O mundo está na vitrine da Levi’s em Curitiba
Lojista fala da variedade do mix que traz o ícone ‘jeans 501’ de 140 anos de idade
Por Denise Mello - junho-2013
garantido na vitrine de todas as lojas da grife espalhadas pelo planeta. Em Curitiba, a peça tem endereço certo nas quatro lojas da franquia nos Shoppings Mueller, Curitiba, Estação e
Palladium.
A primeira loja da capital paranaense foi inaugurada ainda em 1986, quando o Mueller dava seus primeiros passos. O diretor comercial da Levi’s em Curitiba, André Brami, diz que já naquela época o sucesso do jeans era imenso. “Era até mais forte do que hoje. Foi nessa época que a Levi’s chegou ao Brasil com operação própria no país, já trabalhando com franquias. Hoje, muito pouco é produzido aqui, a maioria das peças vem de fora”, explica o diretor.
A Levi’s seguiu a mesma tendência de operações no mundo globalizado adotada pela gigante Zara. É possível encontrar em uma loja de Curitiba, por exemplo, uma camiseta de
Bangladesh, uma calça produzida na China e um casaco feito nos Estados Unidos. “A empresa reúne a produção mundial que chega a vários centros de distribuição do mundo. Tudo isso dentro de uma logística extremamente eficiente”, diz Brami.
Hoje, em razão da eficiência logística, as lojas da marca não precisam trabalhar com grandes estoques. A reposição é rápida, salvo os problemas burocráticos de importação. “Algumas vezes, pelos produtos serem importados, há alguma retenção um pouco mais demorada na Receita Federal, mas nada que atrapalhe nosso fluxo de mercadorias”, completa o lojista. Ao gosto do cliente
O cliente entra na Levi’s sabe o que quer e é absolutamente fiel à marca. Sabe como um jeans 501 veste em seu próprio corpo e não abre mão do conforto, praticidade e estilo. Ainda assim, a Levi’s ampliou o mix e oferece também uma grande linha de camisetas, casacos, jaquetas e variações como a calça de sarja e bermudas. Aposta também nas parcerias. “Recentemente a Levi’s lançou uma calça jeans em parceria com a Nike própria para skatistas. Outra parceria é com a 3M, com o lançamento de um jeans de elastano, feito especialmente para o ciclista”, explica o diretor.
Brami conta que, um tempo atrás, a predominância dos clientes Levi’s era masculina. Hoje, a média é de 60% homens e 40% mulheres. Como a grife conseguiu atrair o público feminino? Tirando medidas. Isso mesmo. Foi só quando a Levi’s, há dois anos, fez uma pesquisa sobre o corpo e as preferências de 10 mil mulheres em todos os cantos do mundo, que foi possível modelar o jeans da marca de uma forma que atendesse a grande maioria das clientes. “Após essa pesquisa, a Levi’s criou quatro fits principais respeitando as curvas de vários tipos físicos de mulheres. Para você ter uma ideia, antes dessa pesquisa, a grife tinha 19 modelos de calças femininas, mas que só atendiam 40% dessas 10 mil mulheres pesquisadas. Com os quatro modelos, esse índice pulou para 80%”, diz Brami. Foi o fim da calça que, quando entra na coxa, fica larga na cintura.
O diretor comercial da Levi’s em Curitiba diz que, apesar do momento de incerteza diante de todas as manifestações pelo país, a perspectiva é positiva com relação as vendas para 2013. “Tivemos um Dia dos Namorados um pouco atípico em razão do clima, mas estamos bastante otimistas principalmente em função do inverno já que as temperaturas caíram. Ano passado praticamente não houve frio no Sul do Brasil, já esse anos as temperaturas estão baixas, o que ajuda bastante nas vendas”.
Brami afirma que o grupo trabalha com a possibilidade de abertura de novas lojas em
shoppings de Curitiba, mas, por enquanto, os planos de expansão estão em fase de estudos. O que já está definido é a abertura de uma segunda loja em Porto Alegre, capital cuja franquia também pertence ao mesmo grupo. Em Porto Alegre temos uma loja com características muito parecidas com as de Curitiba, até em função do clima. A única diferença é que lá o ticket médio é maio; ou seja, os gaúchos gastam um pouco mais que os curitibanos”.
Por aqui, a loja do Mueller é a mais tradicional, até por ser a primeira. “A loja do Mueller é uma referência da Levi’s em Curitiba, principalmente em razão de ter sido a primeira a ser
O grupo também tem duas lojas multimarcas no centro de Curitiba: a DPR, localizadas na Rua XV de Novembro e na Praça Osório. Só nas lojas Levi’s são cerca de 80 funcionários. “Temos uma rotatividade de mão de obra até mais baixa que os outros lojistas. Os gerentes das nossas quatro lojas exclusivas da grife estão conosco há mais de cinco anos, por exemplo. Isso
acontece não só em função da questão financeira, mas também em razão dos incentivos que damos e da atenção ao convício social entre os colaboradores”, finaliza.
Talvez a marca mais famosa de roupas do mundo, os fundadores da Levi Strauss & Co. foram os inventores do jeans. Em meados de 1800 durante a Califórnia Gold Rush um jovem
imigrante alemão viajou para San Francisco com a intenção de abrir uma filial na costa leste da empresa novaiorquina do irmão. O nome desse jovem era Levi Strauss. Após a sua chegada, ele foi perguntado por um garimpeiro que estava vendendo. Ao ser informado que ele estava vendendo lona grosseira para barracas e carroças o garimpeiro disse que ele deveria vender calças, porque não ele conseguia encontrar nenhuma que fosse forte o suficiente para durar.
O comentário claramente ficou ecoando na memória de Strauss. Em vez de vender suas lonas para fazer a barraca, ele as transformou em um macacão de cintura alta. Enquanto eles se mostraram populares entre os mineiros que se queixaram do atrito do tecido dos macacões anteriores, Strauss dedicou-se na fabricação de um pano de algodão francês chamado “sarja de Nimes” – a partir do qual obtemos o agora comum “denim” que nada mais é do que uma espécie de jeans. Isso foi em 1853 e a Levis Strauss & Company foi fundada. Vinte anos depois, a empresa começou a trabalhar no projeto com os bolsos costurados. Trabalhando com o alfaiate David Jacobs, Strauss desenvolveu o processo de colocar rebites de metal no jeans para o reforço do mesmo e a partir daí a marca não parou mais.
