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"BELA, RECATADA E DO LAR": REPRESENTAÇÕES FEMININAS NAS PÁGINAS DO JORNAL O LIBERAL, JATHAY ( )

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"BELA, RECATADA E DO LAR": REPRESENTAÇÕES FEMININAS NAS PÁGINAS DO JORNAL “O LIBERAL”, JATHAY (1931-1935)

CLEIDIANE GONÇALVES FRANÇA1

No ano de 2016, a revista Veja publicou uma reportagem sobre a "quase primeira-dama", Marcela Temer, então esposa do vice-presidente da república, Michel Temer. A expressão "bela, recatada e do lar" ganhou destaque como título da reportagem, que indicava que tais características eram ideais e norteadoras do comportamento feminino. A publicação destacou Marcela Temer como primeira-dama do lar, que se ocupava com as atividades domésticas e cuidava da vida familiar. A reportagem chamava a atenção para a beleza de Marcela Temer, enfatizava o fato de ter participado de diversos concursos de beleza em São Paulo, antes de se casar com o então, vice-presidente brasileiro. Temer teria sido o primeiro namorado de Marcela. A reportagem destacava ainda a elegância e discrição das vestimentas utilizadas por ela. Toda essa construção em torno da mulher do vice-presidente acabava por evocar uma ideia de recato.

A publicação na revista, causou repercussão entre diversos grupos sociais, especialmente das mulheres. Diversas notas foram divulgadas em contramão da publicação da revista Veja, visto que esta, forjava um modelo ideal de mulher, destinando a elas as funções de mãe, esposa e dona de casa, restringindo-as, novamente, ao universo feminino, desconsiderando a histórica luta feminina pela busca de outros espaços, que não o privado. A reportagem, com motivos claramente eleitoreiros, “ressuscitava” um ideal feminino forjado nas primeiras décadas do século XX e perpetuado por muito tempo.

Nesse sentido, este estudo parte de uma pesquisa que propõe problematizar construções feitas, pela imprensa jataiense, sobre as mulheres. Especificamente, analisamos artigos e fotografias publicadas nas páginas do jornal “O Liberal”, nos anos de 1931 a 1935, em Jataí. Para tanto, buscamos entender como o discurso, presente na fonte analisada, forjava para as mulheres, comportamentos que seriam socialmente aceitáveis, dedicando à elas, o espaço do lar, casamento e maternidade.

A entrada em cena da História Cultural possibilitou que um novo olhar fosse lançado sobre as diversas fontes de pesquisas existentes e passíveis de serem “exploradas” pelo/a

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historiador/a. As análises mecanicistas impostas por outras tendências historiográficas deram lugar a percepções mais apuradas, que permitiram ao/a historiador/a enxergar os objetos de pesquisa por novos ângulos.

Dentre esses campos de pesquisa, surgem investigações que intentam discutir sobre a História das Mulheres e das relações de Gênero. Passou-se a dar mais atenção a esses sujeitos, lançando outros olhares as fontes, instigando pesquisadores/as a refletir sobre a ação das mulheres no processo histórico (MATOS, 2006). Já a categoria gênero começa a ganhar força nos anos de 1970, mas principalmente, em 1980, pois,

[...] após a fase inicial da necessidade de tornar visíveis as mulheres, abre-se a possibilidade de se recobrar a experiência coletiva de homens e mulheres no passado em toda a sua complexidade, bem como procura-se um aprimoramento metodológico que permita recuperar os mecanismos das relações sociais entre os sexos e as contribuições de cada qual ao processo histórico. (MATOS, 2006, p. 287)

Além disso, esses estudos também ganham força com as transformações do movimento feminista que, diante de diversas críticas, passava a compreender a necessidade de se pensar a diversidade do movimento, era preciso entender que a categoria mulher deveria ser percebida no plural: mulheres. (MATOS, 2006).

Diante disso, a categoria gênero, já utilizada em outros países, começa a fazer parte das reflexões conceituais sobre a produção historiográfica no Brasil. Essa categoria questiona explicações biológicas e propõe pensarmos as relações entre os sexos como construções sociais (SCOTT, 1991). Portanto, entendemos gênero como: "elemento constitutivo de relações sociais baseado nas diferenças percebidas entre os sexos, e o gênero é uma forma primeira de significar as relações de poder" (SCOTT, 1991, p. 21).

Os estudos de gênero e história das mulheres permitiram ampliar a visão de historiadores/as sobre as fontes. Direcionaram olhares para questões até então silenciadas. Aliás, as lacunas e os silêncios passaram a ser indícios importantes para se pensar a presença ou ausência das mulheres.

Passou-se a conferir especial atenção às lacunas, às omissões existentes em fontes consideradas convencionais, realçando-se à medida que tais conteúdos velados contribuíam para esclarecer sobre o papel desempenhado pelas mulheres em determinados contextos. (GONÇALVES, 2006, p. 75).

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A imprensa configurou-se como uma dessas importantes fontes, pois, pode fornecer dados sobre a vida cotidiana e uma maior proximidade com o objeto de pesquisa. Sávia Barros Diniz (2013) aponta que "a imprensa se apresenta como uma fonte privilegiada para o estudo dos processos de construção e de difusão dos estereótipos e das representações femininas em diferentes épocas e lugares" (DINIZ, 2013, p. 16). A autora, analisando jornais de Goiás, durante os anos de 1930 a 1936, aponta para a elaboração de olhares que foram forjados, por meio da imprensa, e contribuíram para construção de estereótipos sobre a mulher goiana.

Jorge Luiz de França (2013), aponta que, a imprensa busca de certa forma "educar os leitores do cotidiano da cidade, sobretudo as mulheres" (FRANÇA, 2013, p.21). Com isso, esperava-se que a imprensa contribuísse na divulgação e construção de um espaço urbano civilizado. Foi durante as primeiras décadas do século XX que ocorreu uma multiplicação dos meios de comunicação de massa, que se transformaram em produto da então recente indústria cultural. Eram promovidos por grupos letrados, que os construíam e os colocavam para circular em meio as cidades (CAMPOS, 2014). Esses meios de comunicação, tais como os jornais, construíam e reproduziam discursos sobre as mulheres através de textos como reportagens, notas e propagandas.

Diniz (2013) aponta que, mesmo no interior do Brasil e longe dos grandes centros de poder, permeava, por algumas regiões, transformações em âmbitos político, econômico e cultural, o que fomentava o discurso sobre a modernidade e progresso. Em Goiás, por exemplo, é bastante significativo o enredo sobre a expansão das estradas de ferro, nos anos de 1913. Para alguns grupos, essa seria a solução para o fim do atraso goiano, além disso, a mudança da capital, na década de 1930, unia o tradicional ao moderno, no qual “invocou-se até mesmo o saber médico, uma das facetas do tempo do moderno baseado na ciência, na tecnologia, enfim no arsenal de transformações que singularizou a época” (CHAUL, 2015, p. 276).

Mesmo com todas as dificuldades e falta de informação e letramento por parte da população goiana, essas transformações chegaram a cidades do interior do Estado, principalmente, nas localizadas nas regiões sul e sudoeste de Goiás, onde se localiza Jataí. Nesse sentido, ocorre um grande crescimento da imprensa goiana, que passa a compartilhar

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assuntos políticos, econômicos, culturais e sociais, além de indicar caminhos para se chegar a tão esperada modernidade (DINIZ, 2013).

Longe dos grandes centros urbanos, a população letrada de Jataí parece ter se articulado no sentido de construir jornais para divulgar e propagar informações na cidade. Basileu Toledo França mostra que vários jornais circularam durante as primeiras décadas do século XX. Em 1 de outubro de 19092, foi publicado o jornal “O Jathay”, impresso de quinze em quinze dias, tendo sua assinatura anual o valor de dez mil réis. Neste “bom jornal”, como aponta França, eram publicados assuntos de cunho político e noticioso. Já “A Cidade de Jathay”, foi outro periódico que circulou em 1920, semanal e de cunho “litterário e noticioso”, teve suas publicações interrompidas em 1922. A partir de então, entra em cena “O Picapau”, editado durante o ano de 1922. Em 1931, há a publicação de mais um jornal, intitulado “O liberal”, que foi produzido até o ano de 1935, com temas relacionados a política e notícias.

Este periódico circulou pela cidade de Jataí, Estado de Goiás, durante os anos de 1931 a 1935. Nele se publicava assuntos de cunho político e noticioso, artigos, crônicas e anúncios. Circulava semanalmente e possuía como diretor: Peregrino Esselin; gerente: Gabriel Anconi, e redatores diversos.

As últimas décadas do século XIX e as primeiras do XX, foram períodos de intensas transformações políticas, econômicas, sociais e culturais, tanto no âmbito nacional, como também, regional e local. Os artigos e crônicas publicados no jornal “O Liberal” demostravam tais mudanças. Reproduzindo discursos jurídicos, religiosos, médicos e higienistas, essas publicações, indicavam um conjunto de normativas que intentavam disciplinar o corpo e comportamento de homens e mulheres da sociedade jataiense.

Beleza, estética e velhice

Em vinte e seis de maio de 1935 é lançada uma nota, no jornal "O Liberal" sobre a velhice da mulher, intitulada “Sciencia da Belleza: a causa do aparecimento das rugas”. A publicação inicia-se com o apontamento de que o artigo era de autoria do doutor Pires3, em

2 De acordo com Basileu Toledo França, não se sabe ao certo a data de publicação do primeiro número do jornal,

pois este está perdido. Esta é apenas uma hipótese da data em que o primeiro número do jornal circulou.

3 Dr. Pires era um médico especialista em "tratamento de pelle, couro cabelludo, cirurgia, esthetica e demais

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serviço especial para “O Liberal”. Ganha destaque o fato de o médico, possuir práticas em hospitais de Berlim, Paris e Vienna. Tal fator pode ser compreendido como um argumento de autoridade. A Europa se tornara um modelo a ser seguido, pois era o exemplo de civilidade e progresso que o Brasil, marcado por desigualdades sociais, buscava se espelhar.

É interessante notar que, segundo Amaral (2008), como o Brasil passava por um processo de modernização, crescimento das cidades e aumento de epidemias nesse período, o campo médico entra em cena para disciplinar e normatizar o comportamento dos sujeitos. Embora esteja em curso, desde o século XIX no Brasil, foram nas primeiras décadas do século XX que o discurso médico, aliado as ideias de modernidade e civilidade, aparece com maior frequência, na intenção de disciplinar comportamentos e mudar a estrutura social das regiões brasileiras, a partir de teorias e práticas higienistas.

A imprensa serviu como suporte para esses discursos, que buscavam normatizar comportamentos, sobretudo de mulheres, dando espaço para o campo da medicina e outros poderes, como jurídico e o religioso, estabelecendo, assim, novos padrões de beleza, feiura, velhice, juventude, magreza, gordura, dentre tantos outros aspectos, como apontado pela historiografia sobre o tema (AMARAL, 2008; CAMPOS, 2014).

O artigo de Doutor Pires, mencionado anteriormente, traz, logo em seu início, a afirmativa: “As rugas são mais notadas nas mulheres do que nos homens, pelo facto de que no sexo frágil a pelle é mais delicada e sobretudo por serem as fibras elasticas menos resistentes” (O LIBERAL, 1935, p. 4). A assertiva permite pensarmos sobre certos padrões que parecem ter sido construídos sobre o corpo da mulher, culpada pelo processo de envelhecimento e a própria velhice. Também é informativo das assertivas médicas, que intentavam demarcar diferenças entre o corpo masculino e feminino. Diniz (2013) aponta que a velhice para as mulheres em Goiás, era tida como “um tempo cinzento, de lembranças e achaques, à espera da morte”, pois, “beleza continuava a rimar com juventude” (DINIZ, 2013, p.102). Campos (2007), ao se referir as mulheres e crianças na imprensa paulista, chega a conclusão parecida, afirmando que a velhice não era desejada, e sim, desmedida e deselegante.

Em obra clássica chamada “A Velhice”, Simone de Beauvoir (1990) realiza um

"medicina moderna" em diversos periódicos do país, presentes também no jornal analisado. Possuía uma coluna intitulada "Consultorio de Belleza", e seus artigos foram publicados em "O Liberal" nos anos de 1934 e 1935.

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panorama da condição da velhice em diversas sociedades e períodos. Para a autora, desde a antiguidade, ser velho, por ora, era sinônimo de respeito, riqueza e poder, por outro lado, já era considerada como pior que a morte, a degeneração do corpo, a velhice era amarga e vil. Durante a Idade Média, tanto para ricos, quanto para pobres, a velhice não tinha espaço, o que importava era a força, a juventude, por isso, o rejuvenescimento foi tema recorrente nesse período. Já durante o renascimento e a Revolução Industrial, o culto ao corpo chega ao ápice, e a velhice, principalmente da mulher, assim como sua sexualidade, é considerada como ridícula, tolerada para os ricos e desprezada para os pobres. Já durante o século XX, com o avanço de campos como o da medicina, as representações sobre a velhice poderiam ser em parte suavizadas, contudo, não deixaram de representar o ultrapassado.

Estas interpretações sobre a velhice são consideradas por Palácios (2004, p. 2) como uma tendência tradicional, que vê na velhice uma “época sombria, decrépita, repleta de temores da morte” e que termina, com a exclusão dos sujeitos no processo de socialização.

A chegada da velhice para as mulheres era um estágio muito mais penoso do que para os homens, como aponta Campos (2007). Nos jornais analisados pela autora, publicados no interior paulista, entre as décadas de 1920 a 1940, a velhice era dada como um fardo apenas do universo feminino. O mesmo pode ser percebido nas páginas do jornal “O Liberal”, que circulava pela pequena Jataí.

Mesmo com toda desqualificação, construída pelo discurso médico sobre a velhice, especialmente, nas primeiras décadas do século XX, ele não alcançava os homens, que continuavam ativos e, comumente, comandavam seus negócios até idade bastante avançada. Além disso, a política nacional reservou os cargos mais cobiçados aos homens mais velhos (CAMPOS, 2007, p. 166).

Dessa maneira, os representantes do sexo masculino mantinham preservada sua importância social, muito diferentemente das mulheres que, reduzidas ao papel de “encantadoras” e “belas”, simplesmente estavam destinadas à solidão, quando viúvas ou solteironas, à piedade, assim que o binômio juventude/beleza tivesse o seu caso, ou ao estranhamento, se não se adequassem aos padrões vigentes (CAMPOS, 2007, p. 167).

Para o homem “Cada idade tem seu espírito, seus prazeres e seus costumes”, além disso, “não se deve julgar o homem por algumas paixões da mocidade” ou o homem “deve

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trabalhar por ser prudente na mocidade e ser jovial na velhice” (O LIBERAL, 1932, p. 3). Novamente, o fardo da velhice não era considerado desagradável no mundo masculino, pois como aponta o artigo no jornal, o homem, mesmo que velho, é jovem.

Com o intuito de suavizar os efeitos do tempo no corpo feminino, o discurso médico, indicava alguns caminhos. Mas, para isso, as mulheres deveriam submeter-se a um processo disciplinador, se auto educar para chegarem ao objetivo proposto pelas “theses” de medicina. Publicações presentes no jornal “O Liberal” atestam esse controle do corpo e do comportamento feminino.

A hygiene é companheira inseparavel da esthetica. Não pode haver belleza sem os cuidados hygienicos. Pois graças a elles, as mulheres de nossa época apresentam mais mocidade que suas mães ou avós, quando da mesma edade. Como, antigamente, eram pouco conhecidos, não só os cuidados hygienicos da belleza, como os exercicios methodicos, plasticos, essa relativa falta de conhecimentos scientificos ao lado da necessidade que todos têm hoje de apresentar o corpo bem feito, foi uma das principaes causas para que se desenvolvessem verdadeiras regras de hygiene esthetica. A educação physica é uma dessas regras e muito concorre para que a velhice e a fealdade cada vez mais se retardem. (O Liberal, 1935, p. 3, grifo meu).

Diante disso, podemos inferir que as mulheres deveriam impelir os cuidados higiênicos, assim, poderiam se manter mais jovens, evitando o envelhecimento. Para tanto, deveriam praticar exercícios físicos e se exercitar, ao contrário do sedentarismo de que eram acusadas, por manterem-se confinadas ao espaço doméstico. Ao contrário dos homens, que ganhavam o espaço público, e se movimentavam constantemente, até mesmo porque a eles cabiam o trabalho “duro e pesado” fora do lar.

O “conhecimento scientifico” aliado aos preceitos da medicina higienista, se torna a verdadeira forma de se manter um corpo saudável. É só a partir dos conhecimentos propagados pela ciência que as mulheres obteriam resultados para se chegar a tão aclamada beleza.

Observa-se que nesse período, há a intensificação de um discurso, reproduzido em páginas de jornais de diversas localidades do país, indicando a importância da prática de exercícios físicos como fator de excelência para manter a saúde e juventude da mulher, esse discurso responsabiliza a mulher pela construção do próprio corpo de forma perfeita (CAMPOS, 2007). Esse discurso também encontrava lugar em discursos propagados pelo

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jornal “O Liberal”, como pode se ver na passagem a seguir:

Um corpo elegante, plastico, necessita de exercicios para que os musculos possam salientar-se, dando ao conjuncto o bello tão desejado, com as linhas anatomicas bem visiveis e delimitadas. A gymnastica deve ser feita tanto para o corpo como tambem para o rosto, sabido que o exercicio methodico, moderado e diario é um optimo meio para quem desejar possuir um organismo bello e sadio. Conservar a belleza é um dever e não um capricho. (O LIBERAL, 1935, p. 3)

No entanto, não devemos atribuir às mulheres a culpa desse tipo de comportamento sedentário. É possível que muitas delas pouco se exercitavam, mas, provavelmente, esse “isolamento” no lar, está relacionado a ideia de recato para o período. Possivelmente, ocupadas com as atividades domésticas do âmbito privado, algumas mulheres poderiam não realizar as práticas da educação “physica” como recomendava o discurso médico.

Além disso, mulheres pertencentes a elite tinha, em vários aspectos, estilos de vida diferentes das mulheres pobres. Essas últimas circulavam pelas ruas e exerciam diferentes ofícios, o que possivelmente, as impediam de praticar “exercicios methodicos e plasticos”. O que não significa dizer que não se exercitavam.

Além de imporem certos padrões e ensinamentos cotidianos, é interessante observar nesses textos a utilização de expressões em francês, ou outros truques. A afirmação de pesquisas realizadas sobre o assunto na Europa, por exemplo, serviriam como argumento de autoridade para que as mulheres se convencessem de tais práticas e pudessem chegar a tão aclamada “beleza” e “juventude”, o que contribuiria para levar a civilidade as ruas das cidades brasileiras. Além disso, preservaria o tradicional modelo matrimonial, pois uma das justificativas para o marido procurar outra mulher, fora do casamento, poderia ser o “descuido” da esposa em relação a aparência.

A esposa carrega a maior parte da culpa no que diz respeito aos fracassos, desarmonias e conflitos do relacionamento conjugal. E sua eventual insatisfação na busca da felicidade-modelo-obrigatória (no matrimônio e nos exercícios das funções de esposa e dona de casa) é apresentada simplesmente como um problema, uma falha, da própria mulher. (PINSKY, 2014, p. 226)

Além de serem responsabilizadas pelos deslizes ou conflitos no casamento, as mulheres deveriam ser o amparo e consolo do marido, principalmente, durante a velhice masculina. Segundo artigo publicado no periódico analisado, intitulado “A idade do homem”,

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“Os velhos quasi todos tem precisão de uma mulher condescendente, e o peso dos negocios torna esta consolação necessária” (O LIBERAL, 1932, p. 3). Ao mundo feminino cabe ser condescendente, geralmente, com os maridos, pais e irmãos. Trata-se mais uma vez de atribuir às mulheres as responsabilidades do cuidar.

O tema sobre alimentação também ganhou espaço nessa discussão, pois, acompanhada da prática de exercícios físicos, as dietas alimentares também possuíam influência sobre o envelhecimento da mulher. Uma das preocupações que giraram em torno da alimentação é o fato de as mulheres se tornarem gordas, característica inimiga da beleza, juventude e saúde. A obesidade era considerada como doença, sempre acompanhada do sedentarismo e da “hyper alimentação”, como afirma o doutor Pires em artigo para “O Liberal”, baseando-se em argumentos da “medicina moderna”.

Ser gorda era sinônimo de desprezo – não apenas naquele momento. Ainda hoje temos padrões de beleza alicerçados no corpo magro – pois associava-se as mulheres gordas a práticas condenáveis, como os excessos. Para ser bela, era preciso combater a gordura, mas, antes de mais nada, era melhor evitá-la, pois “era mais fácil evitar do que combater” (CAMPOS, 2015 p. 473). Conforme matéria publicada no jornal jataiense, o excesso de peso corporal se prevenia com vigilância, autoeducação, com dietas alimentares e exercícios físicos, discursos ainda recorrentes quando nos referimos aos padrões, construídos historicamente, de beleza feminina.

Além da prática de exercícios físicos e dieta alimentar, já nas primeiras décadas do século XX, se tornou possível construir o corpo por meio de grandes e pequenas intervenções cirúrgicas (CAMPOS, 2007, p. 160). O jornal “O Liberal”, já na década de 1930, indicava médicos e clínicas na cidade do Rio de Janeiro para a realização de certas cirurgias estéticas. No artigo publicado no ano de 1934, intitulado “Consultorio de belleza: Preparativos para operar as rugas”, doutor Pires indicava o caminho para os jataienses realizarem a intervenção cirúrgica.

São os mais faceis possíveis. Quando sou consultado para uma intervenção de esthetica, estudo cuidadosamente o caso, o modo pelo qual deve ser a pelle levantada, a localização das rugas conformação do rosto, etc, e mostro ao cliente, por meio de um espelho, o resultado approximado que se vae obter com a operação. Para melhor efficacia da intervenção, é sempre conveniente pedir um exame de sangue e pesquisar a glycose. Os clientes que não residem no Rio de Janeiro e que

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tenham poucos dias disponíveis já trazem esses exames feitos, afim de que a operação seja realizada (na hypothese do exame de sangue negativo e ausencia de glycose) no mesmo dia de sua chegada ao Rio. Assim sendo, não precisam esperar dois ou três dias que é o tempo de que o laboratorio necessita para effectuar taes exames. […] os cabelos são ligeiramente cortados na região temporal, e, em seguida, um pequeno pedaço de esparadrapo é collado de acordo com a gravura. Os cabellos restantes cobrem perfeitamente essa parte onde os cabellos foram cortados, escondendo, portanto, a região operada. (O LIBERAL, 1934, p. 2)

Esse tipo de artigo, indicando para a população jataiense procedimentos cirúrgicos estéticos, eram comuns nas páginas do jornal. Possivelmente, eram destinados as mulheres da elite jataiense. Eles eram sempre incluídos na coluna intitulada “Consultorio de belleza”, vinculando assuntos de interesses femininos, como formas de evitar a velhice e manter a juventude. Neste artigo, por exemplo, o corte dos cabelos indicava que o principal alvo das cirurgias eram as mulheres, pois estas mantinham os cabelos longos, que seriam cortados durante a operação.

Além disso, o corpo saudável da mulher, ainda representava um passo importante em relação a maternidade. Afinal, boa parte dessa preocupação com o corpo feminino alicerçava-se na necessidade de alicerçava-se produzir filhos saudáveis. Nesalicerçava-se contexto, uma das principais funções da mulher naquela sociedade estava calcada na maternidade (AMARAL, 2008).

Elegância, moda e inteligência

Outro requisito que foi atribuído ao feminino, impressas nas páginas do jornal “O Liberal”, foram os argumentos relacionado à moda e estética. As propagandas de remédios para a pele, cosméticos, como maquiagens e roupas da moda, prometiam a beleza e a juventude para as mulheres.

Para a belleza do rosto: Dissolvente Natal. É garantido e custa 6$. O Dissolvente Natal acaba com as manchas, cravos, rugas e poros abertos. Grátis: remettemos pelo Correio. Lindos premios a que mandar o endereço ao snr. L.R. Souza a Rua dos Andradas 128 Rio. (O Liberal, 1934, p. 2).

Este tipo de publicidade possivelmente era destinado às mulheres da elite jataiense. A “belleza” para o rosto era requisito essencial feminino. Além disso, a propaganda do dissolvente oferece “lindos brindes” a quem comprasse o medicamento, evitando rugas ou

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cravos no rosto. Segundo Diniz (2013), um dos requisitos de beleza feminina durante as primeiras décadas do século XX, era a pele limpa e fresca.

O uso de maquiagem também era divulgado no periódico, além das dicas em artigos de beleza, esse tipo de produto era constantemente divulgado através de propagandas. Produtos como: “perfumaria, batton, rouge, pó de arroz, extracto” (O LIBERAL, 1933, p.2) vendidos na casa de comércio Oscar, ganhou destaque nas páginas do jornal e indicava o consumo por parte das mulheres desses cosméticos. Campos (2007), analisando jornais do interior paulista, indica que, nesse período, o uso de batom vermelho, sobrancelhas e bocas delineadas passaram a ser combinação primordial com roupas e esmaltes, os quais eram também vibrantes. Sendo assim, Diniz aponta que (2013, p. 101) “as receitas de felicidade doméstica, direcionadas às mulheres de elite, foram continuamente reforçadas por propagandas, promoções e sorteios diversificados, que incentivavam novas práticas sociais, embutidas na aquisição de produtos modernos”. Tal fator, pode ser percebido também em Jathay, nas publicações divulgadas pelo “O Liberal”.

Contudo, é interessante notar, que como aponta Diniz (2013, p. 100) exagerar no uso de maquiagens, utilizar adereços muito chamativos e extravagantes ou o uso de roupas que “revelassem mais que a imaginação dos pudicos fosse capaz de suportar”, era algo que deveria ser evitado pelas mulheres honestas. Tal assertiva, é indicativo do controle e disciplinarização dos corpos femininos. Se pouco adornada é descuidada, se muito é puta. Os polos que se criam no discurso - o descuido e ser puta - certamente encontravam, nas práticas cotidianas resistências, dissidência, corpos que escapavam as normas.

A publicidade sobre a moda também ganhava destaque nas páginas do jornal. As décadas de 1920 e 1930 foram significativas no que se refere às roupas e acessórios que marcam as diferenças de gênero. O uso de vestimentas mais leves e utilitárias ganharam espaço. O aumento do decote e diminuição no tamanho das saias passou a fazer parte do cotidiano feminino (CAMPOS, 2007, p. 140). “Ao mesmo tempo, o uso de chapéus mais discretos, ou a ausência deles, o fim paulatino das luvas ou a disseminação de maiôs sem mangas para as mulheres, dentre tantas outras novidades relacionadas à indumentária, refletiam outros tipos de conduta social”. Entretanto, esse novo estilo de conduta social, afirma Campos (2007), ainda refletia sobre uma mesma concepção do corpo e do

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comportamento feminino: “belo, gracioso e encantador”.

O artigo intitulado “Moda feminina: conselhos a's damas elegantes”, publicado em 1935, indicavam novas maneiras de se vestir, apontando a possibilidade do uso de roupas mais leves e curtas. “Nos dias de sol, em vez do 'ensemble' use um casaquinho curto e amplo, typo 'bolero', em tons que combinem com os do vestido” (O LIBERAL, 1935, p. 4).

Outro requisito que passou a integrar a concepção de beleza feminina naqueles anos, foi a inteligência. Essa qualidade, segundo Maluf e Mott (1998), trouxe muito mais exigências para o universo feminino. A mulher elegante, culta, conhecedora da literatura e das artes, saberia a “arte de conversar” com o marido, o pai e os filhos, mantendo a harmonia do lar e da sociedade. Além disso, poderiam, de acordo com Ribeiro Júnior (2008), educar e formar civilizadamente os futuros homens da pátria brasileira. Assim, as mulheres exerceriam no lar, a influência sobre a humanidade.

[…] as mulheres desempenham papel primordial, pois é de sua atuação que dependem a garantia do caráter sagrado do lar, a força da pátria e a perfeição da humanidade. Sua educação principia pela formação moral, intelectual, prática, física e cívica. Tudo feito em nome da família, “em nome da saúde da família, em nome da maternidade, do casamento, do lar, que é preciso reclamar para as meninas, forte e séria educação” (RIBEIRO JÚNIOR, 2008, p. 199)

Contudo, essa beleza não era para todas. Durante as primeiras décadas do século XX, segundo Diniz (2013, p. 100), a beleza feminina era vista como uma dádiva divina, logo, era responsabilidade das mulheres conservá-la. Já as mulheres que não se enquadrassem aos padrões considerados belos, “eram motivo de piedade ou escárnio. Como compensação, presumia-se que se desdobrassem em desvelo à família e aprimorassem outros dotes”.

Além disso, ser uma mulher bela também significava se silenciar frente aos homens, fossem eles, maridos, pais ou irmãos. Beleza era sinônimo de submissão, aceitamento e silenciamento das mulheres em relação aos homens. Ser bela era, acima de tudo, ser mãe e esposa, “esquecer de si para viver para os outros” (RIBEIRO JÚNIOR, 2008. p. 178).

[…] o olhar dirigido para o outro, para agradá-lo, para conquistá-lo, para realizar-se segundo ele, não segundo a mulher ela mesma, no mundo: solitária e contraditória. Ideias certas sobre coisas, fatos e pessoas mantêm os estereótipos comportamentais. (CAMPOS, 2007, p. 141)

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Rainhas do lar

As mulheres, além de belas e recatadas, tinham ainda a responsabilidade com o cuidado do lar. No periódico, o papel social das mulheres continuava relacionado ao espaço e trabalho doméstico. Segundo Maluf e Mott (1998) a mulher, durante as primeiras décadas do século XX, deveria sempre ser a rainha do lar.

No jornal “O Liberal” não faltaram dicas para as mulheres sobre os cuidados que deveriam ter com a casa e o trabalho doméstico. Aliados a concepções e práticas higienistas, na tentativa de evitar doenças, os médicos recomendavam formas para que as donas de casa mantivessem o asseio do lar, o que refletiria em toda a sociedade. A construção da ideia de uma cozinha higienizada passou a fazer parte desse discurso durante o século XX, segundo Maluf e Mott (1998). O uso da panela de alumínio, por exemplo, em contrapartida com a de barro, era uma forma de evitar a contaminação das comidas e a proliferação de doenças. Por isso, foi comum em “O Liberal”, a propaganda de venda de louças e panelas de alumínios nas casas de comércio jataienses.

Os novos preceitos higienistas, que indicavam a postura a ser seguida pelas donas de casa, também sugeriam produtos de limpeza mais sofisticados, como zinco e vinagre para limpeza dos objetos de casa. Como, por exemplo, a dica de limpeza e cuidado publicada nas páginas do jornal, em nove de dezembro de 1934: “Curiosidades: Limpeza dos objectos de zinco […] Para restaurar as pelles […] Para evitar a coagulação do leite […]” (O LIBERAL, 1934, p. 4). Nesse sentido, segundo Maluf e Mott (1998), novas maneiras eram incorporadas ao cotidiano feminino a partir de medidas de higiene preconizadas pelos médicos. No seguinte artigo, eram salientadas maneiras corretas de limpeza de molduras douradas.

Curiosidades: […] Como limpar as molduras douradas? As molduras douradas limpam-se tirando-lhes primeiramente o pó, e applicando-lhes, em seguida, com um pincel, agua misturada com vinagre. Termina-se a operação passando o pincel secco para enxugar a moldura. (O LIBERAL, 1934, p. 3)

Outro requisito importante para a rainha do lar, era o conhecimento e cuidado em relação a alimentação da família. Toda responsabilidade pela comida oferecida no lar, era de total responsabilidade feminina. O periódico “O Liberal”, salientava em 1935, a propriedade terapêutica que as frutas detiam, assim, as mulheres poderiam optar pelas que pudessem trazer

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mais saúde à toda família. “As cerejas têm propriedades gestosas e vermifugas. As uvas são anti-bibliosas. As ameixas têm qualidades laxantes. As nozes ajudam a eliminar as toxinas do organismo e o tornam refractario a acção de alguns toxicos. A maçã é recomendada para os rins […]” (O LIBERAL, 1935, p. 2).

A economia que as mulheres faziam dentro das casas também era visto como critério importante para a rainha do lar. O trabalho com a costura era significativo para as mulheres. Possivelmente, algumas mulheres jataienses realizavam este tipo de atividade, pois não foram incomuns as propagandas da Companhia Singer, nas páginas do jornal.

Para Diniz (2013), este tipo de atividade significava a folga do trabalho doméstico para as mulheres, a realização de outras atividades menos cansativas que passar roupas ou limpar casas. Entretanto, segundo Maluf e Mott (1998) a costura significou também, uma forma de não ser tão dependente, mas ao mesmo tempo, era uma maneira de ajudar o marido, assim, a mulher não lhe pediria tanto dinheiro, auxiliando na economia do lar.

Ser uma boa dona de casa também implicava controlar os gastos domésticos, de modo a caber no orçamento familiar e, principalmente, nas restrições do marido. Acerca das donas de casa do início do século XX, considerava-se que pechinchar juntos aos donos dos estabelecimentos comerciais, fornecedores e autoridades, era percebido de maneira incômoda, mas legítima. Protestar em defesa da sobrevivência e da alimentação da prole era sempre entendido como um dever das mães de família. Na economia doméstica, as responsabilidades das mulheres eram diferenciadas, de acordo com a renda familiar. Às mulheres de elite cumpria administrar os gastos e as tarefas diárias dos que a elas estivessem subordinados e, também, as despesas e as atividades ligadas aos encontros festivos e culturais promovidos em sua casa ou em seu círculo social. As mulheres pobres, por sua vez, esperava-se que se desdobrassem em atividades informais e, se necessário, era presumido que se sacrificassem pela família. (DINIZ apud PINSKY, 2012, p. 497).

Enquanto as mulheres se colocavam como protetoras da renda familiar no papel de rainhas do lar, os homens eram considerados como provedores da família. Essa divisão sexual do trabalho legitimou a dependência financeira da mulher pelo homem4, assim como, causou seu silenciamento e subordinação frente a situações domésticas. Segundo Maluf e Mott (1998), o homem, no ambiente doméstico, deveria sempre descansar, em razão do dia de trabalho para sustentar a família. As mulheres, não deveriam pedir sua ajuda para assuntos

4 De uma parcela de mulheres, apenas. Pois os trabalhos historiográficos têm nos mostrado que muitas outras

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relacionados ao trabalho doméstico.

O papel do marido provedor, que legitimou a dependência econômica da mulher, acabou também por tornar a esposa a única responsável pelos serviços domésticos. Assim, para que as considerassem boas donas de casa, além de manter permanente bom humor, de realizar as tarefas sempre em benefício de toda a família, deixando para segundo plano tudo o que as afastasse da “administração científica” do lar, de ser econômicas, as mulheres jamais deveriam pedir a participação do marido no serviço doméstico. (MALUF; MOTT, 1998, p. 419).

No âmbito do jornal analisado por esta pesquisa, os artigos que tratavam sobre os assuntos domésticos, como cuidados com os móveis ou alimentos, estavam sempre nas mesmas páginas que textos relacionados a beleza, moda e propagandas de produtos à venda nas casas de comércio jataienses. Em 1935, é lançada uma nota sobre uma campanha de “hygiene pré-natal” que aconteceu na França, abaixo deste artigo, está presente outra nota sobre como “polir moveis”, na qual, eram ensinadas maneiras corretas de limpar e dar brilhos “ás grandes superficies: camas e armarios, por exemplo”. (O LIBERAL, 1935, p. 3).

Nesse sentido, compreendeu-se que as crônicas, artigos e propagandas analisados neste estudo, escritos predominantemente, por homens letrados de Jataí, propunham forjar comportamentos socialmente aceitáveis para as mulheres do período, em Jataí. Os textos reproduzidos no periódico indicam que as mulheres deveriam seguir certos padrões de comportamentos, para se tornarem, “mulheres de alma sã”. Tais mulheres, deveriam se dedicar a tríade: mãe, esposa e dona de casa.

Referências bibliográficas

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FRANÇA, Jorge Luiz de. Mulheres, imprensa e sociedade em Ribeirão Preto (1930-1940). 2013. 169 f. Dissertação (Mestrado em Educação). Faculdade de Educação, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2013.

GONÇALVES. Andréa Lisly. História e Gênero. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.

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