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A Formação do Estado Português e a Influência Islâmica na Região

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Academic year: 2021

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(1)

A Formação do Estado

Português e a Influência

Islâmica na Região

ARQ/URB - TH 2

(2)

A Península Ibérica é uma região

cuja ocupação é antiga e por esse

motivo sofrerá a influência de vários

povos na formação de sua cultura

arquitetônica.

A

NTECEDENTES

(3)

Apesar das aglomerações muito primitivas, o primeiro

surto de urbanização da Península se dará através da romanização (a invasão romana ocorre por volta do ano

218 a.C.).

A

NTECEDENTES

(4)

Ruínas da vila romana em Pisões.

Ruínas de um Templo Romano em Évora.

Uma das estratégias

romanas de domínio

cultural era a implantação

de edifícios monumentais

e construção de

infra-estruturas como

aquedutos e estradas,

conferindo unidade ao

vasto território ocupado

pelo Império.

A

NTECEDENTES

(5)

Antecedentes Históricos

• Nos primeiros anos pós-queda romana, o norte de

Portugal é invadido pelos suevos (povos da região

da Alemanha) – 411 a 585; sendo que o Sul

permanece cristão e romano até a unificação dos

visigodos no século VI.

• Fundam várias cidades – Braga, Porto, Lugo,

Astorga.

• Usavam a estratégia de se integrar à população,

adaptaram-se à língua latina, ao direito romano e

convertem-se ao cristianismo.

(6)

No Século VI há a

unificação

visigótica

(Povos

germânicos do

Leste Europeu).

Azul – Suevos ; Ocre – Visigodos.

Apesar da posição privilegiada, provocaram poucas

(7)

• No século VIII, o processo de sucessão do reinado visigótico gerou conflitos.

• Um grupo de descontentes com a sucessão do reino pediu ajuda militar a um governador

muçulmano chamado Tárique. • A partir de 711 iniciaram-se

movimentações populacionais e militares lideradas pelo líder

muçulmano.

• Estes vieram do norte da África e cruzaram o Mar

Mediterrâneo, alcançando, por fim, a Península Ibérica.

(8)

Reconquista da Península Ibérica

• Em reação à dominação árabe na Península Ibérica, um grupo da nobreza visigótica, não aceitando submeter-se ao jugo

muçulmano, estabeleceu-se na região das Astúrias.

• Aí tem origem a primeira monarquia cristã da Espanha,

denominada posteriormente de Oviedo e Leão, nome das duas cidades que primeiramente

lhe serviram de capital.

• Entrincheirados em uma região montanhosa e árida, esses visigodos rebelados

conseguiram manter resistência armada.

(9)

A ocupação árabe dura em torno de 5 séculos. Partindo das Astúrias, a única região que resistiu ao domínio árabe, se desenvolveu um movimento de reconquista da Península e expulsão dos árabes.

(10)

Reconquista da Península Ibérica

• O processo de reconquista durou todo o período da Idade Média e se dividiu em três fases.

• 1ª - os muçulmanos se estabeleceram na península e eram submetidos ao

Califado de Damasco. • 2ª - o emirado islâmico

tornou-se independente

.

(11)

Reconquista da Península Ibérica

• 3ª - Os cristãos intensificaram o processo de reconquista,

desestruturaram o emirado e novos reinos cristãos surgiram. • Neste momento surgiu na Península Ibérica o Estado de

Portugal e os reinos de Castela, Leão, Navarra e Aragão, os quais viriam a se tornar o Estado da Espanha.

• Após 800 anos de tentativa de reconquista, o processo só foi se completar no início da chamada Idade Moderna quando os reis católicos, Fernando e Isabel, expulsaram definitivamente os muçulmanos e o Estado da Espanha foi unificado, em 1492.

(12)
(13)

A Formação do

Estado

Português

• Em 910 os territórios asturianos foram divididos entre os filhos do então Governante, Afonso III.

• Garcia ficou com a região de Leão, Fruela governando as Astúrias e Ordonho a Galiza, além de já estar Navarra nas mãos de Sancho Inigo, o conde de Bigorre.

(14)

Dessa época até 1002, as disputas internas entre os próprios cristãos favoreceram as investidas islâmicas, o que provocou uma considerável redução nos

territórios cristãos.

• Parte da Lusitânia foi então reconquistada pelos sarracenos, e importantes núcleos da Galiza, de Leão, de Castela e de Navarra foram totalmente destruídos. • A tentativa muçulmana de arrasar por completo

Navarra, dedicando a esse intento todo o ano de 1002, forçou a união dos reinos cristãos em sua defesa, levando-os novamente ao crescimento, com seguidas vitórias sobre os árabes.

(15)

A Formação do

Estado

Português

• Dois nobres franceses,

Raimundo e Henrique

de Borgonha receberam

como recompensa de

Afonso VI, rei de Leão,

as mãos de suas filhas

em casamento e uma

porção de terra cada

um. Henrique de

Borgonha recebe a mão

da princesa D. Teresa e

o Condado

(16)

É este território que dará origem a Portugal. Porém, foi somente o filho de D. Henrique de Borgonha, Afonso Henriques que, no ano de 1139 tornou o território independente do reino de Leão, após a morte de seu avô e de uma disputa com sua própria mãe. Tornando-se o primeiro Rei de Portugal.

(17)

Durante a dinastia de Borgonha, Portugal deu continuidade as guerras de Reconquista, ampliando seu território. A economia portuguesa, no final desta dinastia (séc. XIV), sofreu impulso com o surgimento de uma nova rota comercial que ligava as cidades italianas a região da Flandres, fazendo escala em Lisboa. Isto, sem dúvida, fortaleceu o grupo mercantil português. > formação do Estado Nacional Português.

(18)

O E

STADO

P

ORTUGUÊS

Esta situação explica porque quando ocorreu a Revolução de Avis (1383-1385), após a morte do último rei da dinastia de Borgonha, D. Fernando, formaram-se em Portugal dois grupos: um liderado pela burguesia portuguesa, que apoiava a ascensão do Mestre de Avis, filho bastardo do pai de D. Fernando de Borgonha,

representante dos interesses desta contra a nobreza; e outro,

liderado pela nobreza que apoiava a anexação de Portugal ao reino de Castela, pois a filha de D. Fernando era casada com o rei de Castela.

(19)

O Estado

Português

• Com a morte do ultimo rei da

dinastia Borgonha e a ascensão do

Mestre de Avis (filho bastardo),

coroado como D. João I, temos o

início da dinastia de Avis que

marcou a vitória dos interesses

burgueses.

• Devido à influencia da burguesia

no novo estado português são

criadas as condições necessárias

para a expansão marítima, e por

conseguinte das terras

(20)

Em resumo:

Reino das Astúrias – Oviedo e Leão

Rei Afonso III Afonso IV – Rei de Leão

2 filhas

Henrique de Borgonha (nobre frances) + D. Tereza (filha) Governam o Condado Portucalense

Afonso Henriques – 1139 – Independencia de Leão Foi coroado 1º Rei de Portugal  D. Afonso I

D. Fernando de Borgonha (1383) - 9 gerações Ultimo rei da dinastia Borgonha

(21)

D. Fernando de Borgonha (1383) - 9 gerações

Ultimo rei da dinastia Borgonha Mestre de Avis (filho bastardo

do pai de Fernando) Candidato burgues

Filha de D. Fernando + Rei de Castela Candidato nobre

Vitória burguesa  Mestre de Avis foi

coroado D. João I

(22)

A Influência Islâmica em Portugal

• Uma das primeiras preocupações do poder cristão em Portugal foi eliminar de imediato qualquer influência ou

elemento que pudesse lembrar a presença muçulmana

em seu território.

• Com o apoio da Igreja, mesquitas foram demolidas ou transformadas para atender a ofícios religiosos cristãos e os edifícios públicos foram de tal forma descaracterizados que em nada lembravam as técnicas, elementos ou as

características próprias da arquitetura muçulmana.

• Dentro da área de influência árabe, tais elementos não puderam ser eliminados do conhecimento popular.

(23)

Antiga mesquita de Mértola, no sul de Portugal, hoje Igreja de Santa Maria da Assunção.

A Influência Islâmica em Portugal

• Os árabes permaneceram nessa região por um período de aproximadamente quinhentos anos, desta forma, as

populações aí existentes assimilaram sua cultura de construir e de organizar os

espaços. Mihrab – Igreja Mesquita de Mertola, 1947 / 2006.

(24)

Rio Douro

A Influência Islâmica em Portugal

• A dominação islâmica não

teve a mesma duração, nem

as mesmas repercussões, em

todas as zonas.

• Foi fraca nas Beiras, a norte do

rio Douro, principalmente na

região onde viria a se

constituir o Condado

Portucalense.

• Foi no sul de Portugal que o

Islã deixou marcas profundas.

(25)

Castelo dos Mouros em Sintra em Portugal - Construído pelos mulçumanos no século IX.

A I

NFLUÊNCIA

I

SLÂMICA

EM

P

ORTUGAL

• Restaram alguns elementos que atestam este período da vida portuguesa, principalmente nas muralhas e castelos, bem

como no traçado de ruelas e becos de algumas cidades do sul do país.

• Não restaram grandes monumentos, fato que se explica pela situação periférica do território

português em relação aos grandes centros culturais islâmicos do sul da península.

(26)

A igreja matriz de Mértola é a única estrutura em que se reconhecem os traços de uma mesquita.

A I

NFLUÊNCIA

I

SLÂMICA EM

P

ORTUGAL

Mesquita de Mértola

Portas islâmicas da mesquita de Mértola

(27)

Igreja Mesquita de Mertola, 1947 / 2006.

(28)

São testemunhos da

ascendência árabe os terraços das casas algarvias (região sul de Portugal), as artes decorativas, os azulejos, os ferros forjados e os objetos de luxo: tapetes, trabalhos de couro e em metal.

A I

NFLUÊNCIA

I

SLÂMICA EM

P

ORTUGAL

Terraços - Açoitéias

Tapete de Arraiolos

(29)

A Influência Islâmica em Portugal

(resumo)

• O povo árabe nascido na Península arábica, devido ao comércio que praticava entre o oriente e ocidente,

conheceu vários povos com culturas diversas, das quais fez uma amálgama, originando a cultura islâmica/árabe. • Esta é influenciada por povos tão distintos como gregos, romanos, bizantinos, indianos, persas, egípcios, judeus, hindus e chineses.

• Da China os Árabes trouxeram para a Europa invenções importantes, como a bússola, um dos contributos para o avanço dos conhecimentos náuticos e geográficos em Portugal. Veio o papel, tendo fundado na Península Ibérica a primeira fábrica europeia; a pólvora, que contribuiu para revolucionar as técnicas militares.

(30)

A Influência Islâmica em Portugal

• Divulgaram conhecimentos matemáticos, filosóficos e

científicos, aos quais foram acrescentando novos conceitos de Álgebra, Medicina, Astronomia e Aritmética.

Espalharam, por exemplo, o sistema de numeração arábico, a que chamamos árabe ou decimal.

(31)

A Influência Islâmica em Portugal

• A ocupação islâmica não provocou alterações na estrutura linguística que se manteve latina, mas contribuiu com mais de 600 vocábulos, sobretudo substantivos referentes a vestuário, mobiliário, agricultura, instrumentos científicos (bússola) e utensílios diversos.

Algarve azeite arroz algarismo limão açude azeitona

alfinete almofada almoxarife javali arsenal alcachofra tapete

alface alfaiate laranja açucar almirante abóbora alicerce

alicate azulejo alfândega acepipe refém aldeia Ferreira

(32)

A Influência Islâmica em Portugal

• Através da introdução de novas plantas — o limoeiro, a

laranjeira azeda, a amendoeira, provavelmente o arroz, e

do desenvolvimento da cultura da oliveira, da

alfarrobeira e da plantação de grandes pomares (são

famosos os figos e uvas do Algarve e as maçãs de Sintra)

reforçaram a vocação agrícola da região mediterrânea

(33)

Nora –

captação de água

A Influência Islâmica em Portugal

• A influência árabe foi particularmente importante na

vida rural, sendo determinante o desenvolvimento de

técnicas de regadio.

(34)

A Influência Islâmica em Portugal

• Os numerosos descendentes dos árabes que, após a Reconquista, permaneceram em Portugal, viviam nas mourarias, arrabaldes semi-rurais junto dos muros das cidades e vilas, das quais se conserva a memória, nos nomes e nas plantas de mais de vinte localidades, como Lisboa e muitas outras ao sul do Tejo

(35)

Arcos de ferradura no Castelo de Silves,

Portugal.

A I

NFLUÊNCIA

I

SLÂMICA

EM

P

ORTUGAL

• Na arquitetura islâmica foram adotadas várias soluções e

técnicas construtivas para a resolução de problemas de ordem estrutural dos edifícios. Os arcos, nomeadamente os arcos de

ferradura, ocupam um lugar importante. As arcadas com colunas com capitéis, por vezes ricamente trabalhados foram uma das soluções estruturais também utilizadas.

(36)

A Influência Islâmica em Portugal

• Foram poucos os arcos em ferradura que em Portugal

resistiram até aos dias de hoje: na Porta da Vila de Faro,

um dos acessos à medina de Elvas, em quatro portas da

Mesquita de Mértola encontramos ainda alguns desses

arcos em muito bom estado de conservação

(37)

A Influência Islâmica em Portugal

• Nos bairros residenciais, as casas davam para adarves – ruas labirínticas e sinuosas – que frequentemente nem tinham saída.

• As casas eram estruturas bastante "introvertidas", já que as aberturas para o exterior eram poucas, de forma a proteger a intimidade familiar.

• Da cidade dependiam diretamente os campos e hortas circundantes, que

diariamente abasteciam os seus mercados, e ainda

algumas povoações rurais – as alcarias.

(38)

Bibliografia:

COELHO, Gustavo Neiva. O Espaço Urbano em Vila

Boa. Goiânia: UCG, 2001.

FERNANDES, José Manoel. A Arquitectura. Lisboa: Imprensa Nacional – Casa da Moeda, 1991.

Referências

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