A IMPORTANCIA DO NUTRICIONISTA NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA
FRANK, Thaís Cristina da Silva1 CASTANHA, Thaís Aline2 SILVA, Valéria Lara3 MELLO, Vanessa Géssica4 SIMON, Vivian5 CEZAR, Thaís Mariotto6
RESUMO
A população com sobrepeso aumentou significativamente nos últimos anos principalmente entre crianças e adolescentes devido à má alimentação e nutrição. Mas são inúmeros problemas que podem ser causados por este motivo, como por exemplo o aumento de doenças não transmissíveis, tais como a diabetes, hipertensão e hiperlipidemias entre outras. A assistência nutricional adequada pode prevenir e melhorar as complicações decorrentes de processos físico-patológicos e desnutrição, contribuindo também para a melhoria da qualidade de vida do paciente. Evidenciar a importância do profissional nutricionista nas estratégias de saúde pública, ou seja, inserido em unidades básicas de saúde, a partir de estudos já realizados. O direito a saúde é um item contido na constituição e que visa garantir o acesso aos serviços básicos de saúde a todos os cidadãos de forma integral. As equipes que contam com o apoio do nutricionista
evidenciaram ótimas mudanças na forma de organização do trabalho, contribuindo assim para uma melhor atenção ao paciente O nutricionista está plenamente capacitado para atuar na Estratégia Saúde da Família, e a sua ausência confronta-se com o princípio da integralidade das ações de saúde, já que nenhum outro profissional da saúde possui formação para atuar na área de alimentação e nutrição dentro das comunidades e que sua presença só viria a contribuir para a promoção da saúde da população.
PALAVRAS-CHAVE: estratégia saúde da família, nutricionista, nutrição, atenção básica de saúde.
1.INTRODUÇÃO
Estudos demonstram que o perfil da saúde brasileira é fruto das mudanças demográficas e nutricionais da população, promovendo profundas transformações no padrão de morbimortalidade e no estado nutricional em todas as faixas etárias. (SANTOS, 2005)
A população com sobrepeso aumentou significativamente nos últimos anos principalmente entre crianças e adolescentes devido à má alimentação e nutrição. Mas são inúmeros problemas que
1 Acadêmica do Curso de Nutrição da Faculdade Assis Gurgacz. E-mail: tha.cristina87@gmail.com 2 Acadêmica do Curso de Nutrição da Faculdade Assis Gurgacz. E-mail: thaiscastanha_@hotmail.com 3 Acadêmica do Curso de Nutrição da Faculdade Assis Gurgacz. E-mail: valerialara_@hotmail.com 4 Acadêmica do Curso de Nutrição da Faculdade Assis Gurgacz. E-mail: vanessagmello@hotmail.com 5 Acadêmica do Curso de Nutrição da Faculdade Assis Gurgacz. E-mail: vivian.simon@hotmail.com
podem ser causados por este motivo, como por exemplo o aumento de doenças não transmissíveis, tais como a diabetes, hipertensão e hiperlipidemias entre outras. (SBEM, 2003)
A inserção do nutricionista em atendimentos multidisciplinar é uma estratégia de recuperação do estado nutricional do indivíduo. A assistência nutricional adequada pode prevenir e melhorar as complicações decorrentes de processos físico-patológicos e desnutrição, contribuindo também para a melhoria da qualidade de vida do paciente. (DOMINGOS et al, 2010)
A educação nutricional é apontada como estratégia de ação de educação em saúde pública com o intuito de conter os avanços da ocorrência de doenças crônicas e degenerativas, considerando que a má alimentação traz inúmeros problemas de saúde pública no Brasil (CAMOSSA et al., 2005).
O nutricionista é o profissional mais adequado para orientações alimentares e transformação de hábitos alimentares dos pacientes que procuram atendimento em unidades de saúde. A atuação do nutricionista nesta área precisa ser esclarecida, divulgada e incentivada para poder valorizar as diversas áreas de atuação, principalmente sua inserção no Programa Saúde da Família, que é de fundamental importância (OLIVEIRA & RADICCHI, 2005).
Diante do exposto, o objetivo principal do presente estudo é evidenciar a importância do profissional nutricionista nas estratégias de saúde pública, ou seja, inserido em unidades básicas de saúde.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 ATENÇÃO BÁSICA DE SAÚDE
O direito a saúde é um item contido na constituição e que visa garantir o acesso aos serviços básicos de saúde a todos os cidadãos de forma igualitária e sem distinções. Ao Estado, são imputadas obrigações que vão desde o atendimento médico mais básico à procedimentos médicos de alta complexidade e fornecimento gratuito de medicamentos e insumos de tratamento, conforme Art. 196 da constituição: “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução dos riscos de doença e de outros agravos e o acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação". (BRASIL,
As UBS (Unidades Básicas de Saúde) no Brasil foram criadas para serem as portas de entrada dos pacientes ao SUS, e através dela também que o paciente é encaminhado a outros serviços especializados, como para realização de exames ou encaminhamento direto a um profissional especialista. Além das UBS, há também o AMA (Assistência Médica Ambulatorial), ESF (Estratégia de Saúde da Família) e o PSF (Programas de Saúde da Família), além de várias outras iniciativas na área da saúde em âmbito municipal e estadual. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001)
A implantação desses programas tem como objetivo geral melhorar o estado de saúde da população de forma descentralizada, mediante a construção de um modelo assistencial de atenção, baseada no diagnóstico precoce, na recuperação da saúde dos indivíduos e da família, de forma integral e contínua em conformidade com os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde, que são a universalização, a descentralização, a integralidade e a participação da comunidade (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001)
As equipes são formadas por médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, dentista e técnico de saúde bucal, e agentes comunitárias de saúde (ACS), cada equipe é responsável pela população residente em um território definido. A partir da identificação dos problemas de saúde prevalentes e situações de risco, é elaborado um planejamento de atuação. (ASSIS et al., 2002)
Em Cascavel, a expansão do ESF tem se concretizado como a estratégia prioritária para reorganização da atenção básica de acordo com os preceitos do Sistema Único de Saúde, a estratégia do PSF prioriza as ações de prevenção, promoção e recuperação da saúde das pessoas. Devido a necessidade de aprimorar e padronizar os conceitos e condutas, de acordo com a demanda desta população, periodicamente são realizados treinamentos, com o objetivo de capacitar os profissionais. (PREFEITURA MUNICIPAL DE CASCAVEL, 2017)
2.2 O NUTRICIONISTA NA ATENÇÃO BÁSICA
A assistência nutricional adequada pode prevenir e melhorar as condições de saúde, contribuindo também para a melhoria da qualidade do tratamento de reabilitação do paciente. As equipes que contam com o apoio do nutricionista evidenciaram ótimas mudanças na forma de organização do trabalho, contribuindo assim para uma melhor atenção ao paciente (ASSIS et al., 2002).
De acordo um estudo realizado por Domingos et al. (2010), em Minas Gerais, a inserção do nutricionista na equipe do PSF obteve grande receptividade por parte dos usuários, agentes e profissionais de saúde. Observou-se ainda, a unanimidade de todos os entrevistados sobre a importância da inclusão do profissional nutricionista durante os processos de atendimento, demonstrando de grande relevância a necessidade da presença do profissional nutricionista nos Programas de Saúde da Família como mediador de ações que visem à melhor qualidade de vida dos usuários do programa.
Trabalhadores de saúde do município de Colombo, PR, relataram que sentem a necessidade do profissional nutricionista nas equipes de saúde e reivindicam que o campo de atuação deste profissional seja ampliado, para que o nutricionista possa agregar seus conhecimentos à equipe de saúde e que, principalmente, possa repassar para a população. Embora a maioria tenha assegurado desconhecer todas as atribuições do nutricionista, afirmam que acabam por fazer a parte deste profissional, mesmo cientes que não tem formação para tal, pois percebem a necessidade de abordar temas relacionados à alimentação e à nutrição. (SANTOS, 2005)
Em outro estudo, realizado em Campinas, SP, houve a integração do nutricionista nos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) para atendimento ambulatorial e atividades em grupo, visitas domiciliares e educação continuada com ACS e outros profissionais, com objetivo de elucidar formas de desenvolver assistência nutricional, visando aprimorar e promover a atuação do nutricionista como educador em saúde, mostrou que há campo de trabalho para o profissional de nutrição, e, ainda que inicialmente enfrentou uma resistência por parte de alguns funcionários, comprovou a aceitação e o empoderamento que esta atuação pode trazer tanto para nutricionistas, quanto para toda a equipe. (BORELLI et al. 2015)
Segundo Santos, Batista e Devincenzi (2015) a ESF é um local totalmente adequado para desenvolvimento das residências multiprofissionais, inclusive para profissionais de nutrição. Nesse cenário, o nutricionista promove ações de alimentação e nutrição voltadas para o perfil epidemiológico local. Ali ele pode encontrar espaço, compartilhando seus conhecimentos voltados para o cuidado nutricional na atenção básica, contribuindo para a efetividade das ações de nutrição, com base na construção compartilhada de conhecimentos, tendo em vista a dimensão da alimentação na vida do indivíduo e da comunidade, além de ampliar seus conhecimentos no convívio com outros profissionais.
Analisando os achados aqui registrados, nota-se a fundamental importância da inserção do profissional nutricionista na atenção básica de saúde, com vistas à promoção da saúde em todas as fases da vida, abordando aspectos de alimentação saudável, a questão da segurança alimentar, da cidadania e do direito humano fundamental à alimentação. O nutricionista está plenamente capacitado para atuar na Estratégia Saúde da Família, e a sua ausência confronta-se com o princípio da integralidade das ações de saúde, já que nenhum outro profissional da saúde possui formação para atuar na área de alimentação e nutrição dentro das comunidades e que sua presença só viria a contribuir para a promoção da saúde da população.
REFERÊNCIAS
ASSIS, A.M.O., SANTOS, S.M.C., FREITAS, M.C., SANTOS, J.M., SILVA, M.C.M.; O
programa Saúde da família: contribuições para uma reflexão sobre a inserção do nutricionista na
equipe multidisciplinar. Rev. Nutr. 2002; 15(3):255-266.
BRASIL. CONSTITUIÇÃO FEDERAL. Art. 196. 1988. Disponível em>
https://www.senado.gov.br/atividade/const/con1988/con1988_15.12.2016/art_196_.asp. Acesso em 25/08/17.
BORELLI, M., DOMENE, S.M.A., MAIS, L.A., PAVAN, J., TADDEI, J.A.A.C.; A inserção do nutricionista na Atenção Básica: uma proposta para o matriciamento da atenção nutricional.
Ciência & Saúde Coletiva, 20(9):2765-2778, 2015
CAMOSSA A.C.A, et al. Educação Nutricional: Uma área em dessenvolvimento. Alimentos e Nutrição. Araraquara, v. 16, n.º 4, p. 349-354, 2005. Disponível em: <file:///C:/Users /CCE/Downloads/A_importancia_da_insercao_do_nutricionista.pdf> Acessado em: 26/08/17. DOMINGOS L.L.M, et al. A importância da inserção do nutricionista no Programa de Saude
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MINISTÉRIO DA SAÚDE. O Programa Saúde da Família– PSF. MS, Brasília, 2001.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Política Nacional de Alimentação e Nutrição. Brasília (DF): MS; 2011.
OLIVEIRA T.R.P; RADICCHI A.L.A. Insertion of a Nutritionist in a team that attends patients
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PREFEITURA MUNICIPAL DE CASCAVEL. Programa saúde da família. Disponível em > http://www.cascavel.pr.gov.br/secretarias/saude/programas_acoes.php. Acesso em 25/08/17.
SANTOS A.C. A inserção do Nutricionista na estratégia de saúde da família: o olhar de
diferentes trabalhadores da saúde. Curitiba, PR, 2005.
SANTOS, I.G., BATISTA, N.A., DEVINCENZI, M.U.; Residência Multiprofissional em Saúde da Família:concepção de profissionais de saúde sobre a atuação do nutricionista. Comunicação Saúde
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em:<file:///C:/Users/CCE/Downloads/A%20INSER%C3%87%C3%83O%20DO%20NUTRICIONI STA%20NA%20ESTRAT%C3%89GIA%20DA%20SA%C3%9ADE%20DA%20FAM%C3%8DL IA_%20O%20OLHAR%20DE%20DIFERENTES%20TRABALHADORES%20DA%20SA%C3 %9ADE%20_%20Santos%20_%20Fam%C3%ADlia%252c%20Sa%C3%BAde%20e%20Desenvol vimento.pdf> Acessado em: 26 ago. 17
