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PESQUISA CIENTÍFICA: CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

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Academic year: 2021

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PESQUISA CIENTÍFICA:

CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

SIDERLY DO CARMO DAHLE DE ALMEIDA BARBOSA

CURSOS DE GRADUAÇÃO Pró-Reitoria de Ensino

ORGANIZADORAS: Aparecida Cristina Cardoso Cristina Herold Constantino

Fabiana Sanches Noiriel Leal (Liel)

MARINGÁ – PR 2014

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Reitor: Wilson de Matos

Vice-Reitor: Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Ensino: Valdecir Antonio Simão Presidente da Mantenedora: Cláudio Ferdinandi

NÚCLEO DE FORMAÇÃO SOCIOCULTURAL E METODOLOGIA DA PESQUISA

Gestora da disciplina: Cristina Herold Constantino

Professoras mediadoras da disciplina: Aparecida Cristina Cardoso, Fabiana Sanches e Noiriel Leal (Liel)

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INTRODUÇÃO

A produção do conhecimento, por meio da pesquisa científica, objetiva dentre outros fatores, contribuir para o desenvolvimento social e humano e, consequentemente, ao aprimoramento e avanço do conhecimento, o que justifica o fato da pesquisa científica não ocorrer de maneira aleatória e/ou desvinculada das instituições que detêm as normas metodológicas consagradas pela ciência.

Produzir conhecimento requer alguns critérios para a seguridade e confiabilidade dos resultados, que por sua vez resultam do conhecimento dos mesmos. O material desta semana, portanto, enfoca um dos pontos significativos ao construirmos um conhecimento, ou seja, como proceder a

classificação de uma pesquisa científica.

Apresentaremos, neste material, ideias relacionadas ao procedimento da classificação da pesquisa, do ponto de vista da natureza e da abordagem dos objetivos e dos procedimentos básicos.

1. CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

CIENTÍFICA

1.1 DO PONTO DE VISTA DA NATUREZA E DA ABORDAGEM DO PROBLEMA

Conhecer é ter a oportunidade de passar de um estado de desconhecimento a

um estado de saber, ainda que esse saber seja banal ou incompleto; é estabelecer ordem substituindo o caos, é construir diferentes saberes para substituir um estado de ignorância.

Para conhecer são imprescindíveis os seguintes elementos:

a) o sujeito que quer conhecer;

b) o objeto que é aquilo sobre o que se quer saber;

c) a imagem mental que resulta da relação estabelecida entre sujeito-objeto e que passa a formar a subjetividade daquele que conhece.

O conhecimento científico é também chamado de racional porque lida com ocorrências ou fatos, valendo-se de experimentos, comprovações, observações. É um conhecimento sistemático, posto que valida e comprova aquilo que se quer provar. Aliado às tecnologias, é o que mais tem aproximado a humanidade da qualidade de vida tão almejada, proporcionando avanços no campo da saúde, segurança e educação. O conhecimento científico está em constante transformação, pois a cada nova descoberta cai por terra uma verdade anterior.

A pesquisa exige, em primeiro lugar, que o(a) aluno(a) esteja consciente de que o resultado do processo depende essencialmente dele(a) mesmo(a).

De acordo com Gil (2009, p. 17):

Pode-se definir pesquisa como o procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são

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propostos. A pesquisa é requerida quando não se dispõe de informação suficiente para responder ao problema, ou então quando a informação disponível se encontra em tal estado de desordem que não possa ser adequadamente relacionada ao problema.

Gil, Cervo e Bervian (2002) explicitam que a pesquisa deve se propor a analisar um problema tendo em vista o que já se tem publicado sobre o assunto, conhecendo e analisando as contribuições científicas de outros autores sobre o mesmo, constituindo-se como elemento básico para estudos que exijam o domínio do estado da arte daquele tema.

Sempre que procuramos respostas às nossas perguntas, estamos pesquisando.

Pesquisa é, portanto, um conjunto de ações propostas para encontrar a solução para um problema, que tem por base procedimentos racionais e sistemáticos. A pesquisa é realizada quando se tem um problema e não se tem informações para solucioná-lo.

Do ponto de vista da sua natureza, a pesquisa pode ser:

Básica (ou fundamental): satisfaz o desejo

de adquirir conhecimento, sem que haja uma previsão de aplicação prática. Posteriormente, tais conhecimentos podem ser utilizados em pesquisas aplicadas ou tecnológicas.

Aplicada (ou Tecnológica): busca gerar

conhecimentos para aplicação prática. São pesquisas dirigidas à solução de problemas específicos, concretos.

Quanto à forma de abordagem do problema, a pesquisa pode ser:

Quantitativa: neste caso, todos os dados

da pesquisa são traduzíveis em números e posteriormente são analisados e classificados. Técnicas estatísticas tornam-se essenciais.  Qualitativa: é uma pesquisa descritiva e

considera que há uma relação entre o mundo real e o sujeito. A análise dos fenômenos e a

atribuição de significados são ações básicas

no processo deste tipo de pesquisa.

Vamos verificar como a pesquisa científica pode ser classificada a partir dos seus objetivos.

1.2 DO PONTO DE VISTA DOS SEUS OBJETIVOS

Quando vamos classificar nossa pesquisa, quais critérios devemos usar para definir que tipo de pesquisa desejamos fazer? Para responder a esta pergunta é importante rever qual o objetivo geral de nosso trabalho, pois é com base nele que vamos chegar a tal classificação. As pesquisas são dividas em três grupos principais: pesquisas exploratórias, descritivas e pesquisas explicativas. É sobre estes grupos que vamos nos deter a partir de agora.

As pesquisas exploratórias se ocupam em agregar maior intimidade ao problema em questão, tornando-o mais claro e específico. Elas permitem que sejam considerados diversos aspectos diferentes do foco de estudo. Em geral, as pesquisas exploratórias envolvem levantamento

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bibliográfico, entrevistas com pessoas que tiveram ou têm contato com as questões práticas, que envolvem o problema de pesquisa e permitem a análise de exemplos.

A pesquisa descritiva tem por escopo descrever características de uma população ou de um fenômeno, propondo relações entre as variáveis. Os questionários e as observações sistemáticas são técnicas de coletas de dados pertencentes a esta classificação de pesquisa.

As pesquisas explicativas buscam identificar as variáveis que determinam a ocorrência dos fenômenos, explicando a razão das coisas. Elas se valem quase unicamente do método experimental, razão pela qual nas ciências sociais ela se torna tão difícil. Opta-se, neste caso, por métodos de observação.

Esta classificação permite que se estabeleça qual será o marco teórico da pesquisa, e, para confrontar teoria e prática, faz-se necessário definir qual o delineamento da pesquisa.

O elemento mais importante para a identificação de um delineamento é o procedimento adotado para a coleta de dados. Assim, podem ser definidos dois grandes grupos de delineamentos: aqueles que se valem das chamadas fontes de “papel” e aqueles cujos dados são fornecidos por pessoas. No primeiro grupo, estão a pesquisa bibliográfica e a pesquisa documental. No segundo, estão a pesquisa experimental, a pesquisa ex-post facto, o levantamento e o estudo de caso. Neste último grupo, ainda que gerando certa controvérsia, podem ser incluídas também a pesquisa-ação e a pesquisa participante (GIL, 2007, p. 43).

Esta divisão não deve ser engessada, pois muitas pesquisas cabem em mais de um modelo, em função de suas características.

Vejamos, finalmente, como se classificam as pesquisas sob o ponto de vista dos procedimentos técnicos.

1.3 DO PONTO DE VISTA DOS PROCEDIMENTOS TÉCNICOS

1.3.1 Pesquisa bibliográfica

Trata-se de uma pesquisa que envolve toda a bibliografia já compartilhada em relação ao tema proposto, tendo por principal objetivo colocar o pesquisador em contato com tudo que já foi publicado sobre o assunto. Tal pesquisa envolve a escolha do material, um plano de leitura sistemático acompanhado de um fichamento, e, posteriormente, análise e interpretação. Dessa forma, as informações lidas são processadas pelo pesquisador e, acrescidas de seus conhecimentos, produzem novas reflexões sobre o tema. Esta pesquisa dá o suporte necessário para as demais técnicas a serem implementadas pelo pesquisador, pois auxilia na demarcação do problema, na determinação dos objetivos, na escolha das hipóteses e na fundamentação teórica do estudo.

1.3.2 Documental

A particularidade fundamental da pesquisa documental é que a fonte de coleta de dados está circunscrita a documentos, que instituem o que se designa como fontes

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primárias. Essa técnica permite angariar informações prévias sobre o campo de interesse, examinando-se documentos oficiais e jurídicos que apontem para informações relevantes. Os documentos oficiais constituem a fonte mais fidedigna de dados e cabe ao pesquisador apenas selecionar o que lhe interessa e, apesar de não exercer controle sobre a forma como os documentos foram criados, deve interpretar e comparar o material. Já, os documentos jurídicos apresentam uma fonte rica de informes, do ponto de vista sociológico, e podem contribuir para melhor apresentar o arco sob o qual se circunscreve o campo de estudo desejado.

1.3.3 Experimental

A pesquisa experimental remete-se, em geral, a pesquisas de cunho científico. Neste caso, o pesquisador deve selecionar as variáveis que deseja comparar, e testar as possíveis relações funcionais, mantendo um grupo de controle. Esta pesquisa nas ciências humanas é bastante limitada, pela dificuldade em se manipular pessoas.

1.3.4 Estudo de caso

O estudo de caso é considerado um método qualitativo, que consiste em um modo de aprofundar uma unidade individual. Esta “individualidade” pode ser entendida como um

conjunto de relações, uma comunidade, um período de tempo, um programa de televisão, um evento, uma religião, um curso, entre outros.

O estudo de caso ajuda no entendimento dos fenômenos, sejam eles individuais, processos organizacionais ou ainda políticos de uma sociedade. É um instrumento utilizado para compreender a forma e os motivos que levaram à determinada tomada de decisão. De acordo com Yin (2001), o estudo de caso trata de um estudo empírico que investiga um “fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto de vida real” (YIN, 2001, p. 32), e que possibilita averiguar uma realidade, de maneira a retratar e desvendar a multiplicidade dos aspectos que permeiam determinada situação. Neste contexto,

o pesquisador procura revelar a multiplicidade de dimensões presentes numa determinada situação ou problema, focalizando-o como um todo. Esse tipo de abordagem enfatiza a complexidade natural das situações, evidenciando a inter-relação dos seus componentes (LUDKE; ANDRÉ, 1986, p.19).

A coleta de dados no estudo de caso é um processo mais complexo, pois se faz necessário adotar mais de uma técnica para garantir a qualidade nos resultados que se pretende obter. “Os resultados obtidos no estudo de caso devem ser provenientes da convergência ou da divergência das observações obtidas de diferentes procedimentos”.

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Por este motivo o estudo de caso torna-se o mais completo método de pesquisa, pois envolve diferentes técnicas como: análise documental, entrevistas, observação, participantes, depoimentos e questionários.

1.3.5 Pesquisa-ação

A pesquisa-ação é mais flexível e, como o nome já diz, envolve a ação do próprio pesquisador. Numa primeira fase, o pesquisador precisa fazer o reconhecimento visual do lócus da pesquisa, consultando documentos e dialogando com representantes das categorias eleitas nesta pesquisa. Diversas técnicas devem ser adotadas para a coleta de dados neste caso, e a mais utilizada é a entrevista, que tanto pode ser aplicada de modo coletivo como individual. Os questionários também são bastante utilizados, principalmente quando se trata de um universo grande.

É importante não confundir a pesquisa-ação com um processo individual de autoavaliação. Este tipo de pesquisa é uma prática reflexiva sobre determinada ação e que se modifica continuamente em espirais de reflexão e ação. Cada espiral envolve:

• Aclarar e diagnosticar uma situação prática ou um problema prático que se quer melhorar ou resolver; • Formular estratégias de ação;

• Desenvolver essas estratégias e avaliar sua eficiência;

• Ampliar a compreensão da nova situação; • Proceder aos mesmos passos para a nova situação prática. (ELLIOT, 1998, p. 139)

1.3.6 Pesquisa participante

A pesquisa participante envolve a participação real do pesquisador, que deve se incorporar ao grupo que está pesquisando. Este tipo se aproxima muito da pesquisa-ação. Thiollent (1997) analisa que “Toda pesquisa-ação possui um caráter participativo, pelo fato de promover ampla interação entre pesquisadores e membros representativos da situação investigada. Nela existe vontade de ação planejada sobre os problemas detectados na fase investigada” (p. 21). O autor afirma que, no caso da Pesquisa Participante, alguns partidários desta técnica não veem a necessidade de “objetivação e divulgação da informação ou do conhecimento”; percebendo a relação da pesquisa-ação com o fato do termo ser utilizado internacionalmente para “designar um tipo de intervenção psicossociológica no contexto organizacional (…), segundo uma visão operacional sem perspectiva crítica ou conscientizadora” (idem).

O plano de ação da pesquisa participante envolve:

a) Ações que possibilitem a análise mais adequada do problema estudado;

b) Ações que possibilitem melhoria imediata da situação em nível local;

c) Ações que possibilitem melhoria a médio ou longo prazo em nível local ou mais amplo. (GIL, 2009, p. 52)

A pesquisa participante não acaba com a elaboração de um relatório, mas sim com um

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plano de ação que pode dar início a uma nova pesquisa. Os resultados não são conclusivos e tendem a gerar outros problemas que exigirão novas ações.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conhecer teoricamente o processo, as etapas a serem percorridas, bem como as técnicas que orientam a produção do conhecimento científico consiste em uma forma de apropriação deste conhecimento, uma vez que não se faz ciência sem apropriar-se das normas e técnicas que direcionam a construção deste saber.

Assim, à pesquisa científica cumpre conhecer a sua natureza, a forma de abordagem do problema, os seus objetivos e procedimentos técnicos.

Neste sentido, esperamos que você não apenas tenha internalizado estas informações, mas que elas possam servir para o seu direcionamento nas atividades semanais propostas, em seus trabalhos acadêmicos, bem como em suas intenções de projetos futuros.

REFERÊNCIAS

CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino.

Metodologia científica. 4. ed. São Paulo:

Makron Books, 2003.

ELLIOT, J. Recolocando a pesquisa-ação em seu lugar original e próprio. In: GERALDI, C. M. G.; FIORENTINI, D.; PEREIRA, E. M.A. (Orgs.)

Cartografias do trabalho docente. Campinas:

Mercado da Letras, 1998, p. 137-152.

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos

de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2009.

LÜDKE, Menga ; ANDRÉ, M. Pesquisa em

educação: abordagens qualitativas. São Paulo:

Pedagógica e Universitária, 1986.

THIOLLENT, Michel. Metodologia da pesquisa-ação. 12. ed. São Paulo: Cortez,

Referências

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