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Introdução à Investigação Educacional Seminário I Atores e Contextos de Educação e Formação

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Academic year: 2021

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Introdução à Investigação Educacional

Seminário I – Atores e Contextos de Educação e

Formação

Entrevista Semi-Diretiva

Discente: Ana Isabel Coelho, Ana Margarida Oliveira, Ana Raquel Viegas, Daniela Carvalho e Laura Abreu

Docente: Profª Ana Luísa Paz e Profª Elsa Machado

Ano letivo 2017/2018

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Índice

Introdução 3

Preparação da Entrevista 5

Condução da Entrevista 7

Breve análise da entrevista 9

Reflexão 11

Referências bibliográficas 13

Anexos 14

Anexo I – Guião da Entrevista 14

Anexo II – Análise Temática 17

Anexo III – Notas de Observação 21

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Introdução

Este trabalho tem como base a entrevista a um licenciado em Educação e Formação. Assim, foi-nos proposta a sua realização no âmbito das unidades curriculares de Seminário I e de Introdução à Investigação Educacional com o propósito de conhecermos outras realidades além daquilo que nos é contado na faculdade sobre o curso e, também, de forma a adquirirmos um maior conhecimento sobre aquilo que este curso pode proporcionar.

Para a realização deste trabalho recorremos à entrevista semi-diretiva, onde não existe uma “imposição rígida de questões” (Amado, J., Ferreira, S. 2013. pp. 209) e, por conseguinte, o entrevistado tem a liberdade de divagar sobre o tema central da entrevista, enfatizando aquilo que considera mais importante referir.

De forma a conseguir a informação pretendida e a garantir a sua validade, este tipo de entrevista deve ser estruturado com base num guião que integre blocos temáticos de forma a esquematizar os tópicos essenciais do que se quer abordar. Assim, este guião contém os objetivos que o entrevistador visa alcançar, as questões orientadoras, organizadas “numa ordem lógica ou prática” (Amado, J., Ferreira, S. 2013. pp. 214), e as perguntas de recurso que são utilizadas somente em situações onde o entrevistado não forneceu a informação pretendida ou não desenvolveu o assunto. As questões têm uma grande importância neste tipo de entrevistas na medida em que ajudam o entrevistador a não fugir do tema e permite que a entrevista siga uma ordem sequencial.

Uma das grandes vantagens deste género de entrevista é exatamente a liberdade que o entrevistado possui nas suas respostas, permitindo que este possa fornecer a informação pretendida e abordar outros assuntos relevantes que o entrevistador não se lembrou de questionar. Além disso, como já foi referido, a existência do guião é muito importante uma vez que ajuda o entrevistador a focar-se no tema principal da entrevista e, também este tem a liberdade de realizar outras perguntas que considere pertinentes conforme a conversa vá decorrendo.

Por sua vez, é também muito importante conversar com a pessoa que se pretende entrevistar de forma a definir aquilo que o entrevistador pretende saber e se a pessoa em questão tem algum tipo de limitação, isto é, alguma coisa que não queira abordar em específico ou até questões acerca do uso que se irá dar à entrevista. Caso contrário, o entrevistado pode não se sentir confortável e acabar por não só evitar responder a certas perguntas, como também não irá desenvolver as suas respostas. Contudo, este tipo de problemas também pode acontecer inversamente, isto é, quando o entrevistado tem uma liberdade tão grande que acaba por

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4 divagar e desviar-se em demasia do assunto principal da entrevista. Por conseguinte, o entrevistador terá que fazer um esforço acrescido para se focar no objetivo da entrevista, do que se pretende saber e, desta forma, ter a capacidade de reformular as perguntas.

Para finalizar e permitir uma melhor compreensão acerca deste relatório, é importante ter um conhecimento prévio sobre o que vai ser aqui abordado. Desta forma, este relatório está subdividido em quatro pontos essenciais, sendo que no final irão ser encontrados os anexos referentes ao guião realizado, e às notas de observação, permitindo assim ver um pouco do trabalho subjacente a este relatório. Inicialmente, no primeiro ponto, iremos explicar como se preparou a entrevista com base no guião que fizemos e, complementarmente, no segundo ponto, iremos fazer a análise da condução da entrevista, isto é, a forma como esta decorreu. Seguidamente, iremos expor a análise esquemática da entrevista com base nas temáticas que foram abordadas e os principais assuntos mencionados. Por último, teremos uma reflexão sobre todo o trabalho que se realizou, as dificuldades sentidas, os pontos fortes e os pontos fracos.

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5

Preparação da Entrevista

Para a elaboração da nossa entrevista procuramos selecionar um entrevistado, o que levou algum tempo, pois nenhum membro do grupo conhecia alguém que correspondesse ao que era pedido e, sinceramente, também não sabíamos onde procurar. Contudo, acabámos por recorrer ao site do Instituto de Educação, sendo lá que acabámos por selecionar o nosso entrevistado. De imediato o contactamos e o informamos sobre a necessidade de realizarmos uma entrevista que nos foi proposta no âmbito das unidades curriculares de Introdução à Investigação Educacional e de Seminário I, sendo que ele respondeu mostrando-se sempre bastante disponível e acessível. Após uma breve explicação sobre aquilo em que ia consistir o trabalho, solicitámos a sua participação, fazendo questão de garantir o anonimato, sendo que ele aceitou de imediato. Com o aproximar-se da data marcada para a entrevista e após uma longa conversa acerca de todo o trabalho, desta vez de uma forma mais detalhada, cujo objetivo era colocar o entrevistado à vontade e dentro do assunto, questionámo-lo se a entrevista poderia ser gravada, ao qual ele respondeu afirmativamente. Assim, tendo em conta o seu trabalho e o facto de estar a tirar o Doutoramento, combinámos a entrevista dentro dos horários possíveis, dia 6 de Dezembro de 2017, às 19:30. Porém, por motivos de força maior por parte do entrevistado, não foi possível a sua realização, na medida em que de imediato remarcamos para sábado, dia 9 de Dezembro de 2017, às 15:30, no Picoas Plaza.

No dia da entrevista, optámos por chegar mais cedo ao local de forma a não corrermos o risco de chegarmos atrasadas. Assim, durante a entrevista utilizamos dois dispositivos móveis para garantir uma gravação completa e audível da melhor forma possível, uma vez que o áudio ia ser preciso para realizar a transcrição da entrevista e a posterior interpretação e análise da mesma. Relativamente à entrevista em si, esta foi conduzida de acordo com o guião preparado em sala de aula. Para a sua preparação tivemos em conta os principais objetivos da entrevista, tais como: a caraterização do percurso académico do entrevistado; a noção de como o entrevistado avalia a formação que recebeu por parte da Universidade; a identificação de espaços e áreas de atuação de um profissional de Educação e Formação; a recolha de dados acerca daquilo que um profissional desta área faz e das funções que desempenha e, por último, a compreensão de como este perspetiva a sua identidade e visibilidade profissionais.

O guião divide-se em sete partes, nomeadamente a Legitimação da Entrevista, que consiste na parte introdutória da entrevista uma vez que é onde se explica qual a finalidade desta; o Percurso Académico anterior à formação universitária, onde se pretende saber se o entrevistado já tinha ou não noção daquilo que queria seguir após o secundário e, se o seu percurso até então, teve qualquer influência na sua escolha do curso de Ciências da Educação; a Licenciatura (ou mestrado e licenciatura de 3 anos), compreende tudo aquilo que está ligado à licenciatura, isto é,

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6 as dificuldades que sentiu, as suas preferências, os estágios que realizou; a Integração no mercado de trabalho, onde se pretende compreender até que ponto a Faculdade teve importância e forneceu oportunidades de trabalho na área e, qual o seu nível de satisfação atualmente; a formação ao longo da vida tem como objetivo conhecer um pouco da formação que o entrevistado foi realizando ao longo do tempo, tais como o mestrado e o doutoramento que está atualmente a realizar neste caso; a identidade/visibilidade, onde pretendemos compreender como é que o entrevistado considera a visibilidade de um profissional desta área e, sobretudo, saber em que organizações este já pertenceu; por último, a finalização da entrevista, que mais não é do que um agradecimento sincero ao entrevistado pela disponibilidade em estar presente e pela confiança que depositou no grupo e, também, questionar se há algo que este gostaria de acrescentar que considere relevante.

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7

Condução da Entrevista

A entrevista realizou-se numa esplanada do Picoas Plaza, num clima descontraído e confortável, onde foi possível obter um grau de fluência profissional e amigável. O entrevistado teve uma atitude positiva e prestativa durante toda a entrevista, ajudando no decorrer da mesma, com o seu lado carismático e juvenil.

Por a entrevista ter decorrido numa esplanada, houve momentos em que quase fomos interrompidos com o excesso de ruído de fundo, o que rapidamente era recuperado pela reação neutra e animada do entrevistado, como se a entrevista decorre-se num local privado e longe de qualquer possível interrupção.

De início, o desenvolvimento da entrevista foi mais mecânica, devido ao nervosismo, mas depressa se tornou solta e bastante fluente como uma conversa entre amigos, onde o profissionalismo esteve sempre presente.

Para a preparação da entrevista, elaboramos um guião bastante completo, com todas as questões que achamos necessárias para a condução da mesma, embora o guião estivesse – a nosso ver – completo, existem sempre questões que podem surgir durante o decorrer da entrevista. Ao enveredarmos pelo trajeto profissional do entrevistado, foi surgindo curiosidades, e por conseguinte questões, sobre o seu percurso, dificuldades, interesses e objetivos, que não seria possível incluir no nosso guião de antemão, sem ter o mínimo de conhecimento sobre o mesmo. A complementar os vários aspetos abordados anteriormente referentes às várias questões centrais que foram feitas, questionamos o entrevistado sobre a sua opinião em relação ao reconhecimento do curso, se, na sua opinião, Portugal tem oferta suficiente para os profissionais nesta área ou sente que há uma mais valia em procurar emprego no estrangeiro. Em simultâneo, outras perguntas foram colocadas sobre a sua vida atual, tais como: se se sente satisfeito pelo seu percurso ou se mudava alguma coisa no mesmo. Por fim, a preparação deste guião levou algum tempo, pois tínhamos perguntas que acabavam por ter respostas muito semelhantes. Porém, após vários aperfeiçoamentos e constantes repetições do mesmo, acabámos por realizar o guião definitivo que se encontra em anexo.

Dado o envolvimento do entrevistado, houve questões que não foram colocadas, pelo simples facto de ele mesmo ir introduzindo as respostas, que para nós eram pertinentes, noutras questões. A verdade é que, a iniciativa do nosso entrevistado foi tal, que este sentiu-se tão à vontade e preparado, que ele próprio foi relatando o seu trajeto académico e profissional com informação completa e estruturada, sem ter sido necessário questionar diretamente. Desta forma, a entrevista acabou por ganhar uma sequência um pouco diferente da que estava prevista, através do nosso interesse sobre o empenho do entrevistado, em tentar ao máximo manter um percurso fiel à sua área profissional.

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8 Com a devida autorização, por parte do nosso entrevistado, a entrevista foi gravada com o intuito de mantermos um registo fiel e completo, para o progresso da análise da mesma. Por último, o nosso entrevistado presenteou-nos com o seu Curriculum Vitae, com todas as informações – inclusive dados pessoais – para que pudéssemos utilizar em nosso benefício.

(9)

9

Breve análise da entrevista

A entrevista tinha como principais objetivos caracterizar o percurso académico de um profissional da área da Educação e Formação, compreender como é que este avalia a formação que lhe foi facultada por parte da Universidade, identificar espaços e áreas onde se pode trabalhar e, em simultâneo, recolher informações sobre o trabalho do entrevistado e as funções que este desempenha e, também, compreender como o entrevistado vê a sua identidade e visibilidade profissionais. Deste modo, para facilitar a construção da análise temática da entrevista, criaram-se grandes categorias temáticas que abordavam um tema específico.

Na primeira temática tínhamos como objetivo conhecer um pouco do percurso académico do entrevistado anterior à formação universitária. Aqui o entrevistado realça que o curso de Ciências da Educação não tinha sido a sua primeira opção no final do secundário, na verdade tinha sido a terceira opção. Porém, a licenciatura nesta área foi muito importante uma vez que o entrevistado foi aprendendo a gostar do curso e, atualmente, não se vê a fazer outra coisa. Em contraste, na segunda temática tentámos saber um pouco sobre o seu percurso durante a licenciatura, desde as suas maiores dificuldades, as suas preferências, até aos estágios que este realizou durante esse tempo. Inicialmente o entrevistado passou por um momento de puro desconhecimento, onde não sabia o que eram as Ciências da Educação e qual o seu propósito e, por conseguinte, participou em diversas conferências, seminários e palestras com o objetivo de compreender melhor as saídas do curso. Assim, ao comparar a sua perspetiva inicial do curso com a perspetiva final, é de notar uma grande diferença.

Relativamente aos estágios realizados, foram vários aqueles que o entrevistado enumerou, desde a implementação de um projeto sobre a importância da reciclagem a crianças do 3º ano do bairro Padre Cruz; a avaliação de um projeto educativo que tinha como base visitar vários monumentos; e, também, a observação de práticas educativas e a realização da sua análise posteriormente do ponto de vista da educação e das suas teorias.

Complementarmente, na terceira temática tínhamos como objetivo compreender como é que tinha sido para o entrevistado integrar-se no mercado de trabalho nesta área da Educação, isto é, se este tinha se deparado com grandes dificuldades ao ponto de ter que trabalhar noutra área e qual o seu nível de satisfação. Assim, tentámos também perceber se a licenciatura tinha uma grande importância nesse aspeto e, sobretudo, quais tinham sido as oportunidades fornecidas pela Faculdade para facilitar essa entrada. Neste ponto, o entrevistado dá grande ênfase ao facto de que, apesar de já ter realizado inúmeros trabalhos dentro da área, sendo que nunca trabalhou fora da mesma, está sempre à procura de melhor.

Na quarta temática abordámos a formação do entrevistado, visando saber quais os seus objetivos futuros e falar um pouco sobre o seu mestrado e o doutoramento que está atualmente a

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10 realizar. É importante realçar que tanto o mestrado como o doutoramento foram realizados na área das Ciências da Educação, na especialidade da formação de adultos. No seu mestrado, o entrevistado realizou uma tese com o título “Educadores de Adultos: Mudar para educar, educar para mudar”, onde se fala sobre como surgiu o processo de formação das pessoas que trabalham com a educação e formação de adultos.

Por último, na quinta temática tentámos compreender qual era a sua perspetiva quanto à visibilidade dos profissionais nesta área de Ciências da Educação. Apesar de ser da opinião que podia haver um maior reconhecimento destes profissionais, o entrevistado também acredita que já várias entidades conhecem a área das Ciências da Educação e que cabe a nós dar a conhecer o nosso trabalho.

Para concluir, é importante realçar que o entrevistado já trabalhou ao nível da formação profissional, da alfabetização, do desenvolvimento local, da gestão da formação, como investigador, entre muitas outras coisas. Além disso, este fez vários voluntariados, sendo que um deles foi formado pela associação “Famílias Como As Nossas” e tinha como propósito recolher vários bens. Após uma semana, o entrevistado chegou a um campo de refugiados onde forneceu roupa, comida e, sobretudo, convivia e conversava com eles antes de estes apanharem um comboio e partirem para outra cidade.

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11

Reflexão

No âmbito das unidades curriculares de Introdução à Investigação Educacional e de Seminário I, foi proposto a realização de um trabalho que consistiu na elaboração de uma entrevista a um licenciado em Ciências da Educação. Porém, foram vários os elementos necessários para a realização deste trabalho, tanto antes como depois da entrevista feita, tais como o guião, que por sua vez ia servir de orientação para toda a entrevista, a transcriação da mesma, a análise temática e, a concluir, o relatório final.

A realização desta entrevista foi bastante importante para nós como alunas de primeiro ano da licenciatura de Educação e Formação, na medida em que nos fez adquirir novas competências durante a sua elaboração, uma vez que nenhuma de nós tinha realizado algo semelhante. Como tal, este trabalho foi bastante produtivo e interessante, tendo sido ao mesmo tempo difícil e desafiante para todas nós.

Com este trabalho, foi-nos possível entrevistar um mestre em Ciências da Educação de modo a conhecermos o seu percurso tanto académico como profissional. Por conseguinte, isto permitiu-nos ganhar uma noção mais concreta, daquilo que é este curso, de quais são as oportunidades que este oferece, das saídas que possibilita, tudo graças ao contacto direto com alguém não só que frequentou e concluiu o curso, mas que hoje em dia trabalha dentro da área.

No início deste trabalho, nas aulas de Introdução à Investigação Educacional, começámos por escolher um entrevistado disponível que correspondesse aos critérios pedidos. De seguida, iniciámos a elaboração do guião que, posteriormente, iria servir de base para a entrevista. Porém, durante a sua elaboração, sentimos algumas dificuldades na medida em que nos apercebemos que várias questões acabavam por se cruzar no que diz respeito à informação que se pretendia. Porém, com a ajuda de todas, acabámos por conseguir melhorar as questões e, no final, obter um guião bem orientado, sucinto, organizado, simples e, mais importante que tudo, coeso.

De seguida, marcámos com o entrevistado a hora e o local para efetuarmos a entrevista. Por sua vez, este acabou por adoecer e foi necessário haver uma remarcação de nova data. Uma vez remarcada a entrevista, esta foi feita sem percalços, tendo corrido bem, tal como previsto, apesar do nervosismo inicial. Em relação à transcrição da mesma, esta foi bastante trabalhosa na medida em que a entrevista era ainda de grande dimensão. Porém, conseguimos realizá-la sem problemas. De seguida, tivemos de dividir a entrevista em subcategorias temáticas, algo também relativamente fácil de fazer devido à clareza e à total compreensão de toda a entrevista e dos seus pontos essenciais. Por fim, elaborámos o relatório que consideramos coeso e organizado. Relativamente ao grupo de trabalho, é possível salientar que funcionámos muito bem enquanto grupo, na medida em que todas deram o seu contributo para a elaboração do mesmo e se

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12 ajudaram mutuamente na superação de problemas e dúvidas esporádicas. Quanto aos pontos fortes, tanto do trabalho como do grupo, é de realçar o interesse e a motivação por parte de todas e a elaboração de todos os elementos pedidos para a realização do relatório final com sucesso, tendo todas trabalhado arduamente para a sua realização.

Por sua vez, como pontos fracos ressaltamos apenas as dificuldades sentidas ao longo do trabalho e também, em relação à entrevista, o nervosismo existente no início da mesma que, posteriormente, com a sua continuação, foi desaparecendo. Assim, no final, acabámos por conseguir uma entrevista muito boa apesar de tudo.

Em suma, este trabalho de elaboração de uma entrevista a um mestre em Ciências da Educação foi muito interessante e gratificante, sobretudo porque, tal como muitas de nós, o nosso entrevistado inicialmente também entrou num curso que não era a sua escolha principal e do qual não tinha nenhum conhecimento sobre. Porém, no final, este acabou por se revelar o trabalho da sua vida, sendo que não se imagina a fazer qualquer outra coisa se não algo associado à educação. Este representa um dos muitos medos de vários estudantes no primeiro ano da faculdade. Vários são aqueles que entram sem conhecer quais são as saídas que o curso disponibiliza, ou sem saber absolutamente nada sobre o mesmo. Por conseguinte, muitas pessoas acabam por simplesmente desistir sem dar a oportunidade de conhecer esta área e, outras tantas acabam por permanecer no curso mas, no final da licenciatura, continuam sem saber qual o propósito deste, quais as saídas. Para todas nós foi de certa forma reconfortante ver que alguém passou por uma experiência semelhante à nossa e, no final, aquilo que no início aconteceu por acaso, sem estar planeado, sem haver conhecimento sobre, acabou por se revelar o trabalho dos seus sonhos. Complementarmente obtivemos também informações bastante importantes sobre o curso e as vastas ofertas que este proporciona no mercado de trabalho, o que nos permitiu conhecer um pouco melhor o curso e a área em si.

Por último, quanto aos aspetos que podem ser melhorados em entrevistas futuras, é somente o nervosismo, sendo que tentaremos manter a calma para que este não afete a nossa entrevista e, consequentemente, os seus resultados.

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13

Referências bibliográficas

 Amado, J. (2013). A Entrevista na Investigação Educacional. In J. Amado, S. Ferreira, Manual de Investigação Qualitativa em Educação, (pp. 207-232). Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra.

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Anexos

Anexo I – Guião da Entrevista

BLOCOS

TEMÁTICOS QUESTÕES ORIENTADORAS NOTAS

A

Legitimação da

entrevista

Boa tarde, a entrevista que estamos a fazer é relativa à Unidade Curricular de Introdução à Investigação Educacional em conjunto com a Unidade Curricular de Seminário I. Todas nós frequentamos o primeiro ano de licenciatura do curso de Educação e Formação no Instituto de Educação da Universidade Lisboa.

É muito importante a sua colaboração neste trabalho pois, para concluirmos esta cadeira, necessitamos de entrevistar um licenciado em Educação e Formação. Deste modo agradecemos desde já a sua disponibilidade e a sua contribuição.

 Aceita que a entrevista seja gravada?

 Quer receber o nosso trabalho final?

Caraterização do entrevistado

1. Que idade tem?

2. Qual é a sua nacionalidade?

3.

De onde é natural?

B

Percurso Académico

anterior à formação

universitária

1. Como tomou conhecimento da existência deste

curso?

2. O que o levou e motivou a escolher este curso? 3. Este curso foi a sua primeira opção, ou

pretendia seguir outro curso?

4. Quando veio para este curso, o que gostaria de

fazer profissionalmente?

5. Se voltasse atrás escolheria outro curso?

6.

Foi muito importante para si tirar esta licenciatura?

(15)

15

C

Licenciatura (ou

mestrado e

licenciatura de 3

anos)

1. Quando tirou esta licenciatura estava a trabalhar

ou apenas a estudar?

2. Em algum momento se arrependeu de ter

concluído a licenciatura em Educação e Formação?

3. Qual foi a sua experiência, em geral, na

faculdade? Por exemplo, se gostou das infraestruturas, da biblioteca e do bar e assim.

4. O que achou mais difícil em toda a licenciatura? 5. O que mais gostou durante os 3 anos de

licenciatura? E o que menos gostou?

6. O que achou dos professores?

7. Mantém algum tipo de contacto com os seus ex

colegas de curso?

8. Pode comparar a sua perspetiva inicial

relativamente ao curso com a sua perspetiva final em relação ao mesmo? O que mudou e porquê?

9. Considera uma mais-valia o instituto de

educação estar em conjunto com a faculdade de psicologia?

10. Teve muitas propostas para fazer estágios?

11.

Qual foi o seu primeiro estágio e

como correu?

12. Contou com o apoio ou incentivo de alguém

em especial ao longo dos 3 anos de

licenciatura?

D

Integração no

mercado de

trabalho/profissão

1. Desde que terminou a licenciatura, sempre

trabalhou na área?

2. Esta licenciatura foi uma mais-valia na sua vida

e seu percurso profissional?

3. Está satisfeito com a sua posição a nível

profissional?

4. Sente que o nosso país lhe oferece

oportunidades tendo em conta o curso que tirou?

5. Considera vantajoso recorrer a outro país para

Relativamente à pergunta “Desde

que terminou a licenciatura sempre

trabalhou na área?” - Se não,

perguntar – “Atualmente está a

trabalhar na área?” e - Se sim,

perguntar – “Onde trabalhou?”

(16)

16 trabalhar dentro da área da sua licenciatura?

6. A nível comparativo, na sua opinião, quais as

oportunidades que outros países oferecem que Portugal não consegue oferecer?

E

Formação ao longo da

vida

1. Sabendo que está a tirar um doutoramento, qual

foi a sua área de mestrado, e qual a sua área de doutoramento?

2. Pretende fazer algum curso complementar ao

doutoramento?

Referente à pergunta “Pretende fazer algum curso complementar ao doutoramento?” – Se sim, perguntar – “Qual?”

F

Identidade /

Visibilidade

1. Acha que os profissionais desta área têm a

visibilidade suficiente, ou acha que deveriam ser mais reconhecidos?

2. Sente-se feliz na profissão que exerce?

3. Há organizações que trabalham com

profissionais da área, tem conhecimento de alguma?

4. Já trabalhou em alguma ou gostava de o fazer?

Referente à pergunta “Acha que os profissionais desta área têm a visibilidade suficiente, ou acha que deveriam ser mais reconhecidos?” – Se sim, perguntar – “Porquê?”

Referente à pergunta “Há organizações que trabalham com profissionais da área, tem conhecimento de alguma?” – Se sim, perguntar – “Qual?”

G

Finalização da

entrevista

Após este conjunto de perguntas sente a necessidade de acrescentar alguma informação além daquela que nos forneceu?

Posto isto, tem alguma dúvida relativamente a esta entrevista, à sua divulgação ou ao modo como foi conduzida?

Assim, damos por finalizada a entrevista e reforçamos o nosso agradecimento pela sua disponibilidade, colaboração e informação que nos prestou para o trabalho em questão. Obrigada.

(17)

17

Anexo II – Análise Temática

CATEGORIAS TEMÁTICAS SUBCATEGORIAS TEMÁTICAS EXCERTOS

Percurso Académico

anterior à formação

universitária

 Opções  Razões

“Quando terminei o 12º ano a minha primeira opção foi Direito, 2ª Educação Básica e a 3ª foi Ciências da Educação.”

“Portanto a minha 1ª opção foi Direito, porque achava que…, aliás, é uma área que gosto ainda, quem sabe um dia mais tarde, porque acho que é importante de certa forma conhecer as leis que existem no país e também saber defender as pessoas, depois porque… a área da educação, porque também sempre foi uma coisa que.. que.. gostei, ou seja, também porque se calhar houve alturas e momentos em que andava na escola ou no infantário, e também via coisas e situações que se calhar não me agradaram e que se calhar me marcaram e também pode ser por aí que tenha desenvolvido este gosto.”

Licenciatura (ou

mestrado e

licenciatura de 3 anos)

 Dificuldades “Não sei se é em termos de disciplinas, por exemplo, se calhar disciplinas em que tínhamos exames finais a valer grande parte da nota final e era escolha múltipla e eram cerca de 10 opções e só uma é que estava certa, isso sim, isso foi muito difícil, em algumas disciplinas, nomeadamente psicologia, em que era muito exigente os testes, não era, não sei… eu não gostei nada disso, por exemplo, e associa-se a um momento de dificuldade. Não consigo… dificuldades.. não sei, eu acho que como fui gostando muito, fui tentando superar as coisas de forma mais eficaz e de forma mais rápida, aliás, acho que nunca tinha pensado nisso, no que é que, quais é que foram as maiores dificuldades, para além dos testes em que era necessário estudar muito e era de escolha múltipla e não de desenvolvimento, não, não consigo identificar assim mais nada que tenha sido

(18)

18

 Preferências

 Estágios

difícil.”

“Gostei das disciplinas mais práticas, onde nos possibilitaram ir a escolas, a empresas, por exemplo, a locais onde ocorrem educação e formação, conhecemos contextos de trabalho. Os amigos, também tudo aquilo que nós éramos separados em grupo, era algo muito interessante, onde colaborávamos.”

“O meu primeiro estágio… Bom, não sei. Já não me recordo. Mas posso vos dizer onde é que eu estagiei, onde é que eu fiz trabalhos de campo no âmbito das cadeiras de Seminário: foi no Colégio Militar, na Câmara Municipal de Lisboa… Eu sei que repeti várias instituições. É que isto entretanto começou em 2008, já vai algum tempo. O Instituto Português da Juventude, também. E numa escola do bairro Padre Cruz.”

Integração no

mercado de

trabalho/profissão

 Importância da licenciatura  Oportunidade em arranjar trabalhos na área  Oportunidades dadas pela Faculdade

“Sim foi muito importante, comecei a… tipo marca aquela altura em que começamos a trabalhar e que deixamos de depender dos nossos pais e foi muito importante porque aprendi a gostar, não é, deste curso e daquilo que ele permitia fazer que algo, que é muito amplo, muito vasto… aliás a pergunta era, não me

posso perder… (risos)”;

“Aliás, é cada vez mais importante porque fui aprendendo a gostar e ao mesmo tempo não me imagino a fazer outra coisa.”

“Nunca trabalhei fora da minha área, da área da educação.”

“Portanto, e eu como sempre investi muito, sempre procurei ser um ser ativo, não é, e participativo, de facto eu comecei a trabalhar muito cedo e sei que hoje, mesmo em Portugal, eu não tenho muitas dificuldades em arranjar trabalho.”

(19)

19

 Satisfação

“Depois, fui convidado também pelo professor Fernando Costa para dar umas aulas de Tecnologias Educativas lá na Faculdade.”

“Sim, mas estou sempre à procura de melhor.”

Formação ao longo da

vida

 Mestrado e Doutoramento

 Objetivos futuros

“Sim, na especialidade de formação de adultos.”

“O meu mestrado é em Ciências da Educação, foi e é a formação de adultos no Instituto de Educação em que fiz uma dissertação. No mestrado nós podemos escolher fazer uma tese, uma dissertação, um projeto ou um estágio e eu fiz uma tese, uma dissertação, em que o título foi “Educadores de Adultos: Mudar para educar, educar para mudar”. É um estudo em como é que ocorreu o processo de formação das pessoas que trabalham com Educação e Formação de adultos.” “Comecei o Doutoramento ainda há bocado e depois vou estudar, tenho aqui muita coisa para ler e para escrever, não consigo pensar em mais nada. “

“Há pouquinho fiz uma candidatura, fiz duas candidaturas para a gestão de uma escola aqui em Lisboa, um projeto que me parece muito aliciante. Neste momento estou à espera de uma resposta.”

Identidade

/Visibilidade

 Visibilidade  Organizações: visibilidade, enunciação, envolvimento

“Sim, acho que poderiam ser mais reconhecidos, mas acho que já existe vários locais de trabalho, várias entidades que conhecem as Ciências da Educação. Mas, como vos disse, também acho que parte muito de nós, não é, darmos a conhecer o nosso trabalho e, acima de tudo, fazer um trabalho bem feito para que a nossa área seja reconhecida. Acho que também está muito… Não são só os outros, mas somos também nós.”

“Sim, conheço várias entidades que têm profissionais da área das Ciências da Educação. Por exemplo, a Câmara Municipal de Lisboa, várias organizações não-governamentais, escolas também, museus, por aí fora.

(20)

20 Isso sim, isso existe.”

“Então, trabalhei nos Médicos do Mundo, na Century 21, no departamento de Investigação, em vários centros de formação, na Universidade também, uma empresa… Um banco onde fui dar formação. Ah, e não só bancos, dei formação também na Sic, na RTP, no hospital Amadora Sintra. E, portanto, são locais que conhecem as Ciências da Educação, se não eu não estaria lá.”

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21

Anexo III – Notas de Observação

Bloco A - Legitimação da entrevista

Dia 9 de Dezembro de 2017, às 15:30, no Picoas Plaza.

Bloco B – Percurso Académico Anterior ao Ensino Superior

1ª Escolha - Direito

2ª Escolha - Educação Básica 3ª Escolha - Ciências da Educação

Direito - Porque é importante conhecer as leis que existem no país e também saber defender as pessoas.

Área da Educação - Desenvolveu este gosto pois houve alturas e momentos em que andava no infantário ou até na escola, e via algum tipo de situações que se calhar não lhe agradavam e que lhe marcaram.

Bloco C – Licenciatura

Importância da Licenciatura - Aprendeu a gostar do curso de Ciências da Educação apresar de ser muito amplo e vasto e agora não se vê a fazer outra coisa.

Dificuldades - Nas disciplinas (por exemplo Psicologia) que tinham exame final grande parte da nota era avaliada através de escolhas múltiplas onde haviam cerca de 10 opções e só uma estava certa.

Para além disto não sentiu mais dificuldades pois foi tentando superá-las sempre.

Gostou mais das disciplinas práticas, onde possibilitaram ir a locais onde ocorre educação e formação por exemplo escolas, empresas.

Estágios:

 Colégio Militar - Observaram práticas educativas, por exemplo, uma aula normal e uma aula de equitação. Depois analisaram aquilo, do ponto de vista de várias teorias de educação;

 Câmara Municipal de Lisboa - Avaliar um projeto educativo (visitar vários monumentos e o entrevistado tinha um passaporte onde anotava as visitas);

 Escola do bairro Padre Cruz - Projeto sobre a importância da reciclagem, com crianças do 3º ano.

Bloco D – Integração no Mercado de Trabalho

Não teve dificuldades a arranjar trabalho na área de Ciências da Educação pois sempre foi ativo e participativo e nunca trabalhou fora desta área

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22 Lagos - Foi monitor de crianças em ocupação de tempos livres

Lisboa - Aulas de Tecnologias Educativas na faculdade de Psicologia e Educação;

Formador em Lisboa, no Centro de Formação Profissional, onde deu vários cursos nomeadamente o curso de Formação Pedagógica Inicial de Formadores, Liderança e Coordenação de Equipas, Gestão de Stress, Gestão de Projetos, Planeamento da Formação e Avaliação da Aprendizagem, Coaching e Liderança, Coordenação Pedagógica e Planeamento e Avaliação.

Empresa onde o trabalho consistia em construir vídeos para cursos em E-learning; Animador sociocultural de um projeto dos Médicos do Mundo, em que era o projeto Viver Saudável; Angola (2014) - onde deu três cursos no Banco de Desenvolvimento de Angola sobre apresentações em público, condução de reuniões e atendimento ao cliente;

Deu aulas no Instituto sobre Metodologia de Investigação e sobre Histórias de Vida;

Campo Grande (3 anos) a dar aulas no Instituto de Educação e Desenvolvimento Profissional, onde dava principalmente o curso de Formação Pedagógica Inicial de Formadores;

Espanha - Aulas ao abrigo de um programa no Instituto, onde fez uma investigação no departamento de teoria e história da educação e pedagogia social da faculdade de Ciências da Educação da Universidade de Sevilha e, também onde deu aulas de alfabetização a pessoas idosas lá num bairro;

Atualmente trabalha na sede da Century 21. Esta é uma marca de imobiliário e o entrevistado trabalha na sede da marca de Portugal e de Espanha, onde é o diretor pedagógico do departamento de formação.

Bloco E – Formação ao Longo da Vida

Mestrado em Ciências da Educação no Brasil, na faculdade de Educação da Universidade de São Paulo onde fez uma dissertação em que o título foi “Educadores de Adultos: Mudar para educar, educar para mudar”.

“Educadores de Adultos: Mudar para educar, educar para mudar” - um estudo em como é que ocorreu o processo de formação das pessoas que trabalham com Educação e Formação de adultos.

Começou o doutoramento à pouco tempo.

Bloco F – Identidade/Visibilidade

Visibilidade das identidades que trabalham nesta área - já existe vários locais de trabalho, várias entidades que conhecem as Ciências da Educação mas que também depende das pessoas que trabalham nesta área ou seja da forma como dão a conhecer o seu trabalho;

Existem várias entidades que têm profissionais da área das Ciências da Educação tais como a Câmara Municipal de Lisboa, várias organizações não-governamentais, escolas e museus;

(23)

23 Trabalho nessas organizações - Century 21, no departamento de Investigação, centros de formação, nas Universidades, um banco onde deu formação, na Sic, na RTP, no hospital Amadora Sintra...

(24)

24

Anexo IV – Transcrição da Entrevista

Entrevistador - A nossa entrevista é relativa a duas unidades curriculares, tal como já lhe tinha

dito (…)

entrevistado - Quais são as disciplinas?

E - Seminário I e Introdução à Investigação Educacional.

Pronto, o nosso grupo é de 5 raparigas, mas só pudemos estar as duas, e também seria muita pressão serem 5 pessoas aqui. (…) Queríamos primeiro fazer-lhe uma questão inicial, se quer receber o nosso trabalho final?

e - Sim, pode ser, sim.

E - Posso perguntar-lhe que idade tem? e - Sim, tenho 28.

E - 28 ok. Qual é a sua nacionalidade? e - Sou português… portuguesa E - E de onde é natural? e - De lagos , do algarve

E - Como é que tomou conhecimento da existência do curso?

e - Quando terminei o 12º ano a minha primeira opção foi Direito, 2ª Educação Básica e a 3ª foi

Ciências da Educação. Pronto, na altura não conhecia muito bem o que era as ciências da educação, aliás, não conhecia nada, não entrei na minha 1ª nem na minha 2ª opção e fui entrar nas Ciências da Educação. Foi isto que aconteceu

E - Houve algum motivo especial para pôr essas opções – Educação Básica, Ciências da

Educação?

e - Portanto a minha 1ª opção foi Direito, porque achava que…, aliás, é uma área que gosto

ainda, quem sabe um dia mais tarde, porque acho que é importante de certa forma conhecer as leis que existem no país e também saber defender as pessoas, depois porque… a área da educação, porque também sempre foi uma coisa que.. que.. gostei, ou seja, também porque se calhar houve alturas e momentos em que andava na escola ou no infantário, e também via coisas e situações que se calhar não me agradaram e que se calhar me marcaram e também pode ser por aí que tenha desenvolvido este gosto.

E - Ok, então se voltasse atrás escolheria este curso outra vez? Ou preferia Direito?

e - Sim, sim, escolheria o mesmo. Sabendo aquilo que sei hoje… escolheria voltar a pôr, aliás,

iria colocar as ciências da educação em primeira opção.

E - Então foi importante para si tirar esta licenciatura?

e - Sim foi muito importante, comecei a… tipo marca aquela altura em que começamos a

(25)

25 gostar, não é, deste curso e daquilo que ele permitia fazer que algo, que é muito amplo, muito vasto… aliás a pergunta era, não me posso perder… (risos)

E - A pergunta era, foi muito importante para si tirar esta licenciatura.

e - Aliás, é cada vez mais importante porque fui aprendendo a gostar e ao mesmo tempo não me

imagino a fazer outra coisa.

E - Quando tirou a licenciatura estava a trabalhar ou estudava?

e - Não, só estudava, eu vim do algarve para estudar, estive… fiz a licenciatura a estudar,

contudo, depois quando iniciei o mestrado, aí sim, já comecei a trabalhar na área das ciências da educação e a estudar em simultâneo.

E - Então em momento algum se arrependeu de tirar esta licenciatura!? e - Não, não de todo.

E - Qual foi a experiência na faculdade, em geral?

e - Ahhh… na verdade já foram muitos anos, foram 3 anos de licenciatura, foram 2 anos de

mestrado e agora iniciei o doutoramento, também na área das ciências da educação.

A experiência, foi muito interessante, primeiro porque passei por um momento em que não sabia muito bem o que eram as ciências da educação, para que é que elas serviam, entretanto, em simultâneo fui sempre tentando participar nos vários… nas várias conferências – seminários, palestras – também com o objetivo de, já que não percebia, então vamos lá ouvir outras coisas, para além das aulas para ver se é possível, saber melhor para que é que isto dá, mas também fiz parte da associação de estudantes – 2 anos, o 1ºano era sobre atividades culturais e o 2º mandato sobre marketing – e, pronto, temos contacto com outros colegas, nomeadamente, colegas de psicologia, ciências da educação dos vários anos e pronto, fomos, fui tentando, fomos tentando, neste caso também promover vários, várias atividades, para os alunos lá da faculdade. Entretanto, depois também ajudei vários anos na organização de vários congressos lá na faculdade, depois em troca, eles davam-nos livros, portanto foi assim uma coisa também engraçada… e pronto foi mais ou menos isso.

E - O que achou mais difícil em toda a licenciatura?

e - Que pergunta difícil… (risos). Não sei se é em termos de disciplinas, por exemplo, se calhar

disciplinas em que tínhamos exames finais a valer grande parte da nota final e era escolha múltipla e eram cerca de 10 opções e só uma é que estava certa, isso sim, isso foi muito difícil, em algumas disciplinas, nomeadamente psicologia, em que era muito exigente os testes, não era, não sei… eu não gostei nada disso, por exemplo, e associa-se a um momento de dificuldade. Não consigo… dificuldades.. Não sei, eu acho que como fui gostando muito, fui tentando superar as coisas de forma mais eficaz e de forma mais rápida, aliás, acho que nunca tinha pensado nisso, no que é que, quais é que foram as maiores dificuldades, para além dos testes em que era necessário estudar muito e era de escolha múltipla e não de desenvolvimento, não, não consigo identificar assim mais nada que tenha sido difícil.

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E - O facto de se ter mudado para lisboa fez diferença na sua adaptação?

e - Sim, foi um momento muito, muito difícil, aliás, mais desafiante do que difícil, também eu

sempre quis vir para lisboa porque o meio em que eu vivia não tinha tanta oferta, tantas possibilidades como a capital que um país tem. Claro que tive de aprender a fazer muitas coisas que não fazia, como gerir dinheiro, gerir uma casa, gerir roupa… Isso sim foi difícil, isso foi um grande desafio, mas depois também como tinha as pessoas aqui conhecidas, vários amigos, eles foram-me ajudando, fui ajudando eles, foi tranquilo…

E - E o que mais gostou na licenciatura?

e - Gostei das disciplinas mais práticas, onde nos possibilitaram ir a escolas, a empresas, por

exemplo, a locais onde ocorrem educação e formação, conhecemos contextos de trabalho. Os amigos, também tudo aquilo que nós éramos separados em grupo, era algo muito interessante, onde colaborávamos. A pergunta era?

E - O que mais gostou na licenciatura?

e - Houve professores que me marcaram muito, me ajudaram muito, que me ajudaram a

perceber o que era as Ciências da Educação e, isso sim, foi importante.

E - Mas há alguma coisa que não tenha gostado?

e - Não sei, se calhar algumas posturas de alguns professores, porque já que estão a trabalhar em

educação, em Ciências da Educação, acho que certos comportamentos que eles tiveram, acho que entram um bocadinho em conflito com aquilo que nós estudamos. A questão é que estudei e gostei muito daquilo que faço, vejo o lado mais positivo das coisas.

E - Não tem ainda algum contacto com os seus colegas?

e - Sim, com alguns. Poucos, mas sim, mantenho contacto e também com alguns professores,

sim.

E - Consegue comparar a sua perspetiva inicial do curso com a final?

e - É muito diferente agora. Aliás, eu como já vos disse, eu nem sabia para que é que serviam as

Ciências da Educação. É algo muito difícil, porque isto acontece porque nós quando pensamos em Educação pensamos sempre em escola, não é?

E - Sim.

e - E de facto, logo uma das primeiras coisas que nos disseram foi que isto, que este curso, não

era para dar aulas, para ser professor e isso causa assim alguma confusão. Claro, hoje tenho uma visão muito diferente, também porque como vos disse, continuo a estudar na área das Ciências da Educação e, claro que hoje compreendo muito mais as Ciências da Educação, através de todo o meu percurso profissional e por tudo aquilo que estudo, de uma forma muito diferente. Aliás, sem comparação, não há comparação.

E - Considera uma mais-valia o Instituto da Educação ser junto com a Faculdade de Psicologia? e - Se considero uma mais valia… É assim, as Ciências da Educação na verdade é um campo

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27 educação foi muito psicologizada e, de facto, a educação é uma coisa muito mais ampla. A Psicologia tem muita importância para compreendermos os fenómenos educativos, mas não só, é uma área, como muitas outras, influenciam o nosso processo educativo e formativo. Aliás, e em Portugal, quando se constroem estas universidades em todo o país, existiam faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, porque acreditava-se que as duas coisas estavam muito ligadas. É assim, neste momento vejo pontos positivos porque existem mais pessoas lá na faculdade, vários colegas e isso para mim não me incomoda, de todo.

E - Quando chegou a altura dos estágios, teve muitas propostas de estágio ou…?

e - Não, fomos nós que fomos à procura das entidades para estágio sim. Ninguém nos disse

“Aqui está um sítio para estagiarem”. Não. Nós é que tivemos que fazer uma escolha do que é que nos interessaria e depois, não é, enviar emails, enviar cartas e sermos recebidos, ou não.

E - Então tinha uma já escolhida ou…?

e - Não. Eram sempre trabalhos em grupo, não é. E - Sim.

e - Entrávamos em acordo e depois íamos ao contacto. Se corresse bem, ótimo, se não teríamos

que procurar outras opções.

E - Qual foi o seu primeiro estágio?

e - O meu primeiro estágio… Bom, não sei. Já não me recordo. Mas posso vos dizer onde é que

eu estagiei, onde é que eu fiz trabalhos de campo no âmbito das cadeiras de Seminário: foi no Colégio Militar, na Câmara Municipal de Lisboa… Eu sei que repeti várias instituições. É que isto entretanto começou em 2008, já vai algum tempo. O Instituto Português da Juventude, também. E numa escola do bairro Padre Cruz.

E - E o que é que fazia?

e - Então, na escola do bairro Padre Cruz, implementamos um projeto… Isto não foi no âmbito

de Seminário, foi de outra disciplina, mas acho que é importante também partilhar aqui com vocês. Na escola do bairro Padre Cruz, que é um bairro que é cotado como um bairro violento, tem pessoas de várias etnias, portanto, um bairro social. Aí implementámos um projeto sobre a importância da reciclagem, com crianças do 3º ano creio. Na Câmara Municipal de Lisboa, fomos avaliar um projeto educativo, que era um projeto que a Câmara promovia nas escolas de Lisboa, que era visitar vários monumentos e eu tinha um passaporte onde anotava as visitas, por aí fora. Depois, no Colégio Militar, fomos observar práticas educativas. Nós observamos, por exemplo, uma aula normal e uma aula de equitação. Depois fomos analisar aquilo, do ponto de vista de várias teorias de educação, por aí fora. E foi isso, mais ou menos.

E - Contou com o apoio ou incentivo de alguém em especial durante o seu percurso

educacional?

e - Não.

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e - Não, não, não. Acho que sou uma pessoa muito autónoma e creio que os meus colegas

também não eram ajudados por alguém.

E - Tipo independente…

e - Sim, quando trabalhávamos em grupo, aí ajudávamo-nos uns aos outros, caso contrário, era

cada um por si.

E - Ok. Desde que terminou a licenciatura, sempre trabalhou na área? e - Sempre.

E - Em que sítios trabalhou?

e - Nunca trabalhei fora da minha área, da área da educação. Então vamos fazer aqui uma

listagem, pode ser?

E - Pode.

e - É assim, portanto, vou começar. No verão em que entro para a licenciatura em Ciências da

Educação, vou passar o verão a Lagos e fui, três anos seguidos, monitor de crianças em ocupação de tempos livres em Lagos. Depois, fui convidado também pelo professor Fernando Costa para dar umas aulas de Tecnologias Educativas lá na faculdade. Depois, fui formador aqui em Lisboa, no Centro de Formação Profissional, onde dei vários cursos, nomeadamente o curso de Formação Pedagógica Inicial de Formadores, Liderança e Coordenação de Equipas, Gestão de Stress, Gestão de Projetos, Planeamento da Formação e Avaliação da Aprendizagem, Coaching e Liderança, Coordenação Pedagógica, Planeamento e Avaliação. Depois, trabalhei uns meses para uma empresa onde o meu trabalho era construir vídeos para cursos em E-learning. Fui animador sociocultural de um projeto dos Médicos do Mundo, em que era o projeto Viver Saudável, que funcionava ali na zona do bairro das Olaias, onde o objetivo era promover um envelhecimento ativo a idosos vítimas de exclusão social. Depois surgiu a oportunidade de ir para a Angola dar formação, isto foi em 2014 já, onde dei três cursos no Banco de Desenvolvimento de Angola sobre apresentações em público, condução de reuniões e atendimento ao cliente. Depois as minhas professoras do meu mestrado também me convidaram para ir dar umas aulas lá no Instituto sobre Metodologia de Investigação e sobre Histórias de Vida. Depois, outra experiência, fiquei praticamente 3 anos a dar formação ali numa escola do Campo Grande, que é o Instituto de Educação e Desenvolvimento Profissional, onde dava principalmente o curso de Formação Pedagógica Inicial de Formadores. Depois, entretanto, surgiu a oportunidade de ir para Espanha também, ao abrigo de um programa lá do Instituto, onde fiz uma investigação no departamento de teoria e história da educação e pedagogia social da faculdade de Ciências da Educação da Universidade de Sevilha e, também onde dei aulas de alfabetização a pessoas idosas lá num bairro. Pronto, é do que é mais importante, ou não. Atualmente, estou há dois anos a trabalhar na sede da Century 21. A Century 21 é uma marca de imobiliário, é a maior rede imobiliária do mundo e eu trabalho na sede da marca de Portugal e

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29 de Espanha, e sou o diretor pedagógico do departamento de formação. Faço toda a gestão da formação de dois países, de Portugal e de Espanha. E é isto.

E - Está satisfeito com a sua profissão atual?

e - Sim, mas estou sempre à procura de melhor. Há pouquinho fiz uma candidatura, fiz duas

candidaturas para a gestão de uma escola aqui em Lisboa, um projeto que me parece muito aliciante. Neste momento estou à espera de uma resposta.

E - Sente que o nosso país lhe oferece oportunidades tendo em conta o curso que tirou?

e - Bom, eu acho que diria que sim e que não. Eu acho que isto parte muito de cada um. É

assim, eu tenho seguramente colegas que tiraram uma Licenciatura em Ciências da Educação, ou até mesmo Mestrado em Ciências da Educação, e que se calhar nunca vão trabalhar em Ciências da Educação, porque possivelmente não perceberam quais são as saídas de curso, o que é que ele permite. Pronto, eu como vim do Algarve para cá, de uma família simples, o meu objetivo foi sempre fazer o meu melhor, de forma a também a recompensar todo o esforço que os meus familiares tiveram, neste caso no pagamento das propinas, viver em Lisboa, por aí fora. Portanto, e eu como sempre investi muito, sempre procurei ser um ser ativo, não é, e participativo, de facto eu comecei a trabalhar muito cedo e sei que hoje, mesmo em Portugal, eu não tenho muitas dificuldades em arranjar trabalho. Mas é uma coisa muito pessoal, porque faz parte de um investimento que ando a fazer...

E - Alguma vez… e - Desde 2008… E - Ah, desculpe.

e - Não faz mal, não faz mal. Não, não, diz diz. E - Alguma vez pensou em ir para fora trabalhar?

e - Sim, até porque já estive em Angola, já estive em Espanha. Entretanto também fiz um

Mestrado na Universidade de São Paulo, no Brasil. E tenho muito interesse em viajar e acredito que vai chegar uma altura em que… Não é porque Portugal não ofereça, é porque gosto de viajar, gosto de conhecer outros sítios. Mas sim, não é uma ideia posta de parte, de todo.

E - Então acha que o país em si exerce algum valor para a profissão que nós…?

e - Eu acho que ainda… Aliás, sim. Eu acho que ainda existem muitas pessoas e muitas

empresas que ainda desconhecem o potencial do nosso curso. Mas também acho que cada vez mais. E acho que parte também um bocadinho de nós, fazermos um bom trabalho nas empresas, nos locais onde estagiamos, para que as pessoas também possam valorizar o nosso curso, sim. Ah, à pouco eu disse sim, não, mas não respondi ao não da outra questão. Portanto, eu acho que sim a partir do momento em que nós temos vontade, não é, queremos fazer qualquer coisa por nós próprios e pela sociedade em geral, e então temos que investir, temos que procurar, temos que enviar muitos currículos. Houve uma vez que, por exemplo, eu estava cansado daquilo que estava a fazer. Um dia fiz uma pesquisa e recolhi a 50 emails de centros de formação e 50

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30 emails de centros de estudos de explicações, e disparei o meu currículo para todos. E, realmente, deu resultado. Portanto, às vezes é necessário…

E - Insistir.

e - Insistir, exatamente. O não, nós sabemos que os trabalhos que existem por vezes são muito

precários, não é. Eu comecei a trabalhar num centro de formação onde recebia 5€ à hora. Claro que na altura eu sabia que isto era muito mau, era muito precário e eu sabia que isto, se eu ficasse lá alguns meses, poderia ser uma porta, não é.

E - Sim.

e - Podiam-se abrir muitas portas e muitas janelas por causa dessa experiência. Mas há muita

coisa… Há muito mais em termos de condições, não é. Existe muito desemprego aqui em Portugal, portanto daí o sim e o não. Mas acho que é possível.

E - A área de Doutoramento e Mestrado é Ciências da Educação? e - Sim, na especialidade de formação de adultos.

E - Pretende fazer algum curso complementar ao Doutoramento?

e - Não sei, não estou a pensar nisso. Comecei o Doutoramento ainda há bocado e depois vou

estudar, tenho aqui muita coisa para ler e para escrever, não consigo pensar em mais nada. Aliás, é muito complicado trabalhar e estudar em simultâneo. É muito, muito exigente.

E - Acredito. Acha que os profissionais desta área têm visibilidade suficiente ou acha que

deveriam ser mais reconhecidos?

e - Sim, acho que poderiam ser mais reconhecidos, mas acho que já existe vários locais de

trabalho, várias entidades que conhecem as Ciências da Educação. Mas, como vos disse, também acho que parte muito de nós, não é, darmos a conhecer o nosso trabalho e, acima de tudo, fazer um trabalho bem feito para que a nossa área seja reconhecida. Acho que também está muito… Não são só os outros, mas somos também nós.

E - Há organizações que trabalham com profissionais da área da Educação. Tem conhecimento

de alguma?

e - Sim, conheço várias entidades que têm profissionais da área das Ciências da Educação. Por

exemplo, a Câmara Municipal de Lisboa, várias organizações não-governamentais, escolas também, museus, por aí fora. Isso sim, isso existe.

E - E já trabalhou em alguma? e - Sim, sim, exato.

E - Quais? Refira de novo.

e - Então, trabalhei nos Médicos do Mundo, na Century 21, no departamento de Investigação,

em vários centros de formação, na Universidade também, uma empresa… Um banco onde fui dar formação. Ah, e não só bancos, dei formação também na Sic, na RTP, no hospital Amadora Sintra. E, portanto, são locais que conhecem as Ciências da Educação, se não eu não estaria lá.

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E - Pronto. Após este conjunto de perguntas, sente a necessidade de acrescentar alguma

informação sobre si que ache essencial para o nosso trabalho?

e - Ah, bom, se calhar falar aqui um bocadinho da parte do voluntariado, não sei, pois acho que

também foi muito importante para a minha… para o meu percurso. Portanto, eu fui sempre… Na altura quando fui… Aliás, quando fiz Mestrado no Brasil, na faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, achei muito interessante porque percebi que a educação, aliás, que aquilo que nos ensinavam aqui em Lisboa é muito distinto daquilo que ensinam em São Paulo. Portanto, é uma visão muito diferente, muito mais crítica, muito mais política do que aqui. Entretanto, também fiz parte de um… Representei os alunos lá do Instituto na Assembleia do próprio Instituto. Depois quando estive no Brasil fiz também várias ações de voluntariado no movimento dos trabalhadores sem terra. Também participei num projeto em que o objetivo era alfabetizar adultos. Depois também fui convidado pelo Instituto para dar várias conferências lá, para falar sobre o percurso, sobre o meu percurso enquanto licenciado em Ciências da Educação. Depois, se calhar, falar aqui um bocadinho do meu mestrado. O meu mestrado é em Ciências da Educação, foi e é a formação de adultos no Instituto de Educação em que fiz uma dissertação. No mestrado nós podemos escolher fazer uma tese, uma dissertação, um projeto ou um estágio e eu fiz uma tese, uma dissertação, em que o título foi “Educadores de Adultos: Mudar para educar, educar para mudar”. É um estudo em como é que ocorreu o processo de formação das pessoas que trabalham com Educação e Formação de adultos. E, portanto, eu já trabalhei aqui ao nível da formação profissional, ao nível da alfabetização, do desenvolvimento local, da gestão da formação, como investigador, por aí fora. Entretanto, também voltando ao voluntariado, que isto foi uma coisa muito importante. Foi em Dezembro de 2015, fui com um conjunto de amigos para um campo de refugiados na fronteira com a Grécia e a Macedónia.

E - Deve ter sido interessante.

e - E lá foi também assim, um momento muito importante que me permitiu ver as coisas do

mundo de uma outra forma, e que também está muito relacionado com a educação.

E - Permite-me perguntar: O que é que lhe fez fazer esse voluntariado?

e - Acho que é um dever acima de tudo, não é? Não sei, já que nós temos assim uns tempinhos

livres e vagos, porque não tentar aproveitar de forma…

E - E como é que soube, teve conhecimento desse voluntariado?

e - Foi uma conferência aqui na Fundação Gulbenkian e era sobre o tema. Depois percebi que

estavam pessoas a organizar-se para ir, pertenciam a uma associação, a Famílias Como As Nossas. Fui falar com eles. Entretanto fui participando nas ações que eles estavam a fazer aqui em Lisboa, na recolha de bens para enviar para lá. E depois organizou-se isto, foi uma semana onde fomos… Onde eu chegava a um campo de refugiados e nós dávamos roupa, comida, falávamos com eles, por aí fora. Depois eles lá apanhavam outro comboio para irem para outra cidade.

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E - Então para si foi mesmo uma boa experiência. e - Foi, foi.

E - E repetia.

e - Sim, repetia. Mas a questão é que nós precisamos de dinheiro, não é, para viver, então temos

que trabalhar.

E - Exato. e - E é só.

E - Tem alguma dúvida quanto a esta entrevista… e - Não.

E - E como podemos usá-la? e - Não, podem usá-la.

E - Desde já nós não referimos que íamos gravar a sua entrevista. e - Não faz mal.

E - Espero que não se importe. e - Não, não.

(...)

E - Damos assim por finalizada a nossa entrevista. Agradecemos desde já a sua participação, a

sua colaboração no nosso trabalho e a disponibilidade, dado ao dia que é.

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