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Conservação da Biodiversidade e as Novas Regras para os Extrativistas da RESEX Riozinho do Anfrísio, Altamira, Pará

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Conservação da Biodiversidade e as Novas Regras para os Extrativistas

da RESEX Riozinho do Anfrísio, Altamira, Pará

Carla Rocha1 Soraya Abreu de Carvalho2 Tarcísio Feitosa da Silva3;

1Agrônoma, Docente da UFPA/NEAF/Campus de Altamira; Pesquisadora do Laboratório Agroecológico da Transamazônica (LAET/NCADR-NEAF);crocha@ufpa.br

2Zootecnista, Doutoranda pela AgroParisTech/França, Docente da UFPA/NEAF/Campus de Altamira; Pesquisadora do Laboratório. Agroecológico da Transamazônica (LAET/NCADR-NEAF);soraya@ufpa.br

3Lic. em Ciências Exatas, Mestrando em Agriculturas Familiares pela Universidade Federal do Pará (NCADR/NEAF);tarcisio.xingu@gmail.com.

Resumo

A Reserva Extrativista Riozinho do Anfrísio, localizada no município de Altamira, foi decretada em 08 de novembro de 2004 com 736.340 hectares, e faz parte do complexo de unidades criadas na região do sudoeste paraense, entre as bacias hidrográficas do Xingu e Tapajós, região conhecida hoje como Terra do Meio. O artigo objetiva contextualizar o processo de criação da Reserva Extrativista Riozinho do Anfrísio, refletir sobre o processo de implementação dos instrumentos de gestão e discutir como as novas regras advindas do plano de manejo podem a vir influenciar nas estratégias familiares. Em 2002, o Governo Brasileiro firma o compromisso de criar 50 milhões de hectares de áreas protegidas no bioma amazônico (MMA, 2006). A RESEX do Riozinho do Anfrísio foi decretada em 2005, em março de 2008 foi empossado o Conselho Deliberativo e está em curso a definição do Plano de manejo e utilização da mesma. Este trabalho discute a efetividade da participação dos moradores da RESEX no processo de definição do Plano de Manejo, já que os próprios sentem-se com pouco poder de influência junto aos instrumentos de gestão e reforça-se laços de dependência e subordinação frente às estruturas oficiais e ONGs. Dentre as regras de uso, foi discutido que cada família poderá realizar a abertura de até 32 linhas (em torno de 10 hectares) em sua morada, mas não houve análise aprofundada do que isso significa para os projetos familiares e mudanças em médio prazo na forma de gestão e uso do solo.

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1.Introdução

A região sudoeste do Pará vem sendo marcada por profundas modificações geopolíticas e ambientais. Nos últimos anos a frente de expansão da fronteira agrícola avança sobre as florestas formadas no interflúvio Tocantins – Tapajós, nos sentidos leste-oeste e norte-sul, usando as estradas oficiais e clandestinas como vias de entrada e saída. A seqüência da expansão da fronteira se dá com a abertura de estradas endógenas, posterior exploração de madeira e criação de Projetos de Assentamentos no interior da floresta, culminando na concentração fundiária e à pecuarização. Este ritmo vem alimentando a expansão da fronteira e a redução da biodiversidade nesta região. O resultado é o alto índice de desmatamento que vem batendo recorde na região. Dentro deste contexto está a região conhecida como Terra do Meio onde existe um complexo de Unidades de Conservação (UC’s) federais e estaduais e Terras Indígenas (TI). Na região encontramos duas categorias de UC’s: as de Proteção Integral, que tem como objetivo “preservar a natureza permitindo o uso indireto de seus recursos naturais” (SNUC, 2000); as de Uso Sustentável, que “compatibilizam a conservação da natureza com o uso sustentável de parte de seus recursos naturais” (SNUC, 2000).

O complexo de UC´s na Terra do Meio, tem aproximadamente 8 milhões de hectares e é formado por nove áreas protegidas: a Estação Ecológica Terra do Meio, o Parque Nacional da Serra do Pardo, a Área de Preservação Ambiental Triunfo do Xingu, a Floresta Estadual do Iriri, a Reserva Extrativista do Iriri, a Reserva Extrativista do Riozinho do Anfrísio, além da Reserva Extrativista do Médio Xingu, ainda em processo de criação, a Terra Indígena Cachoeira Seca, TI Arara, Xipaya e a TI Kuruaya. Considerando a Bacia do Rio Xingu, temos 12.411.456 ha de Terras Indígenas e, 7.372.005ha de UC´s já decretadas.

Em 2002, o Governo Brasileiro firma o compromisso de criar 50 milhões de hectares de áreas protegidas no bioma amazônico (MMA, 2006). Os crescentes índices de desmatamento, a grilagem de terras, e a exploração criminosa de madeira somada à pressão internacional pela conservação da biodiversidade amazônica e pela diminuição das mudanças climáticas e aquecimento global, são vetores fortes para criação de políticas de conservação por parte do Governo Brasileiro. As Unidades de Conservação (UC’s) têm sido criadas como instrumento para regularizar o acesso e o uso de recursos naturais e a conservação do patrimônio natural. No caso das RESEX’s é a principal categoria utilizada para conservação em áreas ocupadas por populações humanas.

O conceito de RESEX surgiu segundo ANDRADE (s.d) apud ALLEGRETTI (1990), “a partir dos habitantes da Amazônia, através do Conselho Nacional dos Seringueiros, que o propôs como um sistema inovador de direito de propriedade e uso da terra como alternativa de conservação e desenvolvimento sustentável”. As RESEX como uma UC de uso sustentável é uma área utilizada por populações extrativistas tradicionais e têm como objetivos básicos conforme o artigo 18 do Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC, “proteger os meios de vida e a cultura

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dessas populações, e assegurar o uso sustentável dos recursos naturais da unidade” (SNUC, 2000).

A Reserva Extrativista Riozinho do Anfrísio localizada no município de Altamira, foi decretada em 08 de novembro de 2004 com 736.340 hectares, e faz parte do complexo de unidades criadas na região do sudoeste paraense, entre as bacias hidrográficas do Xingu e Tapajós.

Devido aos constantes conflitos com grileiros, madeireiros e fazendeiros existentes na área e temendo a possibilidade de terem suas terras tomadas e serem expulsos, em 2003, os movimentos sociais fizeram articulação junto aos moradores do então Riozinho do Anfrísio no sentido de buscar meios que assegurassem a permanência das famílias nestas terras. A criação da RESEX do Riozinho do Anfrisio acaba sendo resposta às ameaças à integridade física dessas populações, ao processo de desmatamento ilegal de florestas que atingia a bacia do Riozinho do Anfrisio, impedindo a continuação da construção de estradas ilegais que avançavam em busca de madeira para o interior da Terra do Meio. Para as famílias a motivação central para criação da RESEX era resolver a disputa fundiária, além da preservação da integridade das populações, no entanto, verifica-se que a adequação às regras da RESEX, com o objetivo central de conservação da biodiversidade, começa a impor mudanças significativas nos sistemas de produção e de comercialização conduzidos pelos ribeirinhos.

O presente artigo tem como objetivo contextualizar o processo de criação da Reserva Extrativista Riozinho do Anfrísio, refletir sobre o processo de implementação dos instrumentos de gestão e discutir como as novas regras advindas do plano de uso podem a vir influenciar nas estratégias familiares.

2.Metodologia

Foram utilizados dados primários do Diagnóstico sócio-econômico realizado na RESEX em 2005, que tinha como objetivo identificar prioridades de ações no campo sócio-econômico a partir da análise do sistema de produção e das limitações da infra-estrutura e produtivas; subsidiar as discussões comunitárias para definição do Plano de Uso Múltiplo da RESEX a partir da restituição (socialização) dos resultados do diagnóstico, contribuindo com o processo de organização social local tendo em vista a gestão da reserva pelas famílias. Para essas entrevistas foram utilizados roteiros previamente elaborados e do total de 43 famílias do Riozinho do Anfrísio, 31 famílias foram entrevistadas.

Em 2008, foram realizadas entrevistas a 05 famílias com o objetivo de conhecer a percepção das mesmas quanto às mudanças com a implementação da RESEX e sobre as regras estabelecidas que constarão no Plano de Uso. Foram feitas consultas a funcionários do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade em Altamira sobre as etapas já realizadas para implementação dos instrumentos de gestão da RESEX e as regras de uso discutidas com os moradores.

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Foram utilizados dados secundários do estudo realizado em 2007 pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade

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2.1. Localização da RESEX Riozinho do Anfrísio

A Reserva Extrativista Riozinho do Anfrísio possui 736.340 hectares localizados no município de Altamira, na região sudoeste do estado Pará, tendo como limites ao norte, o município de Rurópolis, a nordeste, a Terra Indígena Cachoeira Seca, do lado leste, o Rio Iriri e a Terra Indígena Xipaya, do lado oeste, os municípios de Itaituba e Trairão e ao sul, a Flona Nacional de Altamira (Figura 1).

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3. Resultados e Discussão

3.1.Contexto Local

A ocupação da região foi orientada pelo extrativismo em torno da borracha, incentivada pelo Estado Brasileiro no período da Primeira Guerra Mundial, quando uma forte demanda dos Estados Unidos e dos países da Europa pelo aumento da produção de borracha. Este período foi denominado por Ciclo da Borracha, que teve seus anos áureos na virada do século XX e seu declínio por volta de 1920.

A queda dos preços da borracha no mercado internacional, a retirada dos seringalistas tradicionais e a entrada dos regatões1, quando prevalece apenas o sistema de aviamento, levou à saída de muitas famílias ou de membros das mesmas. Os seringueiros pioneiros ressaltam que existiam dificuldades principalmente para adaptação ao ambiente e devido à convivência não pacífica com alguns povos indígenas, o que levou a vários massacres de populações indígenas e morte de seringueiros. No entanto, esses pioneiros lembram com boas referências dos seringalistas (os patrões) do passado porque ofereciam melhor infra-estrutura e segurança para permanência das famílias, características de sistemas clientelistas.

Como os preços não eram tão atraentes como nos períodos anteriores e os produtos trocados pelos regatões tinham valores extremamente acima do valor dos produtos das famílias, a população do Riozinho do Anfrísio passou por diversas crises, fazendo com que nos últimos 10 anos grande número de famílias tenha abandonado a atividade da borracha e a localidade, indo para outras localidades no Rio Xingu, Iriri, regiões de ocupações mais ligadas à agricultura ou para centros urbanos.

Apesar da existência do extrativismo da borracha até a década de 60-70 do século XX, as famílias sempre trabalharam com outras atividades que garantiam rendas para compra de produtos industrializados, dentre essas atividades temos a castanha do Pará (Bertholletia excelsa), os óleos de andiroba (Carapa guianensis Aubl.) e copaíba (Copaifera sp.), e em outros momentos, o peixe salgado e a venda de peles de animais silvestres.

O período da Pele de Gato foi, na visão das famílias, uma época economicamente muito favorável, pois colocam que num mês de trabalho com essa atividade equivalia a um ano de trabalho na seringa. Após a portaria nº 118 de 15 de outubro de 1997, que proibiu a comercialização de animais silvestres, essa atividade foi praticamente extinta, pois a maioria dos regatões não comprava mais as peles.

No final da década de 70, surge a atividade garimpeira com descobrimento de ouro em algumas localidades do Riozinho do Anfrísio, iniciando pelo Garimpo da Pesquisa que fica na localidade do Igarapé do Pereira. Nesse mesmo igarapé também está localizado o Garimpo da Baiana. Nessa

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São comerciantes que utilizam o sistema de aviamento nas suas operações e que servem também de canais de comunicação, com intermediação de cartas, recados e produtos, transporte de passageiros e cargas.

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atividade foram envolvidas quase todas as famílias do Riozinho do Anfrísio . Muitos moradores foram temporariamente para outras regiões de garimpo e garimpeiros de outras regiões se instalaram no Riozinho e, alguns constituíram famílias no local.

Em 2007, foram identificadas 32 comunidades ou moradas, com 52 famílias ribeirinhas estabelecidas no Riozinho do Anfrísio (SALAZAR et al, 2007). Segundo estes autores, a distribuição etária mostra que a maior parte da população é constituída de crianças e jovens, 61% até 17 anos; 56% da população é do gênero masculino e 44% feminino. O homem, em média, constitui família e tem seu primeiro filho com 21 anos e a mulher com 17.

No levantamento realizado em 2005 (ROCHA et al, 2005), verificou-se que em relação aos filhos (as), a média é de seis filhos por casal. Existe uma porcentagem maior nas faixas das extremidades, pois 30% dos filhos estão com idade de até 5 anos e 31% dos filhos são maiores de 19 anos; 16% estão na faixa etária de 6 a 10 anos, 14% de 11-14 anos e 9 % de 15 a 18 anos. No Riozinho do Anfrísio nunca houve escolas públicas, segundo a população, existia algum tipo de ensino informal na época dos seringalistas. O esquecimento dessa população por parte do poder público levou ao quadro atual, no qual 81% da população em idade escolar responderam que não sabe lê, escrever e nem escrever o nome. O restante 19 %, temos 22 pessoas responderam que sabe escrever (ou desenhar) o nome, 16 lê e escreve um pouco (aprendeu com alguém alfabetizado) e 10 lê pouco. Sendo que apenas 15 pessoas tiveram acesso ao ensino formal fora da localidade.

3.2. Gestão da RESEX e Participação dos ribeirinhos

A Lei 9.985, em seu Art. 18, conceitua que Reserva Extrativista é uma área utilizada por populações extrativistas tradicionais, cuja subsistência baseia-se no extrativismo e, complementarmente, na agricultura de subsistência e na criação de animais de pequeno porte, e tem como objetivos básicos proteger os meios de vida e a cultura dessas populações, e assegurar o uso sustentável dos recursos naturais da unidade.

Após a criação de uma RESEX parte-se para a implementação da mesma e com isto os seus vários instrumentos de gestão. Os principais instrumentos de gestão em reservas extrativistas são: o Conselho Deliberativo (deverá discutir e decidir sobre a gestão da Reserva), o Plano de Manejo (é documento técnico mediante o qual, com fundamento nos objetivos gerais de uma unidade de conservação, se estabelece o seu zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação das estruturas físicas necessárias à gestão da unidade), a Associação de Moradores ou Usuários da RESEX (criada pelos moradores como instrumento de implementação da RESEX e defesa de direitos) e Agentes Ambientais Colaboradores (grupo de moradores que são capacitados pelos órgãos ambientais públicos para juntamente com todos os outros serem responsáveis pela fiscalização da RESEX).

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Mais recentemente, foi decretada a Instrução Normativa nº 1 de 18 de setembro de 2007 que dentre os vários pontos previstos está a elaboração do Plano de Manejo para as RESEX’s, que especifica como deve ser os passos para implantação dos instrumentos de gestão, indicando que “após a publicação do Decreto de criação da Unidade deverá ser consolidado o cadastro da população tradicional, iniciada a formação do Conselho Deliberativo e a construção da primeira fase do Plano de Manejo – o Plano de Utilização, bem como implementadas ações de proteção, identificação de limites, sinalização e regularização fundiária da Unidade”. No caso da RESEX Riozinho do Anfrísio, o Conselho Deliberativo foi empossado em março de 2008 e anteriormente houve algumas reuniões como os moradores da reserva para discussão sobre a as funções e importância do Conselho Deliberativo, bem como, as regras do Plano de Utilização.

O Plano de Utilização consiste nas regras internas construídas, definidas e compactuadas pela população da Unidade quanto às suas atividades tradicionalmente praticadas, o manejo dos recursos naturais, o uso e ocupação da área e a conservação ambiental, considerando-se a legislação vigente. Este é o documento base para que seja firmado o Termo de Compromisso entre a população tradicional beneficiária da Unidade, que receberá a concessão do direito real de uso, e o Instituto Chico Mendes (ICMBio, 2008).

Nessa construção do processo de gestão numa RESEX é ressaltada a importância da participação das populações tradicionais na elaboração do Plano de Manejo, sendo que no SNUC é citado que “na elaboração, atualização e implementação do Plano de Manejo das Reservas Extrativistas [...]será assegurada a ampla participação da população residente”.

No caso da RESEX Riozinho, foi utilizado o Plano de utilização da RESEX Chico Mendes como modelo para discussão com os moradores. A equipe responsável pela animação da construção do plano realizou em 2007, quatro reuniões na RESEX, sendo três com um público menor nas comunidades conhecidas como Lageado, Morro e Morro Verde e uma com um público maior com a presença de representantes do Alto, Médio e Baixo Riozinho, garantindo dessa forma a presença dos moradores das comunidades que compõem a reserva. Essas reuniões tinham como um dos objetivos discutir e propor os pontos que irão compor o plano de utilização da reserva, ou seja, as regras de convivência.

Segundo relatos dos moradores da RESEX, foram apresentados e explicados pela equipe de animação os objetivos daquela reunião e depois foi franqueada a palavra aos moradores para colocarem os que eles achavam que deveriam ser as regras de utilização da reserva, em relação a quantidade de abertura de floresta por família, a questão da pesca, da caça, da criação de bovinos e pequenos animais, a entrada de novos moradores, a exploração de madeira, a construção de nova morada etc. Sendo que nesta reunião chegou-se a algumas regras de utilização a serem implementadas na RESEX posteriormente, pois este seria um primeiro passo, sendo previsto um outro momento com os moradores na RESEX para de fato definir todas as regras.

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Após esta primeira fase de discussões com os moradores, a equipe responsável para animar o processo de elaboração do Plano de Utilização retornará a reserva para uma nova discussão para verificar se tem novas sugestões em relação ao plano ou mesmo alguma mudança nas regras anteriormente discutidas. Em seguida estas regras serão levadas para a reunião do Conselho Deliberativo da RESEX e depois para aprovação do ICMBio.

Uma das questões que muito vem se discutindo sobre as RESEX’s, é a real participação das populações locais na gestão destas unidades que a priori é previsto nas leis e Instruções Normativas. Como bem retrata ALEGRETTI (2006), quando se refere ao roteiro metodológico para Elaboração do Plano de Manejo das RESEX e de Desenvolvimento Sustentável Federais proposto na época pelo IBAMA, “a participação das comunidades residentes na elaboração do Plano de Manejo está assegurada pela lei, mas não pela metodologia proposta pelo IBAMA”. O fato de assegurar a participação de maneira formal não garante de fato a participação dos moradores, eles têm que sentirem co-responsáveis pelo processo de gestão desde o planejamento da construção do plano de trabalho, por exemplo, que irá culminar na elaboração do plano de manejo até a realização do trabalho propriamente dito e não serem somente ouvidos nas entrevistas. O fato deles não se sentirem co-responsavéis pela gestão pode levar a determinados depoimentos como “agora só podemos plantar em 32 linhas para vida toda”; “ tenho 15 filhos, como vou dar de comer a essa turma toda, se tudo que quero fazer o Ibama diz que não pode”, neste caso se referem as discussões sobre que regras que devem constar no plano de utilização. O Conselho Deliberativo é um instrumento de gestão muito interessante, mas da mesma forma que os outros instrumentos se não houver de fato uma participação de seus membros e mais especificamente dos moradores acaba sendo um espaço de “falsa” participação.

Quanto ao nível de participação dos moradores no Conselho podemos constatar a ineficiência do processo através da fala de um morador: “o que adianta ter um lugar dentro do conselho se não conseguimos argumentar contra as coisas que são discutidas lá dentro, no final é o IBAMA que dá a palavra final”. Nesta fala fica colocada a questão das famílias se sentirem capacitadas ou terem a capacidade real de entender o processo, argumentar e apresentar suas propostas.

Para isto, uma estrutura eficiente de formação e organização social deve ser apoiada, reforçando as estruturas organizacionais locais (quer seja Associação de moradores ou qualquer outra via de organização social local) e a autonomia das mesmas. Até o momento as ações assistencialistas estão muito forte, o que reforça laços de subordinação ou dependência das famílias perante as instituições.

É preciso garantir que esses moradores possam participar efetivamente nas várias esferas previstas de gestão e, neste momento, do Plano de Manejo da RESEX, e que isto leve ao empoderamento das famílias, no qual as relações entre diferentes não seja mera formalidade, mas momentos de efetiva participação das famílias e de construção de espaços onde se afloram

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conflitos e negociações, pois como afirma ALEGRETTI (2006) “o Plano de Manejo precisa ser um instrumento de trabalho para os moradores e não um documento acadêmico para os conservacionistas ou funcionários públicos”

Os interventores das instituições ambientalistas e de desenvolvimento precisam almejar estabelecer o diálogo entre saberes e interesses diferentes e para isto, como coloca Veiga (2003) citando Muchagata et al (1994), não basta a boa vontade,a sensibilidade dos diferentes atores envolvidos ou a metodologia de trabalho que prometem dar a palavra aos excluídos. Para Veiga (2003), o diálogo implica em conhecer os saberes em jogo, bem como em se ter consciência e superar relações de dominação e de violência simbólica entre indivíduos que ocupam posições sociais diferentes, mas também entre os próprios agricultores (ribeirinhos).

3.3. Sistema de produção e as regras

Para destacar as diferenças nos sistemas de produção e nas rendas familiares, foi realizada a sistematização dos dados em forma de tipologia do sistema de produção, agrupando as famílias em situações produtivas semelhantes. Assim, utilizando critérios como a composição do Produto Bruto Total ou PB (produção total multiplicado pelo valor de mercado local) e a importância de cada produção para o consumo e comercialização.

Tabela 2. Tipologia dos sistemas de produção.

Tipo Sistema de cultivo Pesca Caça PB castanha (R$) PB copaíba média (R$) PB andiroba média (R$) PB outros média (R$) PB total média (R$) Diversifi cado Roça de mandioca de 1,9 linhas/ano; 24 sacas de farinha/ano. Consumo; pouca venda. Consumo R$600-4200 382 212 918,00 4127,00 Castanha Roça de mandioca com 2,3 linhas/ano; 46 sacas farinha/ano. Consumo Consumo R$ 700-1800 0 0 0,0 2933,00 Castanha e copaíba Roça de mandioca com média de 2 linhas/ano; 20 sacas de farinha/ano. Consumo; pouca venda. consumo R$150-500 115 6 30,00 1646,00 Atividade anexa Roça de mandioca de 1,5 a 4 linhas/ano. Consumo; pouca venda. consumo R$840-970 242 8 3412,00 5059,00

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O primeiro tipo representado é o Diversificado, pois em relação aos outros tipos é o que tem maior número de atividades no sistema de produção, além do cultivo de culturas anuais, pesca, caça, faz a coleta de castanha que é a principal atividade para comercialização, além da extração da copaíba e retirada do óleo da andiroba. Nesse tipo estão as famílias que extrai e comercializa breu, sementes de cumaru, óleo de patauá, mel de abelhas nativas e duas famílias ainda comercializam a seringa (350 e 400kg/ano) .

Cerca de 30% das famílias foram inseridas no tipo Castanha (Bertholletia excelsa) e copaíba, as quais tem a menor renda média dos tipos, em torno de R$ 1.646, 00, devido à baixa produção extraída para comercialização, pois todas as famílias reclamam das seguidas baixas de safras nos últimos anos..

O tipo Castanha obtém sua renda familiar com a comercialização da castanha, cultivo e fabricação da farinha para consumo familiar. A renda monetária proveniente da castanha é de R$ 2.933,00. O tipo Atividades Anexas apresentou a melhor renda monetária e diversificação da renda familiar pelo incremento de alguma atividade anexa como a construção de canoas e pequenos barcos, trabalho assalariado em barco de regatão e a aposentadoria. Esse tipo também, às vezes, comercializa o pescado salgado. A renda obtida pela família com a fabricação de canoas e rabetas foi estimada em R$ 4.370,00 e, a renda média com a atividade anexa é de R$ 3.412,00. Sendo que a renda familiar média é de R$ 5.059,00.

A partir da tipologia tem-se que a castanha é o principal produto para comercialização, mas que vem apresentando diminuição da produção, levando muitas famílias a terem dificuldades financeiras, além de que é uma atividade sazonal. As famílias trabalham de janeiro a abril na coleta da castanha. Dependendo da densidade do castanhal, a média estimada pelos entrevistados é de que uma pessoa pode coletar e quebrar até 10 caixas de castanhas em cinco dias, sendo que cada caixa tem 25 kg, ou seja, 1 pessoa pode coletar e quebrar até 50 kg de castanha por dia. Os principais produtos para consumo da família são farinha de mandioca e pescado, sendo que 20% dos entrevistados plantaram arroz no ciclo de 2005.

No sistema de cultivo, a principal característica é a roça de mandioca consorciada ou não com outros cultivos. As práticas agrícolas utilizadas no sistema de cultivo são: - Escolha da área – preferindo as terras pretas, que não tem babaçu e castanheira, preferindo mata mais rala (menor densidade) ou capoeirão de 5 a 10 anos, pois o principal instrumento de trabalho para o preparo da área é o machado; Broca ou corte de plantas ou árvores de menor porte para facilitar a derruba e a queima da vegetação; Derrubada- geralmente feita manualmente, mas algumas famílias já têm acesso ao motoserra;Queima – geralmente ocorre de setembro a outubro; Encoivaramento ou enleiramento- feito quando a queimada deixa ainda muitos pedaços de madeira, o que dificultaria ainda mais os tratos culturais e a colheita; Plantio – as famílias costumam fazer plantios consorciados com mandioca, milho e arroz, cultivos principais, e diversificado com macaxeira, abóbora e fruteiras.

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O tamanho da abertura na mata ou capoeira (vegetação secundária com mais de 5 anos) para plantio de cultivos anuais como mandioca,milho e arroz varia de acordo com o tamanho da família e sua necessidade de consumo e, esporadicamente, de venda ou troca. Também é muito comum a doação de mandioca entre as famílias e o uso de uma mesma roça de mandioca para mais de uma família (parentes, geralmente). Algumas famílias costumam aumentar a área de plantio, já prevendo o ataque de animais silvestres que causam aé perda total do plantio. As áreas de abertura na mata e na capoeira variam de 01 a 12 linhas por ano, sendo que a média para cada família foi de 2,7 linhas por ano. Sendo que as famílias mais extensas e as que têm o hábito de se alimentar com arroz, faz aberturas maiores, variando de 02 a 08 linhas para o arroz e até 4 linhas para a mandioca.

3.3.1. As regras discutidas para o Plano de Manejo

As regras discutidas nas reuniões da comunidade estão no Quadro 1, no entanto, não está esclarecida a base técnica que se baseou e como foi considerada os dados dos diagnósticos realizados, pois deveria partir da análise aprofundada do impacto delas no sistema de produção e para melhoria da qualidade de vida dessa população.

A quantidade de abertura (derrubada) da mata para desenvolver algumas atividades agrícolas (roças de milho, arroz, mandioca e outras), ficou neste primeiro momento definida em trinta duas linhas (equivalente mais ou menos a 2 alqueires) por família, sendo que este está sendo um dos pontos mais polêmicos em relação as regras, pois muitos moradores acham que esta quantidade por família é muito pouco, mesmo concordando que até o momento boa parte das famílias não fazem grandes aberturas, mas os mesmos temem que a medida que a família vá crescendo esta quantidade se torne muito pouca.

Quadro 1. As regras de uso discutidas

Questão Regras estabelecidas (discutidas) Criação de gado Fica totalmente proibida

Abertura de mata para Plantio/família

32 linhas abertas, incluindo o que a família já tem de abertura atualmente; o mesmo que 2 alqueires ou 10 hectares por família

Pesca Apenas os moradores podem pescar, sem limite de quantidade por família, inclusive para comercialização. Entretanto, é proibido a pesca nos lagos onde há reprodução dos peixes.

Exploração madeireira Através de plano de manejo aprovado; mas algumas espécies serão liberadas para os moradores fazerem benfeitorias, canoas, etc, para uso próprio.

Caça Apenas para o consumo da família.

Criação de suínos Em sistema de confinamento, a 200 metros da margem do rio. Criação de aves Não tem limitação

Novos moradores Para entrar na RESEX a família precisa da autorização do ICMBio; deve ter a aprovação do Conselho da RESEX e do próprio morador

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Numa situação média com o uso atual do solo, significa que em 12 anos de abertura regulares na mata2, a família não terá mais áreas de mata para realização de plantios. No entanto, as famílias já não tem 32 linhas de mata, pois suas aberturas já constam com muita área secundária oriundas de plantios anteriores. Entretanto, as famílias costumam usar a vegetação secundária para plantio de mandioca

As famílias devem procurar áreas de solos com fertilidade química mais elevada e com melhores condições de estrutura do solo para cada tipo de plantio. Por exemplo, a escolha de áreas melhores para o plantio de cultivos perenes e agroflorestais, que não estejam distante da morada devido o ataque de animais silvestres e de melhor acesso.

Essa regra obriga à utilização do sistema de pousio que a curto e médio prazo é uma prática viável para implantar plantios de milho e mandioca, como as famílias fazem atualmente. Mas que em longo prazo leva a necessidade de uso de práticas mais intensivas em uso de mão de obra e de capital, como o uso de insumos externos como fertilizantes, para melhorar as características químicas dos solos, adubações orgânicas e herbicidas para controlar as plantas espontâneas (ou invasoras), o que aumentaria muito os custos da produção.

Alguns colocam que caso venham querer implantar outras culturas que até o momento não existem em suas moradas como, por exemplo, o cacau, pode precisar de mais área do que a habitual. Foi visto que o plantio de cacau, pimenta-do-reino e café foram citados em 32% das opções levantadas pelas famílias como atividades que pretendem incluir no sistema de produção (Figura 2).

Atividades que pretendem trabalhar (%)

16% 11% 10% 10% 8% 8% 7% 7% 5% 18% Cacau Diversas Castanha Arroz Seringa gado Feijão Pimenta Café Garimpo   Figura 2. Atividades que pretendem trabalhar (Rocha et al, 2005)

Pelos dados regionais, 01 hectare de cacau tem em média 1.100 pés, com produção média de 400g por pé, ou seja, 440kg/ha. Isso, numa situação mais desfavorável de preço (R$1,00), representaria renda muito baixa de acordo com o tempo de trabalho a ser dedicado a implantação, tratos e colheita da cultura. Considerando que 01 UTH (unidade de trabalho homem = 260

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dias/ano) poderia manejar até 6 hectares, em sistema (ou modelo) com práticas pouco intensivas (Sablayrolles et al, 2003). A cultura de cacau é interessante para aumentar a renda familiar e por ser um sistema adaptado a agrofloresta, incluindo a não necessidade de abertura total da mata para sua implantação, podendo também usar vegetação secundária (capoeirão) de 15 anos ou mais. A existência de técnicas de raleamento da mata e plantio sem o uso do fogo pode são alternativas viáveis para o uso na área.

A caça pode ser realizada somente pelos moradores da RESEX para fins de consumo, sendo proibida a venda. A pesca também fica restrita aos moradores dentro da reserva, sendo que fica proibida a pesca nos lagos onde acontece a reprodução dos peixes. Pode ser realizada a comercialização do pescado excedente.

Em relação à criação de pequenas criações foi acordado que as aves podem ser criados livremente e sem restrição em relação à quantidade por família, e a criação de suínos ficou estabelecido que os mesmos podem ser criados, porém devem ficar presos e a uma distância mínima de 200 metros da beira do rio.

Em relação a exploração de madeira ficou definido que algumas espécies, como o mogno (Swietenia macrophylla), maçaranduba (Manilkara huberi (Ducke) Stand) entres outras vão precisar de um plano de manejo para serem utilizadas, já outras como jatobá (Hymenaea Courbaril) e cedro podem ser utilizadas pelos moradores para fins de utilização da família.

A respeito da entrada de novas pessoas para morarem na reserva, ficou acertado que primeiro tem que ter uma autorização da família de um algum morador da reserva através de um documento escrito, depois deve ser apresentado na reunião do Conselho Deliberativo da RESEX e por último deve passar pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBio. Em relação à construção de uma nova moradia, ela pode ser feita desde que seja respeitado o limite máximo de 100 metros de largura, não podendo ultrapassar esse tamanho.

No caso de casamento dos filhos, constituindo novas famílias, os mesmos poderão fazer aberturas de até 32 linhas em outra morada. No entanto, não foram definidas áreas específicas que serão reservadas para estas novas moradas para instalação dos filhos casados. O que causa muitos desentendimentos, pois as famílias visualizam que estes não teriam outro lugar para se instalarem, aumentando a pressão sobre as 32 linhas.

Também ainda não foram definidas as áreas de uso comum, por exemplo, os castanhais, andirobais e copaibais em áreas sem moradores e que tem grande potencial e, atualmente são compartilhados por várias famílias.

As famílias manifestaram o interesse de mudar as atividades de seus sistemas de produção, visualizando melhoria na estrutura de comercialização e crédito com a criação da Reserva, além da percepção do enfraquecimento de mercado e produtividade dos atuais produtos extrativistas comercializados in natura (castanha,copaíba e seringa). Assim, o Plano de Manejo deve

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considerar essas tendências de estratégias familiares. Pois, conforme Costa (2000), todas as reservas extrativistas necessitam de investimento para formar sua economia, principalmente porque a base do extrativismo da maioria delas carece de políticas de preço e mercado par sustentação econômica.

4. Conclusão

Entendendo que a criação da reserva extrativista, além da estratégia conservacionista, é também o reconhecimento do direito a terra e a melhores condições de vida destas populações negadas de cidadania por dezenas de anos pelo Estado, faz-se urgente apoiar estas populações para fortalecimento de sua organização e expandir suas capacidades de intervenção nos diversos instrumentos de gestão da reserva extrativista.

A boa gestão da RESEX está associada à capacidade dos moradores se organizarem e defenderem suas estratégias de permanência na área e a participação efetiva no processo. Entendendo participação como a possibilidade de diálogo entre diferentes grupos sociais e instituições, sejam em termos de saberes, concepções e interesses. Nesta linha, primeiramente é preciso reconhecer as diferenças e enfraquecer as relações clientelísticas e de subordinação. No entanto, trata-se de um processo que requer tempo para entender os diversos interesses em jogo e por parte de quem vem de fora, de entender os saberes locais e as estratégias familiares em questão.

5. Referências bibliográficas:

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Acesso em 29 abril 2008

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BRASIL. Decreto de 8 de Novembro de 2004. Dispõe sobre a criação da Reserva Extrativista Riozinho do Anfrísio, no Município de Altamira, no Estado do Pará, e dá outras providências. In: Diário Oficial da União, Brasília. Edição Número 215 de 09/11/2004.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Secretaria de Biodiversidade e Florestas. Diretoria do Programa Nacional de Áreas Protegidas ARPA. Áreas Protegidas da Amazônia. Volume 1. Número 1. Brasília. DF, 2007. 79 p.

BRASIL. INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 01, DE 18 DE SETEMBRO DE 2007. Disciplina as diretrizes, normas e procedimentos para a criação de Unidade de Conservação Federal das categorias Reserva Extrativista e Reserva de Desenvolvimento Sustentável

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COSTA, S. S. M. . Caracterização ambiental da Reserva Extrativista Chico Mendes (Acre-Brasil): subsídios ao Plano de Manejo (Tese). São Carlos– SP, Universidade Federal de São Carlos, Programa de Pós-graduação em Ecologia e Recursos Naturais.2000.

ROCHA, C., AMORIM, P., SALGADO, I. e CARVALHO, S...Diagnóstico sócio-econômico da RESEX Riozinho do Anfrísio. Altamira. UFPA/LAET.2005.

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SALAZAR M. ; RIBEIRO A., TIERNO C., TEIXEIRA I., STRAATMANN J., NEVES L.; SPOSITO R.; SANTOS R.; VASCONCELOS Diagnóstico socioeconômico, cadastramento e formação do conselho deliberativo. Altamira,2008

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