reclama, dignidade formal e substancial.

Operado um juízo sobre o tipo de acórdãos proferidos no passado, entendeu-se dotar ambas as secções de um modelo específico, de molde a tornar mais compreensível a narrativa decisória.

Como é hoje possível constatar pela publi-cação dos acórdãos do Conselho de Discipli-na, na página da Federação Portuguesa de Futebol, tais textos alcançaram um patamar de maior rigor, incluindo ao nível formal. No futuro, caminhar-se-á para a criação de uma base de dados dessas decisões, alicer-çada nos descritores agora criados e nas referências normativas aplicadas.

Trata-se, uma vez mais, de potenciar e faci-litar o acesso às decisões do Conselho.

2. Nos modelos adotados inseriu-se uma

menção final que se tem por fundamental para os destinatários da decisão do Conse-lho de Disciplina, e que, até agora, esteve ausente: a informação sobre o direito a im-pugnar (em que casos e em que prazos) as decisões do Conselho de Disciplina.

Seguem-se aqui os exemplos de federações desportivas internacionais e outras organi-zações desportivas internacionais.

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A ação do Conselho de Disciplina no período considerado

(8 de agosto a 8 de outubro de 2016)

1. Secção Não Profissional

À partida, para estes dois meses, a situação processual era a seguinte, após a sua reu-nião de 5 de agosto:

- Processos disciplinares em instrução - 24 - Processos de averiguações em instrução - 1 - Processos disciplinares a aguardar decisão do Conselho de Disciplina - 13

- Processos de revisão (de decisão em pro-cesso sumário) a aguardar decisão do Con-selho de Disciplina - 2

Trabalho desenvolvido no período considera-do

Realizaram-se nove reuniões da Secção em pleno e outras tantas em formação restrita. - Decididos em formação restrita, 516 pro-cesso sumários2

- Decididos, por acórdão do Pleno, 8 proces-sos disciplinares, sendo um de revisão de decisão sumária

- Um processo de revisão decidido por des-pacho do relator

- Decididos 4 processos de impedimento - Instaurados 21 processos disciplinares - Autuados 5 recursos de revisão

- Instaurado 1 processo de averiguações

Situação processual em 8 de outubro

É este o quadro processual no final deste segundo período de exercício de funções do Conselho de Disciplina:

- Processos disciplinares a aguardar decisão do Conselho de Disciplina – 9

- Processo de averiguações a aguardar deci-são do Conselho de Disciplina – 1

- Processos de revisão a aguardar decisão do Conselho de Disciplina – 4

- Processos de impedimento a aguardar de-cisão do Conselho de Disciplina3 – 3

- Processos disciplinares em fase de instru-ção – 324

- Processos de averiguações em fase de ins-trução – 1

2 6 processos sumários exigiram a solicitação de esclarecimentos adicionais.

3 De registo de inscrição de jogadores.

4 A este número haverá que aditar mais 3 processos onde o relator veio a formular acusação diversa da instrução ou solicitou novas diligências de prova.

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2. Secção Profissional - Situação processual em 8 de agosto de 2016

Após a sua reunião de 2 de agosto era este o quadro processual da Secção Profissional: - Processos disciplinares em instrução - 11 - Processos de inquérito em instrução - 13 - Processos a aguardar decisão do Conselho de Disciplina - 0

Trabalho desenvolvido no período conside-rado

Neste período realizaram-se nove reuniões da Secção em pleno e outras tantas em for-mação restrita.

Eis o resultado dessas reuniões:

- Decididos, em formação restrita, 912 pro-cessos sumários

- Decidido em pleno 1 processo disciplinar - Decididos em pleno 3 processos de inqué-rito

- Decididos em pleno 3 recursos hierárqui-cos impróprios

- Instaurados 10 processos disciplinares - Instaurados 3 processos de inquérito5 - Autuados 7 recursos hierárquicos impró-prios

Para além destas reuniões e com vista a obter mais celeridade e efetividade o

Pre-sidente do Conselho de Disciplina passou a decidir, sujeito a ratificação do Conselho na reunião seguinte, os processos sumários respeitantes às jornadas da LEDMan Liga-Pro que se disputam às quartas feiras. Assim ocorreu com os jogos integrados na 9.ª jornada, disputada a 28 de setembro, cujos processos sumários foram decididos a 29 desse mesmo mês.

Secção Profissional - Situação processual em 8 de outubro de 2016

Eis os dados relevantes:

- Processos disciplinares pendentes de deci-são do Conselho de Disciplina – 0

- Processos de inquérito pendentes de deci-são do Conselho de Disciplina – 1

- Recursos hierárquicos impróprios penden-tes de decisão do Conselho de Disciplina – 4 - Processos disciplinares ainda em fase de instrução – 20

- Processos de inquérito ainda em fase de instrução – 12

(6)

Os recursos das decisões do Conselho de Disciplina

1. As decisões do Conselho de Disciplina são

naturalmente passíveis de ser impugnadas. Das decisões alcançadas em sede de proces-so sumário – formação restrita – cabe re-curso para o pleno da Secção, seja ela a que se dedica às competições não profissionais ou a que se ocupa da disciplina nas compe-tições desportivas profissionais.

Por outro lado, as decisões alcançadas em pleno da Secção são recorríveis para o Con-selho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol ou para o Tribunal Arbitral do Desporto, consoante a matéria que esteja em causa6.

2. Recurso de decisões em formação restrita

Na Secção Não Profissional deram entrada 5 recursos de revisão. Por seu turno, na Secção Profissional, 7 arguidos recorreram para o Pleno da Secção.

3. Recurso das decisões do pleno da Secção

Quanto a esta via de recurso, podem adian-tar-se os seguintes dados:

Na Secção Não Profissional foram objeto de recurso para o Conselho de Justiça duas decisões:

- Processo disciplinar n.º 67-15/16, Acór-dão de 19 de agosto de 2016 – o AcórAcór-dão do Conselho de Justiça, Processo nº 8/CJ-16/17, de 28 de setembro de 2016, deu provimento ao recurso;

- Processo disciplinar n.º 94-15/16, Acór-dão de 24 de agosto de 2016 – o AcórAcór-dão do Conselho de Justiça, Processo n.º 6/ CJ16-17, de 24 de agosto, deu provimento ao recurso.

Por seu turno, da Secção Profissional che-garam ao Conselho de Justiça dois recursos. - Processo disciplinar n.º 47-15/16, Acór-dão de 12 de julho de 2016 – o AcórAcór-dão do Conselho de Justiça, Processo n.º 1/CJ, 2016/2017, de 3 de agosto de 2016, decla-rou a incompetência material do Conselho de Justiça para conhecer do recurso;

- Processo disciplinar n.º 27-14/15, Acórdão de 12 de outubro de 2016 – o Acórdão do Conselho de Justiça, Processo n.º 9- 16/17 – Negou provimento ao recurso.

6 Daí que, com o fito de esclarecer os destinatários da decisão disciplinar, todos os acórdãos surjam com a já mencionada informação que se exprime nos seguintes termos:

As decisões do Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol são passíveis de recurso, nos termos da lei e dos regulamentos, para o Conselho de Justiça ou para o Tribunal Arbitral do Desporto. De acordo com o artigo 44.º, n.º 1, do Decreto-Lei n.º 248-B/2008, de 31 de dezembro, na redação conferida pelo artigo 2.º do Decreto-Lei n.º 93/2014 de 23 de junho, cabe recurso para o Conselho de Justiça das decisões disciplinares relativas a questões emergentes da aplicação das normas técnicas e disciplinares diretamente respeitantes à prática da própria competição desportiva.

O recurso deve ser interposto no prazo de 5 dias úteis (artigo 35º do Regimento do Conselho de Justiça aprovado pela Direção da Federação Portuguesa de Futebol, em 18 de dezembro de 2014 e de 29 de abril

de 2015 e publicitado pelo Comunicado Oficial nº 383, de 27 de maio de 2015).

Em conformidade com o artigo 4º, n.ºs 1 e 3, da Lei do Tribunal Arbitral do Desporto (aprovada pelo artigo 2.º da Lei n.º 74/2013 de 6 de setembro, que cria o Tribunal Arbitral do Desporto e aprova a respetiva lei, na redação conferida pelo artigo 3º da Lei n.º 33/2014 de 16 de junho - Primeira alteração à Lei n.º 74/2013, de 6 de setembro, que cria o Tribunal Arbitral do Desporto e aprova a respetiva lei), compete a esse tribunal conhecer, em via de recurso, das deliberações do Conselho de Disciplina.

Exclui-se dessa competência, nos termos do n.º 6 do citado artigo, a resolução de questões emergentes da aplicação das normas técnicas e disciplinares diretamente respeitantes à prática da própria competição desportiva.

O recurso para o Tribunal Arbitral do Desporto deve ser interposto no prazo de 10 dias, contados da notificação desta decisão (artigo 54.º, n.º 2, da Lei do Tribunal Arbitral do Desporto).

(7)

Recursos junto do Tribunal Arbitral do Desporto

Das decisões proferidas pelo Conselho de

Disciplina cabe também recurso, em proces-so de arbitragem necessária, para o Tribu-nal Arbitral do Desporto.

Quanto às decisões alcançadas no período considerado há que registar o seguinte pa-norama:

- Secção Profissional: RHI n.º 02 – 16/17, de decisão sumária de 30 de agosto de 2016, decidido em pleno a 13 de setembro – Pen-dente de decisão no Tribunal Arbitral do Desporto;

- Secção Profissional: RHI n.º 04 – 16/17, de decisão sumária de 13 de setembro de 2016, decidido em pleno a 27 de setembro – Pendente de decisão no Tribunal Arbitral do Desporto;

- Secção Profissional: Processo disciplinar n.º 47-15/16, decisão de arquivamento de 12 de julho de 2016 - pendente de decisão no Tribunal Arbitral do Desporto (ver o aci-ma referido sobre o recurso para o Conse-lho de Justiça);

- Secção Não Profissional: Processo n.º 48-15/16, Acórdão de 2 de agosto de 2016 - pendente de decisão no TAD;

- Secção Não Profissional: Processo discipli-nar n.º 55- 15/16, acórdão de 12 de agosto de 2106 – - pendente de decisão no Tribu-nal Arbitral do Desporto;

- Secção Não Profissional: Processo discipli-nar n.º 96-15/16, acórdão de 2 de setembro de 2016 - pendente de decisão no Tribunal Arbitral do Desporto;

- Secção Não Profissional: Processo disci-plinar n.º 64-15/16, acórdão de 30 de se-tembro de 2016 - pendente de decisão no Tribunal Arbitral do Desporto.

(8)

Algumas primeiras ilações

1. Advirta-se que este singelo balanço do

exercício da função disciplinar, acometida ao Conselho de Disciplina, tem apenas como registo o contraponto de dois relatórios bi-mestrais e, no fundo, quatro meses de ati-vidade.

Os enfoques que se possam retirar dessa realidade (diminuída) devem ser cautelosos e, acima de tudo, não podem potenciar ex-trapolações indevidas.

Não é essa a intenção deste espaço.

2. Dito isto, mirando a produção da Secção

Não Profissional, se é possível registar uma recuperação no número de processos a aguardar decisão no Conselho de Disciplina (de 13 baixou-se para 9), a verdade é que a dinâmica das competições desportivas não profissionais, em face do seu elevado número e das suas características próprias, determinou que de 24 processos disciplina-res em fase de instrução se passasse para 32. A esta situação não é alheio o facto de se terem instaurado 24 novos processos disciplinares.

3. No que concerne à Secção Profissional

também se regista um elevar do número de pendências ao nível de instrução (de 24 para 32). Mas, também aqui, não deixa de ter significado o facto de se terem instaura-do 10 novos processos.

4. Julga-se que, aparte o esforço das

enti-dades e pessoas envolvidas no exercício da função disciplinar, há algo que também determina os números adiantados relativos a quatro meses e que convém que todos os operadores das competições – desde os organizadores aos participantes – tenham presente.

Referimo-nos, muito em particular, à filoso-fia adotada por este Conselho de Disciplina no que respeita às competências que a lei e os regulamentos lhe determinam e, a nosso ver, impõem como necessário prosseguir. Com efeito, não será difícil antever que uma ação disciplinar que prima pela presença potenciará (logicamente) um maior número de incidentes disciplinares a exigir, de to-dos, respostas céleres e determinadas. Se porventura, neste momento e nos mais próximos, esse atuar conduz a maior nú-mero de processos disciplinares, sempre nos fica a esperança de que, no futuro, este agir conduza à obtenção de um efeito pre-ventivo com a subsequente diminuição da prática de infrações disciplinares.

(9)

Outras atividades

1. Para além do anteriormente relatado, o Con-selho de Disciplina, designadamente na pessoa do signatário, agiu em outras vertentes, sempre no propósito de alcançar uma melhor e efetiva disciplina desportiva.

Façamos somente alguns destaques.

2. Por força de alteração regulamentar ao nível da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, mas também tendo presente as normas regulamen-tares sobre a arbitragem, da Federação Portu-guesa de Futebol, iniciou-se todo o trabalhoso procedimento – incluindo administrativo – res-peitante ao registo de interesses dos agentes de arbitragem. Ainda no âmbito da revisão de todo o procedimento, foi solicitada, nos termos do Regulamento Disciplinar, a prestação de in-formação pelas sociedades anónimas.

3. No seguimento do caminho traçado no plano de ação e das iniciativas concretizadas durante os dois primeiros meses, o signatário marcou presença em diversas ações de formação de agentes de arbitragem e de delegados:

- Tomar, Futebol, agentes de arbitragem, 26 de agosto - Tomar, Futsal, agentes de arbitragem, 18 de setembro - Tomar, Futsal, agentes de arbitragem, 30 de setembro - Cidade do Futebol, delegados, 25 de setembro

Em todas as ações de formação o objetivo foi o de enquadrar esses agentes desportivos no Re-gulamento Disciplinar e, muito em especial, aler-tar para a relevância dos seus relatórios de jogo ou de ocorrências, bem como os cuidados a ter na transmissão dos factos à instância disciplinar. 4. Acompanhando estes primeiros passos - con-cretos bem firmes e relevantes - de um labor constante com vista ao alcançar de uma nova forma de encarar o exercício da função

discipli-nar, trabalhou-se, em cooperação com o departa-mento competente da FPF, no sentido de tornar mais amigável do utilizador toda a informação a disponibilizar na página da FPF, relativa ao Con-selho de Disciplina.

A forma como chega a público este relatório é disso prova bastante.

5. Enviou-se ao senhor Presidente da Liga Por-tuguesa de Futebol Profissional, carta datada de 30 de setembro, cobrindo os seguintes temas: instrução de processos disciplinares e de inqué-rito no âmbito das competições profissionais de futebol, registo de interesses de agentes de arbitragem e acervo das decisões da ex-Comis-são Disciplinar da Liga Portuguesa de Futebol Profissional.

6. Ao longo deste período houve a oportunida-de oportunida-de expressamente informar alguns clubes e agentes desportivos sobre a impossibilidade de opinar sobre aspetos concretos da execução de sanções.

Com efeito, o Conselho de Disciplina, nos termos legais, regulamentares e regimentais, em nome da independência entre os diversos órgãos da Federação Portuguesa de Futebol e atenta a sua natureza, não exerce, porque lhe está vedado, funções consultivas de qualquer espécie a soli-citação desses órgãos ou de qualquer agente ou organização desportivos.

Diga-se, também, que não faria sentido.

Por outras palavras, se o Conselho de Disciplina prestasse esses serviços de consultadoria jurídi-ca, na interpretação dos regulamentos desporti-vos, como que se vinculava – e limitava –, nessa eventual tomada de posição, para a sua ação disciplinar futura.

(10)

Umas últimas palavras

1. O exercício do poder disciplinar adquire,

em qualquer organização, um valor próprio: preservar o seu bom funcionamento.

Ora, no caso de uma federação desportiva ou de uma liga profissional de clubes, este valor como que redobra de importância, uma vez que o poder disciplinar que se exerce no âmbito das competições despor-tivas procura ainda fazer com que as mes-mas tenham lugar em conformidade com as regras que as enformam.

Dito por outras palavras, exercer o poder/ dever disciplinar visa sempre a regularida-de e verdaregularida-de das competições, isto é, que as provas se disputem de acordo com os regulamentos e normas que as regem.

As infrações disciplinares, acompanhadas das respetivas sanções procuram restabele-cer a verdade, lealdade e regularidade das competições.

O respeito pelas regras das competições, nas suas múltiplas dimensões é, deste modo, um valor supremo para o desporto e, em particular, para o futebol.

Nessa medida, o exercício do poder disci-plinar revela-se um dos domínios de maior relevância para a vida de uma competição desportiva, seu organizador e também, necessariamente, para todos os que nelas participam.

2. Assim, o Conselho de Disciplina não tem

tido (nem terá) – porque não lhe é legítimo e é vedado por lei – uma atitude passiva, rea-gindo apenas na sequência de participação. O processo disciplinar tem sido – e

conti-nuará a ser – sempre instaurado, na medida das suas capacidades de acompanhamento da realidade competitiva, com fundamento em factos de que tenha conhecimento pró-prio.

3. Seja-me permitido, a finalizar, reproduzir

parcialmente declaração de voto que exarei em recente processo disciplinar, uma vez que penso ser ilustrativo do que exclusiva-mente move este Conselho de Disciplina e o signatário:

A razão que me leva a lavrar a presente declaração radica, no essencial, em motiva-ções de humildade, rigor e transparência, valores que se movem aquém do espaço comunicacional e que, a meu ver, devem ser reafirmadas neste universo decisório disciplinar desportivo.

O Conselho de Disciplina da Federação Por-tuguesa de Futebol, a que tenho a honra de presidir, não se move por razões inconfes-sáveis ou determinadas por terceiros. O Conselho de Disciplina trilha – e conti-nuará a trilhar – o único caminho que lhe é permitido seguir: o da legalidade despor-tiva, desde logo plasmado nos regulamen-tos disciplinares que tem de interpretar e aplicar.

E, como sucede nesta decisão, quando en-tender que errou, numa primeira instância de análise, não terá qualquer reserva men-tal em o reconhecer e repor o que entende ser a melhor aplicação das normas discipli-nares desportivas que valem para o futebol. Seja ele profissional seja não profissional.

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Tendo as partes – e os arguidos – o direito de interpor recurso de uma formação res-trita do Conselho, o pleno do Conselho pode e deve decidir contrariamente ao alcançado naquela sede, numa segunda leitura, esta não determinada pela celeridade própria dos processos sumários, se houver razões para tal.

O direito ao recurso é um direito que assiste a qualquer arguido disciplinar. Foi exercido

Cidade do Futebol, 31 de outubro de 2016

José Manuel Meirim

O Presidente do Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol

e colheu a razão do Conselho de Disciplina. É assim que deve funcionar a justiça des-portiva – qualquer justiça –, não persis-tindo em erro e dando sentido real àquele direito (ao recurso) do arguido.

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