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XIII ENCONTRO DE RECURSOS HÍDRICOS EM SERGIPE. A IMPORTÂNCIA DAS UCs NA CONSERVAÇÃO DE NASCENTES EM SERGIPE: ESTUDO DE CASO RVS MATA DOJUNCO

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Encontro de Recursos Hídricos em Sergipe

XIII ENCONTRO DE RECURSOS HÍDRICOS EM SERGIPE

A IMPORTÂNCIA DAS UCs NA CONSERVAÇÃO DE NASCENTES EM

SERGIPE: ESTUDO DE CASO RVS MATA DOJUNCO

Valdelice Leite Barreto1 ; Elísio Marinho dos Santos Neto 2& João Paulo dos Santos Oliveira

RESUMO: As Unidades de Conservação são áreas protegidas que possuem um espeço

territorial definido com características naturais relevantes e instituídas pelo poder público, em procedimento normatizado pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação, Lei Federal nº 9.985/2000. O Refúgio de Vida Silvestre Mata do Junco é uma unidade de conservação estadual, do grupo de proteção integral, localizada no município de Capela/SE. O fragmento florestal protegido na UC da Mata do Junco, representa o segundo maior remanescente de Mata Atlântica do Estado, com 894,76 hectares. Criado através do Decreto 24.944 de 26 de dezembro de 2007, com o objetivo proteger vegetação nativa e seus recursos ambientais, em especial as nascentes do riacho Lagartixo, tendo como apelo principal possibilitar condições de sobrevivência do macaco guigó (Callicebus coimbrai) e para a realização de pesquisas científicas, educação ambiental e ecoturismo. Neste sentido, este trabalho busca identificar as nascentes do riacho lagartixo, com visita de campo observar as condições da mata ciliar que as protegem, identificando as ações realizadas pelo RVS Mata do Junco que influencia positivamente na conservação das nascentes. Dessa forma, foram identificadas ações contidas no Plano de Manejo da UC e nos pontos visitados, foi observado que a mata ciliar sem vestígios de ações antrópicas, o que demonstrou a importância da criação da UC para a conservação desse recurso natural mesmo com condições adversas de ocupação do entorno.

Palavras-Chave – Área Protegida, Conservação, Recurso Hídrico INTRODUÇÃO

A Lei Federal nº 9.985, 18 de julho de 2000, instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) representa um marco legal para a normatização para a criação, manutenção e gestão das Unidades de Conservação (UC) criadas pelo poder público de propositura pública ou privada, em terras públicas ou provadas. No SNUC encontram-se dois grupos de UC: proteção integral e uso sustentável, diferenciadas pelo regime de manejo, as de proteção integral, somente admite-se o uso indireto do recurso natural e as de uso sustentável, admite-se uso direto com sustentabilidade. O Refúgio de Vida Silvestre (RVS) Mata do Junco é uma UC de gestão estadual do grupo de proteção integral, portanto o objetivo de proteger ambientes naturais onde se asseguram

1) Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano e Sustentabilidade: Rua Vila Cristina, 1051, CEP: 49.020-150, (79) 3249 4240, valdelicebarreto@hotmail.com

2) Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano e Sustentabilidade: Rua Vila Cristina, 1051, CEP: 49.020-150, (79) 3249 4240, emarinhoneto@gmail.com

3) Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano e Sustentabilidade: Rua Vila Cristina, 1051, CEP: 49.020-150, (79) 3249 4240, joaopaulo.emg.civil@outlook.com

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as condições para existência ou reprodução de espécies ou comunidades da flora local e da fauna residente ou migratória (BRASIL, 2009).

O RVS Mata do Junco, foi criada pelo governo de Sergipe em, em 26 de dezembro de 2007, através do Decreto nº 24.944, em um processo que transformou a reserva legal do Assentamento Santa Clara, mediante doação da área pelo INCRA para o Estado, possibilitou com isso a criação da área protegida coberta de vegetação nativa preservada (SEMARH, 2009). No estudo realizado para possibilitar a criação da UC foi identificado quatorze nascentes e a presença do macaco guigó (Callicebus coimbrai) espécie de primata endêmico que representou a principal característica da área levada em consideração para a escolha da categoria criada.

A vegetação nativa presente na área é pertencente ao Bioma da Mata Atlântica, bioma que possui regime jurídico de proteção específica, a Lei Federal nº 11.428/2006, compondo a mata ciliar das nascentes do riacho Lagartixo, responsável pelo abastecimento de água potável do município de Capela-Sergipe.

As nascentes são locais em que os lençóis freáticos chegam à superfície, onde a água flui, em alguns meses do ano, são as nascentes intermitentes e as que a água flui todos os meses do ano, chamadas de perenes, representam uma recurso natural de alto valor social e econômico, pois várias atividades produtivas necessitam desse recurso para serem realizadas, além da suprir as necessidades dos seres vivos e ao homem (FELIPE; JUNIOR, 2012, GOMES, 2015). Mesmo com toda essa importância as nascentes em todo o Brasil sofrem com ações antrópicas e mesmo aquelas inseridas em UCs, podem sofrer ação decorrentes das visitações e atividades ilegais que fogem ao controle da administração em alguns casos (RODRIGUES; ROCHA; ALVES, 2019)

O presente estudo propõe identificar e mapear as nascentes dentro da área do RVS Mata do Junco, observar as condições de proteção da vegetação de mata ciliar, identificado vestígios de ações antrópicas e estabelecer a comparação da cobertura vegetal no entorno das nascentes inseridas na UC e uma nascente próxima fora dos limites da UC, para com isso estabelecer a relação de importância da UC na proteção desse recurso natural.

MATERIAL E MÉTODO

Antes de descrever a metodologia utilizada para alcançar o objetivo proposto no presente artigo, é importante caracterizar a área de estudo.

Como já mencionado, o RVS Mata do Junco, é uma área protegida, com vegetação nativa protetora de nascentes do riacho Lagartixo (Figura 01), integrante da Bacia Hidrográfica do rio Japaratuba, umas das bacias hidrográficas de Sergipe que possui processos de degradação avançados, pela intensa ocupação da região por atividades agropecuárias, industriais (Campo Petrolífero de Carmópolis), atividades urbanas, dejetos e processos de exploração do uso da água desordenado (CRUZ, 2009). O riacho lagartixo, corresponde um dos riachos perenes da bacia com significativa importância e a proteção das suas nascentes é uma condição indispensável para a condição de vazão perene desse corpo hídrico.

A metodologia aplicada, foi a pesquisa bibliográfica para fundamentação teórica e visita de campo para mapear as nascentes, com GPS Garmin para identificação da localização georreferenciada das nascentes, como também, através da observação visual, identificar vestígios de ações antrópicas e da condição da vegetação, com observações visuais identificar as espécies nativas da Mata Atlântica, tendo como referência a Resolução Conama nº 34/1994, verificar a presença de espécies típicas dos estágios incial, médio e avançado de regeneração natural.

As visitas de campo forma acompanhadas pelo trilheiro da UC para orientar a busca das nascentes, como também, foi usado como pontos de orientação, as coordenadas presentes no estudo de criação da unidade para com a busca dos pontos através do GPS encontrar as nascentes mapeadas na época.

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E ainda optou-se por usar a mesma classificação usada no estudo de criação, para enquadramento do estado de conservação das nascentes (Pr-preservada, Pe-Perturbada, Dr-Degradada).

Figura 1 – Representação da Área de estudo, RVS Mata do Junco, riacho Lagartixo.

Figura 1 – Representação da Área de estudo, RVS Mata do Junco, riacho Lagartixo.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A partir das informações coletadas nas visitas de campo, foi possível identificar oito nascentes inseridas no interior do perímetro do RVS Mata do Junco, e uma fora do perímetro, próxima da unidade. No estudo realizado em 2007 a época pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, forma apontadas quatorze nascentes, contudo nas duas visitas realizadas, somente foi possível identificar oito nascentes (Tabela 01).

Nascente Coordenadas ( x e y) Conservação

01 0713111 / 8835164 Pr 02 0712307 / 8834511 Pr 03 0713202 / 8832322 Pe 04 0715656 / 8830650 Pe 05 0716332 / 8830724 Pe 06 0716806 / 8830654 Pe 07 0717158 / 8830304 Pe 08 0716515 / 8829802 Pe 09 0716210 / 8829484 Dr

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Analisando os dados da tabela, e comparando com os resultados encontrados no estudo de criação, observou-se que as nascentes 01 e 02 se mantiveram preservadas (Pr) mesmo resultado encontrado em 2007. Em relação as nascentes 04 e 05, foi observada que a vegetação de mata ciliar avançou no estágio de regeneração passando de degradada (Dr), para perturbada (Pe), o que representa um resultado positivo, justificado pelas ações de educação ambiental e de proteção exercidas pela unidade. As nascentes 06, 07 e 08 mantiveram o mesmo nível de conservação apontado no estudo e a nascente 09, a única mapeada no estudo de criação que no momento está localizada fora dos limites da UC atual, apresentou mata ciliar parcialmente preservada, rodeada de pastagem, por isso foi classificada como degradada (Dr). A figura 02, representa na imagem do Google Earth Pro (2018) com as nascentes mapeadas e os limites da unidade, podendo ser observado a presença de vegetação nas nascentes do interior do RVS Mata do Junco diferente do que ocorre na nascente 09.

Figura 2 – Representação da Área de estudo, RVS Mata do Junco e as nascentes mapeadas.

As nascentes 01 e 02 continuam com o mesmo uso identificado no estudo de criação, são utilizadas para captação para abastecimento humano (Figura 03) e a nascente 03 que no estudo foi classificada como degradada pelo uso da comunidade para lavagem de roupa e recreação, foi classificada neste estudo como perturbada, pois as atividade anteriormente realizadas pela comunidade após a criação da unidade, com o trabalho de fiscalização e educação ambiental, não mais acontecem. Representando um ganho ambiental proporcionado pela presença da unidade em relação a conservação das nascentes do riacho Lagartixo.

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Figura 2 – Vista da capitação próxima as nascentes 01 e 02.

CONLUSÃO

Diante da análise dos resultados encontrados, conclui-se que a presença do RVS Mata do Junco, contribui para a conservação de oito das nascentes, mapeadas neste estudo, do riacho Lagartixo. Com a evolução de 04 nascente da condição de degradada (Dr) para perturbada (Pr), o que indica que ao longo do tempo, sendo mantidas as atividades de fiscalização e educação ambiental realizadas pela gestão da unidade, possivelmente estas podem evoluir ao estado de preservadas (Pr). Além disso, observou-se que na nascente fora dos limites da unidade, as pressões exercidas pela vegetação de mata ciliar insuficiente e da presença de cultura agropecuárias no seu entorno, contruiram para o declínio no seu estado de conservação de perturbada (Pr) para degradada (Dr), o que também corrobora para a importância do RVS Mata do Junco na conservação das nascentes visitadas.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Instituto Chico Mendes de Conservação da

Biodiversidade: Leis e Decretos. Brasília. 2009.

CRUZ. M. A. S. Embrapa Tabuleiros Costeiros. Caracterização da bacia do rio Japaratuba em

Sergipe com auxílio de geotecnologias. Anais II Seminário de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Paraíba do Sul: Recuperação de Áreas Degradadas, Serviços Ambientais e Sustentabilidade, Taubaté, 2009.

FELIPPE, M. F., JÚNIOR, A. P. M. Impactos ambientais macroscópicos e qualidade das águas

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GOMES, E. R. Diagnóstico e avaliação ambiental das nascentes da Serra dos Matões, município de

Pedro II, Piauí. Tese de Doutorado. Instituto de Geociências e Ciências Exatas da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. p. 137. 2015.

RODRIGUES, L. F. T. ROCHA, C. H. B., ALVES, R.G. A qualidade ambiental de nascentes

dentro e fora de unidades de conservação no sudeste do Brasil. Oecologia Australis (ISSN: 2177-6199), 2019.

SEMARH. Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos. Estudo para

criação do Refúgio de Vida Silvestre Mata do Junco. 2007.

SEMARH. Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos. Plano de Manejo

do Refúgio de Vida Silvestre Mata do Junco. 2009.

AGRADECIMENTOS

Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano e Sustentabilidade – SEDURBS Superintendência Especial de Recursos Hídricos e Meio Ambiente - SERHMA

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