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COMUNIDADE QUILOMBOLA INVERNADA PAIOL DE TELHA EM FOCO: AS CRIANÇAS E ADOLESCENTES QUILOMBOLAS

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Academic year: 2021

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ISSN 2176-1396

COMUNIDADE QUILOMBOLA INVERNADA PAIOL DE TELHA EM

FOCO: AS CRIANÇAS E ADOLESCENTES QUILOMBOLAS

Leônidas Santos Melo1 - UNICENTRO Débora Ribeiro2 - UNICENTRO Grupo de Trabalho – Diversidade e Inclusão Agência Financiadora: CNPQ, Edital de Gênero n. 32/2012 Resumo

A Comunidade Quilombola Invernada Paiol de Telha, localizada no município de Guarapuava, Paraná, possui em sua história marcas deixadas pelo conflito entre seus habitantes e os imigrantes alemães do distrito de Entre Rios, Guarapuava, Paraná. A comunidade quilombola teve sua territorialidade, identidade e cultura negadas e silenciadas ao longo dos anos, apesar de recentemente, após muita luta e relutância do poder público, ter conquistado a titulação de suas terras. Tal situação de conflito torna-se ainda mais preocupante quando analisamos a relação entre os alunos oriundos da comunidade quilombola e os demais alunos que frequentam as mesmas escolas em Entre Rios. Assim, através de pesquisa empírica, utilizando entrevistas, jogos, dinâmicas e dilemas com os alunos de duas escolas do distrito, as quais possuem alunos quilombolas inseridos, percebemos a nítida separação entre os alunos quilombolas e os demais alunos em uma dessas escolas. Nosso objetivo através da pesquisa consistia em observar e analisar a expressão cultural dos alunos em seu cotidiano escolar, tendo sempre como foco as crianças e adolescentes vindos da comunidade quilombola. Os resultados nos apontam que a temática das relações étnico-raciais e da educação escolar quilombola são incipientes no ambiente escolar pesquisado, pois os alunos quilombolas não se sentiam à vontade para manifestarem sua opinião e cultura, apesar do incentivo dos pesquisadores. Portanto, a escola é entendida aqui como espaço privilegiado de contato entre as diferentes culturas e saberes dos variados povos, dessa forma, ao optar por determinado conhecimento em detrimento de outros, está assumindo sua postura política, de aceitação da diversidade ou então, de negação. Nesse sentido, afirmamos a importância do trabalho com a Lei n. 10.639/03 e com a educação escolar quilombola, inclusive da necessidade da promoção de formação inicial e continuada que ofereça suporte aos professores e demais membros da equipe escolar.

Palavras-chave: Quilombo. Conflito Inter étnico. Cultura.

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Acadêmico do curso de Pedagogia da Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná – UNICENTRO; Aluno de Iniciação Científica Voluntária PIBIC. Email: leonidas17@live.com

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Acadêmica do curso de Pedagogia da Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná –UNICENTRO; Aluna de Iniciação Científica Voluntária. PIBIC. Email: deboraribeiromsncom@msn.com

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Introdução

A comunidade quilombola Invernada Paiol de Telha localizada na região do município de Guarapuava, Paraná, mais precisamente no distrito de Entre Rios, foi e é alvo de disputas entre diversos setores políticos, econômicos e culturais, a saber: ex-escravos, descendentes de escravos, alemães, grileiros, poder público e empresas. Os conflitos pela terra são engrossados pelas diferenças étnicas entre alemães e os descendentes de escravos, sendo que esses últimos são prejudicados por não pertencerem à camada dominante, tendo suas vozes silenciadas e sua cultura oprimida.

Dessa forma, também no ambiente escolar é possível verificar as relações conflituosas entre os sujeitos das diferentes culturas. No ambiente em que as crianças e adolescentes quilombolas estudam convivem pessoas de várias origens e culturas, já que eles precisam se descolar até a Colônia Vitória3, no distrito de entre Rios, distante cerca de sete quilômetros de suas casas. Assim, a cultura e a origem quilombola são aquelas que menos se pronunciam, pois percebemos, através da pesquisa de campo realizada no ano de 2012 em parceria com o GIEDH4, que as crianças e adolescentes quilombolas têm suas vozes silenciadas nas salas de aula. Presenciamos uma forte separação entre aqueles que vinham do quilombo e aqueles que moravam nas colônias, pois os alunos quilombolas raramente falavam ou participavam dos diálogos.

Conforme Cuche (1999) é correto afirmar que existe uma espécie de hierarquia cultural, já que as classes sociais são hierarquizadas e possuem culturas distintas. Devido a isso, o grupo dominante terá sua cultura como dominante, não que essa cultura seja superior, mas sim porque esse grupo detém o poder político, econômico e social. Portanto, podemos afirmar que em Entre Rios ocorre que a cultura alemã e a cultura brasileira se sobrepõem à cultura quilombola, não apenas pelo observado em sala de aula, mas pela organização hierarquizada e estratificada do meio.

Portanto, o conflito Inter étnico em Entre Rios perpassa a questão da luta pela terra e vai adiante com a imposição de um padrão cultural e com o silenciamento da identidade quilombola, os quais apesar das condições de opressão a que foram submetidos, lutam pela reivindicação de seus direitos e de sua cultura. Diante do exposto, é nosso objetivo

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O Distrito de Entre Rios é formado por cinco colônias, fundadas pelos colonos alemães: Samambaia, Cachoeira, Vitória, Jordãozinho e Socorro. Atualmente, Entre Rios possui cerca de 22.000 ha. e 2.500 habitantes.

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Grupo de Estudo e Pesquisa Interdisciplinar em Desenvolvimento Humano e Educação, sob a liderança da professora Dr.ª Carla Luciane Blum Vestena.

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contextualizar a luta do Quilombo Paiol de Telha desenvolvendo a ideia do conflito Inter étnico em Entre Rios, além de expor os resultados de nossas pesquisas empíricas e enfim considerar as relações que esse processo acarreta para a vida do aluno, para a escola, para a sociedade do município de Guarapuava, além de todas as demais comunidades quilombolas espalhadas pelo país.

Conflitos Inter étnicos: o poder conferido a quem?

A partir de 1951 a formação da Colônia Entre Rios, situada no município de Guarapuava, ocorreu através da imigração dos “suábios do Danúbio” oriundos da antiga Iugoslávia, Hungria e Romênia. Após o desfecho da segunda guerra mundial cerca de 500 famílias foram refugiadas para o Paraná, sob a tutela de instituições de ajuda humanitária5 e do governo paranaense. O então governador do Estado do Paraná, Bento Munhoz da Rocha Neto, interessou-se pela implantação de núcleos populacionais de imigrantes, como já havia fomentado em Castrolândia, Castro e Palmeira. Após várias negociações as famílias de imigrantes optaram por se instalarem na região de Entre Rios, motivados pelos aspectos da área, do clima e da qualidade do solo (STEIN, 2011).

No entanto, a região também era ocupada por indígenas, ex-escravos e demais habitantes locais. Essa relação conflituosa se pautou através de relações de poder, pois os indígenas eram vistos com maus olhos por não possuírem “um comportamento de aceitação, de doação visando ao bem dos interesses coletivos estatais” (ibidem, p. 108). E quanto ao tratamento direcionado aos ex-escravos, tomamos como exemplo e principal motivo para a reflexão sobre a relação de conflito em Entre Rios, o caso da Fazendo Capão Grande ou Invernada Paiol de Telha. Quanto a isso, a crença na superioridade da raça europeia e o desejo de branquear a população brasileira, vincularam à imagem do imigrante alemão a missão de desenvolver econômica e socialmente o Estado, relegando os recém-libertos e demais habitantes a meros expectadores desse processo.

Nesse contexto de supervalorização do imigrante os habitantes locais, entre estes, índios, ex-escravos e brasileiros foram considerados inadequados para o trabalho assalariado. Devido a tal exclusão, pode-se observar que já no final do século XIX proliferavam as favelas nas grandes cidades (idem). Da mesma forma, em Entre Rios os negros não foram tratados de forma diferente. A suposição, de pertencer o povo alemão a uma cultura superior a dos demais

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povos, seria uma justificativa para o processo de expropriação e marginalização da comunidade Invernada Paiol de Telha.

Assim, existiria uma espécie de direito natural, baseado na superioridade da raça, que fora unicamente responsável pelo cultivo e desenvolvimento da região de Entre Rios e que, portanto, teria o direito de possuir terras para além do direito de brasileiros, ainda mais em se tratando de ex-escravos. Entretanto, o que esse discurso esqueceu-se de mencionar, é a ajuda do governo brasileiro e paranaense e de ações humanitárias para a vinda dos imigrantes, sem falar da enorme contribuição da população brasileira, que até hoje fornece mão de obra à Cooperativa Agrária Ltda. De tal forma, quem habita (ou já habitou) a Colônia Entre Rios e possui uma percepção crítica da realidade, percebe que existe uma nítida divisão entre alemães, brasileiros e quilombolas, tanto econômica, política, social e culturalmente.

O imigrante visto como salvação da pátria, responsabilizado pelo desenvolvimento e modernização do país, em contraposição ao recém-liberto considerado como atraso, contribuiu para que uma espécie de apartheid ocorresse em Entre Rios, assim, a população que já não tinha acesso mínimo à educação e outros serviços, continuou à margem da sociedade, vivendo das migalhas, colhendo poeira. Da mesma forma, os principais aspectos culturais da comunidade foram sendo esquecidos pela desvalorização de que eram alvos, principalmente nas escolas que não abarcavam as peculiaridades dos alunos do assentamento e pelo fato de que após serem expulsos de suas terras foram obrigados a se espalhar pelas cidades vizinhas.

Um exemplo é a extinção do grupo de dança Kundun-Balê, o qual surgiu a partir dos membros do assentamento no intuito de promover a cultura e a herança africana. Apesar de o grupo ter se apresentado em vários eventos e ter adquirido importância para todo o estado paranaense, em Entre Rios o grupo não obteve o mesmo reconhecimento, ainda mais por se associar à religião do candomblé. Com toda essa luta pela territorialidade e com a migração de vários membros da comunidade para as cidades vizinhas, pelos motivos já citados e também no caso dos jovens pela busca de melhores oportunidades, a vida da comunidade adquire novos contornos.

A plantação não é mais realizada com puxirão nem as festas de santo ocorrem como antes, pois na comunidade que antes era formada por candomblecistas agora existe uma igreja católica, ou seja, há uma grande quantidade de católicos, fator que modifica o cenário cultural e identitário dessas pessoas. Entretanto, em uma conversa informal realizada no final do ano de 2014 com uma integrante do Paiol, a mesma afirmou que “aqui quem chega e pede um

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pedaço de terra para ocupar, se está sofrendo algum tipo de perseguição ou de privação, pode ir ficando por ali mesmo que ninguém vai incomodar”. Isso demonstra a relação diferenciada que as comunidades tradicionais possuem com a territorialidade, a qual adquire uma conotação coletiva de posse, prática que se remonta à época da formação dos quilombos no Brasil.

Nesses territórios negros, redutos da resistência à escravidão, que os elementos da herança africana se manifestam. A capoeira, o batuque, as danças de roda e o culto aos orixás, práticas que são mal vistas pela sociedade, ali encontram abrigo para acontecerem livremente. Mas o preconceito continua, esses espaços continuam a ser estigmatizados e sendo vistos como lugar de bagunça e de marginais.

No entanto, se atualmente as comunidades tradicionais perderam sua relação com o território de origem, construíram novos territórios e incorporaram elementos que nem sempre são físicos e materiais, mas muitas vezes imateriais (idem). Dessa forma, a comunidade quilombola Paiol de Telha apesar de não possuir mais as mesmas características de outrora, possui novas formas de se relacionar com o meio ambiente e a comunidade, uma delas é a promoção de festas abertas a toda população, demonstrando que são unidos em prol do bem comum, não apenas para reivindicar sua terra, mas também para afirmar sua cultura e seu pertencimento. Portanto, apesar de existir em Entre Rios uma forte segregação étnico-racial entre alemães, brasileiros e quilombolas, e do poder ter sido legitimado aos alemães pelo Estado brasileiro, a comunidade não deixa de reivindicar seu reconhecimento.

A história do Quilombo: conflito pela terra, conflito pela identidade

A história de desapropriação das terras da Invernada Paiol de Telha começou quando a senhora proprietária dessas terras, Dona Balbina Francisca de Siqueira, deixou através de testamento uma área aproximada em 3.000 alqueires para onze escravos que, além de receberem a doação das terras através desse testamento, recebiam também sua alforria ainda no ano de 1860, ou seja, quase trinta anos antes da própria abolição. Aconteceu que o sobrinho de Dona Balbina, o senhor Pedro Siqueira Lustoza, não aceitou o testamento deixado pela tia e iniciou um processo de ocupação das terras no ano de 1868.

Através de vendas e compras ilegais, de documentos forjados e ameaças, em 1975 as terras da Invernada passaram a pertencer exclusivamente à Cooperativa Agrária Ltda., a qual foi formada a partir da imigração alemã para o distrito de Entre Rios. As últimas famílias que

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insistiram em permanecer no local da Invernada tiveram suas casas e plantações queimadas, seus animais envenenados e houve até quem foi baleado (GOMES, 2012).

Foi então no ano de 1981 que a Cooperativa entrou na justiça com um pedido de usucapião das terras, as quais, segundo seus representantes, teriam sido vendidas em comum acordo por todos os moradores da Invernada:

Desde 1866, os referidos ex-escravos, primeiro por si e depois através de seus descendentes, vieram mantendo pacífica, ininterrupta e incontestavelmente a POSSE do imóvel, até o ano de 1973, quando começaram a vender seus direitos de posse ao sr. OSCAR PACHECO DOS SANTOS, através de inúmeras escrituras de “cessão de direitos de posse hereditários” (BUTI, 2009, p. 68)

O senhor Oscar Pacheco dos Santos, o qual teria comprado e vendido as terras da comunidade, era então sobrinho do juiz de direito José Amoriti Ribeiro, e este, por sua vez, era o neto do senhor João Trinco Ribeiro, o qual juntamente com Alvy Vitorassi teria auxiliado na expropriação das terras através da posse dos direitos hereditários de alguns descendentes de escravos. No entanto, essas vendas de direito de posse ocorreram de formas ilícitas e enganando os proprietários, pois esses eram analfabetos e acreditavam nas palavras dos senhores referidos, que segundo um dos herdeiros, prometiam melhorias para a Invernada, mas na verdade os papeis se referiam à venda das terras (idem).

Foi devido a essas irregularidades que alguns descendentes dos escravos e a procuradoria do Estado do Paraná contestaram a ação proposta pela Agrária. Mas apesar das terras não terem sido ocupadas de forma pacífica, exclusiva e contínua pela Cooperativa, mas sim pelos herdeiros e descendentes, a ação foi julgada a favor. A identidade e a cultura dos descendentes de escravos foram negadas, pois enquanto partícipes da vida comunitária na Invernada sua realidade era outra, ali eles plantavam, colhiam, havia festa e puxirão, ali eles podiam cultuar seus orixás do candomblé e viver em comunhão com o coletivo, mantendo ligadas suas raízes. No momento em que foram expulsos de suas terras tiveram que procurar abrigo nas periferias das cidades vizinhas, mas mesmo assim procuraram manter-se unidos.

Após recorrer na justiça e não obter nenhuma resposta favorável, um grupo de cerca de 150 pessoas decidiu acampar nas cercanias da Invernada, entre 1996 e 1997. Foram retaliados e tiveram que se retirar, entretanto, entre idas e vindas, o acampamento perdura até os dias atuais com suas barracas de lona e muita história de gente sofrida, de quem não pode plantar, de quem não tem as mínimas condições de sobrevivência. A situação de perigo que enfrentavam os acampados devido às ameaças dos jagunços e capangas da Cooperativa chamou a atenção de várias instituições e de movimentos sociais, fazendo com que o Estado

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concedesse em 1975 cerca de 1.050 hectares de terra, por meio de uma negociação entre o INCRA e o Banco do Brasil.

Com isso, cerca de 65 famílias receberam um pedaço dessas terras para plantio e mais o terreno para construção da casa. O Banco do Brasil emprestou dinheiro para que os moradores realizassem as primeiras construções e infraestrutura básicas, como instalação de água e luz, construção da mangueira e de suas casas, além da compra de gado e sementes. As famílias deveriam pagar o valor do empréstimo conforme se esperava que tivessem essa condição, depois de se instalarem. Infelizmente, a maioria não conseguiu pagar sua dívida, o que fez com que muitos saíssem dali e fossem morar em outros lugares, como a cidade de Guarapuava, através da venda de suas terras por preços baixos. Portanto, atualmente muitas famílias que não possuem ligação direta com os descendentes de escravos moram no assentamento.

Em 2004, os integrantes da Associação Reintegração Paiol de Telha, acordados com o Decreto n. 4887/03, faziam o requerimento da certidão para autorreconhecimento como “remanescentes de quilombo”. A entrega da certidão, emitida pela Fundação Palmares ocorreu em 2005. A comunidade passava a ser a primeira reconhecida como remanescente de quilombo no Estado do Paraná, fato que lhe rendeu grande notoriedade nos jornais locais. Conforme o artigo 2º do Decreto 4887/03:

consideram-se remanescentes das comunidades dos quilombos, para os fins deste Decreto, os grupos étnico-raciais, segundo critérios de autoatribuição, com trajetória histórica própria, dotados de relações territoriais específicas, com presunção de ancestralidade negra relacionada com a resistência à opressão histórica sofrida (BRASIL, 2003).

A partir desse momento a luta pela terra adquiriu novo contorno, pois se iniciou o processo administrativo do INCRA para demarcação, titulação e reconhecimento das terras que faz parte do Relatório Antropológico, o qual foi concluído em 2008. Fez parte desse relatório o cadastro do total de 393 famílias pertencentes à comunidade, as quais muitas vezes não eram diretamente ligadas aos descendentes de escravos, fato que gerou muitas discussões6. A comunidade também passou a ser incluída em políticas públicas direcionadas para as populações quilombolas, auxílio que complementou a renda das famílias.

No entanto, a Cooperativa Agrária deu início a uma ação que questionou o processo administrativo do INCRA. A Cooperativa utilizou como argumento contra a titulação a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 3239, ajuizada pelo Partido Democratas, no ano de

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2004, contra o Decreto Federal 4887/03, que trata da titulação de territórios quilombolas. Ao decidir pela constitucionalidade do Decreto 4887/03, os desembargadores federais do Tribunal Regional Federal da 4º região (TRF4) consolidaram uma posição acerca do tema e influenciaram diretamente as 144 comunidades quilombolas da região Sul e também na decisão de Tribunais de outras regiões do país. Novamente no dia 22 de abril de 2015 o TRF4 julgou como improcedente o recurso movido pela Cooperativa.

O processo de titulação deve continuar, o Incra do Paraná deverá realizar vistorias de avaliação da área hoje ocupada pela Cooperativa, para que então sejam ajuizadas as ações de desapropriação, com a consequente devolução das terras quilombolas. Serão regularizados aproximadamente 1,5 mil hectares de terra. Portanto, a espera continua há mais de dez anos após o reconhecimento da comunidade, mas pelo menos agora os acampados e os assentados podem vislumbrar seu direito. Apesar de que na demarcação e titulação das terras a extensão é equivalente apenas às terras realmente ocupadas pelos ex-escravos, não àquelas deixadas pelo testamento, para os que moram principalmente no acampamento à beira da estrada, a possibilidade de sair dali é ter sua identidade e cultura reconhecida, além de um pouco de dignidade.

O processo de expropriação das terras da Invernada, aliado à marginalização das pessoas que lutam pela sua retomada, demonstra os interesses antagônicos de empresas, poder público, grileiros, fazendeiros e os descendentes dos escravos. A legitimação dos direitos conquistados pela população afrodescendente perpassa muitos interesses, como os da Cooperativa Agrária Ltda. Nesse ínterim, a cultura e a identidade quilombola são negadas ao longo dos tempos em Entre Rios, em conjuntura com o racismo velado, o mito da democracia racial e da inferioridade do povo negro. Entretanto, mesmo sendo silenciada, a comunidade não desiste de se autorreconhecer e se autoafirmar. Esses conflitos são, pois, perpassados por questões ideológicas, culturais, identitárias e hierárquicas.

O lugar da escola: as crianças e adolescentes quilombolas

Considerando a formação de Entre Rios e de toda a sociedade brasileira, é indesviável a compreensão das muitas e diferentes culturas que contribuíram para sua formação, sobretudo, evidenciando o quão diverso e complexo são as relações multiculturais no cenário social. Como vimos, esse vasto quadro cultural tem como consequência o afloramento de conflitos resultantes das relações e interesses de dominação que envolve as diferentes etnias, culturas e gêneros. Em meio à diversidade cultural encontra-se a instituição escolar, sensível

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ao substrato dos conflitos sociais que estão impregnados na sociedade, deste modo, concorda-se com Kreutz (1999), quando ele ressalta a importância de concorda-se deconcorda-senvolverem pesquisas em relação à posição da escola frente aos conflitos que envolvem a sociedade em consequência da diversidade cultural:

a consciência de que a sociedade está cruzada por oposições de classe, étnicas, de gênero e outras, com interesses muitas vezes contrapostos, indica a necessidade de se desenvolverem pesquisas que mostrem como a escola atuou e atua na realidade diante do desafio da diversidade de culturas (KREUTZ, 1999, p. 02).

Comumente, as relações sociais não ocorrem numa perspectiva pacífica, romântica, mas são marcadas por interesses, por dominação, por hierarquização de uma determinada cultura, tendo como consequência a discriminação de outras. Nestes termos, é relevante perceber o próprio processo de dominância de um determinado grupo em detrimento dos direitos de outro, também é um processo que pode estar presente nas relações escolares, principalmente no que concerne à expressão dos membros de cada cultura:

a consciência dos mecanismos de poder que permeiam as relações culturais constitui outra característica dessa perspectiva. As relações culturais não são relações idílicas, não são relações românticas; estão construídas na história e, portanto, estão atravessadas por questões de poder, por relações fortemente hierarquizadas, marcadas pelo preconceito e pela discriminação de determinados grupos (CANDAU, 2008, p. 07).

Compreender a escola como âmbito que possibilita a relação entre as diversas culturas faz com que se torne relevante a observação e análise em relação a como as diferentes culturas se expressam no recinto escolar. Deste modo, um dos momentos cruciais do nosso trabalho enquanto pesquisadores do grupo de pesquisa (GIEDH) foram as observações realizadas em sala de aula. No processo de observação realizado no cotidiano escolar, nosso foco foram as crianças e adolescentes oriundos da comunidade quilombola Invernada Paiol de Telha, os quais sofrem com o preconceito dos colegas que não vivem a mesma realidade, pois a comunidade não possui escola, sendo necessário andar cerca de sete quilômetros de ônibus para chegar às escolas mais próximas. De acordo com Orlando, “essas crianças aqui têm que estudar no colégio dos alemães que expulsaram os bisavôs deles da terra” (s/a apud SILVA, 2008, s/p). Tinham que aprender a língua alemã e se submeter aos costumes de outra cultura em detrimento da própria.

As observações foram realizadas durante o mês de maio do ano de 2013, em duas escolas públicas do município de Guarapuava, Paraná. Na primeira escola participaram da atividade 90 crianças, alunos com idade entre 8 e 9 anos do quarto e quinto ano do ensino

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fundamental. Na segunda participaram cinco turmas, quatro delas de 6º ano e uma de 5º ano, totalizando 150 adolescentes com idade entre dez e doze anos, sendo observados também alguns alunos fora dessa faixa etária, com idade de quatorze anos. Dentre todos estes alunos encontravam-se crianças afrodescendentes, moradores da comunidade quilombola.

Nosso principal objetivo consistia em observar e analisar a expressão cultural dos alunos em seu cotidiano escolar, tendo sempre como foco as crianças e adolescentes vindos da comunidade quilombola. Para alcançar o objetivo proposto, utilizamos de diversos recursos, tais como: anotações manuais, gravações em áudio e vídeo e uma conversa informal com uma professora moradora da comunidade.

Nas intervenções realizadas pelo nosso grupo de pesquisa na escola, também foi destinado um pequeno tempo para ver o material didático da instituição que trabalhava sobre a cultura afrodescendente, tais como livros e outros. Então percebemos que havia muito material, a não serem os livros comumente presentes em qualquer instituição educativa, que muitas vezes possuem uma visão eurocêntrica, apresentando índios e negros num sentido pejorativo e superficial. Deste modo, concorda-se com Silvério e Trinidad (2012), quando afirmam em seu trabalho que, a aprovação da lei 10.639/03 que estabelece a obrigatoriedade da abordagem sobre “História e Cultura Africana e Afro-brasileira”, possibilita o reconhecimento das experiências e contribuições da cultura afro-brasileira, sobretudo, significando um rompimento com o etnocentrismo presente nas políticas educacionais.

Nesse sentido, no decorrer da pesquisa, um dos objetivos foi o de desenvolver um material específico que possibilite trabalhar a cultura quilombola na instituição escolar, elaborando algo que valorize e realize um resgate cultural, trazendo elementos peculiares à cultura afro-brasileira, valorizando suas experiências, costumes e, sobretudo, sua identidade. Enfim, este material resultante da pesquisa será disponibilizado na escola como uma alternativa didática para trabalhar a respeito da cultura afro-brasileira.

Praticamente todas as atividades realizadas com os alunos questionavam sua forma de viver, de se relacionar com o mundo, do modo como se constitui seu cotidiano, enfim, os vários aspectos que remetem às peculiaridades de sua cultura. Deste modo, em concordância com Santos (1983), pode-se compreender o conceito de cultura em duas concepções distintas, a primeira define cultura como todos os aspectos que constituem uma realidade social. A segunda concepção compreende cultura como sendo o conjunto de ideias, memórias, crenças e peculiaridades de um povo. Nestes termos, através das expressões das crianças e

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adolescentes quilombolas almejamos identificar as ideias, as crenças e aspectos de seu meio cultural.

Assim, foram várias as dinâmicas em sala de aula, a maior parte delas tinham um tema que era trabalhado através de vídeos, áudios, pequenos textos e dilemas. O mote abordado muitas vezes era sobre as diversas relações que o sujeito mantinha com a natureza e com seu meio social. Pois, através das indagações relacionadas aos temas é que torna possível a compreensão sobre a realidade cultural dos alunos.

Ao iniciarmos nossas atividades na primeira escola, percebemos que os professores preferiram deixar-nos sós com os alunos, isto talvez como possibilidade de deixar todos os participantes mais à vontade. Nas atividades desenvolvidas com as crianças todas participaram, pode-se dizer que havia uma grande empolgação na realização das dinâmicas propostas por nós, principalmente na capoeira, que envolve diretamente questões culturais, sobretudo, apresentando-se como símbolo da luta negra:

com efeito, embora tal termo expresse várias ideias, de alguma forma nos remete às origens de uma luta de resistência à escravidão e, fundamentalmente, à construção e reconstrução permanente de uma identidade étnica; e como sabemos, a salvaguarda de um bem material ou imaterial só tem sentido se esse patrimônio for reconhecido pela comunidade, se estiver relacionado ao sentimento de pertença desse grupo e incluso na sua dinâmica sociocultural (PELEGRINI, 2008, p. 05).

Portanto, dentre as atividades realizadas nas intervenções, encontravam-se vários jogos que, em sua maioria, traziam uma ligação com a cultura quilombola, como já salientado, dentre o que foi proposto, a capoeira chamou a atenção dos alunos, pois havia ali alguns alunos, principalmente os quilombolas, que tiveram contato ou praticaram essa atividade que pode ser definida não só como arte marcial, mas como dança. Deste modo, em relação a este contato que os alunos quilombolas têm com a capoeira, ele pode ter ocorrido primeiramente pela existência na comunidade quilombola da Companhia de Música e Dança Afro Kundun-Balê (como já mencionamos, atualmente inativo), que abordava atividades culturais como a capoeira e a dança, neste sentido, conforme Lara e Souza (2011), o grupo [tinha] como principal intento, especialmente através da dança, o objetivo de apresentar as manifestações culturais afro-brasileiras. De modo geral, as crianças tiveram uma excelente participação nas atividades, não se restringindo a participar das dinâmicas e expressando seu ponto de vista nas indagações feitas em sala.

Na segunda escola em que realizamos a pesquisa empírica, onde participaram cerca de 150 adolescentes do quinto e sexto ano, utilizamos vários vídeos e dinâmicas, cujo intuito era

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levar os alunos a expressarem suas opiniões sobre o mote abordado, deste modo, expressando sua identidade cultural. No início das atividades abordávamos o tema proposto, geralmente com o auxílio de vídeos e textos, posteriormente, fazíamos algumas indagações aos alunos, cujo objetivo era fazê-los manifestar sua opinião, sempre prezando aqueles que vinham da comunidade quilombola.

A partir dos questionamentos realizados por nós, iniciava-se uma controvérsia em sala, onde todos expressavam seu ponto de vista, neste momento, percebemos que os alunos antes de se expressarem, olhavam firmemente para os seus professores, que acompanhavam o que estava acontecendo em sala, este olhar, de certo modo, era como se os alunos pedissem aos seus professores um pedido de autorização para que pudessem expressar suas ideias sobre o que estava sendo discutido em sala.

Outro fato interessante que ocorreu durante as discussões em sala foi que os alunos quilombolas eram os menos participativos, o que de certo modo surpreendeu-nos, pois tínhamos como grande objetivo analisar os aspectos da cultura quilombola através da manifestação de seus adeptos em sala. Isto ocorreu talvez pelo fato de que a maioria dos alunos não eram quilombolas, fazendo com que estes ficassem com receio de apresentar sua maneira de viver, que evidentemente conserva características peculiares a sua cultura e possui diferenças em relação às características culturais da maioria dos alunos presentes na discussão.

Da mesma forma, outro fato que mereceu destaque durante as observações foi a maneira como se comportavam as meninas vindas da comunidade quilombola, pois, em todas as controvérsias e debates que surgiam em sala, elas geralmente não apresentavam sua opinião, mesmo com muito incentivo por parte dos pesquisadores, foram raríssimas as vezes que elas se manifestavam, sobretudo, quando o faziam, sua resposta precisava ser complementada por algum colega de sala. Percebeu-se que em grande parte das indagações elas possuíam opinião formada, entretanto, olhavam para os meninos com um olhar similar a um pedido de permissão para expressarem-se. Segundo Joan Scott (1995), gênero é um elemento constitutivo das relações sociais fundadas sobre as diferenças percebidas entre os sexos, que fornece um meio de decodificar o significado e de compreender as complexas conexões entre as várias formas de interação humana. Assim, o conceito de gênero se apresentou como uma importante categoria de análise do conhecimento, da moral e cultura quilombola.

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Constatamos, assim, através da pesquisa, que as crianças e adolescentes quilombolas possuem regras (moral) de convivência impostas pelo meio social, inclusive pela escola, pois esses alunos geralmente não opinavam nas discussões, permaneciam calados e tímidos e sentavam-se nas partes mais afastadas da sala. Esse problema se agrava nas escolas, pois a maioria dos professores não possui a consciência da importância de trabalhar com as questões de conflito pela terra na região, pois ainda é recente e incipiente em todo o país o trabalho com as questões étnico-raciais e com a educação escolar quilombola:

[...] a educação gera um espaço narrativo privilegiado para alguns/algumas estudantes e, ao mesmo tempo, produz um espaço que reforça a desigualdade e a subordinação para outros/as. Corporificando formas dominantes de capital cultural, a escolarização frequentemente funciona para afirmar as histórias eurocêntricas patriarcais, as identidades sociais e as experiências culturais dos estudantes de classe média, ao mesmo tempo que marginaliza ou apaga as vozes, as experiências e as memórias culturais dos/as assim chamados/as estudantes da “minoria”. Para muitos estudantes/as, a escolarização significa ou vivenciar formas cotidianas de interação escolar que são irrelevantes para suas vidas ou sofrer a dura realidade da discriminação e da opressão, através de processos de classificação, de policiamento, de discriminação e de expulsão (SILVA, 2011, p. 84).

Dessa forma, ao privilegiar determinados conhecimentos em detrimento de outros, a escola está afirmando sua posição acerca dos mais diferenciados assuntos, entre esses a questão de dominação que exercem uns sobre outros. Assim, o ambiente escolar envolve questões de poder, onde certas culturas e saberes são afirmados, enquanto outros são marginalizados, perpetuando assim preconceitos que estão arraigados na sociedade. A conexão entre cultura e poder, entre conhecimento e autoridade e entre os conhecimentos históricos e sociais que moldam a compreensão dos alunos sobre o passado, o presente e o futuro precisam ser pensados criticamente.

A questão da educação formal para os alunos quilombolas se agrava na medida em que faltam incentivos para que estes estudem. Conforme uma conversa informal que tivemos com uma professora moradora da comunidade7, “não existe ainda escolas na comunidade, isto é uma luta de T.S. (pseudônimo)8 e interesse da comunidade toda”. Em suma, conseguir uma escola na comunidade é um anseio não só das lideranças, mas de todos que ali residem, pois, a inexistência da instituição faz que os alunos quilombolas tenham que estudar na escola mais próxima, que fica distante da comunidade.

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Conversa realizada em Maio de 2013, gravada em áudio e transcrita na íntegra.

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Portanto, a ausência de condições necessárias para a ampliação das possibilidades educacionais dos alunos quilombolas, evidente na ausência de escola na comunidade, tem como consequência a necessidade do deslocamento até a instituição presente na comunidade alemã. Deste modo, as crianças e adolescentes quilombolas ao adentrar em um âmbito onde sua cultura torna-se diminuta em relação a outras culturas dominantes, acabam silenciando-se, não manifestando através de suas expressões espontâneas os aspectos típicos de sua cultura, tal como ocorreu na nossa pesquisa.

De tal modo, as escolas – principalmente as que possuem alunos quilombolas inseridos - devem dar atenção especial a assuntos que envolvem a cultura, os saberes e identidades dos povos tradicionais, mostrando para os alunos a grandeza da sua luta, da sua história e cultura, conferindo-lhes a importância que por muito tempo lhes foi negada. A relação em sala de aula e nos espaços escolares, inclusive com relação ao desempenho escolar, são moldadas através dos silenciamentos e das preferências que a escola assume, determinando seu papel político conservador ou progressista. Em Entre Rios, o comportamento que observamos dos alunos quilombolas em sala de aula nos fizeram pensar em como ocorre o tratamento sobre os assuntos relacionados à sua história, cultura e saberes. Considerações Finais

Portanto, a partir do que foi compreendido a respeito do referencial teórico, das observações e, sobretudo, nas vivências no cotidiano escolar das crianças e adolescentes da Comunidade Quilombola Invernada Paiol de Telha, foi possível identificar vários aspectos envolvendo as questões educacionais em relação à cultura e identidade quilombola. Um dos principais aspectos é a postura que os alunos vindos da comunidade apresentam no cotidiano escolar, postura esta, que expressa um silenciamento implícito por parte de seus integrantes, demonstrando o substrato da dominação cultural presente na escola, ou seja, dominação das demais expressões culturais sobre a cultura afro-brasileira.

A própria dificuldade de acessibilidade educacional a qual os alunos estão submetidos, é um ponto gritante em relação à falta do interesse público para com os quilombolas, pois uma grande reinvindicação dos moradores e lideranças da comunidade Invernada Paiol de Telha é a instalação de uma escola em sua sede, pois a ausência da instituição faz com que os alunos tenham que percorrer uma grande distância até a escola mais próxima, localizada na comunidade alemã.

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Enfim, percebemos a maneira na qual, frequentemente, as questões relacionadas à cultura afro-brasileira são demostradas de um modo pejorativo e superficial, muitas vezes não demonstrando a importância e a contribuição do povo negro para a formação da sociedade brasileira. Este modo diminuto e pejorativo que a escola trata a cultura e a história afro, está explícita na própria ausência de material específico para trabalhar determinadas questões, pois não há livros na instituição capaz de bem trabalhar com aspetos inerentes à identidade quilombola, a não ser livros e materiais imbuídos de uma visão eurocêntrica de conhecimento, que pouco expressa a respeito das lutas das comunidades tradicionais.

Portanto, é necessário achar meios para trabalhar questões inerentes à identidade e cultura dos povos tradicionais, em especial a quilombola, evidenciando sua luta, sua história e seus saberes, dando passos largos rumo à verdadeira democracia racial, e, concomitante, destruindo a visão diminuta lançada sobre a comunidade negra.

REFERÊNCIAS

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