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EMENTA ACÓRDÃO APELAÇÃO CÍVEL Nº /PR

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Academic year: 2021

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APELAÇÃO CÍVEL Nº 2007.70.00.018550-1/PR

RELATOR : Des. Federal EDGARD ANTÔNIO LIPPMANN JÚNIOR

APELANTE : UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANA ADVOGADO : Solange Dias Campos Preussler

APELADO : VILSON JOSE MASUTTI

ADVOGADO : Cesar Lourenco Soares Neto e outros : Shalom Moreira Baltazar

EMENTA

ENSINO. CURSO DE DOUTORADO EM UNIVERSIDADE ESTRANGEIRA. VALIDAÇÃO DO DIPLOMA. REGISTRO APENAS PARA FINS DE DOCÊNCIA. TEMPESTIVIDADE DO APELO.

É de se reconhecer a tempestividade do apelo, em razão dos autos terem sido afastados do cartório em duas oportunidades, sendo que, do contrário, poder-se-ia prejudicar o trabalho desenvolvido pela parte apelante.

Tratando-se de revalidação como registro apenas para fins de docência, é de se prestigiar o Acordo Internacional, haja vista o depósito de sua ratificação expressa pelos países participantes.

ACÓRDÃO

Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, decide a Egrégia 4ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, por unanimidade, afastar a preliminar de intempestividade e negar provimento ao apelo e à remessa oficial, nos termos do relatório, votos e notas taquigráficas que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.

Porto Alegre, 23 de abril de 2008.

Desembargador Federal EDGARD LIPPMANN JR Relator

D.E.

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Documento eletrônico assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que instituiu a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, por:

Signatário (a): EDGARD ANTONIO LIPPMANN JUNIOR:35 Nº de Série do Certificado: 443584C6

Data e Hora: 30/05/2008 17:56:40

APELAÇÃO CÍVEL Nº 2007.70.00.018550-1/PR

RELATOR : Des. Federal EDGARD ANTÔNIO LIPPMANN JÚNIOR APELANTE : UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANA

ADVOGADO : Solange Dias Campos Preussler APELADO : VILSON JOSE MASUTTI

ADVOGADO : Cesar Lourenco Soares Neto e outros : Shalom Moreira Baltazar

RELATÓRIO

Trata-se de ação ordinária pela qual o autor objetiva a validação automática do seu diploma de Doutor em Ciências Empresariais, obtido junto à

Universidad del Museo Social Argentino, da Argentina, alegando o autor, em

síntese, que se apresenta possível a validação automática em razão do "Acordo de

Admissão de Títulos e Graus Universitários para o Exercício de Atividades Acadêmicas nos Estados Partes do mercosul" que entende em consonância com a

Lei nº 9.394/96 e a Resolução CNE/CES nº 02/2005.

Deferido em parte o pedido de antecipação de tutela, foi determinada a citação da parte ré, que deixou transcorrer in albis o prazo para contestação, sobrevindo sentença que julgou parcialmente procedente a ação, determinando à ré que promova definitivamente o registro do diploma de doutorado do autor, anotando-se que tal procedimento se faz com base no acordo anteriormente referido, e que ele se destina unicamente a habilitar o exercício de atividades de docência e pesquisa conforme o grau obtido. A ré foi condenada, ainda, a suportar as custas processuais e honorários advocatícios, fixados em R$ 1.000,00 (um mil reais).

Irresignada, apelou a requerida, reprisando seus argumentos já apresentados na inicial, postulando a reforma da sentença, para julgar improcedente a ação.

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Com contra-razões, onde foi argüida a intempestividade do apelo, subiram os autos a esta Colenda Corte, vindo conclusos os autos após os demais trâmites processuais, com parecer do representante do Ministério Público federal (fls. 358/359) pelo provimento do apelo.

É o relatório.

Desembargador Federal EDGARD LIPPMANN JR Relator

Documento eletrônico assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que instituiu a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, por:

Signatário (a): EDGARD ANTONIO LIPPMANN JUNIOR:35 Nº de Série do Certificado: 443584C6

Data e Hora: 30/05/2008 17:56:37

APELAÇÃO CÍVEL Nº 2007.70.00.018550-1/PR

RELATOR : Des. Federal EDGARD ANTÔNIO LIPPMANN JÚNIOR APELANTE : UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANA

ADVOGADO : Solange Dias Campos Preussler APELADO : VILSON JOSE MASUTTI

ADVOGADO : Cesar Lourenco Soares Neto e outros : Shalom Moreira Baltazar

VOTO

Preliminarmente, aprecio a argüição de intempestividade do apelo, suscitada nas contra-razões.

Para tanto, saliento que há a argumentação de que teria sido publicada a sentença no Diário Eletrônico no dia 05-11-07 e que mesmo com a contagem do prazo em dobro se findou em 05-12-07, tendo o apelo sido protocolado no dia 23-01-08.

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No caso dos autos, há peculiaridades que influenciam na apreciação dessa matéria, uma vez que há o interesse, seguramente, de vários advogados do Paraná, tendo havido dois pedidos de vista dos autos fora do cartório, como por exemplo a petição da Dra. Daniele (fl. 280). Como a matéria possui vários clientes com títulos obtidos no MERCOSUL, ela, por isso, teria interesse nas cópias. O Juiz deferiu, e, na seqüência, houve novo pedido de vista de outra advogada, que não é parte nos autos, vista pelo prazo legal, para subsidiar teses.

Isso levou o Magistrado a proferir o despacho: "Dê-se o prosseguimento do feito, intimando-se a ré da sentença proferida nas fls. 275 e 277. Decorrido o prazo, remetam-se os autos ao TRF." Isso no dia 06-11-07.

De ser afastada essa preliminar de intempestividade também por essa situação, de que os autos, em duas ocasiões, estiveram fora do cartório após prolatada a sentença, até porque a parte, para apelar, tem de ter acesso aos elementos.

No mérito, alguns detalhes, parece-me, devem ser levados em conta. Primeiro, o autor, após ter concluído o Doutorado no exterior, buscou administrativamente a revalidação automática desse diploma. Em razão de a Universidade ter instaurado procedimento administrativo no qual levantou alguns detalhes indispensáveis para a tramitação desse procedimento, inconformado ele ingressa em juízo e textualmente pede a antecipação de tutela para revalidação automática do diploma. No mérito, que a presente demanda seja julgada integralmente procedente, confirmando a antecipação de tutela para admitir o título de doutor, o título ao autor junto a universidade, revalidando-o automaticamente.

O ilustre Juízo a quo, em uma construção inteligente, diz que na verdade a questão da revalidação automática parece inadequada, até porque é fundamental que a parte se submeta a um procedimento onde vai-se examinar a compatibilidade, ou não. Com isso ele diz que defere a antecipação de tutela parcialmente para apenas permitir o registro para fins de docência. Mas não é o que a parte quer, ela quer uma revalidação automática.

Ocorre que foi ressaltado pelo apelante que não foi esse o pedido da parte, o pedido é para fins de docência, inclusive o requerimento formulado na Universidade Federal do Paraná que abre o processo administrativo ressalta que apenas para fins de docência, porque o que acontece é que a legislação, a LDB, ela somente adota dois vocábulos: revalidação e reconhecimento, ela não adota admissão automática, prevista no art. 48, § 2º da LDB. Então, foi adotada a

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expressão revalidação, porque é o vocábulo que a própria LDB emprega para essas situações. Se for analisado o pedido formulado ao FPR, o pedido foi apenas de registro para fins de docência, nada mais.

Desta forma, trata-se de registro, e não revalidação automática.

O ilustre Juízo, com base no Decreto nº 5.518, que foi o que trouxe ao cenário jurídico nacional esse acordo de admissão de títulos e graus, diz que a única possibilidade seria a figura do registro.

Aliás, o parecer do Ministério Público é em cima desta linha de raciocínio: o que ele busca seria a revalidação automática, mas em nenhum momento o decreto exime a necessidade de se compatibilizar com as regras internas, afirmando o Parquet Federal o seguinte:

"O art. 3º diz que os títulos de graduação e pós-graduação referidos deverão estar devidamente validados pela legislação vigente dos Estados Pares, inclusive para fins desse dispositivo os postulantes dos Estados Pares deverão se submeter às mesmas exigências previstas para os nacionais."

Quer dizer, é exigido para o nacional este controle administrativo, com mais razão deva-se exigir de pessoas oriundas de estabelecimento de ensino superior.

No caso dos autos, revistos, verifico a existência de documentação comprobatória de que o pedido administrativo era para registro com fins de docência, havendo que se relevar a terminologia utilizada na petição inicial, até porque todos sabemos que às vezes não é tão fácil assim formular um pedido que não tenha uma interpretação dúbia ou que não gere uma certa controvérsia futuramente, embora naquele momento em que se escreve esteja-se certo do que está escrevendo.

Quanto a essa matéria, registro do diploma exclusivamente para fins de docência, resta aplicável o Tratado de Assunção, apenas observando-se a questão quanto à aplicação do Tratado, no sentido de saber se o Estado argentino de fato ratificou esse Tratado. Nesse sentido, a cláusula 9ª prevê, para o Tratado entrar em vigor nos dois primeiros Estados que o ratifiquem, trinta dias após depósito do

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segundo instrumento de ratificação. Então, não há compromisso imediato de qualquer um deles de ratificar, mas sim os dois primeiros que o ratificassem ficariam trinta dias após o depósito do instrumento de ratificação.

E, em relação a esse ponto, há informação nos autos, que inclusive foi acolhida pelo Magistrado, de que existe um site oficial que trata dessas informações do Mercosul, constando informação de que a Argentina fez depósito do instrumento de ratificação em 26-04-2002, inclusive constando da sentença.

Então, é de ser mantida a sentença, entendendo-se por revalidação como registro apenas para fins de docência.

Por fim, saliento que os próprios fundamentos desta decisão, bem como a análise da legislação pertinente à espécie (Lei nº 9.394/1996; Resolução MEC-CNE/CES nº 02/2005; Decreto Legislativo nº 800, de 23.10.2003; Art. 48, §§ 2º e 3º da Lei nº 9.394/96 - LDB; Decreto Legislativo nº 924/2005; Resolução MEC-CNE/CES nº 01/2002; e Resolução nº 10/87 do CEPE), em tudo afetos à matéria, não constituindo o teor da presente negativa a sua vigência, já são suficientes para o prequestionamento da matéria junto às Instâncias Superiores, evitando-se a necessidade de oposição de embargos de declaração tão-somente para este fim, o que nitidamente evidenciaria a finalidade procrastinatória do recurso, passível de cominação de multa, nos moldes do contido no parágrafo único do art. 538 do CPC.

Ante o exposto, voto por afastar a preliminar de intempestividade e negar provimento ao apelo e à remessa oficial.

É como voto.

Desembargador Federal EDGARD LIPPMANN JR Relator

Documento eletrônico assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que instituiu a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, por:

Signatário (a): EDGARD ANTONIO LIPPMANN JUNIOR:35 Nº de Série do Certificado: 443584C6

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EXTRATO DE ATA DA SESSÃO DE 23/04/2008

APELAÇÃO CÍVEL Nº 2007.70.00.018550-1/PR

ORIGEM: PR 200770000185501

RELATOR : Des. Federal EDGARD A LIPPMANN JUNIOR PRESIDENTE : Edgar Antonio Lippmann Junior

PROCURADOR : Dr(a) João Carlos de Carvalho Rocha SUSTENTAÇÃO

ORAL : Dr. Shalom Moreira Baltazar pelo apelado APELANTE : UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANA ADVOGADO : Solange Dias Campos Preussler

APELADO : VILSON JOSE MASUTTI

ADVOGADO : Cesar Lourenco Soares Neto e outros : Shalom Moreira Baltazar

Certifico que este processo foi incluído na pauta do dia 23/04/2008, na seqüência 19, disponibilizado no DE de 17/04/2008, da qual foi intimado(a), por mandado arquivado nesta secretaria, o MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, a DEFENSORIA PÚBLICA e as demais PROCURADORIAS FEDERAIS.

Certifico que o(a) 4ª TURMA, ao apreciar os autos do processo em epígrafe, em sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:

A TURMA, POR UNANIMIDADE, DECIDIU AFASTAR A PRELIMINAR DE INTEMPESTIVIDADE DO RECURSO LEVANTADA NAS CONTRA-RAZÕES E NEGAR PROVIMENTO AO APELO E À REMESSA OFICIAL. DETERMINADA A JUNTADA DAS NOTAS TAQUIGRÁFICAS.

RELATOR

ACÓRDÃO : Des. Federal EDGARD A LIPPMANN JUNIOR VOTANTE(S) : Des. Federal EDGARD A LIPPMANN JUNIOR

: Des. Federal VALDEMAR CAPELETTI : Juiz Federal MÁRCIO ANTÔNIO ROCHA AUSENTE(S) : Juiz Federal JAIRO GILBERTO SCHAFER

: Des. Federal MARGA INGE BARTH TESSLER

Simone Deonilde Dartora Secretária

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Documento eletrônico assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que instituiu a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, por:

Signatário (a): SIMONE DEONILDE DARTORA:10824 Nº de Série do Certificado: 44357790

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