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VI. ACESSO DAS FAMÍLIAS USUÁRIAS DO PSF AO ATENDIMENTO À SAÚDE

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ATENDIMENTO À SAÚDE

1.ATENDIMENTO ÀS FAMÍLIAS ADSCRITAS AO PSF NO MUNICÍPIO DE VITÓRIA SEGUNDO O SIAB

A coleta e o armazenamento de dados em Vitória por meio do SIAB foram iniciados em setembro de 1998 e, desde então, a alimentação do sistema tem sido regular. De acordo com a coordenação do PSF, não existia dificuldade na operacionalização do SIAB e a assistência técnica era considerada qualificada.

Contudo, as unidades de saúde da família não eram informatizadas e a alimentação do SIAB em Vitória era centralizada, o que tornava, segundo os gestores, o preenchimento das informações muito laborioso e seu armazenamento burocrático. Além disso, os gestores municipais consideravam a supervisão externa pouco freqüente. A seguir, são apresentadas as informações correspondentes aos anos de 1999, 2000 e 2001, por terem todos os meses devidamente supridos de informação. As informações de 1998, ano de implantação do PSF no município, não foram incluídas na análise, porque os seguintes dados estavam incompletos: as séries históricas de produção em saúde foram preenchidas a partir de setembro e as séries históricas de informação de saúde, a partir de agosto.

Atendimento às famílias cadastradas pelo PSF

Em 2001, os médicos das equipes de saúde da família de Vitória realizaram 139.081 consultas, das quais a imensa maioria (99%) destinou-se à população residente nas áreas de abrangência. Deste subtotal de consultas, 25% foram oferecidas às pessoas entre 20 e 39 anos e 18% às crianças de 0 a 4 anos de idade. Do ano de 1999 a 2001, o número de consultas cresceu cerca de 10 vezes em média para cada faixa etária. No mesmo período, o número de médicos das equipes de saúde da família cresceu 8 vezes, o que indica que cada médico incrementou sua oferta de consultas em cerca de 25%.

A média geral de consultas médicas por indivíduo em residentes nas áreas de abrangência em 2001 foi de 1,3 consultas/ ano, uma consulta a menos que a média nacional do SUS, 2,3, conforme o IDB 2001. Observou-se aumento da média de consultas por habitante ao ano de 1999 para 2000 em 60% para então em 2001 decrescer 19%. Apesar desta queda observada em 2001 para todas as outras faixas etárias, a média de consultas destinadas às crianças menores de 1 ano cresceu 90% em relação ao ano anterior. Em 2001, considerando o número de crianças cadastradas com base nos consolidados da ficha A cada

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menor de 1 ano recebeu cerca de 23 consultas e as pessoas com 60 anos e mais, 2,4 consultas ao ano. Todavia, o número total de consultas oferecidas à terceira idade foi o dobro das oferecidas às crianças de até 1 ano de idade. Chama a atenção a elevada média anual de consultas em menores de um ano de idade. Alerta-se para falha na atualização dos dados cadastrais (Fichas A); segundo os dados consolidados a partir da Ficha C (referente ao grupo prioritário das crianças), a média mensal de menores de um ano adscritos ao PSF em 2001 foi de 3.385. Deste modo, a relação de consultas por crianças de até um ano em 2001 foi de 2,8.

Tabela 130 – Consultas médicas por faixa etária realizadas pelo PSF e média de consultas por usuário ao ano, Vitória (ES), 1999 a 2001

Consultas médicas em residentes dentro das áreas

1999 2000 2001

N Média N Média N Média

< 1 ano 1.156 7,8 5.486 12,1 9.320 22,9 1 a 4 anos 1.460 1,2 8.965 2,2 15.127 2,0 5 a 9 anos 748 0,6 5.562 1,2 9.177 0,9 10 a 14 anos 592 0,4 4.344 0,9 7.341 0,8 15 a 19 anos 1.130 0,8 6.867 1,3 11.621 1,0 20 a 39 anos 3.430 0,7 19.288 1,1 34.396 0,9 40 a 49 anos 2.238 1,4 9.972 1,7 16.852 1,3 50 a 59 anos 1.448 1,7 7.328 2,3 13.734 1,7 60 anos e mais 2.194 2,3 10.094 2,9 20.102 2,4

Subtotal de consultas dentro das áreas 14.396 1,0 77.906 1,6 137.670 1,3 Consultas em residentes fora das áreas* 4 - 309 - 1.411 -

Total geral de consultas 14.400 - 78.305 - 139.081 -

Fonte: SPS / DAB, DATASUS – SIAB, elaboração NUPES/DAPS/ENSP/FIOCRUZ

*As consultas em residentes fora das áreas de abrangência não apresentam discriminação por faixa etária. Os atendimentos aos grupos prioritários em residentes nas áreas de abrangência devem ser registrados diariamente por médicos e enfermeiros e compilados mensalmente. Na distribuição dos atendimentos em 2001, a hipertensão arterial reuniu o maior número de atendimentos (30.174), correspondendo a 18% do total, seguida pela puericultura (14.236), responsável por 8% dos atendimentos. O acompanhamento pré-natal respondeu por 7% dos atendimentos e a prevenção de câncer cérvico-uterino concentrou 7% do total de atendimentos individuais realizados por médicos e enfermeiros em 2001. Os atendimentos a diabéticos cresceram consideravelmente de 1999 para 2001 e reuniram neste ano 4% dos atendimentos.

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Tabela 131 – Atendimentos individuais aos grupos prioritários por médicos e enfermeiros e % do total de atendimentos, Vitória (ES), 1999 a 2001

Atendimentos 1999 2000 2001

N % N % N %

Hipertensão Arterial 2.768 18,9 14.528 14,9 30.174 17,5

Puericultura 1.630 11,2 7.315 7,5 14.236 8,2

Prevenção de câncer cérvico uterino 665 4,6 5.554 5,7 8.876 5,1

Diabetes 403 2,8 2.490 2,6 7.255 4,2 Pré-natal 469 3,2 3.609 3,7 6.372 3,7 DST / AIDS 164 1,1 416 0,4 639 0,4 Hanseníase 26 0,2 172 0,2 600 0,4 Tuberculose 44 0,3 224 0,2 388 0,2 Outros atendimentos 6.169 42,2 34.308 35,3 68.540 40,0 Total de atendimentos 14.618 100,0 97.247 100,0 171.554 100,0

Fonte: SPS / DAB, DATASUS – SIAB, elaboração NUPES/DAPS/ENSP/FIOCRUZ

As solicitações médicas para a realização de exames complementares de qualquer natureza agrupadas em categorias incluem tanto os exames encaminhados para outras unidades de saúde quanto coletados nas próprias USF. Em 2001, foram solicitados 32.112 exames complementares pelo PSF, o equivalente a 23 exames para cada 100 consultas realizadas no ano. Os exames complementares de patologia clínica tiveram o maior número de solicitações médicas (59% do total); entretanto, a média de apenas 13,5 exames por 100 consultas médicas para o município de Vitória é bem inferior à nacional (62 procedimentos complementares em patologia clínica por 100 consultas, conforme o IDB 2001) e a do estado do Espírito Santo (63 exames por 100 consultas). A quantidade de exames de citologia cérvico-vaginal solicitada em 2001 (6.506), correspondeu a cerca de 20% da população feminina em idade fértil cadastrada.

Tabela 132 – Exames complementares solicitados e proporção* de exames por 100 consultas médicas, Vitória (ES), 1999 a 2001

Exames complementares 1999 2000 2001 N % N % N % Patologia clínica 1.865 13,0 9.323 11,9 18.837 13,5 Citológico cérvico-vaginal 572 4,0 4.118 5,3 6.506 4,7 Radiodiagnóstico 165 1,2 1.841 2,4 3.217 2,3 Ultra-sonografia obstetrícia 10 0,1 564 0,7 1.146 0,8 Outros 29 0,2 1.527 2,0 2.406 1,7

Total exames complementares 2.641 18,5 17.373 22,3 32.112 23,0

Fonte: SPS / DAB, DATASUS – SIAB, elaboração NUPES/DAPS/ENSP/FIOCRUZ

*Os valores percentuais apresentados na tabela dizem respeito à relação entre o número de exames solicitados e o total de consultas realizadas no ano.

Na alimentação do SIAB, os encaminhamentos para outros serviços devem ser registrados apenas pelos médicos e são divididos em atendimento especializado (incluindo todas as especialidades médicas), internação hospitalar e atendimento em serviços de urgência/emergência, e não incluem os casos atendidos na própria unidade ou no domicílio do paciente que não foram encaminhados para outros serviços. Observou-se importante

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aumento da proporção de encaminhamentos por consulta médica entre 1999 e 2001. Em 2001, foram realizadas pelos médicos do PSF 10.680 encaminhamentos, o que eqüivaleu a 7,7% do total de consultas prestadas naquele ano. Esses valores se devem principalmente aos atendimentos especializados, responsáveis por 75% dos encaminhamentos. Os encaminhamentos para serviços de urgência/ emergência atingiram em 2001 1,7% das consultas e foi realizada, em média, uma internação hospitalar a cada 500 consultas oferecidas.

Tabela 133 – Encaminhamentos realizados por médicos e proporção de encaminhamentos por consultas no PSF, Vitória (ES), 1999 a 2001

Encaminhamentos 1999 2000 2001 N % N % N % Atendimento especializado 273 1,9 3.247 4,2 8.018 5,8 Urgência / emergência 17 0,1 566 0,7 2.400 1,7 Internação hospitalar 11 0,1 130 0,2 262 0,2 Total 301 2,1 3.943 5,1 10.680 7,7

Fonte: SPS / DAB, DATASUS – SIAB, elaboração NUPES/DAPS/ENSP/FIOCRUZ

O PSF de Vitória também realiza internações domiciliares. Em 2001, foram registradas 45 internações domiciliares (9 vezes mais que 1999).

Tabela 134 – Internações domiciliares realizadas pelo PSF, Vitória (ES), 1999 a 2001

Internação Domiciliar 1999 2000 2001

Quantidade 5 21 45

Fonte: SPS / DAB, DATASUS – SIAB, elaboração NUPES/DAPS/ENSP/FIOCRUZ

As equipes de saúde do PSF realizam outros procedimentos, além de consultas médicas. Em 2001, o número total desses procedimentos foi de 185.535 (7 vezes superior a 1999). Destes, 19% foram aplicações de injeções e outros 19% corresponderam a atendimentos individuais por outros profissionais de nível superior (exceto médicos e enfermeiros). Os atendimentos individuais por enfermeiro, que em 1999 não chegavam a 1% do total de procedimentos, em 2001 somaram 33.884 atendimentos e corresponderam a 18% do total. Os procedimentos coletivos em saúde bucal1 não evoluíram na mesma proporção que os demais procedimentos; em 1999 respondiam por 57% dos procedimentos e em 2001, por 14%, não tendo sequer duplicado em quantidade neste intervalo de tempo. Neste ano, cada equipe realizou cerca de 775 procedimentos coletivos em saúde bucal.

1 Os procedimentos coletivos são um conjunto de procedimentos de promoção e prevenção em saúde bucal de baixa complexidade que dispensam equipamentos odontológicos. Esses procedimentos são compostos por bochechos fluorados (realizados semanalmente), higiene bucal supervisionada e atividades educativas em saúde bucal (ambas realizadas trimestralmente).

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As reuniões realizadas por ACS2 tiveram queda na participação do conjunto de

procedimentos em 2001 devido à redução na quantidade de reuniões em 300 em comparação ao ano anterior. Os ACS realizaram cerca de 3.000 reuniões em 2001, o que correspondeu a uma média de 87 reuniões por ESF. Os atendimentos em grupos de educação em saúde3 realizados por outros profissionais foram cerca de 4 mil, tendo duplicado entre 2000 e 2001. Cada equipe de saúde realizou em média 116 atendimentos em grupos de educação em saúde. A média de atividades em grupos (reuniões e atendimentos em educação em saúde) por usuário em Vitória foi de 0,3. Chama a atenção o elevado número de atendimentos específicos para acidentes de trabalho no ano de 2000 com aproximadamente 2.200 casos. Analisando os meses deste ano, verifica-se que 80% desses casos concentraram-se em junho.

Tabela 135 – Outros procedimentos realizados pelo PSF, Vitória (ES), 1999 a 2001

Procedimentos 1999 2000 2001

N % N % N %

Injeções 1.617 6,3 15.388 14,0 34.937 18,8

Atendimento individual profissional nível superior 2.403 9,3 19.528 17,8 34.936 18,8 Atendimento individual enfermeiro 222 0,9 19.341 17,6 33.884 18,3 Procedimentos coletivos em saúde bucal 14.756 57,0 22.919 20,9 26.342 14,2

Inalações 2.407 9,3 11.980 10,9 23.375 12,6

Curativos 1.873 7,2 9.424 8,6 23.015 12,4

Atendimento grupo educação em saúde 1.407 5,4 2.019 1,8 3.951 2,1

Reuniões 801 3,1 3.241 3,0 2.945 1,6

Retiradas de pontos 131 0,5 1.616 1,5 1.723 0,9

Terapia de reidratação oral 198 0,8 973 0,9 410 0,2

Visita de inspeção sanitária 26 0,1 1.205 1,1 9 0,0

Atendimento específico para acidente de trabalho 25 0,1 2.161 2,0 6 0,0

Sutura 0 0,0 28 0,0 2 0,0

Total 25.866 100,0 109.823 100,0 185.535 100,0

Fonte: SPS / DAB, DATASUS – SIAB, elaboração NUPES/DAPS/ENSP/FIOCRUZ

Os profissionais das ESF, em 2001, realizaram 349.907 visitas domiciliares numa população de 30.366 famílias cadastradas. Segundo o SIAB, portanto, a média mensal de visitas domiciliares por família cadastrada em 2001 no município de Vitória foi de 0,9. Cada família teve em média 11 visitas no ano (1 visita a menos do esperado), sendo a grande maioria das visitas feita pelo ACS (91%). A participação dos médicos nas visitas domiciliares tem sido gradativamente menor. Em 1999, o PSF de Vitória dispunha de apenas 5 médicos, um para cada ESF, o que correspondia a uma média de até 10 visitas

2 As reuniões são realizadas pelos ACS e contam com a participação de 10 ou mais pessoas durante no mínimo 30 minutos. Elas visam disseminar informações, discutir estratégias para solucionar problemas de saúde ou mesmo fomentar a organização comunitária.

3 Os atendimentos em grupo de educação em saúde devem ter pelo menos 10 participantes e durar no mínimo 30 minutos. São realizados por profissionais de nível superior ou de nível médio, e não incluem as atividades educativas promovidas pelos ACS.

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semanais por médico. Com a expansão do PSF nos anos seguintes e, apesar do conseqüente aumento do número de médicos, esta média diminuiu em 5 vezes. Em 2000 eram realizadas de 2 a 3 visitas semanais por médico; em 2001, os 42 médicos das 39 ESF realizaram em média 2 visitas por semana.

Tabela 136 – Visitas domiciliares realizadas pela equipe do PSF, Vitória (ES), 1999 a 2001

Profissionais da ESF 1999 2000 2001

N % N % N %

Profissional de nível médio 5.727 9,8 13.393 6,2 18.742 5,4

Enfermeiro 3.517 6,0 4.824 2,2 7.352 2,1

Médico 2.445 4,2 3.647 1,7 4.722 1,3

Outros prof. Nível superior 1.161 2,0 515 0,2 685 0,2

ACS 45.680 78,0 195.074 89,7 318.406 91,0

Total 58.530 100,0 217.453 100,0 349.907 100,0

Fonte: SPS / DAB, DATASUS – SIAB, elaboração NUPES/DAPS/ENSP/FIOCRUZ

Todos os profissionais das ESF devem registrar os casos de internação hospitalar de residentes nas áreas de abrangência. Contudo, no SIAB estão discriminadas apenas algumas causas. Em 2001, foram registrados as 2.469 hospitalizações, sendo 8% de crianças menores de 5 anos com pneumonia e 4% devido a casos de complicações de diabetes.

Tabela 137 – Internações hospitalares por algumas causas entre a população cadastrada pelo PSF, Vitória (ES), 1999 a 2001.

Hospitalizações 1999 2000 2001

N % N % N %

Pneumonia em crianças < 5 anos 59 23,3 126 8,8 201 8,1

Complicação de diabetes 10 4,0 71 4,9 105 4,3

Hospital Psiquiátrico 20 7,9 47 3,3 49 2,0

Abuso do álcool 0 0,0 21 1,5 47 1,9

Desidratação em crianças < 5 anos 4 1,6 14 1,0 41 1,7

Outras causas 180 71,2 1.204 83,8 2.075 84,0

Total 253 100,0 1.436 100,0 2.469 100,0

Fonte: SPS / DAB, DATASUS – SIAB, elaboração NUPES/DAPS/ENSP/FIOCRUZ

Acompanhamento de grupos prioritários

Os agentes comunitários de saúde devem acompanhar mensalmente o estado de saúde das gestantes cadastradas por meio de visitas domiciliares. Devem-se registrar as datas de vacina, o estado nutricional, as consultas pré-natal, bem como identificar fatores de risco para a gestante. Os dados apresentados no quadro a seguir foram elaborados a partir das fichas B-GES, atualizadas mensalmente. As informações são provavelmente mais acuradas que as das fichas de cadastramento das famílias (ficha A), pois estas, na falta de um sistema informatizado de compilação de dados, são atualizadas apenas anualmente. Isto

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explicaria em parte, por exemplo, a diferença de informações quanto à proporção de mulheres grávidas com menos de 20 anos. A rigor, as informações não se contradizem, mas se complementam. Enquanto as Fichas A informam o número de gestantes cadastradas durante todo o ano, as Fichas B-GES apresentam a quantidade de gestantes cadastradas e acompanhadas por mês e suas respectivas médias mensais para o ano.

Segundo as informações coletadas pelas Fichas B-GES, 653 mulheres grávidas em média foram cadastradas por mês em 2001 no PSF de Vitória, destas, 97% foram acompanhadas por ACS, das quais cerca de 80% realizaram pré-natal antes do terceiro mês de gestação e somente 7% não receberam vacina toxóide tetânico. A proporção de gestantes menores de 20 anos, no ano de 2001 foi de 26% das gestantes cadastradas, um pouco mais elevada que a média estadual. Conforme informações do IDB 2001, a proporção de nascidos vivos no Brasil por mães entre 10 a 19 anos era de 24%; no sudeste, esta parcela era levemente inferior, 20%, e no Espírito Santo, estava em 24%.

Quadro 64 – Características e médias mensais de gestantes cadastradas e acompanhadas pelo ACS, Vitória (ES), 1999 a 2001

Gestantes 1999 2000 2001

N % N % N %

Total de gestantes 131 100,0 419 100,0 653 100,0

Menores de 20 anos 31 23,7 107 25,5 170 26,0

Acompanhadas 127 97,0 408 97,4 634 97,1

Com vacina em dia 120 94,5 369 90,4 588 92,7

Consulta pré-natal no mês 120 94,5 361 88,5 587 92,6

Pré-natal inicio 1º trimestre 103 81,1 292 71,6 499 78,7 Fonte: SPS / DAB, DATASUS – SIAB, elaboração NUPES/DAPS/ENSP/FIOCRUZ

As crianças devem ter acompanhamento prioritário no PSF. Todas famílias cadastradas com crianças menores de 5 anos devem possuir um cartão que permita ao ACS coletar as informações básicas para a prestação de serviços. E para as crianças menores de 2 anos, os ACS utilizam o próprio Cartão da Criança, em posse da família, transcrevendo-o para sua cópia. Com base nas informações acumuladas desses cartões (chamados de cartões-sombra), temos o quadro abaixo.

Os ACS informaram que, em 2001, a média mensal de crianças cadastradas com até 4 meses de idade foi de 515, destas, 79% eram amamentadas exclusivamente de leite materno. Das crianças de até 1 ano (cuja média mensal em 2001 foi de 1.620 cadastradas), 94% estavam com a vacina em dia e cerca de 80% delas eram pesadas mensalmente. Entre as crianças pesadas durante as visitas dos agentes 1,7% estavam desnutridas. A maior ocorrência de desnutrição foi observada entre as crianças de 1 a 2 anos de idade (com

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média mensal de cadastrados em 2001 de 1.765). Cerca de 8% dessas crianças estavam desnutridas. No entanto, boa proporção de crianças nessa faixa etária (94%) estava com o esquema de vacinação em dia.

Entre as crianças menores de 2 anos (cuja média de cadastrados por mês foi de 3.385 em 2001), 25% tiveram infecção respiratória aguda (IRA) – quantidade bastante elevada –, 8,6% sofreram de diarréia, tendo apenas 50% destas usado terapia de reidratação oral (TRO). Observa-se uma redução importante da proporção de crianças com diarréia que usaram TRO de 69% em 1999 para 50% em 2001. Esses dados são preocupantes, tendo em vista que o Espírito Santo tem a maior taxa de mortalidade proporcional por diarréia em crianças menores de 5 anos entre os estados do sudeste (segundo o IDB 2001, 4,5% das causas de óbito nesta faixa etária são causadas por doenças diarréicas no Estado).

Quadro 65 – Características e médias mensais de crianças de até 2 anos cadastradas e acompanhadas pelos ACS, Vitória (ES), 1999 a 2001

Criança por faixa etária 1999 2000 2001

N % N % N %

Até 4 meses 122 100,0 364 100,0 515 100,0

Aleitamento materno exclusivo 90 73,8 276 75,8 407 79,0

Aleitamento misto 29 23,8 71 19,5 96 18,6

Menores de 1 ano 363 100,0 1.073 100,0 1.620 100,0

Com vacina em dia 345 95,0 974 90,8 1.522 94,0

Pesadas 326 89,8 839 78,2 1.291 79,7

Desnutridas 9 2,8 18 2,2 22 1,7

Entre 1 e 2 anos 450 100,0 1.174 100,0 1.765 100,0

Com vacina em dia 418 92,9 1.074 91,5 1.659 94,0

Pesadas 384 85,3 863 73,5 1.327 75,2

Desnutridas 23 6,0 81 9,4 100 7,5

Menores de 2 anos 813 100,0 2.243 100,0 3.385 100,0

Com diarréia 80 9,8 195 8,7 292 8,6

Com diarréia que usaram TRO 55 68,8 99 50,8 146 50,0

Com IRA 195 24,0 499 22,2 841 24,8

Fonte: SPS / DAB, DATASUS – SIAB, elaboração NUPES/DAPS/ENSP/FIOCRUZ

As informações do SIAB para os demais grupos prioritários permitem relacionar o número de casos identificados ou relatados (que se mantiveram ou foram cadastrados por mês) e a proporção de pessoas acompanhadas sistematicamente por ACS No grupo de hipertensos (com o maior número de casos, 7.982), 87% foram acompanhados; entre os diabéticos 89% foram visitados mensalmente por ACS.

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Tabela 138– Pessoas com doenças referidas de grupos prioritários acompanhados pelos ACS e médias mensais de cadastrados, Vitória (ES), 1999 - 2001

Grupos prioritários 1999 2000 2001 N % N % N % Hipertensos 1.233 87,8 4.231 77,7 7.982 86,8 Diabéticos 241 88,0 889 80,7 1.664 88,9 Tuberculosos 6 83,3 23 87,0 36 94,4 Hanseníase 11 90,9 33 93,9 66 93,9

Fonte: SPS / DAB, DATASUS – SIAB, elaboração NUPES/DAPS/ENSP/FIOCRUZ

2.PERCEPÇÃO DOS PROFISSIONAIS DAS ESF QUANTO À ACESSIBILIDADE E GARANTIA DE ATENÇÃO INTEGRAL

Profissionais de nível superior

Em Vitória 95% dos profissionais de nível superior afirmaram que havia central de marcação de consultas especializadas. A quase totalidade dos médicos (97%) afirmou existir sistema de marcação de consultas. Entre os enfermeiros essa proporção foi de 94%. Entre o conjunto de profissionais de nível superior 83% informaram também que o encaminhamento para consultas especializadas era realizado por meio da central de marcação de consultas especializadas. Este foi o mecanismo citado pela maioria dos médicos (77%) e enfermeiros (88%). A utilização de fichas de referência e contra-referência foi apontada por 35% do conjunto dos profissionais. O estabelecimento de cotas de consultas especializadas para cada equipe foi informado por apenas 14% dos profissionais. Do total de profissionais entrevistados 13% afirmaram que a forma de encaminhamento era feita por meio de contato pessoal do médico com colega de outra instituição.

Tabela 139 – Mecanismos para encaminhamento para consultas especializadas por profissionais de nível superior, Vitória (ES), 2002

Forma de encaminhamento Total Médico Enfermeiro

N % N % N %

Pela central de marcação de consultas especializadas 52 82,5 24 77,4 28 87,5 Por ficha de referência e contra-referência 22 34,9 11 35,5 11 34,4 Por estabelecimento de cotas de consultas especializadas

para cada equipe

9 14,3 6 19,4 3 9,4 Por contato pessoal do médico com colega de outra

instituição

8 12,7 5 16,1 3 9,4

Por orientação verbal ao paciente 3 4,8 3 9,7 - -

Por relatório completo do caso 2 3,2 2 6,5 - -

Outro 5 7,9 1 3,2 4 12,5

Fonte: NUPES/DAPS/ENSP/FIOCRUZ

Obs.: A soma dos valores absolutos e relativos ultrapassa o total de respondentes e os 100% respectivamente, porque a questão que deu origem à tabela admite mais de uma resposta.

(10)

A metade dos profissionais de nível superior das ESF (52%) relatou que somente às vezes recebia a contra-referência dos pacientes encaminhados, 32% informaram que nunca recebiam e 11% informaram relato verbal do paciente no retorno. Entre os médicos 36% relataram nunca receber a contra-referência. Entre os enfermeiros este percentual foi de 28%.

Na percepção da maioria dos médicos do PSF em Vitória (71%) os agendamentos para os ambulatórios de média complexidade eram realizados sempre ou na maioria das vezes. Quanto à maternidade, 58% dos médicos informaram que o agendamento conseguia ser realizado sempre ou na maioria das vezes. Cerca da metade dos médicos (52%), informaram que sempre ou na maioria das vezes o serviço de apoio diagnóstico e terapêutico era agendado. A maior dificuldade de agendamento referiu-se aos ambulatórios de alta complexidade: na avaliação da maioria dos médicos das ESF (81%) os agendamentos para estes serviços poucas vezes ou nunca foram conseguidos.

Quadro 66 – Percepção dos médicos do PSF sobre a freqüência da realização do agendamento para outros serviços, Vitória (ES), 2002

Tipos de serviços de saúde Sempre/Maioria das vezes Poucas vezes/Nunca

N % N %

Ambulatórios de média complexidade 22 71,0 9 29,0

Ambulatórios de alta complexidade 4 12,9 25 80,6

Serviço de apoio diagnóstico e terapêutico 16 51,6 14 45,2

Maternidade 18 58,1 10 32,3

Internações 14 45,2 14 45,2

Fonte: NUPES/DAPS/ENSP/FIOCRUZ

Para cerca da metade dos profissionais de enfermagem das ESF em Vitória, sempre ou na maioria das vezes os agendamentos para atendimentos na maternidade (56%), nos ambulatórios de média complexidade (50%) e nos serviços de apoio diagnóstico e terapêutico (50%) eram realizados. Para estes profissionais, maiores dificuldades foram apontadas em relação ao agendamento para internações, maternidade e para os ambulatórios de alta complexidade: 48% consideraram que nunca ou poucas vezes era possível garantir internações, 47% informaram que nunca ou poucas vezes era possível agendar serviços de maternidade e 45% informaram que nunca ou poucas vezes era possível o agendamento para os ambulatórios de alta complexidade.

Para 60% dos profissionais de nível superior do PSF o tempo médio de espera do paciente referenciado para ações especializadas no sistema local de saúde era maior de 15 dias: de 16 a 30 dias para 24% e para 19% de 31 a 60 dias. A maioria dos médicos (65%) informou

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que o tempo médio de espera era maior de 15 dias concentrando-se entre 16 e 60 dias. Vinte e nove por cento dos profissionais não sabiam ou não responderam esta questão. Tabela 140 – Tempo médio de espera do paciente referenciado para ações

especializadas, na percepção dos profissionais de nível superior do PSF, Vitória (ES), 2002

Tempo de espera Total Médico Enfermeiro

N % N % N % 1 a 2 dias - - - - 3 a 6 dias 3 4,8 1 3,2 2 6,3 7 a 10 dias 3 4,8 1 3,2 2 6,3 11a 15 dias 1 1,6 - - 1 3,1 16 a 30 dias 15 23,8 11 35,5 4 12,4 31 a 60 dias 12 19,0 3 9,7 9 28,1 61 a 90 dias 4 6,3 2 6,5 2 6,3 91 a 120 dias 1 1,6 1 3,2 - - Mais de 120 dias 6 9,5 3 9,7 3 9,4

Não sabe/Não respondeu 18 28,6 9 29,0 9 28,1

Total 63 100,0 31 100,0 32 100,0

Fonte: NUPES/DAPS/ENSP/FIOCRUZ

Na avaliação dos profissionais de nível superior havia maior agilidade para realização de exames. Para 59% dos profissionais o tempo médio de espera para a realização de exames foi de até 15 dias. Para 29% dos médicos e para 31% dos enfermeiros o tempo médio de espera foi de apenas 1 a 2 dias.

Tabela 141 – Tempo médio de espera para realização de exames, na percepção dos profissionais de nível superior do PSF, Vitória (ES), 2002

Tempo de espera Total Médico Enfermeiro

N % N % N % 1 a 2 dias 19 30,1 9 29,1 10 31,3 3 a 6 dias 7 11,1 4 12,9 3 9,4 7 a 10 dias 8 12,7 6 19,4 2 6,3 11a 15 dias 3 4,8 - - 3 9,4 16 a 30 dias 6 9,5 5 16,1 1 3,1 31 a 60 dias 1 1,6 - - 1 3,1 61 a 90 dias - - - - 91 a 120 dias 2 3,2 1 3,2 1 3,1 Mais de 120 dias 1 1,6 1 3,2 - -

Não sabe/Não respondeu 16 25,4 5 16,1 11 34,3

Total 63 100,0 31 100,0 32 100,0

Fonte: NUPES/DAPS/ENSP/FIOCRUZ

Em relação ao tempo de espera para internações no sistema local de saúde, destaca-se o alto índice de profissionais que não souberam responder (56%). Entre os médicos 52% não responderam a esta pergunta e 29% responderam que o tempo médio de espera para internações era de 1 a 2 dias.

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Tabela 142 – Tempo médio de espera para internações, na percepção dos profissionais de nível superior do PSF, Vitória (ES), 2002

Tempo de espera Total Médico Enfermeiro

N % N % N % 1 a 2 dias 19 30,2 9 29,0 10 31,3 3 a 6 dias 3 4,8 2 6,5 1 3,1 7 a 10 dias - - - - 11a 15 dias 1 1,6 1 3,2 - - 16 a 30 dias - - - - 31 a 60 dias 1 1,6 - - 1 3,1 61 a 90 dias 4 6,3 3 9,7 1 3,1 91 a 120 dias - - - - Mais de 120 dias - - - -

Não sabe/Não respondeu 35 55,5 16 51,6 19 59,4

Total 63 100,0 31 100,0 32 100,0

Fonte: NUPES/DAPS/ENSP/FIOCRUZ

Para mais da metade (56%) dos profissionais de nível superior do PSF o pronto-socorro era o principal serviço de saúde disponível à população nos finais de semana e feriados, seguido pelo centro de saúde com serviço de urgência (51%). A emergência hospitalar foi mencionada por 40% e apenas 8% dos profissionais afirmaram que o centro de saúde com atendimento noturno estava disponível nos finais de semana e feriados. Para os médicos, os principais serviços de saúde disponíveis nos finais de semana e feriados foram os prontos-socorros e os centros de saúde com serviço de urgência (45%).

Tabela 143 – Serviços de saúde que a comunidade dispõe nos fins de semana e feriados, segundo profissionais de nível superior , Vitória (ES), 2002

Serviço de Saúde N %

Pronto-Socorro 35 55,6

Centro de Saúde com serviço de urgência 32 50,8

Emergência Hospitalar 25 39,7

Centro de Saúde com atendimento noturno 5 7,9

Outros 17 27,0

Fonte: NUPES/DAPS/ENSP/FIOCRUZ

Auxiliares de enfermagem

Apenas 38% dos auxiliares de enfermagem das ESF concordaram muito que a USF é acessível à população cadastrada, embora quase a metade (46%) tenha concordado apenas parcialmente com esta afirmativa.

Cerca de dois terços dos auxiliares de enfermagem discordaram que o PSF: não garante o atendimento em outros serviços de saúde (65%), não garante a realização de exames (66%) e que não fornece medicamentos da farmácia básica de forma suficiente (65%). Quanto à

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internação hospitalar, 41% dos auxiliares de enfermagem discordaram que o PSF não garante internação, embora 28% tenham concordado parcialmente e 17% concordado muito com esta assertiva.

No que se refere à integração do PSF com a rede de serviços de saúde, a tendência dos auxiliares de enfermagem foi avaliar positivamente o acesso a outros serviços e níveis de atenção, ainda que opiniões contrárias também tenham estado presentes, sobretudo no tocante às internações e ao tempo médio elevado entre o agendamento e o atendimento, 37% destes profissionais concordaram em parte e 20% concordaram muito com esta afirmativa.

Quadro 67– Percepção dos auxiliares de enfermagem sobre o acesso das famílias ao atendimento integral à saúde, Vitória (ES), 2002

Percepção sobre PSF Concorda muito Concorda em parte Não concorda Não sabe/não respondeu Total N % N % N % N % N %

A USF é acessível à população cadastrada 29 38,2 35 46,0 8 10,5 4 5,3 76 100,0 Não garante o atendimento em outros

serviços

2 2,6 13 17,1 49 64,5 12 15,8 76 100,0 Não garante a realização de exames 4 5,3 14 18,4 50 65,8 8 10,5 76 100,0 Não garante internação 13 17,1 21 27,6 31 40,8 11 14,5 76 100,0 Não fornece medicamentos da Farmácia

Básica suficientes

8 10,5 13 17,1 49 64,5 6 7,9 76 100,0 Tempo médio entre o agendamento e o

atendimento é elevado

15 19,7 28 36,9 24 31,6 9 11,8 76 100,0 Fonte: NUPES/DAPS/ENSP/FIOCRUZ

Agentes comunitários de saúde

Quanto à acessibilidade das famílias à USF as opiniões dos ACS foram similares as dos auxiliares de enfermagem: 40% dos ACS concordaram muito que a USF era acessível à população cadastrada e 40% concordaram em parte. Todavia 19% discordaram da afirmativa.

Quanto à integração do PSF à rede e ao acesso aos outros níveis de atenção, as avaliações dos ACS foram em geral menos positivas do que as dos auxiliares de enfermagem. As avaliações mais positivas foram quanto ao fornecimento de medicamentos, à realização de exames e à garantia de atendimento em outros serviços. Mais da metade dos ACS (55%) discordou que o programa não fornece medicamentos da farmácia básica de forma suficiente e apenas 18% concordaram com a assertiva. Entre os ACS que discordaram da

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não garantia da realização de exames o percentual foi de 50%. Cerca de 45% dos profissionais discordaram que o PSF não garante o atendimento em outros serviços.

O tempo médio entre o agendamento e o atendimento foi considerado elevado na opinião de 17% dos agentes e metade (51%) concordou em parte com esta afirmativa.

Quadro 68– Percepção dos agentes comunitários de saúde sobre o acesso das famílias ao atendimento integral à saúde, Vitória (ES), 2002

Percepção sobre PSF Concorda muito Concorda em parte Não concorda Não sabe/ não respondeu Total N % N % N % N % N %

A USF é acessível à população

cadastrada 81 40,1 81 40,1 38 18,8 2 1,0 202 100,0 Não garante o atendimento em

outros serviços 26 12,9 71 35,1 91 45,1 14 6,9 202 100,0 Não garante a realização de exames 38 18,8 61 30,2 100 49,5 3 1,5 202 100,0 Não garante internação 54 26,7 62 30,8 72 35,6 14 6,9 202 100,0 Não fornece medicamentos da

Farmácia Básica suficientes 37 18,3 50 24,8 111 54,9 4 2,0 202 100,0 Tempo médio entre o agendamento

e o atendimento é elevado 35 17,3 102 50,5 52 25,7 13 6,4 202 100,0 Fonte: NUPES/DAPS/ENSP/FIOCRUZ

3. PERCEPÇÃO DAS FAMÍLIAS QUANTO À ACESSIBILIDADE E GARANTIA DE ATENÇÃO INTEGRAL

A maioria das famílias assistidas pelo PSF entrevistadas em Vitória (84%) afirmou que diante do mal-estar ou adoecimento de algum de seus membros procurava com mais freqüência um profissional de saúde. Em segundo lugar, nessas ocasiões pediam ajuda a vizinhos ou familiares (5%). Cerca de 4% dos entrevistados informaram tomar chás ou remédios caseiros, 3% mencionaram chamar a ambulância e 2% tomavam remédios da alopatia. Somente três pessoas adscritas às áreas de abrangência das equipes 07 (2) e 06 (1) procurava o ACS. Três pessoas também afirmaram que esperam para ver se melhora. As outras opções – procura uma drogaria ou farmácia e pede ajuda a rezador – não foram mencionadas ou obtiveram menos que 1%. As famílias residentes nas áreas de abrangência das equipes com dificuldades, diante do mal-estar ou adoecimento, proporcionalmente procuravam mais a ajuda de vizinhos ou familiares (73%) e chamavam a ambulância (83%) enquanto aquelas sob a responsabilidade das equipes bem sucedidas proporcionalmente procuravam mais um profissional de saúde (57 %).

Quando algum integrante das famílias entrevistadas precisava do auxílio de um profissional ou serviço de saúde, geralmente procurava em ordem decrescente: a USF ou a

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ESF (56%), pronto-socorro e emergência hospitalar (22%), clínica, ambulatório ou médico de plano de saúde (12%), centro de saúde com serviço de emergência (8%). Duas pessoas mencionaram procurar a clínica, ambulatório ou médico particular que não seja de plano de saúde. Somente uma pessoa, vinculada à área de abrangência da equipe 07, afirmou procurar o ACS quando alguém em sua família precisava de auxílio. Nenhuma família em Vitória assinalou a utilização de recursos como postos de saúde, drogaria ou farmácia. Os profissionais das ESF e a USF foram mencionados por um número maior de pessoas adscritas em todas as equipes, exceto por pessoas adscritas à equipe 03, pois a maioria dos moradores vinculados à esta equipe (60%) mencionou geralmente procurar a clínica ambulatório ou médico de plano de saúde quando precisa de auxílio.

A análise do serviço ou profissional de saúde geralmente procurado quando há necessidade de assistência por grupos de equipes permite identificar que as famílias adscritas às equipes consideradas bem sucedidas proporcionalmente procuram mais a USF (65%) do que as famílias vinculadas às equipes com dificuldades (47%). Deste modo, maiores proporções de famílias vinculadas às equipes com dificuldades buscam atendimento no pronto-socorro e emergência hospitalar (23%), em clínica, ambulatório ou médico de plano de saúde (17%) e em centro de saúde com serviço de urgência (11%).

Tabela 144 – Serviços ou profissionais de saúde geralmente procurados pelas famílias adscritas ao PSF, segundo grupos de equipes selecionadas, Vitória (ES), 2002

Serviços ou profissionais Todas as equipes Equipes bem sucedidas Equipes com dificuldades N % N % N % USF ou ESF 134 55,8 78 65,0 56 46,7

Pronto-socorro e emergência de hospital 53 22,2 26 21,6 27 22,5 Clínica, ambulatório ou médico de plano de saúde 28 11,7 8 6,7 20 16,7 Centro de saúde com serviço de urgência 18 7,5 5 4,2 13 10,8

Hospital 2 0,8 1 0,8 1 0,8

Outro 2 0,8 1 0,8 1 0,8

Clínica, ambulatório ou médico sem plano de saúde 2 0,8 1 0,8 1 0,8

Agente comunitário de saúde 1 0,4 - - 1 0,8

Total 240 100,0 120 100,0 120 100,0

Fonte: NUPES/DAPS/ENSP/FIOCRUZ

Diante do mal-estar ou adoecimento de noite e em finais de semana cerca da metade (51%) das famílias entrevistadas assistidas pelo PSF em Vitória relatou procurar pronto-socorro ou hospital, 27% centro de saúde com serviço de urgência e 11% das famílias procuravam clínica, ambulatório ou médico de plano de saúde. Apenas 2% (5) das famílias procuravam o posto e o centro de saúde, 2% (4) esperavam para ver se melhoravam, 1,7% (4) tomavam remédios da alopatia, 1% (3) pediam ajuda aos vizinhos e familiares, e 1% não respondeu.

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As outras respostas – chamar a ambulância, ir à USF, tomar chás ou remédios caseiros, procurar clínicas, ambulatórios ou médicos particulares sem plano de saúde, e outros serviços – foram assinalados por menos de 1% das famílias. Nem os profissionais da ESF, nem os agentes comunitários de saúde foram mencionados como recursos diante do adoecimento ou mal-estar em períodos noturnos ou durante finais de semana.

Os prontos-socorros e hospitais foram mencionados, proporcionalmente com maior freqüência como recursos de assistência à saúde utilizados em períodos noturnos e em finais de semanas por famílias adscritas às equipes 05 (97%), 02 (80%) e 04 (74%) e às equipes bem sucedidas. O centro de saúde com serviços de urgência foi assinalado por um número maior de famílias vinculadas às equipes 01 (50%), 07 (73%) e 08 (54%) e por famílias residentes nas áreas de abrangência das equipes com dificuldades. A distribuição da freqüência dos outros serviços ou profissionais de saúde procurados pelas famílias diante do mal-estar ou adoecimento de noite ou em finais de semana não apresenta diferenças relevantes entre as equipes.

No mês anterior à realização da pesquisa em 36% das famílias entrevistadas alguém tinha estado doente, com maior concentração nas famílias adscritas às equipes 05 (47%), 06 (40%), 07 (40%) e 02 (40%), mas distribuídas em proporções semelhantes entre os grupos de equipes selecionadas. Em 86 residências 108 moradores estiveram doentes no período assinalado, dos quais 40% consideraram os episódios sem gravidade, 37% como graves e 20% como mais ou menos graves. Episódios de doença graves foram mais assinalados por moradores adscritos à equipe 08 (50% do total de episódios de doença nas famílias da área de abrangência) e ao grupo de equipes com dificuldades.

A maioria (61%) dos residentes que ficaram doentes no mês anterior à realização da pesquisa mencionaram estar curados no momento da entrevista, mas 17% relataram que o estado de saúde não se alterara e 19% consideraram ainda ser cedo para avaliar a evolução da doença. Cerca de 3% dos entrevistados declararam sentir-se pior e localizavam-se nas áreas sob a responsabilidade das equipes 02 (1), 05 (1) e 07 (1). Os moradores cujas doenças mantinham-se inalteradas e aqueles que consideravam ainda ser cedo para avaliar concentraram-se nas áreas de abrangência das equipes com dificuldades.

Entre os 108 episódios de doença ocorridos no mês anterior 92% dos moradores procuraram atendimento. Somente nove moradores mencionaram não ter buscado assistência, os quais estavam adscritos às equipes 02 (2), 03 (2), 05 (1), 07 (3) e 08 (1), e concentravam-se nas áreas de abrangência das equipes com dificuldades.

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Os serviços de saúde mais procurados por residentes que ficaram doentes nos últimos mês e buscaram atendimento foram: USF ou ESF (40%), principalmente por moradores vinculados às equipes 01 (62%) e 06 (48%); pronto–socorro ou emergência hospitalar (19%), por moradores concentrados na área de abrangência das equipes 05 (33%); centro de saúde com serviço de emergência (14%), principalmente por moradores localizados na área adscrita à equipe 06 (29%). É relevante mencionar que em 11% dos casos (11) foi necessário a internação hospitalar, cinco dos quais eram moradores da área de abrangência da equipe 04. Portanto, no conjunto de 37% dos episódios (40) percebidos como graves, 11, sem dúvida, foram efetivamente graves, uma vez que os pacientes foram hospitalizados.

A USF foi o serviço utilizado, proporcionalmente, mais pelos moradores vinculados ao grupo de equipes consideradas bem sucedidas (46%); o pronto-socorro com emergência hospitalar (18%) e o centro de saúde com serviço de urgência (18%) também foram serviços acessados com freqüência por estes moradores. A USF também foi o serviço mais procurado entre os moradores adscritos às equipes com dificuldades (34%) apesar de em menor proporção do que para o conjunto das equipes bem sucedidas. Os moradores vinculados às equipes com dificuldades também acessaram com freqüência o pronto– socorro com emergência hospitalar (21%). É relevante ainda mencionar que o agente comunitário de saúde só foi procurado em um dos episódios de doença ocorridos nos trinta dias anteriores à pesquisa.

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Quadro 69 – Serviços ou profissionais de saúde procurados por moradores adscritos ao PSF que adoeceram no mês anterior à pesquisa segundo grupos de equipes selecionadas, Vitória (ES), 2002

Episódios de doença e serviços procurados Todas as equipes Equipes bem sucedidas Equipes com dificuldades N % N % N % Episódios de doença

Total de episódios de doença 108 100,0 57 100,0 51 100,0 Moradores que não procuraram serviços de saúde 9 8,3 2 3,5 7 13,7 Moradores que procuraram serviços de saúde 99 91,7 55 96,5 44 86,3

Serviços ou profissionais de saúde

USF ou ESF 40 40,4 25 45,5 15 34,1

Pronto-socorro e emergência de hospital 19 19,2 10 18,2 9 20,5 Centro de saúde com serviço de urgência 14 14,1 10 18,2 4 9,1

Hospital (internação) 11 11,1 6 10,9 5 11,4

Postos ou centros de saúde 6 6,1 2 3,6 4 9,1

Clínica, ambulatório ou médico de plano de saúde 6 6,1 1 1,8 5 11,4

Agente comunitário de saúde 1 1,0 - - 1 2,2

Nenhum 1 1,0 - - 1 2,2

Clínica, amb. ou médico particular sem plano de saúde 1 1,0 1 1,8 - - Fonte: NUPES/DAPS/ENSP/FIOCRUZ

Obs.: Suprimidos os tipos de serviços e profissionais sem registro de respostas: drogaria ou farmácia. Na maioria das vezes (77%) os pacientes receberam atendimento no primeiro serviço ou profissional de saúde que procuraram. Nas demais situações os doentes tiveram que procurar mais de um serviço ou profissional de saúde para conseguir atendimento: 9% foram atendidos na segunda vez que buscaram assistência, 2% foram atendidos na terceira vez, 1% foi atendido na quarta vez (situação do morador vinculado à equipe 06), 2% foram atendidos na quinta vez (moradores adscritos à equipe 08) e 8% só conseguiram receber atendimento depois de procurarem seis ou mais vezes profissionais ou serviços de saúde (moradores sob a responsabilidade das equipes 01, 04, 07 e 08).

A comparação das respostas obtidas sobre os serviços ou profissionais de saúde procurados em diferentes circunstâncias – geralmente, durante períodos noturnos ou finais de semana, e devido a episódios de doença ocorridos no mês anterior à pesquisa – permite analisar se a USF funciona como porta de entrada do sistema de saúde. Mais da metade das famílias (56%) entrevistadas informou ser a USF o serviço de saúde que geralmente procurava quando necessitava atenção à saúde, todavia quando indagadas sobre o serviço efetivamente procurado nos episódios de doença ocorridos nos últimos trinta dias proporção inferior de famílias (40%) referiu a USF. Por sua vez nos períodos noturnos ou em finais de semana a USF não era um recurso disponível. Nestes períodos os serviços mais procurados foram o pronto-socorro e emergência hospitalar (51%), seguido por centro

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de saúde com serviço de urgência (27%). Esses recursos também foram mencionados como locais onde as famílias usuárias do PSF procuraram assistência à saúde durante episódios de doença ocorridos nos últimos trintas dias (19% e 14% respectivamente). Os postos ou centros de saúde, embora em pequena proporção, foram mais mencionados por moradores que adoeceram nos últimos trinta dias (6%) do que como serviços utilizados em outras situações.

Onze por cento dos entrevistados mencionaram ter utilizado o hospital durante episódios de doença ocorridos no mês anterior à pesquisa, no entanto este serviço não era de uso regular (menos que 1%). Clínica, ambulatórios ou médicos de plano de saúde eram serviços de saúde procurados geralmente por 12% dos entrevistados. Todavia, menor proporção de entrevistados (6%) relatou ter acessado este serviço durante episódios de doença ocorrido nos últimos trinta dias.

Quadro 70 – Percentuais de utilização de serviços de saúde em circunstâncias diversas por famílias adscritas ao PSF, Vitória (ES), 2002

Serviços ou profissionais de saúde Uso regular Durante episódios de doença no mês anterior Em período noturnos ou final de semana USF ou ESF 55,8 40,4 0,4

Pronto-socorro e emergência de hospital 22,2 19,2 51,3

Clínica, ambulatório ou médico de plano de saúde 11,7 6,1 10,8

Centro de saúde com serviço de urgência 7,5 14,1 27,4

Postos ou centros de saúde - 6,1 2,1

Hospital 0,8 11,1 *

Clínica, ambulatório ou médico privado 0,8 1,0 0,8

Agente comunitário de saúde 0,4 1,0 -

Drogaria ou farmácia - - -

Outros ** 0,8 - 5,9

Nenhum - 1,0 -

Não respondeu - - 1,3

Total (N) 240 99 240

Fonte: NUPES/DAPS/ENSP/FIOCRUZ

* Na pergunta sobre utilização de serviços de saúde em caso de adoecimento ou mal-estar durante períodos noturnos ou finais de semana os hospitais não constituíam uma opção de resposta isolada.

** Inclui: espera para ver se melhora, chama ambulância, toma chás ou remédios caseiros, toma medicamentos alopáticos, pede ajuda a vizinhos ou familiares e outro.

Para a constituição da USF como porta de entrada, o primeiro requisito é que a unidade seja acessível à população adscrita. A grande maioria (99%) das famílias assistidas pelo PSF entrevistadas em Vitória afirmou conhecer o local onde funcionava a USF. Apenas três das 240 famílias entrevistadas informaram que não conheciam o local da USF, e estavam adscritas à área de abrangência das equipe 01. Entre as 235 famílias que conheciam o localização da USF, 94% afirmaram ser fácil chegar ao local, 5% mencionaram ter dificuldades de chegar até o local da USF por motivos de saúde e de

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ordem física e somente 1% (3) informou que o local era de difícil acesso. A grande maioria das famílias (95%) que conheciam o local de funcionamento do PSF se deslocava a pé até a unidade e cerca de 3% utilizavam ônibus, carro, trem e bicicleta.

Durante o mês anterior à realização da pesquisa 57% das famílias (133) entraram em contato para atendimento com algum profissional da ESF. Esta proporção foi superior entre os moradores vinculados às equipes 02 (79%), 06 (73%), 04 (69%) e 05 (66%). Em cerca de 40% das famílias nenhum membro recebeu atendimento por profissionais do PSF, percentual que se eleva entre as famílias adscritas às equipes 07 (66%) e 08 (57%) . Nos trinta dias anteriores à pesquisa as famílias sob a responsabilidade das equipes bem sucedidas, proporcionalmente, entraram mais em contato para atendimento com a ESF. Entre os profissionais da ESF contatados no mês anterior à pesquisa por membros das famílias entrevistadas, 39% eram médicos e 10% enfermeiros. Para este período os moradores adscritos às equipes 01 (52%) e 04 (57%) apresentam percentuais mais elevados de pessoas que entraram em contato com profissionais médicos. Já os moradores vinculados às equipes 07 (31%), 05 (16%) e 03 (12%) apresentam proporções mais elevadas que a média de pessoas que contataram enfermeiros no mês anterior à pesquisa. A proporção de encaminhamentos realizados pela ESF em seus atendimentos é indicativa da resolutividade da equipe. Das 133 famílias em que pelo menos um de seus membros entrara em contato com qualquer um dos profissionais da ESF nos últimos trinta dias, 14% (18) precisara procurar algum outro serviço seja para a realização de consulta, exame ou internação, enquanto 81% não precisou procurar outro serviço, 4% não respondeu a pergunta e menos de 1% não sabia informar. Entre os motivos de procura de outros serviços após atendimento por qualquer profissional da ESF nos últimos 30 dias, 44% foram: para consulta médica, 33% para realizar exames e 22% para internação.

Para analisar a proporção de encaminhamentos serão consideradas apenas as referências para consultas médicas e internações dos atendimentos realizados por médico e enfermeiro nos 30 dias anteriores à pesquisa. Considerando-se apenas estes atendimentos observou-se proporção de 12% de encaminhamentos, isto é, entre os 98 atendimentos realizados por médicos e enfermeiros, em doze famílias pelo menos um morador fora encaminhado para outro serviço de saúde, sendo 8% (8) para consulta médica e 4% (4) para internação ou cirurgia. Os casos não resolvidos foram localizados, proporcionalmente, com maior freqüência entre as famílias adscritas às áreas de abrangência das equipes com dificuldades (cerca de 18%).

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Quadro 71 – Proporção de encaminhamentos para outros serviços de saúde, entre as famílias atendidas por médico e enfermeiro do PSF, nos 30 dias anteriores à pesquisa, adscritas a grupos de equipes selecionadas, Vitória (ES), 2002

Motivos de encaminhamentos Todas as equipes Equipes bem sucedidas Equipes com dificuldades N % N % N % Consulta médica 8 8,2 3 5,2 5 12,5 Internação ou cirurgia 4 4,0 2 3,4 2 5,0 Total 12 12,2 5 8,6 7 17,5

Fonte: NUPES/DAPS/ENSP/FIOCRUZ

Entre as famílias atendidas por qualquer profissional nos últimos 30 dias a maioria dos serviços de saúde para os quais os moradores foram encaminhados ou que tiveram que dirigir-se para realizar exames eram públicos, sendo: 44% municipais, 22% estaduais. Cerca de 28% informaram que o serviço era público mas não sabiam de qual esfera governamental. Não foram encaminhados pacientes para serviços privados e filantrópicos. A maioria dos pacientes encaminhados pela equipe 01 e todos da equipe 03 foram para serviços públicos municipais. Os pacientes encaminhados pela equipe 08 e o único encaminhado pela equipe 06 foram para serviço de natureza pública, mas não sabiam informar de qual esfera governamental. Já a equipe 07 encaminhou seus pacientes para serviços públicos municipal (1) e estadual (2). O único paciente encaminhado pela equipe 02 foi para serviço público estadual e o único paciente encaminhado pela equipe 05 foi para público municipal.

As equipes consideradas bem sucedidas e as com dificuldades encaminharam seus pacientes para os diferentes serviços de natureza pública estadual e municipal em proporções semelhantes.

Tabela 145 – Natureza do serviço procurado por pacientes encaminhados para diversas finalidades pela ESF segundo famílias adscritas a grupos de equipes selecionadas, Vitória (ES), 2002

Natureza do serviço de saúde Todas as equipes Equipes bem sucedidas Equipes com dificuldades N % N % N % Público municipal 8 44,4 4 44,4 4 44,4 Público estadual 4 22,2 2 22,2 2 22,2

Público, não sabe a esfera 5 27,8 2 22,2 3 33,3

Outro 1 5,6 1 11,1 -

Total 18 100,0 9 100,0 9 100,0

Fonte: NUPES/DAPS/ENSP/FIOCRUZ

Obs.: Suprimidas as opções de serviços que não obtiveram nenhum registro: federal, privado, filantrópico, não sabe se é público ou privado, não respondeu e indefinido.

Todavia, na percepção geral dos moradores a resolutividade das ESF não era tão elevada. Para cerca de 76% (178) das 233 famílias entrevistadas em que pelo menos um dos

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integrantes já entrara em contato com profissionais da ESF o atendimento era resolutivo. Isto é, os entrevistados afirmaram que conseguiam resolver o problema de saúde na atendimento e não precisavam procurar especialista. Esse percentual era igual ou superior a 79% entre as famílias adscritas às equipes 01 (79%), 02 (86%), e 03 (86%). A percepção de resolutividade foi similar entre as famílias vinculadas às equipes bem sucedidas e com dificuldades.

Cerca de 23% informaram não conseguir resolver o seu problema de saúde na USF e precisar procurar um especialista, percentual superior ao número de moradores atendidos nos últimos 30 dias que foram encaminhados por médicos e enfermeiros para consultas médicas e internações ou cirurgia (12%). Um terço das famílias adscritas à equipe 06 (37%) perceberam como não resolutivo o atendimento da ESF já que consideraram precisar procurar um especialista.

Quanto a outros procedimentos, cerca de 59% das famílias entrevistadas, onde pelo menos um morador já tinha sido atendido por profissionais da ESF, informaram que geralmente conseguiam realizar todos os exames. Proporção mais elevada foi observada entre os moradores adscritos às equipes 04 (77%) e 05 (86%), e às equipes bem sucedidas. Vinte e dois por cento informaram conseguir realizar alguns exames, 6% não conseguiram realizar qualquer exame, 12% nunca precisaram realizar exames e menos de 1% não respondeu a pergunta. Os entrevistados que informaram não conseguir realizar qualquer exame concentravam-se nas áreas de abrangência das equipes 01 e 07, nas quais representavam 24% e 10%, respectivamente, do conjunto de famílias em que pelo menos um de seus integrantes já fora atendido por profissionais da ESF, e proporcionalmente, estavam mais adscritos às equipes bem sucedidas.

O acesso aos medicamentos era mais difícil: somente 32% da famílias entrevistadas informaram receber todos os medicamentos, 55% geralmente recebiam alguns medicamentos, 9% nunca tinha precisado e 5% não recebiam qualquer medicamento. Estas últimas 11 famílias distribuem-se nas áreas de abrangência das equipes 01 (3), 05 (3) e 07 (3), 06 (1) e 08 (1). A dificuldade de acesso aos medicamentos predominou entre as famílias sob a responsabilidade das equipes bem sucedidas nas quais apenas 28% conseguiam obter todos os medicamentos (situação de 36% das famílias vinculadas às equipes com dificuldades). Já entre as famílias que recebiam alguns medicamentos a situação era mais favorável nas áreas sob a responsabilidade das equipes bem sucedidas (64%), enquanto nas áreas vinculadas às equipes com dificuldades 46% das famílias

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entrevistadas recebia alguns medicamentos. Das 20 famílias que mencionaram nunca ter precisado de medicamentos, 12 estavam adscritas à equipe 03.

Em síntese, a maioria das famílias vinculadas tanto às equipes consideradas bem sucedidas (76%) quanto as adscritas às equipes com dificuldades (76%), considerou o atendimento resolutivo, não existindo diferenças substantivas de resolutividade do atendimento entre os grupos de equipe selecionadas. Quanto à realização de exames, a maioria (82%) das famílias avaliou que geralmente conseguia realizar todos ou alguns os exames e 87% informara que recebiam todos ou alguns medicamentos quando eram atendidos pela ESF. A situação de acesso aos exames e medicamentos proporcionalmente, foi pior entre as famílias adscritas às equipes com dificuldades.

Quadro 72 – Resolutividade do atendimento, realização de exames e obtenção de medicamentos das famílias usuárias* do PSF entrevistadas, adscritas a grupos de equipes selecionadas, Vitória (ES), 2002

Resolutividade e acesso das famílias Todas as equipes Equipes bem sucedidas Equipes com dificuldades N % N % N % Resolutividade atendimento Sim 178 76,4 90 76,2 88 76,5

Não, precisou procurar especialista 53 22,7 28 23,7 25 21,7

Não respondeu 2 0,9 - - 2 1,7

Exames

Realizam todos 138 59,2 74 62,7 64 55,7

Realizam alguns 51 21,9 24 20,3 27 23,5

Não conseguem realizar nenhum 14 6,0 9 7,6 5 4,3

Nunca precisou 28 12,0 11 9,3 17 14,8

Não respondeu 2 0,9 - - 2 1,7

Medicamentos

Recebem todos 74 31,8 33 27,9 41 35,7

Recebem alguns 128 54,9 75 63,6 53 46,1

Não recebem nenhum 11 4,7 4 3,4 7 6,1

Nunca precisou 20 8,6 6 5,1 14 12,1

Fonte: NUPES/DAPS/ENSP/FIOCRUZ

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