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POEMAS DO LIVRO O CIRCO DE ROSEANA MURRAY

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Academic year: 2021

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POEMAS DO LIVRO O CIRCO DE

ROSEANA MURRAY

Leia abaixo os Poemas do livro O Circo de Roseana Murray.

São lindos poemas adequados para trabalhar em sala de aula com as crianças. A poesia não tem idade, portanto, esses poemas podem ser trabalhadas em qualquer idade, o que muda é o que cobrar a partir delas.

POEMAS DE ROSEANA MURRAY DO LIVRO O

CIRCO

O CIRCO CHEGOU

De onde vem esse cheiro novo esse cheiro de aventura? E esse brilho, esse barulho embrulhando a manhã?

Vem de onde, vem de onde essa vontade de dançar? Até as nuvens ansiosas,

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fazem fila no céu para ver o que que há; Foi o circo que chegou espalhando na cidade um ar de felicidade.

OS OPERÁRIOS

Atrás dos sonhos atrás das luzes atrás da lona

os operários fabricam o circo; batendo pregos

fincando estacas

costurando e remendando, como a aranha fabrica a teia, como a noite fabrica o dia.

PROIBIDO OU PERMITIDO?

É proibido pular o muro pular a cerca

furar a lona furar o cerco

para ver o circo de graça. Mas também é proibido criança não ver o circo só porque não tem dinheiro. Por isso diz o poeta:

É permitido pular o muro pular a cerca

furar a lona furar o cerco

para roubar um pouco de sonho.

O MESTRE DE CERIMÔNIAS

Minhas senhoras e meus senhores, este é o mestre de cerimônias. Sem cerimônia nenhuma,

vai caminhando à vontade entre sonhos e trapézios. O circo é a sua casa

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e a sua cidade.

Não sossega um instante; com um novelo de luz

vai costurando o espetáculo como se fosse alfaiate.

A BAILARINA

Caminha na ponta dos pés a bailarina

como se o circo fosse feito de neblina;

Vai bailar a bailarina vai voar a bailarina e é tão fina, é tão fina… Vira vento a bailarina, vira nuvem, vira ilha, e num último salto ilumina o palco,

transformando o silêncio em maravilha.

O MÁGICO

Na noite do circo, o mágico desperta estrelas, descostura os fios do impossível,

acende com cuidado uma surpresa a cada passo… E logo um lenço vira lança,

um leque vira laço, o circo todo vira magia, vira dança.

O ELEFANTE

De que tamanho será um sonho de elefante?

Deve ocupar três noites inteiras e mais a metade de um dia De que tamanho será

um suspiro de elefante? Deve ser ainda maior

do que o maior dos gigantes… E um soluço de elefante

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de que tamanho será?

Deve ser tão grande quanto as árvores de sua floresta distante…

O COMEDOR DE FOGO

O comedor de fogo tem uma fome estranha; Não é fome de sonhos, nem é fome de comida; é uma fome de fogo. Não é fome de céu, nem é fome de algodão, é uma fome esquisita: uma fome de fogo.

Não é uma fome de flores, nem é uma fome qualquer; é uma fome aflita,

uma fome de fogo.

O ANÃO

O anão equilibra uma risada na palma de cada mão.

O seu trabalho é atrapalhar o palhaço.

O anão tropeça a cada passo, e o circo estremece

feito bolha de sabão.

O TRAPEZISTA

Vai e vem o trapezista se balançando no espaço. Pula a cerca que separa o circo do céu

e com a cauda de um cometa faz um laço.

Vai e vem o trapezista desarrumando as estrelas: até a lua se assusta, esconde o rosto no regaço. Volta ao chão o trapezista

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refazendo o mundo com seus passos.

O EQUILIBRISTA

Está tão alto o equilibrista que minha alma tropeça

em suas pernas, dança louca feito roupa no varal.

Está tão perto do céu o equilibrista que seus dedos arranham o sol

e de medo eu não ouso respirar. Ouço seus passos de seda

como se andar no ar fosse fácil.

O MALABARISTA

Embaralha tudo o malabarista: embaralha os dedos,

embaralha a vista. As garrafas pulas como se fossem peixes, como se fossem pássaros, como se fossem cacos

de chuva brincando no mar. Os pratos pulam

como se fossem naves, como se fossem neve, como se fossem navios dançando no ar.

Os copos pulam

como se fossem pingos, como se fossem pontos, como se fossem sinos assanhando o céu.

Tem quantas mãos o malabarista?

O ACROBATA

O acrobata desenha com o corpo uma pirueta no céu:;

Pula e vira salta e rola dança e gira

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solto no ar

como se fosse um balão.

O LEÃO E O DOMADOR

Ao estalar do chicote, o leão dá um pinote, se encolhe no picadeiro. Mas não é medo o que sente, nem é susto;

é saudade, é tristeza… Seu coração ficou perdido para sempre na floresta. O domador se orgulha,

estala a língua, o chicote. se sente assim como se fosse um rei todo poderoso.

Mas o que ele não adivinha é que o leão de verdade está longe, adormecido; no palco, quem caminha é a sombra do leão.

O PALHAÇO

Que rosto será que se esconde atrás do rosto do palhaço? Será que não se cansa de fazer tanta graça?

Onde será que arruma espaço para guardar tanta dança? Será que tem um armário escondido bem no peito? Será que leva a vida sempre rindo desse jeito?

Ou será que às vezes também sente uma tristeza danada?

CANSAÇO

A bailarina guarda os bailados debaixo do travesseiro.

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o circo todo é silêncio. O mago guarda as magias numa gaveta empoeirada. O circo todo adormece, enquanto as estrelas tecem o sono de cada um.

O CIRCO VAI EMBORA

No meio da madrugada

o circo partiu em segredo. Não convém fazer barulho quando um sonho se acaba.

Virou saudade, virou lembrança, virou poeira no pensamento.

ROSEANA MURRAY – Roseana Murray nasceu no Rio de Janeiro em 1950. Graduou-se em

Literatura e Língua Francesa em 1973. Atualmente possui mais de 60 livros publicados. Tem dois livros traduzidos no México e alguns de seus poemas já foram traduzidos em seis línguas. Recebeu muitos prêmios ao longo de sua carreira e também participou de diversas iniciativas de incentivo à leitura, como a que implantou em Saquarema em 2003, junto com a Secretaria Municipal de Educação, o Projeto Saquarema, Uma Onda de Leitura.

SOBRE O LIVRO O CIRCO- O circo, quando chega à cidade, traz em sua bagagem muita

alegria. Malabarista, palhaço, domador de leão e equilibrista são alguns dos personagens responsáveis por encantar não só os pequenos, mas também despertar emoções nos mais velhos. Apresentar às crianças os construtores desse mundo mágico é a proposta de Roseana Murray no livro O Circo.

Segundo a autora, a ideia de escrever a obra surgiu pela sua admiração à temática. “Sempre fui fascinada pelo circo, porque ele cria uma sensação de irrealidade, é quase uma miragem. Quero que, ao lerem o livro, as pessoas sintam alguma emoção, pois para mim isso é o principal, me estimula”, afirma. Com linguagem poética, a obra traduz o dia a dia do circo e descreve todos os participantes das apresentações, inclusive aqueles que não fazem parte do espetáculo, mas contribuem para a realização do evento, como os operários

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