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Pragas do eucalipto. Germi Porto Santos 1 José Cola Zanuncio 2 Terezinha Vinha Zanuncio 3 Evaldo Martins Pires 4

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Pragas do eucalipto

Germi Porto Santos1

José Cola Zanuncio2 Terezinha Vinha Zanuncio3

Evaldo Martins Pires4

1

Engo Florestal, D.Sc., Pesq. EMBRAPA/EPAMIG-CTZM, Caixa Postal 216, CEP 36570-000 Viçosa-MG. Correio eletrônico:germi@epamig.ufv.br 2

Engo Florestal, Ph.D., Prof. Tit. UFV - Depto Biologia Animal, CEP 36570-000 Viçosa-MG. Correio eletrônico: zanuncio@ufv.br 3Bióloga, Pós-Doc, UFV - Depto Biologia Animal, CEP 36570-000 Viçosa-MG. Correio eletrônico: tvzanuncio.ufv.br

4Biólogo, Doutorando em Entomologia UFV - Depto Biologia Animal, CEP 36570-000 Viçosa-MG. Correio eletrônico: evaldo.pires@gmail.com

Resumo - A cultura do eucalipto representa um dos melhores empreendimentos do setor do agronegócio brasileiro. O gênero Eucalyptus é originário da Austrália e engloba mais de 600 espécies que se adaptam aos mais variados tipos de clima e solo. Sua madeira é a principal fonte de matéria-prima para as indústrias de papel e celulose e siderurgia. A exploração dessa cultura caracteriza-se por extensos plantios homogêneos, contínuos e, muitas vezes, engloba vários ecossistemas. Paralelamente ao incremento das áreas plantadas, problemas relacionados com danos de pragas intensificaram-se, por causa de vários artrópodes herbívoros nativos da família Myrtaceae, que migraram para essa cultura. Atualmente, existem centenas de insetos associados ao eucalipto, desde a fase de viveiro até o final do ciclo. Entre os desfolhadores, destacam-se as formigas-cortadeiras, os lepidópteros e os coleópteros, além de danificadores de raízes, broqueadores de tronco e os sugadores de seiva, representados pelos psilídeos e, mais recentemente, a incidência de ácaros. Como essa cultura é estratégica para vários setores da economia, faz-se necessário que medidas de prevenção e monitoramento sejam adotadas para garantir a sua sustentabilidade.

Palavras-chave: Eucalyptus spp. Cupim. Formiga. Desfolhador. Broca. Sugador. Ácaro.

INTRODUÇÃO

Dos mais de 5 milhões de hectares re-florestados no Brasil, destacam-se as espé-cies pertencentes aos gêneros Eucalyptus e Pinus, responsáveis, respectivamen-te, por 52% e 30% de toda área plantada. Para atender à demanda dos consumido-res dessa matéria-prima, faz-se necessário que a floresta apresente produvidade com-patível e seja conduzida por manejo sus-tentado que elimine ou amenize os fatores limitantes. No Brasil, as pragas estão entre os organismos deletérios mais importantes para o setor florestal.

Atualmente, além dos insetos daninhos já conhecidos como as pragas de viveiros

florestais, formigas-cortadeiras, lagartas e besouros desfolhadores, destacam-se novas pragas nativas e exóticas intro-duzidas. Nesse grupo, somente, à cultu-ra do eucalipto, citam-se os gorgulhos

Gonipterus gibberus e Gonipterus scutellatus (Coleoptera: Curculionidae), a

broca-do-tronco Phoracantha semipunctata (Coleoptera: Cerambycidae), os psilídeos

Glycaspis brimblecombei, Ctenarytaina eucaliptii, C. spatulata, e Blastopsylla occidentalis (Hemiptera: Psyllidae) e, mais

recentemente, a microvespa-do-citriodora

Epichrysocharis burwelii (Hymenoptera:

Eulophidae).

Pesquisas envolvendo conhecimento

da história de vida, flutuação populacional, níveis de danos e manejo integrado são de fundamental importância para garantir a sustentabilidade do setor florestal em nosso país.

PRAGAS DE VIVEIRO

A produção de uma muda dentro dos padrões de qualidade requeridos possibi-lita o sucesso de uma floresta, sendo o su-porte para as outras etapas subseqüentes na escala produtiva. Por ser bastante frá-gil, a muda está à mercê de fatores adversos e os insetos podem, em determinadas cir-cunstâncias, provocar prejuízos irrepa-ráveis aos viveiros florestais, se medidas

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preventivas e curativas não forem toma-das.

Insetos associados a viveiros clonais

Atualmente a produção de mudas, na maioria das empresas reflorestadoras, ocorre por via assexuada, em ambientes protegidos, onde alguns grupos de in-setos, comuns em viveiros de produção de mudas por sementes, passam a não cons-tituir problema. Ocorrem em viveiros clo-nais, insetos sugadores, desfolhadores e danificadores de raízes. Entre esses, citam-se: pulgão - Toxoptera aurantii; cochonilha Eriococus sp.; moscabranca

Dialeurodicus tesselatus; moscadoviveiro -Bradysia coprophila, Scythropochroa sp. e Sciara spp.; ácaros - Olygonychus yothersi, Olygonychus ilicis, Olygonychus punicae, Te t r a n y c h u s u r t i c a e e Rhombacus eucalypti.

A m o s c a - d o - v i v e i r o B r a d y s i a

coprophila Lintner 1895 (Diptera:

Scia-ridae) é citada como praga de várias plantas cultivadas em casas de vegetação (Fig. 1). Foi registrada pela primeira vez no Brasil, em 1991, ao atacar estacas de eucalipto. Insetos deste grupo possuem ampla distribuição geográfica, abrangendo 172 espécies de 18 gêneros, sendo 26 descritas recentemente. O enraizamento de estacas é uma técnica muito utilizada na produção de mudas de eucalipto e requer ambiente úmido e quente, condição que favorece o aparecimento desses agentes, cujas larvas desenvolvem-se em matéria orgânica, solos e material sem vida e são conhecidas como

fungus gnatus. A fêmea põe, em média, 19

ovos no solo, dispostos em grupos ou isolados, que, quando férteis, são de co-loração amarelo-clara, tornando-se pardos próximo à eclosão, com viabilidade de 42% a 48% e período de incubação de 2 a 6 dias. A fase larval passa por quatro está-dios com duração média de 15 dias e o ciclo de ovo a adulto de 18 dias e meio.

Há poucos registros sobre ocorrência de ácaros em plantios de eucalipto, no Bra-sil. Espécies como Olygonychus yothersi,

Olygonychus ilicis; Olygonychus punicae, Tetranychus urticae foram citadas sobre

essa cultura, em diversas regiões. Todavia, a primeira informação de danos por esse grupo de praga foi registrada em outubro de 2003, em Martinho Campos, MG, onde

Rhombacus eucalypti provocou dano de

8%-10% em mudas clonais, em casa de vegetação. A infestação deu-se por dano em reboleira, as folhas apresentaram si-nais de sucção, com coloração geral escura e as mais velhas ficaram encarquilhadas e caíram facilmente.

Insetos associados à

produção de mudas por via sexuada

Lagarta-rosca

Agrotis ipisilon Hufnagel, 1767

(Lepidoptera: Noctuidae)

As lagartas (Fig. 2) possuem o hábi-to de se abrigarem, durante o dia, entre os recipientes, sob detritos ou outros escon-derijos. À noite, seccionam as mudas na região do coleto, para delas se alimenta-rem. O dano é mais significativo na fase inicial, quando o caule da muda não está lignificado. Em sistema de produção de mu-das, utilizando-se plataformas suspensas e recipientes tipo tubetes, casas de ve-getação e micropropagação, os danos por esse grupo de insetos têm diminuído. Os adultos são mariposas de atividade cre-puscular, possuem envergadura em torno de 40-50 mm, asas anteriores marrons com manchas pretas e posteriores, semitrans-parentes; antenas filiformes ou levemente

pectinadas (Fig. 3). A fêmea põe em mé-dia mil ovos de coloração branca. A fase larval dura em torno de 30 dias, sendo as lagartas de coloração pardo-acinzentado-escura, e podem atingir 45 mm em seu desenvolvimento máximo. O hábito de se enrolarem, quando tocadas, originou-lhes o nome lagarta-rosca. A pupação ocorre no solo e essa fase apresenta duração mé-dia de 15 mé-dias.

Figura 1 - Bradysia coprophila FONTE: University of Illinois (2004).

Figura 2 - Lagarta de Agrotis ipsilon FONTE: University of Florida (2006).

Figura 3 - Agrotis ipsilon

FONTE: Canadian Biodiversity Information Facility (2003).

John L. Capinera

Spodoptera latifascia (Walker, 1856)

(Lepidoptera: Noctuidae)

Sua ocorrência em viveiros de eucalip-to é esporádica e a incidência de elevada população é preocupante, diante da sua voracidade sobre plantas, ainda, em estádio inicial de formação. Os adultos são bastan-te parecidos, com envergadura média de 35 mm e antenas filiformes (Fig. 4). Na fê-mea, as asas mesotorácicas são de tona-lidades escuras, mescladas por manchas negras e claras, de maneira irregular, dando a impressão de mosaico. No macho, a

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colo-ração deste par é amarelada com manchas pardas. A fêmea põe, em média, 2.016 ovos, com período embrionário de 4 a 8 dias. A lagarta apresenta, na fase inicial, cor-po escuro com listras longitudinais de coloração amarelada e branca; possui de seis a sete estádios, atingindo o compri-mento de 40 mm em seu desenvolvicompri-mento máximo. A pupa é marrom-escura, mede 20 mm de comprimento e dura 16,6 e 14,8 dias para machos e fêmeas, respectivamente.

diferem dos machos por possuírem longo ovipositor. A fase jovem apresenta seis es-tádios e cada geração dura cerca de 70 dias.

siderados benéficos, por atuarem na de-composição da matéria orgânica, colabo-rando na ciclagem dos minerais, destacam-se como organismos dos mais daninhos às culturas florestais (Fig. 7). A cultura do eucalipto é afetada por cupins desde as mudas plantadas no campo, até árvores adultas. Apenas 10% das espécies de cu-pins, descritas no mundo, são, econo-micamente importantes em empreen-dimentos florestais e consideradas pragas. As principais espécies que atacam o eucalipto, no Brasil, pertencem às famí-lias Kalotermitidae, Rhinotermitidae e Termitidae. Na região neotropical, as es-pécies de eucalipto apresentam elevada mortalidade, nos estádios iniciais do es-tabelecimento da cultura, além de danos em árvores vivas e em cepas, em conse-qüência ao ataque de cupins. As espécies mais suscetíveis são: E. tereticornis, E.

grandis, E. citriodora e E. robusta.

Figura 4 - Spodoptera latifascia

FONTE: Mississipi State University (2006).

Jim Vargo

Grilo

Gryllus assimilis Fabricius, 1775

(Orthoptera: Gryllidae)

Paquinha

Gryllotalpa hexadactyla (Perty, 1832)

(Orthoptera: Gryllotalpidae) Esses insetos apresentam danos seme-lhante aos da lagarta-rosca. Durante o dia, escondem-se em abrigos diversos e, pre-ferencialmente, à noite, danificam as mudas, alimentando-se de folhas, caules e raízes. Além dos danos diretos às plantas, es-cavam galerias subterrâneas ao longo dos canteiros, atingindo vários recipientes. Os danos diferem do de lagarta-rosca por ocorrerem de maneira desuniforme, quan-do os da primeira, normalmente, são em reboleiras.

Os grilos, quando adultos (Fig. 5), pos-suem coloração escura e medem em torno de 25 mm de comprimento. Possuem per-nas anteriores e médias, ambulatórias, e, posteriores, do tipo saltatória. As fêmeas

Figura 5 - Gryllus assimilis FONTE: Insect. CZ (2002).

Figura 6 - Gryllotalpa hexadactyla FONTE: eNature (2003).

As paquinhas (Fig. 6) apresentam bio-logia semelhante à dos grilos. Possuem patas anteriores fossoriais, intermediá-rias ambulatóintermediá-rias e posteriores do tipo sal-tatórias. Medem em torno de 30 mm e possuem coloração pardo-escura. As fê-meas fazem posturas em ninhos sub-terrâneos e as formas jovens eclodem após duas semanas, desprovidas de asas e olhos. As ninfas de estádios mais avan-çados provocam os maiores prejuízos.

Brian Kenney

PRAGAS DAS RAÍZES Cupins subterrâneos

Syntermes insidians Silvestri, 1946 (Isoptera: Termitidae) Syntermes molestus (Burmeister, 1839) (Isoptera: Termitidae) Embora os cupins possam ser

con-Figura 7 - Forma alada de Syntermes sp. FONTE: ESALQ (2004j).

Syntermes incidians e Syntermes molestus são as duas principais espécies

que ocorrem em plantios de eucalipto e po-dem, em condições especiais, constituir problema em viveiros. Até alguns anos atrás, a aldrinização era uma operação sis-tematizada nos plantios de eucalipto. To-davia, depois que pesquisas mostraram que a mortalidade ocorrida no campo, lo-go após o plantio, não era devida somente aos cupins, mudou-se o paradigma e, atualmente, a aldrinização é realizada em situações peculiares. Os cupins vivem em ninhos subterrâneos, localizados a

pro-Joseph Dvorák

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fundidades que variam de 20 cm a mais de 4 m e comunicam-se com o exterior por meio de galerias que se abrem em orifícios circulares de 5 a 8 mm de diâmetro, à su-perfície do solo. São conhecidos também por formigas brancas. Alimentam-se de pro-dutos à base de celulose, cuja digestão é feita com a ajuda de protozoários fla-gelados. PRAGAS DO TRONCO Coleópteros Serradores e broqueadores P h o r a c a n t h a s e m i p u n c t a t a (Fabricius, 1775) (Coleoptera: Cerambycidae)

Phoracantha recurva Newman,

1840 ) (Coleoptera: Cerambycidae)

Achryson surinamum (Linnaeus 1767),

(Coleoptera: Cerambycidae)

Stenodontes spinibarbis Linnaeus,

1758 (Coleoptera: Cerambycidae)

Neoclytus pusillus (Laport & Gory,

1836) (Coleoptera: Cerambycidae)

Psyllotoxus griseocinctus Thomson,

1858 (Coleoptera: Cerambycidae)

Mallodon spinibarbis (Linnaues 1758)

(Coleoptera: Cerambycidae)

C r a t o s o m u s s t e l l i o O l i v . , 1 8 0 7

(Coleoptera: Curculionidae) Os danos provocados por essas es-pécies são semelhantes e a incidência de ataque é maior em plantas decadentes e doentes. As fêmeas depositam os ovos em galhos vivos na planta, em galhos caídos ou em fendas da casca e após a eclosão, as larvas penetram no tronco constroem galerias nas mais variadas direções. Em algumas espécies, os adultos oriundos de larvas que se desenvolveram em galhos fora da planta, passam a roletar outros galhos e, também, a parte apical de plantas vivas. Os sintomas de ataque são caracterizados pelo amarelecimento das folhas, brotações laterais na base e brotações subapicais,

exsudações e galerias ao longo do tronco e, dependendo do nível de infestação, leva a planta à morte.

Phoracantha semipunctata (Fig. 8) e Phorachantha recurva (Fig. 9) são

es-pécies nativas da Austrália e Papua Nova Guiné. Encontram-se disseminadas em vários países do mundo, sendo consi-derada uma das principais pragas do tron-co de eucalipto. São registrados tron-como hospedeiros Eucalyptus botryoides,

E. camaldulensis, E. diversicolor, E. globulus, E. gomphocephala, E. grandis, E. leucoxylon, E. longifolia, E. maculata, E. microcorys, E. multiflora, E. oleosa, E. paniculata, E. pilularis, E. racemosa, E. resinifera, E. saligna, E. sideroxylon, E. trianth, E. umbellata e E. viminalis.

As espécies mais suscetíveis são E.

c a m a l d u l e n s i s , E . g l o b u l u s , E . gomphocephala e E. viminalis, sendo E. odorata referida como espécie

resisten-te.

Apresentam biologias semelhantes, sendo os adultos muito parecidos e, pela morfologia externa, é difícil a separação dessas duas espécies. O adulto de P.

semipunctata mede de 16-30 mm, possui

co-loração marrom-avermelhada, com manchas claras na região mediana dos élitros. No ma-cho, as antenas são mais longas que o comprimento do corpo. A postura é realiza-da em plantas mortas ou debilitarealiza-das e a lar-va, após a eclosão, constrói galerias re-gulares e, quando madura, perfura, obli-quamente o tronco para realizar a pupação. Por se tratar de uma broca que pode causar enormes danos econômicos à eu-caliptocultura, como já aconteceu nos paí-ses onde foi introduzida, é imprescindível que as empresas florestais mantenham vistorias em suas áreas plantadas, visando detectar a possível presença desse inseto.

Achryson surinamum (Fig. 10)

apre-senta adultos de coloração clara com pubescência e desenhos castanho-escuros nos élitros. Medem em torno de 20 mm de

Figura 8 - Phoracantha semipunctata FONTE: Zoological Institute of Russian

Academy of Sciences (2007).

Figura 9 - Phoracantha recurva FONTE: Insectdealer.de (2007).

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comprimento. As larvas são ápodas, bran-cas e medem 20 mm.

Stenodontes spinibarbis são besouros

grandes, que medem 55 mm de compri-mento, coloração marrom-escuro-brilhan-te. Apresenta larvas ápodas de coloração branca que medem em torno de 60 mm de comprimento (Fig. 11).

aparência e nos tipos de comportamento biológico e daninho. Possuem corpo cilíndrico, coloração geral parda ou preta, comprimento que varia de 0,5 a 1,0 mm (Scolytidae) e 4 a 6 mm (Platypodidae), com élitros punctuados em fileiras com cerdas esparsas e cabeça escondida sob o pronoto, quando vistos de cima. São adaptados a uma vida críptica dentro de tecidos vegetais. Raramente atacam plan-tas vivas e suas larvas alimentam-se de fungos cultivados em suas galerias e, por isso, recebem o nome besouro-ambrosia. O ataque inicia-se em plantas enfraque-cidas ou sob estresse e a infestação, nor-malmente, leva a planta à morte. O sintoma de dano evidencia-se pelo amarelecimento das folhas, de maneira descendente, que permanecem por algum tempo presas à planta. Além da grande quantidade de galerias, que atravessam o xilema e blo-queiam a seiva, acredita-se que o fungo cultivado pelo inseto também contribua no processo daninho. Premmobius cavipennis foi detectada em São João do Paraíso, MG, em 1989, em Eucalyptus pellita com três anos de idade, em 586 hectares junto a outras duas espécies de coleópteros.

Platypus sulcatus (Fig. 13) foi citada

em plantios de eucalipto em SP, RS e PR, danificando, principalmente, pomares porta-sementes de Eucalyptus urophylla.

Figura 10 - Achryson surinamum FONTE: Galerie Insecte (1989).

P.

Deschamps

Figura 11 - Stenodontes spinibarbis FONTE: Insect-Sale (2007).

Neoclytus pusillus, associada com dois

coleópteros das famílias Scolytidae e Bu-prestidae, provocaram danos em 586 ha de

Eucalyptus pellita com três anos de idade

no município de São João do Paraíso, MG, em 1989, ocasionando a morte de 95% das plantas.

P s y l l o t o x u s g r i s e o c i n c t u s t e v e

ocorrência marcante no DF, em 1979, em povoamentos de E. urophylla e E.

camaldulensis, provocando dano em 15%

das plantas.

Besouros-de-ambrosia

Corthylocurus vernaculus Schedl

1951 (Coleoptera: Scolytidae)

Hyphothenemus obscurus (Fabricius,

1801) (Coleoptera: Scolytidae)

Monarthrum cristatus Blandford 1905

(Coleoptera: Scolytidae)

Premnobius cavipennis Eichhoff, 1867

(Coleoptera: Scolytidae)

Sampsonius dampfi Schedl, 1940

(Coleoptera: Scolytidae)

Xyleborus affinis Eichhoff, 1868

(Coleoptera: Scolytidae) (Fig. 12)

Xyleborus paraguayensis Schedl,

1949 (Coleoptera: Scolytidae)

Xyleborus spinulosus Blandford, 1898

(Coleoptera: Scolytidae)

Platypus sulcatus (Chapuis, 1865)

(Coleoptera: Platypodidae)

Figura 12 - Xyleborus affinis

FONTE: Bark and Woods Boring Beetles of the World (2006).

Os representantes de Scolytidae e Platypodidae apresentam afinidades na

Figura 13 - Platypus sulcatus

FONTE: European and Mediterranean Plant Protection Organization (2004).

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Descorticadores e danificadores de ponteiro

Lampetis instabilis (Castelnau &

Gory, 1836) (Coleoptera: Buprestidae)

Lampetis nigerrima (Kerremans, 1897)

(Coleoptera: Buprestidae)

Lampetis roseocarinata (Thomson,

1878) (Coleoptera: Buprestidae)

Psiloptera pertyi (Castelnau & Gory,

1836) (Coleoptera: Buprestidae) Esse grupo ataca mudas recém-plantadas e árvores jovens de eucaliptos em vários Estados brasileiros. Os adultos são bas-tante vistosos, conhecidos popularmente por besouro-manhoso ou cai-cai, possuem corpo alongado e estreito, élitros de colo-ração verde-azulado-brilhante, com com-primento de 17 a 28 mm. Os adultos têm preferência por plantas jovens, onde cor-tam o meristema apical e roem a casca, ra-mos laterais, ponteiro principal e caule tenro, com conseqüente paralisação do crescimento da planta.

Na região de Bocaiúva, MG, em plan-tio de 2 mil hectares de eucalipto, 65% das plantas foram danificadas. As formas larvais são lignívoras, desenvolvendo-se em cepas de eucaliptos mortos e outros restos lenhosos remanescentes. Desse gru-po, o gênero Lampetis (Fig. 14 e 15)

en-Figura 15 - Dano por Lampetis sp. FONTE: Anjos (2007).

Figura 14 - Lampetis sp. FONTE: Beckmann (2001).

globa as espécies mais importantes sob o aspecto de danos em reflorestamen-tos no Brasil. Em Grão Mogol, MG, L.

instabilis infestou mais de 1.400 hectares

de Eucalyptus urophylla, provocando danos consideráveis, o que motivou o con-trole por meio de catação manual na quase totalidade da área plantada. A infestação ocorre, normalmente, com as primeiras chu-vas, período que coincide com a maior concentração dos plantios.

Lepidópteros broqueadores Timocratica albella (Zeller, 1877) (Lepidoptera: Stenomiidae)

Chilecomadia valdiviana (Philippi) (Lepidoptera: Cossidae)

Xyleutes magnifica Rothschild 1896 (Lepidoptera: Cossidae) Phassus giganteus (Herrich-Schäffer) (Lepidoptera: Hepialidae)

Timocratica albella, conhecida no

Bra-sil como broca-das-mirtáceas, é uma

ma-riposa de coloração branca com 40 mm de envergadura. As lagartas são de tonalida-de amarelada. Possuem, na parte dorsal, pêlos longos e esparsos e apresentam ca-beça escura. As posturas são feitas sobre o tronco de eucalipto e a fase pupal durou, em laboratório, 40 dias. A ocorrência des-se grupo em povoamentos de eucalipto, resume-se a casos isolados. Um surto de

T. palpalis foi registrado pela

primei-ra vez em 1985, em Buritizeiros, MG, em

Eucalyptus saligna e provocou a morte

de mais de 65% das plantas. As larvas cons-troem galerias no tronco, inicialmente, no sentido horizontal e, depois, verticalmen-te. As larvas saem das galerias, durante a noite, para se alimentarem, raspam a casca e deixam os galhos atacados desnudos e com acúmulo de fezes misturadas a fios de seda e fuligem. O dano é verificado ao longo de toda a extensão do tronco, pre-ferencialmente, nos galhos mais finos (Fig. 16).

Chilecomadia valdiviana ocorre na

América do Sul, especificamente no Chi-le e Argentina. As larvas (Fig. 17) dessa espécie são broqueadoras de madeira de uma enorme variedade de plantas e, em 1992, foi detectada em plantios de eucalip-to no Chile em árvores vivas. Os aduleucalip-tos são excelentes voadores e podem-se dis-persar para grandes distâncias e infestar novas áreas. Essa espécie apresenta um ciclo de vida longo e a fase larval pode durar até dois anos. As fêmeas apresen-tam envergadura de 48-60 mm, possuem asas anteriores de coloração cinza-clara a cinza-escura com pequenas manchas es-curas de formato triangular. As asas pos-teriores são de coloração castanho-escura com duas ou três manchas brancas. O corpo é volumoso, coberto por pêlos cinza-prateados e o abdome com pêlos escuros. Os machos medem de 42-48 mm, são mais escuros que as fêmeas e as manchas das asas são similares, porém, mais difusas.

Xyleutes magnifica é originária da

Austrália e suas larvas são broqueadoras de tronco de várias espécies, entre elas as do gênero Eucalyptus. Está entre as

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espé-PRAGAS DAS FOLHAS

Constituem o grupo mais importante de insetos para a eucaliptocultura brasilei-ra. As formigas-cortadeiras estão no topo de importância, devido aos danos que provocam. Todavia, a partir das duas úl-timas décadas, os lepidópteros e coleóp-teros desfolhadores passaram a assumir posição destacada, com registros de ocor-rências mais freqüentes e danos consi-deráveis em plantios de eucalipto em todos os locais de cultivo.

Formigas-cortadeiras Saúvas

Atta sexdens rubropilosa Forel, 1908

(Hymenoptera: Formicidae)

Atta laevigata (F. Smith, 1858)

(Hymenoptera: Formicidae) Quenquéns Acromyrmex spp. (Hymenoptera: Formicidae) Sericomyrmex spp. (Hymenoptera: Formicidae) Mycocepurus spp. (Hymenoptera: Formicidae) Trachymyrmex spp. (Hymenoptera: Formicidae)

Estes insetos danificam o eucalipto desde a fase de viveiro até a rotação final da cultura. Os recursos dispendidos para seu controle podem chegar a 5% do custo de implantação, 75% dos custos e tempo gastos no manejo integrado de pragas em florestas plantadas ou 30% do inves-timento total da cultura, ao final do tercei-ro corte. O desfolhamento causado por formigas pode reduzir a produção de ma-deira no ano seguinte em um terço e, se isto ocorrer no primeiro ano de plantio, a perda total do ciclo pode chegar a 13% da colheita. Em ecossistemas tropicais as formigas consomem em média 15% da produção florestal. Esses indivíduos cons-troem seus ninhos subterrâneos, interli-gados por galerias e usam substrato

ve-Figura 16 - Timocratica albella NOTA: A - Adulto; B - Larva e dano.

Fotos: Norivaldo dos Anjos

Jerry A. Payne

Figura 17 - Larva de Chilecomadia valdiviana

FONTE: University of Georgia (2007).

cies que despertam atenção pelos ní-veis de danos provocados e é praga qua-rentenária em vários países do mundo.

Cupim-de-cerne Coptotermes testaceus Linnaeus, 1768 (Isoptera: Rhinotermitidae)

Heterotermes tenuis (Hagen, 1858). (Isoptera:

Rhinotermitidae)

O gênero Coptotermes é considerado de grande importância econômica pelos danos causados. Na Região Sudeste do Brasil é responsável pela maioria dos es-tragos em materiais celulósicos. Os indi-víduos dessa espécie, conhecidos por

cu-pim de cerne, constroem seus ninhos em raízes de árvores velhas ou em madeira ainda não completamente seca. Penetram pelas raízes das plantas ou utilizam feridas no tronco ou locais onde houve queda de galhos por derrama natural. Constroem galerias pelo interior do tronco, destruin-do o cerne e deixandestruin-do as árvores ocas. Dificilmente os danos são notados pois o eucalipto não apresenta sintoma de que esteja atacado. Isto somente é notado por ocasião da exploração ou pela ação de ventos, que provocam a queda das árvores atacadas, enfraquecidas pela ação do cu-pim. Foi constatado que, quanto maior o diâmetro da planta, maior a freqüência de árvores atacadas, variando de 26,3% a 41,3% para árvores com mais de 20 cm de diâmetro. Além disso, como o ataque inicia-se pelas raízes, a brotação dos tocos fica comprometida.

Coptotermes testaceus foi constatada

causando sérios danos em povoamentos de eucalipto na região dos Cerrados, em Minas Gerais, com incidência de ataque em 25% das plantas e perda média de madeira estimada em 3,17 m3/ha.

Heterotermes tenuis é importante por

ter sido observada atacando árvores vivas de Eucalyptus spp., em MT. Destaca-se nos estados do RJ, MG, MS, MT, PA e SP.

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getal para desenvolvimento de fungo, do qual se alimentam.

As saúvas, representadas pelo gênero

Atta com dez espécies e três subespécies,

ocorrem em todo o território brasileiro e as espécies mais importantes em reflores-tamentos de eucalipto são: Atta laevigata (saúva-cabeça-de-vidro) e Atta sexdens

rubropilosa (saúva-limão) (Fig. 18). São

maiores, constroem grandes e profundos ninhos com várias câmaras, enquanto os ninhos das quenquéns, possuem, nor-malmente, de 1-3 câmaras, construídos a pouca profundidade e de difícil localiza-ção, o que dificulta seu controle. Para diferenciá-las, basta observar o número de pares de espinhos presentes no mesos-soma. As quenquéns possuem quatro pares de espinhos e as saúvas três. Suas operárias são polimórficas, com tamanho que varia de 2,0 a 10,5 mm. As operárias das saúvas são maiores. O comprimento do corpo atinge até 15 mm em algumas espécies.

As quenquéns ainda não foram, su-ficientemente, estudadas sob os aspectos bioecológicos, mas possuem uma par-ticipação importante em duas fases da cultura do eucalipto, ou seja, na implantação e na regeneração de povoamentos, sendo que o gênero Acromyrmex engloba as espécies mais importantes.

Lepidópteros desfolhadores Apatelodes sericea Schaus, 1896 (Lepidoptera:

Eupterotidae)

Tem ocorrido, nos últimos anos, com maior freqüência, em plantios de eucalipto no Brasil, principalmente, em Minas Gerais, onde já adquiriu status de espécie primá-ria. Foi registrada em povoamentos de eu-calipto nos estados de MT, ES, SP, MG e DF.

Os adultos possuem asas amarron-zadas, com manchas mais escuras loca-lizadas em pontos definidos e antenas bipectinadas (Fig. 19). A fêmea põe, em mé-dia, 335 ovos, com período de incubação

de oito dias e viabilidade de 56%. A dura-ção média da fase larval é de 29 dias e a la-garta mede 60 mm de comprimento no último estádio. A pupação, que ocorre ao final da estação chuvosa, é verificada no solo, a uma profundidade de 3-10 cm e, nessa fase, permanece durante todo o pe-ríodo seco com emergência dos adultos no início da próxima estação chuvosa.

Automeris spp. (Lepidoptera: Saturniidae)

Lagartas desse gênero encontram-se associadas a plantios de eucaliptos em Minas Gerais, sendo consideradas pragas no Rio Grande do Sul.

Este complexo é representado por vá-rias espécies que divergem entre si, prin-cipalmente quanto ao tamanho e cor, com envergadura de 50-110 mm. As mariposas destacam-se pela coloração viva, que varia do amarelo ao cinza-amarronzado,

pas-sando pelo rosa-avermelhado, com ante-nas bipectinadas. As espécies mais co-muns são Automeris melanops e Automeris

illustris (Fig. 20). A primeira com

lagar-tas de tonalidade verde-clara, um pouco amarelada, tendo do quarto ao oitavo seg-mento, uma larga faixa branca transversal. Os casulos apresentam a peculiaridade de possuir, externamente aderentes, frag-mentos de folhas da planta que serviu de alimento à lagarta.

Figura 18 - Saúvas FONTE: ESALQ (2004a).

NOTA: A - Atta laevigata, B - Atta sexdens rubropilosa.

Figura 19 - Apatelodes sericea

Figura 20 - Adulto de Automeris ilustris

Evaldo Martins Pires

Evaldo Martins Pires

Blera varana Schaus

(Lepidoptera: Notodontidae) Encontra-se associada, principalmente, ao E. urophylla, E. alba e E. cloeziana. Nestes hospedeiros, foram registrados surtos em quatro localidades mineiras, de 1978 a 1988 e uma vez em Inhambupe, BA, em 1984, associada a E. cloeziana.

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Os adultos (Fig. 21) possuem as asas e o corpo de coloração cinza-brilhante, antena bipectinada nos machos e filiforme nas fêmeas e envergadura média de 32 e 35 mm para machos e fêmeas, respectivamente. A fêmea põe, em média, 209 ovos de forma esférica com base achatada e distribuí-dos, isoladamente, na superfície abaxial das folhas. No primeiro estádio, as lagartas apresentam coloração marrom-clara, qua-se não qua-se locomovem, enrolam-qua-se em forma de caracol e, quando em repouso, perma-necem fixadas no substrato, mimetizando uma ponta de folha seca. A pupação ocorre no solo, com duração de 12 dias para os machos e 11 dias para as fêmeas.

amarela, dobram o abdome para frente e levantam as asas, fingindo-se de mortos. As fêmeas põem em média, 27 ovos, com viabilidade de 70,7%, sendo estes de coloração branco-brilhante, forma ovala-da, micrópila caracterizada por um ponto verde pouco visível, diferindo de Dirphia

rosacordis, cujos ovos mostram um

pon-to negro delimitado por um halo cinza. A fase larval apresenta seis estádios, com duração média de 50,6 dias, sendo o com-primento da lagarta, no início do último estádio, de 44,3 mm. Pré-pupa e pupa pos-suem duração média de 7,5 e 50 dias, respectivamente.

Dirphia rosacordis Walker, 1855 (Lepidoptera: Saturniidae) Conhecida por taturana, sassurana ou lagarta-queimadeira, por causa da pilo-sidade urticante (Fig. 22). Foi observada em MG, RJ e SP. Freqüentemente, tem ocor-rido em Minas Gerais associada a outros desfolhadores, tais como Thyrinteina

leucoceraea, Eupseudosoma aberrans, Eupseudosoma involuta e outros.

do 5o estádio, tornam-se urticantes. A

pu-pação ocorre no solo e as pupas medem, 62 e 64 mm, respectivamente para machos e fêmeas.

Dirphiopsis eumedidoides (Vuillot, 1893) (Lepidoptera: Saturniidae)

Ocorre com freqüência em associação com outras espécies, em plantios loca-lizados na região dos Cerrados de Minas Gerais. Apesar de não ter aparecido em sur-tos epidêmicos, os dados biológicos sobre potencial biótico e consumo foliar, obtidos em laboratório, sugerem tratar-se de um inseto com grandes potencialidades para se tornar praga a essa cultura.

Os adultos são parecidos, têm asas de coloração amarronzada, sendo esse tom mais claro nos machos, com envergaduras de 85 e 65 mm para machos e fêmeas, res-pectivamente. A fêmea põe 310 ovos com período de incubação de 18 dias e via-bilidade de 52%. A fase larval dura 54 dias e apresenta seis estádios. Os períodos pré-pupal e pré-pupal duram 7 e 26 dias, respec-tivamente.

Eacles imperialis magnífica Walker, 1856 (Lepidoptera: Saturniidae)

Espécie polífaga, tendo sido encon-trada em inúmeros hospedeiros, tanto silvestres como cultivados. Suas lagartas ocorrem, ciclicamente, em cafezais, sendo, por isso, comumente denominada lagarta-dos-cafezais. Referida desde o CE até o RS, sua ocorrência, associada a plantios de eucalipto é, relativamente, recente.

Os adultos são mariposas amarelas, com numerosas pontuações vermelhadas ou cinza-escuras sobre as asas (Fig. 23), com dimorfismo sexual acentuado. As fêmeas, com antenas filiformes, e os machos, com bipectinadas, medem 140 e 100 mm de en-vergadura, respectivamente. Os ovos, em número de 193 por fêmea, podem ser co-locados isoladamente ou em grupos, apre-sentando período de incubação de 6 a 12 dias, com uma viabilidade média de 82%.

Figura 21 - Blera varana

Germi Porto Santos

Dirphia avicola Hübner (Lepidiptera: Saturniidae)

Trata-se de uma espécie de ocorrência recente em plantios de eucalipto. Foi de-tectada, em 1992, em Montes Claros, MG. Ainda não se tem registros de surtos epi-dêmicos em eucalipto. Fêmeas possuem envergadura média de 85,7 mm, abdome mais robusto que dos machos, antenas filiformes de cor amarela. Asas posteriores cinza-avermelhadas com uma pinta pre-ta, central. As asas anteriores possuem duas linhas escuras, perpendiculares às nervuras, com uma pinta preta central en-tre essas linhas. Os machos apresentam antenas amarelas bipectinadas, enver-gadura média de 78 mm e asas semelhantes às das fêmeas, porém, de coloração marrom-avemelhada. Machos e fêmeas apresentam abdome piloso, de coloração preta e, quan-do molestaquan-dos, eliminam uma secreção

Figura 22 - Dirphia rosacordis FONTE: ESALQ (2004c).

Machos e fêmeas são semelhantes, chegam a alcançar, em média, 92 e 107 mm de envergadura, respectivamente; asas de coloração marrom-terra ou tijolo e antenas bipectinadas. A fêmea oviposita, em média, 252 ovos de coloração branca, sendo o período de incubação de 22 dias, com 88% de viabilidade. Apresenta sete estádios larvais, com duração total média de 87,5 dias, sendo que os pêlos da lagarta, a partir

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As lagartas, de colorações que variam de verde, amarelo a marrom-escuro, apre-sentam cinco estádios com duração da fase de, aproximadamente, 31 dias, possuem comprimento de até 73 mm no último está-dio. A fase pupal tem duração de 30 a 40 dias.

Eupseudosoma aberrans Schaus, 1905 (Lepidoptera: Arctiidae) Suas lagartas são, vulgarmente, co-nhecidas por lagarta-cachorrinho, pelo seu formato e também pela grande quantidade de pêlos cinzas ou marrons que recobrem o seu corpo. É encontrada do México ao Paraguai e, no Brasil, ocorre nos estados de MT, MG, PA, RJ, SP, ES e BA.

Os adultos apresentam asas brancas com a parte dorsal do abdome de coloração carmim (Fig. 24). A envergardura, respec-tivamente para machos e fêmeas, é de 35,5 e 42,5 mm. As antenas dos machos são serrilhadas e as das fêmeas, filiformes. Ca-da fêmea põe, em média, 407 ovos isolados ou em agrupamentos, cujo período em-brionário varia de cinco a oito dias, com viabilidade em torno de 100%. A fase lar-val dura 45 dias, com oito a dez estádios, medindo a lagarta 25 mm de comprimento no final da fase. Essas lagartas são deli-cadas, com corpo, de modo geral, amarelo-pálido, apresentando setas plumosas de coloração amarelo-brilhante. Além do consumo normal das folhas, as lagartas seccionam o pecíolo, tornando mais inju-riante o dano. A fase de pupa dura 13 dias e esta mede 16,5 e 15,6 mm de comprimento para fêmeas e machos, respectivamente.

Eupseudosoma involuta (Sepp., 1852) (Lepidoptera: Arctiidae) Características morfológicas, bioló-gicas e comportamentais bastante pa-recidas com E. aberrans. A lagarta é co-nhecida também por lagarta-cachorrinho e possui coloração amarela, tonalidade que a difere de E. aberrans, que é marrom. Ocorre desde o sul dos Estados Unidos até o sul do Brasil, tendo sido registrada em AL, ES, MT, MG, PA, PE, RJ, SP e BA.

Fêmeas e machos possuem enverga-dura de 32 e 35 mm, respectivamente, e apresentam os dois pares de asas de coloração branca. No primeiro par de per-nas, a parte anterior da coxa é carmim na re-gião ventral e branca nas margens (Fig. 25). Este detalhe permite a diferenciação de adultos dessa espécie com os de E.

aberrans. Os ovos, de coloração

amarelo-esverdeada, são postos isoladamente ou em grupos de dois ou três, na superfície adaxial das folhas. A fase larval dura em média 60 dias e apresenta nove estádios. A lagarta, em seu último estádio, possui coloração amarelo-pálida. A fase de

pré-pupa dura cerca de dois dias e a de pu-pa 14 dias pu-para machos e 12,8 dias pu-para fêmeas.

Euselasia apisaon (Dalman, 1823) (Lepidoptera: Riodinidae) É uma das poucas borboletas consi-deradas pragas, associadas a plantios de eucalipto. É registrada em MG, SP, SC e RS e tem a peculiaridade de ocorrer em surtos sem a presença de outras espécies asso-ciadas.

Os adultos apresentam dimorfismo sexual bastante acentuado. As fêmeas são pardo-escuras, com até três pares de cír-culos brancos no meio das asas anteriores. Os machos apresentam a parte interna das asas de coloração vermelho-tijolo, com bordas escuras nos dois pares. Apresen-tam envergadura média de 25 mm e ante-nas clavadas para os dois sexos (Fig. 26). A fase larval apresenta cinco estádios com duração média total de 27,3 dias. As la-gartas têm hábito gregário, sendo comum vê-las locomovendo-se em filas india-nas ou agrupadas em semicírculo. Medem 12,6 mm de comprimento no último estádio. Normalmente, a pupação dura seis dias e ocorre na superfície adaxial das folhas e tronco de eucalipto, nas plantas do sub-bosque ou em qualquer outro suporte.

Fulgurodes sartinaria Guenée, 1858 (Lepidoptera:

Geometridae)

Este gênero conta com várias espécies no México, Colômbia, Equador e Peru. No Brasil, é citada no RJ, SP, SC e RS. Em Mi-nas Gerais, foi registrada, pela primeira vez, em 1984, em Nova Lima, onde desfolhou totalmente 15 hectares de Pinus patula e reapareceu em Lassance, em 1987, dani-ficando eucalipto. Na literatura esta espé-cie era citada provocando danos somente em coníferas.

Adultos possuem envergadura média de 45 e 55 mm para machos e fêmeas, res-pectivamente, asas de configuração em forma de mosaico com o fundo de colo-ração branco-encardido. As antenas são

Figura 23 - Eacles imperialis magnifica

Evaldo Martins Pires

Figura 24 - Eupseudosoma aberrans

Evaldo Martins Pires

Figura 25 - Eupseudosoma involuta FONTE: INRA (2005).

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tuações pretas, de formas irregulares, es-palhadas em toda sua extensão e enver-gadura de 33 mm. O dimorfismo sexual mais destacado está na antena, que é filiforme na fêmea e pectinada no macho, e no ab-dome, que é mais volumoso na fêmea. A fêmea põe em média 201 ovos com período de incubação de sete dias e via-bilidade de 71%. A fase larval dura 29 dias, apresenta cinco estádios e os períodos pré-pupal e pré-pupal duram dois e 12 dias, respecti-vamente.

Glena bissulca Rindge (Lepidoptera: Geometridae) Sua biologia é pouco conhecida. Es-tudos de laboratório mostraram que à tem-peratura de 22,3oC, o ciclo de vida foi de 70

dias. A cópula ocorre, preferencialmente, à noite, tanto em criação massal, como no campo (Fig. 28).

Figura 26 - Euselasia apisaon FONTE: ESALQ (2004d). NOTA: A - Macho; B - Fêmea.

A B

pectinadas no macho e na fêmea. Nesta, as ramificações são curtas, quase desper-cebidas (Fig. 27). A fêmea põe, em média, 181 ovos de coloração verde-clara, quando recém-postos, e tornam-se escuros ao se aproximar da eclosão das lagartas. O pe-ríodo embrionário dura em média 13 dias. A duração média da fase larval é de 79 dias e a lagarta, em seu desenvolvimento má-ximo, mede 40 mm. A fase de pré-pupa dura, em média, três dias e a de pupa, 21 dias. Antes de empupar, a lagarta tece um casulo bem característico, em forma de uma rede resistente, de coloração bege, presa a folhas e ramos da planta.

Figura 27 - Casal de Fulgurodes sartinaria NOTA: A - Fêmea; B - Macho.

Germi Porto Santos

Glena unipennaria unipennaria (Guenée, 1857) (Lepidoptera: Geometridae)

O gênero Glena envolve várias es-pécies desfolhadoras de eucalipto, sendo a maioria ainda não identificada. Ocorre desde o sul do Canadá até o Brasil e parte da Argentina. No Brasil, várias espécies têm sido coletadas em SP, PR, MG, ES e BA. Os adultos das espécies pertencentes a esse gênero, normalmente são muito pa-recidos.

N o s a d u l t o s d e G. u n i p e n n a r i a

unnipenaria, o dimorfismo sexual pode ser

observado pelas antenas, que são bipec-tinadas nos machos e filiformes nas fê-meas. No campo, as posturas são feitas sob a casca do tronco, especialmente nas fen-das da casca, com período embrionário que dura, em média, de 9,5 dias. A fase larval passa por seis estádios, com duração média de 31 dias, para as lagartas que originarão fêmeas, e cinco estádios e 30 dias para aquelas que originarão machos. O período de pupa dura 14 e 15 dias para fêmeas e ma-chos, respectivamente.

Glena bipennaria bipennaria Guenée, 1857 (Lepidoptera: Geometridae)

Os adultos são muito parecidos em for-ma, tamanho e coloração. Apresentam asas de coloração branco-acinzentada com

pon-B A

Figura 28 - Glena bissulca FONTE: ESALQ (2004e).

Idalus affinis Rothschild, 1917 (Lepidoptera: Arctiidae)

Ocorre em associação com outras espécies-praga em plantios de eucalipto, tendo sido coletada no Vale do Rio Doce, e não há registros de surtos epidêmicos a essa cultura.

Os adultos possuem cabeça branca pilosa e apresentam, nas regiões lateral e central, uma mancha circular amarela. A ba-se e o ápice da antena são brancos e o meio, marrom. Dorsalmente, o abdome é vermelho e, ventralmente, branco e piloso, inclusive as coxas, pernas e tarsos, exceto

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o primeiro par de pernas, pois a coxa é bran-ca, com uma mancha vermelho-carmim e a perna e os tarsos, na região dorsal, são preto-grafite. Asas anterior amarela com as bordas brancas e, a posterior, branca com a região basal avermelhada. Ambos os se-xos apresentam uma faixa estreita marrom de mais ou menos 0,3 mm na porção me-diana da asa, no sentido perpendicular. Os machos diferem das fêmeas por serem menores e possuírem uma pinta preta circular no final da asa posterior. Na fê-mea, esta mancha é oval. Cada uma põe, em média, 157 ovos redondos de base achatada, de coloração verde-clara logo após a oviposição, opacos e com ligeira aspereza no corion. Apresenta período de incubação de 7,1 dias. A fase larval dura 33,5 dias com sete estádios e viabilidade de 60,5%. A duração do período pré-pupal é de um dia para ambos os sexos e do pu-pal é de 15,7 e 15,0 dias para machos e fê-meas, respectivamente.

Mimallo amilia (Stoll-Cramer, 1780) (Lepidoptera:

Mimallonidae)

Machos e fêmeas medem, em média, 48 mm, mas o dimorfismo sexual é muito acentuado, pelo formato das asas. Nas fê-meas, estas são mais largas e com as bor-das arredondabor-das; abdome piloso de cor preta e mais volumoso, enquanto nos ma-chos as asas são menores, mais estreitas e com bordas irregulares; abdome afilado, de coloração cinza. Fêmeas e machos apre-sentam asas de coloração cinza, sendo que ambos os pares apresentam, na região dor-sal, duas linhas estreitas regulares, uma preta e outra cinza, seguidas de uma grande mancha circular cinza e preta com um ori-fício central. Os ovos apresentaram colo-ração amarelo-claro-brilhante, tornando-se roxos próximo à eclosão. São de forma oval, com pequenos nódulos no sentido do comprimento. O período de incubação, médio, foi de 8,6 dias e viabilidade de 88,63%. A forma alongada dos ovos pode servir para identificar essa espécie, pois a literatura não registra outra espécie de

lepi-dóptero desfolhador de eucalipto com ovos de forma oval. A lagarta, dessa es-pécie, não é, normalmente, visível no campo. Confeccionam um abrigo formado pela união de folhas, unidas por teia, juntamen-te com fezes, onde passam a maior parjuntamen-te do tempo, saindo desse abrigo, apenas, para se alimentar. A duração da fase de pupa foi de 18,78 dias para machos e fêmeas, res-pectivamente.

Nystalea nyseus (Cramer, 1775) (Lepidoptera: Notodontidae)

Ocorre em várias regiões do Brasil e sua presença em plantios de eucalipto, quase sempre, está associada com a de outros lepidópteros desfolhadores. É citada nos estados do PA (Monte Dourado), GO (Ni-quelândia), MA, BA, ES e MG (Montes Claros, Três Marias, Guanhães). Adquiriu maior importância após sua ocorrência em condições de surto no norte do Espírito Santo, sul da Bahia e norte do Pará.

Os adultos são semelhantes e possuem, em média, 51 mm de envergadura para machos e fêmeas. Antenas filiformes em ambos os sexos. Abdome piloso de colo-ração cinza-clara na região dorsal e amarela na ventral. Ambos os pares de asas com manchas pretas concentradas na região central, bordas cinzas e interior amarela (Fig. 29). Os adultos, quando molestados, têm comportamento típico de tanatose. No campo, ficam imóveis, nos galhos de eucalipto, mimetizando um galho quebra-do, sendo difícil localizá-los. Os ovos são verde-escuros e após, aproximadamente, 48 horas ficam vermelho-escuros e apre-sentam período de incubação de 3,5 dias e viabilidade de 74,7%. As lagartas são co-nhecidas como lagarta-dragão, por suas protuberâncias no dorso e, principalmente, nos últimos segmentos abdominais. Nes-sas regiões, esNes-sas protuberâncias adqui-rem a forma de uma cabeça, lembrando um dragão. Apresenta cinco estádios, com duração média de 25,5 dias. Na fase de pré-pupa, as lagartas tecem um casulo com fios de seda, de cor laranja, entre duas

fo-lhas de eucalipto, o que facilita sua loca-lização no campo. Esta fase tem duração média de três dias. A fase de pupa dura, em média, 14,7 e 13,8 dias para machos e fê-meas, respectivamente, com viabilidade de 100%.

Figura 29 - Nystalea nyseus FONTE: ESALQ (2004f).

Oiketicus kirbyi (Lands-Guilding 1827) (Lepidoptera: Psychidae)

As lagartas constroem seus casulos lo-go após a eclosão e os transportam durante toda a vida. Ao atingir o desenvolvimento máximo, empupam-se dentro do casulo, após prendê-lo, pela parte mais dilatada, a um ramo (Fig. 30). O macho adulto é uma mariposa de cor marrom, antenas bipec-tinadas e com envergadura média de 42 mm (Fig. 31). A fêmea adulta, sendo neotêmica, conserva o aspecto larval e, portanto, não apresenta asas e antenas. Os machos voam e as procuram para o acasalamento nos próprios casulos, onde é feita a postura, dentro da última exúvia pupal, com até 3 mil ovos. Após a postura, a fêmea abandona o casulo e morre em pouco tem-po. As lagartas completamente desen-volvidas podem atingir até 39 mm nos indivíduos machos e 55 mm nas fêmeas.

Oxydia apidania Cramer, 1779 (Lepidoptera: Geometridae) Registrada pela primeira vez no Brasil, em E. grandis, no município de Bom Despacho, MG, em caráter endêmico, junto a um surto de T. arnobia. Trata-se de um inseto que apresenta grande potencial para

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Figura 31 - Macho de Oiketicus kirbyi FONTE: ESALQ (2004g).

bipectinadas nos machos até o segundo terço e, a partir daí, são filiformes. A en-vergadura média da fêmea é de 57 mm e, a do macho, de 47 mm. A fêmea põe, em mé-dia, 168 ovos, com viabilidade de 81% e período de incubação de sete dias. A lagar-ta de coloração esverdeada, de porte avan-tajado já no primeiro estádio, come a folha ao invés de raspá-la, diferindo, neste par-ticular, de quase todas as outras espécies. A fase larval dura 42 dias, possui cinco estádios, cujas lagartas medem 50 mm em seu desenvolvimento máximo. A pré-pupa acontece dentro de casulo de estrutura maleável ao toque, com aparência de tor-rão. Neste abrigo, pode permanecer em dia-pausa, por um período de até seis meses, à espera de condições favoráveis de umida-de para sua passagem a pupa.

Figura 30 - Casulo de Oiketicus kirbyi FONTE: Scipione Interativa (2007).

se tornar praga importante do eucalipto, diante de seu elevado potencial biótico.

Os adultos possuem antenas filifor-mes, asas de coloração marrom, com pe-quenas e variadas manchas. O ângulo apical da asa anterior das fêmeas é estreito e, em posição de repouso, dobra-se para cima, o que não ocorre no macho, sendo essa a característica mais marcante para diferenciação do sexo. A envergadura mé-dia para machos e fêmeas é respectivamente de 41 e 46 mm. As fêmeas põem, em média, 603 ovos de formato que lembra ligeira-mente um grão de milho, cujo período

em-brionário é de oito dias e viabilidade de 85%. O período larval médio é de 50 dias, apresentando de cinco a sete estádios, me-dindo a lagarta ao final dessa fase, 65 mm. A pupa mede 22 mm, com duração do pe-ríodo de 17 dias.

Oxydia vesulia (Cramer, 1779) (Lepidoptera: Geometridae) Foi detectada pela primeira vez em ca-ráter epidêmico, numa área de 250 hectares de E. cloeziana, no município de Inham-bupe, BA. As lagartas desfolham as árvo-res de eucalipto, de maneira descendente, ou seja, do ápice para a base da copa, di-ferindo, nesse particular, da maioria dos lepidópteros desfolhadores.

Os adultos apresentam antenas filifor-mes, asas e abdome de coloração cinza-palha (Fig. 32). A diferenciação do sexo é feita, facilmente, pela envergadura que, na fêmea, é de 67 mm e no macho 56 mm e pelo abdome que é mais volumoso nas fêmeas. As fêmeas põem, em média 2.376 ovos de formato achatado, com viabilidade mé-dia de 75% e período embrionário de dez dias. A duração média da fase larval é de 49 dias, com seis estádios, medindo a lagarta, no seu estádio mais desenvolvido, 50 mm. A fase de pré-pupa e pupa dura, em média, dois e 20 dias para machos e fêmeas, res-pectivamente.

Psorocampa denticulata Schaus (Lepidoptera: Notodontidae) Essa espécie adquiriu o status de pra-ga importante para a cultura do eucalipto em Minas Gerais e, em algumas regiões, as constantes ocorrências de surtos têm re-querido o controle sistemático, decorrente do elevado potencial biótico e da vora-cidade de suas lagartas. Por permanecerem no solo na fase de pré-pupa, durante a época seca do ano, apresentam ciclo bas-tante definido. Ao ocorrerem as primeiras chuvas, inicia-se a emergência dos adul-tos.

Os adultos possuem asas anteriores de coloração cinza-esbranquiçada e, as posteriores, de tonalidade cinza (Fig. 33). As antenas são filiformes nas fêmeas e

Figura 32 - Casal de Oxydia vesulia NOTA: A - Fêmea; B - Macho.

Figura 33 - Casal de Psorocampa denticulata

NOTA: A - Fêmea; B - Macho

A

B

A

B

Germi Porto Santos

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Sabulodes caberata caberata Guenée, 1857 (Lepidoptera: Geometridae)

Registrada na Argentina, Paraguai e, provavelmente, Uruguai. No Brasil, foi observada em MG, PR, RJ, SC e SP. Os úni-cos casos concretos registrados como sur-to em nível epidêmico ocorreram no muni-cípio de Antônio Dias, MG, no ano de 1978 e 1980.

Os adultos apresentam asas de co-loração geral bege ou amarelo-palha, mar-cadas por pontuações escuras espalha-das sobre o corpo, e antenas foliformes (Fig. 34). Machos e fêmeas apresentam envergadura média de 42 e 47 mm, res-pectivamente. A fêmea põe, em média, 440 ovos em agrupamentos ou cachos, com período de incubação de 6,5 a 8,5 dias e viabilidade média de 99%. As lagartas apresentam coloração uniforme castanho-clara ou amarelo-palha. Ao atingirem o último estádio, possuem coloração azula-da, com listras longitudinais brancas, bem nítidas. O período larval dura 35 dias, sendo que lagartas que darão origem a fêmeas apresentam seis estádios e aquelas que darão origem a machos, cinco estádios. As pré-crisálidas e crisálidas são encontra-das nos esconderijos que as lagartas cons-troem pela união de duas folhas de euca-lipto justapostas ou enroladas e fixadas por fios de seda. As pupas têm duração média de 14 dias com 23 mm de comprimento.

Sarsina violascens (Herrich-Schaeffer, 1856) (Lepidoptera: Lymantriidae)

Os adultos são conhecidos por ma-riposa violácea, por causa de sua colora-ção (Fig. 35). Há registro de ocorrência desta praga no Paraguai e Peru. No Brasil, foi observada nos estados do PA, ES, MG, PR, RS, SC, SP e BA. Em baixas po-pulações as lagartas são, freqüentemen-te, encontradas na base do tronco de ár-vores de Corymbia citriodora.

A face superior das asas mesotoráci-cas é de coloração mesotoráci- castanho-pardacento-violácea. As antenas são pectinadas, ten-do coloração castanho-amarela nos ten-dois

rado (PA e AP), a presença dessa espécie foi marcante, superando em abundância outras pragas com T. arnobia.

A fase larval apresenta duração média de 33,5 dias, seis estádios e viabilidade de 82,8%. A pupa mede, respectivamen-te, para machos e fêmeas 13,5 e 14,5 mm, com duração de 13 dias. Os adultos são semelhantes (Fig. 36), sendo que o dimor-fismo mais acentuado está nas antenas bipectinadas dos machos e filiformes das fêmeas e no abdome mais volumoso. A co-loração geral das asas é cinza-clara, em for-ma de mosaico, com nuances para beje. A envergadura de fêmeas e machos foram de 35 e 27 mm, respectivamente. A fêmea oviposita em média 435 ovos com viabi-lidade de 60%.

Figura 34 - Sabulodes caberata caberata FONTE: ESALQ (2004h).

Figura 35 - Sarsina violascens

Evaldo Martins Pires

sexos. Apresentam envergadura média de 42 mm e 53 mm, respectivamente para ma-chos e fêmeas. As posturas são realizadas sob as folhas, sendo os ovos dispostos em uma camada única, um ao lado do ou-tro, cujo período embrionário dura, em mé-dia, oito dias. A duração do período larval é de, aproximadamente, 60 dias. As lagar-tas apresentam corpo achatado, recoberto em toda sua extensão por grande número de cerdas não urticantes, compridas e de coloração semelhante à do corpo. A pu-pação dá-se nos troncos do eucalipto e em plantas do sub-bosque, sendo que essa fase dura em torno de dez dias.

Stenalcidia grosica Schaus (Lepidoptera, Geometridae) Essa espécie tem sido registrada, com mais freqüência e abundância em povoa-mentos de eucalipto em várias regiões do Brasil. Em Minas Gerais foi coletada em Três Marias, Montes Claros, Ipatinga, Gua-nhães e Paraopeba e em outras localida-des no estados de SP, ES, PA e AP. Em levantamento populacional de lepidópte-ros desfolhadores na região de Monte

Dou-Figura 36 - Stenalcidia grosica FONTE: ESALQ (2004i).

Thyrinteina arnobia (Stoll, 1782) (Lepidoptera: Geometridae)

Ocorre em quase toda a América do Sul e parte da América Central. Foi coletada na Bolívia, Guiana Inglesa, Colômbia, Cos-ta Rica, Guiana Francesa, Panamá, Trini-dad, Venezuela e Uruguai. No Brasil, há registros de ocorrência no RS, SC, SP, MG, ES, BA, GO, DF, AM, PA, AP e PE. É considerada a principal lagarta desfo-lhadora para a eucaliptocultura brasileira.

As fêmeas possuem asas de coloração branca com pontuações negras bem es-parsas; antenas filiformes e envergadura média de 48,5 mm. Os machos são menores, com coloração castanha variável nas asas anteriores, antenas bipectinadas e enver-gadura média de 35 mm (Fig. 37). Os ovos

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Figura 37 - Thyrinteina arnobia NOTA: A - Fêmea; B - Macho.

são verde-acinzentados e escurecem pro-gressivamente até a coloração preta, quando as lagartas estão prestes a eclodir. A fêmea põe, em média, 752 ovos, com pe-ríodo embrionário de dez dias e viabilidade de 94,7%. As lagartas apresentam seis estádios com duração média de 26,8 dias, chegando a medir 50 mm de comprimento, no final desta fase. Para empupar, a lagarta elabora um casulo rudimentar, cujos fios de seda são presos em uma ou mais folhas do eucalipto ou da vegetação rasteira. Esta fase dura 9,3 dias.

Thyrinteina leucoceraea (Lepidoptera: Geometridae) Bastante semelhante à T. arnobia e aos menos atentos é considerada como da mesma espécie. Possui padrão seme-lhante de coloração das asas e abdome, diferindo apenas pela cor das antenas que são brancas em T. leucoceraea e pretas em

T. arnobia. Devido à coloração das

ante-nas, esta espécie é chamada tirinteína-de-antena-branca (Fig. 38).

As fêmeas são maiores que os machos e possuem antenas filiformes de cor branca.

Fotos: Evaldo Martins Pires

A B

Os machos têm a mesma coloração geral, antenas bipectinadas e envergadura média de 33 mm. Os ovos são verde-acinzentados, semelhantes e menores que aqueles de

T. arnobia. Cada fêmea põe, em média, 756

ovos, de coloração verde-acinzentada. As características das fases larval e pupal são semelhantes às de T. arnobia.

Coleópteros desfolhadores Besouro-carneirinho

Naupactus cervinus (Boheman,

1840) (Coleoptera: Curculionidae) Naupactus xanthographus (Germar, 1824) (Coleoptera: Curculionidae) (Fig. 39) Naupactus condecoratus Boheman, 1840 (Coleoptera: Curculionidae)

Naupactus rivulosus (Olivier, 1790)

(Coleoptera: Curculionidae) Conhecido por besouro-carneirinho, são poucas as referências sobre danos pro-vocados por esses insetos. Os adultos me-dem de 20 a 25 mm de comprimento, corpo alongado de coloração cinza com franjas amareladas. Durante a primavera e verão, a fêmea oviposita sobre o substrato ali-mentar. As larvas ao eclodirem penetram no solo, a uma profundidade de 20-50 cm e passam a alimentar-se de raízes.

No Distrito Federal e em Minas Gerais, foram encontrados em caráter endêmico em povoamentos de eucalipto, notadamen-te em plantios novos. Numa ocorrência verificada em região de Cerrados, cons-tatou-se que os adultos estavam migrando

Figura 38 - Thyrinteina leucoceraea NOTA: ESALQ (2004k).

Figura 39 - Naupactus xanthographus FONTE: TrekNature (2007).

de plantas nativas para os plantios de eu-calipto. O ciclo biológico é longo e varia de 16 a 21 meses, sendo a maior parte no interior do solo.

Bolax flavolineatus (Mannerheim, 1829) (Coleoptera: Scarabaeidae) Conhecido por besouro-pardo, o adulto mede de 11 a 15 mm de comprimento, apre-senta coloração marrom-clara e estrias ama-relas no sentido longitudinal, ao longo dos élitros (Fig. 40). Possui hábitos noturnos escondendo-se durante o dia em diversos abrigos. Alimentam-se de folhas e ainda não foram registrados danos expressivos dessa espécie na cultura do eucalipto.

Figura 40 - Bolax flavolineatus FONTE: ESALQ (2004b).

Costalimaita ferruginea vulgata (Lefèvre, 1885) (Coleoptera: Chrysomelidae)

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des-folhador da eucaliptocultura brasileira, por causa da sua voracidade e potencial biótico (Fig. 41). Conhecido por vaquinha e besouro-amarelo-dos-eucaliptos, ocorre no RN, PA, MA, BA, GO, SP, PR. Em Minas Gerais são freqüentes em regiões de Cerrados. Danificam, principalmen-te, plantios recentes, para onde os adultos migram de plantas nativas. As larvas desenvolvem-se no solo e alimentam-se de espécies botânicas diferentes daquelas da dieta dos adultos. Os adultos são besouros pequenos, medem em torno de 5-6 mm de comprimento, de coloração pardo-amarelado-brilhante, com a região ventral alaranjada, élitros com 15 a 18 li-nhas longitudinais com pequenos pon-tos circulares em relação à extremidade da asa. Alimentam-se de plantas de qualquer idade, deixando as folhas rendilhadas ou perfuradas. Os ataques são mais severos em áreas próximas a canaviais, em razão das larvas desenvolverem-se em raízes de gramíneas.

Gorgulho-do-eucalipto

Gonipterus scutellatus Gyllenhal,

1833 (Coleoptera: Curculionidae)

Gonipterus gibberus (Boisduval,

1835) (Coleoptera: Curculionidae) São espécies originárias da Austrália. Foram introduzidas na Argentina em 1926 e, 30 anos depois, foram encontradas nos eucaliptais do Rio Grande do Sul e em São Paulo. Não tardará e esta praga chegará aos maciços florestais de Minas Gerais e outras regiões produtoras de eucalipto.

Conhecidos por gorgulho-do-eucalipto, ocorrem no RS, PR, SC e ES. Essas duas espécies são bastante parecidas e apresen-tam duas gerações anuais (Fig. 42). Os adul-tos de G. gibberus medem em torno de 10-12 mm de comprimento, de cor parda e apresentam uma faixa oblíqua de colora-ção mais clara em cada élitro. Diferencia-se de G scutellatus por serem menores e com coloração do corpo mais escura e sem as faixas claras. As larvas são vermiformes, de coloração verde com pontos escuros, tubérculos pretos ovais ou esféricos,

coin-Figura 42 - Gorgulho-do-eucalipto

FONTE: (A) Institut Européen de la Forêt Cultivée (2005), (B) Pests and Disease Image Library (2007).

NOTA: A - Gonipterus scutellatus, B - Gonipterus gibberus

A B

María J. Lombardero

cidentes com a distribuição das cerdas no tórax e abdome. As larvas de G. scutellatus apresentam faixas laterais e dorsais verde-escuras ao longo do corpo e medem de 10-13 mm. Tanto larvas quanto adultos dani-ficam brotos e folhas, deixando-os com aspecto rendilhado. Em condições de po-pulação elevada, podem causar sérios prejuí-zos, em conseqüência de desfolhamentos pesados, principalmente, em plantios novos.

Metaxyonycha angusta (Perty, 1832) (Coleoptera:

Chrysomelidae)

Comumente denominado besouro-quatro-pintas (Fig. 43), essa espécie vem-se destacando nos últimos anos,

prin-cipalmente, pelo seu potencial de dano em plantas de eucalipto com até um ano de idade. Come os ponteiros tenros e as fo-lhas jovens do terço superior, alterando a tendência normal de crescimento apical das plantas. Nas folhas, os besouros alimentam-se da margem para o centro do limbo, fazendo reentrâncias de largura, aproximadamente, equivalente à de seu corpo. Em alguns casos, eles deixam ape-nas as nervuras principais. Povoamentos de eucalipto com um ano de idade, ataca-dos por esse besouro, apresentaram redu-ção de incremento em altura e diâmetro, respectivamente, de 16,5% e 13,57%, no terceiro ano. Esse resultado sugere que estudos mais consistentes sejam

direcio-Fotos: Norivaldo dos Anjos

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nados, considerando-se o potencial de dano desse inseto e a importância da cultura do eucalipto em nosso país.

INSETOS SUGADORES Psilídeos

São insetos pequenos com 1-2 mm de

novas e, sua infestação é facilmente reco-nhecida, por causa da secreção açucarada em forma de concha (Fig. 45) sobre as ninfas, que as protegem contra os possíveis pre-dadores, dificultando o acesso desses ao psilídio. A concha também evita que a nin-fa perca água, deixa o ambiente mais úmi-do, protegendo-a das altas temperaturas.

As ninfas apresentam cinco estádios com duração de 16 a 45 dias. No primeiro, a coloração do corpo é amarelo-pálida com duas manchas alaranjadas, bem visíveis, cobrindo grande parte do abdome (Fig. 46). Essa tonalidade não varia muito no decorrer dessa fase e, no quinto estádio, apresenta tons que vão do pálido ao amarelo-escuro, do esverdeado ao marrom-claro, com manchas verdes, alaranjadas e mar-rons. O abdome e os primórdios das asas são de coloração escura. As fêmeas são, ligeiramente, maiores do que os machos, medindo entre 2,5 e 3,1 mm de compri-mento (Fig. 47). A postura é realizada na folha e os ovos são de coloração amarelo-alaranjado-brilhante e de formato oval. São postos em linha, agrupados ou indi-vidualizados. A fêmea pode ovipositar de

Figura 43 - Metaxyonycha angusta

Norivaldo dos Anjos

Stenocolaspis

quatuordecimcostata Lefréve, 1877 (Coleoptera:

Chrysomelidae)

Ocorre nos estados do PA, RN, MA, BA, SP, SC e PR. Conhecido por besouro-de-limeira, os adultos medem de 7-10 mm de comprimento, apresentam corpo de coloração verde-azulado-brilhante, com os élitros apresentando carenas longitudi-nais com pontuações circulares entre elas (Fig. 44). As larvas vivem no solo e os adul-tos alimentam-se das folhas do eucalipto, deixando-as com aspecto rendilhado. As ocorrências de danos verificadas em euca-lipto não tiveram expressão econômica.

Norivaldo dos Anjos

comprimento, semelhantes a pequenas cigarrinhas e de hábito sugador. Os adultos possuem fortes pernas saltadoras, antenas relativamente largas e alimentam-se de seiva das plantas. Apresentam dimorfismo sexual, sendo as fêmeas ligeiramente maio-res que os machos. Os danos aos seus hos-pedeiros podem ser diretos, ao sugarem seiva e ao introduzirem substâncias tóxicas por meio da saliva, ou indiretos, servindo de vetores à transmissão de agentes pa-togênicos (fungos, bactérias, vírus). Os sintomas são caracterizados por enrola-mento e deformação do limbo foliar, forma-ção de galha, envassouramento, secamen-to do ponteiro, indução do aparecimensecamen-to de fumagina, provocada pelas secreções eliminadas pelo inseto (honeydew), presen-ça de ninfas e de excrementos semelhantes ao algodão, presença de ovos e adultos.

Dentre os psilídeos associados ao eu-calipto, os gêneros mais importantes são

Cteranytaina, Blastopsylla, Creiis, Eucalyptolyma, Cardiaspina e Glycaspis.

As espécies introduzidas no Brasil são

Ctenarytaina spatulata, Ctenarytaina eucalypti, Blastopsylla occidentalis e Glycaspis brimblecombei. A primeira

ocorrência de psilídeos em eucalipto, no Brasil, foi registrada em Itararé, SP, com a espécie Cteranytaina spatulata. Atual-mente, o psilídio-de-concha encontra-se espalhado por todas as regiões produtoras de eucaliptos do Brasil.

A ocorrência e o aumento populacional desse grupo de praga são mais intensos nos períodos mais secos do ano.

Psilídeo-de-concha - Glycaspis brimblecombei (Moore, 1964) (Hemiptera: Psyllidae)

Esse inseto é originário da Austrália e, atualmente, encontra-se disseminado em vários países como Estados Unidos, Mé-xico e Brasil. Sua primeira ocorrência no País data de 2001, no município de Mo-gi Guaçu, SP, em clones de eucalipto (urograndis) e, atualmente, encontra-se presente em vários Estados.

Essa espécie alimenta-se somente de eucalipto, preferindo brotações e folhas

Figura 44 - Stenocolaspis quatuordecimcostata

Figura 45 - Conchas de Glycaspis brimblecombei

FONTE: Favaro (2006).

Figura 46 - Ninfa de Glycaspisis brimblecombei

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45 a 700 ovos, presos com auxílio de um pedicelo à superfície da folha. O período embrionário varia de 10 a 20 dias.

Os danos causados caracterizam-se pela queda das folhas, secamento de pon-teiros de plantas dominantes e mortalida-de mortalida-de plantas dominadas e pomortalida-dem ser mortalida-de grande proporção, constatando-se morta-lidade de 15% de plantas no primeiro ano e até 40% no segundo, se não forem rea-lizados métodos de controle. Após a pri-meira detecção no Brasil, árvores que ini-cialmente apresentavam algumas conchas brancas, estavam com secamento de ponteiros e desfolha entre 20% e 30%. Árvores dominadas apresentavam desfo-lha de 100%, sem possibilidade de re-cuperação. Observações sobre interação planta/inseto mostraram que Eucalyptus

camaldulensis e Eucalyptus tereticornis

foram consideradas espécies altamente suscetíveis e Eucalyptus grandis, espécie tolerante a essa praga.

Como medida de controle, não se re-comendam os inseticidas de contato, pois as ninfas têm pouca mobilidade e estão protegidas pelas conchas, sendo os inse-ticidas sistêmicos, os mais recomendados, entre eles acetamiprid e acefato, mas com o agravante de custos elevados e de serem impactantes ao meio ambiente e ao homem. No Brasil são registrados alguns ini-migos naturais com potencial para o controle biológico. Os predadores: Olla

v-nigrum (Coleoptera: Coccinellidae), Cycloneda sanguinea (Coleoptera:

Coccinellidae), Eriopsis connexa (Co-leoptera: Coccinellidae), Harmonia

axyridis (Coleoptera: Coccinellidae), Hyppodamia convergens (Coleoptera:

Coccinellidae), Chrysoperla externa (Neuroptera: Chrysopidae) e Ocyptamus sp. (Diptera: Syrphidae); o parasitóide

Psyllaephagus bliteus (Hymenoptera:

Encyrtidae) (Fig. 48), além de aranhas e fun-gos entomopatogênicos. Pesquisas so-bre P. bliteus estão sendo desenvolvidas com a criação e liberação de indivíduos para o controle dessa praga em plantios de eucalipto. Este parasitóide pode propor-cionar um controle de até 80% e, com outros inimigos naturais como aranhas, crisopídeos, joaninhas, larvas de sifídeos, percevejos predadores e fungos entomo-patogênicos, um manejo integrado eficaz.

sentam coloração amarelo-clara, com asas transparentes e esbranquiçadas. Logo de-pois, começam a escurecer passando para a tonalidade alaranjada, com pequenas man-chas marrons no tórax e no abdome, com formato de faixas, dando um aspecto listra-do. A longevidade máxima de adultos obser-vada foi de 20 dias. As ninfas caracterizam-se por colônias que chegam a mais de 100 indivíduos numa mesma brotação, sendo comum encontrarem-se juntos, ovos, ninfas de vários estádios e adultos. Em todos os estádios, as ninfas permanecem a maior parte do tempo imóveis, com o estilete inserido na planta e, quando se movimentam, o fazem com lentidão e sempre acompanhando o crescimento da planta, ou seja, à medida que a planta emite novas brotações, as ninfas se dirigem a elas. As ninfas de primeiro está-dio apresentam o corpo totalmente amare-lo, exceto pelos pequenos olhos vermelhos, pelos ápices das antenas e tíbia-tarsos que são marrons. Movimentam-se lentamente, instalam-se nos primórdios foliares, ainda fechados, e começam a expelir o honeydew, que se espalha pelas brotações e folhas novas. Ninfas de quinto estádio apresentam uma variação muito grande na intensidade da coloração, encontrando espécimens com coloração amarela até marrom-escura, qua-se preta, próximos à emergência do adulto. O período ninfal dura, em média, 32 dias. Os ovos são elípticos, afilados na extremidade superior, em forma de gota. Possuem um

Figura 48 - Adulto de Psyllaephagus bliteus parasitando ninfas de G. brimblecombei

FONTE: University of California (2007).

Ctenarytaina spatulata Taylor, 1997 (Hemiptera: Psyllidae) Esta espécie é originária do sudeste da Austrália, tendo sido introduzida na Nova Zelândia, Estados Unidos (Califórnia) e Uruguai. No Brasil, o gênero Ctenarytaina foi observado pela primeira vez em 1994, em plantações de Eucalyptus grandis, no município de Arapoti, PR.

Machos e fêmeas são semelhantes, di-ferenciados pela terminália e pelo tamanho, levemente menor dos machos (Fig. 49). Imediatamente após a emergência,

apre-Figura 49 - Ctenarytaina spatulata

FONTE: Santana e Zanol (2006). NOTA: A - Macho; B - Fêmea.

Figura 47 - Glycaspis brimblecombei NOTA: A - Macho; B - Fêmea.

B A

B A

Fotos: Francisco Santana

B A

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