Diretor - Presidente: Pietro Domenico Petraglia Ano 10 Nº81 Rio de Janeiro, 25 de setembro de 2004Rio de Janeiro, 25 de setembro de 2004 Diretor: Julio VanniDiretor: Julio Vanni
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ESPORTE
MUNDIAL
Rio de Janeiro, 25 de setembro de 2004 Diretor: Julio Vanni
ISSN 1676-3220
DIRETOR-PRESIDENTE / EDITOR: Pietro Domenico Petraglia
(RJ23820JP) DIRETOR: Julio Cezar Vanni VICE-DIRETOR EXECUTIVO:
Adroaldo Garani
PUBLICAÇÃO MENSAL E PRODUÇÃO: Editora Comunità Ltda.
TIRAGEM: 30.000 exemplares ESTA EDIÇÃO FOI CONCLUÍDA EM:
16/09/2004 às 17:30h DISTRIBUIÇÃO: Rio de Janeiro, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina,
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della direzione. ISSN 1676-3220
Filiato all’Associazione Stampa Italiana in Brasile
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OPINIÃO | Serviço ao Leitor
Gisele Maia
Entretenimento com cultura e informação
FUNDADO EM MARÇO DE 1994NOTÍCIAS
| Comunidade
COSE NOSTRE
Julio Vanni
. jcvanni@aol.comDo ódio à esperança
Egregio Sig. Petraglia,S
ono rimasto letteralmente esterrefatto nel leggere l’articolo pubblicato su Comu-nità Italiana n. 80 del 25.7.2004, nella rubrica “Cose Nostre”, dal titolo CônsulFrancesco Mariano na justiça pela permanência.
Il mio stupore non deriva tanto della notizia da Lei pubblicata sul mio ricorso al Tribunale Amministrativo del Lazio, in merito al mio periodo di servizio all’este-ro, perché sono cose pubbliche, ma dall’interpretazione, di inaudita gravità, non suffragata da nessun fondamento, secondo la quale, il fatto di ricoprire le funzio-ni di Console Generale a Rio de Janeiro, abbia molto pregiudicato il rapporto del Governo italiano con la città di Rio de Janeiro.
L’altra interpretazione del tutto arbitraria, pure priva di qualsiasi fondamento, è che la mia presenza a Rio de Janeiro avrebbe comportato l’assenza dell’Ambasciatore nello Stato di Rio de Janeiro.
In base alla legge sulla stampa, n. 5250 del 9.2.1967, chiedo che, nel prossimo nu-mero di Comunità Italiana, sia pubblicata la smentita di queste assurde dichiarazioni
che sono gratuite, gravemente offensive e lesive della mia dignità professionale.
Francesco Mariano
Console Generale a Rio de Janeiro
ITALIANOS VÍTIMAS EM ASSALTO NO LEBLON
O assalto ao prédio no Leblon, que resultou na morte do alemão Siegfried Otto Schön, foi capa dos principais jornais cariocas do dia 11 de agosto. Em matéria do jornal O Globo, o cônsul da Itália no Rio de Janeiro, Massimo Sassi, teria tido seu apartamento
saqueado. Mas Sassi negou que isso tenha ocorrido. Graças ao seu hábito de sair para caminhar bem cedo, nada aconteceu com ele e com sua esposa, que estava na Itália.
Também morador do prédio, o chefe do Departamento Comercial do Consulado, Livio Angeloni, que já havia saído para o trabalho, não sofreu nenhum dano, apesar de sua mulher ter presenciado o assalto. Ainda assim, acredita que não fi cará nenhum trauma. Com um bom humor inabalável, diz: “São coisas da cidade maravilhosa. Quem achar que é a mais violenta do mundo, que vá para Bagdá!”.
ASSOCIAÇÃO DOS HOMENS DONOS-DE-CASA
Para muitos italianos, bom mesmo é cuidar do lar
Começou com um grupo de três amigos de Luc-ca, região central da Toscana, em 1985. Hoje, são quatro mil adeptos. A grande maioria deles é casada. Eles lutam para que o trabalho domésti-co seja redomésti-conhecido domésti-como profissão, reivindicam aposentadoria e exigem seguro contra acidentes domésticos. Tudo através da Associação dos Ho-mens Donos-de-casa. Eles também têm tentado mudar a mentalidade feminina: grande parte das reclamações ainda vêm das próprias mulheres dos associados, que acham que administrar a casa não é tarefa para os marmanjos.
Mas eles estão cada vez melhores nisso: hoje em dia, a Associação oferece cursos para os que querem aprender as tarefas domésticas e ir ao su-permercado. Estão incluídas aulas de conscienti-zação ambiental, que orientam os alunos a utili-zarem produtos biodegradáveis, por exemplo. Um intensivo de três dias custa 120 euros, ou seja, quase R$500,00. O último foi em fevereiro e, ape-sar do preço elevado, todas as vagas foram preen-chidas nos dois primeiros dias de inscrição.
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Comites – Comitato Degli Italiani all’Estero – do Rio de Janeiro começou, em agosto passado, a reunir assinaturas de descendentes de italianos que, apesar dos laços sangüíneos, não têm direita à cidadania. O abaixo-assinado possui duas frentes de protesto. Primeiro, contesta as heranças de uma lei italiana de 1912, considerada ilegítima pela Carta Maior da Constituição de 1948, mas cujo atestado de inconstitucionalidade não teve efeito retroativo. Con-testa também uma dos aspectos da Lei número 91 de 5 de fevereiro de 1992.No primeiro desses casos, a conseqüência prática é que descendentes por parte materna nascidos antes de 1948 (data em que entrou em vigor a Constituição da República, votada após a Segunda Guerra) não são reconhecidos cidadãos. A situação pode ser muito bem ilustrada pelo caso do engenheiro aposentado Arthur Laino Maia. Nascido em 1946, no Rio de Janeiro, fi lho de mãe calabresa e pai brasileiro, ele nunca conseguiu a dupla nacionalidade, apesar dos laços familiares e de uma grande paixão pela cultura italiana. “A família da minha mãe sempre se reunia para relembrar a vida na Itália e isso gerou em mim um grande interesse”, ex-plicou. “Eu sempre quis recuperar o vínculo”.
Em 2002, ele chegou a enviar uma carta a 38 parla-mentares brasileiros de origem italiana (entre os quais estavam Rita Camata, Eduardo Suplicy e José Serra) e ao Congresso italiano pedindo para que eles se pro-nunciassem em relação a essa lei considerada injusta. O documento, publicado na edição 60 de Comunità,
teve grande repercussão e alcançou as mãos de Mirko Tremaglia, ministro dos italianos no exterior. Entretan-to, a primeira manifestação massiva e concreta para a revogação dessa lei é, de fato, o recente abaixo-assi-nado. “No primeiro tempinho livre que tive, fui ao Co-mites apoiar essa iniciativa e pedi a muitos conhecidos que apoiassem também. Hoje, além de tudo, eu tenho uma fi lha morando na Holanda e fi caria mais tranqüilo se ela se tornasse cidadã européia”, diz Laino.
A história da Lei 91 de 5 de fevereiro de 1992 é mais complicada: depois de emigrarem, muitos italianos aca-baram se naturalizando no estrangeiro, a maioria deles para arranjar um emprego público. Ao optarem pela na-turalização, perdiam automaticamente a cidadania de origem. Entre 1992 e 1995, o governo italiano abre, em vários países do exterior, um “período de anistia”, durante o qual aqueles que se naturalizaram no Brasil, por exemplo, poderiam reaver a cidadania italiana sem perder a brasileira. Os fi lhos maiores de idade (18 anos) desses emigrantes, contudo, não foram reconhecidos, o que torna a Lei discriminatória. É exatamente essa situ-ação que o Comites pretende mudar.
Segundo Francesco Perrotta, presidente do Comites do Rio de Janeiro, o recente manifesto vem adquirindo grandes proporções, pois vários países aderiram a ele. “O abaixo-assinado começou na Argentina em maio deste ano, mas agora está correndo todo o mundo”, disse. “A intenção é recolher um número expressivo de assinaturas e encaminhá-las à Comissão da Câmera de Deputados italiana”. (Andressa Camargo)
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ecebemos do cônsul geral do Rio de Janeiro, Francesco Mariano, a carta aolado em que o ilustre diplomata contesta parte da notícia divulgada nesta coluna sobre a sua demanda na justiça ita-liana para a prorrogação de sua presença no Rio de Janeiro. Contesta o ilustre cônsul a maneira com que a notícia foi enfocada quando informa que sua ação contra o Ministério das Relações Exteriores estaria prejudicando o bom relacio-namento entre o Governo italiano e o Rio de Janeiro, fato notado a partir de ausência prolongada do embaixador Vin-venzo Petrone na antiga capital do País.
Em nenhum momento tivemos a intenção de ferir sus-ceptibilidades ou prejudicar a boa imagem do cônsul Fran-cesco Mariano que, pela sua fi dalguia e desembaraço, con-quistou o carinho e a admiração não só da comunidade ita-liana do Rio de Janeiro, como também da população carioca ligada à vida diplomática. Como homem público, ele é pas-sível do noticiário geral e das críticas da imprensa livre e conscenciosa. Sendo assim, damos espaço à sua missiva e o aplaudimos por fi car mais tempo entre nós.
Pelo direito de ser italiano
25 ESTRELAS
BRASILEIRAS BRILHAM NO FUTEBOL ITALIANO
Quem acompanhar Cam-peonato Italiano de futebol, que começou no dia 11 de setembro, irá conferir a atuação de 25 brasileiros. Este é o maior contingente
estrangeiro no torneio, que conta com 166 jogadores de 44 países diferentes. Os argentinos são os segun-dos, com 22 representantes. Depois é a vez dos fran-ceses, com 14, e os uruguaios, que somam 10.
REPRESENTANTE DO PAPA SE REÚNE COM LULA EM NOVA YORK
O Secretário de Estado do Vaticano, cardeal Angelo Sodano, se encontrará com o presidente Luís Inácio Lula da Silva. No dia 20 de setembro eles discutirão a possibilidade da criação de um Fome Zero Mundial.
ACIB TERÁ ELEIÇÕES
A Associação Cultural Ítalo-Brasileira realizará suas eleições em novembro, para a Diretoria Executiva e o Conselho Fiscal. Alegando problemas particulares, o presiden-te Luigi Filippo não renovará o seu mandato.
A ACIB mantém onze cursos de língua italiana, na capital e no interior, com 2.271 alunos matriculados e um orçamento anual de mais de um milhão de reais.
BRASILE, CUORE DEL MONDO
Já em sua quarta edição, o livro em epígrafe, de Ugo Guadalaxara, editado em Firenze pela Editora Atheneum, se referiu à Comunità italiana, na página 254:
“Il maggiore mezzo di comunicazione degli italo brasiliani, Co-munità Italiana si stampa dal 1994 a Niteroi (Rio de Janeiro) ed é
diffuso da Manaus al Rio Grande do Sul (…). É in italiano e in por-toghese, con notizie, interviste, polemiche, critiche, inchieste come quella sul costo della vita in Italia dopo l’adozione dell’euro, con
molte tabelle, molti dati. Di rilievo, inoltre un inserto, ‘Mosaico’ curato Mosaico’ curato Mosaico’
dall’ Instituto italiano di Cultura, con scritti, fra gli altri, di Francesco Alberoni e Umberto Eco. Entusiasta direttore, presidente ed editore di Comunità Italiana è Pietro Domenico
Petraglia, ulteriore direttore Julio Cezar Vanni, della grande ´dinastia´ Vanni-Equi. (…)”
curato
A
té fecharmos esta edição, não tivemos notíciasanimadoras sobre o caso das italianas Simona Pari e Simona Torretta, as duas jovens de 29 anos seqüestradas em Bagdá, no dia 7 de setembro.
O chanceller da Itália, Franco Frattini, prefere não falar, por enquanto, dos resultados de sua missão no Golfo Pérsico. Não sabemos sobre as formas de coo-peração de outros países árabes e sobre as medidas práticas para que as reféns sejam libertadas. Enquanto isso, o presidente Carlo Azeglio Ciampi se junta ao co-ro dos franceses, que passam por situação semelhante com dois jornalistas presos no Iraque, e faz um apelo: “Libertem-nas!”.
As pressões sobre o governo italiano, para que se-jam retiradas as tropas do Iraque, se intensifi cam e as ameaças a Berlusconi são publicadas e renovadas dia-riamente em sites da Internet. Diante de tal cenário, o que fazer para evitar histórias tristes como a do jorna-lista Enzo Baldoni, executado há alguns dias?
Já passa da hora de refl etirmos sobre os fatores que geram tanta incerteza entre os povos e o clima de retorno à barbárie. Na lógica da “guerra para prevenir o terror” e do “terror em resposta às investidas de pre-venção”, a bola de neve já começa com avalanche.
A “Italia Amica” não é mais a terra distante de que só nos resta ter saudades ou lastimar pelos equívocos
even-tualmente cometidos por lá. Com as recentes conquistas para italianos no exterior, deixamos de ser simples espec-tadores. Adquirimos direitos há muito reivindicados, mas eles nos trazem também responsabilidades.
Daqui do Brasil, país que abriga o maior contin-gente de oriundi, poderão sempre brotar novas possi-bilidades; formas de luta que terão a vantagem de um olhar distanciado e, por isso mesmo, capaz de gerar refl exões distintas de quantas haja.
Na matéria “Scuola della Pace” desta edição, o leitor poderá conhecer iniciativas pela não-violência entre os povos. Para muitos, o caminho é a educação, o contato com a realidade e a cultura do outro, e a busca incessante pelo diálogo.
No que se refere ao fortalecimento da Comuni-dade ítalo-brasileira, notícias de esperança: com um abaixo-assinado, descendentes, que estão em diver-sas partes do mundo e não têm o direito à cidadania, continuam brigando pelo “Direito de ser italiano”. O documento já tem uma grande repercussão por aqui e, com uma matéria esclarecedora, Comunità pretende
também contribuir.
De resto, os leitores já sabem: entrevistas, lan-çamentos do mercado editorial, costumes e opções de diversão.
Protesta
italo-brasiliana
a Belluno
L’assessore Zanon: favorire
il lavoro per gli emigrati che
rientrano nel Veneto
V
ENEZIA-
“Comprendo la grave situazio-ne in cui versano i nostri corregionali di rientro dal Brasile. È proprio per que-sto che la Giunta Regionale del Veneto ha approvato l’allargamento del Progetto Rientro ai veneti di ritorno dai Paesi del Sud America”. Sulla protesta degli ita-lo-brasiliani a Belluno ha preso posizio-ne l’Assessore regionale ai fl ussi migrato-ri della Regione Veneto, Raffaele Zanon. “Purtroppo il problema del lavoro - ha det-to l’assessore - per chi è in attesa della cittadinanza necessita di una vera e pro-pria bonifi ca a livello, quantomeno, re-gionale. Come giustamente fanno notare i nostri corregionali provenienti dal Bra-sile, ci sono delle provincie in cui la pos-sibilità di poter lavorare non è negato, e mi riferisco alla provincia di Treviso”. “Sono necessarie quindi - secondo Zanon - delle azioni che uniformino le direttive che devono seguire le Questure in questi casi specifi ci, in modo che sia garantito l’inse-rimento effettivo dei veneti di rientro dal Sudamerica, i quali - e questo è un netto distinguo rispetto a tutti i cittadini immi-grati che chiedono la cittadinanza - sono in attesa unicamente di un riconoscimen-to, che spetta loro di diritto. I discenden-ti dei venediscenden-ti sparsi nel mondo infatdiscenden-ti - ha affermato l’esponente del governo veneto - soggettivamente sono già cittadini ita-liani, ma oggettivamente chiedono solo un riconoscimento formale di questo status”. “Non è ammissibile - ha aggiunto - che debbano aspettare troppo tempo per que-sto riconoscimento, e in queque-sto senso in-vito tutte le amministrazioni interessate da queste problematiche a velocizzare al massimo le operazioni burocratiche. È ne-cessario uniformare a livello regionale i provvedimenti che riguardano chi è in at-tesa di cittadinanza. Ed è altrettanto ne-cessario snellire l’iter burocratico che le domande di cittadinanza devono seguire”. “A breve - ha concluso Zanon - chiederò ai Questori del Veneto un incontro perché si trovi una linea comune nelle direttive da adottare in questi casi specifi ci, in modo da permettere l’inserimento effettivo dei nostri corregionali di rientro da tutti i Paesi del-l’America Latina, oltre al riconoscimento di un loro sacrosanto diritto: sentirsi Italiani a tutti gli effetti”. (Aise)COMUNIDADE
| Social
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IMINI- Ha partecipato anche il Ministro per
gli Italiani nel Mondo Mirko Tremaglia al Con-vegno a Rimini, sotto il titolo ‘Il mondo nuovo è già cominciato’. Nel corso dell’incontro si è parlato di povertà in Brasile, di favelas, ma anche della generosità e dell’altruismo di mol-ti italiani in Brasile.
Il Ministro Tremaglia ha ricordato anche Ro-setta Brambilla, un’italiana che ha dedicato la sua vita all’aiuto dei favelados, i poveri abitanti delle baraccopoli brasiliane e che il Ministero per gli Italiani nel Mondo ha premiato. E “se nei po-sti sperduti del mondo dove non sono ancora ar-rivati televisione e spazzolino esistono fatti che
POLÍTICA | Comunidade
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segnano l’inizio di un mondo nuovo” per Tremaglia il “Mondo nuovo” è anche cominciato quando è iniziato il rispetto assoluto dei diritti, “quando è fi nita la discriminazione nei confronti di milioni di cittadini, quando si è compiuta la democrazia”.
“E la democrazia si è compiuta – ha detto Tremaglia – il 27 dicembre 2001, con la legge n. 459 sul voto degli italiani all’estero”. Il discorso del Ministro per gli Italiani nel Mondo è stato accompagnato da fragorosi applausi. Soddisfatto Tremaglia: “Il calore di queste persone - ha com-mentato - riconosce il lavoro del Ministero per gli Italiani nel Mondo e dell’importanza di far cono-scere all’estero il Modello Italia”. (NIP)
Italiani contro la povertà in Brasile
Il Ministro per gli Italiani nel Mondo Mirko Tremaglia ha partecipato,
a Rimini, al Convegno dal titolo ‘Il mondo nuovo è già cominciato’
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ella grande pubblicazione commemorati-va del 1922 su “Gli italiani nel Brasile” troviamo delle interesssanti referenze su personaggi illustri della prima immigrazione ita-liana e molto si riferisce all’Ospedale Umberto I: “Grandi diffi coltà ha dovuto superare la colonia per fondare, sostenere, sviluppare e condurre al-l’attuale grado di importanza dello Ospedale.Dopo numerosi tentativi fatti per la scelta del terreno, fra gli anni 1902-1903, fi nalmente nel 1904 la colonia vide realizzato il suo sogno. Il terreno scelto fu quello del Morro Vermelho all’avenida Paulista, cioè nella parte più alta e salubre della città”.
Non pochi medici si cimentarono in Brasile da Gian Battista Libero Badarò conosciuto più come giornalista dell’Observador Constitucional, a Luigi Vincenzo De Simoni uno dei fondatori della Società di medicina di Rio de Janeiro nel 1829 e molti altri. “L’Ospedale Umberto I, ema-nazione diretta della colonia italiana, incontrò sin dai suoi inizi le speciali simpatie del conte Matarazzo, chi é stato presidente del Consiglio di amministrazione e personalmente ispeziona-va le infermerie, la farmacia, gli ambulatori, si manteneva a contatto con le suore, coi medici, cogli infermieri e dava a quell’amministrazione quel carattere commerciale che non deve manca-re, anche in una Opera Pia...”
Tra i nomi illustri ci sono Alessandro Siciliano, Francesco Matarazzo, Giuseppe e Nicola Puglisi-Carbone, Egidio Pinotti-Gamba, Giuseppe Marti-nelli, Guglielmo Poletti, Rodolfo Crespi, Antonio De Camillis, Giuseppe Giorgi, Nicola Scarpa. Non dobbiamo scordare la dedicazione e abnegazione delle signore come Zina Puglisi, Maria Pinotti-Gamba, Laura Siciliano, Marina Crespi, Mariangela Jovane-Matarazzo, Filomena Matarazzo.
In questa intervista con il medico Vicente Amato Neto, ex-segretario dello Stato di San Paolo per la Salute, dal 1922 al 1923, scopriamo i motivi che hanno portato all’interdizione dell’ospedale e che esiste un grande interesse della comunità di rivitalizzare l’assistenza ambulatoriale.
Comunità Italiana - Perché è stato chiuso l’Ospedale Italiano in San Paolo? Come è la situazione attuale?
Vicente Amato Neto - Da parte mia come medico
sin dall’inizio ho percepito l’importanza dell’ospe-dale sia per la comunità italiana che per la po-polazione in generale. I servizi erano di un buon livello con l’emodialisi, cardiologia neocirurgia, dovuto allo sforzo che la comunità fece all’inizio del secolo, e era alto il livello professionale dei medici e di tutto il personale che aveva anche un’attività assistenziale oltre che ospedaliera. Ma in un certo periodo percepii un disinteresse ge-nerale nelle attività complessive, benché c’erano ancora alcuni reparti con un buon servizio.
Prof. Vicente Amato Neto
intervistato da Venceslao Soligo
CI - Come trovò l’ospedale quando fu alla Segreteria della Salute?
Amato - Nel 1992 quando fui Segretario
di Stato della Salute, sentii che avevo una buo-na opportunità per tentare ciò che molte persone speravano e fu realizzato un programma di pro-fonda rivitalizzazione dell’Ospedale, furono iden-tifi cate tutte le carenze esistenti, si constatò che la Fondazione era inoperante, con nomi famosi nel suo direttorio ma che non apparivano mai e per-cepì anche della corruzione, un cittadino che poi era il superintendente affi ttava il parcheggio per le automomobili ed intascava i soldi. Nel nuovo
programma di attuazione rimovemmo questo in-dividuo e ristrutturammo la Fondazione con nuovi membri ed assunse la presidenza Guerino Tolo-meo, persona di fi ducia e di prestigio presso la co-munità che io considero un eroe, un patriota.
CI - Come si procedette durante la sua perma-nenza come Segretario?
Amato - Il governo dello Stato di San Paolo
al-l’epoca concordò ad investire 3 milioni di reais come inizio della modernizzazione delle strut-tore ospedaliere e ci mettemmo al lavoro con fi ducia nel futuro.
Infelicemente dopo un anno nella carica di Segretario della Salute fui dimesso perchè ave-vo verifi cato e denunciato un grande numero di irregolarità. Come esempio posso citare l’attuale “Operazione Vampiro” presso il ministero del-la Salute, ebbene uno degli implicati in questo enorme schema di corruzione che è stato di re-cente arrestato, è un individuo che all’epoca at-tuava nella segreteria liberamente avendo l’ap-poggio del governatore al quale aveva fi nanziato parte della campagna elettorale, e questo è solo un esempio. Così fui licenziato, e appena girai le spalle il governo, attraverso la Vigilanza Sanitaria dello Stato, interdittò l’ospedale allegando condi-zioni inappropriate per il suo funzionamento.
Credo che il programma che avevo messo sul tavolo e nel quale il governo aveva dato inizial-mente il suo appoggio avrebbe portato il comples-so ospedaliero al migliore dei livelli dei suoi con-generi. Percepii però che da parte del governo non ci fu sincerità di intenti, c’era qualcosa di losco nei suoi schemi. Così l’ospedale fu chiuso nel 93/94, sentii una certa tristezza anche perché il presiden-te Tolomeo si era coinvolto completamenpresiden-te in tut-to il processo di ricuperazione, sia per patriottismo che per abnegazione, ed avallò di prima persona il prestito govenativo pagandone le consequenze.
CI - La comunità italiana aveva un legame con questo ospedale?
Amato - Non era solamente della comunità,
co-sì come gli altri ospedali in San Paolo, come il Santa Catarina dei tedeschi, l’israelita Albert Einstein, la Benefi cenza Portoghese, il Sirio-Li-banese, il Santa Cruz dei giapponesi ed altri, tutti loro hanno lo spirito della comunità, ma oggi non si possono defi nire come strettamente della colonia, sono obbligati ad integrarsi al si-stema nazionale della Salute, ma il loro vincolo sentimentale è con la colonia.
CI - Come si trovava la situazione fi nanziaria in relazione alla famiglia Matarazzo che tanto investì in quest’opera?
Amato - Quando facemmo il programma di
rivi-talizzazione c’era anche un piano per regolariz-zare i conti con la famiglia Matarazzo ed altri e vedere cosa apparteneva a chi.
CI - Come entrò in questa storia il fondo di Pensione del Banco del Brasile, la PREVI?
Amato - Seppi di tutto ciò attraverso i giornali,
come la Previ entrò in questa storia non ne ho la minima idea.
CI - Tutto questo non era stato prestabilito con l’intervento del Governo?
Amato - Tutto ciò è servito come una miccia per
riaccendere l’interesse della comunità che è ri-masta risentita, rattristata da tutto questo poco chiaro operato dalle parti coinvolte.
Così il 18 marzo scorso nell’insediamento della nuova direzione della Società medica ita-lo-brasiliana, SOMIB, l’idea di accludere nel suo programma di attuazzione l’interesse a rivitaliz-zare l’assistenza ambulatoriale come ospedaliera nella comunità a riscosso ampi consensi, così abbiamo messo assieme circa 40 persone crean-do una commissione per studiare le varie pos-sibilità aperte per la migliore scelta al fi ne di ridare alla comunità italiana di San Paolo e alla popolazione tutta un Ospedale Italiano.
OSPEDALE UMBERTO I,
QUALCHE SPERANZA?
Vicente Amato Neto, Luiz Gonzaga Bertelli presidente CIEE, Francisco Dominici Neto, coordinano di lavori della commissione
“L’interesse a
rivitalizzare
l’assistenza
ambulatoriale come
ospedaliera nella
comunità a riscosso
ampi consensi”
CULTURA | Literatura
imagens da itália
Marco Lucchesi
José Castello vem construindo uma sólida carreira literária, estritamente
séria, complexa, atravessada por um sopro de poesia e máximo de
rigor. Intelectual de marca, não abandonou o jornalismo, do qual herdou
uma forma clara, precisa e urgente. Tais foram os requisitos para tratar
de Vinícius de Moraes, João Cabral e de Clarice Lispector, dentre
tantos outros, como vemos em Inventário de sombras.
CULTURA | Literatura
Um homem de idéias
cas (cuja seleção saiu em As melhores crônicas de
José Castello, Global Editora, organização e
pre-fácio de Leyla Perrone Moisés, 2003) são, na ver-dade, contos. Já disseram, também, que minha biografi a de Vinicius de Moraes (O poeta da
pai-xão, Companhia das Letras, 1993) é um romance!
E que meu livro de retratos literários (Inventários
das sombras, Record, 1999) é, a rigor, uma
cole-tânea de contos. Há gente que acha até que meu romance Fantasma (Record, 2001) é uma auto-biografi a disfarçada! Enfi m, me sinto muito con-fortável nessa fronteira de gêneros. Essa posição fronteiriça me dá não só muito mais autonomia, muito mais coragem, como faz com que eu me sinta mais próximo do mundo movediço e frag-mentado em que vivemos.
Lucchesi - As biografi as de Vinicius e Cabral revelaram coisas importantes ou ignoradas. Abrangiam um sistema. Uma totalidade po-ética e vital. Depois, segui os rastros de uma nova abordagem, a do livro Inventário de
som-bras, onde se percebe um estilo que se torna mais breve e concentrado, como se fossem contos. Vejo outro sinal de transformação nessa passagem do “grande” ao “pequeno”?
Castello - De fato, quando escrevi O poeta da
paixão, meu primeiro livro, ainda me sentia
pre-so ao modelo clássico da biografi a, aquele que pretende “contar tudo”. Gosto muito do livro que fi z, ele guarda bastante a minha cara, se parece com o que acredito que sou. Mas, ainda assim, sei que ele não é um livro perfeito, conheço to-das as falhas, os buracos, as imprecisões, as im-perfeições que guarda. Já pensei até em escrever um segundo livro sobre isso, que se chamaria O
que não sei de Vinicius. Foi meditando sobre isso
de estarmos defi nitivamente presos a nosso pró-prio olhar, sempre parcial e imperfeito, que re-solvi, a partir de O homem sem alma, livro sobre João Cabral, não me preocupar mais em “contar tudo”, mas em relatar aquilo que vejo e sinto. No caso, o meu próprio olhar sobre João. Foi esse confronto com a imperfeição e minhas próprias limitações, eu creio, que me lançou em direção a uma literatura mais compacta e mais pessoal.
Lucchesi - Curitiba, a cidade e o romance. Penso na sua personagem, a do Paulo Leminski, vagando através do fantasma que você cons-truiu, em delicadas remissões, ou concentradas desaparições, num ritmo seguro e envolvente. Como tem sido a reação dos leitores?
Castello - Para ser sincero, não creio que meu romance tenha sido muito bem compreendido. Mas, também, não sei se escrevemos um roman-ce para que ele seja compreendido, ou ao con-trário, para que provoque perplexidade, descon-forto, inquietação, desassossego. Leminski, na verdade, talvez nem chegue a ser um persona-gem de meu romance, ele é só uma obsessão do narrador, o arquiteto. O arquiteto ouve uma frase absurda (“Paulo Leminski não morreu”) e, apesar de saber que Leminski está morto e enterrado, sai por Curitiba em sua busca. É uma busca fada-da, desde o início, ao fracasso, mas não estamos todos, desde o início, fadados à mortalidade? E nem por isso deixamos de viver intensamente e de buscar intensamente. Fantasma, eu acho, é um romance de aventuras. Embora tenha muita ação, uma longa peregrinação pela cidade e o entra e sai de vários personagens secundários, é uma aventura interior. O que quer o arquiteto, quando sai em busca de algo que, já sabe, ele
não irá encontrar? Parece-me que ele quer, ape-nas, viver, sentir-se vivo, e nada melhor que a aventura para isso.
Lucchesi - A sua versão do fazer literário: dis-ciplina, desespero ou compulsão?
Castello - Tudo junto, e um pouco mais. São muitos sentimentos complexos que me levam a escrever. Ora predomina o desejo de me superar, ora o de expor uma visão de mundo, ora o de simplesmente ser “ouvido”. Ora escrevo apenas para existir, ou até para me tranqüilizar e me divertir! Gosto muito de escrever. Claro, há uma parte braçal, de busca das palavras exatas, de convivência com a autocrítica exacerbada, de imenso cansaço mental mesmo. Mas isso se com-pensa com o prazer que dá, o de estar envolvido numa aventura que inclui apenas palavras, que se passa unicamente em sua cabeça, cujo
desti-no depende apenas de você e de mais ninguém. Eu acho que a literatura é, antes de tudo, uma aventura interior. Mesmo para o escritor mais re-alista, mais pragmático, mais preso aos fatos e “sem sentimentos”, ela é uma aventura interior.
Lucchesi - Mas você também é um homem do mundo, um ser em trânsito. Sei de suas via-gens, passavia-gens, refl exões. O Egito, a Itália, e tantos outros países...
Castello - Realmente gosto muito de viajar. Já estive no Egito, na Grécia, no Marrocos, no México, conheço quase toda a Europa, e em par-ticular a Itália. A Itália é um país muito belo, porque é forte e excessivo: excesso de beleza, de sentimentos, de cores, de diversidades. É muito comum estar viajando pela Itália e, de repente, eu ter umas crises de choro, sem razão alguma, lágrimas compulsivas sem explicação – não por infelicidade, mas o oposto! É muita beleza e isso também é difícil de suportar! Mas, na verdade, tenho uma relação contraditória com as viagens, porque gosto muito de estar em casa, em meu canto, com minha gente, meus livros e meu ca-chorro. Então, para mim, mesmo a mais bela das viagens signifi ca a experiência da saudade. E sou muito fraco para separações, elas me destroem. Mas, esse aspecto solitário e doloroso das via-gens, se me pesa, tento também tirar algum par-tido dele. O sentir-se desligado de seu mundo, de sua rotina, de suas referências, tudo isso nos per-mite olhar nosso próprio mundo à distância e vê-lo de outras perspectivas. Quando viajo, seja pa-ra o Egito, a Itália, ou onde for, estou, um pouco
também, viajando para meu próprio mundo, já que, na distância, consigo observá-lo e senti-lo de outra maneira. Resultado: quando volto, nun-ca é para o mesmo Brasil, e isso é também uma parte muito importante das viagens.
Lucchesi - Ouvi falar de seu novo romance. Quais os caminhos?
Castello - Pergunta complicada, a mais compli-cada, porque é sempre muito difícil, quase im-possível, e também perigoso, falar de um traba-lho em andamento. Mas vamos tentar responder, em nome de nossa bela amizade! Desde que che-guei a Curitiba, há dez anos, venho rascunhando, precariamente, em cadernos, em disquetes, em blocos, três histórias longas. Elas me saíram as-sim, meio embaralhadas, e já cheguei a acreditar inclusive que seriam três histórias entrelaçadas de um mesmo e longo romance, mas depois en-tendi que, na verdade, são três livros diferentes. Elas se tornaram logo obsessões. Ora estou mais preso a uma, ora a outra, isso varia, mas elas estão sempre no meu pé! Nesse sentido, são o oposto do Fantasma, um romance que me saiu de repente, eu não diria contra a minha vontade, mas independente dela. Explico: eu tinha rece-bido a encomenda de um ensaio sobre Curitiba. Tentei escrevê-lo, mas não conseguia me afastar de um mar lamentável de lugares comuns. Estava bem abatido e, para me consolar, comecei a ras-cunhar, de brincadeira, quase que como um jogo, a história de um arquiteto que tinha escrito um ensaio sobre Curitiba, que odiava o ensaio que escreveu e, por isso, resolveu destruí-lo. Essa história do arquiteto foi se impondo com tal in-tensidade que, em dado momento, desisti do en-saio sobre Curitiba (no que fi z muito bem, aliás!) e passei a me dedicar só à história do arquiteto – que se transformou em Fantasma. Pois bem, chegou a hora de acertar as contas com as três histórias que me atormentam há tantos anos. Já escolhi uma delas e comecei a trabalhar no que será meu segundo romance. Prefi ro não falar so-bre ela, porque hoje é uma coisa mas, você sabe, amanhã pode ser outra completamente diferente. Temos um fragilíssimo controle sobre aquilo que escrevemos, a parte maior daquilo que escreve-mos apenas se impõe e nem sabeescreve-mos por que. E é justamente por isso, pelo que guarda de impre-visível e de surpreendente, que a literatura é uma aventura tão bela.
Lucchesi - Castello, é impossível começar es-sa entrevista – pelo menos para mim – sem evocar os tempos áureos do Jornal do Brasil, em que você dirigia dois prestigiosos su-plementos culturais: Livros e Idéias-Debates. Resuma algo desse belo período.
José Castello - Foi uma experiência crucial em minha vida, uma ruptura, que terminou por me empurrar, de vez, para a literatura. Devo muito, antes de tudo, ao Roberto Pompeu de Toledo, edi-tor-executivo do JB para a área de cultura, meu superior direto, um jornalista muito culto, com notável vocação para historiador, e um grande es-critor também, que me ajudou a pensar o cader-no. Soube ainda conter e domesticar meus exa-geros e enganos. Havia também a presença cons-tante de outros dois grandes jornalistas: Flávio Pinheiro e Marcos Sá Correa que, com o Pompeu, formavam o trio diretor da redação. Sem eles, te-ria sido impossível todo o investimento que se fez no Idéias: seu desdobramento em Idéias/Livros e
Idéias/Ensaios, o pagamento digno aos
colabo-radores e a aposta em temas ousados e ines-perados. É indispensável registrar ainda minha imensa gratidão ao amigo Wilson Coutinho, que infelizmente nos deixou no ano passado. Ele era, formalmente, meu subeditor, mas na prática não só funcionava como co-editor, como foi o autor de algumas das mais brilhantes idéias postas em prática nos dois cadernos. Enfi m, tive a sorte, o luxo, de contar com o apoio de profi ssionais de primeiríssima qualidade, e de fazer dois cadernos que tinham uma importância enorme na vida cul-tural do Rio de Janeiro. Mais que nunca, eu mer-gulhei nos livros e na literatura. E assim consegui defi nir, de vez, um desejo que abrigava dentro de mim desde menino, o de me tornar escritor.
Lucchesi - Os ideais de Utopia e Revolução são possíveis para os tempos atuais ou fi ca-ram – como querem alguns – soterrados nos anos 80-90 do século XX?
Castello - Soterrados não, nunca. Utopia e revo-lução são, na verdade, duas maneiras de falar do sonho e da imaginação, e sem sonhar, sem dar asas à fantasia, o homem e a sociedade não po-dem se transformar. Ocorre que, hoje, já não te-mos mais o direito de alimentar sonhos e utopias
sem conservar, ao mesmo tempo, um pé bem fi n-cado na realidade. Os melhores sonhos são aque-les que podem ser realizados. Sonhos impossíveis, ideais distantes e fantasiosos, utopias que não levam em conta a diversidade da vida e os limites impostos pelo real, não me interessam! Creio que esses ideais “puros” têm servido, ao contrário, como desculpa para o imobilismo, para a vitimi-zação, para uma espécie muito sutil, mas cruel, de masoquismo. E, também, para grandes fanatis-mos. Não somos vítimas de nada, nem do destino, nem do poder, nem de nós mesmos. Temos o dom da vida, que é maravilhosa e espantosa, e nos cabe vivê-la intensamente, mas também serena-mente. Sonhar sim, mas sempre com um olho bem aberto. Até porque aquilo que podemos mudar é
sempre muito pouco, está sempre muito aquém de nossos desejos e esperanças. A isso Freud cha-mou de castração, essa dolorosa experiência de aceitar o quanto somos pequenos e o quanto é difícil mudar, mesmo nas menores coisas.
Lucchesi - Pela enésima vez, a pergunta que lhe fazem – em razão justamente de sua tra-jetória: qual será o destino dos suplementos culturais? E em que medida é possível am-pliar o espaço para os livros, poemas, ensaios e debates culturais?
Castello - É difícil fazer previsões. Antecipar o futuro, mesmo próximo, é não só perigoso, como
pode ser até arrogante. Em todo caso, penso que o destino dos suplementos culturais está atrelado ao destino da imprensa escrita no mundo de ho-je. Infelizmente, com a explosão da TV a cabo, da internet, da notícia instantânea e imediata – que são uma grande conquista! – os jornais escritos passaram a achar que sua função é a de concorrer diretamente com esses novos veículos. O que é um completo absurdo: ninguém vai esperar o jor-nal de amanhã para ler a notícia a que pode ter acesso nesse momento, seja na CNN, Globonews, Bandnews, seja no site do Globo, ou do Estadão, por exemplo. Num tempo de notícias instantâne-as, em que você pode assistir, agora, ao vivo, a um atentado na Espanha, ou a um bombardeio no Iraque, a função da imprensa escrita passa a ser, sobretudo, a da refl exão, a da organização de idéias, a da meditação. Nesse sentido, se pen-sarmos bem, os suplementos culturais não estão acabando, ao contrário, eles passariam a ser os cadernos principais dos jornais, os “primeiros ca-dernos”, e um resumo das notícias do dia viria, então, num “segundo caderno”. Essa inversão de perspectivas, me parece, é não só a saída para o jornalismo cultural, como a única saída para to-do o jornalismo escrito. Mas, quanto-do digo isso, ainda me sinto bastante solitário...
Lucchesi - Quando li – faz algum tempo – um ensaio seu sobre Leonardo da Vinci, tive a certeza de que o seu destino era o de ser escritor. Havia matizes. Colorações. Intensidades. Você acha que houve um rito de passagem para o escritor ou tudo se encami-nhou de modo natural?
Castello - Muito difícil responder. Em todo caso, creio que estamos sempre num “rito de passa-gem”, que nunca chegamos a ser inteiramente al-guma coisa – um escritor, por exemplo – e que é essa condição de movimento, essa condição “en-tre” que nos mantém vivos e criativos. Tornei-me escritor, mas continuo a ser jornalista: faço críti-ca literária, entrevistas literárias, enfi m, continuo a ser um repórter, e aliás me orgulho muito disso! Gosto muito dessa dupla identidade, jornalista e escritor, um pouco como os super-heróis.... Ela me dá mobilidade, liberdade. O crítico Wilson Martins, por exemplo, escreveu que minhas
crôni-“Reflexão e
organização de
idéias: essa é a saída
para o jornalismo
cultural e para
todo o jornalismo
escrito”
“É comum estar
viajando pela Itália
e, de repente,
chorar sem razão
alguma. É muita
beleza e isso
também é difícil
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confl itti che il vecchio secolo ci ha consegna-to non sono stati purtroppo debellati e il nuo-vo millennio si apre su un panorama che vede nascere focolai di violenza e di guerra ingiusta ac-canto a movimenti di nonviolenza e di pace che a livello planetario si sono manifestati con forza.Abbiamo intervistato il professor Rocco Altieri, docente presso la facoltà di Scienze della pace dell’Università di Pisa, direttore responsabile di Satyagraha (etimologicamente, il potere della nonviolenza che agisce nei confl itti per trasformarli e trascenderli verso realtà di Pace), per capire un pò di più le dinamiche legate ai modelli culturali che permeano le scelte etiche e politiche delle nazioni.
Comunità – Se la cultura è il principio che organizza i processi psichici, come capire il confl itto che genera azione violente?
Rocco Altieri - La chiave di comprensione del
superamento del confl itto in modo non violento è il tema della cultura. Questa è la dimensione attraverso la quale gli individui diventano con-sapevoli del confl itto e rispetto al quale pos-sono farsi carico delle ingiustizie passate e di
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distorsioni perpetrate dalla storia. Un’autentica pace si può realizzare se avviene un riconosci-mento dell’altro come uomo, un riconosciriconosci-mento della propria violenza, .
In Palestina, per esempio, la violenza colpi-sce tutte le parti, non c’è un vincitore ma una condizione comune di vittime di tutte le parti in confl itto. Uscire da questa situazione sembra un confl itto irrisolvibile; è possibile solo agendo at-traverso un processo di crescita culturale, presa di coscienza della propria situazione e dell’altro, di rimozione delle ostilità e dei traumi passati.
CI - Nel panorama dei confl itti mondali, Afga-nistan, Iraq, Palestina, come è possibile su-perare la guerra?
Altieri - Nell’ultimo numero di Satyagraha
af-fronto proprio le questioni della pace nel medio-oriente attraverso i saggi di studiosi autorevoli come Gopin, Lederach, Avruch, Abu-Nimer, Do-gliotti Marasso, La Pira.
Oggi il confl itto israeliano è uno dei più ter-ribili: è quasi un secolo che si trascina e sem-bra senza via di uscita. Gopin, un rabbino per la pace che lavora nelle Università americane, è stato attivo come intermediario tra Clinton e Arafat; alla fi ne della sua opera di mediatore, si interroga perché è fallito e da qui vuole ripar-tire. Ritiene che il fallimento è nato proprio dal fatto di considerare il confl itto soltanto in una dimensione politica di dare e avere – l’autono-mia, i territori, la pace.
Si è avviata una trattativa che ha riguardato solo i rappresentanti della politica, ma non la popolazione che invece doveva essere coinvolta in un processo proprio di tipo culturale: promuo-vere l’idea di vipromuo-vere in una terra federale, dove i due popoli possono stare insieme senza muri.
Per arrivare a questo la trattativa politica serve molto limitatamente: c’è bisogno di un lavoro culturale di incontro in cui i luoghi san-ti – siamo in Terrasanta dove sono nate tutte e tre le religioni monoteiste – non devono esse-re intesi come una appropriazione esclusiva da
parte di una religione ma devono essere proprio i luoghi della memoria, quindi non più motivo di divisione ma simbolo di unione. Così per le sor-genti d’acqua, la terra, modernità e tradizione, modelli di sviluppo agricolo industriale.
In Iraq si vede proprio il fallimento della vio-lenza. Non si aiuta una popolazione a costruire la democrazia con l’esercito a imporre la volontà di dominio. Credo che nei confronti dell’Islam noi saremmo tenuti ad avere un grande rispetto... so-no un miliardo, una parte signifi cativa del mon-do e sono i nostri dirimpettai nel Mediterraneo… l’Europa dovrebbe aprirsi al Mediterraneo… del resto il mondo romano lo aveva compreso… le migrazioni dei popoli si spostano dove vengono dirottate le risorse anche perchè tutta questa abbondanza noi la preleviamo, non è “locale”.
CI - L’Educazione può essere una via di ricon-ciliazione per la pace?
Altieri - E’ ovvio che la cultura nuova della
ri-conciliazione nasce attraverso il processo edu-cativo, che è il perno di tutto questo lavoro, per creare una nuova generazione aperta e solidale al di là delle differenze perché il punto sostan-ziale è che c’è qualcosa che unisce molto di più di ciò che divide. L’umanità è una, quindi una la capacità di intendersi, e le emozioni sono comu-ni a tutti gli uomicomu-ni.
E’ ovvio che è un’educazione che tiene conto, come anche la cultura, non soltanto dell’aspetto razionale ma anche dell’aspetto emotivo.
CI - Martin Buber afferma che alla fi ne della vi-ta quello che convi-ta è quanto un uomo è svi-tato autentico, degno di fi ducia, genuino come indi-viduo che forma e appartiene alla società. Può essere anche questa una via da perseguire?
Altieri - In Palestina, come in tante parti del
mondo, la nonviolenza agisce attraverso tante gruppi che non appaiono, non sono visibili per-ché i mezzi di trasmissione delle notizie e delle informazioni pongono l’attenzione sempre quasi esclusivamente quando avviene un fatto tragico. Buber si pone questa domanda alla fi ne della vi-ta; in realtà un ragazzo se la pone quando si af-faccia alla vita perché cerca una realizzazione.
La cosa triste invece è che il sistema sociale è tale da frustrare le aspirazioni più autentiche per-ché oggi un giovane non è più padrone della pro-pria vita. C’è un precariato diffuso, una “violenza
strutturale”, la chiama Galtung, e i giovani sono le prime vittime, alla ricerca di un lavoro che sia appagante. Il sistema sociale, invero, vuole dei giovani per sfruttare, ma senza diritti. La possi-bilità di decidere della propria vita viene negata ed è causa di sofferenze che portano all’aumento di suicidio, perdita del senso della vita… rispet-to a quesrispet-to vedo che se c’è veramente una fascia di emarginazione che però è minoritaria mentre sta crescendo molto la voglia di impegno sociale e politico – anche fuori magari della forma Isti-tuzione partitica. Ci sono tantissimi giovani che preso il diploma, prima ancora di iscriversi al-l’università preferiscono fare questa esperienza di solidarietà diffusa nelle iniziative per la pace, nel volontariato… credo che la solidarietà attiva poi diventi il modo migliore per educarsi perché que-sto deve essere un processo non impoque-sto dall’au-torità. Noi siamo legati ancora troppo al modello autoritario della scuola dove c’è il docente che in-segna e il ragazzo che apprende. L’idea invece di D. Milani come di Paolo Freire in Brasile era quella di condividere un cammino dove c’è un mutuo in-segnamento per un progresso reciproco.
Anche Freire parlava di “coscientizzazione” che signifi ca appunto prendere consapevolezza dei propri diritti e non rifi utare il confl itto perché magari è necessario lottare per ottenere questi diritti. Nonviolenza non è passività ma è invece impegno di verità – Satyagraha - per costruire la giustizia e avviare poi un processo di liberazione.
CI - Aldo Capitini parlava di “epoca profeti-ca”: a cosa si riferiva?
Altieri - Gli adulti dicono “i giovani cedono al
mito della violenza”. Io invece ho un’altra perce-zione. Ora in realtà c’è da parte delle nuove ge-nerazioni un risveglio d’interesse alla solidarietà: ragazzi che partono per il sud del mondo e ce ne sono tantissimi anche se questo non viene evi-denziato. La legge sul servizio civile che ha coin-volto soprattutto le donne (pare che siamo arri-vati già a una richiesta di 60.000 domande) è una scelta a favore della pace, non è un arruolamento militare; hanno scelto di dedicare un anno della propria vita in un’attività utile agli altri.
Quindi sarei assolutamente fi ducioso rispet-to alle nuove generazioni; questi sono indicarispet-tori di una profezia che dà speranza. Vedo invece che gli adulti vogliono magari distorcere, strumen-talizzare, soffocare questa aspirazione e ricerca autentica dei giovani.
CI - Costruire la pace…
Altieri - I confl itti hanno un alone d’ambiguità
non risolvibile in modo netto e secondala logica binaria di vero e falso, giusto e sbagliato. Più utile è il ricorso a una ermeneutica “sfumata”, che tiene insieme le dissonanze, i paradossi e le ragioni di tutte le parti del confl itto.
Trascendere la logica binaria signifi ca esami-nare quel cono d’ombra che comprende le emo-zioni, le cosmologie profonde che condizionano lo svolgimento del confl itto e che non sono ri-ducibili alla sola razionalità. Fernandez paventa una soluzione possibile tra intenzione e azione positiva parlando della metafora, non in senso aristotelico di fi gura retorica ma come qualco-sa legata al processo cognitivo che include la memoria e la razionalità, la cultura e la comuni-cazione. Marc Gopin sostiene che si può costrui-re la pace se si sviluppano nuove metafocostrui-re che siano capaci di far comprendere agli avversari i
punti di vista dell’altro - l’immedesimarsi nell’al-tro -, che la scuola dell’interazionismo simbolico chiama Sé generalizzato.
Se le vittime non ricevono un riconoscimen-to dei riconoscimen-torti subiti spesso prevale il senso dell’in-giustizia e la memoria fa crescere la paura che tutto possa ripetersi. Occorrono metafore di ve-rità, pentimento, riparazione.
I rituali possono aiutare per mezzo dei lin-guaggi metaforici a curare le ferite: si pensi ad un funerale, teatro spesso di odio e rivendica-zione. Alcuni gruppi di Parent’s Circle – una as-sociazione che unisce le famiglie delle vittime – nella rielaborazione della perdita subita pren-dono coscienza della comune condizione di vit-time della violenza e rafforzano così la propria volontà di pace.
CI - Quale fi nalità e prospettiva di lavoro of-fre questo corso di laurea.
Altieri - Se la guerra ha bisogno di un apparato
militare per produrre soldati, l’Università e gli operatori di pace hanno bisogno di un luogo di studio, di formazione.
Da tre anni siamo riusciti per la prima volta in Italia ad avere a Pisa questo luogo perché, si ritorna al discorso iniziale, la cultura occidentale prevalente ha sempre ritenuto che la guerra fosse un fatto inevitabile. L’uomo si impegna a combat-tere le malattie, e successi ne ha avuti, si pensi alle scoperte scientifi che, l’igiene, le medicine.
Possiamo allora immaginare anche la guerra come un sintomo di una malattia che va curata e
quindi ha bisogno di persone che abbiano gli stru-menti conoscitivi per risolvere i problemi e quindi sanare le situazioni, prevenire il confl itto e trovare delle modalità di soluzione. Servono professionisti del dialogo, della mediazione, dell’educazione.
Una società ha Educatori perché non vuole che ci siano cittadini in guerra gli uni con gli altri. Questo vale a livello planetario, nella so-cietà mondiale, quindi risolvere i problemi della violenza ha un valore universale.
Dove si sono potenze c’è bisogno di persone che siano mediatori e operatori di pace.
Nel corso di laurea si studia come agire ai vari livelli – economico, politico, psicologico, sociale, culturale – per costruire una rete che porti fuori dalla guerra. Molti hanno guardato con scetticismo alla nascita di questa facoltà, ma dove la guerra dilaga c’è bisogno di opera-tori di pace; anzi il detto evangelico “il campo
è grande ma gli operai sono pochi”, vale anche
in questo caso.
Ovvio che chi va a lavorare nell’ambito della pace ha bisogno di un minimo di generosità… ma attenzione, il militare rischia molto di più… è quando ti presenti armato che inneschi un meccanismo di ritorsione…
Maria Coppolecchia
Laureanda in Scienze della Formazione Università di Macerata
La guerra è
un sintomo di
malattia che ha
bisogno di persone
che abbiano
gli strumenti
conoscitivi
La cultura
nuova della
riconciliazione
nasce
attraverso
il processo
educativo
Scuola della pace
CULTURA
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L
’esposizione Tropitália: a nova música italiana è stata aperta al pubbli-co il 9 settembre nel Centro Cultural da Justiça Federal – Rio de Janei-ro. Per chi ancora non conosce artisti di grande successo in Italia come Jovanotti, Pino Daniele, Franco Battiato o Vasco Rossi, ecco un’opportunità per aggiornarsi e, anche per chi ne è già fan, non mancano sorprese. La mostra è stata divisa in tre spazi tematici che occupano 400 m2 delsecondo piano del Centro Cultural. La prima sala ospita immagini di 20 di questi cantautori che compongono lo scenario attuale della musica italia-na. I visitanti possono assistere a vari videoclip, vedere foto e scoprire curiosità sugli artisti. Tutto allo stesso tempo, dato che questo materia-le, specialmente montato per l’evento, viene esibito da otto proiettori multimedia. Nel secondo spazio si trova un omaggio ai nomi della musica brasiliana che hanno fatto successo in Italia negli ultimi 30 anni. Il pub-blico può vedere, su grandi pannelli, versioni italiane di parole di Chico Buarque, Tom Jobim, Toquinho, Vinicius, Djavan e Adriana Calcanhoto, tra gli altri. Visto che la sala è insonorizzata, le melodie vengono sentite in sottofondo. Nell’ultimo spazio è messa in evidenza l’opera di Sergio Pap-palettera che, oltre al lavoro di regista di videoclip, è anche il designer responsabile per la creazione di innumerevoli copertine di CD di questa generazione di nomi italiani poco conosciuti in Brasile.
Inoltre, nel Teatro del Centro Culturale ha avuto luogo, alle 19.30 dei giorni 9, 10 e 11 settembre, un concerto di Franco Cava , cantautore ca-rioca che è diventato famoso in Italia dopo aver lanciato sul mercato un intero CD con versioni in portoghese dei lavori di Jovanotti, sui quali ha inserito un po’ di ritmo di samba. “Franco si è sempre dedicato molto agli studi della musica italiana. Parlarne con lui è stato la scintilla che mi ha acceso la curiosità ed è stato il punto di partenza per Tropitália”, raccon-ta Antonio Cava che, come si capisce dal cognome, è fratello di Franco. “Franco avrà degli ospiti, uno al giorno, ma i nomi ancora non sono stati defi niti. Li stiamo scegliendo a dito”, aggiunge Antonio.
Invece per la cerimonia di apertura di Tropitália – che ha avuto luogo l’8 settembre, solo per invitati – si sono fatti presenti personaggi impor-tanti, come il protagonista della mostra Sergio Pappalettera e Max de To-massi, giornalista responsabile per alcune delle versioni italiane di canzoni
brasiliane, come Âmbar, di Adriana Calcanhoto. Redattore e presentatore di un programma di ra-dio sul Brasile a Roma, Max ha detto a Comunità che l’organizzazione di una mostra come questa è fondamentale per “uffi cializzare la relazione d’amore esistente da anni tra le culture popolari italiana e brasiliana.”
Secondo Antonio Cava, Tropitália servirà anche per rafforzare, nelle più
recenti generazioni di discendenti, l’interesse per la cultura della loro terra di origine. “Loro devono sviluppare i propri mezzi di iden-tifi cazione con l’Italia e smetterla di vivere i ricordi dei genitori”, ha detto. Comunque l’esposizione è stata allestita per attrar-re persone di tutte le età e nazionalità: “Ho cercato di creare l’am-biente propizio affi n-ché tutti si emozioni-no con queste canzo-ni”, ha aggiunto.
U
NAGENERAZIONE COSMOPOLITAAntonio Cava che, oltre ad altre cose, ha già organizzato una grande mostra su vita e opera di Fe-derico Fellini, sempre presso il Centro Cul-tural da Justiça Fede-ral, ci ha raccontato che durante mesi si è dedicato personal-mente alla ricerca dei
migliori nomi dell’attuale mercato fonografi co italiano per fare questo lavoro: “Ho deciso di visitare i più grandi negozi di CD di Roma. En-travo in uno e rimanevo là dentro quasi 4 ore. Ne uscivo e entravo in un altro. Ascoltavo tut-to ciò che era lanciatut-to sul mercatut-to. Le guardie di sicurezza mi guardavano già un po’ in ca-gnesco”, scherza.
Antonio spiega che nelle opere di questi arti-sti esiste un grande denominatore comune: la mi-stura, l’eclettismo. Indagando le loro biografi e in Internet, dice di aver scoperto infl uenze non sol-tanto nordamericane, ormai egemoniche in tempi di globalizzazione, ma pure africane, pachistane-si, irlandesi e, soprattutto, brasiliane. “Questa generazione presenta una sonorità cosmopolita e viene a provare che la musica leggera italiana non è costituita soltanto dalla canzone romantica”, ha detto. “Stiamo parlando di persone che riesco-no ad unire il pop al rap o al blues.”
Il nome Tropitália è stato deciso giusta-mente dovuto a questa caratteristica, come riferimento e riverenza al movimento brasilia-no chiamato Tropicalismo – ideato da Caetabrasilia-no Veloso e Gilberto Gil verso la metà degli Anni ’60 –, che ha diffuso gli ideali di un’arte an-tropofagica valorizzando, quindi, la diversità
musicale a partire dall’assimilazione di espe-rienze straniere attraverso la Musica Popolare Brasiliana – la MPB.
Malgrado siano cosmopoliti, la maggior par-te di questi cantautori italiani ancora non ha conquistato un pubblico fedele in Brasile. Ma visto che il legame culturale tra i due Paesi è sempre stato molto forte, Antonio crede che, prima o poi, il mer-cato brasiliano li ap-prezzerà. “Riconosco vari indizi di questa ricettività: dobbiamo considerare che l’ar-tista più quotata in Brasile, campione di vendite, Marisa Mon-te, ha avuto un gran-de successo con Bem
que se quis, versione
di una canzone di Pi-no Daniele, “E po’ che fa’. Quem de nós dois, di Ana Carolina, è una canzone di Gianluca Grignani”, ha spie-gato, mettendo in risalto che le icone della musica leggera romantica come Lau-ra Pausini, Eros Ra-mazzotti ed Amedeo Minghi fi niscono con l’aprire la strada alle produzioni meno co-nosciute in Brasile.
Questo può essere provato, secondo An-tonio, dal fatto che uno dei CD più ven-duti in Brasile negli ultimi mesi è una col-lezione di temi ita-liani per telenovelas (Som Livre), in cui famose canzoni romantiche dividono lo spazio con le produzioni dei più giovani: “Lí troviamo Tiziano Ferro, per esem-pio, con le sue infl uenze del pop inglese e del blues americano”.
Tropitália
presenta
legami
tra
MPB
e
musica italiana
Andressa Camargo Max di Tomassi tra i cantautori Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown, sucessi in ItaliaFranco Cava in cerca di sucesso in Italia
“Questa
generazione
presenta
una sonorità
cosmopolita e viene
a provare che la
musica leggera
italiana non è
costituita soltanto
dalla canzone
romantica. Stiamo
parlando di persone
che riescono ad
unire il pop al rap o
al blues”
Alle parole di Antonio si aggiungono quelle di Max De Tomassi: “Attraverso versioni e colla-borazioni, proviamo che esiste una grande stima da ambedue le parti”, ricorda. “La maggior parte degli artisti italiani considera la musica brasilia-na come ubrasilia-na delle espressioni popolari più intel-ligenti e ben fatte del mondo.”
La mostra-spettacolo Tropitália: a nova
mú-sica italiana è stata organizzata con l’appoggio
dell’Istituto Italiano di Cultura e rimarrà aperta fi no al 31 ottobre. L’entrata è gratuita.
Servizio:
Centro Cultural da Justiça Federal Av. Rio Branco, 241, Centro - Rio de Janeiro Orario di funzionamento:
dalle 12.00 alle 19.00.
Ciò che esiste
di più attuale
nel mercato
fonografico italiano
sarà a disposizione
del pubblico a Rio
de Janeiro
B
uon Mangiare, Mocidade! A arte está na me-sa. Con questo tema la scuola di sambaMo-cidade Independente di Padre Miguel vuole rendere omaggio alla cultura italiana nel carnevale del 2005. La notizia è stata uffi cialmente annun-ciata il 2 agosto, presso il Consolato d’Italia di Rio de Janeiro. Durante l’evento sono saliti sul pal-co del teatro 30 pal-componenti della batteria che, sotto la reggenza di Mestre Bira, hanno unito il ritmo del samba a quello della tradizionale “Fu-niculí Funiculà”, interpretata da Paulo Henrique, che usava abiti focloristici tipici della Sardegna. Vecchi temi sono stati ricordati da Roger Linhares, nuovo interprete della scuola. In una improvvisata pista di danza della Sala Italia si sono presentate anche quattro baiane, tre passiste e una coppia di
mestre-sala e porta-bandeira, Rogério Dornelles e
Priscila Rosa.
Con una piccola bandiera italiana messa al-l’occhiello, il presidente della Mocidade, Paulo Vianna, ha parlato con la platea nella quale si trovavano, tra giornalisti, membri della comunità italiana e invitati di Padre Miguel, oltre 300 per-sone, secondo i calcoli dell’addetto stampa della scuola. “Questo è il punto di partenza per il gior-no della sfi lata. Sicuramente l’Italia sarà ben rap-presentata davanti al popolo brasiliano e ai 164 paesi che ricevono le immagini della sfi lata della Marquês de Sapucaí”, ha detto Vianna.
Nell’intervista ceduta a Comunità, Vianna ha
anche detto che il tema gli è stato suggerito da due commercianti italiani di Rio, che volevano un samba sulla culinaria italiana: “Io gli ho detto che l’Italia era molto di più e ho fatto fare una ricerca”, racconta Paulo. Il risultato è stato un immenso quadro sui diversi aspetti dell’infl uenza italiana su
di noi, nell’arte, nella moda, nel cibo, nella musica. “Ho cominciato subito a scartare altri temi”.
Cosí la comunità italiana sa già per chi fare il tifo nel 2005: “Grazie alla divulgazione che il carnevale riceve in tutto il mon-do, la cultura italiana resterà in evidenza, il che mi dà un’enorme soddisfazione”, ha detto il console Francesco Mariano, che non si troverà in Brasile per il prossimo carnevale, giacché in ottobre termina il suo tempo di servizio all’estero. “È un peccato. Ma se-guirò tutto in televisione”, promette.
L’
ARTEÈINTAVOLALa Mocidade sceglierà la canzone vincitrice del samba in ottobre, ma il carnevalesco1 Paulo Menezes è già riuscito a portare a termine
la concezione visuale della sfi lata: i carri allegorici hanno comin-ciato ad essere costruiti all’inizio di luglio e tutte le maschere sono già state disegnate. Lavorando per la prima volta con la comunità di Padre Miguel, Paulo Menezes è entusiasta del tema. “È stata una
CAPA | Carnaval 2005
12
CARNEVALE 2005:
CAPA
| Carnaval 2005
Mocidade porta Italia sulla pista del samba
TIM sará il
maggiore
sponsor della
scuola di
samba, che
ha presentato
ufficialmente il
suo tema nella
Casa d’Italia
Francesco Mariano, Priscila Rosa, Rogério Dornelles ePaulo Vianna exibem a bandeira da Mocidade
Storia della Mocidade
O puxador Paulo Henrique interpreta uma tarantella em ritmo de samba. Abaixo: apresentação do casal de mestre-sala e porta-bandeira
Il Gremio Recreativo Escola de Samba Mocidade Independente de Padre Miguel è stato fondato il 10 novembre 1955, originario dall’Independente Futebol Clube.
La Scuola ha adottato i colori della squadra: verde e bianco e, nel 1959, è entrata a far parte del gruppo principale del carnevale carioca con il tema “Da Apoteose ao Samba”. Già a partire dal suo esordio la sua batteria ha guadagnato la fama dovuto alla famosa “paradinha” creata da Mestre André.
Con il tema “O Descobrimento do Brasil”, del carnevalesco Arlindo Rodrigues, la Mocidade si è consacrata campionessa nel 1979. L’anno seguente Fernando Pinto diventava il carnevale-sco, e ha portato il secondo campionato alla scuola nel 1985, con il tema “Ziriguidum 2001, um Carnaval das Estrelas”.
La squadra verde e bianca ha vinto un’altra volta nel 1990, con l’entrata dei due carneva-leschi Renato Lage e Lílian Rabelo. Il tema era “Vira, Virou, a Mocidade chegou”. Nel 1991 ha conquistato il bicampionato con l’indimenticabile “Chuê, Chuá, as Águas Vão Rolar”. Nel 1992, malgrado non sia riuscita ad ottenere il titolo di campionessa, ha fatto un’altra bella sfi lata: “Sonhar Não Custa Nada, ou Quase Nada” è diventato l’inno di Padre Miguel e viene cantato ancora oggi dai tifosi della scuola e da componenti di altre associazioni. La Mocidade ha vinto nuovamente nel 1996 (sommando un totale di cinque vittorie nel gruppo principale) col tema “Criador e Criatura”, fi rmato da Renato Lage.
Andressa Camargo / Gisele Maia
Fotos: Divulgação
Per complementare questa iniziativa, la TIM esige, da ognuno dei suoi partner, una contro-parte sociale. Secondo Galvão, è stato cosí con i produttori del TIM Festival e del Premio TIM di Musica, e cosí sarà pure con i dirigenti della Mocidade. “La scuola è già in possesso di al-cuni progetti, mancano delle
ade-guazioni, defi nire dei dettagli”. Il presidente della scuola, Vianna, aggiunge: “Ha coinciso tutto, vi-sto che le nostre attività con la co-munità sono molte: tagliamo capelli, applichiamo fl uoro, diamo borse di alimenti, raccogliamo e distribuiamo indumenti usati. Con la società, tutto questo verrà ampliato”.
La Mocidade Independente di Padre Mi-guel entrerà nella Marquês de Sapucaí con otto carri e circa 3600 componenti il 5 febbraio, alle ore 21, aprendo la sfi lata del Gruppo Speciale di Rio de Janeiro.
felice coincidenza, visto che i personaggi di Pier-rot, di Colombina e di Arlequim sono diventati, da molto tempo, il mio marchio registrato, essendo legati essenzialmente alle feste di carnevale”, ha detto. “Adesso potrò sfruttarle ancor di più, dovu-to alle loro origini italiane”. Inoltre ha aggiundovu-to che creazioni di Michelangelo e Da Vinci saranno parti fondamentali della sfi lata, e rappresenteran-no l’eredità artistica e intellettuale che gli italiani hanno disseminato per il mondo.
Nella pista il tema sarà raccontato in otto parti: Commedia dell’Arte (l’arte teatrale), Ve-nezia (l’arte delle feste), Opera (l’arte musica-le), Rinascimento (l’arte delle arti), Tecnologia (l’arte delle scienze), Culinaria (l’arte del sapo-re), Moda (l’arte delle passerella) e Modernismo (l’eredità dell’arte). In quest’ultima parte del tema, saranno messe in evidenza le infl uenze artistico-culturali che hanno lasciato l’impronta dell’immigrazione italiana in Brasile. “Artisti ita-liani che sono venuti in Brasile e artisti brasilia-ni discendenti da italiabrasilia-ni hanno aiutato a fon-dare il maggior movimento artistico brasiliano, il Modernismo”, spiega Paulo Menezes.
TIM: “siamo stati sedotti da questo omaggio” Tema scelto, carnevalesco soddisfatto. Il passo seguente della scuola era quello di andare in cerca di uno sponsor. “Siamo riusciti a fi rma-re un contratto con una grande azienda italiana e ne siamo felici”, ha concluso Paulo Vianna, attraendo le attenzioni su due rappresentan-ti della TIM presenrappresentan-ti all’evento, Mario Cohen e Mozart Galvão. Seduti accanto al console Fran-cesco Mariano, i due dirigenti hanno assistito alle presentazioni di ritmisti e hanno avuto in regalo, direttamente dalle mani di Priscila Rosa, una bandiera creata appositamente per quell’oc-casione: da una parte, il simbolo verde e bianco della Mocidade Independente, dall’altro una fu-sione delle bandiere brasiliana e italiana.
Mario Cohen dice che due sono stati i motivi che hanno portato l’azienda ad accettare la so-cietà con la scuola. Il primo di essi, ovviamente, è stato il tema scelto. “Siamo una grande corpo-ration italiana ospite qui e siamo stati sedotti da questo omaggio al nostro Paese di origine”. Il secondo si collega al grande progetto sociale nell’area musicale portato avanti dalla multina-zionale da più di un anno, che si chiama TIM Mu-sica nelle Scuole. Secondo Cohen, quest’attività raggiunge circa 10mila bambini delle periferie di alcune delle maggiori capitali brasiliane – San Paolo, Salvador, Recife, Belém e Porto Alegre.
Footnotes
1 ‘carnevalesco’ è il nome dato al creatore del tema,
delle maschere e dell’intera concezione della sfi lata della scuola di samba di appartenenza.