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RELATÓRIO DE OFICINA DE ALINHAMENTO ESTRATÉGICO

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(1)

Programa de Pós-Graduação em Agronegócios – PROPAGA

RELATÓRIO DE OFICINA DE

ALINHAMENTO ESTRATÉGICO

AQUICULTURA

DA REGIÃO NORDESTE DO BRASIL

(Fortaleza – CE)

(2)

RELATÓRIO DA OFICINA DE ALINHAMENTO ESTRATÉGICO III ENCONTRO DE LIDERANÇAS DO SETOR DA AQUICULTURA NO BRASIL

(Região Nordeste do Brasil)

1.

I

NTRODUÇÃO

A Oficina de Alinhamento Estratégico (OAE) foi realizada por ocasião do III Encontro de Lideranças do Setor da Aquicultura no Brasil, com o objetivo de avaliar a Região Nordeste do Brasil, ocorrido no dia 23 de agosto de 2010, em Fortaleza/CE, nas dependências do Hotel Beira Mar, organizado pela FAEC - Federação da Agricultura do Estado do Ceará. Tal encontro realizou-se a partir de uma solicitação da Comissão Nacional de Aquicultura (da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA) ao Grupo de Estudos sobre a Competitividade e Sustentabilidade do Agronegócio – GECOMP, da Universidade de Brasília, este, representado pelo Prof. Dr. Josemar Xavier de Medeiros, Coordenador do Grupo, e aquele, pela Sra. Miyuki Hyashida, sua Presidente.

O planejamento e a condução da referida OAE foram feitos pelo pesquisador e membro do GECOMP, o Prof. Ms. Marlon Vinícius Brisola.

(3)

2.

O

BJETIVO

G

ERAL

Fez parte da presente proposta o desenvolvimento das seguintes atividades:

• Desenvolvimento e monitoração de painel sobre os principais desafios e iniciativas existentes sobre o setor da Aquicultura na Região Nordeste do Brasil, com a participação de produtores locais e representantes de instituições públicas e privadas envolvidas;

• Condução e moderação de OAE (Oficina de Alinhamento Estratégico) realizada em ambiente de imersão com a participação de representantes do setor da Aquicultura da Região Nordeste do Brasil;

• Elaboração do documento síntese com os resultados da OAE (Oficina de Alinhamento Estratégico).

O Estado do Ceará teve expressiva representatividade no encontro. Em menor expressão, encontraram-se a representatividade dos estados de Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Os demais não apresentaram representantes. Entretanto, sendo o Ceará o Estado da região nordeste com produção de pescado e camarão mais expressiva da Região, os trabalhos foram considerados válidos.

(4)

3.

M

ETODOLOGIA DE

E

XECUÇÃO

O Planejamento das ações da OAE (Oficina de Alinhamento Estratégico) e as atividades de elaboração do documento síntese (este Relatório) foram desenvolvidos em Brasília/DF.

Em sua consecução, as atividades que envolveram a OAE se referem à aplicação de ferramentas de planejamento estratégico adaptadas ao agronegócio da Aquicultura, bem como o emprego das técnicas de moderação de grupos.

(5)

4.

R

OTEIRO DE

E

XECUÇÃO DA

O

FICINA DE

A

LINHAMENTO

E

STRATÉGICO

O roteiro de execução da OAE ocorreu conforme previsto. Segue abaixo o roteiro de atividades.

III ENCONTRO DE LIDERANÇAS DO SETOR DA AQUICULTURA

ESTADOS DA REGIÃO NORDESTE DO BRASIL

OFICINA DE ALINHAMENTO ESTRATÉGICO

(23/Ago/2010)

1. Abertura

09h30 – Abertura dos trabalhos – (Presidente da Federação da Agricultura do

Estado do Ceará, Flávio Saboya e Representantes da Comissão de Aqüicultura da CNA: Vice-presidente Eduardo Ono e Assessora Marina Zimmermmann)

10h20 – Orientações Gerais sobre as atividades (Prof. Marlon Vinícius Brisola) 10h30 – Manifestações dos presentes sobre situações do setor e ações em

des envolv imento.

2. Intervalo para almoço (12h30 – 14h00)

3. Oficina de Alinhamento Estratégico

14h00 – Orientações quanto ao desenvolvimento da oficina – Prof. Marlon 14h20 - 1ª Rodada

14h50 - 2ª Rodada 15h20 - 3ª Rodada

15h50 - Intervalo para lanche

16h10 - Apresentação dos resultados encontrados (relatores) 16h40 - Manifestações livres (líderes presentes)

(6)

5.

A

VALIAÇÃO E

A

PRESENTAÇÃO DAS

M

ANIFESTAÇÕES PRELIMINARES

As manifestações preliminares tiveram como objetivo desenvolver uma sensibilização prévia sobre a situação conjuntural da atividade, na Região, bem como situações e propostas sobre o complexo da Aquicultura regional e nacional. Estavam presentes na OAE 35 pessoas, sendo 32 representantes de organizações e instituições da Região em análise e 03 representantes de instituições nacionais. As principais observações levantadas pelos manifestantes chamaram a atenção para os principais aspectos positivos e negativos relacionados ao setor, em destaque, na Região. O Estado do Ceará foi o mais evidenciado, por apresentar maior número de representantes. Não se fizeram presentes representantes de instituições ou organizações dos Estados da Bahia, Maranhão, Piauí e Sergipe.

Foram feitas demandas para que a presença de representantes de outros estados ocorresse, ou que estes encontros fossem feitos via teleconferência. Alternativa recebida como importante da parte dos representantes da CNA, que prometeram avaliar a viabilidade.

As principais manifestações são relatadas a seguir (as citações literais são mantidas entre aspas e o número de ocorrências entre parênteses):

Projetos e realizações Aquicultura

• A participação da CNA é muito importante para o setor (1);

• As atividades de Carcinicultura e de Piscicultura são bem estruturadas tecnicamente (2);

(7)

• Há uma certa organização do setor privado, embora as associações tenham sido formadas recentemente (1);

• A SEMACE ganhou autonomia diante das ações do Ministério Público, está aumentando seu efetivo de fiscais e treinando pessoal para ampliar o acompanhamento das propriedades (2);

• “O DNOCS poderia assumir a pesquisa na Região” – está ocioso e tem conhecimento sobre a Aquicultura local (1).

Carcinicultura

• O processo de certificação da atividade (Carcinicultura) está em estágio avançado – inclusive para produção de produtos orgânicos (2);

• Está aceito e organizado o APL da Carcinicultura da Costa Negra– litoral Oeste do Ceará (1).

Piscicultura

• Tem havido avanços do MPA sobre a questão da utilização de águas públicas (2);

• As vísceras (10% do peixe) devem ser vistas como uma oportunidade. Podem ser processadas para produção de óleo, ração animal, algas e gás (1);

A decisão do governo em relação ao impedimento da entrada do Pangassius sp (peixe do oriente) foi acertada (2);

• “O Panga no Ceará não assusta, porque é bagre. O cearense não come bagre”.

Problemas e Demandas do Setor Aquicultura

• O maior destaque entre as demandas apresentadas (por praticamente todos os presentes) diz respeito à dificuldade em conseguir a realização do processo de legalização ambiental para a atividade, junto aos órgãos competentes (em níveis Estadual e Federal); (16)

• Há falta de sintonia entre os órgãos com relação ao licenciamento ambiental. Deveriam ser realizados fóruns específicos para a resolução do problema, por iniciativa da CNA - “as decisões deveriam ser tomadas em conjunto” (5);

(8)

• “A SEMACE está em um período de transição” (2);

• Poucos produtores (34, num universo de 185) fizeram pedido de licenciamento após a retomada das atividades da SEMACE (2);

• As entidades de classe dependem de recursos públicos para levarem adiante seus objetivos. Os produtores precisam se organizar para fortalecer as suas representações (2);

• Há necessidade de que seja feito um trabalho educativo, em relação às questões ambientais. Há um desconhecimento por parte dos produtores e dos próprios órgãos fiscalizadores (2);

• Há necessidade de fortalecer o sindicato. “Não há sindicato pobre” (2);

• É baixa a capacidade de mobilização e integração do setor - entre os produtores. As reuniões de produtores associados sempre têm poucas pessoas (7);

• A lentidão e a burocracia para a resolução dos problemas técnicos e ambientais, que dependem do governo, são demasiadas – dificultando a aquisição de crédito para investimento e manutenção das unidades produtivas - “Se o MPA não assumir para ele o poder de regulamentar a atividade, o problema vai persistir” (12);

• Há necessidade de reduzir a tributação ao setor (2);

• Os bancos não têm conhecimento sobre o setor e consideram as atividades da Aquicultura como de alto risco – razão da limitação ao crédito (4);

• A liberação de linhas de crédito deve ser analisada de forma diferente das demais atividades do agronegócio, já que “não há um período de safra” (5);

• O empreendedorismo (principalmente para os pequenos e médios produtores) deve ser trabalhado. “Ele deve saber manejar o negócio e não apenas saber produzir” (2);

• O custo de produção é alto – principalmente por causa do custo-benefício produzido com a baixa qualidade das rações. Não há fiscalização adequada a esses produtos (2);

• Faltam profissionais capacitados (em pesquisa, em assistência técnica e em extensão) (3);

• Há necessidade de que as pesquisas cheguem ao setor produtivo (7);

• As pesquisas não são decididas exclusivamente pelas universidades. As comissões do CNPq influenciam nas decisões sobre os temas (2);

(9)

• Os professores da UFC não têm experiência no setor. As pesquisas são desenvolvidas em laboratório (5);

• Comercialização de produtos de procedência desconhecida – necessitando de maior fiscalização nas barreiras (1);

• A concorrência internacional é desleal (dumping, trabalho infantil, subsídios) (1);

• Há um centro de Aquicultura em Penedo/AL que não está sendo utilizado. Isto deve ser avaliado (1).

Carcinicultura

• Não há nenhum trabalho preventivo sendo feito para resguardar eventuais problemas de mercado internacional de camarão (como o ocorrido em 2008) (2);

• Faltam pesquisas para avaliar alternativas econômicas ao setor, “em caso de aparecimento de outra doença” (2);

• “Há um sentimento de que a Carcinicultura é uma atividade que não interessa ao país” (1).

Piscicultura

• Há necessidade de controle dos próprios produtores sobre o uso da água – a fiscalização é precária. Lixo doméstico e liberação para implantação de indústrias e postos de gasolina próximos às águas utilizadas para a produção representa risco à atividade (4);

• A Tilápia é legalmente considerada exótica, mas “ninguém quer tirar a Tilápia”, já que foi introduzida pelo DNOCS e está sendo bem conduzida nas fazendas (1);

• A liberação de outorgas pelo MPA para utilização de águas da união demora até dois anos para ser concedida (2);

• A definição da área de outorga no Ceará não tem critérios técnicos (3);

• Há um desconhecimento sobre os critérios para avaliação da qualidade da água ocupada pela Piscicultura (4);

• A produção de Tilápia é estimulada sem um plano-controle. Há risco de produção em excesso. Falta um plano nacional sobre a oferta e a demanda de produtos da Piscicultura (2);

(10)

• Para os pequenos produtores, a comercialização é um problema (1);

• Há necessidade de avaliação do destino dos dejetos (resíduos) da Piscicultura (2);

• A cultura do consumo de pescado no Brasil é insignificante. Deve ser trabalhada (2).

Maricultura

• A produção de lagosta necessita ser melhor acompanhada (1);

(11)

6.

A

VALIAÇÃO E

A

PRESENTAÇÃO DOS

R

ESULTADOS DA

OAE

As rodadas de questões propostas para OAE foram executadas com a participação efetiva de 24 representantes líderes do setor da Aquicultura (especialmente a Piscicultura e a Carcinicultura) da região Nordeste do Brasil. Nas rodadas de questões, os participantes buscaram responder as seguintes perguntas, em grupos diferentemente e aleatoriamente formados:

1a. Rodada: Limitações e barreiras enfrentadas pelo setor

Quais os principais motivos que limitam a produção de qualidade na

Região em análise?

Quais os principais motivos que limitam a implantação de novas

tecnologias de produção na Região em análise?

2a. Rodada: Estímulo da produção e comercialização no setor

O que tem sido feito para estimular a produção de qualidade na

Região em análise?

O que tem sido feito para garantir a comercialização da produção na

Região em análise?

3a. Rodada: Estratégias passiveis à produção e comercialização

Quais as alternativas estratégicas poderiam ser adotadas para

garantir maiores e melhores fontes de recursos para investimentos no setor, na Região em análise?

(12)

Que alternativas estratégicas poderiam estimular o crescimento das vendas dos produtos produzidos na Região em análise?

As questões foram respondidas, considerando particularidades dos setores da Carcinicultura e da Piscicultura, embora manifestações sobre a produção de outras culturas afins foram também consideradas.

Com as questões respondidas, os grupos fizeram suas manifestações a partir da leitura de suas respostas por um de seus representantes, em plenária, para os demais participantes.

As respostas descritas foram categorizadas e analisadas em seu conteúdo. A categorização é apresentada nos quadros abaixo, identificando as incidências destas manifestações.

Questão 1.

Limitações ao estímulo da produção de qualidade

Incidência Principais Manifestações

Carc Pisc Mar

Dificuldades de regularização junto aos órgãos ambientais (licenciamento)

**** *** *

Falta de pesquisa aplicada aos interesses dos produtores ** ** *

Falta de mão de obra qualificada (trabalhadores e assistência técnica) – falta de aplicação de boas práticas

*** *

Dificuldades na obtenção de crédito * ** *

Má qualidade da água disponível para exercer as atividades (agrotóxico, metais pesados, lixo doméstico)

* **

Desconhecimento (dos órgãos competentes) e conflito de informações sobre as características produtivas do setor

* * *

(13)

Falta de certificação de origem *

Falta de infra-estrutura para a comercialização *

Dificuldades de aquisição de outorga *

Carc: Carcinicultura Pisc: Piscicultura Mar: Maricultura

Questão 2.

Barreiras à implantação de tecnologias

Incidência Principais Manifestações

Carc Pisc Mar

Ausência de pesquisas aplicadas de interesse do setor produtivo *** *** ***

Dificuldade de obtenção de crédito para investimento ** *** **

Dificuldade de obtenção do licenciamento ambiental ** * *

Falta de conexão articulação entre o setor acadêmico e o setor produtivo

* ** *

Impedimentos para importação de genética e uso de espécies exóticas

* **

Falta de políticas públicas adequadas à difusão de tecnologia * * *

Acessibilidade do Produtor á novas tecnologias * * *

Falta de regulamentação para utilização de hormônios *

Carc: Carcinicultura Pisc: Piscicultura Mar: Maricultura

(14)

Questão 3.

Fatores existentes que estimulam a produção

Incidência Principais Manifestações

Carc Pisc Mar

Investimentos públicos em pesquisa ** *

Investimentos privados na formação de mão de obra e melhoria da qualidade da produção

* **

Programas públicos de introdução de novas espécies * **

Iniciativas privadas de estruturação de Associação de Produtores * *

Criação da Câmara Setorial do Camarão (CE) *

Articulação do setor produtivo para atender às demandas do setor *

Criação de novas linhas de crédito para o setor *

Investimentos públicos em formação/capacitação de mão de obra **

Políticas de desenvolvimento da Piscicultura comunitária *

Fortalecimento da estrutura de assistência técnica *

Programas de estudos de qualidade da água *

Consolidação dos parques aquícolas *

Investimentos públicos em melhoramento genético *

Implantação de projetos pilotos ****

Carc: Carcinicultura Pisc: Piscicultura Mar: Maricultura

(15)

Questão 4.

Fatores existentes que favorecem a comercialização

Incidência Principais Manifestações

Carc Pisc Mar

Desoneração do ICMS dentro do Estado (CE) * *

Indicação Geográfica da Costa Negra – iniciativa privada * Organização e fortalecimento de associações de produtores *

Programa de aquisição de alimentos (CONAB) **

Ações conjuntas dos setores público e privado na comercialização de peixes vivos

*

Programa de fábricas de gelo (MPA) *

Projetos industriais em implantação ****

Carc: Carcinicultura Pisc: Piscicultura Mar: Maricultura

Questão 5.

Estratégias necessárias ao favorecimento da produção

Incidência Principais Manifestações

Carc Pisc Mar

Monitoramento e garantia de qualidade da água utilizada nos processos produtivos (saneamento)

*** ***

Implantação de programas de seguro aquicola ** ***

Tornar mais claros e ágeis os processos de licenciamento ambiental ** * Estimular a produção de pesquisas aplicáveis aos interesses da

produção

* **

Implantação de Programa de Sanidade Aquícola * *

Favorecer o acesso ao crédito * *

(16)

Criar políticas de desenvolvimento à infra-estrutura (estradas, energia)

* *

Implantar programas de certificação e rastreabilidade * *

Implantar programas de qualificação da mão de obra * *

Promoção de meios para fortalecimento das entidades de classe * Direcionar recursos para centros de referencia (DNOCS, LABOMAR-UFC)

*

Desenvolver Plano de produção e consumo de pescados (Brasil) *

Maior divulgação da atividade (algas marinhas) **

Desenvolver projetos de envolvimento de comunidades costeiras *

Carc: Carcinicultura Pisc: Piscicultura Mar: Maricultura

Questão 6.

Estratégias necessárias ao favorecimento da comercialização

Incidência Principais Manifestações

Carc Pisc Mar

Estimular o consumo – criação de mix de produtos **** ****

Criação de feiras internacionais do pescado ** **

Fiscalizar e estimular a melhor apresentação dos mercados públicos ** * Necessidade me melhor fiscalização no transporte, armazenagem e

comercialização, inibindo a colocação no mercado de animais de procedência duvidosa

* * *

Renuncia à tributos – favorecendo à competitividade * *

Estabelecer convênios com escolas de gastronomia * *

Implantar programas de degustação em supermercados * *

Incluir fazendas aquicolas em roteiros turísticos * *

(17)

Fortalecer o associativismo *

Implantação de fábricas de gelo *

Ampliar os programas de aquisição de alimentos (CONAB) *

Estímulo à (e/ou) implantação de unidades de beneficiamento *

Organizar e melhor divulgar o setor *

Carc: Carcinicultura Pisc: Piscicultura Mar: Maricultura

(18)

7.

C

ONCLUSÕES

Conclui-se que, com a Oficina de Alinhamento Estratégico (OAE), foi possível identificar que algumas demandas são evidentes para o setor da Aquicultura na Região Nordeste do Brasil. Estas evidências concentram necessidades do setor e alinham propostas estratégicas que favoreçam o desenvolvimento de políticas de atendimento ao setor.

As respostas e as incidências encontradas permitem algumas conclusões: 1. A Maricultura, em suas múltiplas atividades, ainda é incipiente na Região.

Carece de maiores informações técnicas e comerciais, bem como recursos específicos. Há um interesse superficial mas importante em sua expansão na Região. Os recentes projetos em implantação são apreciados.

2. A produção de camarão e a Piscicultura de água doce são expressivas, bem organizadas e com promessa de crescimento. Entretanto, o setor demonstra-se apreensivo quanto a possíveis e reais barreiras à suas expansões.

3. Com relação aos dois Sistemas de Produção (Carcinicultura e Piscicultura), observou-se os seguintes fatores que mais preocupam os setores (em comum):

a. A dificuldade em se conseguir o licenciamento ambiental esbarra na morosidade e falta de conhecimento (dos técnicos e autoridades envolvidas) por parte dos órgãos públicos competentes. Esta morosidade deixa as atividades produtivas na ilegalidade e sujeitas às sanções por parte dos mesmos órgãos. Há necessidade urgente de se minimizar o problema;

(19)

b. A liberação de outorgas (para utilização de águas públicas) enfrenta as mesmas dificuldades;

c. Tais problemas repercutem em uma das maiores demandas do setor: a dificuldade de obtenção de crédito junto às instituições financeiras (públicas e privadas), bem como a ausência de um seguro rural ajustado ao setor. O desconhecimento supracitado limita essas ações e prejudica o setor;

d. Outra questão importante diz respeito à organização e mobilização do setor. Embora seja reconhecido pelos participantes do Encontro de Líderes que trata-se de um problema de difícil solução, muitos entendem que há uma necessidade de que as Associações e os Sindicatos se fortaleçam e tenham legitimidade (bem como recursos) junto às autoridades públicas e os setores privados que fazem articulações com o setor;

e. A falta de mão de obra capacitada (nos setores de pesquisa, extensão e assistência técnica – nessa ordem) foi também reclamada. Em especial, a dificuldade de se encontrar pesquisas de interesse ao setor produtivo é premente. Da mesma forma, falta um canal de comunicação entre os órgãos de pesquisa e o setor produtivo;

f. A necessidade de maior acompanhamento governamental da qualidade da água dos mananciais públicos onde se pratica a Aquicultura foi muito reclamada. Entende-se que a extrema vigilância em termos de riscos provocados pela Aquicultura anda em direção contrária, já que esta fica ameaçada pela qualidade das águas públicas onde estão implantadas as fazendas;

(20)

g. Outras questões de menor evidência foram também levantadas: alta tributação; falta de espírito e conhecimento empreendedores, por parte dos produtores; necessidade de normatização e fiscalização da qualidade das rações; necessidade de maior vigilância nos processos de transporte e comercialização de produções sem procedência conhecida; necessidade de programas de melhoramento genético e entrada de novas espécies na Região;

h. Verificou-se ainda que, embora apresentem riscos diferentes, tanto a Carcinicultura, como a Piscicultura demandam de planos nacionais para proteção das atividades dos mercados internacional e local, respectivamente;

4. Observou-se ainda que não há uma comunhão de opiniões com relação às estratégias necessárias de produção e de comercialização dos produtos da Aquicultura na Região Nordeste. Elas apareceram de forma bastante dispersas, ao serem questionadas aos representantes participantes da oficina. Contudo, alguns pontos são comuns e refletem as suas preocupações acima manifestadas. Destaca-se, contudo, a:

a. Necessidade de uma maior vigilância aos parâmetros relacionados à qualidade das águas públicas utilizadas nas atividades produtivas; b. Necessidade de implantação de seguro aquicola;

c. Implantação de programas de divulgação dos produtos oriundos da Aquicultura, bem como o desenvolvimento de um mix de produtos que criem uma competição com a carne de frango (no caso, o principal produto concorrente do peixe).

(21)

5. Entende-se que a OAE realizada no III Encontro de Lideres da Aquicultura do Brasil, desenvolvida em Fortaleza/CE, com a participação de representantes da Região Nordeste atingiu os seus objetivos.

Brasília, 25 de Agosto de 2010

Marlon Vinícius Brisola Pesq. GECOMP-UnB

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