MANEJO
REPRODUTIVO DE
OVINOS 1
Profª Maria Sichonany Moterle
maria_sichonany@hotmail.com
Escola Técnica Estadual Santa Isabel – ETESI São Lourenço do Sul – RS
Curso Técnico em Agropecuária Componente Curricular: Ovinocultura
POR QUE PLANEJAR O ACASALAMENTO?
MANEJO REPRODUTIVO
Eficiência reprodutiva
ANATOMIA E FISIOLOGIA DO APARELHO REPRODUTIVO
MASCULINO
ESCOLHA DO REPRODUTOR (CARNEIRO)
ANATOMIA E FISIOLOGIA DO APARELHO REPRODUTIVO
FEMININO
ESCOLHA DA MATRIZ
POR
QUE
PLANEJAR
O
ACASALAMENTO?
As fêmeas devem estar em condições nutricionais
adequadas
Busca por reprodutor de qualidade
Cuidados no terço final de gestação
Programação para a venda de cordeiros
Planejamento nutricional para a engorda e terminação
MANEJO REPRODUTIVO
Na criação de ovinos, a reprodução representa uma fase que
requer grande atenção, pois a partir dela o rebanho cresce em quantidade e qualidade quando os acasalamentos são bem direcionados.
Desde a escolha dos animais para reprodução até a gestação
e início da lactação, o criador e/ou técnico deve seguir alguns
cuidados que podem ser determinantes para o
Eficiência reprodutiva:
A eficiência de reprodução está diretamente relacionada
com a eficiência produtiva de um rebanho
Com o aumento do número de cordeiros (as) obtidos tem-se
mais animais para venda, o que é importante do ponto de vista econômico, bem como maiores possibilidades para fazer a reposição do rebanho
Considerando que condições sanitárias, nutricionais e de
bem-estar animal adequadas ao sistema de produção estejam sendo aplicadas, a otimização do sistema produtivo terá como principal limitante a eficiência reprodutiva do rebanho.
Eficiência reprodutiva:
De maneira geral, existem 3 vias para se aumentar os
índices reprodutivos do rebanho:
Diminuir o número de ovelhas “falhadas”, ou seja, não
prenhas e não paridas (aumentar a taxa de parição);
Aumentar o número de cordeiros nascidos por ovelha parida
(aumentar a taxa de prolificidade);
Diminuir o número de cordeiros que morrem após o
nascimento (diminuir a taxa de mortalidade).
ANATOMIA E FISIOLOGIA
DO APARELHO
Anatomia e fisiologia do aparelho reprodutivo masculino
O aparelho reprodutivo MASCULINO é composto por:
Testículo Epididimo
Duto ou Canal Deferente
Glândulas acessórias do pênis Pênis
Prepúcio
Testículo
Os carneiros possuem dois testículos Forma ovalada
Alojados dentro da bolsa escrotal São simétricos e consistência firme
Sua função é produzir espermatozoides e hormônios
Está ligado ao
testículo
Local onde ocorre a
maturação e o
armazenamento do espermatozoide
Epidídimo
Anatomia e fisiologia do aparelho reprodutivo masculino
Cabeça do epidídimo Corpo do epidídimo Calda do epidídimo Testículo Bolsa escrotal
Duto ou Canal Deferente
Tem a função de transportar os
espermatozoides no momento da ejaculação
Anatomia e fisiologia do aparelho reprodutivo masculino
Glândulas Acessórias do Pênis
São responsáveis pela produção de
líquidos que nutrem os
espermatozoides
Estão situadas junto a uretra, são elas:
Vesícula Seminal Próstata Glândula Bulbo-uretral Uretra Glândula Buldo-uretral Próstata Vesícula Seminal
Pênis
Órgão masculino responsável pela
cópula, ou seja, por meio dele os espermatozoides são depositados no órgão genital da fêmea
Anatomia e fisiologia do aparelho reprodutivo masculino
Prepúcio
Camada de pele que recobre e
Apêndice Vermiforme
Prolongamento da ponta do pênis que pulveriza o sêmen
no interior da vagina
Anatomia e fisiologia do aparelho reprodutivo masculino
ESCOLHA DO
REPRODUTOR
Escolha do Reprodutor
(CARNEIRO)
O carneiro é importante no melhoramento genético do rebanho e
é a aquisição de maior relevância para a criação
O carneiro pode produzir anualmente mais de 50 descendentes,
enquanto que a ovelha produz um ou dois
Por essa grande capacidade que possuem os reprodutores de
fecundarem elevado número de ovelhas, é necessário muita cautela e observação deste animal no momento da aquisição e no início do período de acasalamento
Características a serem observadas no reprodutor, antes do
início da cobertura e antes de adquiri-lo:
Boa conformação e características raciais;
Testículos simétricos, ovoides, firmes e presentes na bolsa escrotal; Deve ter integridade escrotal;
O animal deve ser isento de alterações penianas ou prepuciais; Deve apresentar boa libido;
Escolha do Reprodutor
(CARNEIRO)
Características a serem observadas no reprodutor, antes do
início da cobertura e antes de adquiri-lo:
O tamanho dos testículos (circunferência escrotal) possui correlação
alta e positiva na predição da fertilidade
Escolha do Reprodutor
(CARNEIRO)
Escolha do Reprodutor
(CARNEIRO)
MANEJO REPRODUTIVO
Perímetro escrotal, peso dos testículos e produção diária de espermatozoide de três carneiros
Variável Carneiro A Carneiro B Carneiro C
Perímetro escrotal 28 cm 31 cm 34 cm Peso dos testículos 321 g 430 g 563 g
Produção diária de espermatozoide 7 bilhões 10 bilhões 14 bilhões
Observação: No momento da compra do carneiro, o carneiro com maior perímetro escrotal corresponde a maior produção de espermatozoides.
Isso significa maior número de fêmeas fecundadas ou maior número de doses de sêmen produzidas (caso esse reprodutor seja utilizado para inseminação artificial)
Raça de ovinos Variação do perímetro escrotal (cm) Corriedale 26 a 38 Ideal 24 a 39 Romney Marsh 25 a 36 Merino 29 a 40 Hampshire Down 21 a 40 Ile de France 27 a 37 Texel 23 a 35 Suffolk 27 a 38
Escolha do Reprodutor
(CARNEIRO)
MANEJO REPRODUTIVOVariação no perímetro escrotal de carneiros conforme a raça
Características a serem observadas no reprodutor, antes do
início da cobertura e antes de adquiri-lo: Deve apresentar aspecto masculino;
Isento de doenças;
Não deve apresentar hérnia umbilical nem tetas supranumerárias;
Deve ter bons cascos e aprumos;
Escolha do Reprodutor
(CARNEIRO)
Características a serem observadas no reprodutor, antes do
início da cobertura e antes de adquiri-lo:
Não deve ser prognata, no caso da figura abaixo ambos serão
descartados
Escolha do Reprodutor
(CARNEIRO)
Características a serem observadas no reprodutor, antes do início
da cobertura e antes de adquiri-lo:
Deve apresentar o espermograma dentro dos padrões da normalidade
Escolha do Reprodutor
(CARNEIRO)
MANEJO REPRODUTIVO
Características do Componente Carneiro
Volume do ejaculado (ml) 0,8 a 1,2
Concentração espermática (milhões/ml) 2000 a 3000 Espermatozoides/ejaculado (bilhões) 1,6 a 3,6
Espermatozoides Móveis (%) 60 a 80 Espermatozoides morfologicamente normais (%) 80 a 95
Características a serem observadas no reprodutor, antes do início
da cobertura e antes de adquiri-lo:
Carneiros velhos tendem a diminuir sua capacidade reprodutiva.
Dessa forma os carneiros devem ser substituídos após 4 anos de uso (em
torno de 6 anos de idade).
Escolha do Reprodutor
(CARNEIRO)
ANATOMIA E FISIOLOGIA
DO APARELHO
Anatomia e fisiologia do aparelho reprodutivo masculino
O aparelho reprodutivo FEMININO é composto por:
Ovário Tubas Uterinas Útero Cérvix Vagina Vulva
Ovário
As fêmeas possuem dois ovários
Possuem forma arredondada e são do tamanho de uma avelã Apresentam em sua superfície estrutura denominada de folículo
que ao amadurecerem liberam o óvulo
Os ovários também produzem os hormônios responsáveis pela
manutenção da gestação e do parto
Tubas Uterinas
Tubos que unem o ovário ao útero
Uma vez o óvulo liberado pelo ovário, este desce pela tuba
uterina e na presença de espermatozoides, o corre a fecundação.
Após fecunda o óvulo passa a ser chamado de ovo e então
desce até o útero para fixar-se.
Útero
Órgão no qual ocorre a gestação
Consiste em dois cornos (os quais se conectam as tubas uterinas)
e um corpo
Anatomia e fisiologia do aparelho reprodutivo feminino
Cornos uterinos
Cérvix
Também chamado de colo uterino
Possui a função de proteger a gestação do ambiente da vagina
e do meio externo
Anatomia e fisiologia do aparelho reprodutivo feminino
Vagina
Local onde o carneiro introduz
o pênis durante a cópula e ejacula
Anatomia e fisiologia do aparelho reprodutivo feminino
Vulva
Porção externa do aparelho
ESCOLHA
DA
Escolha da Matriz
Para uma fêmea ser selecionada como matriz, deve
apresentar as seguintes características:
Boas características raciais
Deve ter ausência de raquitismo e alterações ósseas
Úbere bem inserido, com apenas duas tetas sadias, que não
sejam muito curtos ou muito grossos, pois dificultam a apreensão pelo filhote
Boa produção de leite (partos anteriores)
Escolha da Matriz
Para uma fêmea ser selecionada como matriz, deve
apresentar as seguintes características:
Boa habilidade materna (partos anteriores) Não ter vulva infantil e nem deformada
Apresentar gestações e partos normais (sem distocia)
Evitar animais com histórico de prolapso vaginal e aborto Apresentar boa fertilidade e prolificidade
Escolha da Matriz
Para uma fêmea ser selecionada como matriz, deve
apresentar as seguintes características:
Ser livre de doenças infecciosas ou abortamentos
Ausência de defeitos eliminatórios (prognatismo e aprumos) Ter aspecto feminino
A ovelha normalmente é usada para reprodução até os seis a
sete anos de idade, sendo depois é descartada.
Escolha da Matriz
MANEJO REPRODUTIVO
Verificação de úbere em borregas
Escolha da Matriz
MANEJO REPRODUTIVO
Miiase na vulva -Descarte da fêmea
IDADE DOS ANIMAIS
PARA ENTRAR EM
RELEMBRANDO CONCEITOS
O que é puberdade?
Puberdade é a idade em que os animais, machos e fêmeas,
adquirem a capacidade de liberar gametas (espermatozoides ou óvulos) e manifestar uma sequência completa de comportamento sexual.
Machos
Com 6 meses de idade já começam a produzir espermatozoide. O ideal é a partir dos 18 meses de idade, quando já se
apresenta vigoroso e apto para reprodução.
Fêmeas
A puberdade se manifesta em torno de seis meses de idade,
porém se essa fêmea for acasalada com essa idade pode prejudicar o seu desenvolvimento.
A idade adequada é próxima à 1 ano de idade. Nessa idade
essa fêmea deve apresentar de 60 a 70% do seu peso corporal adulto.
Tem-se preconizado ±40 kg de peso corporal.
Idade dos animais para entrar em
reprodução
Idade ao primeiro acasalamento depende de uma
série de fatores:
Raça
Algumas raças são mais precoces que outras, atingindo a
puberdade mais jovens
Peso
Cada raça possui um peso ideal para acasalar.
O criador deve conhecer o peso ideal e manejar os animais
Idade ao primeiro acasalamento depende de uma série
de fatores:
Estação do ano
Normalmente a fertilidade dos ovinos aumenta com a diminuição do
comprimento dos dias.
Os ovinos ao início da primavera têm maior precocidade sexual se
comparados com os animais nascidos mais tarde, durante o verão ou início de outono
Idade dos animais para entrar em
reprodução
Idade ao primeiro acasalamento depende de uma série
de fatores:
Nutrição
O atendimento das necessidades nutricionais para o adequado
crescimento permite atingir a puberdade em idades menores, sendo possível eliminar os animais que mantidos nas mesmas condições sejam mais tardios, ou seja, mais exigentes no que diz respeito à alimentação.
Idade dos animais para entrar em
reprodução
As vantagens de acasalar as
fêmeas precocemente
Menor intervalo entre gerações e maiores ganhos genéticos
pela seleção e evolução dos rebanhos
Seleção por fertilidade, pois apenas as fêmeas que atingem a
puberdade cedo é que permanecerão no rebanho
As desvantagens de acasalar
precocemente
Os cordeiros de borregas são mais leves à desmama do que as
de ovelhas adultas
A fertilidade de borregas é inferior à das ovelhas adultas (cio sem
ovulação, falha na concepção e pouca viabilidade embrionária), exibindo menores taxas de prenhes
Redução na produção de lã das borregas gestantes, sendo os
nutrientes da dieta direcionados para o feto
Custos maiores na recria dessas borregas, visando atingir
precocemente o peso para encarneiramento