CARCINOMA DE
CARCINOMA DE
CÉLULAS RENAIS
CÉLULAS RENAIS
Diagnóstico
Diagnóstico e Follow
e Follow--up
up
Diagnóstico
Diagnóstico e Follow
e Follow--up
up
Gabriela Sousa
Oncologia Médica IPO Coimbra
- Introdução
- Epidemiologia e Fatores de Risco - Biologia - História Natural
AGENDA
- História Natural - Diagnóstico - Estadiamento - Prognóstico - Follow-up•
• Outras neoplasias renaisOutras neoplasias renais:
CARCINOMAS DE CÉLULAS RENAIS
• Origem no córtex renal
• 80-85% das neoplasias primárias do rim
- Carcinomas de células de transição (8%) - Nefroblastomas (5-6%)
- Oncocitomas
- Tumores dos ductos colectores - Sarcomas renais
Carcinomas de Células Renais
Epidemiologia
• Representam 2% de todas as neoplasias
• O 3º tumor genito-urinário mais comum (a seguir à próstata e bexiga) e o mais letal
• Incidência tem vindo a aumentar nas últimas décadas
- Melhoria da qualidade dos exames de imagem maior sensibilidade diagnóstica
- Outros Outros factoresfactores ??
Epidemiologia
• Incidência é de 5,8/100.000 habitantes
• Mortalidade de 1,4/100.000 habitantes, em países desenvolvidos
• U.E. 2008: Registaram-se 88400 novos casos de CCR e
Carcinomas de Células Renais
• U.E. 2008: Registaram-se 88400 novos casos de CCR e 39400 mortes relacionadas com o tumor
• Predomínio sexo masculino: 3 homens/ 2 mulheres • Idade: 60-70 anos
Epidemiologia
Carcinomas de Células Renais
Familiar (hereditário)
― 5% dos casos
― Ocorrem mais cedo (45 A) ― Multifocais
Esporádico
Obesidade Obesidade
↑ o risco de 1.9 para 5.9
↑ o risco de 1.9 para 5.9 Consumo de Consumo de cafécafé Doença
Doença renalrenal crónicacrónica Diálise
Diálise
Fatores de Risco
1
1..DentonDenton MDMD etet alal..,, KidneyKidney IntInt 20022002;;6161::22012201;; 22..HammondHammond ECEC etet alal..,, NatlNatl.. CancerCancer InstInst.. MonographMonograph 1919 ((19961996))127127--204204;; 33..MartelMartel CLCL etet alal..,, CritCrit RevRev OncolOncol HematolHematol 20032003;;4545::177177--9090;; 44..YuYu MCMC etet alal..,, JJ NatlNatl CancerCancer Inst
Inst..19861986;;7777::351351--66
20
20––30% são provocados pelo 30% são provocados pelo tabacotabaco ↑ o risco de 1.2 para 2.3
Patologia
Carcinoma de células claras (75-80%):
– Subtipo mais comum
– Origem nos túbulos próximais, tipicamente unilateral e unifocal – Incidencia habitualmente esporadica
– Síndromes hereditários raros (Doença VHL)
Tipo papilar (10-15%):
– Origem nos túbulos distais
– Menos potencial de metastização que o células claras, mas se
Carcinomas de Células Renais
– Menos potencial de metastização que o células claras, mas se metastiza o prognóstico é pior
Cromófobo (5%)
– Crescimento lento e metástases pouco frequentes
Oncocitoma (5%): benigno
Ductos colectores e RCC medular
– (<1%): agressivos (muito mau prognóstico)
Diferenciação Sarcomatoide :
– Histológicamente distintos, podendo associar-se a qualquer dos subtipos
Patologia
Carcinomas de Células Renais
Células claras Cromófobo Papilar Tipo 2 Papilar Tipo 1 Oncocitoma 75-80% 5% 10% 5% 5% Gene VHL Gene BHD (Birt-Hogg-Dube) Gene fumarato hidratase Proto-oncogene MET Gene BHD Gene Gene Frequência
Biologia
Genes associados a cancro renal
Gene Localização cromossómica Classificação VHL 3 Supressor tumoral VHL 3 Supressor tumoral MET 7 Promotor FH 1 Supressor tumoral BHD 17 Supressor tumoral
Biologia
• O síndrome de Von Hippel-Lindau (VHL)
– raro
– mutação germinativa do cromossoma 3 – transmissão autossómica dominante
Carcinomas de Células Renais
Angiomas da retina Hemangioblastomas do SNC
Feocromocitomas Carcinoma de células claras do rim
•
Biologia
• O carcinoma de células claras do rim, não hereditário caracteriza-se por:
− inactivação do gene supressor VHL conduzindo a:
Carcinomas de Células Renais
– Expressão de factor de transcrição induzido pela hipóxia (HIF)
– expressão de genes induzidos pela hipóxia incluindo VEGF e o PDGF
HIF-α HIF-α OH Proline hydroxylase + Oxygen OH Asparagine hydroxylase + Oxygen Ub UbUb
Cohen, N Engl J Med 2005;353:2477-90
George DJ, Kaelin WG Jr. N Engl J Med 2003;349:419-421
cul2 cul2 Rbx 1 VHL VHL HIF-α HO HO HO HO HIF-α HO HO HIF-α HO HO HO HO HIF-α HO HO Ub Ub Elongin C Elongin B Ub Ub Ub HIF-α α α ubiquitination byα VHL protein SCF complex Proteasome Núcleo Citoplasma
HIF-α HIF-α OH Proline hydroxylase + Oxygen OH Asparagine hydroxylase + Oxygen HIF HIF--ββββββββ VHL
VHL--mutmut HipóxiaHipóxia
HIF HIF--αααααααα cul2 cul2 HIF-α α α α ubiquitination by VHL protein SCF complex Proteasome Citoplasma VHL VHL--mut mut VHL VHL--mut mut Nucleo p300 p300 HIF HIFββββββββ HIF HIFαααααααα HR HR E E
HIF-mediated transcriptional activation
VEGF VEGF
Cohen, N Engl J Med 2005;353:2477-90
Everolimus Everolimus
Vias intracelulares
Pazopanib Pazopanib
Via
Via mTORmTOR Via VHL Via VHL –– HIFHIF
Terapêuticas-alvo moleculares
Brugarolas, 2007, NEJM 356;2 Brugarolas, 2007, NEJM 356;2 PROLIFERATION PROLIFERATION ANGIOGÉNESIS ANGIOGÉNESISHistória Natural
• Cerca de 30% apresenta-se com metástases no momento do diagnóstico
• 20-40% dos doentes submetidos a ressecção cirúrgica por CCR localizado recorrem (a maioria nos 1os 3 anos)
• Localizações mais frequentes:
Carcinomas de Células Renais
• Localizações mais frequentes: Pulmão (29-54%)
Osso (16-27%) Cérebro (2-10%) Fígado (1-7%)
• Recorrências locais ou contralaterais são pouco frequentes, a não ser nos casos em que a cirurgia foi parcial
Diagnóstico
Clínica Ex Laboratoriais
Carcinomas de Células Renais Exames
Diagnóstico
Clínica Exame Clínico
?
Assintomáticos …
Carcinomas de Células Renais
Diagnóstico Clínico
• Sintomas
(locais ou sistémicos):Manifestações pelo crescimento tumoral. Manifestações das metástases.
Carcinomas de Células Renais
Manifestações das metástases.
Diagnóstico Clínico
Sintomas
(1/3 dos doentes)• Febre (em 2% é o único sintoma) • Perda de peso
Carcinomas de Células Renais
• Perda de peso • Fadiga
Diagnóstico Clínico
Lombalgia
Lombalgia //DorDor no no flancoflanco
((41%)
Tríade
de Guyon
Carcinomas de Células Renais
de Guyon
(10-15%)
Massa abdominal Massa abdominal palpável palpável (24%)(24%) Hematúria Hematúria (38 (38--80%)80%)Diagnóstico Clínico
Hematúria
Hematúria
Sintoma inicial em 40 a 60% dos CCR (por invasão do excretor):
Carcinomas de Células Renais
* Microscópica
* Macroscópica: início súbito, espontâneo,
Diagnóstico Clínico
Dor lombar/flanco
Dor lombar/flanco (em 40% dos casos), causada por distensão da cápsula renal
A dor é contínua, tipo “moinha”.
Carcinomas de Células Renais
A dor é contínua, tipo “moinha”.
Pode ter agudizações por:
• Deslocação de coágulos no excretor (cólica renal) • Hemorragia intra-tumoral
Diagnóstico Clínico
Massa palpável
(25 a 40% dos casos)• Resulta do crescimento/dimensão do tumor, sendo um sinal tardio da doença
Diagnóstico Clínico
Sintomas de doença metastática
• Tosse persistente
• Dor torácica (pleurítica) • Hemoptises
Carcinomas de Células Renais
• Hemoptises • Epistaxis • Dores ósseas • Fracturas patológicas • Lesões cutâneas • Priapismo • Alterações neurológicas
Diagnóstico Clínico
Trombose venosa profunda dos membros inferiores. Embolia pulmonar recorrente
Síndroma de Wunderlich:
Outras manifestações clínicas
Carcinomas de Células Renais
Síndroma de Wunderlich:
Por rotura do tumor: dor lombar, choque hipovolémico e massa palpável no flanco (hematoma retrop.).
Diagnóstico Clínico
Síndromes Paraneoplásicos
HTA
• Hipercalcémia
• Hipertensão Arterial
• Sindrome de Stauffer
Endócrinos
Carcinomas de Células Renais
• Sindrome de Stauffer • Policitémia • Anemia • Caquexia
Endócrinos
Não Endócrinos
Diagnóstico Clínico
Hipercalcémia
(Parathormona-like)• Fadiga (70%)
Endócrinos
Carcinomas de Células Renais
• Fadiga (70%) • Anorexia (60%) • Obstipação (60%) • Perda de peso (60%) • Dor óssea (60%) • Poliúria • Polidipsia • Desidratação
Diagnóstico Clínico
Hipertensão Arterial
(10 a 40% dos doentes)(Produção tumoral de hormona renina-like)
Endócrinos
Carcinomas de Células Renais
• Por invasão /compressão da artéria renal e/ou isquémia compressiva do parênquima renal pelo tumor ( mecanismo de Golblat).
Diagnóstico Clínico
Sindroma de Stauffer
(3-20% dos CCR)Disfunção hepática não metastática
Endócrinos
Carcinomas de Células Renais Caracteriza-se por: • > da fosfatase alcalina • > da gama GT • > tempo de protrombina • > TGO e TGP • Bilirrubinas normais (?!)
Diagnóstico Clínico
• Anemia (20 a 40%), normocítica e normocrómica • ↑ VS
• Eosinofilia
Não Endócrinos
Carcinomas de Células Renais
• Eosinofilia
• Neuromiopatias, sensoriais e/ou motoras • Vasculopatias
• Nefropatias
• Reacções leucemoides
• Febre (libertação de pirogénios pelo tumor) • Anorexia, perda ponderal até à caquexia
Diagnóstico
Clínica Ex Laboratoriais
Exames Complementares
Laboratoriais
− Hemograma completo
− Coagulação
− VS
− Parâmetros bioquímicos de Função renal
Carcinomas de Células Renais
− Parâmetros bioquímicos de Função renal
(ureia/creatinina/ionograma)
− Parâmetros bioquímicos de Função hepática
− LDH
Prognóstico
Depende do Estadio da doença
Estadiamento
Carcinomas de Células Renais
Estadiamento e Prognóstico
Sobrevivência aos 5 anos após nefrectomia para tumores (T1/T2) é >80%
Envolvimento ganglionar e/ou extracapsular está associada a uma sobrevivência aos 5 anos de
10-Carcinomas de Células Renais
associada a uma sobrevivência aos 5 anos de 10-25%
Doentes metastizados têm uma sobrevivência
mediana de 1 ano e uma sobrevivência aos 5 anos de 0-20%
Diagnóstico
Clínica Ex Laboratoriais
Carcinomas de Células Renais Exames
Follow up
•Após tratamento 1ário
Cada 6meses nos 1os 2 anos
Anualmente por 5 anos
•Anamnese
Carcinomas de Células Renais
•Anamnese
•Exame objectivo
•Bioquímica, com LDH
•TAC toracoabdominal
aos 4/6 meses e posteriormente
Follow up
•Guidelines da European Association on Urology
Recomendações:
A intensidade do programa de follow-up deve ser adaptada individualmente de acordo com o risco de recorrência
Mayo Scoring System Mayo Scoring System
Carcinomas de Células Renais
•Baixo risco: a TAC pode ser omitida do follow-up, a não ser em caso de clínica sugestiva
•Risco Intermédio e alto: follow-up
intensificado que inclui TAC a intervalos regulares, ajustados de acordo com a estratificação de risco, até ao 5º ano
Grupos de risco Grupos de risco
Baixo:0
Baixo:0--2; Intermédio: 32; Intermédio: 3--5; Alto>65; Alto>6
Grupos de risco Grupos de risco
Baixo:0
Follow up
Protocolo
Protocolo de Followde Follow--up da UCLA para up da UCLA para doençadoença localizadalocalizada
Carcinomas de Células Renais
Doença Metastizada
Estratificação de Risco do Memorial Sloan-Kettering (CCR avançado) Factores de mau prognóstico
− Karnofsky < 80%
− LDH > 1,5x o limite superior do normal
− Hemoglobina inferior ao normal
− Calcémia >10mg/dl
− Calcémia >10mg/dl
− Tempo decorrido desde o diagnóstico inicial <1 ano
Grupos de Risco
Nº de Factores
de Risco 1º ano 2ºano 3º ano
Favorável 0 83 55 45 Intermédio 1-2 58 31 17 Alto risco ≥ 3 20 6 2
Taxa de Sobrevivência Global (%) Taxa de Sobrevivência Global (%)
Estratificação de Risco
ANATÓMICOS HISTOLÓGICOS LABORATORIAISCLÍNICO - MOLECULARESMARCADORES
•Tamanho tumoral •Extensão tumoral •Envolvimento da suprarrenal • Grau nuclear • Subtipo histológico • Diferenciação sarcomatóide • Presença de sintomas • Performance status • Trombocitose (≥450000) • Factores induzidos pela hipóxia HIF-1α, VEGF, IGF1,CAIX,CAXII,... • Proliferação •Envolvimento vascular •Envolvimento ganglionar •Metástases à distância sarcomatóide • Presença de necrose (≥450000) • Anemia • Hipercalcémia • ↑ fosfatase alcalina • ↑ PCR • ↑ VS • Proliferação Ki67, PCNA,... • Regulação do ciclo celular P53, PTEN, Bcl2,... • Adesão celular E-caderina, EpCAM,...
Estudo com 229 doentes com RCC a expressão de VEGF foi correlacionada com pior sobrevivência global1
VEGF e prognóstico
Jacobsen J, Grankvist K, Rasmuson T, Bergh A, Landberg G, Ljungberg B. Expression of vascular Jacobsen J, Grankvist K, Rasmuson T, Bergh A, Landberg G, Ljungberg B. Expression of vascular
endothelial growth factor protein in human renal cell carcinoma.
Biomarkers
Biomarkers that possibly predict efficacy of high
that possibly predict efficacy of high
dose IL
dose IL--2, TKIs or
2, TKIs or mTOR
mTOR inhibitors
inhibitors
VEGF levels VEGF levels HIF-2α Phospho s6 Phospho - AKT Carbonic Anhydrase IX
Conclusões
• O carcinoma de células renais (CCR) representa
cerca de 2% de todas as neoplasias.
• A sua incidência e sobrevivência têm vindo a aumentar
Carcinoma de Células Renais
• Aproximadamente 1/3 dos doentes
apresentam-se com doença metastática no momento do diagnóstico.
• Cerca de metade dos casos são diagnosticados
Conclusões
• A sintomatologia atribuída ao RCC é inespecífica
e muitas vezes escassa (suspeição)
• A ressecção cirúrgica permanece o único
tratamento com intuito curativo na doença
Carcinoma de Células Renais
tratamento com intuito curativo na doença localizada, no entanto 20-30% dos doentes tratados metastizam.
• A doença metastizada é incurável e apesar de se ter melhorado a sobrevivência os doentes acabam por falecer.