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DOENÇAS REPRODUTIVAS EM BOVINOS: RELATO DE CASO

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__________________________________________________________________________________________ Projeto de Aperfeiçoamento Teórico e Prático – Getúlio Vargas – RS – Brasil 1

DOENÇAS REPRODUTIVAS EM BOVINOS: RELATO DE CASO

DA SILVA, Márcia Marina¹ marcynha_mms13@hotmail.com

DE LIMA, Jarriê¹ crioulo-lima@hotmail.com DE SOUZA, Rodrigo Quadros¹ rodrigoquadrosdesouza@gmail.com

OSTROWSKI, Lilian¹ lilianostrowski@live.com PELIZZONI, Eloise Fernanda¹

elo.pelizzoni@hotmail.com OLIVEIRA, Daniela dos Santos de²

danielaoliveira@ideau.com.br FACCIN, Ângela² angelafaccin@ideau.com.br

SEBEM, Juliana Gottlieb² julianagottlieb@ideau.com.br ALMEIDA, Mauro Antônio de²

mauroalmeida@ideau.com.br ROSÉS, Thiago de Souza²

roses@ideau.com.br OLIVEIRA, Franciele de² francieleoliveira@ideau.com.br

MAHL, Deise Luiza² deisemahl@ideau.com.br

¹ Discentes do Curso de Medicina Veterinária, Nível 6 2016/2- Faculdade IDEAU – Getúlio Vargas/RS. ² Docentes do Curso Medicina Vaterinária, Nível 6 2016/2 - Faculdade IDEAU – Getúlio Vargas/RS. RESUMO:Leptospirose, rinotraqueite infecciosa bovina (IBR) e diarréia viral bovina (BVD), são doenças reprodutivas que causam grande problema de caráter econômico para os produtores, pois, levam os animais a queda de produção, retorno ao cio, nacimento de animais fracos, abortos e gastos com tratamento. O trabalho tem por objetivo relatar surtos de aborto em bovinos de corte em uma propriedade na cidade de Rio Pardo - RS, ocasionados por doenças reprodutivas sendo elas diarréia viral bovina, rinotraqueite infecciosa bovina e leptospirose. Em uma propriedade foram atendidas por um médico veterinário cerca de 50 vacas destinadas a cria, recria e terminação de bovinos de corte, que apresentaram aborto dentro de um plantel contendo aproximadamente 300 animais criados de forma extensiva. Foi realizada coleta de sangue e as amostras foram encaminhadas para os laboratórios da Universidade Federal de Santa Maria-RS e Universidade de São Paulo onde foi constatado que os animais eram positivos para leptospirose, IBR e BVD, e devido ao aborto ser o único sinal apresentado por ambas as doenças foi realizado apenas a vacinação para as três doenças, para conferir o aumento da imunidade, tendo de modo geral resultado positivo.

Palavras-chave: rebanho, aborto, reprodução

ABSTRACT:Leptospirosis, infectious bovine rhinotracheitis (IBR) and bovine viral diarrhea (BVD) are reproductive diseases that cause a great economic problem for the producers, as they lead to a fall in production, return to estrus, birth of weak animals, abortion And treatment expenses. The objective of this study was to report outbreaks of abortion in beef cattle on a farm in the city of Rio Pardo, RS, caused by reproductive diseases, such as bovine viral diarrhea, infectious bovine rhinotracheitis and leptospirosis. On one farm, about 50

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__________________________________________________________________________________________ Projeto de Aperfeiçoamento Teórico e Prático – Getúlio Vargas – RS – Brasil 2 cows were kept by a veterinarian for breeding, rearing, and finishing beef cattle, which presented abortion within a herd containing approximately 300 animals extensively. Blood collection was performed and samples were sent to The laboratories of the Universidade Federal de Santa Maria-RS and the Universidade de São Paulo where the animals were found to be positive for leptospirosis, IBR and BVD, and because abortion was the only sign presented by both diseases, only vaccination for the Three diseases, to confer the increase of immunity, generally having a positive result.

Keywords: Herd, abortion, reproduction

1 INTRODUÇÃO

As doenças reprodutivas em bovinos são um problema de caráter econômico para os produtores, pois levam os animais a apresentar queda na produção, retornos ao cio, abortos, nascimento de animais fracos e gastos com tratamento. E dentre principais doenças que acometem o trato reprodutivo estão leptospirose, diarréia viral bovina (BVD) e rinotraqueite infecciosa bovina (IBR) (JUNQUEIRA et al; 2006).

A rinotraqueite infecciosa bovina e a diarreia viral boniva são doenças virais, sendo a IBR causada pelo herpesvírus bovino tipo 1 (HBV-1) e herpesvírus bovino tipo 5 (HBV-5) (HOLZ et al; 2009). E a BVD o vírus causador é do gênero pestivírus conhecidos como vírus da diarréia viral bovina e é dividido em dois grupos BVDV-1 e BVDV-2 (FINO et al; 2012).

São doenças que não possuem tratamento, apenas pode ser feita a vacinação pra que caso o animal sadio entre em contato com o vírus já tenha anticorpos e não desenvolva a doença, e no caso de animais já contaminados a vacina serve como um meio de manter as taxas de anticorpos elevadas impedindo assim que o vírus se manifeste (MOREIRA et al; 2001).

De acordo com Fino et al. (2012) outra técnica considera de extrema importância para controle e erradicação da BVD é eliminação dos animais persistentemente infectados (PI), ou seja, aqueles animais em que a fêmeas prenhes foram infectadas entre 40 e 120 dias de gestação. Estes animais eliminam o vírus continuamente porem nos testes realizados são soronegativos.

Já a leptospirose é uma zoonose causada por bactérias do gênero Leptospira spp, transmitida por meio de contato direto com saliva, sangue e tecidos, ou por via indireta através de água e alimentos contaminados. O tratamento consiste em antibióticoterapia e em casos mais graves fluidoteraipia e transfusão sanguínea (FIGUEIREDO et al;2009).

O diagnóstico de doenças reprodutivas é de dificil realização, pois normalmente bactérias, vírus e outros microorganismos atuam em associações causando a sobreposição dos sinais clínicos. Sendo necessária uma boa anamnese, exames físicos, juntamente com exames

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sorológicos ou técnicas laboratoriais capazes de identificar o agente causador (JUNQUEIRA et al; 2006).

O trabalho tem por objetivo relatar surtos de aborto em bovinos de corte em uma propriedade na cidade de Rio Pardo - RS, ocasionados por doenças reprodutivas sendo elas diarréia viral bovina, rinotraqueite infecciosa bovina e leptospirose.

2 MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi realizado em uma propriedade na cidade de Rio Pardo - RS, destinada à cria, recria e terminação de bovinos de corte onde foram atendidas por um Médico Veterinário cerca de 50 vacas que apresentaram aborto dentro de um plantel contendo aproximadamente 300 animais criados de forma extensiva, o que possibilita o contato com roedores que são os principais vetores da leptospirose, e a falta de um manejo adequado no momento de incorporação de novos animais no rebanho propiciou a disseminação viral.

Foi coletado sangue venoso de seis animais que apresentaram aborto no terço final da gestação. Após as amostras foram encaminhadas para o laboratório da Universidade Federal de Santa Maria-RS para pesquisa de anticorpos de BVD e IBR através da técnica de soroneutralização com utilização Cepas virais Cooper e Singer (aproximadamente 100TCID50). E ao laboratório da Universidade de São Paulo (USP), para diagnóstico da

leptospirose o teste de microaglutinação (MAT).

Figura1: Coleta de sangue em bovino, Rehagro 2008.

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De acordo com Teixeira et al. (1998) a técnica de soroaglutinação consiste na perda da toxidade do agente infeccioso ou das toxinas do mesmo, após entrar em contato com os anticorpos. Já a microaglutinação são considerados positivos os soros diluídos numa concentração de 1:100, ou seja é necessário 50% ou mais de leptospiras aglutinadas no campo microscópico (CHIARELI et al; 2012).

3 RESULTADOS E ANÁLISE

Dos seis animais que foram realizados os exames, três apresentaram resultado positivo para leptospirose, cinco para BVD e IBR (Tabelas 1, 2 e 3). Nesta propriedade em que foi realizado o estudo, a única medida profilática realizada, para prevenir doenças de caráter reprodutivo era a vacinação contra a brucelose, fator que contribuiu para o desenvolvimento das doenças citadas. Pois de acordo com Moreira et al. (2001) um dos principais métodos de prevenção é a vacinação associada ao manejo sanitário adequado.

Tabela1: Resultado do exame de MAT para leptospirose, sendo 13 A o sorgrupo da leptospira. (13A = POMONA).

Identificação das amostras Resultado

1 POSITIVO PARA 13 A = 100 2 NEGATIVO 3 POSITIVO PARA 13 A = 200 4 POSITIVO PARA 13 A = 100 5 NEGATIVO 6 NEGATIVO

Tabela2: Resultado do teste de soroneutralização para vírus da diarréia viral bovina de (BVD). Cepa viral utilizada: Singer (aproximadamente 100 TCID 50)

Identificação das amostras Título Resultado

1 e 3 >320 POSITIVO

2 <1:5 NEGATIVO

4 160 POSITIVO

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Tabela 3: Resultado do teste de soroneutralização para herpesvírus bovino (1/ BoHV-5) Cepa viral utilizada Cooper (aproximadamente 100TCID50).

Identificação das amostras Título Resultado

1 16 POSITIVO 2 <1:2 NEGATIVO 3 >256 POSITIVO 4 64 POSITIVO 5 8 POSITIVO 6 32 POSITIVO

De acordo com Junqueira et al. (2006) a taxa de aborto em rebanhos de corte criados no sistema extensivo deve ser de no máximo 2% e ter um aproveitamento reprodutivo de no mínimo 85%, de acordo com essas taxas sabe-se que o prejuízo econômico do rebanho estudado é de aproximadamente 20%, pois se esperava em torno de 90% de nascimentos sendo que apenas cerca de70% das vacas pariram.

O desempenho econômico da pecuária de bovinos de corte está fortemente relacionado com o manejo reprodutivo do rebanho. Pois existem inúmeros fatores que podem interferir nas taxas reprodutivas dos animais, podendo acometer direta ou indiretamente o macho a fêmea e também o embrião e o feto, levando a atividade a apresentar prejuízos. (JUNQUEIRA et al;2006).

Para a realização de um programa reprodutivo de qualidade por meio de inseminação artificial, é necessário que seja fornecido pela central de reprodução um certificado de fertilidade e sanidade do material a ser utilizado (DELFAVA et al; 2003). Portanto se exclui a possibilidade de transmissão de doenças através do sêmen, pois os animais do presente relato são inseminados com sêmen proveniente de centrais confiáveis que fornecem toda documentação necessária.

Estudos realizados no Brasil apresentam altos percentuais de infecções por rinotraqueite infecciosa, diarréia viral bovina e leptospirose em fêmeas bovinas, se apresentando tanto de forma isolada como em associação, sendo que o controle sanitário é a principal forma de prevenção e ainda é menosprezada pela maioria dos produtores (AONO; 2012). Fato também observado na propriedade do presente estudo, pois o produtor apesar dos

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riscos não vacinava o rebanho contra doenças reprodutivas, e desta forma os animais cabaram contraindo IBR, BVD em associação com leptospirose.

A frequência de infecções por leptospirose apresenta um índice maior nas épocas chuvosas, devido ao carreamento de bactérias para os mais diversos locais (CHIARELI et al;2012) e devido à propriedade ser proxima a um rio, nos períodos com maior índice pluviometrico ocorre enchente dos campos, (Figura 2) aonde os animais são criados o que predispõem o contato com o agente causador.

Figura 2: Bovinos em campos alagados, Unisite saúde, 2009.

Outro fator que se deve levar em consideração é o elevado número de ratos existente no local que possuem contato com os bovinos. Pois segundo Oliveira et al. (2009) os roedores são os principais reservatórios da doença, sendo desta forma os grandes responsáveis pelo elevado número de transmissões de leptospirose.

Para diagnostico ser peciso é fundamental identificar o gênero da Leptospira spp. contribuindo também para um tratamento eficaz dos animais acometidos. De acordo com Chiareli et al. (2012) por meio da identificação do agente é possível produzir vacinas mais eficazes e utilizar os sorotipos que realmente estejam acometendo o rebanho, alem de proporcionar o aumento da imunidade e melhorar as taxas produtivas e reprodutivas.

A leptopirose possui duas classificações sendo a clássica L.interrogans representada por todas leptospiras patogênicas e a L.biflexa que são as saprofitas isoladas no ambiente, sendo ainda divididas em diversas variedades denominadas sorogrupos (OLIVEIRA et al;

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2009). No resultado dos exames realizados, foi possível observar que a infecção da leptospirose ocorreu por meio do sorotipo pomona (Tabela 3). E segundo Rodrigues et al. 1999 a Leptospira pomona, é a que está mais relacionada com os problemas reprodutivos em bovinos.

Tabela 3: Sorotipos utilizados para a realização do teste de microaglutinação (MAT). Código Sorogrupo Variante

Sorológica

Código Sorogrupo Variante Sorológica 1-A Australis Australis 10-A Icterohaemorrhagie Copenhageni

1-B Australis Bratislava 10-B Icterohaemorrhage Icterohaemorrhe

2 Sejroe Guaiacura 11 Javanica Javanica

2-A Autumnalis Autumnalis 12 Panama Panama

2-B Autumnalis Butembo 13-A Pomona Pomona

3 Ballum Castellonis 14 Pyrogene Pyrogenes

4 Batavia Bataviae 15-A Sejroe Hardjo

5 Canicola Canicola 16 Shermani Shermani

6 Celledoni Whitcombi 17 Tarassovi Tarassovi

7 Cynopteri Cynopteri 36 Pomona Pomona

8 Grippotyphosa Grippotyphosa ST Djasiman Sentot

9 Hebdomadis Hebdomadis

Fonte: Laboratório da Universidade de São Paulo (USP), 2016.

Já a infecção por IBR e BVD provavelmente ocorreu devido a entrada de novo lote de novilhas na propridade que seriam portadoras dos vírus de ambas as doenças, e segundo Junqueira et al. (2006) devido a falta de um manejo diferenciado no momento de incorporação de novos lotes de animais nos rebanhos, conduta muito observada em relação à bovinos de corte facilita a disseminação viral.

Fatores como imunidade e a cepa viral que o animal está exposto interferem de forma direta na severidade da doença, bem como os sinais clínicos que serão manifestados e a ocorrência de infecções secundárias por outros agentes patogênicos (FINO et al; 2012).

A IBR pode ter apresentção clínica na forma, de vulvovaginite pustular, balanopostite pustular infecciosa, quadros respiratórios e ainda por meio de problemas reprodutivos e sintomatologia nervosa (HOLZ et al; 2009). Já BVD possui a forma entérica, cutânea,

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hemorrágica e reprodutiva (SAMARA et al; 2004), e a leptospirose se apresenta sob forma de febre hemorrágica, alterações hepáticais e renais porem em bovinos é mais comum transtornos reprodutivos (MINEIRO et al; 2007). Porem o único sinal clínico apresentado pelos animais examinados foi o aborto no terço final de gestação (Figura 3).

Figura 3: Vaca que apresentou aborto decorrente de doença reprodutiva. Nutrientes agrosal, 2009

Nos casos de infecção por leptospirose o tratamento é realizado de acordo com a manifestação clínica, sendo utilizados antibióticos, fluidoterapia, e quando necessário transfusões sanguíneas (FIGUEIREDO et al; 2009). Já para a IBR é apenas realizada a vacinação para a elevação das taxas de anticorpos, pois ela permanece em latência no organismo se manifestando com a baixa da imunidade (MOREIRA et al; 2001). E a BVD alem da vacinação é importante realizar a elminação de animais persistentemente infectados (BARBOSA et al; 2005).

No rebanho estudado nenhuma das vacas apresentou sintomatologia entérica, respiratória, cutânea ou outras alterações sistêmicas mais graves, apenas foi observado aborto no terço final de gestação. E devido ao aborto ser o único sinal clínico apresentado por ambas as doenças, foi realizado apenas a vacinação dos animais (Figura 4) para rinotraqueite infecsiosa bovia, diarréia viral bovina e leptospirose com o objetivo de conferir o aumento da imunidade, para prevenir a ocorrência de novos surtos, tendo de modo geral resultado positivo.

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Figura 4: Vacinação do rebanho contra doenças reprodutivas, Clicrbs 2002

Nos testes sorológicos de BVD, os animais persistentemente infectados (PI) apresentam resultado negativo por tanto é necessário realizar a técnica de PCR em pools em amostras de sangue ou soro pois apresenta uma sensibilidade maior para detectar estes animais sendo possível encontrar um PI em meio até 250 amostras (Figura 5). Sendo que em casos positivos torna-se necessária a eliminação do animal, para que o mesmo não continue disseminando a doença (FINO et al; 2012).

Nas vacas do presente estudo não foi necessária a realização deste exame específico, pois após a realização da vacinação a doença não se manifestou novamente, portanto concluiu-se que não havia presença de animais persistentemente infectados no rebanho estudado.

Figura5: Amostras de sangue para exame de PCR – Veterinária atual, 2016.

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Ainda de acordo com Fino et al. (2012), o Brasil é considerado o segundo maior produtor de carne bovina, sendo desta forma um importante gerador de lucros para o país, aonde se torna fundamental fazer melhorias para elevar a produtividade.Desta forma é possível observar que o aborto se torna um vilão da economia pois o produtor teve gastos com exames e mão de obra qualificada, alimentação, sêmen de qualidade sendo que poderia ser evitado com a prevenção.

A maioria dos rebanhos brasileiros são considerados abertos, ou seja, ocorre a incorporação de machos e fêmas provenientes de outros planteis, aonde a única avaliação realizada são os testes de brucelose e os animais são encaminhados para a reprodução deixando-se de lado o restante das doenças reprodutivas, desta forma a frequencia e taxa dos distúrbios reprodutivos crescem consideravelmente diminuindo assim a eficiência de reprodutiva do rebanho (JUNQUEIRA et al; 2006). Situação também retratada no plantel do presente estudo.

Então após todas as perdas o produtor começou a realizar um manejo sanitário bastante rigoroso, com protocolo de vacinação instituído pelo médico veterinário, no qual foi utilizada uma vacina que abrange as principais doenças reprodutivas. Sendo realizada a vacinação da seguinte forma, a primeira vacina no dia da inseminação (Figura 6), denominado dia zero, e o reforço em trinta dias aonde se espera uma melhor taxa de prenhez e parição. E posteriormente serão realizados os reforços anuais.

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E de acordo com AONO (2012), o manejo sanitário adequado associado a vacinação antes do protocolo de inseminação artificial em tempo fixo (IATF), melhora consideravelmente os indicices produtivos e reprodutivos, dentro das propriedades elevando o lucro e evitando perdas econômicas desnecessárias pois foram realizadas pesquisas com diferentes protocolos vacinais sendo que no primeiro experimento foi aplicada vacinção para IBR, BVD e leptospirose, no segundo não foi utilizada a vacinação e no terceiro apenas vacinação para leptospirose sendo que a propriedade do primeiro experimento foi a que obteve melhor taxa de prenhes e um menor número de perdas.

4.CONCLUSÃO

Foi relatado surtos de abortos em bovinos de corte em uma propriedade na cidade de Rio Pardo - RS, ocasionados por doenças reprodutivas sendo elas diarréia viral bovina, rinotraqueite infecciosa bovina e leptospirose, podendo assim comparar as alterações clínicas e possíveis tratamentos presentes na literatura, bem como os que foram realizados neste caso. Onde também foi possível observar o quanto um manejo adequado associado a um bom protocolo vacinal, são fundamentais para manter a sanidade do rebanho e melhorar os índices produtivos e reprodutivos do rebanho, consequentemente evitando prejuízos econômicos.

REFERÊNCIAS

AONO, F.H.S-Incidência de perdas gestacionais e efeito da vacinação contra doenças da reprodução nas taxas de prenhez em vacas de corte submetidas à inseminação artificial em tempo fixo. Dissertação de pós gradução. Botucatu- SP, Fevereiro, 2012.

BARBOSA, A. C.V. C, DE BRITO, W. M. E.D, ALFAIA B. T. Soroprevalência e fatores de risco para a infecção pelo herpesvírus bovino tipo 1 (BHV-1) no Estado de Goiás, Brasil - Ciência Rural, v.35, n.6,p.1368 nov-dez, 2005.

CHIARELI, D, COSATE, M. R.V, MOREIRA, E. C, LEITE, R. C, LOBATO, F. C.F, DA SILVA, J. A, TEIXEIRA, J. F.B, MARCELINO, A. P-Controle da leptospirose em bovinos de leite com vacinaautógena em Santo Antônio do Monte, Minas Gerais. Pesquisa

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DEL FAVA, C, ARCARO, J.R.P, POZZI, C.R, ARCARO JÚNIOR, I, FAGUNDES, H, PITUCO, E.M, DE STEFANO, E,OKUDA,L.H, VASCONCELLOS, S.A- Manejo sanitário para o controle de doenças da reprodução em um sistema leiteiro de produçãao semi- intensivo - Arquivo do Instituto. Biológico. v.70, n.1, p.25-33, jan./mar., São Paulo 2003

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FINO, T. C. M, MELO, C. B. M, RAMOS, A. F e LEITE, R. C.- DIARRÉIA BOVINA A VÍRUS (BVD) - UMA BREVE REVISÃO- Revista Brasileira de Medicina Veterinária, v.34 n.2 p.137-146, abr/jun 2012.

HOLZ, C. L, CIBULSKI, S. P, TEIXEIRA T. F, BATISTA H. B.C.R, CAMPOS F. S, SILVA J. R, VARELA A. P, CENCI, A, FRANCO A.C, ROEHE P. M.- Soroprevalência de herpesvírus bovinos tipos 1 e/ou 5 no Estado do Rio Grande do Sul-Pesquisa Veterinária Brasileira. v.29 n. 9p. 767-773, setembro 2009

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