• Nenhum resultado encontrado

X Semana de Estudos da Engenharia Ambiental UNESP Rio Claro, SP. ISSN

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "X Semana de Estudos da Engenharia Ambiental UNESP Rio Claro, SP. ISSN"

Copied!
6
0
0

Texto

(1)

SemEAr, v.2, n.1, p. 88-93, Set./ 2014. PROPOSTA DE RECUPERAÇÃO DE ÁREA DE RECREIO E DE CRIAÇÃO DE CENTRO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA SUB-BACIA DO CÓRREGO DO TIJUCO

PRETO - SÃO CARLOS, SP.

Ariane Maria Silva, Beatriz Caires Felice, Maria Fernanda Franchi de Almeida, Monica Palloni Gonçalves (bolsista PET Ambiental)

Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), São Carlos (SP) 1. INTRODUÇÃO E OBJETIVOS

Diante dos avanços da urbanização, o sistema de espaços livres públicos pode ser visto como uma opção para manter o funcionamento dos serviços ambientais dentro das cidades, além de promover a manutenção dos ecossistemas através de uma rede formada por esses espaços, a qual pode ser ampliada, dentro dos perímetros urbanos. Além de sua função ambiental, os espaços livres também desempenham função social e estrutural, portanto geram benefício para a fauna, a flora, as relações sociais, econômicas e de desenvolvimento urbano. É um aspecto amplo, que abrange os conceitos de área verde, parque, praça, jardim, canteiro ou até mesmo corredores ecológicos. No seguinte trabalho, este conceito foi utilizado para buscar melhorias em um espaço livre já implementado na cidade de São Carlos, através de análises qualitativas e quantitativas e da participação da população por meio da aplicação de questionários.

2. MÉTODOS

Para identificação das Áreas Verdes, Áreas de Lazer e Espaços Livres na bacia, foi realizada uma série de visitas à Bacia do Córrego Tijuco Preto. Nestas visitas, foram tiradas fotos de diversos pontos, de espaços vazios ou com sistema de recreio já criado, mas que necessitam de cuidados de manutenção. Assim, foi possível definir quais os pontos que apresentam maior urgência de monitoramento e busca de soluções de problemas, seja por meio da modificação da sua estrutura, da reconstituição vegetal ou do estabelecimento de serviços. Também foi possível, através destas visitas, decidir em qual local seria viável a construção de um centro de educação ambiental. Assim, esta primeira fase da metodologia consistiu em análises qualitativas da área de estudo.

A seguir, foram realizadas análises de mapas adquiridos na plataforma virtual da Prefeitura de São Carlos, de forma a quantificar os espaços livres existentes na bacia que eram voltados à atividades de lazer. Baseado nestes, foi criado um novo mapa temático (Figura 1), através do programa MapInfo, no qual estes espaços são categorizados em áreas de recreio.

(2)

SemEAr, v.2, n.1, p. 88-93, Set./ 2014.

Figura 1. Áreas de recreação localizadas na bacia

Para selecionar a área a ser restaurada, inicialmente determinou-se que o ponto deveria localizar-se na margem do córrego, para promover uma maior proximidade deste com a população. Além disso, optou-se por selecionar uma área onde já haviam estruturas de recreação implantadas, para buscar apenas formas de melhorar seu uso, pois essas áreas possuíam maior probabilidade de já serem frequentadas por um número significativo de pessoas. Dos pontos apresentados no mapa, apenas um seguia estes dois critérios: o Parque Linear, localizado próximo à nascente do córrego.

Portanto, este foi o ponto selecionado para a realização do presente trabalho.

A seguir, uma nova série de visitas a este local foi realizada para analisar as deficiências e potencialidades do mesmo e para garantir que havia necessidade da formulação de uma proposta de recuperação, a partir da observação dos seguintes aspectos: formas de uso e ocupação; tamanho; acessibilidade; grau de conservação das estruturas; quantidade de vegetação; e população residente na proximidade.

Além destes, outros indicadores foram estabelecidos para medir a qualidade das áreas. Estes índices foram utilizados durante a realização das entrevistas e não foram levados em conta nesta primeira análise. Este conjunto de fatores, que também continha informações qualitativas destes espaços, serviu como base na identificação de quais pontos seriam mais aproveitados e quais seriam de fato as melhores formas de utilização. Nesta etapa do projeto, também foram utilizadas novas informações advindas da população que reside no local por meio de entrevistas e

(3)

SemEAr, v.2, n.1, p. 88-93, Set./ 2014.

questionários. O questionário aplicado neste trabalho teve por base os critérios estabelecidos no questionário criado por Sepe (2009). Dessa forma, foi possível identificar quais são suas demandas, além de avaliar seu grau de sensibilização ambiental para, assim, avaliar quais são as melhores técnicas para informar a população sobre a importância do córrego. A coleta destes dados foi importante para identificar os temas relevantes de acordo com a realidade da população, para que esta possa de fato ser beneficiada com as propostas deste projeto.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Apesar de ser bem estruturado para atividades de caminhada, ciclismo e recreação infantil, o parque não teve o devido monitoramento, de forma que se encontra em estado bastante precário de conservação.

O questionário foi aplicado para vinte moradores do entorno do parque, a partir do qual foi possível observar que as estruturas e serviços que os moradores sentem maior necessidade são limpeza e segurança. Porém, devido às más condições do parque, as outras estruturas citadas também foram apontadas como necessidade, sem que houvesse grandes diferenças nas suas quantidades.

Quando questionados sobre outras estruturas e serviços que estejam em falta, fora os que foram citados, a população indicou a necessidade de: presença de árvores frutíferas, telefone público, coleta de recicláveis, grade cercando o parque, policiamento constante, controle de animais como ratos, aranhas, carrapatos e escorpiões. Sobre a manutenção das estruturas já existentes, foi indicada necessidade de reforma da ponte e da malha de contenção que há nas laterais do córrego. Além disso, foi citada a substituição do material existente no playground por areia, pois aquele causa alergia em algumas crianças; poda das árvores; e, por fim, alguns habitantes afirmaram ter preferência pela canalização do rio e abertura de uma rodovia no local do parque. Porém, a maioria das pessoas entrevistadas afirmou visitar o parque eventualmente, sendo que apenas duas o frequentam diariamente.

Quanto à presença de animais silvestres, 7 pessoas afirmam não ter avistado animais silvestres no parque, enquanto 13 afirmam sua existência. Quando questionadas sobre quais animais vivem ali, citaram cobras, gambás, sapos, furões, lagartos e pássaros (gaviões, galinha d’água, anu, passo preto, entre outros não identificados).

Apenas duas das pessoas entrevistadas não notaram a presença de disposição irregular de lixo na área. Também duas não acreditam que haja necessidade de preservação e/ou restauração do parque. Sobre a importância do córrego, 12 consideram-no muito importante, 4 com importância mediana e 4 com pouca ou nenhuma importância. E, por fim, 9 pessoas acreditam que a bacia necessita de mais áreas verdes, enquanto 11 não consideram que haja esta necessidade.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base nestas informações, conclui-se que este ponto é prioritário para a manutenção das estruturas, pois suas condições comprometem a segurança, a saúde e o bem estar da população, além de não cumprir com suas funções ecológicas. Por conta de todos estes problemas, o parque encontra-se vazio na maior parte do tempo, sendo frequentado apenas por alguns moradores que

(4)

SemEAr, v.2, n.1, p. 88-93, Set./ 2014.

o utilizam mais como um meio de chegar ao seu destino com maior rapidez, em vez de aproveitar seu potencial como área de recreação.

Propõe-se também que a criação do Centro de Educação Ambiental seja realizada próxima ou, se possível, dentro da área do parque, já que a própria população do entorno indicou a falta de sensibilização ambiental em alguns aspectos: preferência pela canalização do rio e transformação da área em avenida; algumas crianças caçam os animais que a habitam; algumas vezes, é realizada a queimada da vegetação a fim de controlar seu crescimento. A infraestrutura do Centro deve considerar aspectos ambientais em todo o seu desenvolvimento, além de envolver a população para responder às suas demandas e para que promova maior interesse no parque por parte dos moradores e, futuramente, atrair populações mais distantes, atingindo seu objetivo de sensibilização ambiental.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARFELLI, A. C. Áreas Verdes e de Lazer - Considerações para sua Compreensão e Definição na Atividade Urbanística de Parcelamentos do Solo. Revista de Direito Ambiental, v. 9, n. 33, p. 33-5, jan./mar. 2004.

BAIO, J. A. F. Avaliação da Contaminação nos principais corpos d’água do município de São Carlos/SP. 2009. 111f. Dissertação (Mestre em Ciências) – Escola de Engenharia de São Carlos. Universidade de São Paulo, São Carlos, São Paulo. 2009.

BARTALINI, V. Os córregos ocultos e a rede de espaços públicos urbanos. Arquitextos (São Paulo), v. 106, p. 1-15, 2009.

CARNEIRO, A. R. S.; DUARTE, M.; MARQUES, E. A. A Conservação da Paisagem na Perspectiva de um Sistema de Espaços Livres Públicos do Recife. Paisagem Ambiente: ensaios – n 26 – São Paulo – p. 127 – 141 – 2009.

CAVALHEIRO, F. O planejamento de espaços livres: o caso de São Paulo. In: CONGRESSO NACIONAL SOBRE ESSÊNCIAS NATIVAS, 1982, Campos do Jordão/SP. Anais... São Paulo: Silvicultura em São Paulo, 1982. P. 1819-1830.

CORMIER, N. S.; PELLEGRINO, P. R. M. Infraestrutura verde: uma estratégia paisagística para a água urbana. Paisagem Ambiente: ensaios – n. 25 – São Paulo – p. 125 – 142 – 2008. DECINA, Thiago G. T. Análise de medidas de controle de inundações a partir da avaliação de cenários de uso e ocupação de solo na bacia hidrográfica do córrego do Gregório, São Carlos – SP. Dissertação apresentada ao programa de pós-graduação em Engenharia Hidráulica e Saneamento. 176 p. São Carlos – SP, 2012.

ESPÍNDOLA, E. L. G.; BARBOSA, D. S.; MENDIONDO, E. M. Diretrizes ecológicas em projetos de recuperação de rios urbanos tropicais: estudo de caso no rio Tijuco Preto (São

(5)

SemEAr, v.2, n.1, p. 88-93, Set./ 2014. Carlos - SP, Brasil). Disponível em http://www.aprh.pt, acesso em 27/03/2014.

FONTES, N. Análise de indicadores para gestão e planejamento de espaços livres públicos de lazer: município de Jaboticabal. Dissertação de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Urbana do Centro de Ciências Exatas e de Tecnologia da UFSCar, São Carlos – 2003.

Fundação para o Incremento da Pesquisa e Aperfeiçoamento Industrial. FIPAI. Disponível em: < http://www.fipai.org.br/>. Acesso em 23 de abril de 2014.

GALENDER, Fany Cutcher. A Idéia de sistema de espaços livres públicos na ação de paisagistas pioneiros na América Latina. In. Paisagens em Debate - Revista eletrônica da área Paisagem e Ambiente, FAU. USP - n. 03, nov. 2005.

GONÇALVES, A. R. L. Geologia ambiental da área de São Carlos, São Paulo. 1986. 105f. Tese (Doutorado) – Instituto de Geociências, Universidade de São Paulo. São Paulo, 1986. GUEDES, C. Plano de Gestão de Bacia tem dificuldades para ser aceito em São Carlos. Disponível em: <www.labjor.unicamp.br/midiaciencia/article.php3?id_article=228> acesso em 3 abr. 2014.

LEAL, F. A. B. Projeto Hidrossolidariedade: uma Inovação Científico-Participativa entre Universidade e Comunidades na Prevenção de Riscos Ambientais com Planos Diretores Sustentáveis em Bacias Hidrográficas Urbanas. Relatório Final de Bolsa-Trabalho Processo COSEAS/USP – 437/03 Universidade de São Paulo – USP Coordenadoria de Assistência Social - COSEAS/USP, 2004.

MENEGUETTI, K. S.; REGO, R. L.; BELOTO, G. E. Maringá – A Paisagem Urbana e o Sistema de Espaços Livres. Paisagem Ambiente: ensaios – n. 26 - São Paulo – p. 29 – 50 – 2009.

NABULSI, A.; WOLFF, H. P. Aspects of water resource management and hydrosolidarity on the level of Farming Systems and Households in the Eastern Jordan Valley. Deutscher Tropentag 2003: Technological and Institutional Innovations for Sustainable Rural Development: International Research on Food Security, Natural Resource Management and Rural Development, 08.-10.10.2003, p. 121, Göttingen.

PERES, R. B.; MENDIONDO, E. M. Desenvolvimento de Cenários de Recuperação como Instrumento ao Planejamento Ambiental e Urbano - Bases conceituais e Experiências Práticas. In SEMINÁRIO NEUR/CEAM, 2004, Brasília, DF A questão Ambiental e Urbana: Experiências e Perspectivas, Brasília NEUR/CEAM, UnB, 2004.

(6)

SemEAr, v.2, n.1, p. 88-93, Set./ 2014. no Urbano. Caminhos de Geografia 1 (16) 1 - 7, fev/2006.

QUEIROGA, E. U. Sistemas de espaços livres e esfera pública em metrópoles brasileiras. RESGATE - vol. XIX, N0 21 - jan./jun. 2011 - QUEIROGA, Eugênio Fernandes - p. 25-35 RIBEIRO, C. A.G. Hidrossolidariedade como princípio de gestão participativa de risco de inundações por Associação de Bacia. Dissertação (Mestrado). Graduação das Ciências da Engenharia Ambiental, Centro de Recursos Hídricos e Ecologia Aplicada, Escola de Engenharia de São Carlos - Universidade de São Paulo, São Carlos, 2007.

RIBEIRO, A. G.; MEDIONDO, E. M. Hidrossolidariedade em associações de bacias hidrográficas no gerenciamento de recursos hídricos para o plano diretor urbano. 2004. SCHLEE, M. B.; NUNES, M. J.; REGO, A. Q.; RHEINGANTZ, P.; DIAS, M. A.; TÂNGARI, V. R. Sistema de Espaços Livres nas Cidades Brasileiras – Um Debate conceitual. Paisagem Ambiente: ensaios - n. 26 - São Paulo - p. 225 - 247 – 2009.

SEPE, L.; OLIVEIRA, M.; BERGEL, M. M.; JUNIOR, W. B. Percepção Sócio-Ambiental do Parque do Bicão. ACIEPE – Educação Ambiental e Ação Sócio-Educativa, 2009.

ZOCCOLI, A.; KOELZER, M. P.; JUNIOR, O. A. W. Projeto de Espaços Livres Públicos de Lazer para Todos. In: Encontro Nacional de Grupos PET, 11, 2006, Florianópolis. Anais. Florianópolis: UFSC, 2006.

Referências

Documentos relacionados

O objetivo deste trabalho é mostrar as características, importância e aplicações que os semicondutores têm para a eletrônica, as suas funções em equipamentos

A etapa final deste estudo consiste na comparação desses dados e análise a fim de elencar algumas sugestões de melhores práticas e ações que devem ser priorizadas na

SUPERINTENDÊNCIA DO ESPAÇO FíSICO DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - SEF, nos autos do PROCESSO N.o 2014.1.692.82.0, doravante denominada CONTRATADA, firmam o presente contrato

O Orçamento Participativo não é uma panacéia que resolveria todos os problemas e dificuldades enfrentadas pela cidade do Natal, ele seria apenas um instrumento inicial,

Para avaliar as mudanças ocorridas na área no período escolhido, foram definidas classes de uso e ocupação do solo a serem avaliadas e quantificadas através de

DECLARO que a empresa qualificada no campo 1 está apta para atender todas as emergências ambientais com produtos/resíduos perigosos de seus clientes, nas classes declaradas no campo

O presente instrumento tem por objeto o compromisso de adesão ao Programa de Regularização Ambiental, em até 60(sessenta) dias após a sua implementação no Estado do Pará,

Áreas indígenas são demarcadas para servir concretamente de habitação permanente dos índios de uma determinada etnia, de par com as terras utilizadas para suas atividades