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Tribunal de Justiça de Minas Gerais

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Academic year: 2021

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Tribunal de Justiça de Minas Gerais

1.0000.19.035495-1/001

Número do Númeração

6135934-Des.(a) Juliana Campos Horta Relator:

Des.(a) Juliana Campos Horta Relator do Acordão:

18/09/2019 Data do Julgamento:

20/09/2019 Data da Publicação:

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL SEGURO DE PROTEÇÃO VEICULAR -RESPONSABILIDADE CIVIL - ACIDENTE DE TRÂNSITO - PAGAMENTO DOS REPAROS ASSOCIAÇÃO SEGURADORA AÇÃO DE REGRESSO -CAUSADOR DO DANO - RESSARCIMENTO - CABIMENTO - REEMBOLSO DEVIDO - TERMO INICIAL DE INCIDÊNCIA DOS JUROS DE MORA SOBRE O VALOR A SER RESTITUÍDO - DATA DO DESEMBOLSO PELA SEGURADORA.

- Nos termos do art. 786 do CCB e da Súmula 188 do STF, o segurador tem direito a ação regressiva contra o causador do dano, do valor que efetivamente desembolsou com o conserto do veículo segurado. - O direito da seguradora deriva da sub-rogação, por força do disposto no art. 985, inciso I, do Código Civil, o qual se opera de pleno direito em favor do interessado que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado em razão de lei.

- Conforme jurisprudência consolidada no STJ, nas ações visando o reembolso de quantia despendida com o conserto do veículo abalroado, seja pelo proprietário, seja pela seguradora, o marco inicial para a incidência de correção monetária e dos juros moratórios é a data do efetivo desembolso. - Recurso conhecido e parcialmente provido.

APELAÇÃO CÍVEL Nº 1.0000.19.035495-1/001 - COMARCA DE BELO HORIZONTE - APELANTE(S): ASSOCIACAO DE PROTECAO VEICULAR E SERVICOS SOCIAIS - APELADO(A)(S): MARCELA BIGAO PASSOS INACIO

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A C Ó R D Ã O

Vistos etc., acorda, em Turma, a 12ª CÂMARA CÍVEL do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, na conformidade da ata dos julgamentos, em DAR PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO.

DESA. JULIANA CAMPOS HORTA RELATORA.

DESA. JULIANA CAMPOS HORTA (RELATORA)

V O T O

Trata-se de apelação interposta em face de sentença proferida em ação ordinária de cobrança com pedido de indenização por danos materiais proposta por APVS - ASSOCIAÇÃO DE PROTEÇÃO VEICULAR E SERVIÇOS SOCIAIS contra MARCELA BIGÁO PASSOS INÁCIO, que julgou improcedente os pedidos, extinguindo o processo com resolução de mérito e condenando a parte autora ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, sendo estes em 10% (dez por cento) sobre o valor da causa.

Inconformada, apela a parte autora.

Em suas razões recursais, a parte autora afirma que cabe à recorrida o pagamento dos valores despendidos para efetuar o conserto do automóvel, a cota de participação do associado, os honorários advocatícios e custas

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um centavos).

Sustenta que a sentença não enfrentou todos os argumentos deduzidos no processo, sendo a fundamentação insuficiente para motivar a decisão. Aduz que o recibo apresentado pela recorrida não demonstra pagamento à associação/apelante, mas apenas a quitação dos danos que seriam arcados pelo associado.

Requer a modificação da sentença para julgar procedentes os pedidos iniciais.

Sem contrarrazões. É relatório.

Presentes os pressupostos de admissibilidade, conhece-se do recurso. Inexistindo preliminar ou prejudicial a exigir solução, passo diretamente à análise do mérito recursal.

Versam os autos sobre ação de regresso proposta por APVS -ASSOCIAÇÃO DE PROTEÇÃO VEICULAR E SERVIÇOS SOCIAIS contra MARCELA BIGÁO PASSOS INÁCIO almejando ser reembolsada pela quantia que despendeu para o conserto do veículo pertencente ao seu segurado.

Narra a exordial que o associado da autora, Sr. Cássio Phillipe Cirilo Machado, foi vítima de um acidente causado pela ré, Sra. Marcela Bigáo Passos Inácio, portanto, a autora busca o ressarcimento dos valores despendidos.

A parte autora requer a indenização por danos materiais referentes aos valores despendidos para efetuar o conserto do automóvel (R$ 587,88), a cota de participação do associado (R$

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715,32), os honorários advocatícios (R$300,00) e custas processuais (R$338,21), totalizando o montante de R$ 1.941,41 (mil novecentos e quarenta e um reais e quarenta e um centavos).

Sobreveio a r.sentença que julgou improcedentes os pedidos iniciais, pois, "a parte ré demonstrou que arcou com o prejuízo causado ao veículo de terceiros decorrente do acidente de trânsito relatado na inicial por documentos não infirmados pela parte ré.".

Inconformada, apela a autora.

Sobre o tema, os artigos 186 e 927 do Código Civil imputam a responsabilidade civil de indenizar àquele que causar danos outrem. À seguradora é dado o direito de ingressar com a ação de regresso contra o causador do dano, objetivando o ressarcimento da quantia efetivamente dispendida para conserto do veículo de seu segurado. O amparo legal para tanto está no caput art. 786 do Código Civil Brasileiro, que dispõe: "Paga a indenização, o segurador sub-roga-se, nos limites do valor respectivo, nos direitos e ações que competirem ao segurado contra o autor do dano.".

A questão também está sumulada pelo STF mediante o verbete nº 188, segundo o qual "O segurador tem ação regressiva contra o causador do dano, pelo que efetivamente pagou, até ao limite previsto no contrato de seguro.".

Com efeito, o direito à sub-rogação do segurador constitui preceito legal, de maneira que, constatada a culpa de terceiros pelo dano, este deve ressarcir à seguradora pela quantia que desembolsou ao segurado. Esse é o entendimento seguido por esse Eg. Tribunal:

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CONTRATO DE SEGURO. PAGAMENTO DOS REPAROS. SEGURADORA. AÇÃO DE REGRESSO. CAUSADOR DO DANO. RESSARCIMENTO. CABIMENTO. CULPA DA PARTE RÉ. COMPROVAÇÃO. REEMBOLSO DEVIDO. I - Nos termos do art. 786 do CCB e da Súmula 188 do STF, o segurador tem ação regressiva contra o causador do dano, do valor que efetivamente desembolsou com o conserto do veículo segurado. II - O direito da seguradora deriva da sub-rogação, por força do disposto no art. 985, inciso I, do Código Civil, o qual se opera de pleno direito em favor do interessado que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado em razão de lei. III - O dever de indenizar pressupõe a confluência de três requisitos: a prática de uma conduta antijurídica, comissiva ou omissiva, a existência de um dano e o nexo de causalidade entre um e o outro. IV - Age com culpa o motorista que abalroa a traseira do veículo que estava parado à sua frente, pois seu ato revela desatenção no trânsito e não observância da distância de segurança. IV- Comprovada a culpa do réu pela ocorrência do acidente, impõe-lhe o dever de responder pelos danos dele derivados. V- Recursos conhecido e não provido. (TJMG - Apelação Cível 1.0024.13.322590-4/001. Relator Des. Vicente de Oliveira Silva. 10ª Câmara Cível. Julgamento: 06/11/2018. Publicação da súmula: 14/11/2018). (grifos acrescidos). Importante ressaltar que não é necessário analisar a culpabilidade pelo acidente de trânsito, já que assumida pela apelada.

Conforme autorização de reparo (Doc. Ordem 29), o valor total para conserto do veículo segurado foi de R$1.200,00 (hum mil e duzentos reais), cabendo ao associado pagar, diretamente à oficina, R$ 715,32 (setecentos e quinze reais e trinta e dois centavos), referente à franquia/cota participativa. O recibo (Doc. Ordem 30) demonstra que o montante devido pelo segurado foi assumido e quitado pela recorrida (Sra. Marcela), portanto, nesse ponto, o pedido autoral deve ser julgado improcedente.

Os demais R$ 587,88 (quinhentos e oitenta e sete reais e oitenta e oito centavos) seriam pagos por meio de depósito bancário, após emissão de nota fiscal e termo de quitação, na liberação do veículo ao

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associado.

A nota fiscal nº 002259 foi emitida para a associação/apelante sobre o valor restante (Doc. Ordem 10, f.6), e dado o termo de quitação e recebimento do veículo pelo associado (Doc. Ordem 10, f.7).

Resta demonstrado, portanto, que à associação/apelante, cabe o ressarcimento do montante por ela desembolsado, descrito na referida nota fiscal, devendo o marco inicial para a incidência de correção monetária e dos juros moratórios ser a data do efetivo desembolso.

Nesse sentido:

APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE RESSARCIMENTO DA SEGURADORA CONTRA O CAUSADOR DOS DANOS AO VEÍCULO SEGURADO - TERMO INICIAL DE INCIDÊNCIA DOS JUROS DE MORA SOBRE O VALOR A SER RESTITUÍDO - DATA DO EVENTO DANOSO (DATA DO DESEMBOLSO PELA SEGURADORA) - SÚMULA 54 STJ.

- Conforme jurisprudência consolidada no STJ, nas ações visando o reembolso de quantia despendida com o conserto do veículo abalroado, seja pelo proprietário, seja pela seguradora, o marco inicial para a incidência de correção monetária e dos juros moratórios é a data do efetivo desembolso. (TJMG - Apelação Cível 1.0024.14.207940-9/001. Relator Des. Maurício Pinto Ferreira. 10ª Câmara Cível. Julgamento: 19/03/2019. Publicação da súmula: 29/03/2019). (grifos acrescidos).

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS. ACIDENTE DE TRÂNSITO. CONSERTO. CUSTEIO PELA SEGURADORA. RESSARCIMENTO. JUROS DE MORA. TERMO INICIAL. DATA DO DESEMBOLSO. RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL. SENTENÇA REFORMADA. RECURSO PROVIDO.

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do ato ilícito, os juros de mora incidem a partir do evento danoso, o que, no caso de reembolso à Seguradora, corresponde à data do pagamento pela Seguradora dos reparos efetuados no veículo segurado. (TJMG - Apelação Cível 1.0024.10.111486-6/001, Relator Des. José Marcos Vieira, 16ª Câmara Cível. Julgamento: 24/10/2018. Publicação da súmula: 05/11/2018). (grifos acrescidos).

C I V I L E P R O C E S S U A L C I V I L . R E S P O N S A B I L I D A D E EXTRACONTRATUAL. ACIDENTE DE TRÂNSITO. DANOS MATERIAIS. VEÍCULO SINISTRADO. AVARIAS. CONSERTO PELA SEGURADORA. RESSARCIMENTO. JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA. TERMO INICIAL. Em caso de responsabilidade extracontratual por acidente de trânsito, o valor do ressarcimento material deve ser atualizado monetariamente e acrescido dos juros de mora a partir da data em que ocorreu o desembolso pela parte lesada. (TJMG - Apelação Cível 1.0024.13.183367-5/001, Relator Des. Luiz Artur Hilário, 9ª Câmara Cível. Julgamento: 24/07/2018. Publicação da súmula: 01/08/2018). (grifos acrescidos).

Ante ao exposto, DOU PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO, para reformar a sentença e condenar a parte ré, ora apelada, ao pagamento de R$ 587,88 (quinhentos e oitenta e sete reais e oitenta e oito centavos), nos termos dos artigos 186 e 927, ambos do Código Civil, incidindo correção monetária e juros moratórios a partir da data do efetivo desembolso. Redistribuo os ônus sucumbenciais para condenar as partes ao pagamento de custas e honorários, inclusive recursais, que ora arbitro em 2% sobre o valor da causa, repartidos na proporção de 50% para cada uma. Suspensa a exigibilidade em relação à ré por litigar sob o pálio da gratuidade judiciária.

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JD. CONVOCADO OCTÁVIO DE ALMEIDA NEVES - De acordo com o(a) Relator(a).

DES. DOMINGOS COELHO - De acordo com o(a) Relator(a).

Referências

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