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Transcrição Aula 01 TJ-RS PORTUGUÊS. Profª Adriana Figueiredo

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PORTUGUÊS

Profª Adriana Figueiredo

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Aula 01

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AULA 02

Vem sempre assim. O que a banca quer de você nesse item do edital? Reparem que a banca

coloca “interpretação do texto”. Agora nós trataremos sobre o que é interpretar o texto, sob a

ótica dessa prova que você fará.

O que é interpretar? Interpretar é ler e extrair o que há de mais importante no texto. Isso é

interpretar. Por isso que a banca coloca ali interpretação do texto: identificação do sentido

global do texto. O que é isso, identificar o sentido global? É ler o texto e, ao final, identificar a

ideia mais importante. Sentido global é o tema do texto. É a ideia mais importante.

Ela diz também: identificação de seus principais tópicos e de suas relações. O que a banca busca

aqui? Identificação dos seus principais tópicos e de suas relações (estrutura argumentativa)

é a banca perguntando a você em cada parágrafo qual foi o tópico frasal daquele parágrafo. É isso que você vai estudar aqui comigo. Achar o tópico do parágrafo é identificar a ideia mais importante naquele parágrafo.

E “de suas relações”, o que é isso? É você ler o parágrafo, identificar o tópico ali e entender como é que aquele tópico foi fundamentado. Então, por exemplo, eu tenho um determinado tópico frasal, digamos o objetivo do meu parágrafo seja falar sobre a importância de se investir no ensino superior para a educação em um país. Esse é o tópico frasal. E aí depois eu vou desenvolver com um exemplo, vou trazer o exemplo do Canadá. É isso que a banca vai querer. Que você olhe o parágrafo, identifique o tópico e as relações de fundamentação do tópico.

Que mais você vai ter que aprender a fazer? Sintetizar o texto. O que é síntese do texto? É você

ler o texto, terminei a leitura e agora eu sou capaz de dizer sobre o que o texto trata. Aliás, esse é o grande desafio. Lermos e não lembrarmos do que foi visto ali. Então, síntese é extrair o que é principal.

Adaptação e reestruturação do texto para novos fins retóricos. Muitas vezes a banca retira um

trecho do texto e pede que você reescreva por uma determinada intenção. São as chamadas reescrituras. Tudo isso está dentro de interpretação e tudo isso tem base no que eu vou colocar aqui ao lado.

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Nós vamos revisar agora o que é a estrutura padrão de um texto dissertativo. É a forma que você vai nortear como é que você vai ler um texto dissertativo.

É o que nós chamamos de estrutura (exatamente como a banca colocou ali) argumentativa. Você vai conhecer qual é a estrutura argumentativa de um texto padrão. E para que você vai conhecer isso? Por que quando você conhece a estrutura argumentativa de um texto padrão você vai começar a ler todo texto que você ler, você vai buscar esse padrão. Há textos que seguem o padrão e há textos que não seguem. Mas para você identificar quando o texto não segue o padrão, você tem que conhecer o padrão.

Então, qual é o padrão? O padrão é aquilo que você faz numa redação. Redação de concurso tem que seguir isso aqui. Ah, mas eu quero fazer diferente, porque eu quero inovar. Não. Segue o padrão. Isso aqui é a cara da sua redação da escola.

E aí? O que acontece no seu primeiro parágrafo? Tente lembrar como era a sua redação.

O primeiro parágrafo, que é chamado de introdução, é aquele que traz a apresentação do tema.

O que é tema? É a ideia mais importante. É aquele que é responsável pelo sentido global de um texto. É a ideia principal. É o assunto principal do texto e, normalmente, vem no primeiro parágrafo, em introdução.

Quando o texto é argumentativo – lembrando que texto argumentativo é aquele que defende

tese, ponto de vista, argumentação – o tema é chamado de tese. Tese é tema, só que tese só

aparece no texto argumentativo. No texto expositivo, que é aquele expõe fatos, não tem tese, só tema. Já no texto argumentativo, nele o tema pode ser chamado de tese. Tese é opinião, ponto de vista.

Quando o texto é padrão, o tema aparece no primeiro parágrafo. Só que quando ele aparece, aparece de maneira branda, leve. Quando o autor é experiente, quando o texto é mais complexo, você olha para o primeiro parágrafo e não consegue exatamente sobre o que o texto veio falar. Então se você tiver essa sensação, “ai, eu estou lendo, mas ainda não consegui perceber sobre o que texto vai falar, não estou entendendo muito bem”, essa é uma técnica de escrita. É como um filme. Muita vezes você começa a assistir a um filme e fica tudo muito nebuloso. Quando você chega ao final é que você entende o início. Essa é a mesma técnica que é utilizada nesses textos.

O tema quando vem na introdução, vem mais brando, leve.

E depois ele volta forte na conclusão. Porque a conclusão é a retomada do tema. É na conclusão que o tema (ou a tese, se for um texto argumentativo) voltam.

É aquilo que nós chamamos de ciclo textual e eu já comentei aqui treinando com questões. Eu começo com uma ideia, desenvolvo e depois eu volto com essa ideia.

Quando você não entende muito um texto – foi aquilo que vimos –, você vai à conclusão e, na conclusão, fica tudo mais claro. Por que fica tudo mais claro? Porque o tema volta, mas volta forte. Tá bom? Na conclusão o tema volta com tudo. Não entendi um texto, vou para o final que ficar mais claro. É como num filme: não entendi muito bem o início, ao final eu volto ao início. Você vai fazer a mesma coisa. Terminada a leitura, você vai olhar conclusão e introdução e terá a síntese do texto.

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Então, quando a banca fala em “síntese do texto”, o que é sintetizar o texto? É ser capaz de apreender o sentido global. E como é que se faz isso tecnicamente? Início e final. Quando você estiver fazendo a prova você vai se lembrar disso: eu preciso apreender o sentido global, eu preciso sintetizar o texto, início e final. E aí você consegue ter uma visão ampla dele. Tá bom? Ok.

Depois vêm os parágrafos de desenvolvimento. Que aí vai depender, o número de parágrafos

de desenvolvimento pode variar. Eu vou supor aqui que nós tenhamos um texto de quatro parágrafos. Então, vamos lá.

O que ocorre nos parágrafos de desenvolvimento? Você terá que buscar aquilo que a banca fala lá no edital, ela diz assim: identificação dos seus principais tópicos e de suas relações (estrutura argumentativa). Quando a banca diz “identificação dos seus principais tópicos” ela está avisando que você vai buscar em cada parágrafo o tópico frasal. Cada parágrafo de desenvolvimento terá um tópico frasal.

O que é tópico frasal? É o argumento principal do parágrafo de desenvolvimento. Tópico frasal

é a ideia principal daquele parágrafo. Cada parágrafo de desenvolvimento tem que ter o seu tópico frasal. Se eu mudo de parágrafo, eu tenho que mudar de assunto. Não era assim que a professora lá da escola nos dizia? Então, por que eu só mudo de parágrafo se eu mudar de assunto? Isso é o mesmo que dizer que cada parágrafo tem que ter o seu tópico frasal, que é o argumento principal daquele parágrafo.

Quando o texto é padrão o tópico frasal vem no início do parágrafo. É assim que se deve fazer, por exemplo, numa redação, você já começa o parágrafo como tópico frasal. Ele vem no início e depois vem a fundamentação.

Essa é a estrutura de um parágrafo padrão. O tópico frasal no início, seguido da sua fundamentação.

Essa fundamentação – é só você se lembrar da sua redação da escola – pode ocorrer de diversas maneiras. Você pode trazer um tópico e desenvolvê-lo por meio de dados estatísticos. Que mais? Você pode trazer um tópico e desenvolvê-lo por meio de exemplos. Eu quero que você comece a visualizar isso nos textos porque é isso que você vai fazer comigo agora na questão. Pense num texto, pense num parágrafo de desenvolvimento, pense num tópico frasal. O tópico frasal é: eu tenho que falar sobre a importância de se investir no ensino superior de um país. Pronto, esse é o meu tópico frasal. Aí eu começo dizendo: “É importante que se invista no ensino superior de uma nação”. Ponto. Isso é o tópico frasal, é a ideia central do parágrafo. Depois que eu apresento o tópico, o que eu tenho que fazer? Eu tenho que fundamentar, desenvolver. Eu posso fazer isso apresentando dados estatísticos de países que, estatisticamente, investem no ensino superior e evoluem. Eu posso trazer exemplos de países. Isso é uma fundamentação. Eu posso comparar. Comparação é outro meio de você fundamentar um tópico. Eu posso comprar a educação com a saúde.

Então, tudo isso, dados estatísticos, exemplos, comparação, testemunhos de autoridade. Eu posso trazer um outro autor. O que é testemunho de autoridade? É quando eu trago um outro autor sobre aquele assunto e, aí, eu fundamento aquele meu parágrafo.

Eu posso vir falar de violência. Olha. Digamos que meu tópico frasal seja a violência no país e eu posso fundamentar com uma narração. E aí eu conto uma história de um episódio de violência.

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Eu quero que você comece – e isso vai mudar completamente a sua visão do texto – eu quero que você comece a achar tópicos frasais em todo parágrafo dissertativo que você esteja lendo. E isso acontece, inclusive, na vida.

Nunca aconteceu de uma pessoa... você está conversando com alguém (isso acontece muito com minha mãe), pessoas idosas fazem muito isso. Minha mãe vai contar uma história, por trás daquela história há um tópico frasal, mas ela esquece o tópico frasal e se empolga na história. E aí ela começa a contar a história, ela quer contar a história para ilustrar alguma coisa, só que aí ela esquece sobre o que ela estava falando. E aí conta uma história e depois emenda em outra. E aí você fica assim: “Tá, mas isso aí é por quê? Isso aí é para quê?”. Na verdade você está buscando o quê? O tópico frasal. Você vive buscando. Principalmente dessas pessoas que se perdem, e falam, e falam. Na verdade você está querendo captar o tópico frasal daquela história.

Até quando a gente está querendo alguma coisa, você quer dar uma enrolada, você não diz direto o que você quer, né? Você começa a contar, digamos, sei lá... “mãe estou precisando de dinheiro para cortar o cabelo”. Em vez de você começar pelo tópico frasal “mãe, preciso de dinheiro”, você começa… “Olha, aquele dinheiro lá da semana passada já acabou e as coisas estão muito caras, olha, está muito difícil. Semana passada eu comprei...”. Aí a pessoa diz: “mas você está falando nisso por quê?”. Ah, o tópico frasal é: preciso de dinheiro.

A indução de raciocínio é uma forma de você aquecer a pessoa. O problema é que você tem que ir diretamente ao ponto, se não você não consegue nada. Existe o método indutivo, que é aquele que você só induz e coloca o tópico frasal no final. Que é muito utilizado com mães, maridos. O meu marido, como ele já é muito esperto, ele já fica assim: “tá, qual é o tópico?”. Já está sem graça, porque eu não consigo mais enrolá-lo. Mas, no início, era fácil. Agora ele já assistiu às aulas e já captou. Mas você pode fazer isso, desde que a pessoa não seja muito experiente. Aí você induz e depois vem com o tópico. Se você começar pelo tópico é mais fácil você levar um “não”. Já reparou? Não dá tempo de você provar. A pessoa diz “não” e aí não deu tempo de induzir.

E aí você começa a buscar o tópico frasal de tudo que se escreve. Desde um texto da FAURGS até uma mensagem de Whatsapp. Você fica assim: “tá, isso é a fundamentação, mas cadê o tópico?”. E é disso que a banca está falando nesse item do edital. A estrutura argumentativa é a relação entre o tópico e a sua fundamentação. Tá bom?

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Agora nós vamos ver isso numa prova que eu trouxe para vocês. Numa questão que eu trouxe. Então vamos andar um pouco com o material. Nós estamos com o material da aula 1. Essa parte teórica eu não vou ler em sala, foi extraída do meu livro que é “Gramática Comentada com interpretação de textos”, da editora Saraiva. Depois vocês olhem lá. Gramática comentada, editora Saraiva, Adriana Figueiredo. É uma gramática que eu tenho, com tudo de gramática e muita interpretação de textos. Então tudo eu retiro de lá. Essa parte aí eu retirei do livro. Mas eu não vou ler. Tem tudo a ver com o que eu acabei de colocar nesse esquema, tá?

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Então eu vou direto aproveitar o nosso tempo junto. Vamos treinar com questões. (…)

Adriana, lá na estrutura argumentativa nós não aprendemos que no primeiro parágrafo normalmente é o tema que vem? A tese? Por que a banca perguntou o tópico frasal do primeiro parágrafo? Essa é a primeira dúvida que os alunos costumam ter. Como assim? No primeiro parágrafo não deveríamos achar o tema? É muito comum que se chame o tema de tópico frasal! Porque o tema é uma frase, é um tópico frasal! Tema é tópico frasal! Só que, como é o tópico frasal mais importante do texto, porque ele manda no texto, tudo que se fala ali é sobre ele, então ele recebe um nome especial – tema. Mas ele é um tópico frasal. Não estranhem, portante, se perguntarem a você o tópico frasal do primeiro parágrafo.

Bom, como eu faço para achar o tópico frasal do primeiro parágrafo? Bom, o tópico frasal, normalmente, vem no início. E você percebe que ele é um tópico frasal, porque ele é uma ideia. O tópico frasal é uma ideia, é uma abstração. E o que vem depois dele, normalmente, é concretização daquela ideia.

Gente, isso mudou minha vida de leitor, quando eu comecei a entender que o tópico frasal – é abstrato, é ideia. E a fundamentação é o concreto: dados estatísticos, exemplos. Tudo isso é concreto.

Isso melhor muito a sua leitura e na sua redação. Por que você, por exemplo, numa redação, tem que fazer o padrão, não é? Então, numa redação não comece o seu parágrafo pelo exemplo! Não comece um parágrafo nunca, de desenvolvimento, assim: “Por exemplo o Canadá...”. Porque a pessoa que ler vai falar assim: “cadê o tópico que suscitou esse exemplo?”. No parágrafo padrão eu vou da ideia para a concretização. Do abstrato para o concreto. Isso te ajuda em redação e te ajuda em interpretação. Porque quando eu for ler esse parágrafo eu terei que estar atenta… será que ele começou com a ideia e depois ele fundamentou essa ideia por meio de concretização de coisas do dia a dia?

(…)

Que é ironizar? Ironizar é… existem dois conceitos de ironia que são muito importantes a gente relembrar aqui. Primeiro: aquela ironia mais voltada para a crítica, que é dizer o contrário do que se pensa. Então, por exemplo, você fala para uma pessoa assim: “Tá bonita, hein...”. Mas ela não está bonita, né? Isso tem a ver com ironia. E existe um outro tipo de ironia que é vinculada a humor.

(...)

Nem toda conclusão tem síntese do texto. Nem todo autor termina o texto com síntese. O que seria síntese? Um resumo de todo o texto? Não! É a reafirmação do tema! Muito importante pensar nisso.

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Uma outra dica que eu quero dar a vocês é: as conjunções adversativas têm um peso matador na argumentação. Vir com um “contudo”, colocar uma conjunção adversativa na argumentação significa que tudo que você falou antes não é mentira, mas o que você vai falar depois é que é importante. É típico gatinho que quer terminar com a gatinha e fala assim para ela: “você é

linda, maravilhosa, você é perfeita, mas não vai dar, tudo acabou”. Ela que quer se convencer

de que ela é linda, maravilhosa, vai olhar para que parte da argumentação? Para o antes. “Ai, eu arraso mesmo!”. Ótimo ela pensar assim, mas aquilo não foi suficiente para ele continuar. A conjunção adversativa é um divisor de águas no texto. Ela não invalida o que se disse, mas aquilo que se disse não é suficiente para o que vem depois. “Olha, eu adoraria jantar com vocês,

mas...”. Então não vai jantar. Adoraria, mas não vai jantar, diga logo que não vai jantar. Né?

Na argumentação isso leva você logo para o que vem depois do “mas”. Logo para o que vem depois do “contudo”. É como se você corresse para aquilo que vem depois.

(…)

É isso. Mas, como eu disse, eu quero hoje treinar com vocês algumas técnicas para, no próximo encontro, ficarmos só resolvendo provas.

Então, eu quero agora, que vocês peguem a apostila 2. Nós temos uma segunda apostila um segundo material, e nós vamos trabalhá-lo agora. E eu trouxe nele uma visão panorâmica de todo o edital, da parte de interpretação de textos.

Eu fiz um estudo. Os últimos editais Conesul e FAURGS.

Os editais foram idênticos. Para vocês verem que, para o TJ do Rio Grande do Sul, eles sempre vão pedir a mesma coisa. A diferença é que em 2014 esse conteúdo programático de interpretação veio muito mais esmiuçado. Por quê? Porque a parte de interpretação estava mais alto nível em 2014. Em 2018 elas estão vindo ainda num nível mais alto. Então, se a banca for FAURGS, é porque interpretação vai ter um nível bom. A banca está se tornando cada vez melhor; a maldade está cada vez maior.

Eu coloquei para você os assuntos que vieram no concurso de 2014. Eu peguei todos os itens do edital e coloquei por estatística. Tá bom?

Mas assim, de dez questões, quatro, no máximo, serão de interpretação. (…) 30% mesmo da prova, não mais. Se forem dez, não vai ser só isso não, normalmente é mais. Português: mais de vinte questões para vocês, eu acho. Então, de trinta questões/vinte e cinco questões, oito, pelo menos, serão de interpretação. É que conta de professor de português é triste, né? Eu não sei se isso são 30%. Oito de trinta dá quanto? Enfim, vocês fazem aí o cálculo!

(…)

Vocês vão conhecer a diferença das questões de compreensão de textos e interpretação de textos. Vejam um outro item do edital. Agora a gente vai falar de outros assuntos e vai treinar um pouquinho de cada modalidade.

(10)

Aqui o edital diz o seguinte:

Eu vou, agora, me ater a esse final: informações explícitas, inferências válidas, pressupostos e implícitos. Essas são as questões que vêm em mais quantidade. São as questões de recorrência e inferência. E eu trouxe para você um modelo de questão de recorrência. Recorrência é isso aqui: informações explícitas. O que é isso?

A gente começa a entender que compreensão de textos é diferente de interpretação. Nós vamos

agora conhecer uma questão de compreensão de textos, também chamada de recorrência.

Questão de recorrência que no edital vem como informações explícitas. (…) O explícito é o que está no texto, o implícito é o que não está.

Como é que eu reconheço uma questão de recorrência, compreensão textual? Os enunciados vêm sempre assim: “De acordo com o texto”, “Segundo o texto”, “Conforme o texto”. Então, sempre que a banca começar assim (…) é recorrência.

São as questões que existem há mais tempo nesse mundo. Desde que nós éramos crianças, nós tínhamos o texto e vinham as perguntas. Segundo o texto, segundo o autor. Qual é a dificuldade que pode haver com esse tipo de questão? A dificuldade é localizar a informação lá, porque a banca vai pedir que, diante de um texto, você marque a única informação que esteja explícita. O problema é que quando você vai fazer a questão, você olha para, por exemplo, a letra B. Eu quero marcar a letra B, digamos. E aí, fico com medo de marcar a B, porque aquilo que a banca diz que está explícito não vem com as mesmas palavras da letra B. O desafio, portanto, de uma questão de recorrência está no reconhecimento das paráfrases. É aqui que entram as paráfrases, as reescrituras. É esse exercício que, se estivéssemos aqui numa oficina de texto, iríamos fazer ad eternum. É esse exercício que a gente tinha que dar para qualquer pessoa que quisesse melhorar a compreensão textual. É o reconhecimento de uma paráfrase. O que é isso? Na prática você já sentiu na pele. Paráfrase é o quê? Dizer o mesmo com outras palavras. Então por que a gente erra tanto, Adriana? Se o negócio está lá explícito. Se parafrasear é dizer o mesmo, por que eu não marco? Porque, é claro, que é dizer o mesmo com outras palavras. E a dor qual é? Você olhar para a letra B e falar assim: “será que é o mesmo ou será que não é?”. Eu vou mostrar para você como isso foi abordado agora num concurso recente, numa questão de recorrência. Então entendeu como é que vem o enunciado? De acordo com, segundo, conforme.

(…)

Adriana, essas questões de recorrência têm sempre uma referência textual? Sempre!!! (…)

(11)

Olha aqui. Agora você vai aprender um outro modelo de questão, bem diferente dessa. É um outro item do seu edital, edital para o TJ do Rio Grande do Sul. Um dos itens do edital diz assim. Isso aqui é um trecho que fala daquela parte da gramática que a gente aplica à interpretação.

(…)

O que é léxico? Tem a ver com vocábulo, com palavra. Léxico é palavra! Só para traduzir essa linguagem que a FAURGS usa. (…) Ter relação lexical é estar no mesmo campo semântico. Não quer dizer que um seja exatamente igual ao outro. Não precisa ser exatamente igual ao outro, basta que os dois vocábulos estejam no mesmo campo semântico. (…)

Na verdade a gente tem uma relação que a gente chama de hiperônimo. Carnaval volta como

festa. Você tem que saber isso? Tem, porque essa banca é toda lexical, ela adora essas coisas. O que é o hiperônimo? É o geral retomando o específico. É um termo de sentido geral que retoma um outro mais específico. E há, então, uma relação semântica entre eles.

É o mesmo que se você dissesse assim: “Eu fui à rua comprar um martelo, mas a ferramenta

estava cara demais. Não comprei.”. Mesma história, olha. Fui comprar um martelo e aí o martelo volta como ferramenta. Isso é muito comum nos textos. Você usa um nome específico e depois você retoma com um substantivo mais geral. Eles estão no mesmo campo semântico. É o que a FAURGS diz de relação lexical. Entendeu?

Então o meu papel aqui vai ser traduzir essas informações que a FAURGS, nesse caso, está usando nas questões.

(…)

O que é coesão? Coesão tem a ver com conexão, ligação. O texto tem coesão, não tem coesão?

Não tem a ver com coerência não, tem a ver com ligação! Por exemplo, se eu digo assim: “João saiu. Maria está dormindo.” Esse texto tem coesão? Não, porque não tem ligação nenhuma. Um enunciado não se liga ao outro.

Agora, se eu digo: “João saiu, mas Maria está dormindo.”. Tem coesão? Tem, porque tem conjunção.

Ter coesão é ter qualquer elemento que conecte uma informação à outra. (…) Muitas vezes a gente escreve coisas que não têm coesão, mas que têm coerência.

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Coerência não é o mesmo que coesão. Coerência tem a ver com lógica, sentido. Então, repito, se eu digo: “João saiu. Maria está dormindo.”. Esse meu texto tem coerência, mas não tem coesão – porque não tem nada que conecte –, embora tenha lógica. Tá bom? Pronto. Você só precisa saber isso. (…)

Uma palavra vai contribuir para a coesão se estiver conectando uma informação à outra. (…) Tem a ver com retomada, é tudo isso. Coesão é retomada, é ligação.

(…)

O que é pronome relativo mesmo? Qual é o conceito de pronome relativo? Pronome relativo é pronome que retoma um substantivo ou um pronome substantivo antecedente. Aqui a FAURGS está mostrando que o “que” ou qualquer outro pronome relativo tanto pode retomar um substantivo como pode retomar um pronome substantivo.

Por exemplo, se eu digo assim: “Essa é a pessoa que procuro.”. Beleza. Esse “que” está retomando “pessoa” – pronome relativo. Pronome relativo pode retomar um substantivo.

Ou: “Achei o que procuro.”. Esse “que” está retomando o “o”. E esse “o” é muita coisa. Você olha assim e não dá nada por ele, mas esse “o” é igual a aquilo. Substitua o “o” por aquilo, não é como se você dissesse achei aquilo? Esse “o” é um pronome demonstrativo. Então esse “que” é um pronome relativo.

Cuidado, porque um pronome relativo pode retomar tanto um substantivo quanto um pronome substantivo antecedente.

Aliás, numas provas que eu peguei da FAURGS, ela adora falar do “o”. O “o”, gente, eu vou colocar aqui no cantinho. A aula não é de gramática, mas eu não posso deixar de colocar isso para você não esquecer.

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Revisando: artigo definido, pronome oblíquo (Encontrei-o na festa. Quando equivale a “ele”.

Encontrei ele), pronome demonstrativo. Cuidado, então, com esse “o” pronome demonstrativo.

Acontece muito quando ele vem antes de “que” e “de”.

A dica é trocar por outro demonstrativo. Por exemplo: “Prefiro o de tampa azul.”. É aquele de tampa azul. Demonstrativo. Tá bom?

(…)

Vamos tomar um café? Vamos, a gente está precisando. Então vamos lá! Estamos aqui de volta! (…)

Antes do intervalo nós fizemos uma questão de coesão e coerência. Vamos relembrar. Nós aprendemos que coesão tem a ver com ligação, conexão entre as ideias. Né? Ter coesão é retomar.

(…)

Quando a conjunção concessiva é colocada na frase, ela só pode ser colocada se o verbo que vem depois estiver no subjuntivo. Então vou repetir uma dica que é matadora para essas

questões de nexo. Conjunções concessivas mantém o verbo sempre no subjuntivo. Isso é geral.

(…)

Não existe a palavra “apesar”. Apesar sozinha, conjunção/nexo não existe. Ou é apesar de ou apesar de que. Vou repetir: o nexo “apesar” não existe. Tem que ser “apesar de” ou “apesar de que”.

(…)

Normalmente, depois dos dois pontos, vem o quê? Vem a explicação. Normalmente é a explicação. (…) Como eu faço para saber se o que veio depois dos dois pontos é explicação do que veio antes? Você sabe fazer isso? O que é explicar? Explicar é dizer a mesma coisa, é justificar o que você disse antes. É dizer o mesmo com outras palavras. Então eu quero que você faça isso. Eu quero que você resuma o que veio antes dos dois pontos. É isso que eu quero

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treinar sempre com você. Leitura. Compreensão. Antes dos dois pontos, ele disse o quê? Isso! Depois dos dois pontos, ele disse isso. Beleza, então depois dos dois pontos é uma justificativa. O que você tem que fazer? Ler e entender o que veio antes dos dois pontos e depois dos dois pontos.

(…)

As conjunções causais têm praticamente a mesma lista das explicativas. Vou repetir. As conjunções que figuram como causais (já que, visto que, porque, pois, uma vez que) também podem ser explicativas. A única conjunção que está na lista das causais e que não pode ser explicativa é o ‘como’. Quando você for estudar conjunções não esqueça essa dica. As conjunções causais e explicativas são idênticas, menos o ‘como’. O como só aparece como causal e não como explicativa.

(...)

Eu criei um passo a passo para se identificar uma relação de causa e consequência no texto. Por que eu criei esse passo a passo? Porque eu percebia que o aluno, toda vez que vinha uma questão de causa e consequência, não sabia nem por onde começar. Olha só, como eu vejo que a questão é de causa e consequência? Porque a banca diz. (…)

Quando a frase é curta é mais fácil. Não é o caso, isso aqui é texto e é mais complexo, mas venha comigo para uma frase curta. Se eu digo para você assim: “Ela chorou porque brigou com o namorado.”. Existe aqui uma relação de causa e consequência? Como é que eu reconheço uma relação de causa e consequência?

Primeiro passo é esse: identificar. Então eu estou te dando um passo a passo para você não se perder. Você vai usar isso tanto para frase curta, como você vai fazer agora, quanto para texto

assim. Então o primeiro passo é identificar a relação de causa e consequência. Como você

identifica? Você identifica por meio de uma relação lógica: “o fato de… fez com que...”.

Toda vez que você olhar para uma frase e perceber que há essa relação lógica é porque há uma relação de causa e consequência. “O fato de fez com quem”. Repita comigo “o fato de fez com quem”. Isso é causa e efeito. Isso é causa e consequência. Ela chorou porque brigou com o

namorado. Existe causa e consequência aqui? Sim. O fato de ter brigado com o namorado fez

com que chorasse. Primeiro passo é esse.

Segundo passo é, depois de você identificar que há uma relação de causa e consequência, existe um outro obstáculo que é não se confundir. Olhar para a consequência e chamar de causa, olhar para a causa e chamar de consequência. Por que, na realidade, o que a banca vai fazer aqui? Ela vai perguntar se é a causa, mas, na verdade, é a consequência. Então que tipo de técnica eu uso para não me perder?

Aí vem o segundo passo. Você vai perguntar o que aconteceu primeiro e o que aconteceu depois. Por quê? Porque a causa sempre antecede o efeito. Na linha do tempo a causa acontece antes. Então, se você perguntar o que aconteceu primeiro e o que aconteceu depois fica fácil. Então espera aí, ela chorou porque brigou com o namorado. (…) O que aconteceu primeiro? Brigou com o namorado. O que aconteceu depois? Ela chorou. Então o que é causa? Brigar com o namorado. E o que é efeito? Chorar. Entendeu?

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Gente, isso é tudo. Você olhar para o lugar certo. (…)

Digamos que eu tenha uma frase que diga assim: “Como choveu, as ruas ficaram alagadas.”.

E “Choveu, de sorte que as ruas ficaram alagadas.”. (…)

Vamos usar esse passo a passo com essas frases curtas. (…)

Primeiro, 1, identificar a relação de causa e consequência. O fato de chover fez com que as ruas ficassem alagadas. Identifiquei.

Segundo passo. Perguntar o que acontece primeiro e o que acontece depois. O que aconteceu primeiro? Choveu. Então é causa. O que acontece depois? As ruas ficam alagadas. (…)

Agora, se eu tiver que classificar a conjunção é só eu lembrar esse mantra. Que parece que é bobagem, mas às vezes você está olhando para a conjunção, mas você não sabe para onde olhar e você está olhando lá para outra oração. (…) A conjunção recebe o nome da ideia que vem depois dela. Chover não é causa? A conjunção não está iniciando essa oração? Então ela é o quê? Causal. Conjunção subordinativa adverbial causal. (…)

Agora eu tenho que classificar essa daqui. Estou na segunda frase. Cadê a conjunção? De sorte que. Está iniciando o quê? O efeito. O efeito é o mesmo que consequência. Então essa conjunção ela é o quê? Consecutiva. Conjunção subordinativa adverbial consecutiva. Porque ela está iniciando a consequência. Não tem erro. É só você olhar para a oração em que a conjunção está. Se a conjunção estiver dentro da causa, ela será causal. Se a conjunção estiver dentro da consequência ela vai ser consecutiva.

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E, com isso, você está aprendendo a identificar as relações de causa e consequência no texto e classificar as conjunções. Tudo bem?

(…)

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