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ACUMULADORES - RELATO DE CASO. Amalia Alves da Silva¹;Maria Aparecida Alcântara²

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Academic year: 2021

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ACUMULADORES - RELATO DE CASO

Amalia Alves da Silva¹;Maria Aparecida Alcântara² ¹Médica Veterinária, Residente em Medicina Veterinária do Coletivo

- UFPR (amaliaveterinaria@gmail.com)

²Maria Aparecida de Alcântara, Professora Doutora em Anatomia Veterinária da UTP

Relato de caso de uma acumuladora, 37 anos, solteira, residente no Bairro Boqueirão, Curitiba, Paraná, residia com sua mãe idosa. Após uma visita a residência da acumuladora os representantes do FAS e SMS estavam convencidos que a idosa (mãe) encontrava-se em situação de risco, em razão do comportamento de sua filha que precisava urgente submeter-se aos tratamentos de saúde adequados. A idosa morava em condições insalubres e perigosas, o teto da residência da idosa achava-se bastante frágil prestes a cair, com bastantes fios elétricos expostos, com risco de incêndio, o assoalho apodrecido, e a acumuladora morava no mesmo terreno que sua mãe, mais em local separado, cheio de entulhos de lixo que acumulava durante anos. Um espaço que poderia ser chamado de toca, onde ela vivia e dormia em condições indignas e precárias em meio a mais de 30 animais em situação de maus tratos. A acumuladora aparentava comprometimento de saúde mental, recusava a realizar qualquer tratamento de saúde necessário.

A médica da SMS informou que a senhora tomava medicações para epilepsia, sem o adequado controle e supervisão de médico, sendo insuficientes essas medicações, devendo ser

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necessário uma avaliação médica aprofundada para saber com segurança o seu atual quadro de saúde mental, com possível internação prévia hospitalar por solicitação médica.

Os familiares foram orientados a prestar cuidados à acumuladora que se encontrava em situação de vulnerabilidade de saúde em razão de possível quadro de comprometimento de saúde mental, a promover encaminhamento às avaliações médicas especializadas, visando esclarecer o seu quadro de saúde mental e, a partir de então, promover em conjunto com o Poder Público, SMS e FAS, o seu encaminhamento a todos os tratamentos e acompanhamentos de saúde que se fizerem necessário, a critério médico, visando assegurar condições dignas de vida, saúde e de convívio social, enfatizando-se a importância da efetiva participação dos membros da família no auxílio e convencimento dessa familiar quando à necessidade de adesão ao tratamento. Após todas as orientações ficou decidido que a idosa na qualidade de proprietária do imóvel autorizaria seus filhos com o auxílio do Poder Público Municipal, a promoverem a limpeza do imóvel, de lá retirando os lixos e entulhos existentes, autorizando ainda a seus filhos a construírem outra casa que serviria de moradia à idosa e sua filha acumuladora e autorizando o encaminhamento à local adequado dos animais que lá se encontravam, através do acionamento da Rede de Proteção Animal, por considerar que esses animais acham-se em risco.

A mãe da acumuladora passou a residir temporariamente na casa do filho realizou tratamento e avaliações de saúde a critério do médico, até ser feito a limpeza, reforma e organização do imóvel.

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com a família e mediante agendamento prévio e o encaminhamento a local adequado dos animais que lá estavam. Também foi acionado SMS em caráter emergencial para encaminhamento da acumuladora as avaliações e tratamentos de saúde necessários, e que seus familiares estão cientes da necessidade das avaliações médicas e tratamento de saúde hospitalar ou ambulatorial.

A senhora acumuladora ficou internada por 30 dias em um hospital psiquiátrico, onde recebeu todo o tratamento necessário e após retornou para sua casa limpa e reformada. Desde então tem o acompanhamento do FAS, SMS e RDPA. A RDPA encaminhou os animais ao tratamento adequado e após tratamento foram encaminhados a castração. Todas as equipes envolvidas mantêm contato rigorosamente com a acumuladora a fim de que o caso mantenha-se sobre controle de todos.

DISCUSSÃO

Acumulação compulsiva, '' a aquisição e falta de descartar, posses que parecem ser inútil ou de pouco valor '' (FROST E GROSS, 1993) ocorre em 20-30% dos pacientes com TOC (FROST, KRAUSE e ESTEKETEE, 1996). A gravidade do comportamento dos acumuladores varia de leve a grave e até mesmo risco de vida (FROST e GROSS, 1993; FROST, STEKETEE e WILLIAMS, 1999).

Um assunto pouco discutido e divulgado são os casos de acumuladores de animais, muitas vezes a sociedade vê como um apaixonado por animais, protetor e cuidador, mais não sabe que no fundo há uma pessoa com transtornos mentais e isso prejudica os animais e a sociedade toda. O acumulador no seu extremo é por vezes apelidado de “colecionador de lixo e animais”, uma vez que

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reúne determinados artigos que produzem maus cheiros e estes atraem insetos e roedores.

Os casos de acumuladores podem ser identificados pelo acúmulo de quantidade apreciável de objetos ou de animais domésticos, principalmente cães e gatos, sem um propósito aparente; caracterizam-se também por descuido extremo do indivíduo com sua higiene pessoal e moradia, isolamento social e incapacidade de descartar objetos de pouca utilidade ou valor para os outros (RAMIREZ, GOIS, 2006; ROSENTHAL et al, 1999; STUMPF, ROCHA, 2010; LINCOLN, 2005; CYBULSKA, 1998; SOARES, 2007).

CONCLUSÃO

O acumulador tem o local sempre superlotado de animais e objetos, fazendo com que isso acarrete em riscos de saúde tanto para o acumulador como para os que estão ao seu redor, em

muitos casos cria grandes dívidas, pois não consegue suprir a

necessidade de alimentação de todos os bichos. O acumulador não tem consciência do mal que está causando nestes animais. Pouca informação é passada a comunidade sobre este assunto e como proceder.

REFERÊNCIAS

FROST, R. O.; GROSS, R. C.The hoarding of

possessions.Behauvior Rev.Thu.Vol. 31.SO. 4. pp. 367-381. 1993. FROST, R. O; HARTL, T. L.A cognitive-behavioral model of compulsive hoarding. Behaviour Research and Therapy, 34, 341–

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FROST, R. O., STEKETEE, G., WILLIAMS, L. F.Hoarding: a community health problem. Health and Social Care in the

Community, 8, 229–234.1999.

RAMIREZ, N. C.; GOIS, J. A. P. O Síndrome de Diógenes.

Psilogos. v. 3, n.32, p. 2182-3146. 2006, Disponívelem: http://www.psilogos.com/Principal.html

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