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R.P. 279/2007 DSJ-CT-

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(1)

In st it ut o d o s Re gi st os e d o N o ta ri a d o . mod . 4

Proc. R.P. 279/2007 DSJ-CT- (i)registabilidade de acção

administrativa( especial) em que os AA. pedem: o

reconhecimento do direito de construir no seu prédio um edifício

com determinadas características; a vinculação do Município a

licenciá-la e, não o fazendo, a sua condenação à reparação dos

prejuízos; a vinculação dos actuais proprietários( e futuros

subadquirentes) de prédio com aquele confinante, em caso de

deferimento municipal da construção, a não se oporem à mesma e,

em caso de incumprimento, a sua condenação à reparação dos

prejuízos; e a "constituição de tais ónus sobre todo o prédio".

DELIBERAÇÃO

Relatório

1.Jacinto …e Rute …, titulares inscritos - em comum e sem

determinação de parte ou direito - do prédio descrito sob o nº

01391/270302 da freguesia de …, intentaram no Tribunal Administrativo

e Fiscal de … uma Acção Administrativa Especial, enquadrada em actos

administrativos praticados "pelo" Município de …( 1º R. ) no âmbito

do licenciamento da construção existente no prédio descrito sob o nº

1799/19910326 da mesma freguesia.

À data do pedido de registo efectuado pelo recorrente – 7 de Agosto

de 2007( Ap. 19 ) - constava da descrição do dito prédio 1799 que o

mesmo era composto de edifício com onze pisos, com terraço e piscina,

"dividido" em 43 fracções autónomas( "A" a "AU").

Todas as fracções autónomas se mostravam definitivamente inscritas

a favor de "…. L.da" (2ª R.), mas encontravam-se já lavradas -

provisoriamente por natureza( g) do nº 1) - inscrições de aquisição

nas fracções "D", "AF", "AQ", "AR" e "AS", a 1ª a favor de Clarisse…3ª R.,

assumindo o marido igual posição), a 2ª a favor de Joaquim …(4º R.), a

3ª a favor de Paula …( 5ª R., assumindo o marido igual posição) e a as 4ª

e 5ª a favor de Barry …e mulher, Patrícia …( 6ºs RR.).

(2)

In st it ut o d o s Re gi st os e d o N o ta ri a d o . mod . 4

2. A pretensão dos AA.

1

pode ser decomposta em três planos:

a) Reconhecimento (pedidos A a F ):

1) De que o 1º R. violou o disposto no corpo e parágrafo 4º do

art.º 59º e no art.º 60º, ambos do RGEU - na deliberação do seu órgão

Câmara Municipal( de 3 de Dezembro de 2003), que aprovou o pedido de

licenciamento da construção, e no despacho da Vice Presidente do

mesmo órgão(de 29 de Abril de 2004), que autorizou a emissão do

respectivo alvará de construção – quer quanto à altura da edificação, quer

quanto à sua distância para o prédio dos AA.;

2) De que tais actos administrativos já não podem ser judicialmente

impugnados, mas que deve proferir-se declaração da sua ilegalidade

com efeitos circunscritos ao caso concreto;

3) De que os AA. têm direito a ocupar toda a frente do seu terreno

com edifício com, pelo menos, o mesmo número total de pisos, e a

encostá-lo às extremas Nascente e Poente, desde que sem vãos abertos

com vista para o edifício construído pela 2ª R., ficando os 2ª a 6º RR.

( e futuros subadquirentes ) obrigados a não se oporem .

1 Q u e , a b r e v i a d a m e n t e , t e m p o r c a u s a d e p e d i r o s e g u i n t e : p e r a n t e c o ns t r u ç ã o e f ec t u a d a n o p r éd i o su b m e t i d o a r e g i s t o e m v i o l a ç ã o d e n o r m a s do R G E U e e n q u a n t o p r o p r i e t á r i o s d e p r éd i o q u e c o m o m e s m o c o n f i na a na s c e n t e , o s A A . pr e t e n d e m as s e g u r a r - s e d e q u e a s u a p r e t en s ã o d e v ir e m ( " a m é d i o p r az o " ) a c o n s t r u i r n o s e u p r éd i o u m e d i f í c i o c o m p e l o m e n o s o m e s m o n ú m e r o d e p i s o s e e nc o s t a d o à e x t r e m a P o e n t e , n ã o s a i a p r e j u d i c a da, o u p e l o i n d e f er i m e n t o d o s e u l i c e n c i a m e n t o p e l o 1 º R . o u , s e n d o d e f e r i d o , pe l a o p o s i ç ão do s 2 ª a 6 º R R . . C o n c r e t i z a nd o : da ap l i c a ç ã o c o n j u g a d a d o dis p o s t o n o co r po e n o pa r á gr a f o 4 º d o Ar t . º 5 9 º d o R G E U r e s u l t a q u e a c o n s t r u ç ã o e f e ct u a d a n o p r é d i o d o s R R . s ó p o d i a s e r l i c e n c i a d a s e n ã o e x c ed e s s e o s 6 p i s o s a ci m a d o s o l o e f o i l i c e n c i a d a c o m 9 e da a p l i c a ç ã o do d i s p o s t o n o a r t . º 6 0 º d o m e s m o R G E U r e s u l t a q u e a d is t â n c i a m í n i m a d a s f a c h a d a s em q u e e x i s t e m v ã o s d e c o m p a r t i m e n t o s d e h a b i t a ç ã o pa r a o pr é d io d o s A A . d e v i a s e r d e 1 0 m e e l a v a i d e 0 , 9 0 m a 8 ,3 0 m . O s A A . , p o r q u e a i m p u g n a ç ã o j u di c i a l d o s a c t o s a d m i n i s t r a t i v o s ( a n u l á v e i s ) j á n ão é p o s s í v e l , p r e t e n d e m s a l v a g u a r d a r q u e o s eu d i r e i t o d e c o n s t r u i r nã o s a i a l i m i t a d o o u c o n d i c i o n a d o p e l o m e s m o R G E U q u e , t e n d o s i d o v i o l a d o p e l a c o n s t r u ç ã o v i z i n h a , p o s s a p o r f o r ç a d es t a v i r a s e r u t i l i z a d o c o m o f u nd a m e n t o d a l i m i t a ç ã o . I s t o é : p r e t e n d e - s e a d e s a p l ic a ç ã o d e n o r m a s do R G E U ( e n ã o , do s a c t o s a d m i n i s t r a t i v o s , co m o , p a r e c e - n o s q u e p o r la p so , c o ns t a d a p . i . , a o r e po r ta r - s e a d e c l a r a ç ã o d e i l e g a l i d a d e , c o m e f e i t o s c i r c u n s c r i t o s a o c a s o c o n c r e t o , a o s a c t o s a d m i n i s t r a t i v o s – c f r . o s a r t .º s 7 2 º , n º 1 , 7 3 º , n º 2 e 7 6 º do C P T A , r e f e r i do s n a m e s m a p . i . ) , p o r q u e a s u a a p l ic a ç ã o t r a d u z i r i a u ma i le g a l i d a d e em r e l a ç ã o a o d i r e i t o d o s A A . .

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b) Condenação( pedidos G e H): ao pagamento de indemnizações

civis, por um lado pelo 1º R., se vier a indeferir o licenciamento da

construção com aquelas características e, por outro pelos 2ª a 6º RR. e

futuros subadquirentes se, vindo a ser deferido o dito licenciamento ,

vierem a opor-se à mesma construção.

c) Constituição de ónus reais ( pedido I): para prevenir a satisfação

daqueles pedidos ("cuja garantia pode desaparecer ou diminuir com a

venda gradual dos apartamentos pelos 2ª a 6ºs RR."), e para dar

conhecimento da pendência da acção a futuros proprietários , pretende

que "sejam constituídos tais ónus sobre todo o prédio dos 2ª a 6º RR.".

3. O registo foi recusado ao abrigo do art.º 69º, nº 1, c) do C.R.P.,

explicitando-se que a não sujeição a registo decorre da ausência ( no

pedido e, consequentemente, na decisão final que antecipadamente se

pretende tornar oponível a terceiros) dos efeitos previstos nas alíneas

a) e b) do nº 1 do art.º 3º do C.R.P., pois que a pretensão dos AA. –

reconhecimento do direito de no seu prédio construírem um edifício com

determinadas características - depende apenas de permissão

administrativa ( de cariz urbanístico) e nada tem a ver com os direitos

referidos no art.º 2º do C.R.P. , quer enquanto constituição, quer

enquanto modificação ou extinção.

4. Não se tendo conformado com aquela decisão, interpôs o

apresentante o presente recurso hierárquico, cujos termos aqui se dão

por integralmente reproduzidos, alegando, muito sinteticamente, que a

recorrida se deteve apenas nos pedidos constantes das alíneas A a H e

não se apercebeu do constante da parte final da alínea I, no sentido de

que "sejam constituídos tais ónus sobre todo o prédio dos 2ª a 6ºs RR." .

O recorrente defende que, visando aquele pedido restringir o

direito de propriedade, corresponde-lhe uma modificação do mesmo

direito, , sendo consequentemente subsumível na alínea a) do n.º 1 do

art.º 3º do C.R.P..

5. Em sustentação da decisão de recusa a recorrida defende, por

um lado, que a pretensão dos autores de evitar o desaparecimento ou

diminuição da garantia patrimonial só podia alcançar-se por via dos

meios previstos no art.º 605º e seguintes do Código Civil - declaração de

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nulidade de actos praticados pelo devedor, acção sub-rogatória,

impugnação pauliana e arresto – , nem todos registáveis e, por outro,

que a pretensão de dar a conhecer a futuros adquirentes a pendência da

acção, nem se enquadra no princípio da tipicidade ou do numerus

clausus previsto nos art.ºs 2º e 3º do C.R.P., nem em qualquer norma

que determine para o caso uma mera publicidade notícia.

Acrescenta que não se sabe que ónus são os referidos no dito

pedido I ou em que se traduzem as restrições do direito de propriedade ,

além de que também aqui vigora o princípio do numerus clausus

previsto no art.º 1306º do Código Civil.

6. O processo é o próprio, as partes legítimas, o recurso tempestivo

e não existem questões prévias ou prejudiciais que obstem ao

conhecimento do mérito.

A posição deste Conselho vai expressa na seguinte

Deliberação

1. Salvaguardando o âmbito urbanístico, onde se admite a

possibilidade de transferência de direitos de edificabilidade

2

, não

está prevista na lei a autonomia jurídica ao direito de construir

em solo próprio , quer no âmbito do princípio substantivo do

numerus clausus ( cfr. art.º 1306º do Código Civil) quer para

efeito de registo ( cfr. a omissão à referência a quaisquer factos

que lhe respeitem - art.ºs 2º e 3º do C.R.P. )

3

.

2

C f r . o a r t. º 1 4 0 º do R e g i m e J u r í d i c o d o s I ns t r u m e n t o s d e G e s t ã o T e r r i t o r i a l ) R J I G T ) c o n s t a n t e d o D . L . n º 3 8 0 /9 9 , d e 2 d e S e t e m b r o , a l t e r a d o p e l o s D . L . n º s 5 3 / 2 0 0 7 , d e 7 / d e A b r i l e 3 1 0 /2 0 0 3 , d e 1 0 d e D e z e m b r o , p e l a s L e i s n º s 5 8 / 2 0 0 5 , d e 2 9 d e D e z e m b r o e 5 6 /2 0 0 7 , d e 3 1 d e Ago s t o e p e l o D . L . n º 3 1 6 / 2 0 0 7 , d e 1 9 d e S e t em b r o , q u e su j e i t a a r e g i s t o a s tr a n s a c ç õ e s a o s e u a br ig o ef e c t u a da s . 3 N o s e n t i d o d e a f e r i r d a c o e r ê n c i a d e s t e r e g i m e l e g a l c o m a s d u a s n a tu r e z a s p e l as q u a i s é h a b i t u a l m e n t e c a r a c t e r i z a d o e ste d i r e i t o d e c o n s t r u i r ( i n c lu í d o n a d e s i g n a ç ã o m a i s a b r a n g e n t e d e i u s a e d i f i c a n d i ) , i s t o é , q u e r c o m o f a z e nd o p a r t e i n t e g r a n t e d o d i r e i t o d e p r o pr i e da d e d o s o lo q u e r c o m o c o n s t i t u i n d o u m a f a c u l d a d e j u r í d i co - p ú b l i c a a t r i b u í d a pe l o o r d e n am e n t o u r b a n í s t i c o , C f r . F e r n a n d o A l v e s C o r r e i a , i n M a n u a l d e D i r e i t o d o U r b a n i s m o , p á g . 6 9 7 e s s . . e , n o s e n t i d o d e t e r p r e s e n t e a a r g um e n t a ç ã o q u e a j u r is p r u d ê n c i a " e s p e c i a l i z a d a " ( a a d mi n is t r a t i v a ) u t i l i z a p a r a a s u a de f e s a d a

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In st it ut o d o s Re gi st os e d o N o ta ri a d o . mod . 4

2. A existência daquele direito de construir na esfera jurídica

do titular do direito de propriedade de um determinado prédio só

poderá justificar a constituição de restrições, com carácter real,

ao direito de propriedade de prédio contíguo ou a constituição de

ónus reais, nos casos permitidos por lei, sendo registadas

unicamente a(o)s que a lei sujeite a registo ( cfr. art.º 1306º do

C.C. e art.º 2º, nº 1, u) do C.R.P.)

4

.

n a t u r e z a r ef e r i d a e m 2 º l u g a r , c f r . o A c . d o S . T . A . n º 0 4 6 9 4 6 , d e 2 9 d e M a i o d e 2 0 0 7 , n o qu a l s e r e f er e m m u i t o s o u t r o s , i n w w w . d g s i . p t . P o d e a f i r ma r - s e , c o m s u f i c i e n t e s e g u r a n ç a , q u e a i n t e r v e n ç ã o d a a d m i n i s t r a ç ã o , n e s t e â m b i t o , ( e l a b o r a nd o o s p l a n o s e l i c e n c i a n d o a c o n s t r uç ã o ) n ã o t r a d u z um f a c t o s u j e i t o a r e g i s t o , d e s d e l o g o p o r q u e d el a n ã o r e s u l t a a a u t o n o m i z a ç ã o d e um " n o v o " t i p o d e d i r ei t o r e a l ( n ã o o l v i da n d o , o bv i a me n t e e n o u t r o e n q u a d r am e n t o , o d i r e i t o d e s u p e r f í c i e p r e v i s t o n o ar t . º 1 5 2 4 º d o C ó d i g o Ci vi l ) e d e p o i s p o r q u e a l e i a n ã o s u j e i ta a r e g i s t o e n q u a n t o r e p o r t a da a d i r e i t o c om o u t r a q u a lq u e r n a t u r ez a ( r e s t r it a m e n t e c o n s i d e r a d o , j á q u e e le p o d e co n st a r e m i n t e r v e n ç ã o d e a d m i n i s t r a ç ã o d e â m b it o m a i s v a s t o , c o m o s e j a n a a u t o r i z a ç ã o d e l o t e a m e n t o p a r a c o n s t r u ç ã o u r b a n a – Cf r . P º R . P . 9 0 / 2 0 0 6 DS J - C T e P º R . P . 2 8 0 / 2 0 0 6 D S J - C T , d e s c o nh e c e m o s s e j á p u b l i c a d o s , e m q u e a e x i s t ê n c i a d e t a l r e g i s t o , c o m a s r es p e c t i v a s e s p e c i f i c a ç õ e s , f o i d e t e r m i n a n t e p a r a co n s i d e r a r s uj e i t a s a r e g i s t o a c ç õ e s a dm i n i s t r a t i v a s c o m p e d i d o s d e d e c l a r a ç ã o d e n u l i d a d e o u a n u l a ç ão d e a c t o s a d m i n i s t r at i v o s d e l i ce n c i a m e n t o d e c o n s t r u çõ e s e m d e s c o n f o r m i d a d e c o m a s e s p e c i f i c a ç õ e s c o n s t a n t e s d o r e g i s t o , n ã o s e t e n d o a s s i m f i c a d o , e m t a i s s i t u a ç õ e s , p e l a m e r a p u b l i c i d a d e n o t í c i a q u e n o P º R . P . 2 8 0 / 2 0 0 0 D S J - C T , i n B . R . N . n º 6 / 2 0 0 1 ( II ) f o i d e f e n d id a p a r a c a s o e m q u e n ã o e x i s t i a o d i t o r e g i s t o d e a u t o r i z a ç ã o d e l o t e a m e n t o ( c o m e s p e c i f i c a ç õ e s r e l a t i v a s a o c o n t e ú d o d o d i r e i t o d e co n s t r u i r ) . A s s i m , s e o p e d i d o d e r e g i s t o t i v e s s e t id o p o r o b j e c t o m e d i a t o o p r é d i o do s A A . , n o m e a d a m e n t e p o r q u e o p e d i d o f o r m u l a do n a a c ç ã o s e t i v e s s e l i m i t a d o a o r e c o n h e c i m e n t o d o d i r e i t o d e e d i f i c a r a c o n st r u çã o c o m a s p r e t e n d i d a s c a r a c t e r í s t i c a s , a f u n d a m e n t a ç ã o q u e t e r í a m o s q u e p r o c u r ar p a r a a r e c u s a t e r i a q u e p a s s a r p e l o d e s e n v o l v i m e n t o d o q ue s u p r a m u i t o b r e v e me n t e s e r e f er i u , n o m e a d a m e n t e p e l a n a t u r e z a j ur í d i c a d o s p l a n o s c o m e f i c á c i a p l u r i s u b j e c t i v a ( c f r . qu e o a r t . º 2 º da p . i. r e f e r e q u e o s p r é d i o s e m " l i t í g i o " s e s i t u a m e m á r e a a b r a n g i d a p e l o P D M d e L a g o s / P l a n o d e U r b a n i z a ç ã o ) e d o s l i c e n c i a m e n t o s c a m a r á r io s d e c o n s t r u ç õ e s – e s s e n c i a l m e n t e p o r f o r ç a d o s R J I G T ( ( D . L . n º 3 8 0 / 9 9 , d e 2 2 d e S e t e m b r o ) e R J U E ( D . L . 5 5 5 / 9 9 , d e 1 6 d e S e t e m b r o ) .

Só que, como relatámos supra no texto, a situação dos autos é bem

diversa e obriga a outro enquadramento.

4

E s t a c o n c l u s ã o t r a d u z i n d i s c u t i v e l m e n t e o d i s p o s t o n a s n o r m a s i n d i c a d a s , p e l o q u e a s u a f o r m u l a ç ã o v i s a e s s e n c i a l m e n t e a m ud a n ç a d e ca m p o , s a i n d o d o â m b i t o d o p e d i d o d e r e c o n h e c i m e n t o d o d ir ei t o d e c o n s t ru i r s o b r e o p r é d i o o s A A . e p a ss a n d o a

(6)

In st it ut o d o s Re gi st os e d o N o ta ri a d o . mod . 4

s i t u a r - n o s n o pr é d i o v i z i n h o , i st o é , n o s p e d i d o s em f u n ç ã o do s q u a i s se h á - d e d e c i d i r a ( i ) r e g i s t a b i l i d a d e d a ac ç ã o . E v i d e n t e m e n t e q u e n ã o d e v e i g n o r ar - s e a p o s s i b i l i d a d e d e f o r a d o â m b i t o d a i n d i c a d a a l í n e a u ) , e m a b s t r a c t o e e m l i g a ç ã o c o m o d i r e i t o d e c o n s t r u i r , p od e r m o s s e r c o n f r o n t a d o s c o m o u t r o f a ct o s u j e i t o a r e g i s t o , e s t e p r e v i s t o n o a r t . º 2 º , n º 1 , a ) - e c o n s e q u e n t e m e n t e t a m b é m n a s a l í n e a s a ) e b ) d o n º 1 d o a r t . º 3 º do m e s m o C ó d i g o - , o u s e j a , c o m a c o n s t i t u i ç ã o d e u m a s e r v i d ã o ( v . g . a d e v i s t a s – a r t . º 1 36 2 º do Có d i g o C i v i l ) . I n c a s u , e s t á f u n d a m e n t a l m e n t e e m c a u s a u m " l i t í g i o " r e s u l t a n t e d e r e la ç õ e s d e v i z i n h a n ç a , c o n c r e t a m e n t e q u a n t o ao s e f e i t o s d e n o r m a s d o R G E U - e d a pr e t e n d i d a d e c l a r a ç ã o d e i l e g a l i d a d e c o m e f e it o s c i r c u n s c r i t o s a o c a so c o n c r e t o - n o c o n te ú d o d o s d i r e i t o s d e p r o pr i e d a d e d o s d o i s p r é d i o s , r el a c i o n a d o s ai n d a c o m o d i s p o s t o n o C ó d i g o C i v i l q u a n to a d i s t â n c i a s m í n i m a s e n t r e p r é d io s c o n t í g u o s ( c f r . a r t . º 1 3 6 0 º ) . N ã o t e m s i d o p a c í f i c a , n o m e a d a m e n t e n a j u r is p r u d ê n ci a d o S . T . A , a i n t e r p r et a ç ã o d a s n o r m a s d o R G E U c o n c r e t a m e n t e e m c a u s a , c o m o é m a n i f e s t a d o p e l o A c . r ef e r i d o na n o t a 2 , p r o f e r i d o p e lo T r i b u n a l P l e n o e m r e c u r s o f u n d a m e n t a d o e m o p o s i ç ã o d e j u l g a d o s , a pr o v a d o p o r m a i o r i a ( 5 v o t o s f av o r á v e i s e 4 v e n c i d o s ) .

(7)

In st it ut o d o s Re gi st os e d o N o ta ri a d o . mod . 4

3. Decorrentemente

5

, não está sujeita a registo a acção

administrativa especial em que os AA. pedem a) que lhes seja

reconhecido o direito de futuramente construírem no seu prédio

um edifício com determinadas características, b) que o Município

(1º R.) fique vinculado a deferir o licenciamento da construção ,

c) que, sendo cumprida tal vinculação, os actuais( 2ª a 6º RR.)

e futuros subadquirentes de prédio confinante fiquem

vinculados a não se oporem à mesma construção e d) que, para

garantir os prejuízos resultantes do eventual incumprimento

daquelas prestações, "sejam constituídos tais ónus sobre todo o

prédio" (confinante)

6

.

5 P o r q u e n e m p o r v i a d o r e c o n he c i m e n t o d o d i r e i t o d e c o n s t r u i r , n e m p o r v i a d a p r e s t a ç ã o d e c o n t e ú d o p o s i t i v o do 1 º R . e d a d e c o n t e ú d o n e g a t i v o do s r e s t a n t es R R – e f u t u r o s s u b a d q u i r e n t e s - é p o s s í v e l c o n s i d e r a r a a c ç ã o i n c l u í d a n a p r e v i s ã o d a a l í n e a a ) d o n º 1 d o a r t . º 3 º d o C . R . P . . P a r e c e - n o s q u e n ã o p o d e m s u s c i t a r - s e d ú v i d a s q u a n t o a o f a c t o d e o s A A . p r e t e n d e r e m a t r i b u i r e f i c á c i a e r g a o m n e s à d e c i s ã o d e p r o c e d ê n c ia d a a c ç ã o , i n d e p e n d e n t e m e n t e d e s a b e r qu a l o c o n c e i t o q u e m e l h o r d e f i n e a s i t u a ç ã o q u e s e p r e t e n d e v e r i n s t i t u í d a , s e o d e ó n us ( u t i l i z a d o p e l o s A A . ) , s e q u a l q u er o u tr o . A p r o p ó s i t o d a s p r e st a ç õ e s d e f a c e r e e d e p r e s t a ç õ es d e c o n t e ú d o n e g a t iv o , d i z H e n r i q u e M e s q u i t a in O b r i g a çõ e s R e a i s e Ó n u s R e a i s , p á g . 4 2 9 : " O c o n c e i t o d e ó n u s r e a l s ó r e v e s t i r á i n t e r e s s e d o g m á t i c o s e a s r e l a ç õ e s o u s i t u a ç õ e s n e l e a b r a n g i d a s n ã o p u d e r e m e nq u a d r ar - s e n o u t r a s f i g u r a s j ur í d i c a s . O r a nã o é i s t o qu e a c o n t e c e c o m a s v i n c u l a ç õ e s d e q u e ag o r a n o s o c u p a m o s . E l a s m a i s n ã o s ã o , c o m e f e i t o , d o q u e c o n c r e t i z a ç õ e s d e o u t r a s f i g u r a s b e m c o n h e c i d a s d o d i r e i t o d a s c o i s a s ( s e r v i d õ e s , o b r i g a ç õ e s p o p t e r r e m , l i m i t a çõ e s a o d o m í n i o , e t c ) , n a d a j u s t i f i c a n d o a s u a i n c l u s ã o o u u n i f i c a ç ã o n u m a f i g u r a m a i s a mp l a . F a l a r , a t a l p r o p ó s i to , d e ó n u s r ea l , a l é m d e c o n c e i t u a l m e n t e d e s n e c e s s á r i o , p o d e t e r a i n d a o i n c o n v e n ie n t e d e o r ig i n a r , p ar a a l g u m a s d a s v i n c u l a çõ e s e m c a u sa , s o l u ç õ e s q u e n ã o s ã o a s m a i s a de q u a d a s o u a c o n s e l h á v ei s " . D e q u a l q u e r f o r m a , p ar e c e - n o s d e s a j u s t a d a a t e s e d o r e c o r r e n t e , q u e p r e t e n d e " e v i t a r " a n ã o s u j e iç ã o a r e g i s t o e n q u a nt o p e d i d o d e c o n s t i t u i ç ã o d e ó n u s ( as s i m l h e c h a m a ) , c o n s i d e r a n do a a c ç ã o r e g i s t á v e l e n q u a n t o pe d i d o d e m o d i f i c a ç ã o do d i r e i t o d e p r o p r i e d a d e , c o n cr e t a m e n t e c a u s a d a p e l o s m e s m o s ó n u s q u e p r e t e n d e v e r c o n s t i t u í d o s . 6 P a r a e s t e c a s o n ã o e x i s t e d i s p o s i ç ã o l e g a l q u e - d i r e c t a m e n t e , p o r i n t e r p r e t a ç ã o e x t e n s i v a o u a p l i c a çã o a na l ó g i ca ( c o m o a c o n t e c e u n o c a s o do r ef e r i d o P º R . P . 2 8 0 / 2 0 0 0 D S J - C T ) - p e r m i t a / i m p o n h a a a n o t a çã o à d e s c r i ç ã o d a p e n dê n c i a d a a c ç ã o , c o m o a c t o d e m er a p u b l i c i d a d e n o t í c i a .

(8)

In st it ut o d o s Re gi st os e d o N o ta ri a d o . mod . 4

Em face do exposto, é entendimento deste Conselho que o presente

recurso não merece provimento.

Luís Manuel Nunes Martins, relator.

Deliberação aprovada, por unanimidade, em sessão do Conselho

Técnico de 28 de Maio de 2008.

Esta deliberação foi homologada pelo Exmo. Senhor Presidente em

11.06.2008

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