• Nenhum resultado encontrado

O FATOR PARTICIPATIVO NAS AUDIÊNCIAS PÚBLICAS EM SÃO LUÍS: o caso da RESEX de Tauá Mirim

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "O FATOR PARTICIPATIVO NAS AUDIÊNCIAS PÚBLICAS EM SÃO LUÍS: o caso da RESEX de Tauá Mirim"

Copied!
13
0
0

Texto

(1)

1

EIXOS TEMÁTICOS:

A dimensão ambiental da cidade como objeto de discussão teórica (x) Interfaces entre a política ambiental e a política urbana ( ) Legislação ambiental e urbanística: confrontos e a soluções institucionais ( ) Experiências de intervenções em APPs urbanas: tecnologias, regulação urbanística, planos e projetos de intervenção ( ) História ambiental e dimensões culturais do ambiente urbano ( )

Engenharia ambiental e tecnologias de recuperação ambiental urbana ( )

O “FATOR PARTICIPATIVO” NAS AUDIÊNCIAS

PÚBLICAS EM SÃO LUÍS: o caso da RESEX de Tauá

Mirim

MOREIRA, Jadeylson Ferreira (1)

(1) Jadeylson Ferreira Moreira é mestrando em Ciências Sociais pelo Programa de Pós- Graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal do Maranhão – PPGCSOC - UFMA.

(2)

2

EIXOS TEMÁTICOS:

A dimensão ambiental da cidade como objeto de discussão teórica ( x ) Interfaces entre a política ambiental e a política urbana ( ) Legislação ambiental e urbanística: confrontos e a soluções institucionais ( ) Experiências de intervenções em APPs urbanas: tecnologias, regulação urbanística, planos e projetos de intervenção ( ) História ambiental e dimensões culturais do ambiente urbano ( )

Engenharia ambiental e tecnologias de recuperação ambiental urbana ( )

O “FATOR PARTICIPATIVO” NAS AUDIÊNCIAS

PÚBLICAS EM SÃO LUÍS: o caso da RESEX de Tauá

Mirim

RESUMO:

O estudo aborda a interconexão entre os diferentes modos de apropriação dos espaços na Zona Rural II, da cidade de São Luís – MA, com foco nas audiências públicas realizadas para apresentação do EIA/RIMA do Distrito Industrial de São Luís – DISAL e das obras de dragagem de manutenção do Píer IV do Porto da Ponta da Madeira, este último pertencente à mineradora Vale, a análise procura igualmente observar as lógicas de investimento dos agentes na participação política, interpretar como se posicionam em cada experiência de modo a fazer disso um fator participativo.

PALAVRAS-CHAVE: Audiências Públicas; Estratégias e Disputas. ABSTRACT

The study addresses the interconnection between the different modes of appropriation of spaces in the Rural Zone II, the city of São Luís - MA with a focus in the public hearings for submission of the EIA / RIMA Industrial District of St. Louis - DISAL and works of maintenance dredging of Pier IV of Port of Ponta da Madeira, the latter belonging to the mining company Vale, the analysis also seeks to observe the logical investment agents in political participation, how to interpret position in each experiment in order to make it a participatory factor.

KEY-WORDS:Public Hearings; Strategies and Disputes.

1.0 INTRODUÇÃO

O debate sociológico sobre os conflitos socioambientais no Brasil tem ampliado com o surgimento de estudos que exploram a prática discursiva dos agentes no momento das tomadas de posição no espaço de disputas e lutas pela imposição de uma visão de mundo mais adequada aos interesses de agências, grupos e agentes. O caso por nós analisado, a atuação de agentes sociais em audiências públicas, é objetivado com a ajuda do referencial teórico desse campo de produção (ALONSO, 2002; ACSELRAD, 2004; HANNIGAN, 2009) a partir das observações três audiências públicas realizadas na cidade de São Luís.

Seguindo a abordagem, que destaca os expedientes acionados nas disputas em torno das visões de mundo e peculiaridades em relação ao espaço de vivência, as

(3)

3

estratégias desenvolvidas para legitimar seus argumentos a favor ou contra determinado empreendimento, devem ser compreendidas à luz das suas respectivas fontes recursivas e lógicas de produção de discursos.

No presente texto, ao tratar das audiências públicas que ocorreram durante a apresentação do EIA-Rima para tratar do Distrito Industrial de São Luís e das obras de dragagem de manutenção do Píer IV do Porto da Ponta da Madeira. Foram feitas referências aos impactos dos recursos mobilizados pelos indivíduos sobre o desenho e a eficácia das estratégias adotadas frente às questões lançadas nas sessões.

Recursos e estratégias ligadas a competências pessoais, políticas ou institucionais são acionados de forma a demarcar a posições no campo de disputa tanto quanto possível afiliadas. Como são interpretadas as audiências por estes e como se posicionaram em cada experiência de modo a fazer disso um fator participativo é o objetivo desse trabalho.

Nesse contexto, dividimos o artigo em quatro partes, a saber: Na primeira, apresentamos uma etnografia das audiências públicas realizadas no mês de Janeiro de 2014, em São Luís com objetivo de perceber os recursos mobilizados pelos agentes no momento da apresentação dos Estudos de Impacto Ambiental – EIA/RIMA. Na segunda, destacamos como as audiências podem funcionar como espaço de mobilização e resistência diante dos empreendimentos, dedicando especial atenção aos recursos mobilizados pelos agentes no momento da intervenção oral. Em seguida, apresentamos as mobilizações dos múltiplos agentes pela criação da RESEX de Tauá-Mirim. Por fim, faz-se um balanço dos movimentos de resistência, procurando destacar as estratégias utilizadas, a partir das diferentes posições ocupadas no quadro de disputas.

2.0 AUDIÊNCIAS REALIZADAS SOBRE O DISTRITO INDUSTRIAL DE SÃO LUÍS-DISAL

No que tange o Distrito Industrial de São Luís, apenas duas audiências públicas foram realizadas para apresentar os relatórios, o projeto, os estudos e expor os pontos concernentes ao licenciamento do empreendimento. A primeira audiência ocorreu em 27 de Janeiro de 2014, no auditório da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão – FIEMA, em São Luís, seguida da segunda audiência, realizada no dia 28 de Janeiro de 2014, na Unidade de Ensino Básico Gomes de Sousa, localizada à altura da BR 135, bairro da Vila Maranhão; uma terceira foi feita em 29 de Janeiro de 2014, no Cine Teatro Municipal, Centro da capital maranhense.

As audiências realizadas no ano 2014 ocorreram numa sequência de 02 dias e foram fortemente contestadas por movimentos sociais, pesquisadores de universidades, agentes e agências. De acordo com o observado, essas audiências públicas, foram solicitadas pelo Ministério Público, por meio da Promotoria de Meio Ambiente, se tornaram espaço de manifestações, desacordos, contestações contrárias ao empreendimento e também pela imposição dos agentes (Subsecretário de Meio Ambiente, Subsecretário de Indústria e Comércio do Maranhão e responsável técnico pela elaboração do EIA-RIMA), a partir de argumentos utilizados para justificar a necessidade de desenvolvimento da área preiteada para o Distrito Industrial.

Vale dizer, participaram como contestadores os membros de movimentos sociais, representantes de comunidades da área pretendida para RESEX de

(4)

Tauá-4

Mirim, pescadores, lavradores, pesquisadores, advogados, promotor, vereadores, deputados e professores universitários. Estes últimos, com posições diversas, alguns expressando suas preocupações com deslocamentos, impactos na área preservada das comunidades e também sobre a possibilidade de não criação da referida Reserva Extrativista que contemplará uma parcela de povoados e localidade da Zona Rural II de São Luís.

As manifestações em meio às audiências denotavam a indignação com relação às perturbações ambientais sobre a área concedida para o projeto, bem como problemas sociais que recairiam sobre as comunidades próximas da área pleiteada. No embate entre agentes, destaca-se: a primeira pergunta (sobre poluição) foi feita por uma líder comunitária do Rio dos Cachorros, o agente estatal usa um longo período para explicar a dinâmica de funcionamento de audiências públicas. Esse uso pode ser pensado como uma estratégia de “corte” do tempo de perguntas e intervenções ao passo que os agentes da Sociedade Civil Organizada a todo o momento têm suas falas controladas. Cita que o tempo será dividido da seguinte maneira: três (3) minutos para a pergunta, dois (2) minutos de resposta, e dois (2) minutos de réplica.

Além dos agentes, professores universitários que participaram das audiências manifestaram sua indignação diante da falta de clareza e de discussões no âmbito das entidades de classe e da própria universidade sobre a necessidade de expansão do Distrito Industrial.

Em seguida o advogado da Rede Justiça nos Trilhos e membro da OAB, contesta com dados os estudos da MRS, apontando que há problemas de ordem técnica apontados pelo Ministério Público do Estado do Maranhão (o agente apresenta dados pertinentes, quando é cortado pelo subsecretário da seguinte forma; “conclua dois (2) minutos”). A mesa responde ao advogado com base nos estudos feitos pela assessoria. O mesmo não se satisfaz e com as respostas e aponta incoerências entre o estudo e o regime de ventos na cidade de São Luís.

Em meio a isso, muitos agentes denunciaram a manipulação dos participantes das audiências, através do uso dos termos técnicos e expressões jurídicas, que foram apresentadas pelos representantes das agências governamentais e de assessoria ambiental, ora por não ser compreendido, causar constrangimentos e evitar maiores divagações no processo da oitiva, ora como estratégia de convencimento. Contestaram também a possibilidade de terem que deixar suas localidades, as suas atividades e a possibilidade de morar em locais que não seja possível a reprodução e a continuidade dos seus modos de vida.

A intervenção do advogado da Comissão de Moradia, da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB - chama atenção para as possibilidades de deslocamento. Em seguida destaca o caráter consultivo das audiências públicas, afirma ainda: “O governo do estado não quer se quer ouvi-las (referindo-se às comunidades). Com o mapa projetado (quadro 59, do Volume I do EIA/RIMA) 1 o agente chama à atenção para o iminente deslocamento das áreas próximas ao DISAL, de pronto a Zona ZIMEP, cuja possibilidade de deslocamento de 65 mil moradores é certa. Reitera em voz alta, a necessidade da organização das comunidades.

1

Segundo o estudo da MRS, ZIMEP seria: Zona Industrial Mineral e de Expansão Portuária, na proposta de zoneamento do DISAL. No entanto, a observação do mapa revela que essa zona abrange as áreas das comunidades do Porto Grande, Rio dos Cachorros e Taim.

(5)

5

3.0 AUDIÊNCIA REALIZADA SOBRE A DRAGAGEM DE MANUTENÇÃO DO PÍER IV DO PORTO DA PONTA DA MADEIRA

Em São Luís, no dia 05 de Fevereiro de 2014, realizou-se a audiência pública para apresentar as obras de dragagem de manutenção do Píer IV do Porto da Ponta da Madeira, de propriedade da mineradora Vale S.A. A notícia foi divulgada por via sonora, carros de som, em algumas comunidades da Área Itaqui Bacanga, e on-line no site da Secretaria de Meio Ambiente do Estado do Maranhão – SEMA. O horário previsto para o início dos trabalhos era de 09h00min da manhã, no entanto um atraso de uma hora e meia forçou o começo a exatamente às 10h30min. O local escolhido para a oitiva foi o Parque Botânico da Mineradora Vale, localizado às do trecho urbano da BR 135, no bairro do Anjo da Guarda. Na entrada do local havia recepcionista acolhendo os que chegavam e se dirigiam até o auditório, o que demanda uma caminhada de 10 (dez) minutos por uma trilha aberta em meio uma área de mata. Ao longo do caminho, havia guardas de segurança, de uma empresa privada, assim como uma “brigada florestal” destacada pela mineradora.

Outro fato interessante nessa observação foi que as duas primeiras fileiras de cadeira de cada lado do local, estavam reservadas para os assessores ambientais (fazedores de EIA-RIMA), autoridades e executivos da empresa Vale. Na formação da mesa inicial, para ouvir a execução do hino nacional brasileiro, estavam dois representantes comunitários da Área Itaqui Bacanga, um executivo, um responsável pelos estudos de licenciamento e a atual Secretária de Meio Ambiente. Executada, a canção os dois membros representantes foram convidados a deixar à mesa, permanecendo somente o assessor, o executivo e mais dois membros, sendo um coordenador e um executivo de projetos da Mineradora Vale S.A.

Feita a apresentação do projeto, elabora pela Golder Associates Serviço de Assessoria de Projetos e Construção2, deu-se um intervalo de 20 (vinte) minutos. O retorno foi marcado pelo bloco de perguntas escritas, previamente feitas no papel timbrado fornecido pela empresa, as primeiras foram selecionadas no sentido de propostas de emprego, desenvolvimento, sustentabilidade do projeto e benefícios para as áreas de influência. O segundo bloco, de perguntas escritas contestava diretamente a viabilidade da obra e suas consequências negativas para as atividades extrativistas do entorno. O clima dentro do auditório um misto de euforia e apreensão por parte de alguns agentes que ali se encontravam, destaque para os pescadores da localidade de Boqueirão que a todo o momento se escreviam para falas que confrontavam o estudo de tratado pela empresa. Nesse ínterim, o representante da Golder Associates recorria a termos técnicos e vídeos de animação dos slides com o objetivo de desviar o foco das perguntas para expedientes técnicos de ordem gráfica. No entanto, o conhecimento detido pelos pescadores da área chocava-se com as informações dos estudos de licenciamento, particularmente em relação à deposição de sedimentos (areia) retirada do Porto da Ponta da Madeira e posta numa área denominada pela peça de “área de descarte de material dragado”.

Esse resumo dos processos de apresentação dos Estudos de Impacto Ambiental foi feito para apresentar como elas foram conduzidas pelos principais interessados. Relato imprescindível para compreender a disposição dos agentes no

2 A Golder Associates é uma empresa canadense especializada em serviços de consultoria, projetos e construção na área especializadas na engenharia da terra do meio ambiente e as relacionadas à energia. No estado do Maranhão, a referida empresa confeccionou o EIA/RIMA das obras de dragagem de manutenção do Píer IV, do Terminal da Ponta da Madeira.

(6)

6

campo ambiental da cidade de São Luís. Nesse cenário de disputas, imposição dos princípios de visão de mundo cada agente em disputa investe disposições adquiridas em lutas anteriores com estratégias condizentes com sua posição, visando transformar ou manter os conceitos e regras vigentes.

4.0 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS COMO ESPAÇO DE MOBILIZAÇÃO E RESISTÊNCIA

Muitos autores, ao analisarem as formas de mobilização que envolve Populações Tradicionais atingidas por grandes obras, indicam como reivindicação primordial a não construção dos empreendimentos, pelo fato de inviabilizar a reprodução dos seus modos de vida. O território dos atingidos – pleiteado pela iniciativa privada – é entendido nessa perspectiva como patrimônio da família, da comunidade, para além da visão mercantil e burocrática.

A questão colocada por Leite Lopes (2006), em seu artigo é pertinente, ao passo que a “incorporação e naturalização de uma nova questão pública são notadas pela transformação na forma e na linguagem de conflitos sociais e na sua institucionalização parcial, ou seja, a capacidade de mobilização dos agentes está atrelada a um conjunto de disposições adquiridas ao longo do itinerário individual”. No entanto, é interessante destacar que o universo empírico estudado, revela outros meandros da “ambientalização dos conflitos” diferentes dos observados por Lopes.

Numa perspectiva construtivista John Hannigan (2009) aciona seis etapas, a saber: 1) Para que haja o reconhecimento do problema, como ambiental, é necessária a autoridade científica para avaliar os seus argumentos; 2) Há a necessidade de haver um ou mais popularizadores científicos que podem transformar o que teria de outra forma, continuado a ser um argumento baseado somente no senso comum; 3) Em seguida, é necessário que o dito problema ambiental receba a atenção da mídia; 4) Em quarto lugar, um problema ambiental tem que ser dramatizado em termos altamente simbólicos e visuais; 5) Além disso, destaca-se a necessidade de haver incentivo econômico visível para obter ação num problema ambiental; 6) Por fim, há necessidade de um patrocinador institucional que possa assegurar legitimidade e continuidade.

Sendo assim, propõem a substituição das mobilizações em torno dos problemas ambientais pela expertise dos profissionais necessários para a produção e divulgação de questões que poderão se tornar públicas ou não. Frente a isso, a perspectiva construtivista não está por toda destoante do atual quadro de reivindicação dos movimentos sociais, ONGs, Sociedade Civil Organizada, etc. Mas trata-se de uma linha de pensamento que não considera a capacidade de mobilização das populações tradicionais frente aos problemas produzidos pela expansão do capital.

Alinhado a esse pensamento, o trabalho de Jacobi (1995) argumenta que somente atores mobilizados detêm conhecimento suficiente para detectar problemas ambientais e propor soluções próprias, ao invés de demandá-las ao Estado. Em suma, o que Jacobi quer dizer é que a percepção dos conflitos é feita por grupos sociais com maior conhecimento sobre as questões e não de estratos sociais baixos (Jacobi apud Alonso; Costa, 2002).

(7)

7

Com base no estudo de “Representação Política” (BOURDIEU, 2008), podemos fornecer algumas respostas para assertiva de Jacobi, argumentando que a posse de capital cultural e tempo livre constituem os meios de ação para interagir com o espaço de tomada de decisão. Ou seja, “a concentração de capital político nas mãos de um pequeno grupo é tanto menos contrariada e, portanto tanto mais provável, quanto mais desapossados de instrumentos materiais e culturais necessários à participação ativa na política estão simples aderentes – sobretudo, o tempo livre e o capital cultural”.

Quanto a isso podemos afirmar que (Jacobi apud Alonso; Costa, 2002) recortou seu campo empírico como espaço de tomadas de decisão política, cujo monopólio dos meios de se fazer política está atrelado a um conjunto de agentes com competências específicas para adentrar a arena de decisões, negociações e mediações, o que de fato não se distancia da tese de Leite Lopes (2002) sobre a ambientalização dos conflitos.

A exclusividade da argumentação frente ao Estado das questões ambientais constitui-se como uma forma de monopólio; mas um monopólio artificial que, para Lopes (2002):

Nos conselhos municipais de meio ambiente, ou em conselhos municipais de outras áreas – de saúde, de educação, de política agrícola, de emprego e renda, etc.- os argumentos aparecem como transversais e conexos a outras questões tratadas. Nessas comissões os grupos populares se apropriam criativamente de questões categorias “ambientais” e “externas” ao seu universo habitual, como população pobre “atingida” ou vulnerável. Grupos como pescadores, trabalhadores rurais, “povos da floresta”, operários preocupados com a “saúde do trabalhador” apropriam-se das questões, da linguagem e da argumentação ambiental para engrandecer-se em conflitos com eventuais oponentes (LEITE LOPES, 2002, p: 48).

Entretanto, quanto à apropriação de categorias e linguagem específica, como é o caso percebido nas audiências públicas em São Luís, esta pode tornar-se de grande complexidade, pois suscita outros debates mais aprofundados que implica o envolvimento de um grande número de questões, demandas, discursos e posições, etc.

Ao analisar as argumentações apresentadas nas audiências públicas como espaço de mobilização dos agentes da área da Zona Rural II, da cidade de São Luís. Podemos perceber que as redes que se formam a partir de uma base social informal, composta por relações parentesco, vizinhança, e as redes de associativas, que possuem relações de identificação entre diversos atores coletivos cujo objetivo é a manutenção dos seus modos de vida nos seus territórios.

As oitivas tem sido palco constante de reivindicação, revolta, proposições e contra argumentação dos empreendimentos que já se instalaram ou estão em vias fixação no Distrito Industrial de São Luís. As comunidades que estão dentro da área pretendida para RESEX de Tauá-Mirim, têm demonstrado uma real capacidade de mobilização de argumentos, alianças externas com pesquisadores da Universidade Federal do Maranhão, assim como com Órgãos do setor de Meio Ambiente a nível federal. Mas nem por isso, incorporaram uma linguagem puramente acadêmica, técnica como tem postos alguns estudos sobre ambientalização dos conflitos sociais, os argumentos dos agentes rompe com essa visão superficial de arena de disputa em torno de interesse. O posicionamento dos agentes se torna emblemático à medida que

(8)

8

o território, e não somente externalidades produzidas pelos empreendimentos, entra na pauta de discussão.

Na esteira desse argumento, destaca-se que o fator participativo, assim como de mobilização não são puramente “técnico-argumentativo”, o caso de São Luís, demonstrou que para além do discurso existe a necessidade da continuidade do modo de vida, histórico e ancestralmente construído, a proposição da criação de uma Unidade de Conservação têm reiterado como estratégia, resultante da mobilização dos agentes. Em breve ruptura, com o argumento de Lopes (2002), não corroboramos que o “Ambientalismo propicie uma dessas formas de controle do capitalismo e restabeleça o tecido social”. Longe disso, a observação da realidade social tem demonstrado que o uso do termo tem substancializado as estratégias discursivas empregadas nos EIA-RIMA das empresas que ambicionam a entrada no Distrito Industrial de São Luís – a incorporação do discurso do desenvolvimento sustentável resulta dessa tentativa de tornar flexível e simultaneamente desmobilizar possíveis reações de formas de associativismo comunitário.

No outro extremo da discussão realizada por Henri Acselrad e Maria das Graças da Silva (2009) as “dimensões ambientais e fundiárias articulam-se de modo a constituir uma pluralidade multiforme dos conflitos sociais tendo o meio ambiente como objeto”. Segundo os autores, a expansão dos padrões capitalista de ocupação do espaço incorporou o trabalho, terra e os recursos naturais em formas sociais distintas das precedentes, à medida que grandes projetos governamentais invadem o território, vale dizer, da afirmação da dinâmica expansionista, particularmente nas áreas sob a influência do Programa Grande Carajás associaram-se à emergência de novos vetores de transformação que alteraram significativamente a natureza das relações sociais que as populações locais estabeleceram no curso da produção da sua existência.

De fato a questão proposta pelos autores corresponde à realidade da Amazônia Oriental Maranhense. A expansão do DISAL, associada à expansão da capacidade de atracação do Terminal Portuário da Ponta da Madeira, pode ser vistos como consequência do novo projeto de exploração mineral da Vale S.A, denominado Projeto Carajás S11 D3. A reestruturação produtiva do capital certamente “altera a natureza das relações sociais”, não só de forma indireta, mas também de forma direta quando suscita demandas urgentes de mobilização, como pode ser percebido nas oitivas ocorridas na capital maranhense, ao longo do ano de 2013 e 2014.

Por outro lado, também se pode fazer a seguinte pergunta: pode a reivindicação da RESEX de Tauá-Mirim estar na origem de novos estudos para o Distrito Industrial de São Luís? Tal hipótese foi levantada várias vezes à medida que vimos se propagar tantas audiências públicas no espaço mínimo de 06 meses, além da “necessidade” de se aprovar um novo estudo para o zoneamento territorial da cidade de São Luís. Em tal cenário, em função da limitação da área de vivência dos povoados que compõe a zona rural, o efeito direto só tende a ser negativo.

3

O Projeto Ferro Carajás S11 D constitui a expansão da capacidade de exploração da mineradora Vale S.A no Complexo Minerador de Carajás, em operação desde 1985. Para os desdobramentos do Projeto estão previstas obras de expansão do Terminal Marítimo de Ponta da Madeira, em São Luis-MA, assim como a Duplicação da Estrada de Ferro Carajás e a construção da Rodovia do município de Canaã dos Carajás (Final Brooks S11 D Port, Vale).

(9)

9

5.0 MOBILIZAÇÕES EM TORNO DA RESERVA EXTRATIVISTA DE TAUÁ-MIRIM

A luta em torno da Reserva Extrativista de Tauá-Mirim data década de 1990,

segundo Alberto Cantanhede, o Beto do Taim4, em entrevista concedida ao livro “Ecos

dos Conflitos Socioambientais: A RESEX de Tauá-Mirim (2009, EDUFMA) “a ideia (da RESEX) vem de 1996, nós fomos discutindo muito mais assim, nos espaços maiores, por exemplo, quando se reunia a paróquia, a paróquia de São José do Bonfim, a discussão a miúdo na comunidade se dá a partir de 1998. Nós começamos a ir para o Rio dos Cachorros, Porto Grande, e dizer – “olha, isso é viável”, até o Poder Público tinha participação. O IBAMA, por exemplo, muito mais espectador do que intervenção mesmo. Quando chega em 2003 que o processo é finalmente oficializado, eles mandam os técnicos para fazerem o estudo biológico, socioeconômico e em todos os passos dados para até chegar na audiência pública de 1996” (Entrevista realizada com Alberto Cantanhede por Ana Caroline Pires Miranda, Maiana Roque da Silva Maia e Rafael Bezerra Gaspar).

Apesar da ideia de constituição de uma reserva protegida na área da zona rural do município de São Luís ser anterior a episódios de possíveis deslocamentos compulsórios a organização do processo só institucionaliza-se no ano de 2003 em meio a um turbilhão trazido pela notícia da implantação de um Polo Siderúrgico composto por 3 (três) grandes usinas siderúrgicas para a produção de placa de aço e uma para produção de ferro gusa (SANT’ANA JÚNIOR, ALVES, F. PEREIRA E PEREIRA, 2009). Isso resulta de uma ampla negociação envolvendo empresas privadas e setores da administração pública municipal e estadual, o que sem dúvida demonstra a operacionalização das chamadas Parcerias Público Privada – PPP’s, resultantes das políticas neoliberais demandadas para os setores estratégicos da economia.

Não obstante as características ambientais do local escolhido, ou seja, a área já pretendida para RESEX, empresas como: Baosteel Shangai Group (chinesa), Arcelor (francês), Pohang Steel Company-Posco (sul coreano) e Thyssen Krupp (alemã), não consideravam esse expediente. Mas sim a proximidade com o Complexo

Portuário de São Luís5, porta de entrada e saída de milhares de toneladas de

mercadorias.

Isso de fato evidencia as formas distintas de apropriação do espaço em disputa. Mas também nos faz refletir em torno do Complexo Portuário de São Luís como catalisador de constantes conflitos na zona rural do município.

Por se tratar de um empreendimento que demanda constantes reparos e registra um alto fluxo de movimentação em seus píeres, as chances da lógica do empreendimento entrar em choque com a lógica das populações próximas, particularmente pescadores, são constantes. Haja vista, como pode ser observado nas

4 Alberto Cantanhede é pescador e foi dirigente da União de Moradores da localidade do Taim (uma das áreas pretendidas para RESEX de Tauá Mirim), integrante do MONAPE (Movimento Nacional de Pescadores) e do GTA (Grupo de Trabalho Amazônico) e residente no povoado do Taim, localizado na Zona Rural II na Ilha do Maranhão.

5 O Complexo Portuário de São Luís é composto por três portos, a saber: o Porto de Itaqui, administrado pela Empresa Maranhense de Administração Portuária – EMAP, o Porto de Ponta da Madeira de propriedade da mineradora Vale S.A e o Porto do Consórcio de Alumínio do Maranhão – Alumar,

(10)

10

audiências públicas onde os pescadores da localidade de Boqueirão e outras áreas denunciavam a escassez de pescado desde a construção do porto e suas posteriores obras de manutenção.

Em outra oportunidade esse mesmo problema foi citado em reunião realizada em 24 de Agosto de 2012, na sede do CNPT/ICMbio. Na ocasião, um grupo de pescadores denunciou a queda na produção de camarão, assim como a ocorrência do caranguejo uçá, sururu, sarnambi e outros espécimes também praticamente sumiram devido às obras de dragagem do canal de navegação/bacias de atracação dos Berços 100 a 103; dragagem e construção do aterro da retroárea dos berços 100 e 101 com material arenoso de jazidas submersas e disposição de material dragado em áreas próximas aos locais de pesca (Parecer ICMbio, 2012).

Diante da explicação atribuída ao documento, não podemos nos furtar de associar conflitos passados e atuais com o Complexo Portuário de São Luís. Uma vez que, as mesmas demandas surgiram na audiência realizada no dia 05 de Fevereiro de 2014, no Parque Botânico da Mineradora Vale.

Como forma de resguardarem seus modos de vida, assim como seus territórios as comunidades se organizaram diante da possibilidade da criação de uma “zona de segurança” ao longo do corredor industrial de São Luís. Por seu turno, essa área foi sendo cercada ao longo dos últimos 30 anos por grandes empreendimentos trazidos à reboque do Programa Grande Carajás, destacando-se a instituição da Companhia Vale do Rio Doce, hoje Vale, e a implantação da planta industrial da Alcoa e seus consorciados, além do famigerado Complexo Portuário de São Luís.

Vendo seus horizontes de persistência no local ser minados pela possibilidade constante de novos empreendimentos é que grupos sociais atingidos, e cansados das constantes ameaças de deslocamento e perda da referencia territorial, partiram para perspectiva da criação de uma Unidade de Conservação.

Conforme informa Sant’Ana Júnior, Alves, F. Pereira e Pereira (2009, p: 24), sobre a Reserva Extrativista:

A solicitação de instalação da Reserva Extrativista configura-se, atualmente como um dos desdobramentos conflituosos que surgiram da mobilização crescente dos povoados ameaçados pela instalação de grandes projetos de desenvolvimento na Ilha do Maranhão. A área proposta para a Reserva abrange os povoados, Cajueiro, Limoeiro, Porto Grande, Rio dos Cachorros e Taim; engloba também parte da Vila Maranhão e a Ilha de Tauá-Mirim, na qual localizam-se os povoados Amapá, Embaubal, Jacamim, Portinho e Tauá-Mirim, e um amplo espelho d’água, totalizando 16.663, 55 hectares e perímetro de 71, 21 km.

Com vista à manutenção dos modos de vida das comunidades que compõe a área da Unidade de Conservação referida é que em 1996 os agentes sociais mobilizaram-se em torno dos seus interesses. No entanto, frente ao atual quadro de expansão dos projetos de desenvolvimento, capitaneados pelo Programa de Aceleração do Crescimento – PAC, Projetos de Expansão do Terminal Marítimo da Ponta da Madeira, Projeto de Expansão do Porto do Itaqui, Duplicação da Estrada de Ferro Carajás, Expansão do Distrito Industrial de São Luís – DISAL, construção da

(11)

11

Refinaria Premium I, em Bacabeira6 com previsão de construção do Terminal

Aquaviário do Itaqui para interligação com o referido empreendimento.

Nesse meio tempo a reivindicação pela criação da RESEX ganha em mobilização ao passo que as notícias de novas indústrias, ou expansão das já existentes, têm causado nas comunidades uma sensação de incertezas e apreensão diante dos EIA-RIMA apresentados nas últimas audiências públicas realizadas em São Luís.

6.0 CONCLUSÃO: a resistência no contexto da criação da RESEX de Tauá-Mirim

Como destacamos nas seções anteriores, a presença de grandes empreendimentos em fase de implantação ou já instalados aceleraram a ambientalização dos conflitos sociais (Leite Lopes, 2002) na Zona Rural II de São Luís. As audiências públicas constituíram termômetros dessa situação à medida que os agentes das comunidades que contestavam a posição das assessorias ambientais

apresentavam seus argumentos contrários a perspectiva proposta pelos

empreendimentos e seus contratados.

Vale ressaltar que a mobilização dos agentes vai ao sentido de destacar as benesses que o território ocupado oferece. Não aparece no discurso da maioria dos agentes observados nas audiências públicas, reuniões, etc., a incorporação de termos técnicos argumentativos acionados como “ferramentas” no embate no espaço de tomada de posição. Concernente a isso, as formas de resistência são traçadas no tecido social das comunidades pertencentes a área pretendida para a RESEX de Tauá-Mirim, os outros espaços de discussão como a universidade, instituições do governo, etc., podem ser considerados como acessórios na disputa pelo ambiente.

De fato, a perspectiva de autores (Jacobi apud Alonso; Costa, 2002; Leite Lopes 2002) são de grande valia para análises como as empreendidas nesse artigo. Mas suas teorizações não esgotam o campo empírico escolhido por nós. Observou-se a capacidade de organização para reivindicação das comunidades a ponto de desconsiderar os argumentos de Jacobi (1995) que não considerava essa possibilidade para além da classe média carregada de expertise técnica. Nesse sentido, os anos de vivência no território e o conhecimento local são capazes de detectar agressões ao meio sem o uso de instrumentos técnicos.

Por fim, a concepção construtivista de Hannigan não contempla de forma alguma uma mobilização para além da expertise necessária para tornar público um problema ou demanda ambiental. A observação das audiências públicas, reuniões, etc., demonstra que há uma mobilização por parte dos agentes, não advindos do espaço de produção técnica, as comunidades que fazem parte da área da RESEX de Tauá-Mirim, tem demonstrado ao logo dos anos uma forte mobilização acompanhada de um movimento de resistência que objetiva preservar seus modos de vida e território frente às tentativas de expansão do capital na Zona Rural II de São Luís. Apesar de algumas limitações, principalmente quanto a uma leitura sobre as formas mobilização, entretanto, podemos dizer que estamos diante de um processo em que o fator

6

Município situado no estado do Maranhão às margens do Rio Itapecuru, onde estava em andamento as obras da Refinaria Premium I, de propriedade da Petróleo Brasileiro S.A – Petrobras.

(12)

12

participativo, no qual os agentes mobilizam-se em torno da continuidade dos seus modos de vida.

7.0 BIBLIOGRAFIA

ACSELRAD, Henri; DA SILVA, Maria das Graças. “Rearticulações Sociais da Terra e do Trabalho em Áreas de Grandes Projetos Hidrelétricos na Amazônia: o caso de Tucuruí”. In: ZHOURI, Andréa (Org.). As

Tensões do Lugar: hidrelétricas, sujeitos e licenciamento ambiental. Editora: UFMG, 2011.

ALMEIDA, Alfredo Wagner B. Os fatores étnicos como delineadores de novos procedimentos técnicos de zoneamento ecológico-econômico na Amazônia. In: ACSELRAD, Henri et al. Justiça ambiental e

cidadania. Rio de Janeiro: Relume Dumará: Fundação Ford, 2004.

ALONSO, Ângela; COSTA, Valeriano. Ciências Sociais e Meio Ambiente no Brasil: um balanço

bibliográfico. BIB – Revista Brasileira de Informações Bibliográficas em Ciências Sociais, ANPOCS. No 53,

1o de Setembro de 2002. pp. 35-78.

HANNIGAN, John. Sociologia Ambiental. Petrópolis: Vozes, 2009.

LEITE LOPES, José Sérgio. Sobre processo de “ambientalização” dos conflitos sociais e sobre os dilemas da participação. Horizontes Antropológicos. Porto Alegre, v.12, n. 25, Jan/Jun. 2006. pp. 31-64.

SANT’ANA JÚNIOR, Horácio de A; PEREIRA, Madian de Jesus F; ALVES, Elio de Jesus P; PEREIRA, Carla Regina P. A Resex de Tauá-Mirim, grandes projetos de desenvolvimento e a resistência socioambiental: introduzindo o debate. In: SANT’ANA JÚNIOR, Horácio de A. et al (Org.). Ecos dos

conflitos socioambientais: a RESEX de Tauá-Mirim. São Luís: EDUFMA, 2009.

ZHOURI, A. et al (Org.). A Insustentável Leveza da Política Ambiental – desenvolvimento e conflitos socioambientais. Belo Horizonte: Autêntica, 2005. pp. 27-47.

ZHOURI, Andréa (Org.). As Tensões do Lugar: hidrelétricas, sujeitos e licenciamento ambiental. Editora: UFMG, 2011.

Entrevistas

GASPAR, Rafael Bezerra; MIRANDA, Ana Caroline Pires; MAIA, Maiana Roque da S. Entrevista com Alberto Cantanhede, o Beto do Taim. In: SANT’ANA JÚNIOR, Horácio de A. et al (Org.). Ecos dos

conflitos socioambientais: a RESEX de Tauá-Mirim. São Luís: EDUFMA, 2009.

Documentos

VALE. Projeto Ferro Carajás S11D: um novo impulso ao desenvolvimento sustentável no Brasil.

ICMBIO/CNPT. Parecer Técnico Acerca de Eventuais Prejuízos à Pesca. São Luís: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade/ Centro Nacional de Desenvolvimento Sustentado das Populações Tradicionais – Maranhão, 2012.

(13)

13

SEDINC – MA /SEMA – MA. Relatório de Impacto Ambiental do Distrito Industrial de São Luís –

DISAL. São Luís: Secretária de Estado de Indústria e Comércio do Estado do Maranhão/ Secretária

Referências

Documentos relacionados

Nessa situação temos claramente a relação de tecnovívio apresentado por Dubatti (2012) operando, visto que nessa experiência ambos os atores tra- çam um diálogo que não se dá

Além desta verificação, via SIAPE, o servidor assina Termo de Responsabilidade e Compromisso (anexo do formulário de requerimento) constando que não é custeado

No primeiro capítulo a pesquisa se concentrou no levantamento de dados da escola no Projeto Político Pedagógico (PPP) e análise dos indicadores do SPAECE. No

De acordo com o Consed (2011), o cursista deve ter em mente os pressupostos básicos que sustentam a formulação do Progestão, tanto do ponto de vista do gerenciamento

Esta ação consistirá em duas etapas. Este grupo deverá ser composto pela gestora, pelo pedagogo e ou coordenador pedagógico e um professor por disciplina

Os objetivos específicos foram apresentados como: (I) descrever os fatores que dificultam o desenvolvimento das atividades culturais na UFJF-GV; (II) analisar a

Declaro que fiz a correção linguística de Português da dissertação de Romualdo Portella Neto, intitulada A Percepção dos Gestores sobre a Gestão de Resíduos da Suinocultura:

Partindo do pressuposto da relevância do problema e da inadequação das teses que resolvem a questão imputando as ofensas a direitos fundamentais oriundas de sujeitos privados ao