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EXPERIENCIA DO RENDIWIENTO WifNIMO GARANTIDO EM ODIVELAS UM PONTO DE PARTIDA... ''

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EXPERIENCIA DO

RENDIWIENTO

WifNIMO

GARANTIDO EM ODIVELAS

UM PONTO DE PARTIDA .. .

''

"E

em equipa, atraves do trabalho com o todo, que poderemos fazer nascer a esperan<;a naqueles corn quem ten tarn os construir projectos de vida"

Ana Maria Marques**

0 grande mimero de beneficicirios da Medida RMG ea existencia de problematicas de dif(cil intervenr;iio levou a constituir;fio de grupos de trabalho e de reflexiio por problemdticas especfjicas: alcoolis-mo, toxicodependencia e minorias etnicas. Do estudo do indfviduo e do seu problema passou-se para o estudo do indfviduo, do seu pro-blema e suas consequencias na famflia e comunidade. E est a expe-riencia de trabalho em parceria em prole de um objectivo eo mum que a qui vos apresentamos.

0 gran de numero de beneficiaries do Rendimento Mfnimo Garantido no Concelho de Odivelas, eo facto deter vindo a ser cad a vez mais visfvel a existencia de determi-nadas problematicas de diffcil resolu<;ao, devido a sua especificidade, levou a CLA e,

* Estudo pub] icado na Re vista Interven91io Social no 21, pp. 135- I 46

** M est re em Psicologia Social e Organizacional (lSCTE), Licenciada em Politica Social (ISCSP), Tecnica

Superior e Servi~o Social no CRSSLVT, Servi~o Sub-Regional de Loures. Serviyo Local de Odivelas

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Ana Maria Marques

mais concretamente~ os tecnicos do Nucleo Executivo, a reflectir sobre qual a melhor metodologia de interven9ao a adoptar junto de indivfduos e/ou famflias em situa9ao de vulnerabilidade.

Pa1tiu-se, entao, para a caracteriza9ao desses indivfduos e/ou famflias por proble

-maticas especfficas. Esta atitude nao significou, contudo, que tenha si do descurada a importancia do estudo do ea so, da hist6ria individual, da biografia do indivfduo e I

ou familia, assim como a importancia da constru9ao de diagn6sticos locais para que a territorializayao das ac96es de inser9ao possa vir a ser conseguida.

Neste contexto surgiram os seguintes grupos de trabalho: "grupo da toxicodependencia", mais tarde denominado "Reflexao-Ac9ao no ambito da toxicodependenc1a'\ "grupo dos indivfduos e/ou famflias corn problematica de alco-olismo e/ou outras doen9as do foro psfquico'', posteriormente denominado "Projec-to Viver de Novo" e "grupo das minorias etnicas". De salientar que fora m cri ad os instJ.umentos de trabalho, nomeadamente quadros de caracteriza9ao dos beneficiaries das sete freguesias do Concelho de Odivelas, adaptados a cada uma dessas proble-maticas. Esta caracteriza9ao preliminar permitiu aos tecnicos terem urn conhecimento geral e mais alargado sob re a realidade existente nessa area geografica.

Inicialmente, os grupos pensaram trabalhar directamente corn o indivfduo. Con-tudo, os riscos inerentes a essa met_odologia conduziram ao redimensionamento do objecto de interven9ao- do estudo do indivfduo e do seu problema para o estudo do indivfduo, do seu problema e das suas interacy6es/consequencias na familiae comu-nidade. Foi sentida a necessidade de trabalhar a famflia na perspectiva desta consti-tuir um recurso para a moti va9ao do indi vfduo para o tratamento/inseryao.

Em sintese, e no que respeita

a

metodologia, os grupos, depois de terem efectua-do um levantamento, por problematicas, em todas as freguesias efectua-do concelho de Odive1as, partiram do plano te6rico - do todo - para o piano pratico, de operacionalizayao das partes. Reconhecendo Jimites, estabeleceram prioridades. Ini-ciaram urn trabalho corn urn a visao, gue se podera chamar de simplista, primaria, do diagn6stico- a toxicodependencia, o alcool, a etnia cigana- tendo em vista uma solu9ao simplista, ptimaria- tentativa de resolu9ao do problema. Contudo, foi reflec-tindo sob re essa "simplicidade", e recorrendo aos servi9os da especialidade, que os grupos conseguiram "dar o salto" para o estudo das interacyoes/consequencias na famflia e na comunidade.

Esquematizando, poderemos obter o seguinte modelo eo mum de interven9ao uti-lizado pelos grupos de trabalho:

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Experiencia do Rendimento Mfnimo Garrmtido em Odivelas

Toxicodepcndcncia

Ponto de partida

Grupos de trabal.ho por problemliticas cspedficas Alcoolismo c/ou outras doen~as do foro pslquico do objecto de interven~io:

do cstudo do indlviduo com problenuitica para o cstudo

do indivfduo, do scu problema e das suas

interac~oes/consequencias na familia e na comunidade Minorias ctnicas 0 de prioridades de interven~ao comunitaria lntcrvcn~aoSocinl n°22, 2000

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A11a M aria Marques

Passemos, entao, a descrever, o trabalho dos grupos.

0 grupo "Reflexao/ Ac9ao no ambito da toxicodependencia'', que

e

constitufdo por duas tecnicas de servi9o social (uma do Centro Regional de Seguran9a Social de Lis boa e Vale do Tejo (CRSSLVT) -Servi9o Sub-Regional de Loures-Servi90 Local de Odivelas, e uma do Centra de Saude de Odivelas), uma professora (Coordena9ao Concelhia do Ensino Reconente) e um tecnico de emprego (Centro de Emprego de LoUt·es), recorreu ainda a uma tecnica de servi9o social do Centro de Apoio a Toxicodependentes de Loures (CAT)- servi9o da especialidade. A abordagem do grupo eo trabalho por este desenvolvido podem definir-se nas fases que a seguir se apresentam.

Numa primeira fase, foi efectuado um levantamento de casos de beneficiaries do

RMG e da Ac9ao Social corn essa mesma problematica.

Seguidamente foi definida a interven9ao junto do indivfduo toxicodependente no sentido de o motivar para a adesao ao tratamento, recorrendo para tal a os servi9os da especialidade existentes na zona- CAT de Loures e Prosa1is (IPSS), ea equipas de voluntariado social.

Numa terceira fase, foi feita uma recolha de legisla9ao que regulamentasse a mate-ria acerca do voluntamate-riado social. Contudo, a ausencia de enquadramento institucional, a dificuldade na defini9ao do perfil adequado e na selec9ao de jovens para essa actividade, assim como a argumenta9ao sustentada pelo servi9o da especialidade- o CAT de Loures- fruto da sua experiencia com essa popula9ao, levou os se us elemen-tos a recuar no sentido da reavalia9ao da perspectiva de actua9ao inicialmente pro-pasta.

Havendo a necessidade de territorializar a interven9ao e rentabilizar os recursos/ projectos existentes, o grupo pen sou trabalhar esta problematica enquanto projecto de ac9ao localizada em cruzamento corn outros projectos de servi9os existentes na zona.

Corn o objectivo de abranger todas as crian9as que estivessem relacionadas de forma directa ou indirecta corn a toxicodependencia, e assumindo esta problematica algum relevo na zona da Arroja, freguesia de Odivelas, o mesmo procurou actuar junto da comunidade escolar, all sediada, que integra uma escoJa do 1 o ciclo e duas do

2° e 3° ciclos.

Neste contexto, foi feito urn levantamento dos recursos institucionais, activida-des/projectos em curso, e redes sociais de apoio ao individuo e/ou famflia toxicodependente.

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Experiencia do Rendimento Mtnimo Garantido em Odivelas

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Estando o Centra de Saude de Odivelas a desenvolver varios projectos no ambito da Saude Escolar, verificou que os objectives do projecto "Saude Escolar- Educayao e Saude EscolarH poderiam cruzar-se corn os do grupo, nomeadamente no que se refere a:

- prevenir comportamentos de risco; - promover estilos de vida saudaveis;

- combater o insucesso eo absentismo escolar.

A existencia de uma area denominada de "Espayo Jovem"- espayo polivalente destinado ajovens entre os 10-24 an os corn necessidade de apoio ao nfvel da preven-yao de comportamentos de risco- dinamizado pelo Centro de Saude de Odivelas-podia ser rentabilizado atraves do encaminhamento para af de jovens daquela faixa etaria no sentido destes poderem apresentar/esclarecer af as suas duvidas e os se us problemas. Novas entidades foram aderindo e disponibilizando os seus contributes.

0 Projecto foi assumindo uma nova dimensao, traduzindo-se esta numa candidatura ao Programa de Luta contra a Pobreza, com urn Projecto de parceria intitulado "Ser Cidadao em Odivelas", do qual a Junta de Freguesia de Odivelas ea entidade promotora.

No que respeita ao "Projecto Viver de Novo", o grupo de trabalho, inicialmente constitufdo por tres tecnicas de serviyo social (duas do CRSSLVT-Servi~o Sub-Regi-onal de Loures-Servi9o Local de Odivelas e uma do Centro de Saude de Odivelas), passou a incluir mais duas tecnicas de servi9o social (uma do CRSSLVT-Serviyo Sub-Regional de Loures-Servi9o Local de Odivelas e uma da Unidade de Cuidados Psiqui-atricos de Odivelas (UCCPO)- sector A do Hospital Julio de Matos (HJM)), uma educadora social (Junta de Freguesia da P6voa de Santo Adriao), uma enfermeira (UCCPO- sector A do HJM), um psiquiatra (UCCPO- sector A do HJM), urn medica de clfnica geral (Centro de Saude de Odivelas) e uma soci6loga (Associayao de Saude Mental de Lom·es Ocidental (ACSMLO)). Este alargamento em prole da parce-ria e da multidisciplinaridade deveu-se ao facto de ser sentida a necessidade de se crescer a nfvel do "saber estar" e do "saber fazer" quando se trata de intervir numa problematica especffica como ea do alcoolismo e/ou outras doenyas do foro psfquico. Numa primeira fase, e depois deter si do efectuado o levantamento do numero de beneficiaries do Rendimento Mfnimo Garantido corn problematica de alcoolismo e/ou outras doen9as do foro psfquico- popula9ao alvo do estudo- foram definidos tres objectives gerais:

I) sensibilizar e acompanhar os indivfduos e/ou famflias corn problematicas de alcoolismo e outras doen9as do foro psfquico para tratamento e reabilita9ao; 2) envolver estruturas locais no sentido da rentabi1izayao de recursos e da

cria9ao de respostas de interven9ao;

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Ana M aria Marques

3) prom over ac96es de forma9ao em tematicas ligadas ao alcoolismo e outras doen9as do foro psfquico.

Numa segunda fase~ foi definido o plano de ac9ao.

Relativamente ao p1imeiro objectivo, e atendendo ao numero limitado de recursos, definiu-se como prioridade a interven9ao junta de individuos e/ou famllias beneficiarias do RMG que apresentassem maior fndice de "insight", sempre numa

l6gica de interven9ao integrada~ de an::ilise e discussao dos cas os em equipa.

Quanta ao segundo objectivo~ e numa perspectiva de envolvimento, foi feita uma

ac9ao de divulga9ao do projecto as Institui96es parceiras, em reunioes da CLA. Ini

proceder-se

a

selecyaO de indivfduos e/ou famflias COrn potencialidade para

frequen-tar actividades ocupacionais desenvolvidas na Associa9ao Comunifrequen-taria de Saude Mental de Loures Ocidental e ao levantamento de Institui96es locais existentes que desenvolvam actividades nessa area de interven9ao, assim como ao estabelecimento de mecanismos de articula9ao eo m essas mesmas Institui96es.

No que respeita ao terceiro objective, alguns elementos da equipa participamja no Gmpo Terapeutico de Alcoologia (UCCPO- sector A do Hospital Julio de Matos) corn o objective de adquirirem conhecimentos tecnicos e de enriquecerem a sua pra-tica de interven9ao corn indivfduos e/ou famflias corn a problemapra-tica em causa.

Ou-tras ac96es definidas consistem na forma9ao contfnua dirigida

a

equipa, a promover

pelas entidades parceiras no projecto: UCCPO- sector A do Hospital Julio de Matos e ACSMLO, e na participa9ao da equipa em seminarios/encontros promovidos pelo Centra Regional de Alcoologia de Lis boa (CRAL). Neste ambito, foi realizada uma sessao de forma9ao, subordinada ao tema: "Alcoolismo e Exclusao Social", a qual despolotou novos caminhos de reflexao, novos pontos de partida. Foi af introduzida a ideia de "equipa comunitaria" que esta a ser trabalhada pelo grupo no sentido de ser direccionada para a interven9ao directa corn os indivfduos e/ou famflias corn problematica de alcoolismo. Preve-se que a mesma venha a integrar quatro nucleos de interven9ao: coordena9ao e supervisao; forma9ao; aconselhamento e equipa de terreno (ac9ao directa).

Posto is to, e na medida em que o grupo considerou de extrema importancia

conhe-cer para melhor direccionar a sua interven9ao~ partiu-se para um estudo de

caracteri-za9ao dos indivfduos e/ou fanu1ias beneficiarias de RMG, corn problematica de

alco-olismo, no Concelho de Odivelas, diagnosticados entre Fevereiro de 1997 (fase do

projecto-piloto) e Abtil de 2000, tendo si do diagnosticados 81 doentes alco61icos,

inte-grados em 77 farnflias, num total de 271 pessoas. As tecnicas de pesquisa utilizadas consistiram na constru9ao de dois questionarios de resposta semi-fechada, aplica-dos por administra9ao indirecta.

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Experiencia do Rendimento M inimo Garantido em Odivelas

0 primeiro questionario procurou caracterizar o doente alco6lico do panto de vista pessoal (freguesia de residencia; naturalidade; sexo; idade; estado civil; situa-9ao de facto), do panto de vista das competencias academicas (habilita96es literari-as), em termos profissionais (situa9ao s6cio-profissional; profissao) e de saude, as-sim como conhecer as suas principais vulnerabilidades e potencialidades.

0 segundo questionario procurou, numa primeira parte, saber qual o tipo de fami-lia do doente alco61ico, o tipo de habita9ao, a origem e totalidade dos rendimentos do agregado familiar, assim como os problemas e competencias existentes a nfvel famili-ar, educacional, habitacional, a nivel econ6mico, profissional, de saude e de protec-9ao social. Numa segunda parte, e corn base na revisao bibliognifica efectuada, ten-tau-se conhecer quais as principais consequencias familiares e sociais do alcoolismo - consequencias gerais e consequencias especfficas (a nivel da mulher e dos meno-res -filhos/netos), assim como as razoes que estao na base da manuten9ao da famflia. Por ultimo foram diagnosticadas as areas prioritarias de interven9aO.

Os dad os recolhidos fora m alvo de tratamento informatico em Statistical Package for Social Sciences (SPSS). As principais conclusoes daf retiradas prendem-se corn o facto da maioria dos doentes alco61icos pettencerem ao sexo masculino, serem natu-rais de Lisboa e fazerem parte de urn grupo etario que se insere na idade activa para o exercfcio de actividade profissional (dos 25 aos 64 anos). A maioria assume o estatu-to de solteiro, embora viva em cas al. As habilita96es literarias sao baixas, situando-se no I o ciclo do Ensino Basico. Grande parte encontra-se inserida em term os

profis-sionais, embora de modo precario (ausencia de contratos de trabalho e de protec9ao social), daf que o desemprego, o trabalho precario ea grande rotatividade entre emprego/desemprego surjam como os principais problemas a esse nfvel. Em term os pessoais verifica-se uma incapacidade para gerir recurs os, a dificuldade de aceita9ao da mudan9a (tratamento) e os comportamentos violentos.

Este doente ako6lico encontra-se inserido numa familia nuclear corn fil hos pouco numerosa (ate 4 elementos), reside em apartamento/andar arrendado corn as condi-95es mfnimas de habitabilidade. As principais fontes de rendimento destes agrega-dos consistem na presta9ao de RMG, associada ao factor trabalho (incluindo bisca-tes) e as pens5es. Os baixos rendimentos, os endividamentos e os grandes en cargos corn a saude salientam-se como os principais problem as familiares. 0 alcoolismo, as doen9as de natureza psfquica e as doen9as cr6nicas ganham relevo ao nfvel da saude. Os habitos de trabalho, ainda que em situa~ao precaria, a consciencia dos problemas, a capacidade para gerir recursos e urn born relacionamento corn a vizinhan9a constituem as principais potencialidades.

No que respeita as consequencias do alcoolismo no seio familiar, de registar a instabilidade familiar, os contlitos e os m a us tratos. Evidencia-se tambem a heran9a

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Ana M aria Marques

alco6lica por parte dos progenitores. Relativamente a esta problematica, algumas mulheres parecem assumir os papeis de "rainhas do lar" ( organizam e gerem a vida familiar; assumem todas as responsabilidades), outras sao afectadas por perturba-y5es a nfvel psfquico e outras sao "vftimas sofredoras" (acomodam-se/aceitam). A nfvel dos men ores evidenciam-se os danos psicol6gicos e emocionais, a negligencia, o insucesso escolar e os probJemas comportamentais. Contudo, a manuten~ao da famflia parece estar assegurada pelo assumir de uma postura de acomoda<;ao/aceita-yao, pelo nao ter para onde ir, pelo medo de represalias e pelo nao saber viver de outro modo. Os domfnios prioritarios de interven~ao deverao incidir na area da Sad-de, do Emprego, da Educa<;ao e da Ac~ao Social sem que os mesmos constituam realidades estanques, m as si m realidades em interac~ao1

Neste m omen to, o grupo encontra-se a estudar a hip6tese de vir a cruzar o seu Projecto eo m o Projecto "Ser cidadao em Odivelas", colocando em pratica a ideia de equipa comunitaria.

Quanta ao terceiro grupo de trabalho, apelidado de "Minorias Etnicas", encon-tra-se ainda numa fase embrionaria. A elevada taxa de abandono escolar, assim como a fuga

a

escolaridade por parte da etnia cigana, grande parte del a beneficiaria do RMG, levou o grupo a planificar uma experiencia de trabalho eo m essa popula9ao, restringindo-a, por motivos que se prendem eo m os recursos existentes, ao bairro da AtToja.

0 grupo ainda se encontra na fase de diagn6stico a nfvellocal: conhecer, atraves do seu levantamento, o numero de famflias de etnia cigana residentes no bairro da Arroja e, dentro destas, o numero de beneficiarias do RMG; caracteriza-las na sua interac9ao corn a escola, designadamente no que se refere a abandono, absentismo, sucesso ou insucesso escolar; caracterizar a escola e os se us recursos, e identificar

os parceiros a envolver.

Quanto

a

metodologia a utilizar, esta consistira na cria~ao de urn questionario que permitira ao grupo saber quais os facto res que estao na base das elevadas tax as de abandono escolar verificadas nos elementos da comunidade cigana. As tecnicas de servi9o social da Seguran<;a Social encontram-se a fazer o levantamento das famDias de etnia cigana beneficiarias de RMG a i·esidirem na freguesia de Odivelaslbairro da AJToja.

Todavia, tratando-se de urn projecto localizado- bairro da Arroja- constatou-se que a interven9ao deste grupo seria bastante coincidente corn a interven9ao dos grupos atras mencionados, o que conduzini, certamente, a uma reavalia9ao e possf-veljunyao dos mesmos.

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Experiencia do Rendimento Mtnimo Garantido em Odive/as

A sua organiza9ao constituiu urn a estrategia de interven9ao imediata, uma forma encontrada de reac9ao as circunstancias- o avolumar de processos- na tentativa de

perspectivar trabalho sem que houvesse rendi9ao as evidencias.

Contudo, os grupos, ao longo deste processo, debateram-se corn algumas ques-t6es que passamos a fazer referencia.

Sera que escolhemos be m o ponto de partida? Estaremos no caminho certo em term os metodol6gicos e em termos de interven9ao? Pm·que a escolha da problematica toxicodependencia, alcoolismo, minorias etnicas, e nao a de outras problematicas? Sed. que nao teremos adoptado uma visao redutora, simplista, na medida em que talvez nao seja nessa singularidade, m as sim na hist6ria biografica do indivfduo que esta o panto de partida? Como se enquadra a problematica de urn grupo corn a dos outros grupos? Porque o estudo da etnia cigana e nao de outra? Sera por quest5es que se prendem corn o elevado abandono escolar ou corn a elevada taxa de analfabe-tismo nessa etnia? Ou sera porque nao sabemos como "agaiTar,, esta etnia no sentido da integra9ao? Sera que em nome da obrigatoriedade escolar nao estaremos a violar os se us princfpios culturais, segundo os quais "o cigano nao vai

a

escola"? Nao sera is to urn a forma encontrada para solucionar a questao do apenas "assumir dos direi-tos", por esta etnia, sem que haja urn assumir dos deveres, is toe, nao sera essa a forma de contrapartida de urn direito a uma presta9ao pecuniaria? Contudo, e por outro !ado, se nao os inserirmos, nao tenderao eles a extinguir-se?

0 ]ado positive da constitui9ao dos grupos traduziu-se na oportunidade de ques-tionar, de interrogar, de colocar duvidas, de reflectir, de trocar experiencias, de tecer crfticas e de construir caminhos, de operacionalizar ou colocar no terre no projectos de desenvolvimento local.

Por ultimo, resta-nos tirar, de todo o trabalho desenvolvido, e apesar de todas as duvidas e contradi<;6es que nos assolam enquanto "subjectividades" que somas, uma conclusao linear, a de que ea no<;ao de trabalho em conjunto por objectives comuns que refor9a as nossas identidades e motiva<;5es, a descoberta de n6s pr6pri-os enquanto seres human pr6pri-os que sompr6pri-os e enquanto profissionais em contfnuo pro-cesso de aprendizagem, conscientes de que aquilo que se construiu, ate agora, nao constitui uma realidade estanque, mas si m uma realidade em permaneote movimento e transforma9ao- urn ponto de partida.

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