Estratégia de ensino centrada no aluno
Conceitos alternativos: origens, detecção e remediação
Bayardo B. Torres Depto. Bioquímica, USP
Publicações
indexadas no PubMed (Biological Sciences)
Objetivos
Conteúdos
Estratégias
Avaliação
• … desenvolver habilidades, competências, análise crítica e
capacidade de trabalho em equipe.
World Declaration on Higher Education (UNESCO)
•… capacitar para raciocinar, trabalhar em equipe.
The
CEO (Corporate Europe Observatory) Forum on
Education and Technology
• … desenvolver o raciocínio e a capacidade de aprender.
• … formular hipóteses e prever resultados.
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN)
• … exprimir-se oralmente com correção e clareza,
usando a terminologia correta.
Learning results from what the student does and thinks and
only from what the student does and thinks.
The teacher can advance learning only by influencing what
the student does to learn.
Herbert A. Simon
Prêmio Nobel de Economia - 1978
Confúcio
Filósofo chinês (551 – 479 a. C.)
Ouço e esqueço.
Vejo e me lembro.
Faço e entendo.
CURRÍCULOS CENTRADOS NO CONTEÚDO
O aluno é receptor de um conjunto de verdades que compõem o currículo, organizado em disciplinas.
O conteúdo das disciplina tem sequência instrumental.
A educação admite-se neutra e visa à transmissão de conhecimentos comprovados e aceitos.
O conhecimento desta verdade é, pois, neutro e objetivo.
Sendo o conhecimento a-temporal e universal, o que é bom para um aluno é bom para qualquer aluno, em qualquer contexto.
O professor detém o poder do saber e o aluno é receptor deste saber.
Como se estrutura no método expositivo, o bom professor é o que domina o conhecimento e o transmite com talento.
CURRÍCULOS CENTRADOS NO PROCESSO COGNITIVO
Pretendem que o aluno atinja a autonomia intelectual, capacitando-o a resolver as situações problemáticas que a vida possa apresentar.
Visam o desenvolvimento das habilidades cognitivas e não a aquisição de conhecimentos - o conteúdo é meio, e não fim.
O aluno é ativo na aprendizagem e o professor não é o transmissor, mas o estimulador, o que coloca sempre problemas desafiadores.
As estratégias preconizadas privilegiam a interação dos alunos: trabalhos em equipe, discussões de grupo, etc.
Fundamenta-se nas teorias de aprendizagem de Piaget, Bruner, Ausubel e Vygotsky.
1. Introdução – Análise de problemas
2.
Lista escrita de itens
(objetivos)
a serem estudados
3.
4.
Oxitocina Vasopressina "Oxitocina" com troca de Leu por:
Ile Val Arg Lys
Lactação 100 - 80 70 46 40
Antidiurese - 100 - - 56 6
A tabela mostra as atividades relativas dos peptídios oxitocina e vasopressina. Que conhecimentos sobre aminoácidos e peptídios são necessários para
explicar os dados da tabela?
Introdução a Proteínas
H3N+ Cys Tyr S Ile S Gln AsnPro Leu Gly COO_
Oxitocina _ COO Phe Vasopressina S Cys S H3N+ Cys Tyr Gln Asn
Pro Arg Gly Cys
Conhecimentos necessários para a solução do problema da Introdução de Proteínas
1. O que é um peptídio?
2. Como ocorre a formação de uma proteína?
3. Como as propriedades e ordem dos aminoácidos diferem suas atividades? 4. Como a mudança de um aminoácido pode fazer com que o mesmo hormônio
tenha duas funções?
5. Como a estrutura define a sua função?
6. Consequências das mudanças de aminoácidos nas sequências proteicas. 7. Saber a natureza dos peptídios.
8. Peptídios e suas ações.
9. Interação entre aminoácidos.
10. Inativação de proteínas: como? É reversível?
11. O que seriam agentes redutores? Os próprios aminoácidos ou outras substâncias?
12. Por que a aplicação de um agente redutor? Qual o mecanismo de ação para acarretar a inativação enzimática?
13. Qual a finalidade dos enxofres em uma proteína?
14. Por que a substituição de uma leucina por outro aminoácido aumenta a sua atividade?
16. Estrutura dos aminoácidos interferindo nas atividades relativas dos peptídios. 17. Por que cada substituição de aminoácido tem um efeito diferente?
18. Por que a adição de um aminoácido com carga positiva influencia na diurese? 19. Por que a Lys no hormônio também realiza a antidiurese?
20. Por que a oxitocina sintética é mais efetiva que a natural? 21. Como os valores são obtidos?
22. Do que trata a atividade relativa?
23. Por que duas estruturas semelhantes realizam funções diferentes e ao igualar um aminoácido realiza ambas funções?
24. A polaridade da estrutura interfere no mecanismo de ação da proteína? A solubilidade da molécula interfere em sua eficiência?
25. Saber o que é lactação e antidiurese, bem como oxitocina e vasopressina. 26. Saber a sigla dos aminoácidos.
28. Como sintetiza peptídios?
29. Atividade relativa dos peptídios e peptídios sintéticos. 30. Processo de substituição de aminoácidos.
31. Como ocorre essa “troca” entre um aminoácido e outro? 32. Inativação de proteínas.
33. O papel dos hormônios nos processos metabólicos da lactação e diurese. 34. Mecanismo de ação de proteínas.
35. Qual a atuação dos aminoácidos na lactação e na diurese? 36. Por que a vasopressina não possui atividade na lactação? 37. Influência de hormônios no corpo.
38. Como os receptores celulares interagem com a alteração da molécula? 39. Local de atuação dos peptídios hormonais.
2. Estudo dos objetivos
Lista escrita de itens
(objetivos)
a serem estudados
Em pequenos grupos (5)
3.
Categorias de ordem inferior da Taxonomia de Bloom
4.
Estratégia de Ensino
Roteiro de estudos com itens
Categorias de ordem inferior da
Taxonomia de Bloom
Alunos Monitor Docente
Livros à disposição
I - DOMÍNIO COGNITIVO
1. Conhecimento
2. Compreensão
3. Aplicação
5. Síntese
6. Avaliação
4. Análise
2. Estudo dos objetivos
Lista escrita de itens (objetivos) a serem estudados
Em pequenos grupos (5)
Resolução de problemas sobre o assunto
Categorias de ordem inferior da Taxonomia de Bloom
Categorias de ordem superior da Taxonomia de Bloom
Revisão da lista de itens de estudo
Grupos médios (25 - 30)
Estratégia de Ensino
3.
4.
Alunos Monitor Docente
Problemas nas categorias de
ordem superior
da Taxonomia de Bloom
Compromisso social
Participação livre
I - DOMÍNIO COGNITIVO
1. Conhecimento
2. Compreensão
3. Aplicação
5. Síntese
6. Avaliação
4. Análise
Métodos convencionais
Aprendizagem ativa
97,1 % 86,3 %
P1 P1 P1 P2 P2 P2 P3 P3
90,7 % 91,3 %
88,9 % P1
P2
Spare me the lecture
Powell, K. – Nature, 425: 234-236, 2003.
Where’s the evidence that active learning works?
Michael, J. - Adv Physiol Educ 30: 159–167, 2006.
Does Active Learning Work? - A Review
of the Research
Prince, M. – J. Engr . Education 93(3): 223-231, 2004.
Making active learning work
Center for Teaching and Learning
University of Minnesota
http://www1.umn.edu/ohr/teachlearn/tutorials/active
/index.html
Algorithmic, LOCS and HOCS (chemistry) exam
questions
Zoller, U. – International J. Sci. Educ. 24, 185-203, 2002.
Why peer discussion improves student performance
on in-class concept questions
Smith, M.K.; Wood, W.B.; Adams, W.K.; Wieman, C.;
Knight J.K.; Guild, N.; Su T.T. Science. 2009;323:122-124.
Arguing to learn in science: the role of collaborative,
critical discourse
Osborne J. Science. 2010;328:463-466.
John D. Coley, J. D.; Tanner, K. CBE Life Sciences
Education Vol. 14, 1–19, Spring 2015
Relations between Intuitive Biological Thinking
and Biological Misconceptions
Concepções alternativas
Definição
Origens
Senso comum: aceitação acrítica de afirmações
Acadêmica: transposição didática inadequada
A energia liberada pelo ATP resulta da quebra da ligação (P) fosfato, indicada pela seta. V F N V F N V F N 70,9 10,9 18,2 84,6 15,4 0 85 8,5 6,5 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Os processos celulares que requerem energia
(síntese de polímeros, transferência de íons e moléculas contragradiente, etc.)
utilizam a energia derivada da hidrólise do ATP.
V F N V F N V F N 68,2 9,1 22,7 93,2 7,7 0 91 6,4 2,6 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Remediação
Diagnóstico
O conflito cognitivo
Pré-teste
Pós-teste
Incorreto 16%
As espécies se adaptam ao ambiente para sobreviver.
Conceitos alternativos em Biologia
Muitas espécies desenvolvem mimetismo para evitar predadores. Sem influência externa, as comunidades permaneceriam estáveis. As plantas obtêm alimento do solo.
No jejum, o fígado degrada glicogênio para manter a glicemia.
Adaptações ocorrem para permitir a reprodução e a continuidade de uma espécie. A homeostase mantém o corpo sem alterações.
Teleológico
Essencialista
Antropocêntrico
Construtos cognitivos
Relations between Intuitive Biological Thinking and Biological Misconceptions John D. Coley, J. D.; Tanner, K. CBE Life Sciences Education Vol. 14, 1–19, Spring 2015
Explicar um evento pelo resultado ou consequências. Presuposição de uma finalidade, um propósito.
Admitir a existência de uma propriedade inobservável em todos os membros de uma categoria. A variabilidade entre indivíduos é descartada como ruído, reduzindo a
complexidade da informação a níveis manipuláveis..
Raciocinar a respeito de outros organismos por analogia com os humanos.
Conceitos alternativos em Biologia
Teleológico
Essencialista
Antropocêntrico
Conceitos alternativos em Biologia
Teleológico
Essencialista
Antropocêntrico
Conceitos alternativos em Biologia
Teleológico
Essencialista
Antropocêntrico
As espécies se adaptam ao ambiente para sobreviver.
Conceitos alternativos em Biologia
Teleológico
Essencialista
Antropocêntrico
As espécies se adaptam ao ambiente para sobreviver.
Conceitos alternativos em Biologia
Teleológico
Essencialista
Antropocêntrico
As espécies se adaptam ao ambiente para sobreviver.
Muitas espécies desenvolvem mimetismo para evitar predadores.
Conceitos alternativos em Biologia
Teleológico
Essencialista
Antropocêntrico
As espécies se adaptam ao ambiente para sobreviver.
Muitas espécies desenvolvem mimetismo para evitar predadores.
Conceitos alternativos em Biologia
Teleológico
Essencialista
Antropocêntrico
As espécies se adaptam ao ambiente para sobreviver.
Muitas espécies desenvolvem mimetismo para evitar predadores.
Sem influência externa, as comunidades permaneceriam estáveis.
Conceitos alternativos em Biologia
Teleológico
Essencialista
Antropocêntrico
As espécies se adaptam ao ambiente para sobreviver.
Muitas espécies desenvolvem mimetismo para evitar predadores.
Sem influência externa, as comunidades permaneceriam estáveis.
Conceitos alternativos em Biologia
Teleológico
Essencialista
Antropocêntrico
As espécies se adaptam ao ambiente para sobreviver.
Muitas espécies desenvolvem mimetismo para evitar predadores.
Sem influência externa, as comunidades permaneceriam estáveis.
As plantas obtêm alimento do solo.
Conceitos alternativos em Biologia
Teleológico
Essencialista
Antropocêntrico
As espécies se adaptam ao ambiente para sobreviver.
Muitas espécies desenvolvem mimetismo para evitar predadores.
Sem influência externa, as comunidades permaneceriam estáveis.
As plantas obtêm alimento do solo.
Conceitos alternativos em Biologia
Teleológico
Essencialista
Antropocêntrico
As espécies se adaptam ao ambiente para sobreviver.
Muitas espécies desenvolvem mimetismo para evitar predadores.
Sem influência externa, as comunidades permaneceriam estáveis.
As plantas obtêm alimento do solo.
No jejum, o fígado degrada glicogênio para manter a glicemia.
Conceitos alternativos em Biologia
Teleológico
Essencialista
Antropocêntrico
As espécies se adaptam ao ambiente para sobreviver.
Muitas espécies desenvolvem mimetismo para evitar predadores.
Sem influência externa, as comunidades permaneceriam estáveis.
As plantas obtêm alimento do solo.
No jejum, o fígado degrada glicogênio para manter a glicemia.
Conceitos alternativos em Biologia
Teleológico
Essencialista
Antropocêntrico
As espécies se adaptam ao ambiente para sobreviver.
Muitas espécies desenvolvem mimetismo para evitar predadores.
Sem influência externa, as comunidades permaneceriam estáveis.
As plantas obtêm alimento do solo.
No jejum, o fígado degrada glicogênio para manter a glicemia.
Adaptações ocorrem para permitir a reprodução e a continuidade de uma espécie.
Conceitos alternativos em Biologia
Teleológico
Essencialista
Antropocêntrico
As espécies se adaptam ao ambiente para sobreviver.
Muitas espécies desenvolvem mimetismo para evitar predadores.
Sem influência externa, as comunidades permaneceriam estáveis.
As plantas obtêm alimento do solo.
No jejum, o fígado degrada glicogênio para manter a glicemia.
Adaptações ocorrem para permitir a reprodução e a continuidade de uma espécie.