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2413.ª sessão do Conselho - AMBIENTE - Bruxelas, 4 de Março de Presidente:

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Internet: http://ue.eu.int/Newsroom E-mail: press.office@consilium.eu.int 2413.ª sessão do Conselho

AMBIENTE

-Bruxelas, 4 de Março de 2002

Presidente: Jaume MATAS i PALOU

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ÍNDICE 1

PARTICIPANTES ...3

PONTOS DEBATIDOS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS...4

a) Ratificação do Protocolo de Quioto...4

b) Quadro de comércio de direitos de emissão de gazes com efeito de estufa ...6

c) Programa dos Estados Unidos relativo às alterações climáticas – Conclusões do Conselho ...7

ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ...8

a) Contributo para o Conselho Europeu de Barcelona – Conclusões sobre a dimensão interna ...8

b) Preparação da Cimeira de Joanesburgo – conclusões sobre a dimensão externa ...15

RESPONSABILIDADE AMBIENTAL ...19

CONVENÇÃO SOBRE A DIVERSIDADE BIOLÓGICA – Conclusões...20

ACIDENTES GRAVES QUE ENVOLVEM SUBSTÂNCIAS PERIGOSAS (REVISÃO DA "DIRECTIVA SEVESO II" ...29

EMBALAGENS E RESÍDUOS DE EMBALAGENS ...30

PROTOCOLO DE CARTAGENA SOBRE BIOSEGURANÇA...30

DIVERSOS ...31

– As mulheres e as políticas ambientais europeias ...31

– Conferência internacional sobre o papel do princípio de precaução em matéria de produtos químicos...31

– Ponto da situação dos trabalhos da Comissão...31

– Restrições de funcionamento relacionadas com o ruído nos aeroportos comunitários ...31

− A asma e as crianças ...32 PONTO ADOPTADO SEM DEBATE

AMBIENTE... I

− Protocolo de Montreal relativo às substâncias que empobrecem a camada de ozono ...I

INFORMAÇÃO SOBRE O PONTO ADOPTADO POR PROCEDIMENTO DE CO--DECISÃO SIMPLIFICADA

− Programa comunitário para a promoção das ONG do ambiente...I

_________________

Para mais informações - tel 32 2 285 6219 ou 285 7459

1 Sempre que tenham sido formalmente aprovadas pelo Conselho declarações, conclusões ou resoluções, o facto é

(3)

PARTICIPANTES

Os Governos dos Estados-Membros e a Comissão Europeia estiveram representados do seguinte modo:

Bélgica:

Magda AELVOET Ministra da Protecção do Consumidor, da Saúde Pública e do

Ambiente

Olivier DELEUZE Secretário de Estado da Energia, do Desenvolvimento Sustentável,

Adjunto da Ministra da Mobilidade e dos Transportes

Dinamarca:

Hans Christian SCHMIDT Ministro do Ambiente

Alemanha:

Jürgen TRITTIN Ministro Federal do Ambiente, da Protecção da Natureza e da

Segurança dos Reactores

Grécia:

Vasso PAPANDREOU Ministra do Ambiente, do Ordenamento do Território e das Obras

Públicas

Espanha:

Jaume MATAS i PALOU Ministro do Ambiente

Pascual FERNÁNDEZ MARTÍNEZ Secretário de Estado das Águas e Costas

França:

Yves COCHET Ministro do Ordenamento do Território e do Ambiente

Irlanda:

Noël DEMPSEY Ministro do Ambiente e das Administrações Locais

Itália:

Altero MATTEOLI Ministro do Ambiente e da Protecção do Território

Luxemburgo:

Charles GOERENS Ministro da Cooperação, da Acção Humanitária e da Defesa,

Ministro do Ambiente

Eugène BERGER Secretário de Estado do Ambiente

Países Baixos:

Jan PRONK Ministro da Habitação, do Ordenamento do Território e do

Ambiente

Áustria:

Wilhelm MOLTERER Ministro Federal da Agricultura e Silvicultura, do Ambiente e dos

Recursos Hídricos

Portugal:

Rui GONÇALVES Secretário de Estado do Ambiente

Finlândia:

Satu HASSI Ministra do Ambiente

Suécia:

Lena SOMMESTAD Ministra, do Ministério do Ambiente

Reino Unido:

Margaret BECKETT Ministra do Ambiente, Alimentação e Questões Rurais

Michael MEACHER Ministro Adjunto ("Minister of State") encarregado do Ambiente

Sue ESSEX Ministra do Ambiente (Assembleia Galesa)

* * * Comissão:

(4)

ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS

a) Ratificação do Protocolo de Quioto

O Conselho chegou a um acordo sobre a decisão relativa à ratificação, pela Comunidade Europeia, do Protocolo de Quioto à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas, depois de ter resolvido as últimas questões pendentes. A decisão será adoptada formalmente, sem debate, numa próxima sessão do Conselho. Os Estados-Membros, que devem igualmente ratificar o Protocolo a nível nacional, comprometeram-se a adoptar todas as medidas necessárias para

depositar os seus instrumentos de ratificação ou de aprovação ao mesmo tempo que o da

Comunidade e, na medida do possível, o mais tardar em 1 de Junho de 2002, para permitir a entrada em vigor do Protocolo antes da Cimeira Mundial de Joanesburgo, que terá lugar em Setembro de 2002.

A ratificação do Protocolo constituiu durante muito tempo uma das prioridades da União Europeia. Com a aprovação do texto, a União toma a iniciativa e abre o caminho para a ratificação pelas outras Partes Contratantes que, nos termos do Protocolo de Quioto, se tinham comprometido a reduzir os seis gazes responsáveis pelo aquecimento da terra, nomeadamente o CO2. Para que o

Protocolo entre em vigor, é necessária a ratificação por 55 Partes Contratantes que representam 55% das emissões totais de dióxido de carbono (CO2) em 1990.

A União dá assim um passo importante com vista à Conferência Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável, a realizar em Joanesburgo em Setembro de 2002. Esta Conferência deverá constituir uma nova etapa a favor da protecção do ambiente e do desenvolvimento, dez anos após a Cimeira da Terra, realizada no Rio em 1992, que deu origem nomeadamente à Convenção-Quadro sobre as alterações climáticas.

Recorde-se que o Protocolo de Quioto, celebrado em 1997 no âmbito das Nações Unidas, prevê compromissos concretos e vinculativos de redução de CO2 pelos países constantes do Anexo I, ou

seja, no primeiro período do compromisso, que vai de 2008 a 2012, essencialmente pelos países industrializados. A Comunidade Europeia tinha-se comprometido, em Quioto, a proceder a uma redução global de 8% no período de 2008 a 2012 em relação aos níveis de 1990. A Comunidade e

(5)

os seus Estados-Membros tinham declarado em Quioto que assumiriam conjuntamente as suas obrigações. Na sessão do Conselho (Ambiente) de 15 e 16 de Junho de 1998, chegou-se a um acordo político sobre a contribuição de cada Estado-Membro para o compromisso de redução global de 8%, acordo esse denominado "Repartição do Ónus". Esse acordo consta agora do texto

juridicamente vinculativo.

Os compromissos quantificados em matéria de limitação e de redução das emissão acordados pela Comunidade e os seus Estados-Membros constam do Anexo II da Decisão e apresentam-se a seguir:

COMPROMISSO QUANTIFICADO DE REDUÇÃO DE EMISSÕES ESTABELECIDO NO ANEXO B DO

PROTOCOLO DE QUIOTO

(percentagem do ano ou período de referência)

COMUNIDADE EUROPEIA 92%

COMPROMISSO QUANTIFICADO DE LIMITAÇÃO OU REDUÇÃO DE EMISSÕES ACORDADO NOS TERMOS DO N.º 1 DO ARTIGO 4.º DO PROTOCOLO

DE QUIOTO

(percentagem do ano ou período de referência)

BÉLGICA 92.5% DINAMARCA 79% ALEMANHA 79% GRÉCIA 125% ESPANHA 115% FRANÇA 100% IRLANDA 113% ITÁLIA 93.5% LUXEMBURGO 72% PAÍSES BAIXOS 94% ÁUSTRIA 87% PORTUGAL 127% FINLÂNDIA 100% SUÉCIA 104% REINO UNIDO 87.5%

Em 31 de Dezembro de 2006 o mais tardar, a Comissão determinará as quantidades de emissões atribuídas respectivamente à Comunidade e a cada Estado-Membro expressos em toneladas de equivalente dióxido de carbono.

(6)

b) Quadro de comércio de direitos de emissão de gazes com efeito de estufa

O Conselho foi informado pela Presidência da situação dos trabalhos sobre esta proposta de directiva, cujo objectivo é criar um mercado comunitário para a troca de direitos de emissão, no âmbito da redução global das emissões de gazes com efeito de estufa exigida pelo Protocolo de Quioto. Trata-se da instauração, a nível comunitário, de um dos mecanismos flexíveis previstos pelo Protocolo de Quioto para permitir que as Partes na Convenção sobre as alterações climáticas

honrem os compromissos assumidos.

Recorde-se que o Conselho tinha realizado um debate de orientação na sua última sessão, em Dezembro de 2001. Embora os trabalhos se encontrem ainda numa fase precoce, uma vez que o Parlamento Europeu ainda não formulou o seu parecer, o Conselho comprometeu-se prosseguir a análise da proposta tendo em vista chegar a uma posição comum logo que possível.

A proposta de directiva tem por objectivo assegurar o bom funcionamento do mercado interno e a prevenir as distorções de concorrência que poderão resultar do estabelecimento de sistemas nacionais separados. A Comissão propõe uma primeira fase, que vai do início de 2005 até ao final de 2007, que precederia o primeiro período das exigências previstas pelo Protocolo de Quioto.

(7)

c) Programa dos Estados Unidos relativo às alterações climáticas – Conclusões do Conselho

"O Conselho:

– manifesta a sua satisfação por ter sido hoje adoptada a decisão relativa à aprovação, em nome da Comunidade Europeia, do Protocolo de Quioto à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas e incentiva outros países a associarem-se a estes esforços tendo em vista a sua entrada em vigor até à Cimeira Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável;

– recorda que o Protocolo de Quioto constitui o primeiro acordo ambiental multilateral que implementa de forma global e eficaz um regime para o cumprimento das obrigações;

– exorta todos os países que são partes no Acordo Bona-Marraquexe a ratificarem sem demora a Convenção de Quioto

– salienta a necessidade de se reduzirem as emissões de gases com efeito de estufa com base no importante trabalho já levado a cabo pela comunidade internacional;

– depois de ter analisado a iniciativa relativa às alterações climáticas apresentada pelo

Presidente Bush em 14 de Fevereiro de 2002, manifesta a sua preocupação com as medidas propostas, que permitem um aumento das emissões de gases com efeito de estufa a uma taxa próxima da actual e não bastam para combater com eficácia as alterações climáticas;

– apela a todas as partes na Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações

Climáticas, incluindo os Estados Unidos da América (o maior emissor de gases com efeito de estufa), a assumirem as suas responsabilidades nos termos desta Convenção, que exigem que os países industrializados retomem o seu nível de emissões de gases com efeito de estufa de 1990;

– apela aos Estados Unidos para que reforcem a sua acção no plano interno para atingirem um nível que represente um esforço comparável ao exigido pelo Protocolo de Quioto;

– confirma a sua disposição de prosseguir o diálogo com os Estados Unidos no âmbito do Grupo de Alto Nível UE-EUA."

(8)

ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

a) Contributo para o Conselho Europeu de Barcelona – Conclusões sobre a dimensão interna

O Conselho aprovou, sob a forma de conclusões que se apresentam a seguir, o seu contributo para o Conselho Europeu de Barcelona de 15 e 16 de Março de 2002 relativo à Estratégia de

Desenvolvimento Sustentável. As conclusões dizem especialmente respeito à dimensão ambiental da estratégia tal como definida no Conselho Europeu de Göteborg, em Junho de 2001. O Conselho Europeu deverá rever os progressos alcançados na execução dessa estratégia, apresentando ao mesmo tempo orientações para o futuro.

"INTRODUÇÃO

1. RECORDANDO que, em conformidade com a estratégia de desenvolvimento sustentável adoptada no Conselho Europeu de Göteborg, os Conselhos Europeus de Primavera passarão em revista os progressos efectuados na implementação dessa estratégia, dando novas

orientações de política a fim de promover o desenvolvimento sustentável; que o Conselho Europeu de Barcelona dará início a esta nova abordagem política com base numa análise equilibrada e coordenada das três dimensões da estratégia (social, económica e ambiental) ao definir, rever, avaliar e monitorizar as orientações políticas estratégicas da União Europeia; 2. SUBLINHA que é necessário desenvolver uma acção contínua para progredir na via do

desenvolvimento sustentável e, para o efeito, SUBLINHA que há que aplicar integralmente a estratégia de desenvolvimento sustentável e as suas prioridades ambientais, nomeadamente através das acções e medidas adoptadas nas conclusões do Conselho de 3 de Dezembro * e 12 de Dezembro de 2001 **, assim como dar orientações suplementares em algumas áreas prioritárias para os próximos meses;

DIMENSÃO EXTERNA E GLOBAL: CONCLUSÃO DE UM PACOTE TOTAL SOBRE O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

3. RECORDANDO que, em conformidade com a estratégia de desenvolvimento sustentável, o "roteiro" apresentado pelo Conselho (Assuntos Gerais) indicava que importa aprovar um pacote global sobre o desenvolvimento sustentável compreendendo a dimensão interna

adoptada em Göteborg, que deve ser complementada pela dimensão externa e global, a fim de ser submetida em tempo útil como contributo concreto da UE para a preparação da cimeira mundial sobre o desenvolvimento sustentável (Agosto/Setembro de 2002);

* Doc. 14589/01 – Indicadores-chave em matéria de ambiente para o desenvolvimento sustentável.

** Doc. 15280/01 – Estratégia da UE para o desenvolvimento sustentável: seguimento dos aspectos do Conselho Europeu de Göteborg relacionados com o ambiente.

(9)

4. REAFIRMA os nexos existentes entre a dimensão interna e externa, bem como a sua complementaridade, com vista a uma abordagem eficaz do desenvolvimento sustentável a todos os níveis em conformidade com os princípios da declaração de 1992 do Rio de Janeiro sobre o ambiente e o desenvolvimento;

INTEGRAÇÃO DAS PREOCUPAÇÕES AMBIENTAIS NAS POLÍTICAS SECTORIAIS 5. REAFIRMA que importa prosseguir e intensificar o processo de integração das preocupações

ambientais nas políticas sectoriais como um dos processos principais e complementares para a prossecução do desenvolvimento sustentável conjuntamente com a estratégia para o

desenvolvimento sustentável e o 6.º Programa de Acção para o Ambiente; CONGRATULA--SE COM as intenções das formações ECOFIN e Assuntos Gerais do Conselho, no sentido de adoptarem estratégias para a integração das preocupações ambientais, manifestadas em 5 e 11 de Março de 2002, respectivamente, assim como com o contributo do Conselho para o Conselho Europeu de Barcelona relativo à integração das preocupações ambientais na política das pescas, no qual se prevê um calendário para a adopção da sua estratégia e indicadores provisórios antes do fim de 2002;

6. SUBLINHA o importante papel do Conselho Europeu no estabelecimento, acompanhamento e promoção de directrizes políticas para este processo de integração e RECORDA a

necessidade de aplicar imediata e eficazmente as estratégias acordadas e avaliar, acompanhar e controlar regularmente a sua aplicação em conformidade com os prazos estabelecidos nas estratégias; para o efeito, considera-se necessário continuar a desenvolver os indicadores que hão-de permitir analisar objectivamente a aplicação dessas estratégias, assim como introduzir objectivos de curto, médio e longo prazo e calendários operacionais;

7. CONSIDERA que a Directiva 2001/42/CE, relativa à avaliação dos efeitos de determinados planos e programas no ambiente, é um importante instrumento para a eficaz integração das preocupações ambientais nos outros sectores;

RELATÓRIO DE SÍNTESE

8. TOMA CONHECIMENTO do relatório da Comissão "A estratégia de Lisboa – Acontecer a mudança"; no seguimento das directrizes definidas em Göteborg, COMPARTILHA do ponto de vista da Comissão quanto à necessidade de passar da elaboração estratégica para a

implementação; CONSIDERA que este relatório não atende suficientemente à dimensão ambiental e SUBLINHA que na sua próxima edição haverá que dar mais ampla e extensiva expressão às questões ambientais, a fim de estabelecer uma nova abordagem relativamente à elaboração das políticas em que as três dimensões do desenvolvimento sustentável sejam tratadas de forma mais equilibrada com vista à sua progressiva integração e em conformidade com o "roteiro";

(10)

9. REAFIRMA a necessidade das avaliações de impacto sobre a sustentabilidade tal como especificado nas conclusões do Conselho Europeu de Göteborg, as quais deverão incidir nas principais políticas internas e externas da UE e CONGRATULA-SE COM a intenção da Comissão manifestada na comunicação sobre a simplificação e melhoramento do quadro regulador por ela apresentada em Dezembro de 2001, assim como no relatório de síntese, no sentido de avançar com um sistema de avaliação do impacto sobre a sustentabilidade antes do fim de 2002, e CONVIDA a Comissão a criar este sistema o mais depressa possível, assim tomando em consideração a análise das três dimensões do desenvolvimento sustentável duma forma equilibrada, assim como as disposições pertinentes do 6.º Programa de Acção

Ambiental;

10. SUBLINHA os benefícios que podem advir de um desenvolvimento e utilização de tecnologias mais eficientes em termos de recurso e mais favoráveis ao ambiente numa economia baseada sobre o conhecimento, por forma a gerar crescimento e emprego e passar para modelos de consumo e produção sustentáveis, promovendo a dissociação do crescimento económico e da utilização de recursos;

11. CONGRATULA-SE COM a intenção expressa pela Comissão Europeia no relatório de síntese, no sentido de, no seguimento do próximo relatório sobre as tecnologias ambientais, desenvolver um plano de acção para combater os obstáculos à sua introdução na produção; 12. RECORDANDO que o Conselho Europeu de Göteborg acrescentou uma dimensão ambiental

à estratégia de Lisboa, CONSIDERA que a UE deve tornar-se uma economia altamente eco--eficiente e utilizar a energia e os recursos naturais de uma forma que respeite a capacidade de absorção do ambiente e sublinha por conseguinte a importância do contributo de Barcelona para a eficácia da Estratégia de Desenvolvimento Sustentável tal como desenvolvida em Göteborg;

13. CONVIDA a Comissão a elaborar uma estratégia para sensibilizar todos os actores em relação ao ambiente e ao desenvolvimento sustentável, incluindo pela difusão da estratégia da UE neste domínio;

INDICADORES

14. CONSIDERANDO que, a fim de determinar os principais indicadores ambientais associados à estratégia de desenvolvimento sustentável, o Conselho adoptou uma lista de indicadores--chave relacionados com o ambiente, incluída pela Comissão no seu relatório de síntese, tendo recomendado que se elaborasse um programa de trabalhos para o desenvolvimento posterior da lista aberta de indicadores, SUBLINHA a importância de assegurar a coordenação entre os diferentes processos relativos à fixação dos indicadores;

15. LAMENTA que a Comissão não esteja em condição de fornecer o relatório sobre a

disponibilidade de dados e metodologias para o desenvolvimento dos novos indicadores de desenvolvimento sustentável e a proposta de plano de trabalho que o Conselho lhe solicitou nas suas conclusões de Dezembro; regista que estes serão apresentados pela Comissão em tempo útil para o Conselho (Ambiente) de Outubro de 2002.

(11)

16. Recordando as prioridades estabelecidas pelo Conselho *, CONVIDA a Comissão, incluindo o EUROSTAT, e a Agência Europeia do Ambiente e os Estados-membros a desenvolverem os indicadores relativos à saúde pública, em especial os produtos químicos pertinentes, e à gestão sustentável dos recursos naturais, particularmente a água, à biodiversidade terrestre e aquática e à utilização de recursos, para que o Conselho possa adoptar no Outono o conjunto de

indicadores adequados, que devem ser tomados em consideração para os relatórios de síntese futuros a partir de 2003, assim como para a monitorização e avaliação do desenvolvimento sustentável;

17. CONVIDA o Conselho Europeu a dar apoio ao melhoramento do equilíbrio entre os indicadores ambientais, sociais e económicos, por forma a dar expressão a um equilíbrio adequado entre as três dimensões do desenvolvimento sustentável;

DIRECTRIZES FUTURAS

Estratégias de desenvolvimento sustentável

18. RECOMENDA que os Estados-Membros promovam, reforcem e complementem a estratégia de desenvolvimento sustentável da UE pela implementação de estratégias nacionais de

desenvolvimento sustentável aos níveis adequados e incentivem os processos locais no âmbito da Agenda 21; RECORDA que o Conselho Europeu e o Conselho convidaram os Estados--Membros a elaborar as suas estratégias de desenvolvimento sustentável no âmbito de amplos processos consultivos nacionais adequados e de um amplo consenso social, integrando

avaliações e procedimentos de monitorização que recorram à utilização de indicadores, e INCENTIVA os Estados-Membros a concluir esse trabalho antes da cimeira mundial sobre o desenvolvimento sustentável, garantindo nesta matéria a compatibilidade da acção a nível da UE com a acção a nível dos Estados-Membros;

19. SUBLINHA que importa atender aos aspectos da sustentabilidade nas políticas de utilização dos solos e de ordenamento territorial e urbano enquadrando-as em estratégias nacionais, regionais e locais para a sustentabilidade;

Alterações climáticas

20. CONGRATULA-SE COM a decisão tomada sobre a ratificação do Protocolo de Quioto em nome da Comunidade Europeia, e INSTA os Estados-Membros a concluírem os seus procedimentos de ratificação nacionais antes de Junho de 2002 (para que o Protocolo possa entrar em vigor antes da cimeira mundial sobre o desenvolvimento sustentável –

Agosto/Setembro de 2002);

(12)

21. Recorda as suas conclusões sobre as alterações climáticas de 12 de Dezembro de 2001 e INSTA a Comissão e os Estados-Membros que continuem a examinar a possibilidade de adoptar políticas e medidas comuns e coordenadas, destinadas a diminuir as emissões de gás de estufa, suplementares às propostas na primeira fase do programa europeu sobre as

alterações climáticas, e a efectuar progressos substanciais noutras propostas pendentes que visam garantir a conformidade com o compromisso quantificado de limitação ou redução das emissões acordado nos termos do Protocolo de Quioto, a fim de permitir a sua execução oportuna;

22. CONVIDA a Comissão e os Estados-Membros a prosseguir a implementação das iniciativas comunitárias contidas no Plano de Acção sobre eficiência energética e das estratégias relativas às fontes de energia renováveis;

Prioridades futuras na implementação da Estratégia de Desenvolvimento Sustentável 23. RECORDA a necessidade referida em Göteborg de dissociar o crescimento económico da

expansão dos transportes, nomeadamente suscitando uma transferência dos transportes rodoviários para os ferroviários e por via aquática, e dando maior peso aos transportes

colectivos de passageiros, assim como por meio de medidas incidentes nas fontes de energia e nas tecnologias limpas;

24. CONSIDERA importante estudar as potencialidades existentes na via do desenvolvimento sustentável, nomeadamente mediante identificação das barreiras que podem entravar a dissociação entre o crescimento económico e a utilização dos recursos;

25. Em conformidade com o objectivo fixado na Estratégia de Desenvolvimento Sustentável de até 2010 deter o declínio da biodiversidade, e de tomar em consideração o 6.º Programa de Acção Ambiental assim como a convenção sobre a biodiversidade, CONSIDERA que é prioritário operar progressos nas seguintes questões:

• Plena integração dos vectores da protecção e conservação da biodiversidade em todos os sectores e actividades pertinentes, e aplicação dos planos de acção comunitários

relativos à biodiversidade nas áreas da conservação dos recursos naturais, da agricultura, das pescas e da cooperação para o desenvolvimento e da cooperação económica, assegurando a complementaridade entre os planos de acção comunitários e as medidas nacionais;

• Incentivo das acções necessárias para implementar eficazmente a política comunitária sobre a biodiversidade, incluindo a Estratégia Comunitária da Biodiversidade,

especialmente através do desenvolvimento definitivo da rede Natura 2000, e da implementação dos instrumentos técnicos e financeiros bem como das medidas

necessárias para a sua plena implementação e para a protecção, nas áreas não abrangidas pelo Natura 2000, de espécies protegidas nos termos das directivas relativas aos habitats e aos pássaros;

(13)

• Previsão de medidas destinadas a promover o acesso aos recursos genéticos e aos saberes tradicionais, bem como a equidade na repartição dos benefícios resultantes da sua utilização;

• Desenvolvimento das medidas adicionais necessárias, como a prevenção, controlo e erradicação de espécies exóticas invasoras susceptíveis de causar danos graves à diversidade biológica;

• Adopção e implementação de medidas destinadas a manter a biodiversidade das florestas e outros ecossistemas importantes mediante a criação de redes ecológicas internacionais;

26. CONVIDA a Comissão a apresentar rapidamente a sua proposta para a ratificação do protocolo de segurança biológica de Cartagena em nome da Comunidade Europeia e SOLICITA aos Estados-Membros que ainda o não tenham feito que concluam os seus procedimentos de ratificação nacionais, a fim de permitir à Comunidade e aos Estados--Membros ratificarem o protocolo antes da cimeira mundial sobre o desenvolvimento sustentável (Agosto/Setembro de 2002);

27. Considerando que importa tomar medidas a nível comunitário a fim de proteger os recursos de solos, a COMISSÃO é CONVIDADA a apresentar o mais depressa possível uma

comunicação sobre a protecção integrada da qualidade dos solos como base para uma estratégia comunitária futura para a protecção dos solos;

28. SOLICITA à Comissão que apresente o seu Livro Branco sobre a política de produtos integrada, a estratégia temática sobre a utilização sustentável dos recursos e a estratégia temática sobre a reciclagem dos resíduos;

29. CONSIDERA importante promover a utilização de medidas fiscais, incluindo um quadro comunitário oportuno e adequado para a tributação dos produtos energéticos, a fim de incentivar a transição para uma utilização mais eficaz da energia e para energias e modos de transporte mais limpos, bem como de estimular a inovação tecnológica;

30. RECORDA a importância que atribui às prioridades identificadas no 6.º Programa de acçãoe ao desenvolvimento oportuno de todas as medidas necessárias;

31. Considerando que é importante promover uma mudança para meios e modos de transporte mais favoráveis ao ambiente como meio para avançar no sentido de uma mobilidade sustentável e para tomar em consideração as diferenças regionais e locais entre Estados--Membros e em cada um deles, bem como nos países candidatos, deverá ser dada prioridade, nas medidas de desenvolvimento da política comum de transportes para o período até 2010, a iniciativas que promovam, quando necessário, o investimento em infra-estruturas para os transportes colectivos e para os caminhos de ferro, as vias de navegação interna, os transportes marítimos de pequeno curso, as operações intermodais e as interconexões eficazes; TOMA CONHECIMENTO neste contexto da apresentação recente pela Comissão do seu Livro Branco sobre a política de transportes;

(14)

32. Considerando a importância dos transportes urbanos em relação ao ambiente e à qualidade de vida nas cidades, e o seu grande impacto nos aspectos ambientais globais como as alterações climáticas, o Conselho TOMA CONHECIMENTO da intenção de Comissão de apresentar uma comunicação sobre política de transportes urbanos;

33. CONVIDA a Comissão a desenvolver uma abordagem estratégica da gestão dos riscos

tecnológicos, considerando ao mesmo tempo os desafios sociais, económicos e ambientais em relação com a questão de desenvolvimento urbano sustentável;

34. No seguimento das conclusões do Conselho Europeu de Nice (Dezembro de 2000) sobre o princípio da precaução, o Conselho RECORDA a necessidade de clarificar as disposições para a sua aplicação;

Os países candidatos

35. Uma vez que, a partir de 2003, o relatório de síntese da Comissão passará a incluir os países candidatos, CONSIDERA importante que estes últimos tomem em consideração as políticas e objectivos da política estratégica de desenvolvimento sustentável da Comunidade no período antes de adesão, de modo a que a sua situação seja reflectida no relatório de síntese para 2003; Fomento da sustentabilidade

36. Considerando que a consecução dos objectivos de longo prazo da estratégia da UE para o desenvolvimento sustentável exige iniciativas e revisões periódicas, e a fim de contribuir para a revisão anual a executar no Conselho Europeu da Primavera, o Conselho, em face do relatório de síntese da Comissão, do desenvolvimento e execução do 6.º Programa de Acção para o Ambiente, assim como do processo de integração ambiental e de outras contribuições adequadas, DECIDE adoptar conclusões anuais fixando directrizes sobre a dimensão

ambiental da estratégia de desenvolvimento sustentável para apresentação ao Conselho Europeu de Primavera;

37. O Conselho regista que é intenção da Comissão elaborar um relatório ambiental anual

susceptível de contribuir para o trabalho do Conselho (Ambiente) para a fase de preparação da cimeira da Primavera."

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b) Preparação da Cimeira de Joanesburgo – conclusões sobre a dimensão externa

No que se refere à dimensão externa da estratégia de desenvolvimento sustentável, o Conselho adoptou as conclusões que se seguem com vista à preparação da Cimeira Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável, que se realizará de 26 de Agosto a 4 de Setembro de 2002 em Joanesburgo, na África do Sul.

"O CONSELHO DA UNIÃO EUROPEIA

1. REAFIRMA que o desenvolvimento sustentável requer soluções globais que integrem as dimensões económica, social e ambiental de uma forma equilibrada; RECONHECE que a solidez das políticas, a democraticidade das instituições, o primado do direito e o respeito pelos direitos humanos constituem requisitos prévios para o desenvolvimento sustentável e RECORDA o acordo aprovado pelo Conselho Europeu de Göteborg sobre o desenvolvimento da Estratégia Europeia para o Desenvolvimento Sustentável;

2. SUBLINHA as ligações existentes entre as dimensões interna e externa da estratégia para o desenvolvimento sustentável e a sua complementaridade, os compromissos no sentido de intensificar esforços para consolidar ainda mais essas ligações e REAFIRMA a necessidade de implementar plenamente a dimensão interna aprovada em Göteborg como um meio de contribuir para abordar os problemas ambientais globais, tendo em conta o impacto das políticas comunitárias sobre o resto do mundo;

3 REAFIRMA que a UE deverá desempenhar um papel crucial nos esforços globais para alcançar o desenvolvimento sustentável a todos os níveis;

4. REITERA a intenção da UE de promover conclusões da Cimeira Mundial sobre o

Desenvolvimento Sustentável orientadas para a acção e uma implementação eficaz dos seus resultados, baseando-se designadamente na Agenda 21 e na Agenda de Doha para o

Desenvolvimento, na Conferência de Monterrey sobre o Financiamento do Desenvolvimento, bem como nos objectivos e metas de desenvolvimento internacionalmente aprovados, em particular os previstos na Declaração do Milénio.

A UE espera que a Cimeira Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável (WSSD) produza resultados que contenham compromissos políticos globais relativamente ao desenvolvimento sustentável e parcerias entre governos, sociedade civil e sector privado;

5. REITERA o compromisso de Göteborg no sentido de se atingir o mais rapidamente possível a meta estabelecida pelas Nações Unidas de 0,7% do PNB para ajuda pública ao

desenvolvimento e de realizar progressos concretos para alcançar esse objectivo antes da Cimeira Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável, que se realizará em Joanesburgo em 2002, bem como o compromisso do Conselho no sentido de analisar os meios e os prazos para que cada Estado-Membro possa alcançar o objectivo das Nações Unidas de 0,7% do PNB para ajuda pública ao desenvolvimento e o seu empenhamento em continuar a envidar

esforços para melhorar os instrumentos de cooperação para o desenvolvimento, especialmente nos países afectados por crises ou conflitos;

(16)

6. RECORDA que o desenvolvimento sustentável é um objectivo primordial das nossas políticas internas e externas. Deverá ser prosseguida a integração da dimensão do desenvolvimento sustentável em acordos de cooperação bilaterais e multilaterais concluídos pela União Europeia, designadamente com os países vizinhos da região mediterrânica e da Europa Central e Oriental;

7. SALIENTA que os principais desafios que se colocam à UE relativamente à dimensão global do desenvolvimento sustentável são os seguintes:

1) Erradicação da pobreza e promoção do desenvolvimento social e da saúde; 2) Globalização ao serviço do desenvolvimento sustentável;

3) Padrões sustentáveis de produção e consumo;

4) Preservação e gestão sustentável dos recursos naturais e ambientais;

5) Reforço da governação com vista ao desenvolvimento sustentável a todos os níveis, em especial a governação internacional em matéria de ambiente, incluindo a participação pública;

6) Meios de implementação, incluindo o desenvolvimento de capacidades e a cooperação tecnológica;

8. REGISTA a avaliação feita pelo Secretário-Geral da ONU segundo a qual, embora se tenham observado, desde a Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente e Desenvolvimento (CNUAD), alguns progressos na via do desenvolvimento sustentável, estes se afiguram desiguais e as políticas e programas de desenvolvimento sustentável a todos os níveis não têm conseguido, a vários títulos, cumprir simultaneamente os objectivos económicos, sociais e ambientais;

9. CONGRATULA-SE com a apresentação da Comunicação da Comissão intitulada "Para uma parceria global no domínio do desenvolvimento sustentável", que contribui para desenvolver a Estratégia da UE para o Desenvolvimento Sustentável, focando o seu contributo para o

desenvolvimento sustentável global, e propõe componentes estratégicos para se chegar a um "Acordo Global" na Cimeira Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável de Joanesburgo. Estas questões e outros contributos da UE, juntamente com a inclusão do desenvolvimento sustentável na sessão de Março de 2002 do Conselho Europeu de Barcelona, com base nas conclusões de Göteborg, ajudarão a preparar a abordagem global da UE em relação ao desenvolvimento sustentável. A comunicação da Comissão e os novos preparativos da UE para a WSSD serão tratados nas formações relevantes do Conselho, e as conclusões sobre a dimensão global serão apresentadas ao Conselho Europeu de Sevilha;

10. CONSIDERA que a integração e coerência das políticas internas e externas são

indispensáveis para assegurar que os objectivos económicos, sociais e ambientais da UE se apoiem mutuamente e que a UE contribua de modo eficaz para o desenvolvimento sustentável a todos os níveis. Para o efeito, tal como referido nas Conclusões do Conselho Europeu de Göteborg, deverá ser levada a cabo, relativamente a todas as principais propostas no âmbito das políticas internas e externas, uma avaliação do impacto sobre a sustentabilidade que permita analisar as suas consequências económicas, sociais e ambientais. O processo de adaptação das principais políticas comunitárias, deverá igualmente prosseguir;

(17)

11. CONGRATULA-SE com os resultados da Segunda Comissão Preparatória em Nova Iorque, que constituirão um bom ponto de partida para as negociações durante a Terceira Comissão Preparatória. Os trabalhos futuros deverão centrar-se num conjunto coerente e focalizado de prioridades, num equilíbrio entre os interesses dos diferentes grupos e regiões e na integração das três dimensões do desenvolvimento sustentável em cada uma das questões tratadas; 12. SALIENTA que a União Europeia está empenhada em promover a boa governação, incluindo

a participação pública, a todos os níveis. No tocante à dimensão ambiental, os resultados da terceira sessão do Conselho de Administração/GMEF (Fórum Ministerial Mundial sobre o Ambiente) do PNUA, em Cartagena (Colômbia), deverão ser considerados como um

contributo útil para o processo da governação internacional no domínio do desenvolvimento sustentável. O reforço da contribuição do PNUA para a WSSD e do seu seguimento é importante neste contexto;

13. SALIENTA que os países desenvolvidos têm especiais responsabilidades a assumir, de modo a estarem em condições de enfrentar os desafios presentes e futuros do desenvolvimento sustentável e de ajudarem os países em vias de desenvolvimento nos seus esforços para conseguirem um desenvolvimento sustentável. Ao mesmo tempo, são vitais, neste contexto, as políticas internas dos países em vias de desenvolvimento e um contributo eficaz das instituições internacionais.

Tanto na fase de preparação da Cimeira de Joanesburgo como ulteriormente, o empenhamento da UE no desenvolvimento sustentável irá exigir que sejam tomadas medidas importantes, tais como:

– a promoção de padrões sustentáveis de consumo e de produção, dissociando o

crescimento económico da degradação do ambiente e tendo em conta a capacidade de carga dos ecossistemas. Para tal será necessário um enquadramento político adequado, que promova a eco-eficiência e a criação de capacidades;

– a integração dos países em vias de desenvolvimento no sistema económico mundial, nomeadamente através da implementação da Agenda de Doha para o Desenvolvimento, e o desenvolvimento de esforços no sentido de garantir que as políticas comerciais e os fluxos de investimento contribuam para o desenvolvimento sustentável. Devem ser promovidos os investimentos e as práticas empresariais ambiental e socialmente

responsáveis. Importa fomentar o investimento directo estrangeiro (IDE) sustentável nos países em vias de desenvolvimento e os créditos à exportação compatíveis com o

desenvolvimento sustentável;

– a promoção de parcerias para o desenvolvimento sustentável com organizações internacionais, governos, sociedade civil, sector privado e outros intervenientes. Na Europa, as entidades não-governamentais, as organizações empresariais e as autoridades públicas, incluindo as autoridades locais, devem ser incitadas a contribuir para a

emergência dessas parcerias, partilhando as experiências que lhes são próprias e promovendo a acção conjunta com entidades homólogas de outras regiões;

(18)

– em especial, o lançamento, entre outras, de iniciativas da UE nos seguintes domínios: 1) uma parceria estratégica, com a participação dos governos e de outros intervenientes, tendo em vista o acesso à água potável e às redes de saneamento, bem como a gestão sustentável dos recursos hídricos com base no princípio da gestão integrada das bacias hidrográficas; 2) a energia ao serviço da erradicação da pobreza e do desenvolvimento sustentável, com especial destaque para o acesso a fontes de energia sustentáveis, o aumento da eficiência energética, as tecnologias limpas e as energias renováveis; 3) formas de dar especial atenção a África, designadamente através do apoio a iniciativas africanas como a NEPAD; 4) a rápida ratificação de diversos instrumentos

internacionais (em especial sobre clima, biossegurança, POP e PIC);

14. CONSIDERA que a implementação da dimensão global deveria ser regularmente abordada, nos Conselhos Europeus da Primavera, como parte integrante do pacote de medidas da UE relacionadas com a Estratégia para o Desenvolvimento Sustentável. Deverão ser

especificamente analisados, no momento oportuno, os resultados e o seguimento da Cimeira de Joanesburgo."

(19)

RESPONSABILIDADE AMBIENTAL

O Conselho realizou um debate público, que pôde ser seguido pelos meios de comunicação social e pelo público interessado, sobre a proposta de directiva relativa à responsabilidade ambiental em termos de prevenção e reparação de danos ambientais.

Este debate permitiu ao Conselho orientar os futuros trabalhos sobre três elementos fundamentais da proposta, ou seja, o âmbito de aplicação, as isenções propostas e as possíveis garantias

financeiras. Todos estes elementos terão uma incidência sobre o nível de responsabilidade que poderá ser imputada aos Estados-Membros e às autoridades competentes.

O debate veio confirmar o interesse de todas as delegações para que o âmbito de aplicação da directiva seja definido com precisão, podendo o seu eventual alargamento a outros tipos de danos (por exemplo os danos causados às pessoas e/ou aos seus bens e os danos contra a biodiversidade causados por OGM) ser previsto com base em parâmetros ambientais.

A maioria das delegações considerou que as isenções propostas no que se refere à responsabilidade deveriam ser estritamente definidas para garantir a aplicação do princípio do "poluidor/pagador". Algumas delegações consideram igualmente que a fixação de regras comuns relativas às garantias financeiras poderia contribuir para a realização dos objectivos da directiva em matéria de protecção do ambiente.

(20)

CONVENÇÃO SOBRE A DIVERSIDADE BIOLÓGICA – Conclusões

O Conselho aprovou as conclusões que se apresentam a seguir, tendo em vista a preparação da 6.ª Conferência das Partes sobre a Diversidade Biológica, que terá lugar de 8 a 19 de Abril de 2002 na Haia. Esta Conferência será muito importante para o desenvolvimento da Convenção; o objectivo é chegar a um acordo sobre um plano estratégico para assegurar a concretização das obrigações que dela decorrem. A Convenção é um dos principais instrumentos para alcançar um desenvolvimento sustentável, cujo objectivo é deter, até 2010, a perda da biodiversidade que ameaça a viabilidade de inúmeros ecossistemas.

"O Conselho,

CONSCIENTE de que a perda de biodiversidade ameaça a capacidade de sustentação de vida de muitos ecossistemas e REALÇANDO, pois, a necessidade de um forte compromisso político com o objectivo de, até 2010, deter essa perda,

CONFIRMA o seu empenho em implementar a CBD como um dos mais importantes instrumentos para a consecução de um desenvolvimento sustentável e SUBLINHA a importância de uma comunicação clara e de um amplo reconhecimento da conservação e utilização sustentável da biodiversidade no desenvolvimento sustentável,

REALÇA que devem ser consagrados recursos financeiros adequados para a integração eficaz da biodiversidade nas políticas e programas que interessam ao desenvolvimento sustentável e,

especialmente, nas estratégias de redução da pobreza; REITERA o compromisso da UE no sentido de contribuir para fornecer os recursos financeiros, humanos e técnicos apropriados à

implementação da Convenção,

SALIENTA a importância de os Estados-Membros e a Comissão facilitarem a coordenação a nível da UE de todos os acordos ambientais e SUBLINHA ser igualmente necessário, a nível nacional, que haja um trabalho coordenado entre pontos focais nacionais e outras instituições e agentes competentes, não só para melhorar a coerência e eficácia da implementação de todos os

compromissos internacionais aplicáveis, mas também para garantir a coerência de posições da UE nas diversas instâncias internacionais,

SALIENTA a importância dos processos e iniciativas regionais e subregionais existentes, em especial a nível pan-europeu, e REGISTA os resultados da Conferência Intergovernamental sobre a "Biodiversidade para a Europa", realizada em Budapeste de 24 a 28 de Fevereiro de 2002 no âmbito da Estratégia Pan-europeia para a Biodiversidade e a Diversidade Paisagística.

(21)

Plano Estratégico

SALIENTANDO a importância de um plano estratégico tanto para apoiar a implementação da CBD como para proporcionar os necessários contributos da CBD para a Cimeira Mundial para o

Desenvolvimento Sustentável (WSSD), a realizar em Joanesburgo de 26 de Agosto a 4 de Setembro de 2002,

1. ACREDITA que a CBD deverá estar no cerne de uma visão coerente sobre a implementação de todas as acções em matéria de biodiversidade, pelo que REALÇA que a CBD deverá desempenhar um papel central no reforço da coordenação entre as convenções relativas à biodiversidade, bem como tomar a iniciativa em matéria de colaboração e cooperação com outros programas;

2. SALIENTA a importância de adoptar um plano estratégico concreto para a CBD na CdP 6 e, neste contexto, REGISTA com preocupação que, embora a recomendação da Reunião Intercalar Aberta sobre o Plano Estratégico, os Relatórios Nacionais e a Implementação da Convenção sobre a Diversidade Biológica (MSP) contenha elementos muito importantes, a abordagem e estrutura propostas não são muito estratégicas, continuando sem resposta numerosos pontos cruciais;

3. RECONHECE a necessidade de a CBD adoptar uma abordagem mais estratégica e prioritária, pelo que SALIENTA que o Plano Estratégico deverá prever a forma como a CdP dará

orientações às Partes quanto à implementação dos artigos fundamentais da CBD;

4. SUBLINHA a necessidade de se adoptar um Programa Plurianual de Trabalho (PPT) para a CBD, destinado a orientar e monitorizar a implementação do Plano Estratégico;

5. REGISTA a importância da comunicação relativa ao Plano Estratégico e EXORTA os Estados-Membros e a Comissão a investirem nos contactos bilaterais com outras Partes e a fazerem avançar as questões pendentes com vista a preparar os debates sobre o Plano Estratégico na CdP 6;

6. SUBLINHA o conteúdo e as prioridades do documento sobre o Plano Estratégico apresentado pela UE ao Secretariado da CBD a 30 de Janeiro de 2002;

7. CONGRATULA-SE com o facto de o Secretariado ter procedido a uma avaliação completa do andamento da implementação da Convenção com base nas informações constantes dos segundos relatórios nacionais e de a apresentar na CdP 6; SUBLINHA a importância de, a partir da referida avaliação, a CdP 6 delinear conclusões apropriadas para a implementação da Convenção e estabelecer ligações com o Plano Estratégico;

(22)

8. REITERA o compromisso da UE no sentido de fornecer os recursos financeiros, humanos e técnicos apropriados, e SALIENTA a importância do reforço da competência institucional e legislativa para o desenvolvimento e implementação de políticas e programas de conservação e utilização sustentável da biodiversidade, especialmente destinados a reforçar a capacidade de os países integrarem as questões relacionadas com a biodiversidade nos seus planos e estratégias sectoriais nacionais, a facilitar a aplicação das Orientações de Bona sobre o acesso e a partilha de benefícios e do Protocolo de Cartagena, a proceder a avaliações de risco e do impacto ambiental, em conformidade com o projecto de directrizes da CBD relativas à incorporação das questões referentes à biodiversidade na legislação sobre a AIA e na avaliação ambiental estratégica, a construir e gerir redes ecológicas, e a apoiar o desenvolvimento sustentável e, em especial, as estratégias de redução da pobreza; 9. RECONHECE a importância da investigação científica como meio de propiciar os

conhecimentos em que deverão basear-se as recomendações e pelos quais serão monitorizadas as acções de mitigação, em especial no que diz respeito aos recursos genéticos, às espécies exóticas invasoras e aos recursos biológicos silvícolas;

10. REGISTA COM AGRADO e INCENTIVA o trabalho sobre a harmonização dos relatórios efectuado pelo PNUMA e SALIENTA a importância de o ter em conta nos trabalhos sobre o formato dos futuros relatórios nacionais;

11. SUBLINHA que importa dispor de um sistema de monitorização da implementação da Convenção, com base nas estratégias, planos, relatórios e informações nacionais disponíveis em matéria de biodiversidade; e CONFIRMA que a análise do estado da implementação deverá incluir igualmente uma análise das decisões da CdP. A este respeito, o Conselho CONGRATULA-SE com a análise-piloto a apresentar à CdP 6 e EXORTA a CdP a proceder a uma avaliação completa;

12. SALIENTA, atendendo a que importa que as ratificações e a entrada em vigor dos acordos multilaterais no domínio do ambiente ocorram antes da WSSD, a necessidade de a

Comunidade e todos os Estados-Membros procederem a uma ratificação rápida do Protocolo de Cartagena sobre a Biossegurança, e REGISTA a opção de se proceder à ratificação antes da adopção das disposições de execução.

Acesso e partilha de benefícios no que se refere aos recursos genéticos

REITERANDO as suas Conclusões aprovadas em 16 de Outubro de 2001 com vista à preparação dos trabalhos do Grupo "ad hoc" Aberto sobre Acesso e Partilha dos Benefícios (Bona, 22--26 de Outubro de 2001) e APOIANDO-SE nos resultados por este alcançados,

(23)

13. CONGRATULA-SE com o Relatório do Grupo "ad hoc" Aberto sobre Acesso e Partilha dos Benefícios e APOIA os trabalhos relativos às orientações em matéria de acesso aos recursos genéticos e de partilha justa e equitativa dos benefícios decorrentes da sua utilização, ao plano de acção para o desenvolvimento de capacidades de acesso aos recursos genéticos e de

partilha de benefícios e ao papel dos direitos de propriedade intelectual na execução dos convénios relativos ao acesso e partilha dos benefícios;

14. CONGRATULA-SE com todos os elementos das orientações de Bona, incluindo os seus apêndices, e EXORTA a 6.ª Conferência das Partes na CBD a que ultime e aprove tais

orientações; EXORTA ainda a que, na medida do possível, sejam utilizadas nas orientações as definições já constantes na CBD;

15. CONSIDERA que as transacções envolvendo recursos genéticos deverão, quanto possível, assentar em acordos de transferência de materiais (ATM) e que, para facilitar a permuta de recursos genéticos e reduzir os custos de transacção, é aconselhável a harmonização desses ATM, segundo uma abordagem, inclusive mediante acordos-quadro e acordos globais; 16. SALIENTA que a plena participação das partes interessadas, e em especial das comunidades

locais e autóctones, é essencial para o desenvolvimento e execução dos convénios relativos ao acesso e partilha de benefícios. Um meio de incrementar a partilha justa e equitativa de

benefícios consiste na identificação e participação de tais partes interessadas na criação de medidas de incentivo à conservação e utilização sustentável;

17. CONCORDA que os benefícios podem ser financeiros ou não financeiros, e que variarão consoante o tipo de recursos genéticos, a sua utilização e os conhecimentos tradicionais com eles relacionados. CONSIDERA ainda que parte dos benefícios globais deverá ser utilizada na conservação e utilização sustentável da biodiversidade, de preferência na região de origem dos recursos. Sempre que possível, deve ser dada prioridade a benefícios conducentes, nomeadamente, ao desenvolvimento de capacidades, à transferência de tecnologia, ao intercâmbio de informações e à participação na investigação e na promoção da saúde e das condições de vida, adaptados às situações e necessidades locais;

18. APOIA ainda a preparação do plano de acção em matéria de desenvolvimento de capacidades de acesso aos recursos genéticos e de partilha de benefícios e APELA a que a CdP 6 dê início ao respectivo processo de ultimação e execução. O desenvolvimento de capacidades deverá processar-se em função da procura, evitar redundâncias e ser complementar de outras iniciativas por forma a incrementar as sinergias; e INCENTIVA os Estados-Membros e a Comunidade Europeia a afectarem recursos ao desenvolvimento e à execução deste Plano de Acção;

19. CONSIDERA que a plena e correcta implementação das disposições da CBD referentes ao acesso e à partilha de benefícios e das orientações de Bona se reveste de grande importância, e incentiva a Comissão e os Estados-Membros a reverem as suas medidas regulamentares, administrativas e legislativas à luz da CdP 6 no que respeita ao facto de serem

(24)

20. RECONHECE o importante papel que, de harmonia com a Convenção, caberá ao Tratado Internacional sobre os Recursos Fitogenéticos para a Alimentação e a Agricultura na

conservação e utilização sustentável de tão importante elemento da biodiversidade agrícola, na facilitação do acesso aos recursos fitogenéticos alimentares e agrícolas e na partilha justa e equitativa dos benefícios decorrentes da sua utilização; INSTA os Estados-Membros e a Comissão a que analisem prioritariamente a questão da assinatura e ratificação do Tratado Internacional sobre os Recursos Fitogenéticos para a Alimentação e a Agricultura, para que possa entrar rapidamente em vigor;

21. APOIA as recomendações de Bona no domínio dos direitos de propriedade intelectual na execução dos convénios relativos ao acesso e à partilha de benefícios, que recomendam, nomeadamente, que a CdP 6 convide as Partes e os Governos a incentivarem a divulgação do país de origem dos recursos genéticos ou dos conhecimentos tradicionais, inovações e práticas pertinentes das comunidades locais e autóctones nos pedidos de atribuição de direitos de propriedade intelectual e reconheça a necessidade de uma maior informação relativamente a um certo número de questões-chave relacionadas com os direitos de propriedade intelectual e o acesso aos recursos genéticos e à partilha de benefícios;

22. SUBLINHA que é vital garantir a coerência e a complementaridade entre os trabalhos realizados no quadro da CBD e outros processos em curso, como o Tratado Internacional sobre os Recursos Fitogenéticos para a Alimentação e a Agricultura, recentemente aprovado, os trabalhos do Comité Intergovernamental da Organização Mundial da Propriedade

Intelectual, as deliberações do Conselho TRIPS (aspectos dos direitos de propriedade

intelectual relacionados com o comércio) da Organização Mundial do Comércio, nos termos do n.º 19 da Declaração Ministerial de Doha sobre o Programa de Desenvolvimento de Doha, a implementação dos acordos da União Internacional para a Protecção das Obtenções

Vegetais (UPOV) e os trabalhos da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (CNUCED);

23. REITERA também o apoio da UE ao pedido formulado pela CBD de obtenção do estatuto de observador no Conselho TRIPS;

Espécies Exóticas Invasoras

RECONHECENDO que a introdução de espécies exóticas invasoras (EEI) é uma das principais causas da perda de biodiversidade de que há registo, bem como de graves prejuízos à economia e à saúde, exigindo, conforme os casos, que se desenvolvam iniciativas a nível nacional,

transfronteiriço e internacional, entre as quais, prioritariamente, medidas que impeçam que essa introdução ocorra e, havendo uma invasão por essas espécies, medidas de controlo ou de

erradicação das mesmas,

24. CONGRATULA-SE com a recomendação VI/4 do Órgão Subsidiário de Parecer Científico, Técnico e Tecnológico da CBD (SBSTTA), em conformidade com a decisão V/8 da CdP, nomeadamente com as opções para os trabalhos futuros;

(25)

25. APOIA a prossecução da identificação e exploração, por parte do SBSTTA e de outras organizações internacionais competentes, numa perspectiva técnica e científica, das lacunas específicas existentes no quadro regulamentar internacional respeitante às espécies exóticas invasoras. CONSIDERA que, com base nesse estudo, se deve decidir se são eventualmente necessárias novas iniciativas, incluindo a análise, nomeadamente, de todas as opções

possíveis;

26. ATRIBUI grande importância à aprovação de princípios orientadores firmes e eficazes na CdP 6, pelo que REGISTA com preocupação que o acordo sobre os princípios orientadores aprovados na sexta reunião do SBSTTA deixou em aberto várias questões críticas e INSTA os Estados-Membros e a Comissão a envidarem todos os esforços para obterem apoio político suficiente das demais partes, a fim de se aprovarem princípios orientadores firmes na CdP 6; 27. REALÇA a importância de a CdP 6 adoptar definições e terminologia normalizadas,

entendendo por isso que as mesmas deverão ser ultimadas e aprovadas na CdP 6, e

REAFIRMA que a definição de espécies exóticas invasoras deverá abranger subespécies e categorias taxonómicas inferiores, incluindo genótipos descritos, com características biológicas distintas;

28. OBSERVA que, de um modo geral, é difícil prever a capacidade de invasão potencial das espécies e RECONHECE a necessidade de avaliar correctamente as ameaças – reais e potenciais – à biodiversidade e aplicar o princípio da precaução, incluindo procedimentos adequados de avaliação do risco de introduções premeditadas e também medidas adequadas para as introduções não premeditadas, a fim de prevenir ou moderar os seus efeitos nocivos na biodiversidade; REALÇA que o conceito de precaução evoluiu desde a Declaração do Rio (Princípio 15) e que o princípio da precaução deverá ser devidamente integrado nos Princípios Orientadores;

29. CONCORDA que, nos casos de introdução intencional de espécies exóticas invasoras, o ónus da prova quanto à responsabilidade pela segurança de ecossistemas, habitats ou espécies, deverá caber à pessoa ou instituição responsável pela introdução. Em caso de actividades relativamente às quais tenha sido estabelecido que conduzam à introdução não intencional de espécies exóticas invasoras, é necessário instaurar os mecanismos apropriados para garantir a segurança dos ecossistemas, habitats e espécies; RECONHECE, além disso, que, no caso de actividades susceptíveis de conduzir à introdução não intencional de espécies exóticas invasoras, é necessário instaurar sistemas práticos e eficazes de prevenção ou de controlo, para garantir a segurança dos ecossistemas, habitats e espécies. Além disso, os países que estejam na origem da invasão, seja ela causada por uma introdução intencional ou não intencional, devem estar conscientes das suas responsabilidades e cooperar de molde a garantir o êxito das medidas de erradicação ulteriores;

(26)

30. CONSIDERA que às Partes e aos países que sejam os primeiros a sofrer uma invasão biológica não natural cabe a responsabilidade fundamental de impedir o seu alastramento, tanto no interior das respectivas jurisdições nacionais como no seu exterior. Assim,

RECOMENDA que sejam prestadas as informações pertinentes, utilizando os mecanismos disponíveis, como o Mecanismo de Intercâmbio em Matéria de Biodiversidade, estruturas de comunicação e/ou "sistemas de alerta precoce".

31. RECOMENDA que se levem a cabo estudos de viabilidade e projectos experimentais para avaliar as probabilidades de êxito das medidas de redução, erradicação, confinamento ou controlo, e se partilhe essa experiência com outros países em que se tenham expandido as mesmas espécies exóticas invasoras;

32. SALIENTA a importância do desenvolvimento de capacidades em relação às espécies exóticas invasoras, especialmente do ponto de vista jurídico, administrativo e científico, e da inclusão das EEI nos programas de cooperação para o desenvolvimento;

33. CONSIDERA que é fundamental continuar a desenvolver a cooperação entre os processos em curso em diversas instâncias, em matéria de espécies exóticas invasoras, e SALIENTA que deverá haver uma participação activa dos processos e organizações pertinentes, como o Programa Mundial para as Espécies Exóticas Invasoras (PMIEI), a União de Conservação Mundial (IUCN), a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), a Convenção de Ramsar, a Convenção de Berna, a Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Extinção (CITES) e a Convenção Fitossanitária Internacional (CFI);

Diversidade biológica das florestas

REAFIRMANDO a importância da conservação e utilização sustentável da diversidade biológica das florestas, atendendo ao papel fundamental que todos os tipos de floresta, nomeadamente as primárias, desempenham na conservação da diversidade biológica mundial e REGISTANDO com grande preocupação que, a nível mundial, a perda de biodiversidade das florestas continua a um ritmo acelerado,

34. INSISTE na necessidade de se avançar na implementação prática da CBD no tocante à diversidade biológica das florestas e ACOLHE FAVORAVELMENTE as recomendações da sétima reunião do Órgão Subsidiário de Parecer Científico, Técnico e Tecnológico (SBSTTA) sobre a biodiversidade das florestas;

35. RECONHECE que essas recomendações constituem uma boa base para a prossecução dos trabalhos e, POR CONSEGUINTE, considera que a CdP 6 na CBD adoptará um projecto de programa de trabalho revisto e alargado com base nos trabalhos desenvolvidos pelo SBSTTA 7;

(27)

36. DECLARA estar de acordo, de um modo geral, com as metas, objectivos e actividades que figuram nos três pontos propostos:

Conservação, utilização sustentável e partilha dos benefícios; Enquadramento institucional e socioeconómico favorável; e Conhecimento, avaliação e monitorização

e SUBLINHA a necessidade de se pôr a tónica nas prioridades-chave para a biodiversidade das florestas, bem como na identificação dos intervenientes, calendários, alvos e indicadores de progresso, de molde a dispor de um programa de trabalho concreto e orientado para a acção que preveja um conjunto de acções coerente;

37. SALIENTA que, na definição dos intervenientes, calendários, alvos e prioridades, o programa de trabalho revisto deverá ter em conta, nomeadamente, os ensinamentos colhidos e os

elementos pertinentes do actual programa de trabalho da CBD sobre as florestas, bem como as propostas de acção provenientes do Painel Intergovernamental para as Florestas/Fórum

Intergovernamental para as Florestas, do Fórum das Nações Unidas sobre as Florestas (FNUF), incluindo o seu Programa Plurianual de Trabalho (PPT) e o seu Plano de Acção (PA), e as acções a empreender pela Parceria de Colaboração para as Florestas (CPF) e pelas organizações que dela fazem parte, bem como os resultados do FNUF 2 e da sua reunião de alto nível;

38. REALÇA a importância de se assegurar a complementaridade entre a CBD e os diferentes processos internacionais pertinentes relacionados com as florestas, em especial o FNUF, bem como a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (CQNUAC) e o seu Protocolo de Quioto, a Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (CCD) e outras organizações membros da CPF, a fim de coordenar as actividades dos diversos intervenientes para criar a maior coerência possível; e, em especial, o papel do Secretariado da CBD como organismo central no atinente às questões da biodiversidade das florestas no âmbito da CPF;

39. ENCORAJA a CBD e o FNUF a promoverem uma cooperação e coordenação entre si, nomeadamente através da identificação pelos seus secretariados das áreas de interesse mútuo contidas nos respectivos programas e da colaboração nos trabalhos relativos a essas áreas; nesse contexto, TOMA CONHECIMENTO do relatório do Seminário sobre as Florestas e a Biodiversidade realizado em Accra, Gana, entre 28 e 30 de Janeiro de 2002;

40. SUBLINHA a importância das actividades desenvolvidas a nível nacional para garantir a plena implementação da CBD e, em especial, do seu programa de trabalho alargado sobre a diversidade biológica das florestas. A implementação do programa de trabalho, de modo coerente e sinérgico, através de estratégias, planos ou programas nacionais sobre a diversidade biológica, programas nacionais para as florestas, planos de desenvolvimento sustentável e estratégias de redução da pobreza, será crucial para a consecução dos objectivos da CBD no terreno;

41. SUBLINHA igualmente que a efectiva implementação do programa de trabalho beneficiará, com a cooperação regional; no contexto pan-europeu, cabe importante papel à Conferência Ministerial sobre a Protecção das Florestas na Europa (CMPFE);

42. SUBLINHA o conteúdo e as prioridades do documento apresentado pela UE ao Secretariado da CBD a 30 de Janeiro de 2002;

(28)

Coordenação entre Convenções

CONSCIENTE de que a perda de biodiversidade, as alterações climáticas e a desertificação são processos interligados e que a implementação de convenções e processos interligados não pode ser vista separadamente,

43. SALIENTA a importância de uma correcta implementação e de uma melhor coordenação entre a CBD, a CQNUAC, a Convenção de Combate à desertificação (CCD), o Fórum das Nações Unidas sobre as Florestas (FNUF), a Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies Ameaçadas de Extinção (CITES), a Convenção de Ramsar sobre Zonas Húmidas, a Convenção sobre as Espécies Migradoras de Animais Selvagens, a Convenção Fitossanitária Internacional (CFI) e outros acordos e processos pertinentes, a todos os níveis, para promover a compatibilidade e a complementaridade e, ao mesmo tempo, garantir a integridade do ambiente, evitando duplicação de esforços e contradições e optimizando benefícios e sinergias; e, neste contexto, SALIENTA ainda o papel crucial desempenhado pela CBD no que respeita à conservação e utilização sustentável da diversidade biológica;

44. APOIA o documento sobre as relações entre as Convenções sobre Alterações Climáticas, Biodiversidade e Desertificação apresentado pela UE ao Secretariado da CQNUAC

a 15 de Outubro de 2001, considerando que constitui uma boa base para uma coordenação e cooperação concretas entre as três convenções; INCENTIVA a formulação de programas de trabalho conjuntos dessas convenções;

45. A fim de promover a implementação da CBD e do seu Protocolo de Cartagena, da CQNUAC e do seu Protocolo de Quioto, e da CCD, EXORTA as partes e os países a, no âmbito dos diálogos bilaterais sobre a ajuda aos países em desenvolvimento, terem em conta as suas necessidades em termos de implementação das convenções, uma vez que esses países não dispõem das capacidades necessárias para dar resposta a todos os requisitos respeitantes às diversas convenções; SOLICITA às organizações das Nações Unidas que incluam nos seus programas um apoio adequado à criação dessas capacidades nos países em desenvolvimento, no que diz respeito à implementação das Convenções; RECOMENDA também às instituições internacionais de financiamento, às associações de crédito à exportação e aos bancos

comerciais que atendam nomeadamente aos objectivos das três convenções nas suas políticas e operações bancárias e de concessão de empréstimos."

(29)

ACIDENTES GRAVES QUE ENVOLVEM SUBSTÂNCIAS PERIGOSAS (REVISÃO DA "DIRECTIVA SEVESO II"

O Conselho tomou nota da situação dos trabalhos sobre a alteração da Directiva 96/82/CE (directiva "SEVESO II") relativa ao controlo dos perigos associados a acidentes graves que envolvem

substâncias perigosas.

O Conselho encarregou o Comité de Representantes Permanentes de prosseguir a análise da proposta tendo em vista resolver as questões pendentes, nomeadamente no que se refere às

alterações propostas referentes à inclusão no âmbito de aplicação da directiva do nitrato de amónio que esteve na origem da explosão ocorrida em 21 de Setembro passado nas instalações da fábrica de produtos químicos AZF em Toulouse.

A Presidência tenciona submeter este dossier à apreciação do Conselho (Ambiente) do próximo mês de Junho, quando deverá estar disponível o parecer do Parlamento Europeu, a fim de chegar a uma posição comum.

A Directiva 96/82/CE tem por objectivo prevenir os acidentes graves que envolvam substâncias perigosas e limitar as suas consequências para o homem e para o ambiente, a fim de assegurar níveis de protecção elevados em toda a Comunidade. A directiva obriga os operadores do sector a aplicarem sistemas de gestão da segurança, incluindo uma avaliação pormenorizada do risco, com base em cenários de acidentes possíveis.

À luz dos acidentes industriais recentes ocorridos em Baia Mare, na Roménia, e em Enschede, nos Países Baixos, e na sequência de estudos sobre carcinógenos e substâncias perigosas para o

ambiente realizados pela Comissão, a pedido do Conselho, a Comissão propõe alargar o âmbito de aplicação da directiva a fim de reforçar a sua eficácia.

(30)

EMBALAGENS E RESÍDUOS DE EMBALAGENS

O Conselho tomou nota da situação dos trabalhos sobre a alteração da Directiva 94/62/CE relativa a embalagens e resíduos de embalagens.

A proposta estabelece novas metas para a recuperação e a reciclagem das embalagens durante o período de 2001 a 2006 e pretende definir o termo "embalagens" e os diferentes tipos de

reciclagem. Esta alteração surge na sequência da disposição contida na Directiva 94/62/CE que prevê a fixação de novas metas de cinco em cinco anos.

PROTOCOLO DE CARTAGENA SOBRE BIOSEGURANÇA

O Conselho tomou nota da proposta apresentada pela Comissão relativa à execução pela

Comunidade do Protocolo de Cartagena, ou seja, a proposta de regulamento relativo à transferência transfronteiras de organismos geneticamente modificados. Pediu ao Comité de Representantes Permanentes que se encarregasse da análise desta proposta tendo em vista permitir alcançar um acordo político em tempo útil.

Concluído em Montreal, em Janeiro de 2000, o Protocolo de Cartagena abrange, designadamente, a protecção do ambiente, a identificação e a rotulagem dos organismos vivos modificados (OVM) e os movimentos transfronteiras desses organismos.

(31)

DIVERSOS

As mulheres e as políticas ambientais europeias

O Conselho foi informado pela Delegação Espanhola da realização de um seminário, em 13 de Fevereiro passado em Segovia, no qual participaram a Comissão Europeia e vários Estados-Membros. O seminário debruçou-se muito em especial sobre a questão da integração da igualdade entre mulheres e homens nas políticas ambientais na perspectiva do

desenvolvimento sustentável.

Conferência internacional sobre o papel do princípio de precaução em matéria de produtos químicos

O Conselho tomou nota de uma intervenção da Delegação Austríaca respeitante à Conferência Internacional sobre "O papel do princípio de precaução na política em matéria de produtos químicos", realizada em Novembro passado em Viena.

Ponto da situação dos trabalhos da Comissão

O Conselho tomou nota de informações apresentadas pela Comissão no que se refere: ● à legislação sobre os produtos químicos;

● à proposta de directiva relativa às pilhas e acumuladores;

● à proposta de directiva relativa à política integrada dos produtos.

Restrições de funcionamento relacionadas com o ruído nos aeroportos comunitários

O Conselho tomou nota de uma intervenção da Delegação Alemã a respeito da proposta de directiva relativa ao estabelecimento de regras e procedimentos para a introdução de restrições de funcionamento relacionadas com o ruído nos aeroportos comunitários, actualmente em negociação entre o Parlamento Europeu e o Conselho na sua formação "Transportes".

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A asma e as crianças

O Conselho tomou nota de uma intervenção da Delegação Britânica a respeito dos efeitos nocivos das emissões causadas pela circulação rodoviária (precursores de ozono) sobre a saúde das crianças e do apelo lançado à Comissão para rever a legislação aplicável nesta matéria.

Referências

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