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Espíritos. O Livro dos. Allan Kardec. Filosofia Espiritualista. BesouroLux E D I Ç Õ E S. Por Claudio Damasceno Ferreira Junior

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5ª edição / Porto Alegre-RS / 2017

O Livro dos

Allan Kardec

Por

Claudio Damasceno Ferreira Junior

Espíritos

Contém os princípios da Doutrina Espírita sobre a imortalidade da alma, a natureza dos espíritos e suas relações com os homens, as leis morais, a vida presente, a vida futura e o porvir da Humanidade segundo o ensinamento

dado pelos Espíritos Superiores com o auxílio de diversos médiuns Recebidos e coordenados por:

Filosofia Espiritualista

E D I Ç Õ E S

(4)

Capa: Marco Cena sobre tela de William Adolphe Bouguereau - A Caridade Consultoria editorial: Ivan Selbach

Revisão: Glênio Guimarães Produção: BesouroBox

Editoração eletrônica: Bruna Dali e Maitê Cena Assessoramento de edição: André Luis Alt

Todos os direitos desta edição reservados à Edições BesouroBox Ltda.

Rua Brito Peixoto, 224 - Cep: 91.030-400 Passo D’areia - Porto Alegre - RS

Fone: (51) 3337.5620 www.besourobox.com.br Impresso no Brasil Setembro de 2017

Os direitos autorais provenientes desta obra serão doados pelo organizador ao Centro Espírita Dr. Ramiro D’Ávila (Sopa do Pobre) - Porto Alegre/RS.

______________________________________________________________ D155l Kardec, Allan.

Livro dos Espíritos / Allan Kardec ; [coordenação] Claudio Damasceno Ferreira Junior. 5.ed – Porto Alegre: BesouroBox, 2017.

480 p.

ISBN 978-85-99275-63-4 1.Espiritismo. I. Título.

CDU 130.122

_____________________________________________________________ Cip – Catalogação na Publicação

Vanessa I. de Souza CRB10/1468

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Agradeço aos colegas Espíritas que contribuíram com incentivo, conhecimento e dedicação para que esta obra se realizasse. Aos irmãos: Ivan Selbach e Soenia Feijó, o meu muito obrigado, de coração.

(6)
(7)

APRESENTAÇÃO ... 11

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA DOUTRINA ESPÍRITA ... 13

PRIMEIRA PARTE - AS CAUSAS PRIMEIRAS ... 57

CAPÍTULO 1 – DeUs ... 59

• Deus e o Infinito ... 59

• Provas da Existência de Deus ... 59

• Atributos da Divindade ... 61

• Panteísmo ... 62

CAPÍTULO 2 – eLemenTOs gerAis DO UniversO ... 64

• Conhecimento do Princípio das Coisas ... 64

• Espírito e Matéria ... 65

• Propriedades da Matéria ... 68

• Espaço Universal ... 71

CAPÍTULO 3 – sObre A CriAçãO ... 72

• Formação dos Mundos ... 72

• Formação dos Seres Vivos ... 73

• Povoamento da Terra – Adão ... 75

• Diversidade das Raças Humanas ... 76

• Os Vários Mundos Habitados ... 77

• Considerações e Concordâncias Bíblicas a Respeito da Criação ... 78

CAPÍTULO 4 – PrinCÍPiO viTAL ... 83

• Seres Orgânicos e Inorgânicos ... 83

• A Vida e a Morte ... 85

• Inteligência e Instinto ... 87

(8)

SEGUNDA PARTE - MUNDO

ESPÍRITA OU MUNDO DOS ESPÍRITOS ... 89

CAPÍTULO 1 – sObre Os esPÍriTOs ... 91

• Origem e Natureza dos Espíritos ... 91

• Mundo Normal Primitivo ... 93

• Forma e Onipresença dos Espíritos ... 94

• Perispírito ... 96

• Hierarquia no Mundo Espiritual ... 97

• Escala Espírita ... 98

• Evolução dos Espíritos ... 105

• Anjos e Demônios ... 109

CAPÍTULO 2 – enCArnAçãO DOs esPÍriTOs ... 112

• Objetivos da Encarnação ... 112

• A Alma ... 113

• Materialismo ... 117

CAPÍTULO 3 – RETORNO DOS ESPÍRITOS AO MUNDO ESPIRITUAL ... 121

• A Alma Após a Morte – Sua Individualidade – Vida Eterna ... 121

• Separação da Alma pela Morte do Corpo Físico ... 123

• Perturbação dos Espíritos ... 126

CAPÍTULO 4 – As váriAs exisTênCiAs DO esPÍriTO ... 129

• A Reencarnação ... 129

• Justiça da reencarnação ... 130

• Encarnação nos Diferentes Mundos ... 131

• Transmigração Progressiva ... 137

• Destino das Crianças Após a Morte ... 140

• Sexo e Espíritos ... 142

• Parentesco e Filiação ... 142

• Semelhanças Físicas e Morais ... 144

• Ideias Inatas ... 147

CAPÍTULO 5 – CONSIDERAÇÕES SOBRE AS VÁRIAS EXISTÊNCIAS DO ESPÍRITO ... 149

CAPÍTULO 6 – A viDA nO mUnDO esPiriTUAL ... 160

• Espíritos Errantes ... 160

• Mundos Transitórios ... 163

• Percepções, Sensações e Sofrimentos dos Espíritos ... 165

(9)

• Escolha das Provas ... 175

• Relacionamento Entre os Espíritos Após a Morte ... 182

• Relações de Simpatia e de Antipatia Entre os Espíritos – Metades Eternas ... 186

• Lembrança da Existência no Corpo Físico ... 189

• Comemoração do Dia dos Mortos - Funerais ... 193

CAPÍTULO 7 – A reenCArnAçãO ... 196

• Preparativos Para a Reencarnação ... 196

• União Entre a Alma e o Corpo - Aborto ... 199

• Faculdades Morais e Intelectuais do Homem ... 203

• Influência do Corpo Físico ... 205

• Deficiências Mentais ... 207

• A Infância ... 210

• Simpatias e Antipatias Terrenas ... 212

• Esquecimento do Passado ... 213

CAPÍTULO 8 – LiberTAçãO DA ALmA ... 219

• O Sono e os Sonhos ... 219

• Visitas Espirituais Entre Encarnados ... 225

• Transmissão de Pensamento Entre Espíritos Encarnados e Desencarnados ... 226

• Letargia e Catalepsia – Mortes Aparentes ... 227

• Sonambulismo ... 229

• Êxtase ... 233

• Dupla Vista ou Clarividência ... 234

• Resumo Teórico do Sonambulismo, do Êxtase e da Dupla Vista ... 236

CAPÍTULO 9 – INTERVENÇÃO DOS ESPÍRITOS NO MUNDO MATERIAL ... 243

• Como os Espíritos Podem Penetrar em Nossos Pensamentos ... 243

• Influência Oculta dos Espíritos Sobre Nossos Pensamentos e Ações ... 244

• Possessão ... 247

• Convulsões ... 250

• Afeição dos Espíritos por Determinadas Pessoas ... 251

• Anjos da Guarda – Espíritos Protetores, Familiares ou Simpáticos ... 253

• Pressentimentos ... 263

• Influência dos Espíritos nos Acontecimentos da Vida ... 264

(10)

• Os Espíritos Durante os Combates ... 270

• Sobre os Pactos ... 271

• Poder Oculto – Talismãs – Feiticeiros ... 273

• Bênçãos e Maldições ... 274

CAPÍTULO 10 – sObre As OCUPAções e As missões DOs esPÍriTOs ... 276

CAPÍTULO 11 – OS TRÊS REINOS ... 284

• Os Minerais e as Plantas ... 284

• Os Animais e o Homem ... 286

• Metempsicose ... 293

TERCEIRA PARTE - LEIS MORAIS ... 297

CAPÍTULO 1 – Lei De DeUs OU Lei nATUrAL ... 299

• Características da Lei Natural ... 299

• Origem e Conhecimento da Lei Natural ... 300

• O Bem e o Mal ... 303

• Divisão da Lei Natural ... 307

CAPÍTULO 2 – Lei De ADOrAçãO ... 309

• Finalidade da Adoração ... 309

• Manifestações Exteriores da Adoração ... 310

• Vida Contemplativa ... 311

• A Prece ... 311

• Politeísmo ... 315

• Sacrifícios ... 316

CAPÍTULO 3 – LEI DO TRABALHO ... 320

• Necessidade do Trabalho ... 320

• Limite do Trabalho – Repouso ... 322

CAPÍTULO 4 – Lei DA rePrODUçãO ... 324

• População da Terra ... 324

• Sucessão e Aperfeiçoamento das Raças ... 324

• Obstáculos à Reprodução ... 326

• Casamento e Celibato ... 326

• Poligamia ... 328

CAPÍTULO 5 – Lei DA COnservAçãO ... 329

• Instinto de Conservação ... 329

(11)

• Prazeres Terrenos ... 332

• Necessário e Supérfluo ... 333

• Privações Voluntárias – Mortificações ... 334

CAPÍTULO 6 – Lei DA DesTrUiçãO ... 337

• Destruição Necessária e Destruição Abusiva ... 337

• Flagelos Destruidores ... 339 • Guerras ... 341 • Assassinato ... 342 • Crueldade ... 344 • Duelo ... 345 • Pena de Morte ... 346

CAPÍTULO 7 - Lei DA sOCieDADe ... 349

• Necessidade da Vida Social ... 349

• Vida de Isolamento – Voto de Silêncio ... 350

• Laços de Família ... 351

CAPÍTULO 8 – Lei DO PrOgressO ... 352

• Estado Natural ... 352

• Marcha do Progresso ... 353

• Povos Degenerados ... 356

• Civilização ... 359

• Progresso da Legislação Humana ... 360

• Influência do Espiritismo no Progresso ... 361

CAPÍTULO 9 – Lei DA igUALDADe ... 364

• Igualdade Natural ... 364

• Desigualdade das Aptidões ... 364

• Desigualdades Sociais ... 365

• Desigualdade das Riquezas ... 366

• Provas da Riqueza e da Miséria ... 368

• Igualdade dos Direitos do Homem e da Mulher ... 369

• Igualdade Perante a Morte ... 370

CAPÍTULO 10 – Lei DA LiberDADe ... 372

• Liberdade Natural ... 372 • Escravidão ... 373 • Liberdade de Pensar ... 374 • Liberdade de Consciência ... 375 • Livre-arbítrio ... 376 • Fatalidade ... 378

(12)

• Conhecimento do Futuro ... 384

• Resumo Teórico da Motivação das Ações do Homem ... 386

CAPÍTULO 11 – LEI DA JUSTIÇA, DO AMOR E DA CARIDADE ... 390

• Justiça e Direitos Naturais ... 390

• Direito de Propriedade – Roubo ... 392

• Caridade e Amor ao Próximo ... 394

• Amor Materno e Filial ... 396

CAPÍTULO 12 – A PERFEIÇÃO MORAL ... 397

• As Virtudes e os Vícios ... 397

• Paixões ... 402

• Egoísmo ... 403

• Características do Homem de Bem ... 407

• Conhecimento de Si Mesmo ... 408

QUARTA PARTE - ESPERANÇAS E CONSOLAÇÕES ... 411

CAPÍTULO 1 – PUnições e PrAzeres TerrenOs ... 413

• Felicidade e Infelicidade Relativas ... 413

• Perda de Pessoas Amadas ... 418

• Decepções, Ingratidão, Afeições Destruídas ... 420

• Uniões Antipáticas ... 421

• O Medo da Morte ... 422

• Desgosto da Vida – Suicídio ... 423

CAPÍTULO 2 – PUnições e PrAzeres fUTUrOs ... 429

• O nada – A Vida Futura ... 429

• Intuição das Punições e Recompensas Futuras ... 430

• Intervenção de Deus nas Punições e Recompensas ... 431

• Natureza das Punições e Prazeres Futuros ... 432

• Punições Temporais ... 439

• Expiação e Arrependimento ... 442

• Duração das Punições Futuras ... 445

• Ressurreição da Carne ... 452

• Paraíso - Inferno - Purgatório - Paraíso Perdido - Pecado Original ... 454

CONCLUSÃO ... 459

(13)

11

Após realizar o trabalho com a obra O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, trazendo o seu texto para uma leitura mais fácil e acessí-vel, recebemos inúmeras solicitações, por e-mail e pessoalmente, para que estendêssemos o mesmo conceito – leitura fácil e acessível – ao O Livro dos

Espíritos.

Tomada a decisão de trabalhar neste empreendimento, renovamos nos-sa surprenos-sa com a maravilha que esta obra representa, com a sequência das perguntas e com a clareza das respostas.

Consideramos O Livro dos Espíritos uma das maiores obras já recebidas pela Humanidade, pelas informações que trouxe sobre assuntos tão impor-tantes e decisivos.

Seus ensinamentos obrigam o homem a pensar no que ele representa para si, para seus semelhantes, para o planeta em que vive e, principalmente, para o Universo, do qual é parte integrante.

Todo aquele que ler este livro, com a atenção que o assunto merece, ficará sensibilizado, pois ele toca, até mesmo, os mais incrédulos.

O Livro dos Espíritos foi publicado em 1857, em Paris, na França, com

toda a dificuldade que seu conteúdo representava para a época.

Pedimos que leiam atentamente a Introdução que, apesar de longa, é muito esclarecedora, porque nos dá uma ideia de como a Doutrina Espírita começou e como sofreu com a oposição dos que não a aceitavam. Também prepara o leitor para um melhor entendimento sobre os assuntos que serão abordados.

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12

Para tornar a leitura mais suave, precisamos dividir os textos mais lon-gos em vários parágrafos, sem prejuízo do conteúdo. Utilizamos esse recurso nos comentários de Kardec e em algumas respostas dos Espíritos.

Obras deste porte certamente possuem o respaldo de Espíritos Supe-riores, que se dignam a vir esclarecer-nos sobre questões tão importantes e que perturbam as gerações desde o início dos tempos.

Allan Kardec sacrificou seu repouso, sua saúde e até mesmo a sua vida ao ideal que abraçou, ou seja, codificar a Doutrina Espírita. Seus adversários não lhe deram tréguas, e ele precisou perseverar muito para que recebêsse-mos, dos Espíritos, esse verdadeiro presente Divino. Tributerecebêsse-mos, então, ao grande Codificador nosso profundo respeito e admiração!

A leitura deste livro mudou, para melhor, nossos conceitos e a maneira de como encarar a vida. Esperamos que também possa mudar a sua!

Desejamos a todos uma boa leitura. Claudio Damasceno Ferreira Junior

Pelo Espiritismo, o homem sabe de onde vem e para onde vai, porque sofre temporariamente e vê por toda a parte a justiça de Deus. Sabe que a alma pro-gride sem cessar, através de uma série de existências sucessivas, até atingir o grau de perfeição que pode aproximá-la de Deus.

(15)

13

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA

DOUTRINA ESPÍRITA

1

ESPÍRITA E ESPIRITISMO

Para designar coisas novas, são necessárias palavras novas. A clareza de uma língua assim exige, a fim de evitar que uma mesma palavra tenha vários significados. As palavras espiritualismo, espiritualista e espiritual possuem significados bem definidos, e acrescentar a essas palavras um novo significado, para aplicá-las a Doutrina dos Espíritos, seria multiplicar ainda mais os casos, já tão numerosos, de palavras que possuem vários significados. De fato, o Espiritualismo é o oposto do Materialismo, e qualquer um que acredite ter em si mesmo algo além da matéria é Espiritualista. Entre-tanto, isso não significa que tenha que acreditar na existência dos Espíritos ou em suas comunicações com o Mundo Material.

No lugar das palavras espiritual e espiritualismo empregamos, para de-signar a nova crença, as palavras ESPÍRITA e ESPI RITISMO, que, por lembrarem as anteriores, ficam perfeitamente inteligíveis, reservando à pa-lavra espiritualismo o sentido que lhe é próprio. Assim, a Doutrina Espírita – ou o Espiritismo – tem por princí pio as relações do Mundo Material com os espíritos, que são os seres do Mundo Invisível. Os seguidores do

(16)

ESPI-Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita

14

RITISMO serão os ESPÍRITAS.

De uma maneira específica, “O Livro dos Espíritos” contém a Doutrina Espírita; de uma maneira geral, menos específica, ele se reporta à Doutrina Espiritualista, porque esta doutrina também admite a existência dos Espíri-tos. Esta é a razão pela qual “O Livro dos Espíritos” traz, em seu início, antes do título, a referência “Filosofia Espiritualista”.

Observações

espiritualismo: É a doutrina filosófica que admite a existência do Espírito como realidade fundamental. Entende que o Espírito encontra-se num grau supe-rior à matéria, e que a sua origem antecede a própria matéria.

espiritualista: É todo aquele que acredita possuir em si, algo mais do que o corpo físico, ao qual dá o nome de alma, espírito, essência etc. Mas isso não signi-fica que ele seja espírita. Em contrapartida, todo o espírita é espiritualista.

espiritual: É tudo o que é relativo ao Espírito, ou seja, não possui corpo físico, não é material.

espíritos: O termo espírito tem a sua origem no latim spiritus, significando "respiração" ou "sopro"; também pode se referir a "alma", "coragem", "vigor”.

2

ALMA – PRINCÍPIO VITAL – FLUIDO VITAL

A palavra ALMA, sobre a qual é necessário que todos se entendam, tem sido objeto de muita controvérsia por falta de um significado que a defina com precisão. A alma é a base, é o ponto de partida de toda doutrina moral. As divergências de opiniões sobre a natureza da alma provêm do significado particular que cada um dá a essa palavra. Um idioma perfeito, em que cada ideia fosse expressa por um termo próprio, evitaria muitas discussões.

Os três significados para a palavra alma podem ser assim apresentados, segundo três entendimentos distintos:

PRIMEIRO: A alma é o princípio da vida material orgânica, não tem existência própria e extingue-se com a vida: é o materialismo puro. Utilizan-do-se esse significado para a palavra alma, é que se diz que um instrumento rachado, que não produz mais som, não possui alma. De acordo com essa opinião, a alma seria um efeito (uma consequência) e não uma causa.

SEGUNDO: A alma é o princípio da inteligência, agente universal do qual cada ser absorve uma determinada parcela. De acordo com esse signi-ficado, haveria no Universo apenas uma “única alma”, que distribuiria suas

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Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita

15

centelhas entre os diversos seres inteligentes, durante suas vidas.

Após a morte, cada centelha retornaria à fonte comum, onde se mistura-ria com o todo, assim como os rios que voltam para o mar. Este significado é diferente do anterior, pois nessa hipótese existe em nós algo além da matéria e resta alguma coisa após a morte.

Mas é quase como se nada restasse, pois a alma, ao retornar para o todo de onde veio, perderia a sua individualidade e, assim, não teríamos mais a consciência de nós mesmos.

De acordo com esse significado, a alma universal seria Deus, e cada ser uma pequena parcela da Divindade: é uma variante da Doutrina Panteísta. TERCEIRO: A alma é um ser moral que não se confunde com outro. É independente da matéria e conserva a sua individualidade após a morte do corpo físico. Este conceito é o mais aceito, pois a ideia de um “ser” que sobrevive ao corpo é uma crença instintiva e não é fruto de nenhum ensina-mento. Essa ideia está no íntimo de todos os povos, qualquer que seja o grau de sua civilização. Esse ensinamento, segundo o qual a alma é a causa e não

a consequência, é o dos Espiritualistas.

Sem entrar no mérito dos três significados, e considerando apenas o aspecto linguístico da questão, pode-se dizer que a palavra alma correspon-de a três icorrespon-deias distintas; assim, para um melhor entendimento, cada icorrespon-deia precisaria de uma palavra específica.

Portanto, a palavra alma possui três significados, e cada pessoa, olhando do seu ponto de vista, pode defini-la como quiser. A dificuldade está no idioma que dispõe de apenas uma palavra para exprimir três ideias distintas. A fim de evitar qualquer equívoco, o correto seria atribuir ao significado da palavra alma uma dessas três ideias. A escolha é indiferente, desde que todos se entendam, pois tudo não passa de uma questão de convenção.

Preferimos usar o terceiro significado por ser o mais comum e por nos parecer o mais lógico, ou seja: a “alma é o ser imaterial e individual que re-side em nós e continua existindo após a morte do corpo físico”. Mesmo que esse “ser imaterial e individual” não existisse, fosse apenas um produto da imaginação, ainda assim, seria preciso uma palavra para designá-lo.

Na ausência de uma palavra específica para cada uma das outras duas ideias, ao que corresponde à palavra alma, chamaremos de:

PRINCÍPIO VITAL é o princípio da vida material e orgânica, seja qual for a sua origem, e que é comum a todos os seres vivos, desde as plantas até o homem. O princípio vital é um elemento distinto e independente, uma vez que pode existir vida sem a faculdade de pensar. A palavra

(18)

“vitali-Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita

16

dade” não daria a mesma ideia que nos dá o Princípio Vital.

Para uns, o Princípio Vital é uma propriedade da matéria, um efeito que se produz quando a matéria se encontra em determinadas circunstân-cias. Para outros, e esta é a ideia mais comum, o Princípio Vital se encontra num “fluido especial”, espalhado por todo o Universo, e do qual cada ser absorve e assimila uma parcela durante a vida, assim como vemos os corpos inertes absorverem a luz.

Este seria, então, o “fluido vital” que, na opinião de alguns, é o mesmo “fluido elétrico animalizado”, também conhecido por “fluido magnético”, “fluido nervoso”, etc.

Seja como for, existem fatos que ninguém pode contestar, uma vez que eles resultam da observação:

PRIMEIRO: Os seres orgânicos possuem em si uma força interior que produz o fenômeno da vida e, enquanto essa força existir, a vida também continuará existindo.

SEGUNDO: A vida material é comum a todos os seres orgânicos e não depende da inteligência e nem do pensamento.

TERCEIRO: A inteligência e o pensamento são faculdades próprias de algumas espécies orgânicas.

QUARTO: Entre as espécies orgânicas dotadas de inteligência e de pensamento, existe uma dotada, também, de um senso moral especial, que lhe dá incontestável superioridade sobre as demais: é a Espécie Humana.

Observem que a ideia de que existe uma alma não é excluída da Teoria Materialista e nem da Teoria Panteísta, mesmo ela possuindo vários signifi-cados. O próprio “Espiritualista” pode muito bem entender a alma segundo um dos dois primeiros significados, sem prejudicar o entendimento que possui do ser imaterial e individual, ao qual ela, a Doutrina Espiritualista, dará um nome qualquer.

Assim, a palavra alma não representa uma opinião, uma ideia única, ela é um “ente” que cada um compreende como quiser. Essa é a razão de tantas disputas intermináveis.

Mesmo usando a palavra alma para designar três ideias diferentes, a confusão também seria evitada se acrescentássemos a essa palavra um quali-ficativo que especificasse o ponto de vista sob o qual ela está sendo utilizada. Desse modo, o termo alma teria um caráter genérico que representaria, ao mesmo tempo, o princípio da vida material, o princípio da inteligência e o princípio do senso moral. Esses três princípios seriam identificados me-diante um atributo, assim como se faz com os gases, por exemplo. O termo

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Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita

17

genérico “gás” é diferenciado acrescentando-se a ele as palavras hidrogênio, oxigênio ou azoto.

Então, poderíamos dizer:

ALMA VITAL: Indicando o princípio da vida material; seria comum a todos os seres orgânicos: plantas, animais e homens.

ALMA INTELECTUAL: Indicando o princípio da inteligência, que se expressa enquanto existe vida; seria própria dos animais e dos homens.

ALMA ESPÍRITA: Indicando a nossa individualidade após a morte do corpo físico e pertenceria somente aos homens.

Como se vê, tudo isto é uma questão de palavras, mas é uma questão muito importante quando se trata de nos entendermos.

Julgamos que é um dever insistir nestas explicações porque a Doutrina Espírita está alicerçada sobre a existência, em nós, de um ser independente da matéria e que sobrevive à morte do corpo físico. Como a palavra alma aparecerá frequentemente no decorrer desta obra, foi necessário definir bem o significado que lhe atribuímos, a fim de evitar qualquer engano.

Vamos, agora, ao objeto principal desta instrução preliminar.

Observações

Doutrina Panteísta: Acredita ser Deus o próprio Universo, pelo qual o indi-víduo, após a sua morte, seria absorvido por esse mesmo Universo. (do grego “pan” que significa “tudo”, e “theus” que significa “Deus”).

Azoto: Na época de Kardec o gás Nitrogênio era mais conhecido por Azoto. O nitrogênio é um gás tão inerte, que Lavoisier se referia a ele como azote (ázoe), que é uma palavra francesa que significa: “impróprio para manter a vida”.

3

AS MESAS GIRANTES E OS OPOSITORES

DA DOUTRINA ESPÍRITA

A Doutrina Espírita, como tudo que constitui novidade, possui seus adeptos e seus opositores. Vamos tentar responder a algumas das objeções que os opositores da nova Doutrina lhe fazem, examinando se existe algum fundamento nessas objeções.

Não temos a pretensão de convencer a todos, porque existem muitos que acreditam que a luz foi feita exclusivamente para eles. Nosso alvo são as

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cria-Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita

18

turas de boa-fé que desejam se instruir, e não aqueles que já possuem ideias pré-concebidas ou definitivamente firmadas contra tudo e contra todos.

Demonstraremos que a maior parte das objeções que fazem à Doutrina tem a sua origem na observação incompleta dos fatos e num julgamento feito com muita leviandade e precipitação.

Recordemos inicialmente, em ordem cronológica, a série dos fenôme-nos que deram origem à Doutrina Espírita.

O primeiro fato observado foi o da movimentação de diversos objetos. Esses objetos ficaram popularmente conhecidos com o nome de “mesas gi-rantes” ou “dança das mesas”. Este fenômeno, que parece ter sido observado primeiramente nos Estados Unidos, ou melhor, que se repetiu nesse país, já que era conhecido na mais remota Antiguidade, conforme a História nos mostra. A manifestação se reproduziu acompanhada de circunstâncias estranhas, tais como ruídos esquisitos e pancadas sem causa aparente ou conhecida.

Da América, ele se propagou rapidamente pela Europa e por outras partes do mundo. A princípio, muitos não acreditaram, mas depois, com a repetição das experiências, não se pôde mais duvidar da sua realidade.

Se tal fenômeno tivesse ficado limitado apenas ao movimento dos ob-jetos materiais, poderia ser explicado por uma causa puramente Física. Es-tamos longe de conhecer todos os agentes ocultos da Natureza, ou todas as propriedades daqueles agentes que já conhecemos. Aliás, a eletricidade ofe-rece, diariamente, novos recursos que facilitam a vida do homem, e parece destinada a dar à Ciência novas possibilidades no campo do conhecimento.

Portanto, não seria impossível que a eletricidade, modificada por algum fator, ou por qualquer outro agente desconhecido, pudesse ser a causa dos movimentos observados. A reunião de muitas pessoas em volta das mesas, aumentando o poder de ação, parecia apoiar essa teoria. Assim, era possível considerar o conjunto dos assistentes como sendo uma pilha múltipla, cuja maior ou menor potência estava na razão direta do número de participantes. O movimento circular da mesa não apresentava nada de extraordinário, pois ele faz parte da própria Natureza. Todos os astros se movem de forma circular; desse modo, poderíamos ter, ali, em escala menor, um reflexo do movimento geral do Universo, ou melhor, uma causa até então desconheci-da, produzindo, acidentalmente, com pequenos objetos e em determinadas circunstâncias, uma força semelhante a que faz girar os mundos.

Mas o movimento nem sempre era circular; muitas vezes era brusco, desordenado; outras vezes, a mesa era violentamente sacudida, derrubada, levada numa direção qualquer.

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Referências

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