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Geografia das Religiões. Prof. Yuri Xavier

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Academic year: 2021

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Geografia das Religiões

Prof. Yuri Xavier

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O que é?

Geografia da religião é o estudo do impacto da geografia, ou seja, do lugar e do espaço, na crença religiosa.

Outro aspecto da relação entre religião e geografia é a "geografia religiosa", na qual as ideias geográficas são influenciadas pela religião, como na fabricação de mapas e a "geografia bíblica", que se desenvolveu no século XVI para identificar locais citados na Bíblia.

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Religião: definição

A palavra religião deriva do termo latino Re-Ligare, que significa religação com o

divino. Essa definição engloba necessariamente qualquer forma de aspecto místico e religioso, abrangendo seitas, mitologias e quaisquer outras doutrinas ou formas de pensamentos que tenham como característica fundamental um conteúdo

metafísico, ou seja, além do mundo físico.

As religiões são formadas por histórias, muitas vezes mitos de personagens que, de alguma forma, conseguiram convencer as pessoas de que há um ser maior – ou vários seres maiores, no caso das religiões politeístas – que criou tudo e tudo controla. Desde que o ser humano passou a se organizar em cidades, impérios e grupos cada vez maiores, as crenças são difundidas, incorporam traços culturais de outros povos conquistados e sofrem transformações ao longo dos anos.

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Tipos de religiões: Politeísmo

Politeísmo: sistema ou crença religiosa que admite mais de um deus.

D e u se s e g íp c io s .

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Tipos de religiões: Monoteísmo

Monoteísmo: doutrina religiosa que defende a existência de uma única divindade. Culto ou adoração de um único deus.

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Principais religiões

Atualmente existem inúmeras religiões

sendo praticadas no mundo, as principais são:

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Principais religiões: Cristianismo

Cristianismo: 29% da população mundial é adepta ao Cristianismo. A religião que tem

como única divindade Jeová – ou Javé –

possui algumas vertentes, como o

Protestantismo, idealizado por Martinho Lutero e o Cristianismo Ortodoxo, que

surgiu após a separação do Império

Romano em 476 d.C. A Igreja Católica Romana está mais presente nas Américas (com exceção dos Estados Unidos, que possui grande maioria protestante), na África Central e na Europa Ocidental. A Igreja Ortodoxa possui mais adeptos na

Europa Oriental e na Rússia. Já o

Protestantismo está presente na Austrália, no sul da África e nos países escandinavos;

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Principais religiões: Islamismo

Islamismo: 23% da população mundial segue a

tradição do Islamismo, que tem em Alá sua divindade e em Maomé, o principal nome profético. A distribuição de pessoas que têm como religião o Islamismo é feita principalmente no Norte da África, em todo o Oriente Médio e no sudoeste asiático. Há duas principais vertentes do Islã: os xiitas e os sunitas. Embora haja seguidores das duas vertentes em quase todo o Oriente Médio, a concentração de xiitas é muito menor e resume-se ao Iraque, ao Irã e ao Iêmen. Outras vertentes menos conhecidas também existem, mas possuem poucos seguidores.

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Principais religiões: Hinduísmo

Hinduísmo: a religião tradicional indiana é praticada por mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo, ou seja, aproximadamente 15% da população mundial. Mais da metade vive na Índia e no Nepal, mas há praticantes em mais de 15 países em todo o mundo, incluindo os Estados Unidos. A principal divindade é o Brâman, mas há várias

divindades adoradas e cultuadas pelos praticantes do Hinduísmo. Brâman, na

verdade, pode assumir vários avatares e representar várias entidades, o que faz com que o Hinduísmo seja de certa forma politeísta.

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Budismo: é uma religião criada por Buda, um príncipe chamado Sidarta Gautama. Surgiu na Índia, no século VI a.C. Dentro do budismo não existe hierarquia, até porque não há um deus, somente um líder espiritual, que é o Buda. No mundo existem cerca de 400 mil seguidores, sobretudo, na Ásia.

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Ateísmo e Agnosticismo

Ateísmo: doutrina ou atitude de espírito que nega categoricamente a existência de Deus, asseverando a inconsistência de qualquer saber ou sentimento direta ou indiretamente religioso, seja aquele calcado na fé ou revelação, seja o que se propõe alcançar a divindade em

uma perspectiva racional ou argumentativa.

Denominação atribuída às concepções heterodoxas ou dubitativas a respeito da existência da divindade, tais como o panteísmo, o ceticismo, o deísmo enciclopedista etc.

Agnosticismo: doutrina que reputa inacessível ou incognoscível ao entendimento

humano a compreensão dos problemas propostos pela metafísica ou religião (a

existência de Deus, o sentido da vida e do universo etc.), na medida em que

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Religião e globalização

Atualmente a geografia das religiões é bem definida, mas, com a globalização atingindo um nível surpreendente de câmbio entre os povos, é possível encontrar seguidores de uma religião do extremo oriente do planeta morando no extremo ocidente e vice-versa. A disposição dos povos nos dias atuais é importante para entendermos a geografia das religiões e como estas religiões exercem influências positivas e negativas sobre os povos do mundo.

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A religião e o fanatismo

Fanatismo religioso é uma forma de fanatismo caracterizada pela devoção incondicional, exaltada e completamente isenta de espírito crítico, a uma ideia ou concepção religiosa. Em geral, o fanatismo religioso também se caracteriza pela intolerância em relação às demais crenças religiosas. Um fanático religioso é, muitas vezes, um indivíduo disposto a se utilizar de qualquer meio para afirmar a primazia da sua fé sobre as demais.

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Fanatismo religioso

Há na história mundial vários exemplos de pessoas que usam a religião como

preceito para praticar atos de crueldade e “seleção” daqueles que – segundo os

“conceitos da religião” – são as únicas pessoas dignas de permanecer. Casos como as atrocidades cometidas pelo Estado Islâmico, pelo Nazismo, pelas Cruzadas,

entre tantos outros, são exemplos de que o fanatismo religioso, sobretudo

aquele que não leva em conta as crenças alheias, pode provocar diversos

sentimentos – inclusive ódio e insensibilidade – nas pessoas que praticam

religiões. O poder de interpretação que o ser humano tem é o que torna as

diversas crenças tão importantes, mas tão perigosas para a manutenção da ordem e da vida na Terra.

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Religiões e conflitos atuais

Depois da II Guerra Mundial, a ONU adotou a Declaração Universal dos Direitos

Humanos, que colocava em pauta o “respeito universal e observância dos direitos

humanos e liberdades fundamentais para todos, sem distinção de raça, sexo, língua

ou religião”. O ideal foi reforçado em 1999, ano em que líderes budistas,

protestantes, católicos, cristãos ortodoxos, judeus, muçulmanos e de várias outras religiões se reuniram para assinar o Apelo Espiritual de Genebra. O documento pedia aos líderes políticos e religiosos algo simples: a garantia de que a religião não fosse mais usada para justificar a violência.

Passados muitos anos e outras muitas tentativas de garantir a liberdade religiosa, grande parte dos conflitos que hoje acontecem no mundo ainda envolve crenças e doutrinas, que se misturam a uma complexa rede de fatores políticos, econômicos,

raciais e étnicos. De “A a T”, conheça alguns conflitos atuais que têm, entre suas

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Afeganistão

Grupos em conflito: fundamentalistas radicais muçulmanos e não-muçulmanos

O Afeganistão é um campo de batalhas desde a época em que Alexandre, o Grande, passava por lá, em meados de 300 a.C. Atualmente, dois grupos disputam o poder no país, em um conflito que se desenrola há anos. De um lado está o Talibã, movimento fundamentalista islâmico que governou o país entre 1996 e 2001. Do outro lado está a Aliança do Norte, organização político-militar que une diversos grupos demográficos afegãos que buscam combater o Regime Talibã.

Após os atentados de 11 de setembro de 2001, a Aliança do Norte passou a receber o apoio dos Estados Unidos, que invadiram o Afeganistão em busca do líder do Al-Qaeda, Osama Bin Laden, estabelecendo uma nova república no país. Em 2011, americanos e aliados comemoraram a captura e morte do líder do grupo fundamentalista islâmico responsável pelo ataque às Torres Gêmeas, mas isso não acalmou os conflitos internos no país, que continua sendo palco de constantes ataques talibãs.

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Nigéria

Grupos em conflito: cristãos e muçulmanos

Não é apenas o rio Níger que divide o país africano: a população

nigeriana, de aproximadamente 148 milhões de habitantes, está

distribuída em mais de 250 grupos étnicos, que ocuparam diferentes porções do país ao longo dos anos, motivando constantes disputas territoriais. Divididos espacialmente e ideologicamente estão também os muçulmanos, que vivem no norte da Nigéria, e cristãos, que habitam as porções centro e sul. Desde 2002, conflitos religiosos têm se acirrado no país, motivados principalmente pela adoção da sharia, lei islâmica, como principal fonte de legislação nos estados do norte. A violência no país já matou mais de 10 mil pessoas e deixou milhares de refugiados.

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Iraque

Grupos em conflito: xiitas e sunitas

Diferentes milícias, combatentes e motivações se misturam no conflito que tem lugar em território iraquiano. Durante os anos de 2006 e 2008, a Guerra do Iraque incluía conflitos armados contra a presença do exército dos Estados Unidos e também violências voltadas aos grupos étnicos do país. Mas a retirada das tropas norte-americanas, em dezembro de 2011, não cessou a tensão interna. Desde então, grupos militantes têm liderado uma série de ataques à maioria xiita do país. O governo iraquiano estima que, entre 2004 e 2011, cerca de 70 mil pessoas tenham sido mortas.

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Israel

Grupos em conflito: judeus e mulçumanos

Em 1947, a ONU aprovou a divisão da Palestina em um Estado judeu e outro árabe. Um ano depois, Israel foi proclamado país. A oposição entre as nações árabes estourou uma guerra, que, com o crescimento do território de Israel, deixou os palestinos sem Estado. Como tentativa de dar fim à tensão, foi assinado em 1993 o Acordo de Oslo, que deu início às negociações para criação de um futuro Estado Palestino. Tudo ia bem até chegar a hora de negociar sobre a situação da Cisjordânia e da parte oriental de Jerusalém – das quais nem os palestinos nem os israelenses abrem mão.

Na Palestina, as eleições parlamentares de 2006 colocaram no poder o grupo fundamentalista islâmico Hamas. O grupo é considerado uma organização terrorista pelas nações ocidentais e fracassou em formar um governo ao lado do Fatah – partido que prega a reconciliação entre palestinos e israelenses. O Hamas assumiu o poder da Faixa de Gaza. E o Fatah chegou ao da Cisjordânia, em conflitos que se prolongaram até fevereiro de 2012, quando os dois grupos fecharam um acordo para a formação de um governo. Mas segundo o site da Al Jazeera, rede de notícias do Oriente Médio, a rixa continua. Eleições parlamentares e presidenciais serão conduzidas nos dois territórios e a tensão internacional permanece pela possibilidade do Hamas voltar a vencer no processo eleitoral.

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Sudão

Grupos em conflito: muçulmanos e não-muçulmanos

A guerra civil no Sudão já se prolonga há mais de 46 anos. Estima-se que os conflitos, que misturam motivações étnicas, raciais e religiosas, já tenham deixado mais de 1 milhão de sudaneses refugiados. Em maio de 2006 o

governo e o principal grupo rebelde, o Movimento de Libertação do

Sudão, assinaram o Acordo de Paz de Darfur, que previa o desarmamento

das milícias árabes, chamadas janjawid, e visava dar fim à guerra. No

mesmo ano, no entanto, um novo grupo deu continuidade àquela que foi

chamada de “a pior crise humanitária do século” e considerada genocídio

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Tailândia

Grupos em conflito: budistas e mulçumanos

Um movimento separatista provoca constantes e violentos ataques no sul

da Tailândia e criou uma atmosfera de suspeita e tensão entre

muçulmanos e budistas. Apesar dos conflitos atingirem os dois grupos, eles representam parcelas bastante desiguais do país: segundo dados do governo tailandês, quase 90% da população do país é budista e cerca de 10% muçulmana.

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Tibete

Grupos em conflito: Partido Comunista da China e budistas

A regulação governamental aos monastérios budistas teve início quando o Partido Comunista da China marchou rumo ao Tibete,

assumindo o controle do território e anexando-o como província, em 1950. Mais de meio século se passou desde a violenta invasão, que matou milhares de tibetanos e causou a destruição de quase seis mil templos, mas a perseguição religiosa permanece. Um protesto pacífico iniciado por monges em 2008 deu início a uma série de protestos no território considerado região autônoma da República Popular da China.

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Religião no Brasil

A religião no Brasil é muito diversificada e caracteriza-se pelo sincretismo. A Constituição prevê a liberdade de religião e a Igreja e o Estado estão oficialmente separados, sendo o Brasil um Estado laico. A legislação brasileira proíbe qualquer tipo de intolerância, sendo a prática religiosa geralmente livre no país. Segundo

o Relatório Internacional de Liberdade Religiosa de

2005, elaborado pelo Departamento de Estado dos

Estados Unidos, a "relação geralmente amigável entre

religiões contribui para a liberdade religiosa" no

Brasil. O Brasil é um país religiosamente diverso, com

a tendência de mobilidade entre as religiões e o

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Principais religiões e crenças no Brasil e

seus seguidores (ano de 2000, IBGE)

Religião ou Crença Nº de seguidores noBrasil

Igreja Católica Apostólica Romana 124.980.132

Igreja Católica Ortodoxa 38.060

Igreja Batista 3.162.691

Igreja Luterana 1.062.145

Igreja Presbiteriana 981.064

Igreja Metodista 340.963

Assembleia de Deus 8.418.140

Congregação Cristã do Brasil 2.489.113

Igreja Universal do Reino de Deus 2.101.887

Igreja do Evangelho Quadrangular 1.318.805

Igreja Deus é Amor 774.830

Outros Penteconstais / Neopentecostais 2.514.532

Igreja Adventista do SétimoDia 1.209.842

Testemunhas de Jeová 1.104.886 Mórmons 199.645 Espiritismo 2.262.401 Umbanda 397.431 Budismo 214.873 Candomblé 127.582 Igreja Messiânica 109.310 Judaísmo 86.825 Tradições esotéricas 58.445 Islamismo 27.239 CrençasIndígenas 17.088

Orientais (bahaísmo, hare krishna, hinduísmo,taoísmo, xintoísmo, seicho-no-iê) 52.507

Outras religiões 41.373

Sem declaração / nãodeterminadas 741.601

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Dados de 2010 (Censo do IBGE):

Católica Apostólica Romana: 64,6% Evangélicas: 22,2%

Espírita: 2%

Umbanda e Candomblé: 0,3% Sem religião 8%

Outras religiosidades: 2,7% Não sabe / não declarou: 0,1%

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Referências

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