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UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA FACULDADE DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS HUMANAS CURSO DE LETRAS

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS

NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

FACULDADE DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS HUMANAS

CURSO DE LETRAS

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Antônio Ramos de Oliveira Neto Marcia Caetano Cordeiro

Pâmela Assis de Souza Sarah da Silva Moreira Thais de Paula Turesso Corrêa

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A intertextualidade nos quadrinhos da Turma da Mônica

Autor(es): Antônio Ramos de Oliveira Neto [1] Marcia Caetano Cordeiro [2]

Pâmela Assis de Souza [3] Sarah da Silva Moreira [4] Thais de Paula Turesso Corrêa [5]

RESUMO

As histórias em quadrinhos da “Turma da Mônica” não refletem apenas diálogos entre diversos textos, elas estimulam a leitura e a escrita. O objetivo principal desse artigo é estudar a intertextualidade dentro do universo da Turma da Mônica, uma coletânea de Histórias em Quadrinhos (HQs) do autor Maurício de Souza. Selecionamos duas tirinhas de forma aleatória, com o propósito de investigar a presença ou ausência de intertextualidade, alusão e paródia, de acordo com as definições dadas pelos autores Koch, e Goldstein, Louzada e Ivamoto. Este gênero textual é provedor de rico material para estudo linguístico e uso didático em sala de aula, também, uma fonte apropriada de estudo de princípios como o dialogismo e a intertextualidade. Observa-se que a leitura de quadrinhos também induz à obtenção de cultura, entretenimento, conhecimento e, principalmente, educação. Diante disso, esperamos que esse artigo seja mais uma contribuição para os trabalhos realizados na área de Língua Portuguesa. Ele é apenas uma pequena contribuição para um leque de possibilidades.

Palavras-chave: Intertextualidade. Ensino. Dialogismo textual.

[1]Aluno do 6º semestre do curso de Letras da Universidade Metropolitana de Santos - Pólo Pancas – ES. E-mail: sdpmramos123@gmail.com

[2] Aluna do 6º semestre do curso de Letras da Universidade Metropolitana de Santos - Pólo Mauá – SP. E-mail: marcia29cae@gmail.com

[3] Aluna do 6º semestre do curso de Letras da Universidade Metropolitana de Santos - Pólo Divino- MG. E-mail: pamelaassisdesouza@hotmail.com

[4] Aluna do 6º semestre do curso de Letras da Universidade Metropolitana de Santos - Pólo Suzano –SP. E-mail: sarah_moreirah3@hotmail.com

[5] Aluna do 6º semestre do curso de Letras da Universidade Metropolitana de Santos - Pólo Tatuí – SP. E-mail: thaisturesso@gmail.com

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Muitas tirinhas surgiram ao longo dos anos, todavia, Maurício de Souza "conseguiu, realmente, o que nenhum dos outros desenhistas nacionais sequer poderia sonhar: êxito no Brasil e fama mundial" (LUYTEN, 1987, p.78). Ele também foi o único artista brasileiro a receber, em 1971, o prêmio Yellow Kid, o Oscar das HQ (IANNONE, L.; IANNONE, R., 1994).

As histórias em quadrinhos da Turma da Mônica não refletem apenas diálogos entre diversos textos, elas estimulam a leitura e a escrita. A semelhança de alguns personagens com os desafios e problemas reais, torna a ficção ainda mais atrativa.

Este artigo baseia-se no pressuposto de que, sendo o Brasil considerado um país de poucos leitores e tendo como importância a linguagem dos textos presentes em tirinhas que podem agregar e incentivar a leitura, como nas escolas de ensino fundamental, é viável trabalhar a intertextualidade utilizando as histórias em quadrinhos.

O objetivo principal desse artigo é estudar a intertextualidade, alusão, paródia dentro do universo da Turma da Mônica em uma coletânea de Histórias em Quadrinhos do autor Maurício de Souza.

A presente pesquisa faz parte do trabalho de conclusão de curso e é uma pesquisa bibliográfica sobre a intertextualidade nas HQs.

Reforçamos a ideia de que qualquer texto pode estabelecer relações intertextuais com outro texto, não apenas textos literários, mas a publicidade, a pintura, o filme, o outdoor. O texto também recorre à intertextualidade como estratégia de persuasão, isto é, está sempre utilizando recursos que chamem a atenção do receptor facilitando a interpretação e compreensão.

Selecionamos duas tirinhas da Turma da Mônica, de forma aleatória, com o propósito de investigar a presença ou ausência de intertextualidade, alusão, paráfrase, paródia etc..., de acordo com as definições dadas pelos autores citados anteriormente: Koch, e Goldstein, Louzada e Ivamoto.

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A intertextualidade está presente em todas as formas de textos, seja ele literário ou não literário, verbal ou não verbal, e até mesmo nas artes. Então é possível notar que todo texto é originado de outro texto de forma direta ou indiretamente. E isto é notório quando se tem o hábito da leitura, quando se está constantemente lendo os diversos tipos de textos, seja ele antigo, atual, literário, cientifico ou teatral. Quem está sempre lendo, percebe que um texto referencia, dialoga constantemente com outro texto, seja em citação direta ou indireta. Assim, toda leitura que fazemos de certa forma é intertextual, pois quando lemos fazemos associações a outras leituras (CERQUEIRA, 2013).

Assim, entendemos por paródia uma forma de apropriação de um texto em que há rompimento sutil ou abertamente com o texto de origem, é uma inversão proposital do sentido de um texto, por meio da ironia, da sátira (PAULINO, WALTY E CURY, 1995, p. 28).

Os princípios da Linguística textual norteiam a nossa pesquisa, cujo foco serão os conceitos relacionados à intertextualidade. Considerando os quadrinhos como um recurso de análise textual bastante dinâmico, além de literatura de entretenimento para crianças e adultos e como destaque no âmbito dos estudos literários.

1.2. A Intertextualidade e as Histórias em Quadrinhos

A história em quadrinho é rica em recursos visuais e verbais, além de retratar fatos cotidianos. É um recurso muito utilizado para materializar acontecimentos de forma leve e divertida. Os autores enriquecem suas produções com referências alusivas a outros textos, produções artísticas, literárias, musicais ou fatos políticos, sociais ou culturais, realizando conexões com outros textos fora do texto que está sendo produzido. Desse modo, faz-se necessário o reconhecimento das relações dialógicas entre diversos textos e contextos além do exercício das inferências extratextuais para o sucesso da compreensão da mensagem da obra pretendida. A presença da intertextualidade é tão influente que GOLDSTEIN a definiu como:

(...) um conjunto de procedimentos textuais que indicam a existência de um diálogo com outro texto. Localizados em algumas passagens textuais, esses procedimentos funcionam como pistas que remetem o leitor para outro texto com o qual o autor estabelece diálogo. Desse modo, o leitor tem condições de compreender melhor o que lê (GOLDSTEIN, 2009, p.47).

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De acordo com Koch (2015, p.143) a intertextualidade será explícita quando, no próprio texto, é feita menção à fonte do intertexto, como acontece nas citações, referências, menções, resumos, resenhas e traduções, na argumentação por recurso à autoridade, bem como, em se tratando de situações de interação face a face, nas retomadas do texto do parceiro, para encadear sobre ele ou contraditá-lo.

Por vezes, a intertextualidade decorre da retomada de outro texto de modo parcial ou total. Isso ocorre por meio da transcrição fiel ou aproximada do texto retomado, ora conservando o mesmo ponto de vista, ora divergindo dele. No primeiro caso, temos a paráfrase. No segundo, a paródia, que, por adotar outro ponto de vista, geralmente revela-se crítica. (GOLDSTEIN, LOUZADA, IVAMOTO, 2009, p.47).

Diante do exposto, verificamos que a história em quadrinhos, por ser um texto rico em elementos textuais e imagéticos, além de sua forte relação com o contexto de produção, é uma ferramenta rica para exploração do fenômeno da intertextualidade.

2. Análise

No que tange ao gênero textual HQ, Eguti (2001) afirma que os quadrinhos têm como objetivo principal a narração de fatos, tentando reproduzir uma fala natural, na qual os personagens interagem face a face, expressando-se por palavras e expressões faciais e corporais. Essa tentativa de reprodução da fala informal é feita mediante interjeições, onomatopeias, gírias, e ainda expressões dos personagens através do desenho.

Selecionamos duas formas distintas para fazer esta análise, de acordo com os pressupostos apresentados, uma capa de uma revista em quadrinhos e uma tirinha.

Na primeira HQ selecionada, a capa (figura 1), tem como personagens Cebolinha, Cascão e a Mônica. Eles reencenam um pôster do filme “Homem de Ferro”.

Primeiramente, analisamos a capa de uma das revistinhas da Turma da Mônica, onde o autor Maurício de Sousa utilizando da intertextualidade faz uma paródia do famoso e aclamado filme “Homem de Ferro”, reescrevendo como a releitura em “Coelho de Ferro”. Para que o leitor entenda mais profundamente a capa da revistinha, é preciso que ele tenha conhecimento do filme “Homem de Ferro”, pois o repertório textual do leitor é extremamente importante para a construção de sentido e do entendimento do texto.

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Figura 1 – História em quadrinhos 1 (Publicada em Junho de 2011 – Panini Comics nº 26).

Fonte: Guia dos Quadrinhos, 2011.

A paródia trata-se de uma releitura cômica, geralmente envolvida por humor e ironia e que altera o sentido original, criando assim, um novo texto.

Nesta edição, o autor utilizando o recurso implícito, desperta no leitor a curiosidade pela leitura, fazendo alusão ao homem de ferro com o coelho forte da Mônica, que está sempre dando uma surra no Cebolinha e no Cascão.

Segundo o trabalho de Verdulini (2007), o autor Mauricio de Sousa valoriza o leitor mais atento, pois, à medida que intertextualiza com as mais diversas fontes, muitas vezes de forma sutil e implícita, conta com um conhecimento de mundo mais amplo do mesmo. Uma vez que a percepção dos recursos utilizados depende exclusivamente do leitor, conclui-se que o leitor adulto percebe isso muito mais, devido a seu conhecimento de mundo ser maior do que o da criança.

Para Amarilha (2009), a relevância da paródia na formação leitora pode ser assinalada pelos diferentes aspectos com os quais estimula a cognição, a inserção na cultura e a desenvolver atitude crítica diante do conhecimento que o contato com esse gênero de texto propicia. Do ponto de vista dos processos de ler, a relação entre um texto paródico e sua possível matriz leva o leitor a seguir o propósito de associar um texto a outro para poder dessa tarefa relacional atribuir significados ao que lê. Maurício de Sousa prefere trabalhar determinados temas de forma velada, às vezes por meio de fábulas para que a revista não se torne pesada demais no realismo (VERDULINE, 2007).

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Na segunda tirinha de HQ (figura 2), observamos no primeiro quadro que o personagem Cascão está na ponta de algo e pede, por favor, para alguém contar só mais uma mentira, no segundo quadrinho vemos o personagem Pinóquio aborrecido pelo pedido do Cascão. Cascão que odeia se molhar e tem fobia a água precisa que ele conte só mais uma mentira para chegar são e seco do outro lado do riacho, contudo, para entender a intertextualidade presente, com a alusão ao conto de fadas de Pinóquio e a paródia que o autor faz ao criticar as ações destes dois personagens com ironia, é preciso conhecer os textos.

Figura 2 – História em quadrinhos 2 (Publicada em 1999).

Fonte: Souza (1999).

A alusão faz “uma leve menção a um texto ou a um de seus componentes em um segundo texto” (PAULINO, WALTY E CURY, 1995, p. 29). Como exemplo nós temos uma expressão muito utilizada que é a expressão “presente de grego”, que significa presente ou oferta que só traz prejuízo, mas que ao ser utilizada, só fará sentido para quem conhece a história da Guerra de Tróia.

Nota-se que o autor utiliza de vários recursos e é necessário que tenhamos conhecimento prévio das obras referenciadas para que possamos ver esse dialogismo presente.

Verdulini (2007) ainda afirma que desde o início das revistas, nos anos 70, o quadrinhista teve uma preocupação em misturar a fantasia e o imaginário com acontecimentos reais, algo que de fato pudesse acontecer no universo infantil, para uma maior aproximação com as crianças; além de preencher as histórias com eventos atualizados de cada época. No entanto, no anseio de atingir o cômico e preservar o público conquistado na tenra idade, os recursos intertextuais foram se tornando mais

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específicos, sofisticados, e o que se vê hoje são histórias plenas de alusões, citações, paródias e paráfrases das mais variadas fontes do mundo real: filmes, contos de fadas, clássicos da literatura universal, músicas e programas de televisão. Sejam elas discretas ou audaciosas, estão cada vez mais presentes nas historinhas, sempre buscando atingir o riso com o que há de mais recente na mídia.

3. Considerações Finais

As histórias em quadrinhos da Turma da Mônica do autor Mauricio de Sousa são provedoras de rico material para estudo linguístico e uso didático. Também, fonte apropriada de estudo de princípios como o dialogismo e a intertextualidade. Observamos que a leitura de quadrinhos também induz à obtenção de cultura, entretenimento, conhecimento e, principalmente, educação. Diante disso, esperamos que esse artigo seja mais uma contribuição para os trabalhos realizados na área de Língua Portuguesa. Ele é apenas uma pequena contribuição para um leque de possibilidades.

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AMARILHA, Marly. História em quadrinhos e literatura infantil: a paródia na

formação do leitor. Revista Educação em Questão, Natal, v. 36, n. 22, p. 56-73,

set./dez. 2009.

CERQUEIRA, Ana Lucia Correia. A intertextualidade nas aulas de língua

portuguesa do ensino médio. Universidade Federal da Paraíba. Camaçari – Pb, 2013.

EGUTI, Claricia Akemi. A representatividade da oralidade nas histórias em

quadrinhos. São Paulo: Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP,

2001.

GOLDSTEIN, Norma Seltzer; LOUZADA, Maria Silvia; IVAMOTO, Regina. O texto

sem mistério: leitura e escrita na universidade. São Paulo: Ática, 2009. p. 47-56.

IANNONE, Leila Rentroia; IANNONE, Roberto Antonio. O Mundo das Histórias em

Quadrinhos. 2. ed. São Paulo: Moderna, 1994. (Coleção Desafios).

KOCH, Ingedore G. Villaça. Introdução à linguística textual: trajetória e grandes temas. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2015. p. 142-151.

LUYTEN, Sonia M.Bibe. O que é história em quadrinhos. 2. ed. São Paulo: Brasiliense, 1987.

PAULINO, Graça; WALTY Ivete e CURY Maria Zilda. Intertextualidade teoria e

prática. 2ª edição. Belo Horizonte/ MG: Editora Lê, 1995, p. 28-29.

QUADRINHOS, Guia dos. Clássicos do Cinema – Turma da Mônica nº 26. Disponível em: < http://www.guiadosquadrinhos.com/edicao/classicos-do-cinema-turma-da-monica-n-26/cl011100/91918>. Acesso em: 20 de maio de 2017.

SOUZA, Maurício de. Página de tirinhas 30. História em quadrinhos publicada no Portal da Turma da Mônica, 1999. Disponível em:

http://turmadamonica.uol.com.br/tirinhas/index.php?a=30>. Acesso em: 20 de maio de 2017.

VERDOLINI, Thaís Helena Affonso. Turma da Mônica: trajetória intertextual em 40 anos de história. 2007. 193 f. Dissertação (Mestrado em Letras) – Universidade

Referências

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