• Nenhum resultado encontrado

Analista de Tribunal TJ-AL

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Analista de Tribunal TJ-AL"

Copied!
270
0
0

Texto

(1)

CADERNO DE EXERCÍCIOS MASTER

Analista de Tribunal TJ-AL

Português

(2)

-Todos os direitos reservados ao Master Juris. São proibidas a reprodução e quaisquer outras formas de Compartilhamento.

2

Sumário

Acentuação ... 3

Morfologia - Formação e Estrutura das palavras ... 10

Morfologia - Classes de palavras ... 15

Colocação pronominal (sintaxe) ... 50

Regência Nominal e Verbal (casos gerais) ... 52

Crase ... 57

Concordância (Verbal e Nominal) ... 68

Pontuação ... 89

Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) ... 111

Figuras de Linguagem ... 145

Interpretação de Textos (compreensão) ... 147

Tipologia Textual ... 237

Reescritura de Frases. Substituição de palavras ou trechos de texto... 240

Análise das estruturas linguísticas do texto ... 258

(3)

Todos os direitos reservados ao Master Juris. São proibidas a reprodução e quaisquer outras formas de Compartilhamento.

3

Acentuação

Questão 1: VUNESP - EnfJ (TJ SP)/TJ SP/2009 Assunto: Acentuação

Leia o texto a seguir para responder à questão.

Em apenas 17 anos, a Inglaterra viu nascer três das mais importantes obras de sua cultura pelo significado que tiveram para a religião, a literatura e a medicina: a tradução autorizada da Bíblia pelo rei James I (1611), a edição das peças de William Shakespeare (1623) e o tratado médico Exercitatio anatomica de motu cordis et sanguinis in animalibus (1628). Este último livro, escrito por William Harvey (1578-1657), é tido como o modelo fundador e o protótipo do método científico da pesquisa médica atual. Conhecido como De motu cordis, o tratado foi lançado em março pela editora Unifesp com o nome de Estudo anatômico do movimento do coração e do sangue nos animais, em edição trilíngue (latim, francês e português).

O estudo de Harvey foi publicado em Frankfurt, na Alemanha, por precaução. Na época, ainda imperavam os ensinamentos do médico grego Galeno de Pérgamo (132-200 d.C.), estudioso e praticante da medicina hipocrática na Roma imperial. Galeno descreveu corretamente a anatomia do coração e percebeu que ele funcionava como uma bomba, porém acreditava que o sangue era fabricado no fígado, de onde era distribuído aos outros órgãos e aos diversos tecidos. Também achava que havia um "espírito vital", criado no coração, que percorria as artérias e as veias junto com o sangue.

Essas impressões de Galeno perduraram por 14 séculos, até o início do século XVII. Nesse período, foram ligeiramente modificadas por outros médicos, como os italianos Realdo Colombo (1516-1559) e Andrea Cesalpino (1519-1603), sendo definitivamente contestadas no De motu cordis. No livro, Harvey refere-se à oposição que esperava receber de anatomistas que se empenhavam em demolir a nova doutrina, em caluniá-la. Ele sabia que poderia ser perigoso contrariar as centenárias doutrinas de Galeno, daí a escolha de Frankfurt para publicar seu tratado. (...)

(Pesquisa Fapesp, 159, maio de 2009. Adaptado)

Assinale a alternativa em que as palavras são acentuadas graficamente pelas mesmas regras que justificam os acentos, respectivamente, de médico, distribuído, caluniá-la.

a) Harém, Luís, vaciná-la. b) Município, juízes, técnico.

(4)

Todos os direitos reservados ao Master Juris. São proibidas a reprodução e quaisquer outras formas de Compartilhamento.

4

c) Vários, até, fórum. d) Hipocrática, saúde, café. e) Ótimo, Austrália, inglês.

Questão 2: FUNDATEC - Med Jud (TJ RS)/TJ RS/Classe R/Psiquiatria/2009 Assunto: Acentuação

Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.

Avareza na ficção

Moacyr Scliar

Embora muitos já tenham esquecido, o Brasil viveu períodos de grandes surtos inflacionários, nos quais o dinheiro perdia rapidamente o seu valor. Era muito comum ver moedas nas sarjetas das ruas; ali ficavam porque valiam tão pouco que ninguém se dava ao trabalho de abaixar-se para apanhá-las. Isso nos remete a um fato básico da economia e da vida social: a rigor, o dinheiro é uma ficção. Mas exatamente por causa desse ângulo, digamos, ficcional, ele assume também caráter altamente simbólico. E não muito agradável, segundo Freud. Observando que ao longo da história o dinheiro foi frequentemente (e ainda é) associado à sujeira, o pai da psicanálise postulou que a proposital retenção de fezes, característica da chamada fase anal do desenvolvimento infantil, teria continuidade, no adulto, com a preocupação com o dinheiro. O avarento é um exemplo caricatural disso.

Aos escritores essas coisas não poderiam passar despercebidas, mesmo porque muitos deles tinham, e têm, problemas com dinheiro; Honoré de Balzac (1799 -1850) e Fiódor Dostoievski (1821 - 1881) viviam atolados em dívidas, sobretudo o escritor russo, que era um jogador compulsivo. Não é de admirar que avarentos tenham dado grandes personagens da ficção. O primeiro exemplo é, naturalmente, o Shylock, de William Shakespeare (1564 -1616) na comédia O mercador de Veneza, do fim do século XVI. Shylock era um agiota. Na Idade Média, o empréstimo a juros era proibido aos cristãos e reservado ao desprezado e marginal grupo dos judeus. Um arranjo perfeito: quando o senhor feudal não queria ou não podia pagar dívidas contraídas com os agiotas, desencadeava um massacre de judeus, um grupo desprezado e marginalizado, e resolvia o problema. Shylock sente-se desprezado e quando empresta dinheiro a Antonio, um mercador cristão, pede em garantia uma libra da carne do devedor: ele quer que este se revele inadimplente e pague a dívida com a matéria de seu próprio corpo: um esforço desesperado e grotesco para ser respeitado.

(5)

Todos os direitos reservados ao Master Juris. São proibidas a reprodução e quaisquer outras formas de Compartilhamento.

5

Outro usurário que aparece na peça O avarento (1668), de Jean-Baptiste Molière (1622 - 1673), é Harpagon. Quanto mais rico fica, mais mesquinho se torna, e mais faz sofrer os filhos, o jovem Cléante, apaixonado por Mariane, moça pobre – Harpagon obviamente se opõe ao namoro – e a filha Élise, que ele quer casar com o velho Anselme. Além das brigas com os filhos, Harpagon tem outros motivos para se inquietar: enterrou em seu jardim uma caixa com dez mil escudos de ouro e é constantemente perseguido pela ideia de que sua fortuna será roubada. No fim, a avareza é castigada, e Cléante e Élise podem se unir às pessoas que amam.

Avarentos também não faltam nos romances de Charles Dickens (1812-1870), um dos mais conhecidos é o personagem Ebenezer Scrooge de Um conto de Natal (1843), um homem velho, egoísta, insensível, que odeia tudo – até o Natal – uma festa que evoca bondade e generosidade. Scrooge maltrata seu empregado Bob Cratchit, que tem um filho deficiente físico, o Pequeno Tim, mas na noite de Natal é visitado por misteriosas entidades, os Espíritos do Natal, e muda por completo, tornando-se generoso, ajudando Cratchit e sua família. Em Silas Marner, novela de George Eliot (1819-1880) que usava o pseudônimo de Mary Ann Evans, o personagem, um misantropo que prefere o ouro às pessoas, aprenderá, assim como Scrooge, a sua lição. Ele é roubado, mas, ao tomar sob seus cuidados o menino Eppie, mudará, tornando-se um homem melhor. Em Eugénie Grandet (1900), de Balzac, somos apresentados a Félix Grandet, um rico e sovina mercador de vinhos, que se opõe à paixão da filha pelo sobrinho pobre.

Como se pode ver em todas essas obras, a obsessão pelo dinheiro resulta de uma personalidade repulsiva ou patética. Freud tinha razão: o poder simbólico do vil metal não é pequeno e tem atravessado os séculos incólume.

Texto adaptado de: http://www2.uol.com.br/vivermente/artigos - Acesso em 04/06/2009

Assinale a alternativa em que a regra que justifica o acento gráfico está incorreta. a) têm (linha 08) – oxítona terminada em em.

b) contraídas (linha 13) – i tônico em hiato com a vogal anterior. c) dívidas (linha 15) – proparoxítona

d) Além (linhas 22 e 23) – oxítona terminada em em em. e) Félix (linha 28) – paroxítona terminada em x.

(6)

Todos os direitos reservados ao Master Juris. São proibidas a reprodução e quaisquer outras formas de Compartilhamento.

6 Assunto: Acentuação

Menos famílias ficaram endividadas e inadimplentes em janeiro, aponta CNC

Em janeiro de 2015, o percentual de famílias que relataram ter dívidas entre cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro e seguros alcançou 57,5%, o que representa uma queda de 1,8 ponto percentual em relação aos 59,3% observados em dezembro de 2014 e de 5,9 pontos percentuais em relação aos 63,4% de janeiro do ano passado. É o que mostra a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

O percentual de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso e que, portanto, permaneceriam inadimplentes apresentou alta apenas na comparação mensal, recuando em relação ao mesmo período do ano anterior e alcançando 6,4% em janeiro de 2015, ante 5,8% em dezembro de 2014 e 6,5% em janeiro de 2014.

“O percentual de famílias com dívidas recuou em janeiro de 2015, alcançando o menor patamar desde junho de 2012. Esse resultado acompanhou a tendência observada no último trimestre de 2014, quando a cautela do consumidor em relação ao consumo, as taxas de juros mais elevadas e os recursos extras recebidos com o 13o salário levaram à redução não apenas do endividamento, mas também dos indicadores de inadimplência”, explica Marianne Hanson, economista da CNC.

Segundo ela, a diminuição do número de famílias com contas ou dívidas, tanto na comparação mensal quanto em relação ao mesmo período do ano anterior, reflete a moderação do crescimento do crédito para as famílias. E o perfil mais favorável de endividamento, concentrando-se em modalidades de risco mais baixo e prazos mais longos, melhorou a percepção das famílias em relação ao seu endividamento e manteve a inadimplência em patamares baixos.

(www.brasil.gov.br/economia-e-emprego, 29.01.2015)

Acentuam-se em razão da mesma regra as seguintes palavras do texto: a) dívidas, crédito, empréstimo.

b) carnê, período, salário. c) salário, também, comércio. d) favorável, último, crédito.

(7)

Todos os direitos reservados ao Master Juris. São proibidas a reprodução e quaisquer outras formas de Compartilhamento.

7

e) tendência, também, carnê.

Questão 4: FUNDEP - Tec Jud (TJ MG)/TJ MG/Assistente Social Judicial/2010 Assunto: Acentuação

Fala, Amendoeira

Carlos Drummond de Andrade – Fala, Amendoeira (1957)

Esse ofício de rabiscar sobre as coisas do tempo exige que prestemos alguma atenção à natureza – essa natureza que não presta atenção em nós. Abrindo a janela matinal, o cronista reparou no firmamento, que seria de uma safira impecável se não houvesse a longa barra de névoa a toldar a linha entre o céu e o chão – névoa baixa e seca, hostil aos aviões. Pousou a vista, depois, nas árvores que algum remoto prefeito deu à rua, e que ainda ninguém se lembrou de arrancar, talvez porque haja outras destruições mais urgentes. Estavam todas verdes, menos uma. Uma que, precisamente, lá está plantada em frente à porta, companheira mais chegada de um homem e sua vida, espécie de anjo vegetal proposto ao seu destino.

Essa árvore de certo modo incorporada aos bens pessoais, alguns fios elétricos lhe atravessam a fronde, sem que a molestem, e a luz crua do projetor, a dois passos, a impediria talvez de dormir, se ela fosse mais nova. Às terças, pela manhã, o feirante nela encosta sua barraca, e ao entardecer, cada dia, garotos procuram subir-lhe o tronco. Nenhum desses incômodos lhe afeta a placidez de árvore madura e magra, que já viu muita chuva, muito cortejo de casamento, muitos enterros, e serve há longos anos à necessidade de sombra que têm os amantes de rua, e mesmo a outras precisões mais humildes de cãezinhos transeuntes.

Todas estavam ainda verdes, mas essa ostentava algumas folhas amarelas e outras já estriadas de vermelho, gradação fantasista que chegava mesmo até o marrom – cor final de decomposição, depois da qual as folhas caem. Pequenas amêndoas atestavam o seu esforço, e também elas se preparavam para ganhar coloração dourada e, por sua vez, completado o ciclo, tombar sobre o meio-fio, se não as colhe algum moleque apreciador do seu azedinho. E como o cronista lhe perguntasse – fala, amendoeira – por que fugia ao rito de suas irmãs, adotando vestes assim particulares, a árvore pareceu explicar-lhe:

- Não vês? Começo a outonear. É 21 de março, data em que as folhinhas assinalam o equinócio do outono. Cumpro meu dever de árvore, embora minhas irmãs não respeitem as estações.

(8)

Todos os direitos reservados ao Master Juris. São proibidas a reprodução e quaisquer outras formas de Compartilhamento.

8

- E vais outoneando sozinha?

- Na medida do possível. Anda tudo muito desorganizado, e, como deves notar, trago comigo um resto de verão, uma antecipação de primavera e mesmo, se reparares bem neste ventinho que me fustiga pela madrugada, uma suspeita de inverno.

- Somos todos assim.

- Os homens, não. Em ti, por exemplo, o outono é manifesto e exclusivo. Acho-te bem outonal, meu filho, e teu trabalho é exatamente o que os autores chamam de outonada: são frutos colhidos numa hora da vida que já não é clara, mas ainda não se dilui em treva. Repara que o outono é mais estação da alma que da natureza.

- Não me entristeças.

- Não, querido, sou tua árvore-da-guarda e simbolizo teu outono pessoal. Quero apenas que te outonizes com paciência e doçura. O dardo de luz fere menos, a chuva dá às frutas seu definitivo sabor. As folhas caem, é certo, e os cabelos também, mas há alguma coisa de gracioso em tudo isso: parábolas, ritmos, tons suaves... Outoniza-te com dignidade, meu velho.

A única afirmativa que contém uma palavra cuja acentuação gráfica não segue a mesma regra das demais é

a) amêndoas, névoa, ofício. b) espécie, paciência, mágoa. c) náufrago, náusea, equinócio. d) repugnância, espécie, idílio.

Questão 5: VUNESP - PsiJ (TJ SP)/TJ SP/2017 Assunto: Acentuação

Leia o texto para responder à questão.

(9)

Todos os direitos reservados ao Master Juris. São proibidas a reprodução e quaisquer outras formas de Compartilhamento.

9

A moléstia conservou durante muitos dias – dias angustiosos e terríveis – um caráter de excessiva gravidade; durante longo tempo, Fadinha, que estava com todo o corpo cruelmente invadido pela medonha erupção, teve a existência por um fio.

Entretanto, os cuidados da ciência e a ciência dos cuidados triunfaram do mal, e Fadinha ficou boa, completamente boa, depois de ter estado suspensa entre a vida e a morte.

Ficou boa, mas desfigurada: a moça mais bonita do Rio de Janeiro transformara-se num monstro. Aquele rosto intumescido e esburacado não conservara nada, absolutamente nada da beleza célebre de outrora. Ela, porém, consolou-se vendo que o amor de Remígio, longe de enfraquecer, crescera, fortificado pelo espetáculo do seu martírio.

A mãe, conquanto insensível às boas ações, não pôde disfarçar a admiração e o prazer que o moço lhe causou no dia em que lhe pediu a filha em casamento, dizendo:

– Só havia um obstáculo à minha felicidade: era a formosura – de Fadinha. Agora que esse obstáculo desapareceu, espero que a senhora não se oponha a um enlace que era o desejo de seu marido.

Realizou-se o casamento. D. Firmina, desprovida sempre de todo o senso moral, entendeu que devia ser aproveitado o rico enxoval oferecido pelo primeiro noivo; Remígio, porém, teve o cuidado de fazer com que o restituíssem ao barão. A cerimônia efetuou-se com toda a simplicidade, na matriz do Engenho Novo.

Um ano depois do casamento, Fadinha estava outra vez bonita, não da boniteza irradiante e espetaculosa de outrora, mas, enfim, com um semblante agradável, o quanto bastava para regalo dos olhos enamorados do esposo. Remígio dizia, sinceramente, quem sabe? que a achava assim mais simpática, e os sinais das bexigas lhe davam até um “não sei quê”, que lhe faltava dantes.

– Não é bela que me inquiete, nem feia que me repugne. Era assim que eu a desejava.

O caso é que ambos foram muito felizes. Ainda vivem. Remígio é atualmente um alto funcionário, pai de cinco filhos perfeitamente educados.

(10)

Todos os direitos reservados ao Master Juris. São proibidas a reprodução e quaisquer outras formas de Compartilhamento.

10

(Arthur Azevedo, “A moça mais bonita do Rio de Janeiro”. Em: Seleção de Contos, 2014. Adaptado)

Assinale a alternativa em que todas as palavras estão corretamente grafadas, considerando-se as regras de acentuação da língua padrão.

a) O consôlo de Fadinha foi ver que Remígio queria desposa-la apesar de sua beleza ter ido embora depois da doença.

b) Com a saúde de Fadinha comprometida, Remígio não conseguia se recompôr e viver tranquilo.

c) Fadinha não tinha mágoa por não ser mais tão bela; agora, interessava-lhe viver no paraíso com Remígio.

d) Remígio era homem de carater, o que surpreendeu D. Firmina, que aceitou o matrimônio de sua filha.

e) Com o triúnfo do bem sobre o mal, Fadinha se recuperou, Remígio resolveu pedí-la em casamento.

Morfologia - Formação e Estrutura das palavras

Questão 6: FUNDATEC - Ana Sist (TJ RS)/TJ RS/Classe P/2010 Assunto: Formação e Estrutura das palavras

Instrução: Para responder à questão, leia o texto abaixo.

O Gigante Gaúcho

Até bem pouco tempo atrás, quem visitasse o Museu Júlio de Castilhos, no centro de Porto Alegre, daria de cara com um par de botas tamanho 56 ao lado de objetos que pertenceram a renomados personagens da história gaúcha, como Júlio de Castilhos (1860-1903), Bento Gonçalves (1788-1847) e Getúlio Vargas (1882-1954). E não é porque algum desses políticos locais tivesse pés descomunais. As botas eram de um sujeito humilde chamado Francisco Ângelo Guerreiro (1892-1925?), que ficou famoso nas arenas de circo e nos livros de medicina no início do século XX por causa de seus 2,17 metros de altura, que lhe valeram o apelido de “Gigante”.

A exposição de objetos de Guerreiro no museu mais antigo do Rio Grande do Sul tem sido motivo de controvérsia há anos. Em uma “sala de curiosidades” – similar às “câmaras de maravilhas”, de onde surgiram os primeiros museus de História

(11)

Todos os direitos reservados ao Master Juris. São proibidas a reprodução e quaisquer outras formas de Compartilhamento.

11

Natural – ficavam o par de botas, ao lado de outras de “tamanho normal”, e poucas fotos de sua vida. A sala fazia a alegria dos visitantes, principalmente das crianças, mas provocava desconforto entre os técnicos do museu, que a consideravam uma “distorção” dentro do acervo. Em 1993, esse espaço foi desativado e seu material levado para a reserva técnica, mas a reação do público foi tão negativa que as botas tiveram de voltar no ano seguinte como parte de uma exposição temporária sobre a vida do Gigante. Elas acabaram retornando às galerias do museu até que, no início de 2007, foram retiradas novamente para serem recuperadas.

A enorme atenção que Guerreiro despertou durante sua vida tem muito a ver com o tratamento que era dado no início do século XX a quem tinha alguma deficiência. Embora hoje possa parecer algo marginal e indecente, essas pessoas eram expostas ao público, numa atividade lucrativa, popular e organizada. Guerreiro foi atração de várias exibições, em teatros e circos pelo país. Segundo depoimento de um irmão, quando o Gigante morreu, ele fazia parte do elenco do Circo Sarrazani, onde se apresentava em uma jaula ao preço de um mil réis. As fotos que estão no museu o mostram na época em que se exibia no Teatro Politeama. Ali ele aparece de braços abertos, tendo abaixo de si homens altos, médios, baixos e anões. Moreno, de tipo indígena, Guerreiro tinha braços, pés, mãos e rosto que cresciam desproporcionalmente em relação ao resto do corpo. Ele sofria de uma síndrome chamada acromegalia, que o fazia produzir o hormônio do crescimento em excesso .

Depois de sua morte no Rio de Janeiro, as botas do Gigante viraram atração do Museu Júlio de Castilhos – provavelmente, a mais popular de toda a casa. Sempre havia quem perguntasse “se as botas ainda estavam lá”, referindo-se à sala de curiosidades, lugar de maior concentração de pessoas nas visitas guiadas ao museu. Além das peças de Guerreiro, também ficavam reunidos naquele espaço, de forma desordenada, objetos exóticos, como membros de indígenas mumificados, adornos andinos e animais defeituosos natimortos conservados em formol.

As visitas de estudantes, iniciadas na década de 1940, e o “trem da cultura”, projeto que nos anos 1970 levava parte do acervo ao interior do Estado, ajudaram a tornar ainda mais populares os objetos de Guerreiro, principalmente as botas, mostradas a sucessivas gerações.

O interesse pelo Gigante no museu faz pensar que, se o tempo em que o público se divertia vendo pessoas com deficiência sendo expostas já passou, o diferente ainda exerce um grande fascínio.

(Adaptado de NEDEL, Letícia Borges. Revista de História da Biblioteca Nacional. n. 57, junho de 2010)

(12)

Todos os direitos reservados ao Master Juris. São proibidas a reprodução e quaisquer outras formas de Compartilhamento.

12

Dentre as palavras abaixo, a única que não contém prefixo em sua estrutura é a) renomados (linha 02).

b) descomunais (linha 03). c) reunidos (linha 22). d) desordenada (linha 22). e) natimortos (linha 23).

Questão 7: FUNDATEC - Med Psiq Jud (TJ RS)/TJ RS/PJ-J/2009 Assunto: Formação e Estrutura das palavras

INSTRUÇÃO - A questão refere-se ao texto ao seguir. Sorrir para a vida

Moacyr Scliar

A Organização Mundial da Saúde define saúde como 'o estado do mais completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de enfermidade'. Os veteranos da área costumam dizer que essa é, na realidade, a definição de felicidade.

Pode ser. Mas a verdade é que os estudos científicos apontam, cada vez mais, para uma estreita relação entre saúde e a condição de ser feliz. O que não é de surpreender. No mundo em que vivemos, as doenças dependem muito de nosso estilo de vida. Estilo de vida que, por sua vez, é resultado de uma cultura que nos pressiona a consumir mais, a comer mais, a ficar sentados diante da tela da TV, a fumar, a consumir álcool e drogas. Tudo isso, paradoxalmente, traduz-se em insatisfação, porque esse tipo de apelo não tem limites. A insatisfação leva à tristeza, à depressão, associadas com várias doenças, como diabetes ou acidente vascular cerebral.

Um estudo realizado na Universidade do Texas, em Galveston, com cerca de 4 mil pacientes, mostrou que pessoas idosas que se consideram felizes têm menor probabilidade de serem vítimas de acidente vascular cerebral. Outro estudo, desta vez na Universidade de Pittsburgh, mostrou que mulheres deprimidas estão mais propensas ao endurecimento das artérias, conhecido como aterosclerose.

(13)

Todos os direitos reservados ao Master Juris. São proibidas a reprodução e quaisquer outras formas de Compartilhamento.

13

Pergunta: por que isso acontece? É a felicidade uma poção mágica, uma panaceia contra doenças? Claro que não.

O que acontece é que as pessoas infelizes tendem a adotar, como compensação, o estilo de vida acima citado, que, este sim, causa doença. O inverso também é verdadeiro: se felicidade traz saúde, saúde também traz felicidade. Um estudo realizado na Holanda, em 2004, com pessoas de 18 anos de idade ou mais, procurou correlacionar felicidade com vários fatores: renda, situação social e outros. A saúde ganha longe. Um quarto das pessoas que não se consideram sadias também não se considera feliz; mas, das pessoas sadias, apenas 8% declaram-se infelizes.

Quanto ao dinheiro, faz diferença nos países muito pobres, porque aí pode ser condição de sobrevivência. Mas, quanto mais afluente é o país, menos pesa a renda em termos de felicidade. Um levantamento feito com os cem americanos mais ricos mostrou que eles são apenas um pouco mais felizes que a média da população. 'Sorria' pode ser, portanto, um bom conselho, à medida que o sorriso, atributo caracteristicamente humano, possa ser um indicador do sentimento de felicidade. A propósito, recentemente pesquisadores da Universidade de Amsterdã examinaram o famoso sorriso da Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, com a ajuda de um programa de computador capaz de correlacionar expressões faciais com emoções e sentimentos. Resultado: 83% do sorriso provêm de felicidade (e 9% resultam de desdém - afinal, Mona Lisa também tem direito a desdenhar). Mas a conquista da felicidade não depende só da pessoa. Se a angústia é demasiada, a ajuda profissional pode ser necessária. E todos têm direito a ela.

Razão tem a Constituição americana de 1776, quando inclui, entre os direitos fundamentais, o pursuit of happiness, a busca da felicidade. Se temos direito à saúde - e a Constituição brasileira de 1988 isso nos garante -, por que não teríamos direito à felicidade, ao sorriso?

Texto adaptado de http://moacyrscliar.blogspot.com - Acesso em 11/06/2009

Assinale a alternativa em que ambos os vocábulos, retirados do texto, são formados por prefixação.

a) bem-estar – enfermidade b) insatisfação – correlacionar c) endurecimento – atributo d) inverso – inclui

(14)

Todos os direitos reservados ao Master Juris. São proibidas a reprodução e quaisquer outras formas de Compartilhamento.

14 Questão 8: FAURGS - AJ (TJ RS)/TJ RS/Apoio Especializado/Engenharia

Civil/2014

Assunto: Formação e Estrutura das palavras

Mais do que combater as teses racistas que são difundidas em muitos países e sociedades que afirmam serem superiores em relação às outras no que concerne à etnia, devemos voltar nosso olhar para outras vertentes preconceituosas nas sociedades que se consideram avançadas, seja no âmbito tecnológico, ou até mesmo na linguagem e na escrita.

Essa tendência refere-se à superioridade cultural de uma civilização ou grupo em relação a outros que são compreendidos como inferiores e tratados como obsoletos e desvalorizados em todos os seus aspectos culturais.

As sociedades que, durante toda a história da humanidade, foram exploradas, embora perdessem traços culturais, não deixaram de lado suas principais circunscrições que as identificam, assim como seus costumes, crenças e modo de vida próprio. No entanto, as civilizações exploradoras conseguiram desviar o foco dos problemas ocasionado pela exploração, para uma “terrível” imagem dos povos que não se adequaram ao seu estilo de vida, fazendo-nos acreditar que essas civilizações não têm nenhuma relevância cultural no cenário mundial.

Nossas convicções ideológicas pessoais prevalecem muito mais do que qualquer relação social com povos que não pensam como nós pensamos e que fogem de nossos padrões de vida. Somos levados a querer que o outro grupo seja o reflexo ideal do nosso próprio conceito de “sociedade ideal”, caso contrário rotulamos o outro grupo como inferior e irrelevante para o progresso da humanidade.

Ao julgarmos uma cultura em relação à nossa e afirmar sua inferioridade, não devemos partir de valores como avanços tecnológicos e científicos, pois nenhuma civilização é tão “inferior” que não tenha nenhuma característica específica que a nossa ainda não conseguiu desenvolver. Desse modo, se consideramos o diferente como inferior, também podemos cair no mesmo grau de inferioridade, na medida em que o outro grupo nos terá como sendo também inferiores em determinados aspectos.

Adaptado de: LIMA, Fabiano de Albuquerque. Disponível em:

(15)

Todos os direitos reservados ao Master Juris. São proibidas a reprodução e quaisquer outras formas de Compartilhamento.

15 cundarias/artigos/2013/09/17/noticiajornaldoleitorartigos,- 3131118/a-pretensao-de-uma-superioridadecultural.shtml>. Acessado em 07 jul. 2014.

Assinale a alternativa que contém a afirmação correta acerca das palavras

preconceituosas, cultural e mundial, respectivamente.

a) São advérbios derivados de adjetivos. b) São adjetivos derivados de adjetivos. c) São adjetivos derivados de substantivos. d) São substantivos derivados de adjetivos. e) São adjetivos derivados de advérbios.

Morfologia - Classes de palavras

Questão 9: FGV - AJ (TJ PI)/TJ PI/Administrativa/Analista Judicial/2015 Assunto: Classes de palavras

Texto 1

O site Cracked separou sete coisas que ninguém sabia sobre os celulares. São várias teorias sobre a nocividade dos aparelhos sobre o corpo humano. Quer saber quais são elas? Então vamos à lista:

1. Celulares são responsáveis pela destruição de famílias

Antes dos telefones celulares, os casais eram muito mais fiéis. Atualmente, a grande maioria dos casos de adultério é combinada por telefones pessoais, pois dessa forma não há tanto risco de outra pessoa atender às ligações. Isso sem falar em reuniões familiares, que são constantemente atrapalhadas (ou ignoradas) por filhos e filhas que preferem as mensagens de texto às conversas com os pais.

2. Ele põe sua vida em risco

No Brasil, falar ao celular enquanto se está no volante é uma infração de trânsito. Isso acontece porque o telefone realmente tira a atenção dos motoristas. Mas há relatos de que a distração causada pelos celulares vai muito mais além: até mesmo quando estamos caminhando, ficamos mais suscetíveis a acidentes quando estamos em ligações.

(16)

Todos os direitos reservados ao Master Juris. São proibidas a reprodução e quaisquer outras formas de Compartilhamento.

16

3. Seu telefone é uma colônia de bactérias

Um dos principais problemas dos celulares são os micróbios. Muitos utilizam os aparelhos no banheiro, o que pode infectá-los com bactérias dos mais variados tipos. Sujeiras dos bolsos, chão e mesas também afetam os telefones. Em suma, os celulares são verdadeiras colônias de germes e outros pequenos vilões da saúde humana.

4. Mensagens estão em nosso subconsciente

Um estudo alemão mostrou que grande parte das pessoas de até 30 anos está com os caminhos para a digitação de mensagens gravados no subconsciente. Isso significa que, mesmo sem um teclado visível, os usuários conseguem saber onde estão as letras de seus celulares.

Parece o mesmo que acontece com os teclados de computadores, mas nos experimentos somente os números eram mostrados e, incrivelmente, as pessoas envolvidas conseguiam decifrar os códigos mais rapidamente.

5. Você está perdendo seus sentidos

Em uma velocidade muito baixa, mas isso está acontecendo. Possivelmente os celulares estejam fazendo com que seus olhos sejam afetados (a radiação faz com que eles sejam aquecidos). Além disso, a audição pode estar sendo afetada por volumes muito altos em fones de ouvido.

6. Eles deixam as crianças malcriadas

Estudos mostram um dado curioso. Mulheres que usam celular durante a gravidez e durante os primeiros anos de vida de seus bebês têm 50% a mais de chances de terem filhos com sérios problemas comportamentais. A causa disso? A radiação por celulares estaria estimulando a liberação de melatonina (um hormônio que regula várias funções corporais).

(17)

Todos os direitos reservados ao Master Juris. São proibidas a reprodução e quaisquer outras formas de Compartilhamento.

17

Segundo apontam cientistas, celulares emitem radiação eletromagnética. É ela que, supostamente, causa danos ao cérebro. Novas teorias apontam para o fato de que essa mesma radiação poderia ser responsável por afetar também o sistema reprodutor dos homens. Como os celulares ficam muito tempo nos bolsos, isso poderia ser uma causa da esterilidade.

A frase abaixo em que o vocábulo MUITO pertence a uma classe gramatical diferente das demais é:

a) “Como os celulares ficam muito tempo nos bolsos, isso poderia ser uma causa da esterilidade”;

b) “Antes dos telefones celulares, os casais eram muito mais fiéis;

c) “Mas há relatos de que a distração causada pelos celulares vai muito mais além”; d) “Em uma velocidade muito baixa, mas isso está acontecendo”;

e) “Além disso, a audição pode estar sendo afetada por volumes muito altos em fones de ouvido”.

Questão 10: FAURGS - Med Psi (TJ RS)/TJ RS/PJ-J/2016 Assunto: Classes de palavras

Todo mundo teve ao menos uma namorada esquisita, comigo não foi diferente. Beber é trivial, bebe-se por prazer, para comemorar, para esquecer, para suportar a vida, mas beber para ficar de ressaca nunca tinha visto. Essa era Stela, ela bebia em busca do lado escuro do porre. Acreditava que precisava desse terremoto orgânico para seu reequilíbrio espiritual.

Sua ressaca era diferente, não como a nossa, tingida de culpa pelo excesso. A dela era almejada, portanto com propriedades metafísicas. Nem por isso passava menos mal, sofria muito, o desconforto era visível, pungente. Tomava coisas que poucos profissionais do copo se arriscariam, destilados das marcas mais diabo. Ou então era revés de um vinho da Serra com nome de Papa, algo que nem ao menos rolha tinha, era de tampinha. Bebida que, com sua qualidade, desonrava, simultaneamente, os vinhos e o pontífice.

Não era masoquismo. Acompanhando suas peregrinações etílicas, cheguei a outra conclusão: ela realmente precisava daquilo. Stela inventara uma religião do Santo Daime particular, caseira, sabia que era preciso passar pelo inferno para vislumbrar o céu. Os porres eram uma provação cósmica, um ordálio voluntário, um encontro reverencial com o sagrado.

(18)

Todos os direitos reservados ao Master Juris. São proibidas a reprodução e quaisquer outras formas de Compartilhamento.

18

Depois da devastação do pileque, ela ficava melhor. Uma lucidez calma a invadia, sua beleza readquiria os traços que a marcavam, seus olhos voltavam ao brilho que me encantara. Tinha mergulhado no poço da existência e reavaliado seus rumos. Durante dias a paz reinava entre nós e entre ela e o mundo.

Mas bastava uma nova dúvida em sua vida, uma decisão a tomar, e ela requisitava mais um inferno para se repensar. A rotina era extenuante. Quem aguenta uma mulher que, em vez de falar sobre a vida, mergulha num porre xamânico? Mas o amor perdoa. Lá estava eu ajudando-a a levantar-se de mais uma triste manguaça. Fiquei expert em reidratar e reanimar mortos, em contornar enxaquecas siderais e em amparar dengues existenciais.

Amava Stela pela inusitada maneira de consultar o destino. Triste era o desencontro. Eu cansado por cuidá-la depois de uma noite mal dormida, servindo de enfermeiro, e ela radiante, prenha da energia que a purgação lhe rendera.

Stela era irredutível no seu método terapêutico, dizia que só nesse estado se encontrava com o melhor de seu ser. Reiterava que era mais sábia durante o martírio. Insistia que, sóbria, em seu estado normal, sofria de um otimismo injustificado que lhe turvava a realidade. Seu lema era: “Só na ressaca enxergamos o mundo como ele é”.

Um dia, sem muitas palavras, Stela foi embora. Alguma ressaca oracular deve ter lhe dito que eu não era bom para seu futuro. Não a culpo.

Adaptado de: CORSO, M. O valor da ressaca. Zero Hora, n. 18489, 02/04/2016.

Disponível em: http://www.clicrbs.com.b /zerohora/

jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a5711255.xml&template= 3916.dwt&edition=28691&section=4572. Acessado em 02/04/2016.

Assinale a alternativa que apresenta a classificação gramatical da palavra A, da palavra a e da palavra a, respectivamente.

a) preposição – artigo definido – pronome pessoal b) pronome pessoal – artigo definido – preposição c) pronome pessoal – preposição – pronome pessoal d) artigo definido – preposição – pronome pessoal e) artigo definido – artigo definido – preposição

(19)

Todos os direitos reservados ao Master Juris. São proibidas a reprodução e quaisquer outras formas de Compartilhamento.

19 Questão 11: FUNDEP - Tec Jud (TJ MG)/TJ MG/Assistente Social Judicial/2010 Assunto: Classes de palavras

Fala, Amendoeira

Carlos Drummond de Andrade – Fala, Amendoeira (1957)

Esse ofício de rabiscar sobre as coisas do tempo exige que prestemos alguma atenção à natureza – essa natureza que não presta atenção em nós. Abrindo a janela matinal, o cronista reparou no firmamento, que seria de uma safira impecável se não houvesse a longa barra de névoa a toldar a linha entre o céu e o chão – névoa baixa e seca, hostil aos aviões. Pousou a vista, depois, nas árvores que algum remoto prefeito deu à rua, e que ainda ninguém se lembrou de arrancar, talvez porque haja outras destruições mais urgentes. Estavam todas verdes, menos uma. Uma que, precisamente, lá está plantada em frente à porta, companheira mais chegada de um homem e sua vida, espécie de anjo vegetal proposto ao seu destino.

Essa árvore de certo modo incorporada aos bens pessoais, alguns fios elétricos lhe atravessam a fronde, sem que a molestem, e a luz crua do projetor, a dois passos, a impediria talvez de dormir, se ela fosse mais nova. Às terças, pela manhã, o feirante nela encosta sua barraca, e ao entardecer, cada dia, garotos procuram subir-lhe o tronco. Nenhum desses incômodos lhe afeta a placidez de árvore madura e magra, que já viu muita chuva, muito cortejo de casamento, muitos enterros, e serve há longos anos à necessidade de sombra que têm os amantes de rua, e mesmo a outras precisões mais humildes de cãezinhos transeuntes.

Todas estavam ainda verdes, mas essa ostentava algumas folhas amarelas e outras já estriadas de vermelho, gradação fantasista que chegava mesmo até o marrom – cor final de decomposição, depois da qual as folhas caem. Pequenas amêndoas atestavam o seu esforço, e também elas se preparavam para ganhar coloração dourada e, por sua vez, completado o ciclo, tombar sobre o meio-fio, se não as colhe algum moleque apreciador do seu azedinho. E como o cronista lhe perguntasse – fala, amendoeira – por que fugia ao rito de suas irmãs, adotando vestes assim particulares, a árvore pareceu explicar-lhe:

- Não vês? Começo a outonear. É 21 de março, data em que as folhinhas assinalam o equinócio do outono. Cumpro meu dever de árvore, embora minhas irmãs não respeitem as estações.

(20)

Todos os direitos reservados ao Master Juris. São proibidas a reprodução e quaisquer outras formas de Compartilhamento.

20

- Na medida do possível. Anda tudo muito desorganizado, e, como deves notar, trago comigo um resto de verão, uma antecipação de primavera e mesmo, se reparares bem neste ventinho que me fustiga pela madrugada, uma suspeita de inverno.

- Somos todos assim.

- Os homens, não. Em ti, por exemplo, o outono é manifesto e exclusivo. Acho-te bem outonal, meu filho, e teu trabalho é exatamente o que os autores chamam de outonada: são frutos colhidos numa hora da vida que já não é clara, mas ainda não se dilui em treva. Repara que o outono é mais estação da alma que da natureza.

- Não me entristeças.

- Não, querido, sou tua árvore-da-guarda e simbolizo teu outono pessoal. Quero apenas que te outonizes com paciência e doçura. O dardo de luz fere menos, a chuva dá às frutas seu definitivo sabor. As folhas caem, é certo, e os cabelos também, mas há alguma coisa de gracioso em tudo isso: parábolas, ritmos, tons suaves... Outoniza-te com dignidade, meu velho.

―Todas estavam ainda verdes, mas essa ostentava algumas folhas amarelas e outras já estriadas de vermelho (...) também elas se preparavam para ganhar coloração dourada.

Considerando o trecho acima, assinale a alternativa que NÃO CONTÉM um pronome substantivo.

a) Todas b) Essa c) Algumas d) Outras

Questão 12: FGV - AJ (TJ RO)/TJ RO/Administrador/2015 Assunto: Verbo

(21)

Todos os direitos reservados ao Master Juris. São proibidas a reprodução e quaisquer outras formas de Compartilhamento.

21

Facebook

Vimos que o Vale do Silício é um tecnopolo importante, com indústria avançada, de ponta, em que são feitos altos investimentos. Mas, às vezes, uma simples ideia pode valer mais do que muita tecnologia. É o caso da maior rede social do mundo, o Facebook.

Segundo o seu criador Mark Zuckerberg, em seu segundo ano da Universidade de Harvard (2004), ele e seus amigos tinham muito a compartilhar: suas fotos, o que estudavam, de que gostavam, entre tantas outras coisas que os amigos curtem. Pensando nisso, Mark elaborou – em duas semanas e com apenas 19 anos de idade – a primeira versão do que se tornaria essa famosa rede social.

Mas há quem diga que a história inicial não foi tão sublime, mas que tudo começou como uma brincadeira: Mark teria colocado as fotos das garotas da Universidade na internet, à revelia, para que os colegas escolhessem qual a mais bonita. Outro detalhe não menos importante seria que o desenvolvimento do Facebook contou com a colaboração de mais colegas, entre eles o brasileiro Eduardo Saverin, reconhecido como o co-fundador do site.

De qualquer forma, e intrigas à parte, inovação e agilidade transformaram esse pequeno projeto/brincadeira em uma empresa extremamente lucrativa, com mais de 500 milhões de usuários, faturamento bilionário e um valor de 50 bilhões de dólares, estimado pelo Banco Sachs em janeiro de 2011, maior do que o da Time Warner.

(Paulo Roberto Moraes, Urbanização e Metropolização, São Paulo, 2011)

“... a primeira versão do que se tornaria essa famosa rede social”.

A forma verbal “tornaria” foi empregada com o seguinte valor: a) marcar um fato futuro, mas próximo;

b) transportarmo-nos a uma época passada e descrevermos o que seria ação futura;

c) designar fatos passados concebidos como contínuos ou permanentes; d) indicar ações posteriores à época em que se fala;

(22)

Todos os direitos reservados ao Master Juris. São proibidas a reprodução e quaisquer outras formas de Compartilhamento.

22

e) exprimir a incerteza sobre fatos passados.

Questão 13: TJ PR (Ban. Exam.) - Ana Jud (TJ PR)/TJ PR/Análise de Sistemas/2009 Assunto: Verbo

O texto a seguir servirá de referência para a questão.

06/07/2009 - 12h20

Crise deixará até 90 milhões a mais de pessoas desnutridas, diz ONU

da Folha Online Atualizado às 12h35.

(P.1) A atual recessão global, que ganhou força a partir de setembro do ano passado, reverteu 20 anos de declínio na pobreza mundial e deve elevar em até 90 milhões de pessoas o número de desnutridos, disse nesta segunda-feira o secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Ban Ki-moon.

(P.2) A estimativa, que consta do "Relatório das Metas de Desenvolvimento do Milênio", divulgado hoje em Genebra (Suíça), sugere que 17% da população mundial (estimada em 6,8 bilhões) estará em condição de pobreza extrema até o fim deste ano.

(P.3) "Em 2009, estarão vivendo na pobreza extrema entre 55 milhões e 90 milhões de pessoas a mais que o estimado antes da crise mundial", diz o documento. As Metas do Milênio são um conjunto de diretrizes fixadas pela ONU para reduzir pela metade, até 2015, os níveis da pobreza extrema de 1990. O programa inclui ainda a redução da mortalidade infantil e a garantia da sustentabilidade ambiental, entre outros objetivos.

(P.4) O relatório aponta ainda para o declínio na ajuda externa a países pobres, o que pode provocar ainda mais casos de violência e de doenças. O secretário-geral da ONU pediu ainda ao G8 (grupo dos sete países mais ricos e a Rússia), que se reunirá na Itália entre os dias 8 e 10 deste mês, para ampliar as ajudas, especialmente para a África.

(23)

Todos os direitos reservados ao Master Juris. São proibidas a reprodução e quaisquer outras formas de Compartilhamento.

23

(P.5) "A credibilidade do sistema internacional depende do quanto os doadores oferecerem", afirmou. "A decência humana e a solidariedade global exigem que nos mobilizemos pelos mais pobres e mais vulneráveis dentre nós."

(P.6) Ele destacou os compromisso assumidos pelo G8 de aumentar as ajudas financeiras e técnicas ao países em desenvolvimento para que atinjam as Metas do Milênio até 2010 para US$ 50 bilhões, metade desse montante para a África. Mas a ajuda ainda está ao menos US$ 20 bilhões abaixo da meta, destacou.

“A credibilidade do sistema internacional depende do quanto os doadores oferecerem...” (P. 5)

O verbo flexionado de maneira diferente da grifada no exemplo está também grifado no período:

a) Os atores serão muito aplaudidos pelo público no momento em que deixarem a cena.

b) Quando saírem, por favor, deixem a porta fechada.

c) Por comerem pouco, as pessoas que vivem na pobreza extrema são mais sujeitas a doenças..

d) Se obedecerem às normas dos países mais ricos, os mais pobres terão ajuda.

Questão 14: FUNDEP - Tec Jud (TJ MG)/TJ MG/Assistente Social Judicial/2010 Assunto: Verbo

Fala, Amendoeira

Carlos Drummond de Andrade – Fala, Amendoeira (1957)

Esse ofício de rabiscar sobre as coisas do tempo exige que prestemos alguma atenção à natureza – essa natureza que não presta atenção em nós. Abrindo a janela matinal, o cronista reparou no firmamento, que seria de uma safira impecável se não houvesse a longa barra de névoa a toldar a linha entre o céu e o chão – névoa baixa e seca, hostil aos aviões. Pousou a vista, depois, nas árvores que algum remoto prefeito deu à rua, e que ainda ninguém se lembrou de arrancar, talvez porque haja outras destruições mais urgentes. Estavam todas verdes, menos

(24)

Todos os direitos reservados ao Master Juris. São proibidas a reprodução e quaisquer outras formas de Compartilhamento.

24

uma. Uma que, precisamente, lá está plantada em frente à porta, companheira mais chegada de um homem e sua vida, espécie de anjo vegetal proposto ao seu destino.

Essa árvore de certo modo incorporada aos bens pessoais, alguns fios elétricos lhe atravessam a fronde, sem que a molestem, e a luz crua do projetor, a dois passos, a impediria talvez de dormir, se ela fosse mais nova. Às terças, pela manhã, o feirante nela encosta sua barraca, e ao entardecer, cada dia, garotos procuram subir-lhe o tronco. Nenhum desses incômodos lhe afeta a placidez de árvore madura e magra, que já viu muita chuva, muito cortejo de casamento, muitos enterros, e serve há longos anos à necessidade de sombra que têm os amantes de rua, e mesmo a outras precisões mais humildes de cãezinhos transeuntes.

Todas estavam ainda verdes, mas essa ostentava algumas folhas amarelas e outras já estriadas de vermelho, gradação fantasista que chegava mesmo até o marrom – cor final de decomposição, depois da qual as folhas caem. Pequenas amêndoas atestavam o seu esforço, e também elas se preparavam para ganhar coloração dourada e, por sua vez, completado o ciclo, tombar sobre o meio-fio, se não as colhe algum moleque apreciador do seu azedinho. E como o cronista lhe perguntasse – fala, amendoeira – por que fugia ao rito de suas irmãs, adotando vestes assim particulares, a árvore pareceu explicar-lhe:

- Não vês? Começo a outonear. É 21 de março, data em que as folhinhas assinalam o equinócio do outono. Cumpro meu dever de árvore, embora minhas irmãs não respeitem as estações.

- E vais outoneando sozinha?

- Na medida do possível. Anda tudo muito desorganizado, e, como deves notar, trago comigo um resto de verão, uma antecipação de primavera e mesmo, se reparares bem neste ventinho que me fustiga pela madrugada, uma suspeita de inverno.

- Somos todos assim.

- Os homens, não. Em ti, por exemplo, o outono é manifesto e exclusivo. Acho-te bem outonal, meu filho, e teu trabalho é exatamente o que os autores chamam de outonada: são frutos colhidos numa hora da vida que já não é clara, mas ainda não se dilui em treva. Repara que o outono é mais estação da alma que da natureza.

(25)

Todos os direitos reservados ao Master Juris. São proibidas a reprodução e quaisquer outras formas de Compartilhamento.

25

- Não me entristeças.

- Não, querido, sou tua árvore-da-guarda e simbolizo teu outono pessoal. Quero apenas que te outonizes com paciência e doçura. O dardo de luz fere menos, a chuva dá às frutas seu definitivo sabor. As folhas caem, é certo, e os cabelos também, mas há alguma coisa de gracioso em tudo isso: parábolas, ritmos, tons suaves... Outoniza-te com dignidade, meu velho.

―Pequenas amêndoas atestavam o seu esforço, e também elas se preparavam para ganhar coloração dourada, e [...] completado o ciclo, tombar sobre o meio-fio, [...].

É CORRETO afirmar que, dentre as formas verbais destacadas no período acima a) há um verbo na voz passiva.

b) há um verbo no particípio.

c) apenas um verbo se apresenta no infinitivo.

d) os dois primeiros verbos estão flexionados no pretérito perfeito.

Questão 15: FUNDEP - Tec Jud (TJ MG)/TJ MG/Assistente Social Judicial/2010 Assunto: Verbo

Fala, Amendoeira

Carlos Drummond de Andrade – Fala, Amendoeira (1957)

Esse ofício de rabiscar sobre as coisas do tempo exige que prestemos alguma atenção à natureza – essa natureza que não presta atenção em nós. Abrindo a janela matinal, o cronista reparou no firmamento, que seria de uma safira impecável se não houvesse a longa barra de névoa a toldar a linha entre o céu e o chão – névoa baixa e seca, hostil aos aviões. Pousou a vista, depois, nas árvores que algum remoto prefeito deu à rua, e que ainda ninguém se lembrou de arrancar, talvez porque haja outras destruições mais urgentes. Estavam todas verdes, menos uma. Uma que, precisamente, lá está plantada em frente à porta, companheira mais chegada de um homem e sua vida, espécie de anjo vegetal proposto ao seu destino.

Essa árvore de certo modo incorporada aos bens pessoais, alguns fios elétricos lhe atravessam a fronde, sem que a molestem, e a luz crua do projetor, a dois passos, a

(26)

Todos os direitos reservados ao Master Juris. São proibidas a reprodução e quaisquer outras formas de Compartilhamento.

26

impediria talvez de dormir, se ela fosse mais nova. Às terças, pela manhã, o feirante nela encosta sua barraca, e ao entardecer, cada dia, garotos procuram subir-lhe o tronco. Nenhum desses incômodos lhe afeta a placidez de árvore madura e magra, que já viu muita chuva, muito cortejo de casamento, muitos enterros, e serve há longos anos à necessidade de sombra que têm os amantes de rua, e mesmo a outras precisões mais humildes de cãezinhos transeuntes.

Todas estavam ainda verdes, mas essa ostentava algumas folhas amarelas e outras já estriadas de vermelho, gradação fantasista que chegava mesmo até o marrom – cor final de decomposição, depois da qual as folhas caem. Pequenas amêndoas atestavam o seu esforço, e também elas se preparavam para ganhar coloração dourada e, por sua vez, completado o ciclo, tombar sobre o meio-fio, se não as colhe algum moleque apreciador do seu azedinho. E como o cronista lhe perguntasse – fala, amendoeira – por que fugia ao rito de suas irmãs, adotando vestes assim particulares, a árvore pareceu explicar-lhe:

- Não vês? Começo a outonear. É 21 de março, data em que as folhinhas assinalam o equinócio do outono. Cumpro meu dever de árvore, embora minhas irmãs não respeitem as estações.

- E vais outoneando sozinha?

- Na medida do possível. Anda tudo muito desorganizado, e, como deves notar, trago comigo um resto de verão, uma antecipação de primavera e mesmo, se reparares bem neste ventinho que me fustiga pela madrugada, uma suspeita de inverno.

- Somos todos assim.

- Os homens, não. Em ti, por exemplo, o outono é manifesto e exclusivo. Acho-te bem outonal, meu filho, e teu trabalho é exatamente o que os autores chamam de outonada: são frutos colhidos numa hora da vida que já não é clara, mas ainda não se dilui em treva. Repara que o outono é mais estação da alma que da natureza.

- Não me entristeças.

- Não, querido, sou tua árvore-da-guarda e simbolizo teu outono pessoal. Quero apenas que te outonizes com paciência e doçura. O dardo de luz fere menos, a chuva dá às frutas seu definitivo sabor. As folhas caem, é certo, e os cabelos

(27)

Todos os direitos reservados ao Master Juris. São proibidas a reprodução e quaisquer outras formas de Compartilhamento.

27

também, mas há alguma coisa de gracioso em tudo isso: parábolas, ritmos, tons suaves... Outoniza-te com dignidade, meu velho.

Leia os seguintes trechos do texto.

―[...] – fala, amendoeira – [...]. – Não me entristeças.

―Outoniza-te com dignidade, meu velho.

―Repara que o outono é mais estação da alma que da natureza.

Em relação ao que há de comum entre os verbos destacados nos trechos acima, assinale a alternativa CORRETA.

a) O modo b) A voz

c) A conjugação d) A transitividade

Questão 16: FAURGS - AJ (TJ RS)/TJ RS/Apoio Especializado/Engenharia

Civil/2014

Assunto: Verbo

Nos últimos vinte anos, é inegável a existência de ____ processo de reestruturação produtiva no mundo do trabalho. Não apenas a questão da economia neoliberal, sustentada em fluxos autorreguladores do capitalismo contemporâneo, das relações trabalhistas, da formação profissional e da ____ de pesquisas aplicadas às indústrias, constitui um fenômeno que contribui para a profusão de problemáticas complexas, relacionadas ao mundo do trabalho e à formação profissional especializada. Tais problemáticas e suas complexidades se estreitam em diferentes âmbitos de relações de modo a ____ local, regional ou globalmente outras lógicas de formação requeridas pelo mundo do trabalho.

Nesse contexto, a formação profissional de base interdisciplinar surge como demanda de expressiva necessidade econômica e política. Desde os anos noventa, a demanda por profissionais com capacidade de integrar conhecimentos dispersos pela hiperespecialização desenvolveu-se em torno da busca da interdisciplinaridade, em diferentes campos do conhecimento.

(28)

Todos os direitos reservados ao Master Juris. São proibidas a reprodução e quaisquer outras formas de Compartilhamento.

28

Essa demanda se justifica pelas transformações ocorridas no mundo do trabalho e, especificamente, pela insuficiência epistemológica que as ciências modernas expressam diante da complexidade do mundo físico, social, político e cultural do homem. Assim, a Sociologia como ciência que estuda objetos do mundo social em suas dinâmicas, permanências e mutabilidades, voltar-se-á para a análise das relações entre mundo do trabalho, formação e práticas profissionais específicas. Tanto a Sociologia do Trabalho quanto a Sociologia das Profissões surgem nesse cenário como importantes campos teóricos para a compreensão aprofundada do tema.

Acredito que os estudos sobre o trabalho devem abranger uma variedade de objetos de pesquisa, dando, por isso mesmo, uma amplidão sistemática no que se refere aos complexos modos de relação entre trabalho, formação para o trabalho, profissões e formação profissional.

Adaptado de: SANTOS, Najó Glória dos et al. Formação

profissional interdisciplinar. Disponível em: <https://ri.ufs.br/bitstream/12345678 /503/1/Formacao ProfissionalInterdisciplinar.pdf>. Acessado em: 07 jul. 2014.

Quanto à forma verbal voltar-se-á, é correto afirmar que está conjugada a) na terceira pessoa singular do presente do indicativo.

b) na terceira pessoa singular do presente do subjuntivo.

c) na terceira pessoa singular do pretérito imperfeito do indicativo. d) na terceira pessoa singular do pretérito do subjuntivo.

e) na terceira pessoa singular do futuro do presente do indicativo.

Questão 17: VUNESP - ContJ (TJ SP)/TJ SP/2008

Assunto: Conjugação. Reconhecimento e emprego dos modos e tempos verbais

Leia o texto para responder à questão. Recado ao senhor 903

Vizinho,

Quem fala aqui é o homem do 1003. Recebi outro dia, consternado, a visita do zelador, que me mostrou a carta em que o senhor reclamava contra o barulho em meu apartamento. Recebi depois a sua própria visita pessoal – devia ser meia-noite

(29)

Todos os direitos reservados ao Master Juris. São proibidas a reprodução e quaisquer outras formas de Compartilhamento.

29

– e a sua veemente reclamação verbal. Devo dizer que estou desolado com tudo isso, elhe dou inteira razão. O regulamento do prédio é explícito e, se não o fosse, o senhor ainda teria ao seu lado a Lei e a Polícia. Quem trabalha o dia inteiro tem direito ao repouso noturno e é impossível repousar no 903, quando há vozes, passos e música no 1003. Ou melhor: é impossível ao 903 dormir, quando o 1003 se agita; pois como não sei o seu nome nem o senhor sabe o meu, ficamos reduzidos a ser dois números, dois números empilhados entre dezenas de outros. Eu, o 1003, me limito, a Leste pelo 1005, a Oeste pelo 1001, ao Sul pelo Oceano Atlântico, ao Norte pelo 1004, ao alto pelo 1103 e embaixo pelo 903 – que é o senhor. Todos esses números são comportados e silenciosos; apenas eu e o Oceano Atlântico fazemos algum ruído e funcionamos fora dos horários civis; nós dois apenas nos agitamos e bramimos ao sabor da maré, dos ventos e da lua. Prometo sinceramente adotar, depois das 22 horas, de hoje em diante, um comportamento de manso lago azul. Prometo. Quem vier à minha casa (perdão: ao meu número) será convidado a se retirar às 21:45, e explicarei: o 903 precisa repousar das 22 às 7 pois às 8:15 deve deixar o 783 para tomar o 109 que o levará até o 527 de outra rua, onde ele trabalha na sala 305. Nossa vida, vizinho, está toda numerada; e reconheço que ela só pode ser tolerada, quando um número não incomoda outro número, mas o respeita, ficando dentro dos limites de seus algarismos. Peço-lhe desculpas – e prometo silêncio.

... Mas que me seja permitido sonhar com outra vida e outro mundo, em que um homem batesse à porta do outro e dissesse: "Vizinho, são três horas da manhã e ouvi música em tua casa. Aqui estou." E o outro respondesse: "Entra, vizinho, e come de meu pão e bebe de meu vinho. Aqui estamos todos a bailar e cantar, pois descobrimos que a vida é curta e a lua é bela."

E o homem trouxesse sua mulher, e os dois ficassem entre os amigos e amigas do vizinho entoando canções para agradecer a Deus o brilho das estrelas e o murmúrio da brisa nas árvores, e o dom da vida e a amizade entre os humanos, e o amor e a paz.

(Rubem Braga, Para gostar de ler: crônicas)

Assinale a alternativa em que os verbos em destaque repetem, respectivamente, os mesmos tempos verbais dos verbos em destaque em: Quem vier à minha casa (perdão: ao meu número) será convidado a se retirar às 21:45, e explicarei: o 903 precisa repousar das 22 às 7 pois às 8:15 deve deixar o 783 para tomar o 109 que o levará até o 527 de outra rua, onde ele trabalha na sala 305.

a) A alta dos preços dos alimentos, nos últimos meses, pesou no bolso do consumidor e levou a uma redução do consumo, como mostram as pesquisas.

(30)

Todos os direitos reservados ao Master Juris. São proibidas a reprodução e quaisquer outras formas de Compartilhamento.

30

b) Quando as pessoas se conscientizarem da necessidade de proteger o meio ambiente, todos se beneficiarão com mais qualidade de vida; é o que dizem os especialistas.

c) Com a inflação que afeta os preços dos alimentos, o gasto com comida aumentará e, com isso, sobrará menos dinheiro no bolso dos pobres.

d) "Mesmo as camadas de maior poder aquisitivo sentiram os efeitos da inflação, o que acontecerá até com os mais ricos", afirmou ontem o economista.

e) Se as condições econômicas mudarem, a situação se estabilizará e todos passarão a viver melhor.

Questão 18: CESPE - AJ TJDFT/TJDFT/Judiciária/"Sem Especialidade"/2013 Assunto: Conjugação. Reconhecimento e emprego dos modos e tempos verbais

Eu resolvera passar o dia com os trabalhadores da estiva e via-os vir chegando a balançar o corpo, com a comida debaixo do braço, muito modestos. Em pouco, a beira do cais ficou coalhada. Durante a última greve, um delegado de polícia dissera-me:

— São criaturas ferozes! (...)

Logo que o saveiro atracou, eles treparam pelas escadas, rápidos; oito homens desapareceram na face aberta do porão, despiram-se, enquanto os outros rodeavam o guincho e as correntes de ferro começavam a ir e vir do porão para o saveiro, do saveiro para o porão, carregadas de sacas de café. Era regular, matemático, a oscilação de um lento e formidável relógio.

Aqueles seres ligavam-se aos guinchos; eram parte da máquina; agiam inconscientemente. Quinze minutos depois de iniciado o trabalho, suavam arrancando as camisas. Não falavam, não tinham palavras inúteis. Quando a pilha de sacas estava feita, erguiam a cabeça e esperavam nova carga. Que fazer? Aquilo tinha que ser até às 5 da tarde. (...)

Esses homens têm uma força de vontade incrível. Fizeram com o próprio esforço uma classe, impuseram-na. Hoje, estão todos ligados, exercendo uma mútua polícia para a moralização da classe. A União dos Operários Estivadores consegue, com uns estatutos que a defendem habilmente, o seu nobre fim. (...)

Que querem eles? Apenas ser considerados homens dignificados pelo esforço e a diminuição das horas de trabalho, para descansar e para viver.

(31)

Todos os direitos reservados ao Master Juris. São proibidas a reprodução e quaisquer outras formas de Compartilhamento.

31

João do Rio. Os trabalhadores de estiva. In: A alma encantadora das ruas. Paris: Garnier, 1908. Internet: <www.dominiopublico.gov.br> (com adaptações).

Julgue o item que se segue, relativo às ideias do texto acima e às estruturas linguísticas nele utilizadas.

O emprego da forma verbal “resolvera”, no pretérito mais-que-perfeito, indica que o narrador tomou a decisão de “passar o dia com os trabalhadores da estiva” antes da ocorrência do evento narrativo principal do texto.

Certo Errado

Questão 19: VUNESP - ContJ (TJ SP)/TJ SP/2015

Assunto: Conjugação. Reconhecimento e emprego dos modos e tempos verbais

Leia o texto para responder à questão.

Previsão do tempo no Sudeste é uma dor de cabeça para cientistas

Se a sucessão de boas e más notícias sobre a chuva que abastece os reservatórios de São Paulo parece uma confusão só, não se preocupe: previsões climáticas sobre o Sudeste brasileiro podem confundir até especialistas.

Isso acontece porque a região mais populosa do Brasil ocupa uma área do globo terrestre que recebe todo tipo de influência complexa, desde a umidade oriunda da Amazônia até as frentes frias “sopradas” da Antártida.

Resultado: um nível de incerteza acima do normal numa seara que, por natureza, já é bastante incerta.

“Isso vale principalmente para prever o clima, ou seja, as variações de médio e longo prazo, mas também é verdade, ainda que em grau bem menor, para as previsões de tempo, ou seja, na escala de dias”, diz Tercio Ambrizzi, climatologista da USP.

(32)

Todos os direitos reservados ao Master Juris. São proibidas a reprodução e quaisquer outras formas de Compartilhamento.

32

Portanto, não é que o tempo seja mais instável na área do sistema Cantareira, o mais castigado pela atual crise e agora em ligeira recuperação. O que ocorre é que a região que abastece o Cantareira às vezes pode ficar mais sujeita a variações aleatórias de um sistema climático naturalmente complicado.

(Folha de S.Paulo, 15.02.2015)

No texto, um verbo no imperativo marca claramente que o autor está se dirigindo ao leitor. Isso se comprova com o trecho:

a) “... mas também é verdade, ainda que em grau bem menor, para as previsões de tempo, ou seja, na escala de dias...” (quarto parágrafo)

b) Isso acontece porque a região mais populosa do Brasil ocupa uma área do globo terrestre que recebe todo tipo de influência complexa... (segundo parágrafo) c) Portanto, não é que o tempo seja mais instável na área do sistema Cantareira, o mais castigado pela atual crise... (quinto parágrafo)

d) ... não se preocupe: previsões climáticas sobre o Sudeste brasileiro podem confundir até especialistas. (primeiro parágrafo)

e) Resultado: um nível de incerteza acima do normal numa seara que, por natureza, já é bastante incerta. (terceiro parágrafo)

Questão 20: FGV - Ana (TJ SC)/TJ SC/Administrativo/2015

Assunto: Conjugação. Reconhecimento e emprego dos modos e tempos verbais

Dos verbos assinalados, só está corretamente empregado o que aparece na frase: a) O atual síndico quer crescer a arrecadação de condomínios em cerca de 40%. b) Os candidatos participaram das provas sem que a chegada com atraso prejudicou a organização.

c) Se fazer cálculos sobre os resultados do concurso já era difícil, agora tornou-se mais problemático.

d) O treinador ficará contente quando vencer metade dos jogos e transpor os adversários mais difíceis.

e) Por mais que os jogadores se esforçam nos treinos, a colocação na tabela está cada vez pior.

Referências

Documentos relacionados

Todos os direitos reservados ao Master Juris. São proibidas a reprodução e quaisquer outras formas de compartilhamento. nomenclatura diversa, com a adoção da distinção entre erro

Propõe-se, assim, que, em demandas revisionais de contratos em sentido lato, o juiz, no exercício de seus poderes-deveres de decisão e instrução processual – e, em

Para avaliar a prevalência de doença tireoidiana em pacientes com diabetes tipo 1 (DM1), tipo 2 (DM2) e gestacional (DMG) e não diabéticos no Paraná (Brasil), uma triagem para

Todos os direitos reservados ao Master Juris. São proibidas a reprodução e quaisquer outras formas de compartilhamento. antes de sua consumação. e) improcedente, porque a área,

(ii) na hipótese da Assembleia Geral referida acima deliberar por não prorrogar o prazo de duração do FUNDO e não chegar a acordo comum referente aos procedimentos

Todos os direitos reservados ao Master Juris. São proibidas a reprodução e quaisquer outras formas de compartilhamento. natureza, que os chimpanzés cooperam na caça e em

Daí o sistema precisar, até, normas de inter-relação, como o próprio Código Tributário Nacional – CTN, que, em seu art. 110, estabelece uma nítida relação entre o

Todos os direitos reservados ao Master Juris. São proibidas a reprodução e quaisquer outras formas de compartilhamento. vencidas antes do quinquênio anterior à propositura da