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Cássio Chechi de Assis 1, Fábio Agne Fayet (orientador) 2. Resumo. Introdução

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XI Salão de Iniciação Científica

PUCRS

SOBRE A INCONSTITUCIONALIDADE DAS TURMAS

RECURSAIS: O não atendimento do quinto constitucional,

quando devido: para que serve o princípio do Juiz Natural?

Cássio Chechi de Assis

1

, Fábio Agne Fayet (orientador)

2

1

Faculdade de Direito, PUCRS,

2

Faculdade de Direito de Santa Maria - FADISMA

Resumo

Introdução

A ideia do presente trabalho surgiu durante o acompanhamento de um julgamento de

um processo penal junto à turma recursal, que teve a continuidade de sua fase recursal

inviabilizada por força da Súmula 203 do STJ, que obsta a interposição do recurso especial de

julgados das turmas recursais. Nasceu, assim, a dúvida que impulsiona a presente pesquisa: é

constitucional o tribunal alheio à hierarquização recursal dos tribunais de apelação e

desprovido do quinto constitucional?

É certo que as turmas recursais, em sua formação, por força de lei (Lei 9.099/1995),

não atendem ao quinto constitucional (art. 94 da Constituição Federal), o que ofende, salvo

melhor juízo, o princípio do Juiz Natural. Isso porque tal principio determina que será o juiz

natural o que tiver competência constitucional para julgar o feito, e nos transparece que a

constituição das turmas recursais não atende a primazia do quinto constitucional. Desta forma,

as turmas recursais, inconstitucionais por excelência desde sua formação, não poderiam

figurar como tribunal de apelação, mas sim, como tribunal de exceção. Portanto, para melhor

estruturar esta hipótese que ora se levanta, o trabalho aqui proposto está dividido em três

partes. Na primeira parte, investiga-se a possibilidade de as turmas recursais serem tribunais

de apelação, por meio da analise de três tópicos: a) a colocação das turmas recursais na

hierarquização dos tribunais de apelação, para demonstrar que as turmas recursais situam-se

fora da hierarquia dos tribunais; b) a ausência de sistematização recursal entre as turmas

recursais e as cortes de apelação: o distanciamento e a celeridade processual, para demonstrar

que, em nome da celeridade processual, as turmas recursais formam um tribunal alijado, de

competência distinta, que não se vincula aos tribunais superiores, em nome de um

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pseudo-princípio (a celeridade); c) Diferenças estruturais entre os tribunais de apelação e as turmas

recursais, para comprovar o que até aqui se sustenta. ao depois, se estudará os princípios

constitucionais atinentes às turmas recursais, também em três tópicos: a) o princípio do

segundo grau de jurisdição como elemento indispensável à democratização da Justiça; b) as

exigências sistemáticas do princípio o juiz natural e sua aplicabilidade às Turmas Recursais;

c) o princípio da celeridade processual acima de tudo. Tais análises permitiriam um desenho

do estado atual de violação aos princípios constitucionais estudados, para demonstrar ao leitor

a tese que se busca demonstrar. Por fim, o estudo adentra na diferenciação entre tribunais de

apelação e tribunais de exceção, por meio de três pequenos estudos: a ausência de

sistematização recursal das turmas, junto aos tribunais de apelação; o não atendimento do

quinto constitucional, quando devido; e finaliza-se com a ideia de fluidez de conceitos

estanques, que atinge, inadvertidamente, princípios basilares do estado de direito, que

deveriam ser acima de tudo preservados, mas que, em nome da celeridade processual na

aplicação de penas de um modelo falido de justiça, desestrutura todo o sistema recursal, para

manutenção de um legítimo tribunal de exceção.

Metodologia

A execução do projeto é realizada em dois momentos. Numa primeira etapa, a

pesquisa consiste na coleta de dados bibliográficos acerca do tema proposto para, com base

nisso, realizar o esboço do artigo, seguindo as diretrizes acima propostas, estruturado a crítica

que se busca demonstrar.

Resultados (ou Resultados e Discussão)

A pesquisa continua em andamento, porém já é possível auferir o satisfatório resultado

de tornar o presente estudo em fio condutor para uma válida e útil discussão acerca do tema,

uma vez já sendo a tese perfeitamente sustentável com o estudo doutrinário realizado, o que,

em realidade, constituía o objetivo principal da pesquisa.

Conclusão

Uma vez aprovado para apresentação, o presente estudo demonstrará, efetivamente, a

inconstitucionalidade das turmas recursais, a partir da análise dos textos pesquisados e da

construção crítico-analítica da ideia, objeto da presente pesquisa.

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