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CARTA No 12 EQUIPES DE NOSSA SENHORA SÃO PAULO- 1978

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EQUIPES NOVAS

CARTA No

12

EQUIPES DE NOSSA SENHORA

(2)

Mateus XXI, 28-30

O pai pediu aos seus dois filhos para irem trabalhar na sua vinha.

"Chegou-se ao primeiro e disse-lhe: Filho, vai hoje trabalhar na vinha. Respondeu ele: Vou, sim, senhor; mas não foi. Chegou-se ao segundo e disse-lhe a mesma coisa. Ao que ele respondeu: - Não quero-; mas depois arrependeu-se e foi. Qual dos dois fez a vontade do pai?"

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EDITORIAL

POR DEUS

Frequentemente surge uma crise, passados alguns anos de vida em equipe. Bruscamente ou pouco a pouco.

Por quê? Os casos são diferentes, e as razões aparentes nem sempre são as mais verdadeiras.

Esta crise pode atribuir-se a conflitos de caracteres. a diversidade de cultura ou educação, aos métodos ou à disciplina do Movimento ...

Se se procurar bem até ao fundo, descobre-se que são conflitos de intenções.

Chamo intenção, ao termo "ao fim" que um individuo visa ao efetuar uma ação.

Quando se observa de perto, vê-se que, frequentemente, os membros de uma equipe não vêm à reunião pela mesma intenção. Então como podem deixar de surgir a tensão e o conflito?

Por vezes os casais entram para as Equipes sem a conve-niente informação dos verdadeiros objetivos do Movhnento, tal como são definidos na primeira parte dos Estatutos. Quem os convidou ou arrastou não lhes teria apresentado a real motivação das Equipes de Nossa Senhora, talvez para não os afugentar.

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Mas deixo este aspecto da entrada no Movimento para voltar às equipes em crise e verificar que, seja pela má orien-tação inicial, seja por uma modificação posterior de orienta<,:ão, os membros das equipes não têm todos a mesma intenção.

ll: verdade que a intenção não é o mais visível e é por esse motivo que muitas vezes se lhe presta menos atenção. Contudo, é fundamental. Dois homens visitam regularmente as velhas avós, doentes, aparentemente com a mesma soli-citude e dedicação; mas se não tivesse a perspectiva de enor-me herança, o prienor-meiro já há muito tempo que teria esquecido a avó, enquanto que o outro é movido por um verdadeiro afeto.

Que grande diversidade de intenções, no fundo das almas, em certas equipes (1). Este vem mais ou menos por causa do cônjuge, para lhe ser agradável; aquele recém-chegado à cidade, está contente por ter arranjado novas relações; outro decidiu-se porque "realmente é preciso fazer qualquer coisa"; encontra-se também, muitas vezes, o caso do casal atraído pela esperança de encontrar certo apolo para a sua vida conjugal e talvez mesmo, em certas cidades, é de bom-tom pertencer às Equipes.

Depois, há aqueles que não têm intenção alguma, vêm só por rotina, para não causar aos seus companheiros de equipe o desgosto de os ver partir.

Ora, digo-lhes que nenhum destes motivos justifica a pre-sença na equipe. Alguns não são maus mas nenhum é verdadei-ro, aquele que corresponde à razão de ser do Movimento. 11: natural que algum destes motivos acompanhe o verdadeiro, mas não deverá ser o determinante.

(1) As linhas que se seguem já foram ciladas na Carla 9 (págs. 8 a 16) para recordar o senlido mais profundo do Compromisso. E.N.S.

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"'"'"2-A única intenção verdadeira, aquela que corresponde à fina-lidade das Equipes, é a vontade de conhecer melhor a Deus, de O amar melhor e de melhor O servir. Entra-se nas Equipes por Deus, nelas se fica por Deus. O motivo da entrada, o motivo da permanência é religioso, ou seja, relativo a Deus.

Aliás, como é possível que os membros das Equipes afirmem aceitar os Estatutos - refiro-me à primeira parte destes - se não for esse o seu motivo?

Sei perfeitamente que, com o decorrer do tempo, os moti-vos se vão por vezes esbatendo, e insensivelmente, são cobertos ou abafados pelo joio dos motivos secundários ou faLsos. Deste modo, o casal ou a pessoa que entrou para a equipe com reta intenção, pode só permanecer nela por razão secundária ou pouco válida.

~ por este motivo que se deve verificar, frequentemente, nas reuniões mensais, para que rumo cada qual está orientado.

Cabe este papel ao Responsável e ao Conselheiro Espiritual, competindo-lhes fazer recordar a razão de ser das Equipes, especialmente na reunião de balanço e antes da renovação anual do compromi&o (sendo um dos mais importantes moti-"Hlls desta) e também du:-ante o ano, voltando a ler toda a pri-meira parte do:; Estatutos ou pelo menos, recordando, pouco a pouco, algumas das frases que definem as grandes linhas espi-rituais do Movimento.

Como seria po.ssfvel que uma equipe onde há disparidade de intenções - lembrem-se das variadas razões que enunciei acima - não passasse, cedo ou tarde, por grave crise? Está ~sufda por forças (ou fraquezas?) divergentes, opostas, incom-patíveis. Basta um pequeno acontecimento para fazer explodir as tensões, opor os seus membros, precipitar a crise inevi-tável. Este estado de crise é frequentemente atribuído a faLsos motivos: maus caráteres, faltas de caridade, divergências de

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go.sto. Mas a causa é muito mais radical, é a disparidade de intenções.

Então todos os remédio.s são paliativos, mesmo os esforços de caridade fraterna, se não se resolverem a modificar-se as intenções, ou a retirar-se. A lealdade obriga os membros de um Movimento a não entrarem e não permanecerem nele se as suas intenções não corresponderem ao ideal qne este propõe.

Como seriam fortes, santificantes e irradiantes as nossas equipes se os seus membro.s não entra&em e não permanecessem nelas senão POR DEUS.

HENRI CAFFAREL

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ESPIRITUALIDADE CONJUGAL

O ESPíRITO SANTO E O CASAL

A Carl~ das Equipes já lhes falou da "espirilualihde conjugal". Qual é a significação ex•la desta expressão?

t

o que em seguida vamos esclarecer.

Em primeiro lugar a palavra "espiritualidade" recorda-nos que o Espírito Santo atua na nossa vida. Lembremo-nos das confidências supremas de Cristo, na noite da Ceia, em São João. Que nos diz? O Pai ama-nos. Enviou-O a ele o Filho único, para que nos revelasse este amor e nos proporcionasse o poder-lhe corresponder. Mas eis que o Filho vai subir para o Pai após ter realizado a "sua obra". Não nos deixa, no entanto, órfãos. Envia-nos o seu Espirito para que conclua em nós esta sua obra. Se O acolhermos e se assentirmos na sua ação. o Espírito Santo torna-nos filhos do Pai unindo-nos vitalmente ao Filho por excelência; faz-nos participar no amor e na glória de Deus; transforma-nos e diviniza-nos. Sim, o Espírito Santo atua em nós. A esta luz, comoreende-se, todo o alcance do vocábulo "espiritualidade". Acreditar nesta presença ativa do Espírito do Pai e do Filho para a ela nos entregarmos mais Hvre e totalmente, é essa a verdadeira "esniritualidade". "S: ao homem que se abre assim o Espírito de Deus, que S. Paulo chama "homem espiritual".

Mas o que, em nós, capta esta ação do Espírito Santo? "S: ainda Paulo quem nos ensina, que é o nosso "espirito".

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Tra-ta-se, portanto, não da Inteligência, mas de uma faculdade mais misteriosa que é o centro íntimo do ser humano trans-formado pelo Espírito de Deus. O espírito responde, em nós, ao Espírito Santo que o suscita e o dirige. O seu "sim" entrega o ser humano na sua totalidade ao dinamismo do Espírito divino. Com efeito, através desta porta que lhe é aberta no mais profundo do homem, o Espírito Santo vai irromper para re ir progressivamente apoderando de todo o ser: das faculda-des superiores, da afetividade e até do corpo a quem a ressur-reição foi prometida. Vais transformar-nos, na medida da nossa generosidade, em "homens espirituais". É este o segun-do sentido da expressão de S. Paulo: traduz, não apenas a ação do Espírito Santo, mas ainda a novidade radical produ-zida no homem. É este também o segundo aspecto que evoca a palavra "espiritualidade".

A espiritualidade será pois a ciência da espiritualização do homem pelo Espírito Santo. Ensina-nos o papel primordial do Espírito que atua e transforma; e igualmente o papel do homem que consente e se abandona ativamente a esta meta-morfose divina.

É em função desta participação do homem na sua espiri-tualização que esclarecemos o sentido de "espiritualidade con-jugal". Porque o ser no qual o Espírito Santo trabalha, não é um homem abstrato, mas alguém bem concreto, sois vós, sou eu, marcados de muitas formas pelo nosso temperamento, a nossa história, o nosso meio e, principalmente, comprometidos no matrimônio. Nesta perspectiva, a "espiritualidade conju-gal" surge como a arte de utilizar os recursos da vida conjugal para favorecer a ação do Espírito Santo no marido e na mulher. Uma arte praticada a dois ou antes a três, o casal e o Espírito Santo; é esta a sua originalidade. É certo que a ação do Espírito Santo é eminentemente Intima e pessoal, so-licita o livre acordo de cada um. Mas, através do sacramento do matrimônio, marido e mulher receberam uma graça espe-cial para se ajudarem mutuamente a corresponderem aos

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-ços interiores do Espirito. Cada um deles é para o outro como que um mensageiro do Espírito Santo. Isto através de todas as humildes realidades da vida em comum. Felizes aquelP.s que compreenderam este caráter reciproco, esta vida a dOis cristãmente vivida! A "espiritualidade conjugal" tem por fim explicitar-lhe os vários aspectos e meios. O seu papel é d es-pertar o casal para a presença atuante do Espírito Santo. De tal forma que, ao mesmo tempo e na mesma medida que os seus membros, o próprio casal se torne "espiritual": um lugar onde sopra o Espírito.

Vinde Espírito Criador! A graça completa a natureza!

o

Espirito gratuito liberte neEse dia a criatura ...

Ah! Curai este olhar mortal! Ressuscitai este coração que dorme! Vinde Espírito devorador! Vinte, 6 morte da morte!

Plenitude de eficácia na plenitude da superabundância! PAUL CLAUDEL

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BREVE HISTóRIA DA ESPIRITUALIDADE CONJUGAL

Embora a doutrina do matrimônio não seja novidade, o desenvolvimento da espirilualidade conjugal e, paralelamente a de numerosos grupos de casais é, sem dúvida, caracterís-tica do nosso tempo. Não pretendemos fazer aqui o histórico desta dupla eclosão mas apenas fornecer alguns modestos elementos.

Algumas datas

1935. Vários casais encontram-se à volta do Pe. Doncoeur, que prega o primeiro retiro de casais, em 1937.

1938. Alguns casais pedem ao Pe. Caffarel que os ajude a

descobrir as riquezas cristãs do amor e do casamento.

1945. Criação de "L'Anneau d'Or ", revista de espirituali-dade conjugal e familiar. Sucesso quase imediato que mostra quanto a revista vinha responder a uma necessidade. "L'Anneau

d'Or" é lido em 80 países; alguns dos seus números especiais

são traduzidos em inglês, espanhol, italiano .. _

1947. Estatutos das E.N.S. Este acontecimento faz parte

da história das E.N.S. e não, estritamente falando, da história da espiritualidade conjugal.

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Contudo esta data é, sem dúvida, importante na história da espiritualldade conjugal, por dois motivos: as E.N.S. são o primeiro Movimento de casais cuja razão de ser é ajudar os seus membros a viverem uma espiritualldade conjugal; as E N S. em todos os países em que estão implantadas levaram a sua mensagem de espiritualldade conjugal e frequentemente estiveram na origem dos retiros de casais, da preparação para o casamento, etc.

Também é dar alguns elementos para a história da espiri-tualldade conjugal divulgar a data da implantação das E.N.S. nos principais países onde existem:

1947. Bélgica e Suíça; 1950. Brasil; 1951. Luxemburgo; 1954. Espanha; 1956. Portugal, Ilha Maurícia, Canadá; 1957. Grã-Bretanha; 1958. Alemanha, Estados Unidos; 1959. Austria; 1960. Dinamarca; 1961. Austrália, Itália; 1962. Colômbia; 1964. Irlanda; 1965. Libano; 1966. Reunião, Taiti; 1967. Japão; 1969. índia. 1955. Sob o impulso das E.N.S. criação do Centro de Prepa-ração para o Matrimônio, implantado atualmente em vários países. Outros organismos de preparação para o matrimônio vão surgindo paralelamente.

1969. As Constituições Conciliares Lumen Gentium e Gau-dium et Spes, o Decreto sobre o Apostolado dos Leigos, sem tratar precisamente da espiritualidade conjugal, fornecem ele-mentos muito preciosos sobre o assunto.

1970. Discurso de Paulo VI às E.N.S. em que o Papa apresenta a vida do casal cristão como colaboração com o grande desígnio de amor de Deus sobre o mundo". (Desta "boa nova para o amor humano", a Carta 1 (págs. 3 a 5) dá-lhes longos excertos).

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-Outras manifestações deste desenvolvimento da espiritualidade conjugal

Existem outros Movimentos de casais: são numerosos, na Espanha e no Canadá. O Movimento Familiar Cristão está mui-to espalhado na América Latina; o Christian Family Movement, que surgiu nos Estados Unidos, desenvolveu-se em vários pafses de llngua inglesa; em França há vários movimentos que

agrupam os casais cristãos. lt muito para desejar que estes movimentos se diversifiquem e se estendam por todo o mundo para corresponderem às diversas necessidades dos casais.

Também numerosos livros tratam do casamento, embora só poucos autores tenham aprofundado a teologia e a espiri-tualidade deste.

Esta história da espiritualidade conjugal prossegue com vocês e através de vocês, nas suas equipes .

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-MEIOS DE APERFEIÇOAMENTO

UMA LIBERDADE QUE DEVE SER CONSTANTEMENTE CONQUISTADA

Para o homem, a liberdade não consiste em agir anarqui-camente, segundo o seu capricho - o que significaria str es-cravo dos determinismos do momento - mas em afirmar a superioridade do seu espírito sobre as solicitaçõP.s perpétuas da matéria, enveredando pelo caminho de um ideal de vida e escolhendo, simultaneamente, os meios mais apto::; aue o pos-sam ajudar neste caminhar. Recusar uma alienação, mesmo que me persigam ou me aprisionem por causa dlsso, é afirmar a minha liberdade. Sobre isto ninguém se engana. Ser livre não é ser independente de tudo, porque viver é depender, mas depender escolhendo e selecionando constantemente as suas dependências, tanto quanto possível.

O procedimento cristão é ab;:olutamente original; não é uma obediência imposta de fora, como acontecia com frequên-cia no Antigo Testamento; não é também a exigência da nO!'sa natureza humana, impondo-nos um ou outro procedi-mento apenas razoável, para sermos verdadeiramente homens. O discípulo de Cristo é uma "criatura nova", habitada, ou melhor, amada pelo Espírito de Cristo. Submete-se a Deus sem comprometer em nada a sua liberdade, porque apenas obedece à.<l leis do seu novo ser, aos instintos da sua vida cristã. Faz o que ama, age como homem batizado que é: "Onde há o

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expe-riêucia dos séculos ensina, no entanto, que esta liberdade evangélica é sempre difícil conquista.

Melhor do que eu, conheceis a renúncia a si mesmo que o

amor conjugal exige, e no entanto, que certeza de realização, de

plenitude e de verdadeüa liberdade enche os que se amam!

Deram-se totalmente e não estão de forma alguma alienados.

Se lhes fa:am de laços, sorriem, convencidos de que aqueles

laços são para a vida e não para a morw. E têm razao: o amor liberta-se de todo constrangimento.

Uma velha acusação feita já contra os primeiros cristãos dizia que o discípulo de Cristo é um "sem lei". Com efeito

é surpreendente, à primeira vista, verificar com que

indepen-dência moral se conduz o cristão: come seja que carne for,

salvo se isso for motivo de escândalo; realiza seja que tarefa for a não ser que haja compromisso moral ou espiritual numa ou noutra função; não se sente aterrado com as proibições religiosas ou legais porque acredita mais no Deus-amor do que no Deus-vingador. Em resumo, sente-se liberto de todos os

legalismos. Da! até concluir que é um "sem lei" vai um só

pasw. Mas isto constitui erro grave; o cristão, tal como o que ama, obedece a uma grande e única lei: a lei do amor. ~ uma lei já Interior e toda espiritual, dependendo dela os

comportamentos exteriores. "Já não estais sob a lei mas sob

a graça" (Rom. 6, 14).

No entanto, sendo realista, o batizado sabe bem que

con-tinua dividido: a lei dos membros. diz Paulo, continua a

re-sistir à lei do Espírito <Rom. 7, 21-24). A liberdade espiritual

permanece uma conquista diária. "~ para que permaneçamos

livres que Cristo nos libertou. Portanto, permanecei firmes e

não vos deixeis prender de novo ao jugo da escravidão". (Gal.

5, 1). A nossa liberdade cristã é simultaneamente humilde e

magnífica e deve ser constantemente conquistada ~ por isso

que, consciente da sua fragilidade, o cristão de boa vontade

forma equipe. Dá leis a si mesmo, persuadido certamente que

a lei nunca fará milagres mas que, modesta pedagocia, ajudat·á

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-o Esplrit-o a t-ornar-se a única lei. As nossas obrigações tra-balham neste sentido, abrindo uma escolha e acentuando uma

tendência. A nos.sa liberdade espiritual não é cativa; mas

sejamos realistas, não é ainda, totalmente, uma liberdade

resgatada!

As obrigações não se impõem: vivem-se.

Uma lei imposta é uma camisa de forças. Uma lei aceita, que fazemos nossa, abandona o anonimato e toma aspecto pessoal. Compete a cada um de nós, através de busca perma-nente e de invenção constante no próprio centro das obrigações, modelar a nossa personalidade cristã. Isto exige evidentemente aplicação, seriedade e grande esplrito de fé.

Tantos batizados dedicam ingentes esforços ao seu futuro profissional mas omitem-se em relação ao seu futuro espiri-tual! Para a profissão, o fato de conseguir uma boa

coloca-ção, não garante o êxito profissional: é preciso adaptar-se,

preocupar-se, apaixonar-se, cumprir as tarefas sem ser no atro-pelo da última hora. Na vida conjugal e familiar encontramos as mesmas exigências. Por que há-de ser de outro modo no que se refere ao êxito espiritual?

A entrada para um Movimento, por mais estudado e expe-rimentado que seja, de nada nos servirá se não decidirmos utilizar da melhor forma, de acordo com as nossas necessidades, as possibilidades que ele nos oferece.

MICHEL LEGRAIN

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A FABULA DO

VIOLINO

E

DO VIOLINISTA

Termina o concerto. Estalam os aplausos enquanto cai o

Dano. Redobram de entu~ia.smo e o violino vai à boca de cP.na, faz uma vênia e designando o t!mido violinista que se pusera. de lado dirie-e-~e ao público: "Desejava que os voosos

aplau-sos se dirigissem também a este senhor; na verdade tenho

de reconhecer que sem o seu apoio nunca poderia ter alcançado tal sucess-o".

Quantos cristãos me fazem lembrar este violino! Sereis v6s assim? Para eles a santidade, essa santidade que procuram cheios de boa vontade é trabalho do homem com a ajuda de Deus. A sua maneira de atuar revela-o constantemente,

es-pecialmente a sua oração, toda passada a pedir ajuda a Deus, a defender a sua causa junto Dele com todos os bons argu-mentos que conseguem reunir para

e

decidir a interferir em seu favor.

Esta mentalidade é tocante, sem dúvida, mas repousa

numa concepção pueril das relações de Deus com o homem e falseia a vida. cristã, entravando o processo da alma para a perfeição. Com efeito, a santificação não é trabalho do homem com a ajuda de Deus, mas obra de Deus com a ajuda do homem. E isto é muito diferente.

Quando o compreendemos, tudo é transformado, começan-do pela oração. Já não pretende convencer Deus a atuar, ou obter do Pai que se interesse pelos seus filhos. Compreendemos que Deus age sempre, como dizia Nosso Senhor: "Meu Pai e Eu,

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-agimos incessantemente". Então a oração consiste essencial-mente numa entrega a essa ação divina.

Evidentemente não é impossivel entregar-se a ela de manhã à noite, mas com fr~:quência as várias atividades enfraquecem os laços que unem a Deus. Fazem-nos subtrair, mais ou menos, à sua ação. ll: através da oração que voltamos a ela, que entre-gamos ao seu império todo o nooso ser, todas as nossas facul-dades. Quando voltamos às nossas tarefas, continuamos dentro do campo de influência da ação divina. Movidos pelo Espírito Santo, agimos então como filhos de Deus, conforme o que escrevia S. Paulo: "Os verdadeiros filhos de Deus, são aqueles que são movidos pelo Espírito Santo".

Dentro desta ótica as vossas orações já não serão os pe-didos de um filho tentando forçar o Pai, fazê-lo mudar de opinião; serão pelo contrário uma conversão (conversão vem do latim convertere: voltar-se para), uma modificação do vosso ser que se torna humilde, acolhedor e permeável à ação sanü-ficadora do Senhor. Não se trata de conseguir que Deus &e converta a nós, mas de nos convertermos a Ele.

HENRI CAFF ARE'L

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RENOVAÇÃO DO COMPROMISSO

Esta Carta é a última que receberão antes de terem ex-primido formalmente, ao fazer o compromlss'O, o desejo de tomar parte, a título permanente, na vida das Equipes de Nossa Senhora.

Já refletiram em casal, e provavelmente em equipe, no que representa este compromisso. Simultaneamente atuação e atitude, como dizíamos na Carta n9 9, ou seja, a expressão de um casal que, tendo tomado consciência da sua vocação de casal cristão, testemunha do amor de Deus, .se quer entregar cada vez mais ao serviço de Deus e dos seus Irmãos, em casal, em equipe e dentro do Movimento.

Ora sabemos-bem demais! - como a rotina nos espreita na vida diária. A atitude de compromissados que pretendemos assumir e conservar enquanto permanecermos nas Equipes, corre grande risco de se tornar um hábito como qualquer outro. 1: Indispensável, de tempos a tempos, voltar a conside-rá-la, repensá-Ia, renová-la, atualizá-la em função da própria vida e da nossa evoluçfío.

Convém, para cada um de nós e para toda a equipe, que se faça uma revisão, uma vez por ano. Essa revisão realiza-se

normalmente na reunião de balanço, no fim do ano.

No regresso de férias, a reatualização das resoluções toma-das na reunião de balanço (que, caso assim não se faça, correm sério risco de ficarem letra morta) pode ser uma das formas que assumir a renovação do compromisso. Mas

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-tas equipes preferem aproveitar um aniversário, um retiro, etc. Cabe a cada um saber descobrir o que mais lhe convém.

O que importa é conservar intacta e sempre viva em nós essa tomada de consciência da vontade de Deus sobre o casal, vontade a que correspondemos decidindo, um dia, dar-nos cada vez mais a Ele, na e através da nossa adesão às E.N.S.

NOTA: Por vezes acontece que um casal que já fez o "compromisso" mude de equipe ou seja integrado noutra, P.m que os casais ainda não fizeram o compromisso. Esse casal, caso o deseje, poderá renovar o seu compromisso nesta nova equipe depois de ter vivido nela algum tempo, na ocasião em que outros casais estejam, por seu turno, prontos a fazer o seu compromisso.

Antes de nos empenharmos num empreendimento é pre-ciso refletirmos para ver se estamos verdadeiramente decididos a levá-lo até ao fim. Trata-se de saber se estamos prontos a aceitar as novas exigências de Deus, à medida que nos vão sendo reveladas. Não se poderá fechar os ouvidos a apelos vagamente apreendidos, fechar os olhos a uma luz que começa a despontar, por sentirmos perfeitamente que nos vai levar a

soluções que receamos.

YVES DE MONTCHEUIL

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OS ESTATUTOS, ECO DA PALAVRA DE DEUS

OS CASAIS DAS E.N.S.:

"Querem que o seu amor, santificado pelo sacram,~nto do

matrimônio", seja:

Um testemunho para os homens, provando-lhes com evi-dência que Cristo salvou o amor.

"!!: por isto que todos saberão que sois meus discípulos:

se vos amardes

uns

aos outros". (S. João, 13, 35).

"Maridos, amai as vossas mulheres, como Cristo amou a

Igreja. . . Por isso, o homem deixará pai e mãe, ligar-se-á

à mulher e passarão os dois a ser uma só carne. l!: grande

este mistério; mas digo-o relativamente a Cristo e à Igreja".

(Ef. 5, 25, 31, 32).

UMA REPARAÇÃO DOS PECADOS CONTRA O MATRIMONIO

"Completo na minha carne o que falta às tribulações de

Cristo, em benefício do seu Corpo que é a Igreja". <Col. 1, 24).

"Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e carregou as nossas doenças. Foi ferido por causa das nossas iniquidades, foi despedaçado por causa dos nossos crimes; o castigo que

nos devia trazer a paz, caiu sobre Ele e nós fomos curados com

com as Suas feridas". (Mt. 8, 17; e !safas 53, 4, 5).

"Do mesmo modo que o Filho do homem não veio para

ser servido, mas para servir e dar a Sua vida em redenção

por muitos". (Isaías 53; Mt. 20, 28).

"Tudo suporto por causa dos escolhidos, para que

tam-bém eles alcancem a salvação que está em Jesus Cristo para

a glória eterna". (2 Tim. 2, 10). 1 8

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-PEDEM-SE VOLUNT A RIOS

Em março de 1969, o Pe. Caffarel lançava o

apelo que vamos ler a Eeguir:

"Passa-se nos Movimentos o mesmo que nas pessoas. Uns têm grande vitalidade enquanto que outros são a.5ténicos; uns

progridem, outros retrocedem. Quantos já não vi que, embora cheios de promessas à partida, depressa vacilam, enquanto que outros, muito modestos de inicio, adquirem uma inespe-rada irradiação em poucos anos. Trata-se dum dinami..<:mo interno.

Para que o crescimento não se proce&e à custa da ro-bustez, é preciso vigiar cuidadosamente a alimentação espi-ritual das nossas equipes. Penso que, atualmente, ela exige oração suplementar. Na verdade a solidez, a vitalidade e o poder de expansão alimentam-se na oração tanto no caso dos M.ovimentos como nos indivíduos. Lanço, portanto, um apelo insistente a Voluntários. Desejaria que todas as noites, sem interrupção, da meia noite às seis horas se sucedam casais em oração. Proponho a estes voluntários que se comprometam

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a fazer uma hora de oração noturna uma vez por mês, pro-curando o mais possível estarem os dois juntos. Estou certo de que o Movimento tem nec~sldade disso e daf tirará grande proveito.

Os voluntários rezarão durante essa hora pelo Movimen-to, a fim de que ele se tome cada vez mais essa "escola de perfeição cristã" em que se aprende a conhecer, a amar e a servir a Deus, a fim de que o nosso Movimento seja irra-diante e acolha aqueles casais de todo o mundo que desejam encontrar auxilio espiritual; a fim de que cumpra com gene-rosidade e perfeição a missão que lhe está destinada na Igreja de Cristo.

Pedirão nAo só pelo Movimento mas também por cada casal e muito especialmente por aqueles que contam particular-mente com eles. Assim todoo os casais que tenham necessidade do socorro de Deus, qualquer casal que esteja ameaçado por um perigo ou uma tentação, poderá dirigir-se ao Senhor nestes termos: "Confio-me àqueles irmãos que na próxima noite Vos vão oferecer uma oração Ininterrupta". A certeza de que as suas necessidades serão apresentadas a Deus, dar-lhes-á força, confiança e paz.

Haverá necessidade de acrescentar que a sua oração não se deve limitar às Equipes? Unindo-a aoo grandes contempla-tivos da noite, Carmelltas, Traplstas, Beneditinos ... , unindo-se eles próprios Aquele de Quem a Epistola aos Hebreus nos diz que, à direita do Pai, "intercede sem cessar por nós todos", apresentarão a Deus as grandes Intenções da Igreja, interce-derão por toda a humanidade.

Rezarão pelos outros, mas serão os primeiros a ser bene-ficiados. "Procurai primeiro o Reino de Deus e todo o resto vos será dado em acréscimo". Entre todas essas graças por acréscimo, receberão certamente a graça da oração. Tenho

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-encontrado, frequentemente, homens e mulheres que me con-taram como descobriram o que é a verdadeira oração preci-samente durante a oração noturna.

"Não podeis velar uma hora Comigo?" A pergunta de CrL!to aos Apóstolos talvez se dirija a vocês. Se assim pensam.

então não O desiludam!"

Três meses depois e.~tRvam a.c:.•Prouradas as 180 horas da

noite. Aumenta ainda, todos

os

meses, o número de volun-tários; alguns aproveitam a inscriçao para dizer por que mo-tivo aceitaram. ou para assegurarem à Equipe Responsável a sua oração. Eis alguns excertos da correspondência recebida, cheia de amizade e de confiança. Esperamos que as equipes novas se unam às mais antigas para oferecer ao Movimento o apoio da oração.

O que me decidiu

"0 que me decidiu foi a última frase, pois até ali não sentira que este apelo se dirigia a mim. "Não podeis velar uma hora Comigo?" A pergunta de Cristo talvez se dirija a vocês".

Não sou do tipo daqueles que têm facilidade em orar ...

" ... mas creio que a idéia desta imensa cadeia de orações, não só pelo Movimento mas através dele pela Igreja e pelo mundo, estimulará a minha boa vontade e o meu esforço".

Uma hora, é multo tempo

"Estamos convencidos que o Senhor nos espera neste en-contro, no profundo silêncio da terra onde tudo dorme

ex-C'eto Ele e nós. Já experimentamos o poder dessa presença de Deus durante a noite: uma hora é multo tempo, um pouco pesado, ma.s Deus Impõe-se-nos e vislumbramos como Ele deve .ser extraordinariamente grande e bom ... "

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INSTRUÇõES DE ORDEM PRATICA

Ou propõem vocês o dia e a hora, ou encarregam-nos de os marcar, o que é preferível pois evita-se que certas horas fiquem por preencher.

Caso sejam vocês a propô-Ias, pedimos que marquem o dia do mês (por exemplo: o dia 14 de cada mês) e não um dia determinado da semana (por exemplo: a terceira segunda-feira).

Pode suceder que uma vez por outra não se faça essa

hora de oração. Não tenhamos escrúpulos, far-se-á melhor no mês seguinte. Mas se, pelo contrário, verificarmos que não é possível cumprir com regularidade, ou que o trabalho do dia seguinte é prejudicado por ela, é preferível prevenir que se deseja mudar de hora, ou desistir, pelo menos por um tempo .

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-AS QUATRO CARACTERíSTICAS DO DIALOGO

Este texto é tirado da primeira encíclica de Paulo VI: "Ecdesiam suam". Terão toda a vantagem em se inspi-rarem nele para melhorar o dever de sentar-se, a preparação

em casal do lema, o pôr em comum, a troca de idéias sobre

o lema de estudo, sem falar dos diálogos com os filhos, os

amigos, colegas, parentes.

O diálogo é uma arte de comunicação espiritual. Os seus

caracteres são os seguintes:

Primeiro que tudo a clareza; o diálogo supõe e exige

com-preensão mútua; é transfusão de pensamento, convite ao

exercício das faculdades superiores do homem. Bastaria este

título para o classificar entre as mais altas manifestações da

atividade e da cultura humana; e basta esta sua exigência

inicial, para levar o nosso zelo apostólico a rever todas as

formas da nossa linguagem: para examinar se ela é

compreen-sível, popular e digna.

Outro caráter é a mansidão, aprendida na escola de Cristo,

como Ele nos recomendou: "aprende! de mim que sou

man-so e humilde de coração" (Mat. 11, 29). O diálogo não é

orgulhoso; nem ofensivo. A autoridade vem-lhe da verdade

(26)

não é comando, não é imposição. O diálogo é pacffico, evita os modos violentos, é paciente e generoso.

A outra característica é a confiança, tanto na eficácia da

palavra-convite, como na receptividade do interlocutor. Esta

confiança provoca confidências e amizade, enlaça os espíritos numa adesão mútua ao bem que exclui qualquer interesse egoista.

O último caráter é a prudência pedagógica que cuida mui-to das condições psicológicas e morais de quem ouve (cfr. Mat. 7, 6) : conforme se trata duma criança, dum homem inculto ou sem preparação, desconfiado e mesmo hostil. Essa prudência leva a tomarmos o pulso à sensibilidade alheia e a modificar-mos as nossas pessoas e modos, para não sermodificar-mos desagradáveis nem incompreensíveis.

No diálogo, assim entabulado, realiza-se a união da ver-dade e da cariver-dade, da inteligência e do amor.

No diálogo descobre-se como são diversas as vias que le-vam à luz da fé, e como, apesar disso, é possível fazê-Ias convergir para esse fim. Ainda que sejam divergentes, podem tornar-se complementares, levando o nosso raciocínio para fora das sendas comuns e obrigando-o a aprofundar-se as inves-tigações e a renovar os modos de expressão .

2 4

(27)

-DEMASIADO TEóRICOS?

As palavras de Pqulo VI sobre o diálogo serão ilus-tradas por um exemplo sobre a discussão do lema na reunião.

Numa equipe di~cute-se sobre as causas de desunião nos casais; todos tinham preparado as respostas e o casal animador oreaniza a discussão. Enumeram-se as causas de desunião e

discute-.~e: alojamento precário, salário baixo, marido que bebe, mulher leviana ...

O casal de ligação assistia a esta reunião e de vez em quando o marido olhava para a mulher como se quisesse di-zer-lhe: "Que achas? Deixo-os continuar a fazer teoria ou bato o punho na mesa?" Passou meia hora e ele não aguen-tou mais. Meus amigos, vejam bem, não é nada disto. Estão a falar em teoria, de causas de desunião, mas não falam das "suas" causas de desunião. Entre vocês não há, segundo espero, maridos que bebem ou mulheres levianas, mas talvez haja casais com alojamentos deficientes, outros com dificul-dades em equilibrar o orçamento, outros (quem sabe?) com feitios difíceis... Num dos últimos relatos de seu Respon-sável reparei que achavam certos temas muito teóricos; não são os temas que são teóricos, é a maneira como vocês os

tratam!"

Então recomeça a d~cussão do tema e compreenderam que o Jorge e a Paulina tinham dificuldades de temperamen-tos, que a Suzana e o João discutiam todos os meses por causa das despesas que podiam ou não fazer. que o Henrique e a Ana estavam nervosos porque o bebê mais novo chorava de

(28)

noite e só podia estar no quarto deles por falta de espaço, que a Joaquina sofria com as ausências muitos freqüentes do João, por causa das reuniões da Ação Católica masculina, etc. Agora estavam dentro da verdade; no mês seguinte estes casais devem ter tido bons temas para o "dever de sentar-se" e da.f em diante ao rezarem uns pelos outros tinham qualquer coisa concreta a pedir ao Senhor!

Outro tema. considerado "demasiado teórico" foi o do sacramento do matrimônio. Eis algumas linhas que um casal de ligação escreveu sobre o assunto:

"Este tema pareceu-lhes demasiado teórico? Mas é

cer-tamente necessário que aprendamos a conhecer e a amar o nosso sacramento do matrimônio pois para o vivermos plena-mente é preciso pensar e acreditar nele, e quando o vive-mos realmente já não é teoria! Gostaríamos de lhes falar de toda a riqueza que alguns casais dele tiraram; há gestos através dos quais o sacramento do matrimônio se renova e completa todos os dias, se assim se pode dizer, e isso deve passar à nossa vida:

- recurro à graça do matrimônio, especialmente nas tentaçõe!' e dificuldades;

- oração familiar da noite; é a liturgia do lar que tira o seu significado do sacramento do matrimônio;

- gestos de amor dos esposos; encontrei um casal que não começava qualquer refeição sem se dar um beijo, gesto de paz e de amor. Sei de outro que dá "o beijo da paz" todas as noites na oração conjugal;

- lembro-me sempre de apresentar ao Senhor a minha aliança no Ofertório da missa, pequeno gesto que simboliza a oferta do meu lar.

Tudo isto traz graças de cura, de renúncia, de doação. Poder-se-ia escrever um livro sobre este assunto!" Os temas serão o que fizerem deles!

(29)

-NOSSO CONSELHEIRO ESPIRITUAL

"Quem recebe a instrução da Palavra, reparta toda sorte de bens com aquele que ensina" <Ga. 6, 6).

Provavelmente, seja individualmente ou por ocasião de

uma palestra ou de um artigo sobre o assunto, vocês foram

alertados sobre as condições de vida dos sacerdotes em seu

pais. Sabem certamente que a situação é muito difer()nte,

conforme os paises. Aqui, as somas que percebem lhes vêm

da diocese que, por sua vez, faz a coleta do que se chama

"dizimo do culto" e procede à :::ua distribuição; ali, as quotas destinadas às diferentes confissões religiosas são coletadas pelo Estado, juntamente com os impostos. Em certos países a situação

material dos padres é bastante favorável; em outros é. ao

contrário, bem próxima da miséria. Além disto, no interior

de um mesmo pais, as diferenças são muitas vezes consideráveis conforme as dioceses, ou recursos pessoais dos padres, suas funções respectivas ...

Não se trata aqui de tratar do problema da vida material do clero, mas de chamar a atenção de vocês sobre o fato

de um padre dedicar parte do seu tempo, relativamente

bas-tante tempo, para a sua equipe e que é justo que levem isto em conta.

t: certo que religiosos e padres seculares renunciaram às riquezas materiais, ao responder ao apelo do Cristo ("Não levem nem bolsa, nem alforge, nem calçados ... "), mas isto não os deve condenar à privação do que lhes é necessário para a própria vida e para o ministério. Cristo acrescenta:

(30)

"0 operário merece o seu salário". Compete a nós lembrar-mo-nos disto.

Pedem-nos, nas Equipes, e o fazemos de boa vontade, de estar atentos às dificuldades materiais dos casais da equipe e, se nós mesmos estamos em dificuldade, que tenhamos a simplicidade de pedir auxilio. Não deveríamos nós oferecer ao nosso Conselheiro Espiritual a ocasião de nos falar com a mesma simplicidade de suas condições de vida e vermos juntos o que podemos fazer por ele?

Pode acontecer que um deles tenha dificuldades quando se trata da compra de uma roupa; outro não está em condi-ções de adquirir livros necessários à sua cultura religiosa ou

profana; um terceiro acha-se na impossibilidade de proceder

aos reparos necessários ao carro de que precisa para o seu ministério ...

Saibamos pois relacionar os dois aspectos da questão: gra-tidão para com aquele que nos ajuda na procura de Deus (cf. a f•a-e de São Paulo citada acima), e atenção para com um irmão que nos ouve todos os meses comunicarmo-nos as noosas dificuldades ou as de nossos próximos e que talvez cala as próprias, por discrição ou por vocação .

(31)

-,,

ORAÇÃO PARA A PRóXIMA REUNIÃO

TEXTO DE MEDITAÇAO:

Ainda que a sua data seja incerta, a Vinda do Senhor comanda a atitude do cristão: espera, ama, deseja esta vinda. O Compromisso das E.N .S. é um passo para o encontro com o Senhor.

E ae-ora, filhinhos, permanecei n'Ele, a fim de que, se Ele se manifestar, nós estejamos cheios de confiança e nos não afastemos d'Ele envergonhados, por ocasião da sua vinda.

Vede que admirável amor o Pai nos consagrou em nos chamar filhos de Deus! E somo-lo de fato. Se o mundo não

nos conhece, é porque O não conheceu a Ele. Caríssimos.

agora somos filhos de Deus, e ainda se não manifestou o que havemos de ser.

Sabemos que, na altura em que se manifestar, seremos semelhantes a Ele, porque O veremos tal como é.

(32)

r

ORAÇAO LITúRGICA Convite do celebrante:

Agora façamos subir até junto do Senhor

a nossa súplica por todos os homens

para que todos possam ter uma vida calma e tranquila e conseguir a bem-aventurada Ressurreição.

Lembra-te Senhor, da Santa Igreja nossa Mãe; e envia-lhe sem cessar o teu Espirito de unidade, de força e de santidade.

R. Que o Senhor nos ouça e tenha piedade.

Guarda, Senhor, no teu amor esta Igreja que purificaste com o teu sangue;

Pedimos-te, Senhor, pelos que dirigem os povos; dá-lhes o sentido da justiça; que eles defendam os direitos dos pe-quenos e dos fracos e assegurem a todos o bem-estar e a

l)az. R/

Dá aos teus fiéis, Senhor, o teu Espírito de oração e de louvor; que em todas as coisas nós te sirvamos numa perpétua ação de graças. R/

Dá aos teus fiéis, Senhor, o orgulho da sua vocação divina; que eles trabalhem com todas as suas forças para a vinda do teu Reino. R/

Difunde em nós, Senhor, o teu Espírito de caridade; que nenhum de nós ouse fechar o seu coração aos seus irmãos necessitados. R/

(33)

~so-Olha, Senhor, para os nossos Irmãos que sofrem perseguição por causa do teu Nome; ampara-nos com o seu Espírito de força para que eles dêem testemunho de ti. R/

Olha, Senhor, para os que sofrem na sua alma ou na sua carne; dá-lhes paz e saúde, para que cantem o teu Poder. R/

ORAÇAO DO CELEBRANTE

Senhor, nosso refúgio e nossa força, tu que inspiras toda a verdadeira oração, escuta as súplicas da tua Igreja; faz com que obtenhamos plenamente o que te pedimos com Fé. Por Je-sus Cristo, teu Filho, nosso Senhor, que vive e reina contigo na unidade do Espírito Santo, porque Ele é Deus pelos séculos dos séculos. Amém .

(34)

lNDICE

EDITORIAL - Por Deus ... . 1

O Espírito Santo e o Casal ... . 5

Breve história da Espiritualidade Conjugal ... . 8

Uma liberdade que deve ser constantemente conquistada . . . 11

A fábula do violino e do violinista . . . 14

Renovação do compromisso . . . 16

Os estatutos, eco da Palavra de Deus . . . 18

Pedem-se voluntários . . . 19

As quatro características do Diálogo . . . 23

Demasiado teóricos? . . . 25

Nosso Conselheiro Espiritual . . . 27

Oração para a próxima reunião . . . 29 3 2

-'

(35)

EQUIPES DE

NOSSA

SENHORA

Movimento de casais por uma espiritualidade

conjugal e familiar

Revisão, Publicação e Distribuição pela. Secretaria das EQUIPES DE NOSSA SENHORA

01050 - Rua João Adolfo, 118 - 99 - conj. 901 - Tel.: 36-6177 SAO PAULO, SP

- somente para distribuição interna

-I t I

Referências

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