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RELATÓRIO DA COMISSÃO AO PARLAMENTO EUROPEU E AO CONSELHO

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COMISSÃO EUROPEIA

Bruxelas, 28.11.2018 COM(2018) 769 final

RELATÓRIO DA COMISSÃO AO PARLAMENTO EUROPEU E AO CONSELHO sobre a aplicação da Decisão n.º 1608/2003/CE do Parlamento Europeu e do Conselho relativa à produção e ao desenvolvimento de estatísticas comunitárias em matéria de

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1. INTRODUÇÃO

As estatísticas oficiais em matéria de ciência, tecnologia e inovação na União Europeia baseiam-se em grande medida na Decisão n.º 1608/2003/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 22 de julho de 2003, relativa à produção e ao desenvolvimento de estatísticas comunitárias em matéria de ciência e de tecnologia1.

O artigo 5.º da Decisão 1608/2003/CE («a decisão») exige que, de três em três anos, a Comissão apresente um relatório ao Parlamento Europeu, com a avaliação da aplicação da decisão. Este é o quarto relatório de execução2 apresentado pela Comissão ao Parlamento Europeu e ao Conselho nos termos do artigo 5.º. O relatório avalia a execução das várias ações estatísticas enunciadas no artigo 2.º da decisão. Estas ações visam criar um sistema de informação estatística sobre ciência, tecnologia e inovação para apoiar e acompanhar as políticas da UE. O relatório abrange principalmente a evolução da situação desde o relatório anterior de 2014.

A Comissão aplica a decisão através de medidas legislativas e da recolha de dados voluntária nos Estados-Membros, bem como recorrendo à própria produção de estatísticas do Eurostat. Em 2012, a Comissão adotou o Regulamento de Execução (UE) n.º 995/20123. O regulamento de execução estabelece as regras para a aplicação da decisão e incide especialmente nas estatísticas sobre:

 investigação e desenvolvimento (I&D);

 dotações orçamentais públicas para investigação e desenvolvimento (GBARD);  inovação;

 outros aspetos pertinentes, nomeadamente os recursos humanos em ciência e tecnologia; patentes; setores industriais de alta intensidade tecnológica; e serviços baseados no conhecimento.

Ao especificar tanto as unidades estatísticas a utilizar como normas de comunicação uniformes, o regulamento de execução melhora igualmente a harmonização das estatísticas de I&D e de inovação na UE e reforça a ligação das estatísticas acima referidas com as estatísticas das empresas europeias. As estatísticas recolhidas tornaram-se dados de referência amplamente citados na monitorização das políticas da UE.

A decisão e o regulamento de execução melhoraram as estatísticas de I&D e de inovação, que serão muito úteis para a execução das três ações da UE que se seguem.

 Em junho de 2010, o Conselho Europeu adotou a estratégia «Europa 2020» para o emprego e um crescimento inteligente, sustentável e inclusivo4. Um dos cinco grandes objetivos da UE no âmbito desta estratégia é o de melhorar as condições para a inovação

1

Decisão n.º 1608/2003/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 22 de julho de 2003, relativa à produção e ao desenvolvimento de estatísticas comunitárias em matéria de ciência e de tecnologia, (JO L 230 de 16.9.2003, p. 1).

2 Os relatórios anteriores constam dos documentos COM (2007) 801, adotado em 14 de dezembro de

2007; COM(2011) 184, adotado em 11 de abril de 2011; e COM(2014) 211, adotado em 7 de abril de 2014.

3 Regulamento de Execução (UE) n.º 995/2012 da Comissão, de 26 de outubro de 2012, que estabelece

as normas de execução da Decisão n.º 1608/2003/CE do Parlamento Europeu e do Conselho relativa à produção e ao desenvolvimento de estatísticas comunitárias em matéria de ciência e de tecnologia (JO L 299 de 27.10.2012, p. 18).

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e I&D, com o objetivo de, até 2020, elevar para 3 % do PIB o nível de investimento conjugado dos setores público e privado neste domínio.

 Na sua Comunicação de 6 de outubro de 20105

sobre a iniciativa emblemática «União da Inovação», a Comissão propôs a criação de indicadores adicionais para medir a intensidade de I&D e relativos às empresas inovadoras em rápido crescimento. Propôs igualmente a criação de um painel anual de avaliação da União da Inovação6, para acompanhar a evolução global do desempenho em matéria de inovação. Em 2017, o Painel Europeu da Inovação foi melhorado com base na perceção do «Inquérito Comunitário à Inovação»7 (Community Innovation Survey — CIS).

 A proposta da Comissão de um quadro financeiro plurianual para o período de 2021 a 2027, adotada em 2 de maio de 20188, sublinha que a investigação e a inovação continuarão a ser uma prioridade para a elaboração das políticas da UE nos próximos anos.

O presente relatório faz o balanço da aplicação do sistema de informação estatística sobre ciência, tecnologia e inovação (CTI). O capítulo 2 do relatório centra-se nos desenvolvimentos mais importantes na execução das medidas. O capítulo 3 abrange a qualidade dos dados e o capítulo 4 analisa os custos e os encargos estatísticos. O capítulo 5 debruça-se sobre a evolução futura.

2. DESENVOLVIMENTOS MAIS IMPORTANTES DESDE ABRIL DE 2014 Enumeram-se em seguida os desenvolvimentos mais importantes na aplicação das medidas desde abril de 2014, nos termos do artigo 2.º da decisão.

 As estatísticas europeias sobre I&D e GBARD são coerentes com as orientações constantes do Manual de Frascati da OCDE («Guidelines for Collecting and Reporting Data on Research and Experimental Development»), para permitir uma comparação internacional além da UE. Em 2015, a OCDE publicou uma nova versão do Manual de Frascati (MF2015). Subsequentemente, o Eurostat, em estreita colaboração com os Estados-Membros, adaptou as suas recolhas de dados em matéria de estatísticas sobre I&D e GBARD, para garantir um alinhamento contínuo com as orientações do MF2015.  Após a publicação do MF2015, o Eurostat desenvolveu orientações metodológicas para as

questões em que o MF2015 permite diferentes opções ou margem para interpretação. Estas orientações metodológicas reforçarão ainda mais a comparabilidade das estatísticas de I&D e de GBARD em todos os Estados-Membros da UE. As orientações metodológicas identificaram dez temas:

1. os setores de I&D;

2. as GBARD e práticas de produção de dados;

3. a descrição e o tratamento das dotações gerais para universidades (GUF);

5

Comunicação da Comissão ao Parlamento Europeu, ao Conselho, ao Comité Económico e Social Europeu e ao Comité das Regiões, Iniciativa emblemática no quadro da estratégia «Europa 2020» —

«União da Inovação», COM(2010) 546.

6 Designado «Painel Europeu da Inovação» desde 2016. 7

Inquérito enviado às empresas de toda a Europa, de dois em dois anos, para avaliar a sua capacidade de inovação e obter informações sobre os ambientes empresariais que são propícios à inovação.

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4. a produção de dados estatísticos relativos às despesas de I&D do ensino superior (HERD);

5. os estudantes de doutoramento e de mestrado enquanto investigadores; 6. os custos de I&D «extramuros»;

7. as questões relativas ao pessoal de I&D;

8. a coerência entre o pessoal de I&D e os indicadores de despesas; 9. a distribuição das fontes de financiamento de I&D;

10. os domínios de produtos de I&D e NACE (setor empresarial).

 O Eurostat tem vindo a melhorar a transmissão dos dados de I&D e GBARD do ponto de vista técnico desde 2014. Os dados eram enviados através de folhas Excel pormenorizadas, mas são atualmente enviados de acordo com o formato de intercâmbio de dados e metadados estatísticos (SDMX — Statistical Data and Metadata Xchange). Esta mudança deu origem a melhorias significativas na transmissão dos dados, o que permitirá reduzir o tempo necessário para a validação dos dados pelo Eurostat e pode igualmente contribuir para melhorar a atualidade da publicação dos dados no futuro.  As estatísticas europeias sobre inovação estão em consonância com as Diretrizes do

Manual de Oslo («Oslo Manual: Guidelines for Collecting and Interpreting Innovation»). O Manual de Oslo é uma publicação conjunta da OCDE e do Eurostat. Desde 2015, a OCDE, a Comissão Europeia e os seus Estados-Membros têm vindo a trabalhar em conjunto para atualizar o Manual de Oslo. A quarta edição do Manual de Oslo (MO4) irá clarificar melhor os conceitos utilizados nas estatísticas de inovação e abranger novos temas relacionados com a inovação das empresas.

 Para tirar o máximo partido da nova quarta edição do Manual de Oslo, o Eurostat, em estreita colaboração com os Estados-Membros da UE, introduziu grandes alterações no CIS, nos anos de 2016 a 2018. As informações do CIS agora apresentadas são melhores no que diz respeito a atividades e capacidades de inovação, fluxos de conhecimento, fatores externos e facilitadores e produção de inovação. Estas alterações aumentarão a qualidade e a importância política dos resultados. Além disso, o Eurostat concebeu um novo CIS para fornecer mais informações sobre todas as empresas, ou seja, sobre empresas inovadoras e empresas não inovadoras. Isso ajudará os decisores políticos a compreenderem melhor o que distingue os inovadores fortes dos mais fracos ou dos não inovadores e a conceberem políticas adequadas.

 Uma melhor integração dos diferentes sistemas de produção estatística permitirá melhorar a qualidade e a eficiência da produção de dados. O CIS foi revisto para tornar as suas definições totalmente conformes com as definições gerais utilizadas nas estatísticas das empresas (por exemplo, no Registo Estatístico das Empresas e no Inquérito Estrutural às Empresas). Deste modo, a coerência dos resultados melhora e os encargos para os inquiridos são reduzidos graças à reutilização da informação já disponível proveniente de outras fontes.

 Os dados do CIS a nível de cada empresa («microdados») podem agora ser acedidos mais rapidamente através do centro SAFE do Eurostat e de ficheiros parcialmente anonimizados para os investigadores externos.

 No que se refere às estatísticas europeias sobre os «recursos humanos dedicados à ciência e à tecnologia» e às «estatísticas sobre ciência e tecnologia repartidas por género», o

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Eurostat procedeu à revisão do processo de produção estatística, a fim de assegurar a plena conformidade com os dados do Inquérito às Forças de Trabalho da UE.

 Para além dos domínios já referidos, a decisão exige o desenvolvimento de novas variáveis estatísticas nas áreas das «estatísticas de patentes» e «estatísticas de alta tecnologia». O desenvolvimento metodológico e a produção de dados sobre «estatísticas de alta tecnologia» prosseguem. No que respeita a «patentes e direitos de propriedade intelectual (DPI)», o Eurostat consolidou o seu trabalho de desenvolvimento nos últimos anos e pretende agora garantir que os conceitos podem ser utilizados de forma coerente nas informações estatísticas da UE.

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3. QUALIDADE DOS DADOS

As estatísticas têm de ser fiáveis e adequadas à finalidade. As recolhas de dados sobre I&D e inovação são objeto de uma análise sistemática da qualidade, que implica a compilação de relatórios de qualidade e o controlo regular da conformidade.

O Código de Conduta das Estatísticas Europeias9 estabelece as normas para o desenvolvimento, a produção e a divulgação de estatísticas europeias. Abrange 16 princípios fundamentais, alguns dos quais dizem respeito às condições institucionais gerais (independência profissional ou adequação dos recursos) exigidas às autoridades dos Estados-Membros e às organizações responsáveis pelas estatísticas. Estes princípios reforçam a qualidade global das estatísticas europeias. O Código de Conduta abrange vários princípios de qualidade diretamente relacionados com os inquéritos CTI (por exemplo, exatidão, coerência e comparabilidade), sendo estes princípios controlados através de relatórios de qualidade regulares.

De uma maneira geral, o cumprimento dos requisitos obrigatórios de disponibilização de dados pelos Estados-Membros foi muito satisfatório. No entanto, subsistem alguns problemas de conformidade em casos isolados, relacionados principalmente com a entrega tardia de dados. O Eurostat tem vindo a recolher anualmente, desde 2007, relatórios nacionais sobre a qualidade das estatísticas de I&D e GBARD. Também tem compilado relatórios de qualidade nacionais para cada ciclo do CIS desde 2004 (o CIS é publicado de dois em dois anos). O Eurostat divulga em linha uma síntese dos relatórios de qualidade do CIS, juntamente com os dados destes relatórios. O Regulamento (UE) n.º 995/2012 incluiu os relatórios de qualidade no fornecimento obrigatório de dados, a partir de 2013. Uma consulta entre produtores e utilizadores de dados em 2017 confirmou que os dados mais importantes para a elaboração das políticas nacionais e da UE estão abrangidos pelo referido regulamento.

A exaustividade dos dados para as variáveis ou categorias facultativas10 nem sempre é garantida. Os Estados-Membros referem os custos e as características dos seus sistemas nacionais de produção de dados como motivos para não fornecer dados relativos às variáveis ou categorias facultativas. O Eurostat continua a incentivar os Estados-Membros a fornecerem dados sobre as variáveis e categorias facultativas. Em alguns domínios, a exaustividade tem vindo a aumentar desde 2014. Dado que a melhoria da exaustividade das variáveis e categorias facultativas é um processo moroso, a Comissão prosseguirá a sua política de orientação e apoio nesta matéria.

No que se refere às estatísticas de I&D, o Eurostat e os Estados-Membros continuam a trabalhar no sentido de garantir a recolha de dados relativamente a todas as organizações com atividades de I&D, independentemente da sua dimensão ou do seu setor económico. Além disso, nos casos em que os Estados-Membros apresentam estimativas, o Eurostat avalia regularmente a sua qualidade.

4. ENCARGOS E BENEFÍCIOS

9

http://ec.europa.eu/eurostat/documents/4031688/8971242/KS-02-18-142-EN-N.pdf. O Código de Conduta das Estatísticas Europeias foi adotado pelo Comité do Programa Estatístico Europeu em 24 de fevereiro de 2005 e revisto pelo Comité do Sistema Estatístico Europeu (CSEE) em 28 de setembro de 2011, e novamente em 16 de novembro de 2017.

10 Variáveis ou categorias específicas de variáveis que fazem parte das recolhas de dados europeias de

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O Eurostat tentou em várias ocasiões obter dados sobre os custos e os encargos da recolha de dados de CTI. Solicitou a inclusão de valores exatos nos relatórios de qualidade, mas é difícil obter dados coerentes que permitam uma comparação ou avaliação dos custos totais. Muitos Estados-Membros assinalaram que não será possível separar os custos da compilação de estatísticas europeias sobre I&D e inovação do custo de outras estatísticas das empresas europeias nem do custo de atividades semelhantes que servem principalmente necessidades de informação nacionais. Nos casos em que há dados disponíveis, as metodologias de comunicação de informações variam entre Estados-Membros e entre instituições nos Estados-Membros. Estas variações impedem uma comparação significativa ou a publicação das estimativas de custos individuais.

No entanto, em diversas ocasiões, nos últimos anos, as autoridades estatísticas nacionais comunicaram falta de recursos, levantando assim sérias dúvidas quanto à sua capacidade para cumprir os atuais ou novos requisitos de dados europeus. Por conseguinte, mais do que nunca, é imperioso estabelecer prioridades tanto para as atuais operações estatísticas como para operações futuras.

Apesar da falta de informação viável sobre os custos da produção estatística dos Estados-Membros, os requisitos globais do futuro regulamento-quadro que integra as estatísticas das empresas (FRIBS)11 são mantidos ao nível atual. O Eurostat também tomou medidas para reforçar a eficiência e a pertinência dos custos. Incluem-se a seguir alguns exemplos destas ações.

 Em 2017, o Eurostat procedeu a uma ampla consulta dos produtores de dados dos Estados-Membros, principalmente os serviços nacionais de estatística, antes de propor a revisão do catálogo de variáveis facultativas sobre as estatísticas de I&D e GBARD no contexto da aplicação do MF2015 revisto (ver ponto 5 «Evolução futura»).

 Durante os anos de 2016 a 2018, o Eurostat garantiu uma melhor integração da recolha de dados do CIS nas estatísticas das empresas, o que possibilitou a reutilização de informações já disponíveis provenientes de outras estatísticas.

 O Eurostat reviu os conceitos utilizados no inquérito às empresas de I&D e, em especial, no CIS, para os fazer corresponder às convenções contabilísticas e às práticas comuns no setor empresarial. A comunicação de informações pelas empresas torna-se assim mais fácil e a qualidade dos dados também aumenta.

 O Eurostat promoveu uma maior eficiência de diversas formas. Por exemplo, estabeleceu normas técnicas de transmissão. Estabeleceu igualmente regras e procedimentos comuns para a validação dos dados, aumentando a eficiência da produção de estatísticas, tanto nos Estados-Membros como no Eurostat.

5. EVOLUÇÃO FUTURA

Um objetivo importante para o futuro desenvolvimento das estatísticas da UE sobre ciência e tecnologia será o reforço da ligação entre estas e outras estatísticas das empresas. Para o efeito, as estatísticas de I&D, GBARD e inovação serão incluídas no próximo quadro FRIBS, o que aumentará a coerência e a comparabilidade dos dados e contribuirá simultaneamente para reduzir os custos e os encargos. Foram já tomadas as primeiras medidas para iniciar este processo (ver acima) que prosseguirão no futuro.

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As estatísticas devem manter-se a par dos novos ambientes e exigências. Algumas destas exigências têm de ser equilibradas relativamente às outras. Por exemplo, a comunidade de utilizadores solicita muitas vezes novos indicadores de alta qualidade, mas os produtores de dados propõem a utilização de fontes de dados novas e menos onerosas. Tal exige um trabalho de desenvolvimento, triagem e análise de custos/benefícios constantes (sempre que possível). Em 2016/2017, a Comissão realizou uma ampla consulta dos produtores e utilizadores de dados sobre novas variáveis (facultativas) para as estatísticas de I&D e GBARD. Na sequência dessa consulta, o Grupo de Trabalho «CTI» decidiu lançar estudos-piloto sobre as seguintes estatísticas:

- a repartição dos números relativos ao pessoal interno e externo de I&D;

- a quantificação dos custos da mão de obra no que se refere ao pessoal interno de I&D;

- a quantificação das despesas «internas» de I&D destinadas à remuneração do pessoal externo de I&D que contribui para a I&D interna;

- as despesas de capital de I&D («terrenos e edifícios»; «máquinas e equipamento»; «software capitalizado»; «outros produtos de propriedade intelectual»);

- a repartição dos fundos recebidos por uma unidade com atividades de I&D por «transferência» ou «troca».

O Grupo de Trabalho CTI decidiu igualmente lançar estudos de viabilidade relativos à recolha de estatísticas sobre:

- o número de unidades institucionais envolvidas em I&D; - a concentração de despesas e pessoal de I&D;

- a despesa interna bruta em I&D (GERD), por tipo e fonte de financiamento (por setor de desempenho);

- a GERD por atividade principal do executante de I&D (por setor de desempenho); - a GERD por tipo de instituição (por setor de desempenho).

A Comissão pretende medir melhor o impacto das políticas da UE, em especial o impacto do próximo programa-quadro para a investigação e a inovação e, idealmente, estar em condições de comparar o desempenho entre projetos que recebem financiamento da UE e projetos que não recebem financiamento da UE. Para conseguir esta medição mais eficaz, será necessária uma maior clarificação dos aspetos jurídicos (em especial, no que se refere ao segredo estatístico), aspetos técnicos, custos e encargos administrativos.

Uma maior internacionalização das atividades de I&D, inovação e outras atividades empresariais coloca novos desafios à compilação de estatísticas CTI e continuará a colocar desafios no futuro. Estes desafios incluem tanto a obtenção de novos dados estatísticos sobre a internacionalização, como a capacidade de realizar inquéritos às empresas num contexto mais globalizado (e, por conseguinte, mais complexo).

O Eurostat e os Estados-Membros trabalharão em estreita colaboração para utilizar melhor os dados do CIS no futuro. Este trabalho não aumentará os encargos dos inquiridos. O Eurostat e os Estados-Membros trabalham em projetos que visam:

 informar sobre os diferentes perfis de inovação das empresas (por exemplo, «inovador estratégico», «adaptador», «empresa pouco inovadora ou não inovadora»), o que permitirá evidenciar quais destes perfis de inovação são mais comuns em cada país. Por

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exemplo, pode indicar-se que percentagem das empresas de um país são «inovadores estratégicos» e que percentagem são «adaptadores». Além disso, deverá ser possível identificar as características dos diferentes perfis. O objetivo é proporcionar aos decisores políticos uma visão mais diferenciada do que facilita ou dificulta a inovação;

 medir melhor os resultados da inovação, relacionando os dados do CIS com dados recolhidos em momentos diferentes do Registo Estatístico de Empresas e do Inquérito Estrutural às Empresas. Esta atividade pode melhorar a informação estatística sobre as empresas em fase de arranque e em expansão12.

Ambos os projetos serão combinados para tirar o máximo partido das sinergias.

Tal como no caso dos dados sobre I&D e GBARD, no futuro os Estados-Membros da UE transmitirão os dados do CIS através do SDMX. Isso aumentará a eficiência, a flexibilidade e a atualidade da transmissão de dados.

O Eurostat e os Estados-Membros da UE melhorarão o fornecimento de metadados e de relatórios de qualidade para as estatísticas de I&D e GBARD.

O Eurostat e os Estados-Membros da UE procurarão novas medidas para aumentar a atualidade das estimativas relativas aos indicadores fundamentais do CIS.

6. CONCLUSÃO

O presente relatório avalia a execução das ações enumeradas no artigo 2.º da Decisão n.º 1608/2003/CE, que tem como objetivo a criação de um sistema de informação estatística em matéria de ciência, tecnologia e inovação. Os dois desenvolvimentos mais importantes desde 2014 foram: i) a adaptação da recolha de dados de I&D à edição de 2015 do Manual de Frascati e ii) a análise do CIS para aumentar a qualidade e a pertinência política dos resultados do inquérito e adaptá-lo no sentido de o alinhar com o Manual de Oslo revisto. A monitorização constante do cumprimento e da qualidade das estatísticas de I&D e do CIS exigidas pela legislação da UE mostra que a qualidade dos dados produzidos é boa. No entanto, os dados que os Estados-Membros fornecem ao Eurostat a título voluntário nem sempre estão completos, o que se deve principalmente a restrições de recursos nos Estados-Membros. É difícil obter dos Estados-Membros estimativas precisas dos custos e encargos associados à produção destas estatísticas. No entanto, o Eurostat, em cooperação com os Estados-Membros, está a tomar várias medidas para aumentar a eficiência dos custos e reduzir os encargos administrativos associados à elaboração dessas estatísticas e para melhorar a sua exaustividade.

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