• Nenhum resultado encontrado

ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL DA MICRO E PEQUENA EMPRESA NO PARANÁ (IDMPE) GUARAPUAVA, REGIÃO E GRANDES MUNICÍPIOS

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL DA MICRO E PEQUENA EMPRESA NO PARANÁ (IDMPE) GUARAPUAVA, REGIÃO E GRANDES MUNICÍPIOS"

Copied!
25
0
0

Texto

(1)

ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL DA MICRO E PEQUENA EMPRESA NO PARANÁ (IDMPE) – GUARAPUAVA, REGIÃO E GRANDES

MUNICÍPIOS

Sérgio Cristóvão Zarpellon1 Magda Aparecida da Silva2

RESUMO: Este artigo apresenta o Índice de Desenvolvimento Municipal da Micro e Pequena Empresa (IDMPE) de 2008, 2009 e 2010 do município de Guarapuava, seus oito municípios limítrofes e dos demais municípios do Estado do Paraná com mais de 120 mil habitantes. Os Índices foram levantados por meio de pesquisa exploratória, descritiva e bibliográfica e através da coleta de dados em fontes secundárias. Os Índices apontaram, principalmente, a precária situação do ambiente institucional na maioria dos municípios estudados, demonstrados, por exemplo, pelo atraso na aprovação e regulamentação da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, levando-se a inferir que persistem nos governos em todos os níveis, e na própria sociedade, um descaso em relação às políticas públicas, que possam ir além de percepções e de boas intenções. As utilizações desses índices podem auxiliar nos debates e análises, no contexto local e estadual, visando à geração de emprego e renda, através do fomento à criação e sustentabilidade das Micro e Pequenas Empresas, enfim, ao empreendedorismo.

Palavras-chave: IDMPE; Empreendedorismo; Políticas Públicas; Guarapuava; Paraná.

1 INTRODUÇÃO

A finalidade deste artigo é destacar o Índice de Desenvolvimento Municipal da Micro e Pequena Empresa (IDMPE) de 2008, 2009 e 2010 do município de Guarapuava e de oito municípios limítrofes – Campina do Simão, Candói, Cantagalo, Goioxim, Inácio Martins, Pinhão, Prudentópolis e Turvo e, também, esses mesmos Índices de Guarapuava e municípios do Estado do Paraná com mais de 120 mil habitantes.

Esse Índice foi criado pelo SEBRAE/PR em parceria com o Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP), em função da criação da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa (Lei Complementar 123/2006). O Índice procura retratar em três dimensões a

1 Professor Mestre em Administração na Faculdade Guarapuava, e-mail: sczarpellon@bol.com.br 2

(2)

realidade do ambiente local, para a geração de emprego e renda através da criação de micro e pequenas empresas.

Baseando-se em Vergara (2007), realizou-se uma pesquisa exploratória, descritiva e bibliográfica, através da coleta de dados de fontes secundárias, consultas a artigos publicados, livros, sites, jornais, entre outros.

Ainda, visando evidenciar a importância das Micro e Pequenas Empresas no contexto econômico e social do Brasil e de outros países, foram destacados estudos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicadas (IPEA), em 2010, e do Global Entrepreneurship Monitor (GEM), em 2012, sobre empreendedorismo e geração de empregos.

Este artigo não esgota o tema em si, mas, de qualquer maneira, poderá auxiliar os municípios, as organizações locais, as empresas em geral e, ainda, as instituições de ensino, professores, estudantes e outros interessados em discussões sobre a situação do ambiente local para o fomento ao empreendedorismo, visando, por exemplo, à criação e consolidação de empresas.

Finalmente, a estrutura deste artigo apresenta o referencial teórico relacionado ao tema, os estudos do IPEA e do GEM e a formação dos Índices do IDMPE. Também, apresenta os principais Índices dos municípios foco do estudo, as considerações finais, os limites do estudo, algumas sugestões e suas possíveis contribuições aos municípios.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Inicialmente, destacam-se alguns conceitos de empreendedorismo e políticas públicas. Após, verificam-se estudos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicadas (IPEA) e do Global Entrepreneurship Monitor (GEM) sobre empreendedorismo e geração de empregos.

(3)

2.1 EMPREENDEDORISMO E POLÍTICAS PÚBLICAS

O empreendedorismo é um fenônemo que há décadas vem sendo estudado em vários países e, notadamente, ampliou-se esses estudos, por exemplo, após o advento da chamada globalização, da mudança de paradigmas de que as grandes corporações eram as maiores geradoras de emprego e do desenvolvimento tecnológico sem precedentes.

Especificamente no Brasil, isso vem ocorrendo a partir da segunda metade da década de 1980, com avanços significativosnas décadas de 1990 e 2000. Grande parte das Instituições de Ensino Superior no Brasil já consagra em seus currículos a disciplina de Empreendedorismo.

Por outro lado, governos em todos os níveis (federal, estadual e municipal) em maior ou menor grau, de alguma maneira reconhecem a importância dos micros e pequenos empreendedores através de ações, muitas vezes tardias, que possam promover esse fenômeno visando o desenvolvimento econômico e social.

Estudos atestam que o empreendedorismo pode ser desenvolvido por qualquer pessoa que tenha uma motivação nessa direção.

Nesse sentido, Drucker (1998, p. 34) afirma que:

[...] qualquer indivíduo que tenha à frente uma decisão a tomar pode aprender a ser um empreendedor e comportar-se empreendedorialmente. O empreendimento é um comportamento e não um traço de personalidade. E suas bases são o conceito e a teoria e não a intuição.

Portanto, verifica-se que a vontade do empreendedor é central no processo de busca de mudanças e oportunidades de negócios.

Por sua vez, Fillion (2004, p. 31) destaca que “[...] o empreendedor imagina, desenvolve e realiza visões”.

Nesse conceito de Fillion constatam-se três ações fundamentais para o processo de empreender: o uso da criatividade, do planejamento e do “pegar para fazer”, ou da realização propriamente dita.

Para o autor Dolabela (1999, p. 32), o nascimento de novas empresas está ligado à criatividade do empreendedor e sua percepção de mercado, afirmando ainda que:

[...] a pequena empresa surge em função da existência de nichos mercadológicos, ou seja, lacunas de necessidades não atendidas pelas grandes empresas e pela produção de massa. Por isto, seu crescimento está intimamente ligado à criatividade: o

(4)

empreendedor tem que perceber o mercado de forma diferenciada, ver o que os demais não percebem.

Assim, verifica-se nesse conceito a importância da iniciativa, não somente dos empreendedores, mas, também, da necessidade da existência de um ambiente favorável para empreender, em qualquer ambiente, mercado ou sociedade.

Por outro lado, as políticas públicas podem ser entendidas como as mais variadas ações de governos em todos os níveis, as quais devem buscar, de alguma maneira, atender as expectativas da população.

O autor Marques (2003, p. 47) cita que as políticas públicas “[...] são definidas pela interação entre atores no interior dos ambientes institucionais e relacionais presentes nas comunidades políticas. As dinâmicas políticas são resultado dessas interações”.

Portanto, a participação da população e de suas organizações no processo de construção das políticas públicas é central para o desenvolvimento econômico e social.

Outro conceito de políticas públicas é apresentado pelo SEBRAE MG (2008, p. 5), onde cita que as políticas públicas:

[...] são o conjunto de ações e decisões do governo, voltadas para a solução (ou não) de problemas da sociedade. Dito de outra maneira, as Políticas Públicas são a totalidade de ações, metas e planos que os governos (nacionais, estaduais ou municipais) traçam para alcançar o bem-estar da sociedade e o interesse público.

Assim, verifica-se o grande desafio dos governos, em todos os níveis, para traçarem as políticas públicas, mas, não necessariamente, as mesmas resolvem todos os problemas da sociedade.

Na sequência, verificam-se estudos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicadas (IPEA) em 2010, e do Global Entrepreneurship Monitor (GEM) em, 2012.

(5)

2.2 ESTUDOS DO INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA (IPEA) SOBRE A GERAÇÃO DE EMPREGOS NO BRASIL, NO PERÍODO DE 1989 A 2008

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) é uma fundação pública federal e tem como um de seus objetivos desenvolver e fomentar atividades de pesquisa que visem, por exemplo, auxiliar ações do governo na formulação e reformulação de políticas públicas.

Em fevereiro de 2010, o IPEA divulgou um estudo que analisa a geração de emprego no Brasil no período de 1989 a 2008, ou seja, num período de 20 anos.

Esse período coincide com grandes fatos históricos tais como: fim da reserva de mercado, abertura das fronteiras econômicas, através da chamada globalização, privatizações, avanços tecnológicos sem precedentes, como a advento da internet, entre outros.

Nesse estudo constatou-se que a geração de emprego nas micro e pequenas empresas passaram de 14,1 milhões para 31 milhões de vagas, representando um crescimento de aproximadamente 119%. Isso representa que, esse segmento, gerou dois de cada três empregos no Brasil, no período estudado (IPEA, 2010).

O estudo prevê, ainda, um potencial de geração de 19,3 milhões de empregos, somente em setores não agrícolas, até 2020, onde, cerca de 50% desses empregos deverão surgir dos empreendimentos de pequeno porte (IPEA, 2010).

Em vista dessas constatações, o IPEA alerta o Brasil destacando que o país:

[...] precisa rever o papel do conjunto das políticas públicas voltadas aos empreendimentos com até dez ocupados. A reordenação das políticas macroeconômicas e sociais capaz de atender à plenitude das especificidades dos pequenos empreendimentos constitui o desafio inadiável em termos de escala e orientação de ações coordenadas nos campos tributário, creditício, de comércio, tecnologia e assistência técnica, previdência social, formação e qualificação de mão de obra e relações de trabalho. (IPEA 2010, p. 14-15).

Os números identificados pela pesquisa do IPEA sobre a geração de emprego, num período de 20 anos, através das micro e pequenas empresas, não deixam dúvidas sobre a importância estratégica desse segmento para a economia brasileira e, consequentemente, para o desenvolvimento do país.

(6)

2.3 ESTUDOS SOBRE EMPREENDEDORISMO DO GLOBAL ENTREPRENEURSHIP MONITOR (GEM)

O projeto de pesquisa do Global Entrepreneurship Monitor (GEM) fruto de uma parceria entre Babson College e London Business School, iniciou-se em 1999, com 10 países. Em 2012, participaram 69 países, onde, nesse ano, o Brasil completou a sua 13ª participação.

Esse projeto objetiva a geração e a divulgação de informações sobre a atividade empreendedora no âmbito mundial.

No Quadro 1 destacam-se alguns parâmetros relacionados ao GEM 2012:

Parâmetros do GEM Objetivos

Medir a diferença entre o nível empreendedor entre os países que participam do trabalho e descobrir os fatores favoráveis e limitantes à atividade empreendedora no mundo, identificando as políticas públicas que possam favorecer o empreendedorismo nos países envolvidos.

Propósito Medir o envolvimento dos indivíduos na criação de novos negócios, ou seja, o empreendedor

em estágio inicial. Atividades

de pesquisa

Levantamento de dados junto à população com idade entre 18 e 64 anos e a obtenção de opiniões de profissionais e empreendedores sobre as condições existentes nos países para o desenvolvimento de novos negócios.

Medida

Adota a Taxa de Empreendedores em Estágio Inicial – TEA, a qual inclui os indivíduos que estão no processo de iniciar um negócio bem como aqueles que estão conduzindo negócios novos há menos de 42 meses.

Adota também a análise de empreendedores de negócios já estabelecidos. QUADRO 1 - Parâmetros do GEM.

Fonte: Elaborado pelos autores a partir do GEM (2012, p. 19-20).

No estudo realizado no Brasil, pelo GEM, verificam-se constatações importantes relacionadas à postura da população em relação à atividade empreendedora.

Por exemplo, quando os entrevistados foram perguntados pelo GEM “[...] se a maioria das pessoas considera o início de um novo negócio como uma opção desejável de carreira”, constatou-se que 89% dos entrevistados concordaram com essa afirmação colocando o Brasil na segunda posição, dentre os países pesquisados (GEM, 2012, p. 28).

Por sua vez, quando os entrevistados foram questionados “[...] se os que alcançam sucesso ao iniciar um negócio têm status e respeito perante a sociedade”, verificou-se que 86% dos entrevistados concordaram com essa afirmação, posicionando o Brasil na quinta colocação, dentre os países pesquisados (GEM, 2012, p. 28).

Por outro lado, quando os entrevistados foram perguntados “[...] se na mídia frequentemente aparecem histórias sobre novos negócios bem sucedidos”, constatou-se que

(7)

86,2% dos entrevistados concordaram com essa afirmação, colocando o Brasil na primeira posição, dentre os países pesquisados (GEM, 2012, p. 28).

Em 2012, o GEM (2012, p. 28-29) questionou os entrevistados pela primeira vez sobre qual seria o sonho do brasileiro, visando “comparar o desejo de ter um negócio próprio com outros desejos”, conforme Quadro 2:

Sonhos da população adulta brasileira Proporções em %

Viajar pelo Brasil 50,2

Comprar a casa própria 48,0

Ter seu próprio negócio 43,5

Comprar um automóvel 36,4

Viajar para o exterior 33,0

Ter um diploma de ensino superior 31,6

Ter plano de saúde 29,9

Fazer carreira numa empresa 24,7

Ter seguro de vida 20,6

Ter seguro para automóvel 18,3

Casar ou formar uma família 16,1

Comprar um computador 15,2

QUADRO 2 - Sonhos dos brasileiros. FONTE: GEM (2012, p. 29).

*As proporções significam o percentual em que o sonho foi citado em relação à população de 18 a 64 anos.

Constata-se no Quadro 2 que o sonho de “Ter o seu próprio negócio” (43,5%) foi superado somente pelos desejos de “Viajar pelo Brasil” (50,2%) e de “Comprar uma casa própria” (48,0%).

Isso sugere que a população brasileira, na faixa de 18 a 64 anos, está propensa a empreender.

Também, no estudo do GEM 2012, procurou-se identificar, na avaliação de especialistas em empreendedorismo, os fatores favoráveis e os fatores limitantes para empreender no Brasil, comparando-se com os demais países participantes.

No Quadro 3, verificam-se as principais condições para empreender no Brasil:

Fatores favoráveis **Brasil Média países Fatores limitantes **Brasil Média países *Prop % *Prop % *Prop % *Prop % Clima econômico 62,1 21,2 Políticas governamentais 77,0 40,7 Normas Culturais e Sociais 41,4 21,2 Apoio financeiro 59,8 54,9 Infraestrutura Comercial e

Profissional 26,4 18,6 Educação e capacitação 39,1 30,3 QUADRO 3 - Fatores favoráveis e fatores limitantes para empreender.

FONTE: Elaborado pelos autores a partir do GEM (2012, p. 30-33).

*As proporções significam o percentual em que o fator foi citado em relação ao total de especialistas. **Brasil: Entrevistados do Brasil avaliando Brasil.

(8)

Sem dúvida, quanto aos Fatores Favoráveis, o Clima Econômico impacta positivamente, pois, para os especialistas “[...] em uma situação econômica mais favorável, as pessoas ficam mais estimuladas e fortalecidas para empreender, notadamente o empreendedorismo por oportunidade” (GEM, 2012, p. 29-30).

Por sua vez, quanto ao fator Normas Culturais e Sociais, os especialistas destacam que:

[...] o espírito empreendedor do brasileiro, que sonha em ser seu patrão e se obriga a se „virar‟ e persistir nas dificuldades, recorrendo a muita criatividade e jogo de cintura, contribui para o incentivo ao empreendedorismo. Aliado a isso, está a crescente valorização da figura do empreendedor na mídia e na sociedade. (GEM, 2012, p. 29-30).

Ainda, quanto ao fator Infraestrutura Comercial e Profissional, os especialistas afirmam que:

[...] o elevado acesso à informação que as pessoas possuem atualmente permite que elas descubram oportunidades de uma forma mais rápida e interativa, utilizando-se, por exemplo, da internet e das redes sociais. Além disso, as ações de vários órgãos de apoio e fomento, como o SEBRAE, também auxiliam bastante neste processo. (GEM, 2012, p. 30).

Por outro lado, quanto aos Fatores Limitantes, em relação às Políticas Governamentais, os especialistas afirmam que esse fator:

[...] evidencia as dificuldades do poder público no sentido de fomentar de forma consistente e sustentável o desenvolvimento do empreendedorismo no país. A grande diferença em relação à média dos países (40,7%) deve ser vista com preocupação, pois não se pode negar a importância do Estado na criação de condições favoráveis para o florescimento e desenvolvimento dos negócios. (GEM, 2012, p. 33).

Também, reforçam os especialistas quanto a esse fator:

[...] a grande complexidade e a elevada carga que o Sistema Tributário Brasileiro impõe às empresas são apontadas entre os principais fatores que influenciam desfavoravelmente a atividade empreendedora no Brasil. Aliado a isto, está a existência de uma burocracia excessiva por parte das instituições públicas, drenando tempo e recursos financeiros que poderiam ser aplicados no negócio. (GEM, 2012, p. 33).

Quanto ao fator Apoio Financeiro, os especialistas apontam que “[...] a falta de recursos financeiros acessíveis ao empreendedor inicial, muitas vezes despreparado frente às exigências bancárias para a concessão dos financiamentos e, ainda, o alto custo do crédito, acabam limitando o desenvolvimento do empreendedorismo no país” (GEM, 2012, p. 33).

(9)

Ainda, quanto ao fator Educação e Capacitação, os especialistas argumentam sobre:

[...] a necessidade de expandir o ensino do empreendedorismo não somente no nível superior, mas também no primeiro e segundo graus. As universidades ainda estão formando seus alunos sem uma visão empreendedora, muito mais voltados para serem empregados do setor privado e público. (GEM, 2012, p. 33-34).

Com relação a outros vários indicadores identificados pelo GEM (2012), temos que, mesmo diante dos Fatores limitantes, o Brasil apresenta taxas de empreendedorismo relevantes.

Por exemplo, o GEM constatou que:

[...] a Taxa Total de Empreendedores ou Taxa Total de Empreendedorismo (TTE) observada no Brasil, em 2012, é de 30,2%, expressivamente superior à média do conjunto dos 67 países onde o GEM é realizado (20,6%). Isso significa que, nesse ano, no Brasil, 30,2% da população de 18 a 64 anos se encontrava envolvida com algum tipo de empreendimento (nascente, novo ou estabelecido). Nesse quesito, o Brasil se coloca no 10º lugar do ranking mundial. Essa taxa (TTE) de 30,2% nos remete a uma estimativa de 36 milhões de brasileiros empreendendo, demonstrando a importância econômica e social do tema e a necessidade de ações governamentais ou não governamentais para sua consolidação. (GEM, 2012, p. 39).

Por sua vez, com relação à Taxa de Empreendedores Iniciais (TEA), o GEM em 2012 constatou que:

[...] no Brasil é de 15,4%. Historicamente, essa taxa situa-se em um patamar inferior à dos países impulsionados por fatores, próximo à média das taxas observadas nos países impulsionados pela eficiência e acima da taxa dos países impulsionados pela inovação. A TEA do Brasil ficou acima da taxa de países como a China, México, África do Sul e Rússia, sendo a nona maior entre os 30 países impulsionados pela eficiência. (GEM, 2012, p. 39).

Por fim, os estudos conduzidos pelo IPEA, em 2010, e pelo GEM, em 2012, lembrando que o GEM faz esses estudos desde o ano de 1999 e, especificamente com a participação do Brasil, desde o ano de 2000, demonstram claramente a importância do tema empreendedorismo e da micro e pequena empresa no contexto do desenvolvimento econômico e social do Brasil.

O paradoxo nisso tudo é que persistem, nos governos, em todos os níveis e na própria sociedade, um descaso em relação a políticas públicas que possam ir além de percepções e das boas intenções, conforme constata-se, a seguir, no levantamento do Índice de Desenvolvimento Municipal da Micro e Pequena Empresa do Paraná (IDMPE).

(10)

3 ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL DA MICRO E PEQUENA EMPRESA (IDMPE)

Baseando-se no advento da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa (Lei Complementar 123/2006), o Índice de Desenvolvimento Municipal da Micro e Pequena Empresa do Paraná (IDMPE) foi criado pelo SEBRAE/PR, em parceria com o Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade (IBQP).

Para o SEBRAE (2010, p. 6), a “[...] promoção de politicas públicas de desenvolvimento, com foco em resultados, carece de indicadores que permitam o acompanhamento de sua efetividade”.

Diante dessa realidade, o propósito da criação do IDMPE é o de “[...] orientar as estratégias e politicas locais de promoção econômica, com o objetivo de captar as condições favoráveis à implantação e crescimento dos pequenos negócios locais” (SEBRAE, 2010, p. 6). Assim, o principal objetivo desse novo indicador é acompanhar e monitorar como andam efetivamente, as ações voltadas a um ambiente favorável ao empreendedorismo, através da criação de empresas e, consequentemente, da geração de emprego e renda em todos os municípios do Estado do Paraná.

Portanto, o que se busca com esses indicadores, é “[...] medir e captar a melhoria desse ambiente, subsidiar o planejamento estratégico municipal e definir plano de ações locais para o desenvolvimento local baseado na promoção das micro e pequenas empresas” (SEBRAE, 2010, p. 8).

As identificações desses índices em todos os municípios do Paraná possibilitam, além de uma constatação da situação local, também uma verificação da competitividade nas mais diversas regiões do Estado.

A construção do índice IDMPE foi inspirada no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD/ONU), no Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), no Índice de Competitividade Estadual – Fatores (ICE-F), elaborado pela Federação Estadual de Estatística (FEE/RS) e Movimento Brasil Competitivo, entre outros (SEBRAE, 2010, p. 15).

O IDH, utilizado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), 2013, tem, como padrão de medida, uma escala que vai de 0 a 1, conforme Quadro 4:

(11)

Escala de 0 a 1 Padrão do IDH

0,000 a 0,499 Baixo

0,500 a 0,799 Médio

0,800 a 1,000 Alto

QUADRO 4 – Escala e padrão de medição do IDH.

FONTE: Elaborado pelos autores com base em PNUD (2013).

Por sua vez, destacam-se as graduações do IDMPE para os níveis de desenvolvimento do ambiente de negócios para as MPEs conforme Tabela 1:

TABELA 1 – Graduação do IDMPE PR para todas as edições.

IDMPE Escala Alto 0.5844 a 0.7312 Médio-Alto 0.5387 a 0.5787 Médio 0.4913 a 0.5371 Médio-Baixo 0.4452 a 0.4906 Baixo 0.4040 a 0.4445 FONTE: SEBRAE (2011, p. 24).

Portanto, verifica-se na escala que, quanto mais próximo de 1,000 for o índice, melhor será o IDMPE.

3.1 ESTRUTURAÇÃO DO ÍNDICE IDMPE

Visando identificar e captar o ambiente de negócios, em cada município, o IDMPE foi estruturado baseando-se em três dimensões, conforme Quadro 5:

(12)

Ambiente Empresarial

Clima de negócios que favoreça a criação de novos empreendimentos formais e a sobrevivência e expansão das empresas instaladas. A captação do ambiente empresarial ocorre por medidores de resultado, ou seja, indicadores que avaliam, sobretudo, a dinâmica empresarial do município, como a criação e sobrevivência de empresas, a dimensão e evolução dos negócios e o empreendedorismo.

Ambiente do Mercado Consumidor

Em geral e na média, a micro e pequena empresa tem como mercado principal o município ou o bairro onde opera. São produtos e serviços que atendem ao mercado local. Ainda que exista uma participação importante de MPEs no comercio interregional e internacional, não é regra geral para a realidade do pequeno empreendedor. Assim, a importância do mercado consumidor local é destacada por variáveis que procuram captar sua dimensão e sua dinâmica, com destaque a dimensão da renda pessoal, da massa de salários, da população e a evolução do emprego, dos salários e renda.

Ambiente Institucional

Nessa dimensão procura-se captar algumas condições previas e relevantes do entorno municipal que criam as condições favoráveis ao desenvolvimento e competitividade das MPE, como a oferta de infraestrutura, a qualidade da educação, a participação da ciência e tecnologia, a capacidade de investimento público, o associativismo e os mecanismos legais de apoio à atividade econômica.

QUADRO 5 – Dimensões do índice IDMPE.

FONTE: Elaborado pelos autores a partir de SEBRAE (2010 p. 18-19).

Em função dessas dimensões, os índices IDMPE foram estruturados conforme SEBRAE (2010, p. 19) “[...] por índices parciais que compõem igualmente sua construção: IDE - índice parcial de desenvolvimento empresarial; IDM - índice parcial de desenvolvimento do mercado consumidor local e o IDI - índice parcial de desenvolvimento do ambiente institucional”.

Na Figura 1, visualiza-se a estrutura do IDMPE.

FIGURA 1 - Estrutura do IDMPE. Fonte: SEBRAE (2010, p. 20).

Esses índices parciais destacados na Figura 1 são elaborados a partir da “[...] composição de indicadores objeto que explicam a dimensão de desenvolvimento, obtidos a partir de dados administrativos e estatísticos de fontes públicas, com periodicidade de atualização anual” (SEBRAE, 2010, p. 20).

(13)

Os indicadores objeto utilizados na composição dos respectivos índices estão na Tabela 2.

TABELA 2 – Estrutura do IDMPE: Índices Parciais e Indicador Objeto.

ÍNDICE ÍNDICE PARCIAL INDICADOR OBJETO

IDMPE

IDE

Criação de Empresas Sobrevivência de Empresas Volume dos Negócios Expansão dos Negócios Empreendedorismo

IDM

Criação de Empregos Dimensão da Massa Salarial Evolução da Massa Salarial Dimensão do Mercado Local Crescimento da Renda per capita População

IDI

Qualidade da Educação

Empregos em Ciência, Tecnologia e Inovação Capacidade de Investimento Público Municipal Sistema Financeiro

Infraestrutura de Comunicação

Mecanismos de Apoio a MPE: LGMPE e PDM Associativismo

FONTE: Elaborado pelos autores a partir de SEBRAE (2010, p. 21).

Definidas as dimensões e variáveis, o SEBRAE e o IBQP buscaram dados secundários, em cada município, aplicando técnicas estatísticas apropriadas ao estudo SEBRAE (2010, p. 25).

Após o tratamento dos dados estatísticos, finalizou-se “[...] a construção do índice final, o Índice de Desenvolvimento Municipal da Micro e Pequena Empresa (ID-MPE), consiste no cálculo da média simples dos três índices parciais” (SEBRAE, 2010, p. 28), conforme Figura 2.

FIGURA 2 - Cálculo do índice final – IDMPE. Fonte: SEBRAE (2010, p. 28).

Ainda, destacam-se as variáveis utilizadas para a construção dos índices parciais. IDE + IDM + IDI

IDMPE = --- 3

(14)

A construção do Índice de Desenvolvimento Empresarial (IDE) considerou as variáveis da Tabela 3:

TABELA 3 - Lista de Variáveis e Descrição, IDE.

IDE Variável

IDE_1 PIB real

IDE_2 Taxa de crescimento do PIB real IDE_3 Taxa de inatividade

IDE_4 Taxa de criação de estabelecimentos IDE_5 Taxa de empreendedorismo

FONTE: SEBRAE/IBQP (2010, p. 28).

Também, a construção do Índice de Desenvolvimento do Mercado Local (IDM) considerou as variáveis destacadas na Tabela 4:

TABELA 4 - Lista de Variáveis e Descrição, IDM.

IDM Variável

IDM_1 Taxa de criação de empregos IDM_2 Valor adicionado fiscal no comercio IDM_3 Taxa de crescimento da remuneração total IDM_4 Remuneração total ponderada

IDM_5 População

IDM_6 Renda per capita FONTE: SEBRAE (2010, p. 30).

Finalmente a construção do Índice de Desenvolvimento do Ambiente Institucional (IDI) considerou as variáveis da Tabela 5:

TABELA 5 - Lista de Variáveis e Descrição, IDI.

IDI Variável

IDI_1 Grau de geração de recursos próprios do governo municipal IDI_2 Pessoal ocupado em CT&I por 10.000 habitantes

IDI_3 Índice de Desenvolvimento de Educação Básica IDI_4 Correios por 10.000 habitantes

IDI_5 Associativismo

IDI_6 Agencias e postos bancários por 10.000 habitantes IDI_7 Grau de Adoção da Lei Geral e Plano Diretor Municipal FONTE: SEBRAE (2010, p. 32).

(15)

Na sequência, são descritos os Índices parciais – IDE, IDM e IDI e o Índice de Desenvolvimento Municipal da Micro e Pequena Empresa (IDMPE) de 2008, 2009 e 2010 do município de Guarapuava e de oito município limítrofes – Campina do Simão, Candói, Cantagalo, Goioxim, Inácio Martins, Pinhão, Prudentópolis e Turvo. Também, são demonstrados os mesmos Índices de Guarapuava e municípios do Estado do Paraná com mais de 120 mil habitantes.

3.2 ÍNDICES DE GUARAPUAVA E DE OITO MUNICÍPIOS LIMÍTROFES

Considerando a importância da construção desses indicadores, visando identificar o ambiente no local de cada município, em relação ao desenvolvimento empresarial, desenvolvimento do mercado consumidor local e do desenvolvimento do ambiente institucional, ressaltam-se os principais índices dos municípios de Guarapuava, Campina do Simão, Candói, Cantagalo, Goioxim, Inácio Martins, Pinhão, Prudentópolis e Turvo, na Tabela 6:

TABELA 6 – Índices do município de Guarapuava e municípios limítrofes.

Municípios Ranking Estadual 2010 IDMPE 2010 IDE 2010 IDM 2010 IDI 2010 IDMPE 2009 IDMPE 2008 Guarapuava 25 0,5681 0,7261 0,7470 0,23119 0,593 0,596 Prudentópolis 95 0,5118 0,6566 0,7004 0,17819 0,509 0,511 Pinhão 97 0,5112 0,6795 0,6591 0,19485 0,501 0,503 Candói 129 0,5019 0,6299 0,6636 0,21235 0,504 0,502 Turvo 182 0,4911 0,5871 0,6794 0,20680 0,476 0,483 Cantagalo 206 0,4867 0,5865 0,6715 0,20213 0,490 0,472 Inácio Martins 302 0,4665 0,5671 0,6332 0,19900 0,475 0,471 Campina do Simão 322 0,4620 0,5343 0,6131 0,23861 0,430 0,442 Goioxim 382 0,4404 0,5710 0,5775 0,17266 0,456 0,447

FONTE: Elaborado pelos autores a partir de SEBRAE (2010 e 2011).

Constata-se, na Tabela 6, que o município de Guarapuava, como polo regional e maior município da região, mesmo apresentando declínios entre os levantamentos de 2008 a 2010, apresentou o maior IDMPE, nos três anos pesquisados.

(16)

Ainda, verifica-se que o município de Guarapuava possui um IDMPE Médio-Alto, e os municípios de Prudentópolis, Pinhão e Candói possuem um IDMPE Médio.

Por sua vez, os municípios de Turvo, Cantagalo, Inácio Martins e Campina do Simão possuem um IDMPE Médio-baixo e o município de Goioxim apresentou um IDMPE Baixo.

Em 2010, o município de Guarapuava apresentou o Índice parcial de desenvolvimento empresarial (IDE) e o Índice parcial de desenvolvimento do mercado consumidor local (IDM) superior aos oito municípios no seu entorno.

3.2.1 Índice parcial de Desenvolvimento do ambiente Institucional (IDI)

Considerando que esse índice IDI retrata o ambiente institucional, resultante de políticas públicas elencadas no município, com destaque para a Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, cabem algumas considerações e reflexões sobre esse Índice.

Sabe-se que o IDI é resultante das variáveis: Grau de geração de recursos próprios do governo municipal, Pessoal ocupado em CT&I por 10.000 habitantes, Índice de Desenvolvimento de Educação Básica, Correios por 10.000 habitantes, Agências e postos bancários por 10.000 habitantes e Grau de Adoção da Lei Geral e Plano Diretor Municipal (SEBRAE, 2010, p. 32).

Para o IDI foram estabelecidas graduações para o estudo de 2010, conforme Tabela 7:

TABELA 7 – Graduação do IDI para 2010

Níveis IDI Escala

Alto 0,3444 a 0,4020

Médio-Alto 0,2869 a 0,3444

Médio 0,2293 a 0,2869

Médio-Baixo 0,1717 a 0,2293

Baixo Até 0,1717

FONTE: Elaborada pelos autores a partir do SEBRAE (2011, p. 46).

As graduações mostram que os municípios de Guarapuava e Campina do Simão apresentaram um IDI Médio e os demais municípios apresentaram um IDI Médio-Baixo.

(17)

Entretanto, o IDI, em 2010, em Guarapuava, foi inferior ao IDI do município de Campina do Simão.

De qualquer maneira, todos esses nove municípios apresentam um IDI crítico, o que compromete o Índice de Desenvolvimento Municipal da Micro e Pequena Empresa (IDMPE).

Conforme o SEBRAE (2007, p. 211), o artigo 77 da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas relata, em seu parágrafo 1º, que:

O Ministério do Trabalho e Emprego, a Secretaria da Receita Federal, a Secretaria da Receita Previdenciária, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão editar, em 1 (um) ano, as leis e demais atos necessários para assegurar o pronto e imediato tratamento jurídico diferenciado, simplificado e favorecido às microempresas e às empresas de pequeno porte.

Diante disso, a Lei previa claramente que a sua adoção, por parte de Órgãos Federais, Estados, Distrito Federal e Municípios deveria acontecer até o dia 13 de dezembro de 2007, o que efetivamente não aconteceu nos municípios de abrangência deste estudo, conforme se verifica na Tabela 8:

TABELA 8 – Implantação da Lei Geral da Micro e Pequenas Empresas.

Município Ano que aderiu a Lei Geral

Candói 2009 Cantagalo 2009 Goioxim 2009 Turvo 2009 Campina do Simão 2010 Inácio Martins 2010 Pinhão 2010 Prudentópolis 2011 Guarapuava 2013

FONTE: Elaborada pelos autores com base no SEBRAE (2013).

Portanto, a graduação Média e Médio-baixo do IDI não surpreende, pois, verificou-se que todos esverificou-ses municípios adotaram a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa (Lei Complementar 123/2006) somente a partir de 2009.

No município de Guarapuava, isso somente ocorreu em abril de 2013. (Diário de Guarapuava, 2013, p. A 5).

Assim, constata-se que em todos esses municípios, há necessidade de melhorias no ambiente institucional.

(18)

Enfim, fica claro, em quais variáveis os municípios podem atuar com políticas públicas consistentes, que podem levar, efetivamente, esses e outros municípios ao desenvolvimento social e econômico, via geração de emprego e renda, através do apoio ao empreendedorismo e, notadamente, apoio às micro e pequenas empresas.

3.3 ÍNDICES DOS PRINCIPAIS MUNICÍPIOS DO PARANÁ COM MAIS DE 120 MIL HABITANTES

Considerando a importância do município de Guarapuava no Estado, como polo regional, é necessário verificar a sua posição no contexto do Estado do Paraná.

Para isso, destacam-se na sequência os principais Índices das cidades do Estado com mais de 120 habitantes, tais como: Curitiba, Londrina, Maringá, Paranaguá, Cascavel, Ponta Grossa, São José dos Pinhais, Colombo, Foz do Iguaçu e Apucarana, conforme Tabela 9:

TABELA 9 – Índices dos municípios do Paraná com mais de 120 mil habitantes.

Municípios Ranking Estadual 2010 IDMPE 2010 IDE 2010 IDM 2010 IDI 2010 IDMPE 2009 IDMPE 2008 Curitiba 1 0,7197 0,8762 0,8809 0,40201 0,731 0,725 Londrina 2 0,6559 0,7921 0,8025 0,37320 0,674 0,669 Maringá 3 0,6533 0,7791 0,8020 0,37891 0,676 0,666 Paranaguá 5 0,6469 0,7860 0,7613 0,39326 0,651 0,650 Cascavel 6 0,6349 0,7667 0,7901 0,34791 0,648 0,648 Ponta Grossa 7 0,6229 0,7691 0,7610 0,33875 0,645 0,631

São José dos Pinhais 8 0,6208 0,8096 0,7855 0,26735 0,640 0,624

Colombo 10 0,6092 0,7173 0,7332 0,37699 0,567 0,559

Foz do Iguaçu 11 0,6056 0,7767 0,7506 0,28946 0,623 0,622

Guarapuava 25 0,5681 0,7261 0,7470 0,23119 0,593 0,596

Apucarana 42 0,5504 0,7058 0,7419 0,20346 0,593 0,583

FONTE: Elaborado pelos autores a partir de SEBRAE (2010 e 2011).

Verifica-se na Tabela 9 que, com exceção dos municípios de Guarapuava e Apucarana que apresentam um IDMPE Médio-Alto, todos os demais municípios com mais de 120 mil habitantes apresentaram um IDMPE Alto.

(19)

O que chama a atenção, com exceção do município de Colombo, é que o IDMPE 2010 de todos os demais municípios desse grupo de análise declinou, quando comparados com os índices de 2008 e 2009.

No caso do município de Guarapuava, que ocupa a 25ª colocação no Ranking de 2010, constatou-se ainda que, a sua frente, estavam outros municípios de menor população como Araucária, Pinhais, Toledo, Pato Branco, Matinhos, Campo Mourão, Umuarama, Francisco Beltrão, Campo Largo, Palotina, Guaratuba, Cornélio Procópio, Medianeira, Cianorte e Rolândia (SEBRAE, 2011, p. 91).

Em 2010, todos os municípios com mais de 120 mil habitantes apresentaram o IDE - índice parcial de desenvolvimento empresarial e o IDM - índice parcial de desenvolvimento do mercado consumidor local considerado Alto.

3.3.1 Índice parcial de Desenvolvimento do ambiente Institucional (IDI)

Como já destacado anteriormente, o IDI reflete o ambiente institucional resultante das políticas públicas deflagradas nos municípios.

Para o SEBRAE (2011, p. 20), a dimensão do indicador parcial IDI procura:

[...] captar algumas condições prévias e relevantes do entorno municipal que criam as condições favoráveis ao desenvolvimento e à competitividade das MPEs, como a oferta de infraestrutura, a qualidade da educação, a participação da ciência e tecnologia, a capacidade de investimento público, o associativismo e os mecanismos legais de apoio à atividade econômica.

Dentro dessas políticas, destaca-se a necessidade de criação da Lei Geral Municipal das Micro e Pequenas Empresas para atender, entre outros, o ordenamento da Lei Federal sobre o tema e, portanto, cabem considerações e reflexões sobre esse Índice, nos municípios.

Verifica-se que os municípios de Curitiba, Londrina, Maringá, Paranaguá, Cascavel Colombo apresentaram um IDI Alto, os municípios de Ponta Grossa e Foz do Iguaçu apresentaram um IDI Médio-Alto, os municípios de São José dos Pinhais e Guarapuava apresentaram um IDI Médio e o município de Apucarana apresentou um IDI Médio-Baixo (SEBRAE, 2011, p. 46).

Nota-se ainda que o IDI em 2010 do município de Guarapuava foi superior somente ao município de Apucarana.

(20)

[...] em linhas gerais, as mudanças esperadas no ambiente institucional são muito pequenas de ano a ano. O Índice de Desenvolvimento do Ambiente Institucional reflete a linha de intervenção de maior controle direto dos gestores públicos, em especial, sobre a fase de implementação da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas retratada pela variável intitulada Mecanismos de Apoio às Micro e Pequenas Empresas.

Assim, ficam evidentes para todas as instituições, organizações e para a própria sociedade, a responsabilidade dos gestores públicos de que o ambiente institucional seja alterado positivamente, visando criar um ambiente favorável para a geração de emprego e renda através, do apoio às micro e pequenas empresas.

Ainda, em relação à Lei Geral da Micro e Pequena Empresa (Lei Complementar 123/2006), verifica-se na Tabela 10 o ano de implantação em cada um desses municípios com mais de 120 mil habitantes:

TABELA 10 – Implantação da Lei Geral da Micro e Pequenas Empresas.

Município Ano que aderiu a Lei Geral

Curitiba 2007 Maringá 2007 Paranaguá 2008 Ponta Grossa 2008 Cascavel 2009 Londrina 2009 Foz do Iguaçu 2010 Apucarana 2011 Colombo 2012

São José dos Pinhais 2012

Guarapuava 2013

FONTE: Elaborado pelos autores com base no SEBRAE (2013).

Constata-se ainda, na Tabela 10, que somente os municípios de Curitiba e Maringá cumpriram com a Lei Federal sobre a regulamentação e implantação da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, ou seja, respeitaram o prazo até o final de 2007 para implantarem e regulamentarem essa lei em seus municípios.

Cabe destacar, ainda, que o município de Maringá foi o primeiro município no Brasil a cumprir com a sua obrigação perante as micro e pequenas empresas, ao implantar a Lei Geral em seu município, em 2007 (SEBRAE, 2007, p. 14).

Por outro lado, conforme a Tabela 10 destaca, o município de Guarapuava foi o último dos municípios do grupo de 120 mil habitantes a implantar, em 2013, a referida Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas (DIÁRIO DE GUARAPUAVA, 2013).

(21)

Assim, com exceção dos municípios de Maringá e Curitiba, constata-se, tanto no município de Guarapuava e municípios no seu entorno, bem como nos demais municípios com mais de 120 mil habitantes, demora injustificável para a implantação da chamada Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas.

3.4 SÍNTESE SOBRE O CONTEXTO DO MUNICÍPIO DE GUARAPUAVA EM RELAÇÃO AOS MUNICÍPIOS FRONTEIRIÇOS E MUNICÍPIOS COM MAIS DE 120 MIL HABITANTES

Nessas duas análises do Índice de Desenvolvimento Municipal da Micro e Pequena Empresa (IDMPE), com destaque para o Índice parcial de Desenvolvimento do ambiente Institucional (IDI) e sobre o contexto do município de Guarapuava em relação aos municípios fronteiriços e municípios com mais de 120 mil habitantes, algumas considerações são necessárias tendo em vista a situação de penúltimo colocado, em 2010, em relação aos principais municípios do Estado com mais de 120 mil habitantes, pois, no início da década de 2000, o município de Guarapuava foi destaque nacional onde:

[...] com pouco mais de um ano de atividades do Programa Bairros em Ação, no final de 2001, o município de Guarapuava foi contemplado com o „Prêmio Governador Mário Covas‟, instituído pelo SEBRAE Nacional, e concedido ao Prefeito Empreendedor, em reconhecimento à criação de um ambiente favorável ao desenvolvimento de pessoas, Capital Humano, e da integração e construção de parcerias, Capital Social, que viabilizaram idéias inovadoras. (ZARPELLON, 2008, p. 95).

Cabe destacar que essa conquista do “Prêmio Governador Mário Covas” (SEBRAE 2007b. p. 21), o qual representava somente uma das mais variadas ações realizadas no período de 1997 a 2004, voltadas às Micro e Pequenas Empresas (ZARPELLON, 2008, p. 96), “[...] colocou o nome do município na mídia nacional. Várias delegações de outros municípios do Brasil e até de outros países, vieram conhecer a experiência do Programa Bairros em Ação” (ZARPELLON, 2008, p. 95).

Na verdade, o que ocorreu no município de Guarapuava, a partir de 2005, foi a descontinuidade de programas, projetos e outras ações voltadas à criação de micro e pequenas empresas no município, sem, pelo menos, a necessária substituição por outros projetos,

(22)

programas ou ações com a mesma capacidade de resultados auferidos, por exemplo, pelo Programa Bairros em Ação. (ZARPELLON, 2011, p.2).

Portanto, essa situação de descontinuidade de programas e de projetos específicos no município de Guarapuava, conforme a pesquisa do GEM 2012, foi um retrocesso, quando se verificam os Fatores Limitantes ao empreendedorismo citados pelos especialistas, que evidenciam “as dificuldades do poder público no sentido de fomentar de forma consistente e sustentável o desenvolvimento do empreendedorismo no país” e “a necessidade de expandir o ensino do empreendedorismo não somente no nível superior, mas também no primeiro e segundo graus” (GEM, 2012, p. 33-34).

Quanto à citada necessidade de ensino do empreendedorismo no primeiro e segundo grau, Guarapuava foi o primeiro município do Brasil a implantar a metodologia da Pedagogia Empreendedora do autor Fernando Dolabela em todas as escolas municipais, no período de 2002 a 2004 (ZARPELLON, 2008, p 119).

Diante das realidades evidenciadas, cabe indagar: no período de 2005 a 2012, quais foram as perdas na formação e no desenvolvimento do capital humano (empreendedorismo) e do capital social (rede e cooperação entre as instituições e organizações) do município Guarapuava, em função da descontinuidade do Programa Bairros em Ação e do Projeto da Pedagogia Empreendedora em todas as escolas municipais?

Por fim, as evidências sobre a importância das Micro e Pequenas Empresas no contexto econômico e social e em função da geração de emprego e renda, são bem claras, conforme consta no referencial teórico e nas pesquisas realizadas pelo Instituto de Pesquisa e Econômica Aplicada (IPEA) e pelo Global Entrepreneurship Monitor (GEM).

Assim, com relação aos resultados do Índice de Desenvolvimento Municipal da Micro e Pequena Empresa (IDMPE) e, principalmente, do Índice parcial de Desenvolvimento do Ambiente Institucional (IDI) pode-se inferir que o que ocorreu no município de Guarapuava, a partir de 2005, foi uma clara diminuição do seu ambiente institucional, tornando-o menos adequado e favorável ao fomento às micro e pequenas empresas.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Baseando-se nos objetivos propostos, este estudo destacou o Índice de Desenvolvimento Municipal da Micro e Pequena Empresa (IDMPE) do município de Guarapuava, de seus oito municípios limítrofes – Campina do Simão, Candói, Cantagalo,

(23)

Goioxim, Inácio Martins, Pinhão, Prudentópolis e Turvo e dos demais municípios do Estado do Paraná com mais de 120 mil habitantes, a saber: Curitiba, Londrina, Maringá, Paranaguá, Cascavel, Ponta Grossa, São José dos Pinhais, Colombo, Foz do Iguaçu e Apucarana.

Como a criação desse Índice foi inspirada na Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, o foco principal do estudo destacou, principalmente, o Índice parcial de Desenvolvimento do Ambiente Institucional (IDI), o qual compõe o Índice de Desenvolvimento Municipal da Micro e Pequena Empresa (IDMPE) e retrata o ambiente institucional, resultante de políticas públicas elencadas nos municípios.

Diante das evidências do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicadas (IPEA), em 2010 e do Global Entrepreneurship Monitor (GEM), em 2012, sobre a importância do empreendedorismo e da geração de empregos e renda através da criação de Micro e Pequenas Empresas, é possível tecer algumas considerações sobre a realidade, principalmente, no ambiente institucional, nos municípios já citados.

Em primeiro lugar, verificou-se que, com excessão dos municípios de Maringá e Curitiba, todos os demais municípios do estudo não cumpriram com a Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, a qual determinava a sua regulamentação e implantação em todos os municípios do País, até 13 de dezembro de 2007, sendo que os municípios de Colombo e São José dos Pinhais somente regulamentaram e implantaram essa Lei em 2012 e o município de Guarapuava foi o último a implantá-la, em 2013. Ainda, identificou-se que o IDMPE 2010 dos municípios de análise, com exceção do município de Colombo, diminuiu, quando comparados com os índices de 2008 e 2009.

Em segundo lugar, o que chamou a atenção foi a situação dos municípios limítrofes de Guarapuava, os quais também apresentaram Índices preocupantes, demonstrando que as ações de empreendedorismo, se existem, não estão surtindo os efeitos esperados e necessários.

Por sua vez, o município de Guarapuava que, de município referência nacional e até internacional em ações, programas e projetos de empreendedorismo para a criação de empresas e da educação empreendedora, até 2004, a partir de 2005, em função da descontinuidade de projetos e programas, sem a necessária substituição por outros à altura e, também, sem uma necessária e oportuna reação das organizações locais, passou para uma precária situação nos indicadores identificados neste estudo, no contexto do Estado do Paraná, sendo que as mais fortes evidências são a penúltima colocação nos principais Índices do IDMPE e o último dos maiores municípios do Estado a cumprir com a Lei Geral, o que ocorreu somente em 2013.

(24)

Finalmente, diante dos fatos levantados pode-se inferir que persistem nos governos, em todos os níveis, e a na própria sociedade, um descaso em relação a políticas públicas que possam ir além de percepções, das boas intenções e da própria Lei que, no caso da Lei Geral, que sequer foi cumprida, praticamente, pela totalidade dos municípios do estudo.

Este artigo não esgota o tema em si, mas, de qualquer maneira, poderá auxiliar os municípios, as organizações locais, as empresas em geral e, ainda, instituições de ensino, professores, estudantes e outros interessados em discussões sobre a situação do ambiente local para o fomento ao empreendedorismo, visando à criação e consolidação de empresas. Assim, outros estudos e indicadores podem ser identificados para um maior aprofundamento e entendimento do fenômeno.

Pretende-se, isso sim, que este estudo possa provocar debates e análises, no contexto local e estadual, visando à geração de emprego e renda através do fomento à criação e sustentabilidade das Micro e Pequenas Empresas, enfim, do empreendedorismo.

REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS

GEM - Global Entrepreneurship Monitor. Empreendedorismo no Brasil. Curitiba, PR: IBQP, 2010.

_____. Empreendedorismo no Brasil. Curitiba, PR: IBQP, 2012.

IPEA (2010): Atualidade e perspectiva das ocupações nos pequenos empreendimentos no Brasil. Comunicados da Presidência Nº 39. Brasília, DF: IPEA, 16 p. Disponível em:

<http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=689:estudo

-analisa-o-emprego-em-pequenos-empreendimentos&catid=4:presidencia&Itemid=2> Acesso

em: 15 maio 2013.

MARQUES, E. C. Redes Sociais, Instituições e Atores Políticos no Governo da Cidade de São Paulo. São Paulo, SP: Annablume e FAPESP, 2003.

SEBRAE. Lei Geral das Micros e Pequenas Empresas. A história de uma lei que veio fazer História. Brasília: SEBRAE/NA, 2007.

SEBRAE. Guia do Prefeito Empreendedor. Como e por que implantar a Lei Geral nos Municípios. Brasília: SEBRAE. 2007a.

(25)

SEBRAE. Pequenos Negócios e o Desenvolvimento Municipal. Experiências bem sucedidas de prefeituras brasileiras para a geração de emprego e renda na economia local. Brasília: SEBRAE, 2007b.

SEBRAE MG. Políticas Públicas: Conceitos e Práticas. Série Políticas Públicas, v. 7. Belo Horizonte, MG: SEBRAE/MG, 2008.

SEBRAE-PR. IDMPE - Índice de Desenvolvimento Municipal da Micro e Pequena Empresa no Paraná 2008 e 2009. Curitiba: SEBRAE/PR. 2010.

SEBRAE-PR. IDMPE - Índice de Desenvolvimento Municipal da Micro e Pequena Empresa no Paraná 2009 e 2010. Curitiba: SEBRAE/PR. 2011.

ZARPELLON, S.C. Programa Barrios en Acción: un estudio del desarrollo económico y social en la ciudad de Guarapuava – Paraná, Brasil. (148 p) Tesis de Maestría en Administración. Montevideo: Universidad de La Empresa – UDE, 2008.

_____, Continuidade e descontinuidade administrativa de programas e projetos econômicos e sociais: um ensaio sobre fatores que contribuem para esse fenômeno na região centro-sul do Paraná, Brasil. In: III CONGRESSO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO DE PONTA GROSSA. Ponta Grossa. Anais do CIEPG. Ponta Grossa. UEPG, 2011, v. 1, p. 1-18, 2011.

SITOGRÁFICAS

JORNAL DIÁRIO DE GUARAPUAVA. Disponível em:

<http://guarapuava.diarioagora.com.br/noticias/guarapuava/11,21451,08,04,cesar-filho-anuncia-servico-de-emissao-de-taxa-para-requerimento-de-alvara-online.shtml>. Acesso em: 13 abr. de 2013.

PNUD. Disponível em:

<http://www.pnud.org.br/IDH/IDH.aspx?indiceAccordion=0&li=li_IDH>. Acesso em: 10 de abr. 2013.

SEBRAE. Disponível em:

<http://www.leigeral.com.br/portal/main.jsp?lumPageId=FF808181281726850128173B074E 0A4B>. Acesso: em 11 de abr.

SEBRAE. Disponível em:

<http://www.leigeral.com.br/portal/main.jsp?lumPageId=FF8081812658D379012665B59AB 31CE5>. Acesso em: 11 de abr. 2013a.

SEBRAE. Disponível em: <http://app.pr.sebrae.com.br/MunicipioFlex/Main.html>. Acesso em: 16 de abr. 2013b.

Referências

Documentos relacionados

A iniciativa parti- cular veiu em auxílio do govêrno e surgiram, no Estado, vá- rios estabelecimentos, alguns por ventura falseados em seus fins pelos defeitos de organização,

Assim, em continuidade ao estudo dos mecanismos envolvidos na morte celular induzida pelos flavonóides, foi avaliada a exposição da fosfatidil serina na membrana das células HepG2

A empresa envasa seu novo produto de limpeza em garrafas de 1L (um litro), podendo chegar a uma produção de 120 garrafas por minuto (sem considerar nenhuma

Destarte, a pesquisa teve como objetivo analisar as relações de gênero na Corporação, a partir da inclusão de 7º mulheres no Curso de Formação de Soldados Bombeiros

Quando utilizar a opção Acronis Universal Restore: /ur_path:[caminho] /ur_username:[utilizador] /ur_password:[palavra-passe] /ur_driver:[inf-nome de ficheiro] deploy_mbr

Os principais passos para o planejamento do processo estão baseados no fatiamento dos modelos 3D (geração das camadas), no posicionamento da peça na mesa de trabalho e

Com base na bibliografia analisada foram referenciados, até ao momento, 758 taxa (líquenes e fungos liquenícolas) para os arquipélagos da Madeira e Selvagens, dos quais a maioria