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sistemas estruturais em aço na arquitetura

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Academic year: 2021

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Yopanan Conrado Pereira Rebello

é engenheiro civil pela Universidade Mackenzie (1971), é mestre e doutor pela FAU-USP (ano).

Diretor Pedagógico da Ycon Formação Continuada Diretor Técnico da Ycon Engenharia Ltda.

É professor titular das disciplinas de sistemas estruturais (curso de arquitetura), na universidade São Judas Tadeu. E autor de diversos livros, entre eles:

“A Concepção Estrutural e a Arquitetura” ”Bases para Projeto Estrutural”

”Estruturas de Aço, Concreto e Madeira” ”Fundações”

**títulos publicados pela Zigurate Editora - São Paulo Ficha técnica:

Produção: CBCA - Centro Brasileiro da Construção em Aço Coordenação Geral: Sidnei Palatnik

Projeto Gráfico: Thiago Felipe Nascimento e Sidnei Palatnik Editoração Eletrônica: Thiago Felipe Nascimento

Ilustrações: Sidnei Palatnik e Caetano Sevilla São Paulo - 2009

©2009 INSTITUTO BRASILEIRO DE SIDERURGIA/CENTRO BRASILEIRO DA CONSTRUÇÃO EM AÇO

Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio, sem a prévia autorização desta Entidade. Ficha catalográfica preparada pelo Centro de Informações do IBS/CBCA

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a distância intitulado “Sistemas Estruturais em Aço na

Arquitetura”, desenvolvido pelo Engenheiro e

Pro-fessor Yopanan Conrado Pereira Rebello e pelo

Ar-quiteto Sidnei Palatnik, para o CBCA - Centro

Bra-sileiro da Construção em Aço - e oferecido no link

www.cursoscbca.com.br.

Ao prepararmos esta apostila tivemos como único fim

oferecer a possibilidade de imprimir o conteúdo

es-crito do curso, de forma a facilitar sua leitura.

Ressaltamos que inúmeros recursos multimídia

dis-poníveis na internet não se aplicam a esta versão. Ela

também não incluiu todo o conteúdo disponibilizado

no curso, como exercícios, testes e vídeo, bem como o

conteúdo desenvolvido pelos alunos durante os

cur-sos.

Eventuais links para sites, ou outros, apresentados ao

longo do texto, só irão funcionar caso este seja aberto

no seu formato eletrônico (pdf) e que aja uma

cone-xão disponível para a internet.

Os vídeos assinalados ao longo da apostila somente

são disponibilizados através do ambiente de internet

do curso.

Recomendamos que seja feito o download dos vídeos

oferecidos durante o curso para que possam ser

visu-alizados a partir do computador do leitor.

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Índice do Curso

Introdução

Módulo 1. Cargas que atuam nas estruturas

Módulo 2. Características do Aço na Construção Civil

Módulo 3. As seções estruturais e suas aplicações

Módulo 4. Os Sistemas Estruturais em Aço

Módulo 5. Associação de Sistemas Estruturais em Aço

Módulo 6. Galpões em estrutura de aço

Módulo 7. Edifícios residenciais e comerciais em Aço

Módulo 8. Proteção contra Corrosão em Estruturas de Aço

Módulo 9. Proteção ao Fogo em Estruturas de Aço

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5

1

Cargas que atuam nas estruturas

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Índice - Módulo 1

1. Cargas que atuam nas estruturas 1.1. Visão geral de cargas nas estruturas Forças que atuam nas estruturas Conceito de direção e sentido Conceito de força

1.2. Cargas quanto à geometria

Distribuição das cargas nos elementos estruturais: Geometria das cargas Cargas pontuais ou cargas concentradas

Cargas lineares Cargas superficiais

1.3. Cargas quanto à direção 1.4. Cargas quanto à freqüência a. Cargas permanentes

b. Cargas acidentais 1.5. Cálculo das cargas

2. Conceito de equilíbrio - equilíbrio estático das estruturas. Equilíbrio

2.1. Condições para se obter o equilíbrio estático. Condições de equilíbrio das estruturas

Equilíbrio estático externo 2.2. Os vínculos estruturais Estruturas hipo, iso ou hiperestáticas

2.3. Estruturas hipostáticas, isostáticas e hiperestáticas. 3. Equilíbrio interno

Equilíbrio estático interno 3.1. Conceito de tensão Tensão

Regime elástico e Regime plástico Módulo de elasticidade

3.2. Tração simples ou axial 3.3. Compressão simples ou axial Compressão simples ou axial e flambagem A Flambagem

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1

Cargas que atuam

nas estruturas

INTRODUÇÃO

Ao projetar uma construção, qualquer que seja ela, nos deparamos com diversas variáveis: necessidades do cliente na forma do programa de ar-quitetura, condicionantes físicas, normas legais, limitações financeiras e muitas outras.

Entre estas, talvez a mais importante seja a definição do sistema estrutural a ser adotado.

Intimamente ligado ao material estrutural que será escolhido está a defi-nição do sistema estrutural. A escolha do sistema construtivo não deve ser uma competição entre os diferentes tipos de estruturas, mas uma decisão com base nas necessidades da obra e nas características de cada sistema. A análise do custo global da obra pode reduzir substancialmente a dife-rença entre o uso do aço e do concreto, principalmente se usarmos o aço com seu melhor desempenho.

Como sabemos, projetar com uma estrutura de concreto ou com uma estrutura de aço não é a mesma coisa. Cada qual tem suas respectivas limitações e vantagens características de seus componentes e modo de produção.

Se esta definição é feita ainda na fase de anteprojeto, os ganhos com o sistema adotado serão mais consistentes. Ao contrário, migrar para outro material estrutural já numa fase posterior, quando muitas definições pro-gramáticas já estão prontas, não irá permitir todos os ganhos possíveis. O Professor Yopanan, engenheiro e calculista, conhecedor de diversas téc-nicas construtivas, como aço, concreto e madeira, será o nosso guia no aprendizado dos diversos sistemas estruturais em aço.

Conheça o Professor Yopanan Vídeo 0 - Introdução

Professor Yopanan

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Parte 1 - Cargas que atuam nas estruturas

1.1 - Forças que atuam nas estruturas Video 1 - Cargas nas Estruturas Conceito de direção e sentido

Quando alguém anda por uma rua reta e de repente entra numa de suas travessas, o caminho que essa pessoa percorre muda bruscamente de di-reção. Se por outro lado, a rua pela qual a pessoa caminha tiver uma cur-va, ao percorrer esta curcur-va, a partir do seu início em cada ponto da curva a pessoa também estará mudando de direção. No caso anterior quando se entra numa travessa a mudança de direção, apesar de brusca, ocorre apenas uma vez, enquanto no caso da curva ocorrem muitas mudanças de direções.

É sabido que para se garantir que um objeto esteja em movimento é ne-cessário que esse movimento seja relacionado a um referencial, por exem-plo: quando duas pessoas andam lado a lado, com mesmas velocidades, e uma delas olha para a outra, ela a verá sempre ao seu lado, como se estivesse parada. O mesmo não ocorre para uma terceira pessoa parada, que verá as duas primeiras afastando-se e, portanto, em movimento. No entanto essa terceira pessoa considerada parada não o estará para uma quarta que a visse do espaço sideral. Essa pessoa dita parada estaria em movimento junto com o planeta terra. Logo a terceira pessoa pode ser considerada parada ou não dependendo da referência que se tome. Como

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Define-se como direção de uma reta qualquer o ângulo que ela forma com outra reta bem conhecida, denominada referencial. A reta que vai do ponto de localização de uma pessoa ao pólo magnético da terra dada pela agulha de uma bússola, por exemplo, é um referencial bastante definido e que normalmente é utilizado. A direção do vôo de um avião é definida pelo ângulo que sua rota forma com a direção dada pela bússola.

Uma mesma direção ou rota, por exemplo, a rota entre São Paulo e Rio de Ja-neiro pode ser ocupada por um avião que vai de São Paulo para o Rio e outro que vai do Rio para São Paulo. Os dois aviões estão indo na mesma direção mas em sentidos contrários. Portanto, definida uma direção, para se caracterizar corretamente o movimento deve-se informar também o sentido.

É muito comum haver uma certa confusão nos conceitos de direção e sentido. É comum ocorrer o engano de se dizer que determinado veículo está indo na direção de São Paulo para o Rio de Janeiro e o outro que está na mesma estrada mais em sentido contrário, dizer-se que ele esta na direção contrária, o que é um erro grosseiro. A direção é a mesma São Paulo - Rio de Janeiro ou Rio de Janeiro São Paulo, o que muda é o sentido.

Conceito de força

Sempre que um corpo, com uma determinada massa, estiver em repouso e iniciar um movimento ou, ainda, quando esse mesmo corpo, já em movimen-to retilíneo (movendo-se sobre uma reta), com velocidade constante tiver sua velocidade e/ou sua direção alterada diz-se que a ele foi aplicada uma força. Portanto a idéia de força está liga a noção de massa, aceleração (alteração na velocidade), direção e sentido. Matematicamente força é definida como o pro-duto da massa de um corpo pela aceleração que ele adquire numa determinada direção e sentido. F = M . σ Onde: • F = força • M = massa • σ = aceleração

1.2. Cargas quanto à geometria

Distribuição das cargas nos elementos estruturais: Geometria das cargas A distribuição de cargas sobre uma estrutura pode ser diferente de um ponto para outro. As cargas que atuam sobre uma viga podem se distribuir de manei-ra diferente das que atua sobre uma laje. Normalmente a geometria dos car-regamentos acompanha a geometria dos elementos estruturais sobre os quais eles atuam. As cargas podem atuar de maneira uniforme sobre a estrutura ou variar sua intensidade ponto a ponto. As cargas que têm a mesma intensidade ao longo do elemento estrutural são denominadas cargas uniformes, aquelas que variam são denominadas cargas variáveis.

Quanto a geometria as cargas podem ser: • Cargas pontuais ou cargas concentradas

• Cargas lineares

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Cargas pontuais ou cargas concentradas

Cargas pontuais ou cargas concentradas são aquelas localizadas em um ponto. São exemplos de cargas concentradas: uma viga apoiada sobre outra, um pilar que nasce numa viga ou placa, o peso próprio de um pilar, e assim por diante. Essas cargas são representadas graficamente por uma seta isolada.

Cargas lineares

Cargas lineares, como o próprio nome diz, são aquelas distribuídas sobre uma linha. São exemplos de cargas lineares o peso próprio de uma viga, o peso de uma parede sobre uma viga ou placa, as cargas depositadas por uma laje sobre as vigas, e assim por diante. Essas cargas são representadas graficamente por um conjunto de setas dispostas sobre uma linha.

Cargas superficiais

Cargas superficiais são aquelas que se distribuem sobre uma superfície. São exemplos de cargas superficiais o peso próprio de uma laje, peso próprio de revestimentos de pisos, o peso de um líquido sobre o fundo do recipiente, o empuxo de um líquido sobre as paredes do recipiente que o contém e as cargas acidentais definidas pela Norma. Essas cargas são representadas grafica-mente por um conjunto de setas dispostas sobre uma área.

No quadro abaixo apresentamos alguns exemplos de cargas acidentais superfi-ciais definidas pela Norma:

Cargas acidentais sobre pisos residenciais (pessoas, móveis, etc.) 150 kgf/m² Cargas acidentais sobre pisos de escritórios 200 kgf/m². Cargas acidentais sobre pisos de lojas 400 kgf/m². Cargas acidentais devidas ao vento 50 a 100 kgf/m².

1.3. Cargas quanto à direção

Quanto à direção, as cargas podem ocorrer na vertical, sendo neste caso pre-dominantes as cargas devidas à gravidade, ou seja, as cargas de peso; podem, também, ocorrer na horizontal, tais como as cargas de vento, empuxos de so-los sobre arrimos, empuxos de água sobre paredes de piscinas e caixas d’água; podem, ainda, serem inclinadas, oriundas da composição de cargas verticais e horizontais.

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1.4. Cargas quanto à freqüência

Algumas cargas atuam na estrutura durante toda sua vida útil, enquanto outras ocorrem de vez em quando. Denominam-se cargas permanentes àquelas que ocorrem ao longo de toda vida útil da estrutura e cargas acidentais àquelas que ocorrem eventualmente.

a. Cargas permanentes

As cargas permanentes são cargas cuja intensidade, direção e sentido, podem ser determinadas com grande precisão, pois elas são devidas exclusivamente a forças gravitacionais, ou peso. São exemplos de cargas permanentes as seguin-tes:

- O peso próprio da estrutura. Para determiná-lo basta o conhecimento das dimensões do elemento estrutural e do peso específico (peso / m³) do material do qual o elemento estrutural é feito.

- O peso dos revestimentos de pisos, como contrapisos, pisos cerâmicos, entre outros.

- O peso das paredes. Para determiná-lo é necessário conhecer-se a largura e altura da parede e o peso específico do material do qual ela é feita , assim como do revestimento (emboço, reboco, azulejo e outros).

- O peso de revestimentos especiais, como placas de chumbo nas paredes de salas de Raio X. Para determiná-lo é necessário o conhecimento das dimen-sões e peso específico desses revestimentos.

b. Cargas acidentais.

As cargas acidentais são mais difíceis de serem determinadas com precisão e podem variar com o tipo de edificação. Por isso essas cargas são definidas por Normas, que podem variar de país para país. No Brasil a norma que determi-na os valores das cargas acidentais é a NBR 6120 da Associação Brasileira de Normas Técnicas. São exemplos de cargas acidentais, prescritas pela Norma, as seguintes:

• O peso de pessoas.

• O peso do mobiliário.

• O peso de veículos.

• A força de frenagem (freio) de veículos. Esta é uma força horizontal que depende do tipo de veículo.

• A força de vento. Esta é uma força horizontal que depende da região, das dimensões verticais e horizontais da edificação.

Obs.

- O efeito da chuva como carregamento, apesar de acidental, é considerado no peso das telhas e revestimentos, já considerados.

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- O peso de móveis especiais, como cofre, não é determinado pela Norma e deverá ser informado pelo fabricante do mobiliário.

Como a carga acidental pode ocorrer em alguns pontos da estrutura e em ou-tros não, para um adequado dimensionamento da estrutura deve-se pesquisar, para cada elemento, qual a posição mais desfavorável de carregamento. Muitas vezes carregar parcialmente a estrutura pode ser mais desfavorável que carregá-la com toda a carga, como mostra a figura a seguir:

Módulo 1 - 1.5. Cálculo das cargas que incidem sobre a estrutura

Peso Próprio das lajes maciças

Numericamente o peso por metro quadrado da laje depende apenas da altura da laje (h laje).

Pode-se então escrever:

Peso Proveniente das cargas acidentais:

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Cargas provenientes do peso próprio da viga

O peso próprio das vigas pode ser obtido diretamente das tabelas de perfis dos fabricantes.

Muitas delas podem ser obtidas na apostila O Uso do Aço na Arquitetura, do Prof. Aloizio Fontana Margarido. (Capítulo 3)

Clique aqui para acessar a apostila.

Cargas nas vigas provenientes das lajes

Laje armada em uma só direção

Para fins práticos, essa situação ocorre quando o vão maior é maior que o dobro do vão menor.

Laje armada em cruz

Na prática, isso ocorre quando o vão maior é menor ou igual ao dobro do menor.

Cargas nas vigas provenientes das lajes armada em uma só direção

onde l = vão menor da laje

Obs: As lajes pré-moldadas comportam-se como lajes armadas em uma só direção (a direção das vigotas). Seu peso é dado em tabelas fornecidas pelos fabricantes em função do vão e da sobrecarga (acidental + revestimentos)

Cargas nas vigas provenientes das lajes armadas em cruz

Carga na viga do vão menor:

Carga na viga do vão maior: onde,

l= vão menor e L= vão maior Cargas nas vigas provenientes das

alvenarias

Pesos específicos (ﻻ alve) de alvenaria mais usados:

Tijolos de barro maciços revestidos 1.680 kgf / m³ Tijolos cerâmicos revestidos 1.120 kgf / m³ Blocos de concreto revestidos 1.250 kgf / m³ Blocos de concreto celular revestidos 950 kgf / m³

onde,

b= largura da parede h= altura da parede

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Parte 2 - Conceito de equilíbrio - equilíbrio

estático das estruturas

Vídeo - Equilíbrio das Estruturas Equilíbrio

Uma das propriedades desejadas para as estruturas, e a mais importante, é que quando submetidas às mais diferentes forças possam manter-se em equilíbrio, durante toda sua vida útil.

Diz-se que um objeto está em equilíbrio quando não há alteração no estado das forças que atuam sobre ele. Uma espaçonave, no espaço sideral, longe do efeito gravitacional dos astros, desloca-se com velocidade constante e em uma trajetória reta. Nesta situação a espaçonave encontra-se em equilíbrio. Já um objeto sobre uma mesa, manter-se-á no lugar indefinidamente, desde que so-bre ele não seja aplicada outra força, que não sejam o seu peso e a reação da mesa. Nesta situação o objeto encontra-se também em equilíbrio. No caso da espaçonave o equilíbrio ocorre, mas existe movimento. Este é o equilíbrio dinâmico. No caso do objeto sobre a mesa não há movimento, o objeto per-manece parado; é o equilíbrio estático. É este último que interessa para as edi-ficações, que, para existirem, devem permanecer em equilíbrio estável durante toda a sua vida útil.

Para uma estrutura permanecer em equilíbrio estático é necessário, mas não suficiente, que as dimensões de suas seções sejam corretamente determinadas.

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Equilíbrio estático externo

2.1. Condições para se obter o equilíbrio estático.

Considere-se uma barra qualquer. A ação da gravidade sobre sua massa pro-voca o aparecimento da força peso. Sob a ação dessa força a barra tende a se deslocar na vertical em direção ao centro da terra.

P = M . σ

Uma maneira de evitar que a barra se desloque na vertical é a criação de um dispositivo que crie uma reação contrária à força peso, equilibrando-a. Supo-nhamos que para isso se crie um suporte como mostrado na figura a seguir. Uma maneira de evitar que a barra se desloque na vertical é a criação de um dispositivo que crie uma reação contrária à força peso, equilibrando-a. Supo-nhamos que para isso se crie um suporte como mostrado na figura a seguir. Nestas condições o equilíbrio ainda não é alcançado já que a barra tende a continuar movimentando-se, só que agora girando em torno do seu suporte. Para evitar o giro podemos criar outro suporte, como mostra a figura a se-guir.

Nestas condições a barra não irá movimentar-se na vertical e nem girar. Ainda assim o equilíbrio estático da barra não está garantido, já que a aplicação de uma força horizontal poderá deslocá-la nessa direção. Para evitar esse movi-mento pode ser colocada, num dos suportes, uma trava, como mostrado na figura abaixo.

Dessa maneira qualquer que seja a força que atue sobre a barra, desde que no seu plano, ela permanecerá indeslocável, ou seja, em equilíbrio estático. Portanto, para um elemento estrutural estar em equilíbrio estático no seu pla-no é condição necessária e suficiente que ele não ande na vertical, não ande na horizontal e nem gire. Estas são as três condições mínimas necessárias para que ocorra o equilíbrio estático no plano. Este raciocínio pode ser extrapolado para o espaço.

2.2. Os vínculos estruturais Vídeo – Vínculos

Vídeo – Modelos de Vinculos Vídeo – Vínculos - 2ª parte

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Vínculos

Os vínculos são os dispositivos de ligação entre os elementos estruturais. São vínculos: • a ligação entre uma laje e uma viga; • uma viga e um pilar; • uma viga com outra viga; • a ligação entre as barras que formam uma malha estrutural e assim por diante.

Os vínculos, conforme seja desejo de projeto, podem ou não permitir movi-mentos relativos entre os elemovi-mentos por eles unidos.

Um vínculo que permite giro e deslocamento relativos é denominado vínculo articulado móvel. Articulado porque permite o giro, móvel porque permite o deslocamento numa direção, normalmente a horizontal.

O vínculo que permite apenas o giro relativo é denominado vínculo articu-lado fixo.

O vínculo que impede o giro e os deslocamentos é denominado vínculo engastado.

Na figura ao lado são apresentados os significados desses vínculos e suas repre-sentações gráficas.

Cada tipo de vínculo apresenta determinadas restrições de movimento, geran-do assim reações. Por exemplo, um vínculo articulageran-do móvel apresenta possi-bilidade de giro e deslocamentos em uma direção (normalmente horizontal), portanto ele só admite reação em uma direção (normalmente vertical. Algo semelhante acontece com os demais vínculos, a figura a seguir mostra os vín-culos e as reações originadas neles.

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Nem sempre as estruturas reais apresentam vínculos perfeitos, ou seja per-feitamente articulados ou móveis. A interpretação dos vínculos é sempre um modelo teórico, pensado de forma que se aproxime ao máximo do comporta-mento real. A rigidez dos elecomporta-mentos ligados é sempre um fator a ser observado nessa interpretação teórica. Na figura a seguir são mostrados exemplos reais e seus respectivos modelos. Reparem que uma mesma estrutura pode levar a duas ou mais interpretações. A interpretação será mais correta quanto mais ela se aproximar dos deslocamentos produzidos na estrutura real.

No primeiro caso uma estrutura bastante rígida apoia-se em pilares pouco rígidos. Neste caso, pode-se interpretar os vínculos entre vigas e pilares como articulados, uma análise mais profunda pode indicar se eles podem ser consi-derados móveis ou fixos.

No segundo caso, uma viga pouco rígida apoia-se em pilares muito rígidos, neste caso tem-se como um bom modelo, vínculos engastados.

Nos demais casos têm-se vigas e pilares de mesma ordem de rigidez. Neste caso, dependendo do detalhamento, se houver uma ligação contínua entre vigas e pilares, pode-se ter um vínculo rígido (nem totalmente articulado nem totalmente engastado), ou um vinculo articulado se não houver essa continui-dade.

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O desenho arquitetônico pode induzir a que o modelo estrutural se aproxi-me de um ou outro tipo. Na figura a seguir são mostrados exemplos em que o desenho da arquitetura gera uma interpretação de vínculo. No primeiro, a diminuição da espessura do pilar junto a viga leva inevitavelmente à inter-pretação de um vínculo articulado. Na base devido ao grande aumento na dimensão do pilar, a interpretação mais adequada é de um vínculo engastado. As mesmas questões podem ser observadas no segundo exemplo.

Um vínculo mal interpretado pode gerar um acidente estrutural. A figura mostra um caso real de uma abóbada apoiada em duas vigas periféricas. O modelo adotado foi o de dois vínculos articulados fixos. Se realmente a ligação entre a abóbada e as vigas fossem desse tipo, a estrutura se comportaria ade-quadamente, pois os vínculos seriam capazes de absorver as forças horizontais (empuxos) originadas pela abóbada. Ocorre que as vigas eram muito finas, portanto com pouca rigidez lateral. Isso fez com que sob a ação dos empuxos da abóbada a viga se deformasse, fazendo com que a ligação entre a abóbada e as vigas se constituísse em um verdadeiro vínculo móvel.

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A opção por um ou outro tipo de vínculo depende do modelo físico ide-alizado para o comportamento da estrutura. Assim quando se quer que as dilatações térmicas de uma viga não influenciem os pilares sobre os quais ela se apóia, projeta-se um vínculo articulado móvel num dos pilares de apoio da viga, de maneira que ela possa dilatar-se livremente sem aplicar uma força horizontal ao pilar, como ilustrado na figura a seguir.

Obs.: o neoprene é um tipo de borracha que permite deformações de diver-sos tipos.

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2.3. Estruturas hipostáticas, isostáticas e hiperestáticas Vídeo – Estruturas Hipo Iso Hiperestáticas

Estruturas hipostáticas, isostáticas e hiperestáticas

Quando uma estrutura encontra-se em condições de estabilidade exatamente iguais às mínimas necessárias, ela é dita isostática (iso, radical grego que signi-fica igual).

Quando as condições de estabilidade estão acima das mínimas, dizemos que a estrutura é hiperestática (hiper, radical grego que significa acima).

Quando as condições de estabilidade estiverem abaixo das mínimas a estrutura é dita hipostática (hipo, radical grego que significa abaixo).

Estruturas hipostáticas são estruturas que não se encontram em equilíbrio es-tático e, portanto não interessam ao universo das estruturas de edificações. São estruturas que tendem a cair.

Conclui-se, portanto, que se deve trabalhar somente com estruturas isostáticas ou hiperestáticas.

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Exemplos de estruturas hiperestáticas: vigas contínuas

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Exemplo de estrutura isostática: viga biapoiada

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2.4 Cálculo das reações de apoio em vigas biapoiadas sem e com balanços

Reações nos apoios em vigas biapoiadas sem balanços 1. Carga concentrada

Para simplificar o cálculo, pode-se generalizar os resultados usando uma força P qualquer atuando sobre a viga de vão l qualquer e distante a e b dos apoios A e B, respectivamente.

2. Carga distribuída

Generalizando, considerando a carga distribuída q e o vão l, tem-se:

3. Vigas em balanço

Uma viga em balanço é aquela em que uma das extremidades é totalmente livre de apoio e a outra apresenta um apoio engastado.

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Parte 3 - Equilibrio interno

Vídeo - Equilíbrio das Estruturas

O equilíbrio externo de uma estrutura é condição necessária, mas não sufi-ciente para sua existência. Mesmo uma estrutura com grande grau de estabi-lidade, como as estruturas hiperestáticas, pode perder a sua estabiestabi-lidade, se o material da qual é composta não for capaz de reagir às tensões internas, rom-pendo-se e perdendo o equilíbrio interno. Semelhante ao caso do equilíbrio externo, para que ocorra o equilíbrio interno é necessário que as secções que compõem o elemento estrutural não se desloquem na horizontal, na vertical e não girem. A ruptura de um elemento estrutural dá-se pela perda do equilíbrio interno, ou seja, as tensões no material provocam algum deslocamento relativo entre as seções.

Como não se pode ver o que acontece dentro da seção de um elemento es-trutural, antes dele romper-se, recorre-se a alguma pista externa. Essa pista é a forma como o elemento estrutural se deforma quando submetido às forças externas. Existe uma relação direta entre o que ocorre dentro do elemento estrutural e as deformações externas visíveis.

3.1. Conceito de tensão

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Vídeo – Tensão normal e tangencial Vídeo – Deformação elástica e plástica Tensão

Ninguém duvida que o aço é um material mais resistente que, por exemplo, o algodão. Mas isso não garante que um fio de aço resista mais que um fio de algodão. Desde que colocada uma quantidade suficiente de algodão, o seu fio poderá resistir mais. A resistência de um elemento estrutural depende da relação entre a força aplicada e a quantidade de material sobre a qual a força age. A essa relação dá-se o nome de tensão. Em outras palavras, a tensão é a quantidade de força que atua em uma unidade de área do material. Só pode-mos comparar a resistência de dois materiais comparando as máximas tensões que eles podem resistir, ou em outras palavras, o quanto de força por unidade de área eles suportam.

Quando a força é aplicada perpendicularmente à superfície resistente, a tensão denomina-se tensão normal.

Quando a força aplicada for paralela, ou melhor, tangente à superfície resisten-te, a tensão denomina-se tensão tangencial ou tensão de cisalhamento.

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Um pilar é um exemplo de peça estrutural subme-tida a tensão normal.

Um tirante é outro exemplo de peça estrutural sub-metida a tensão normal.

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Parafusos são exemplos de elementos estruturais submetidos a tensões de cisalhamento

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É importante distinguir-se que tipo de tensão está ocorrendo num elemento estrutural, pois os materiais apresentam capacidades diferentes conforme sejam solicitados a um ou outro tipo.

O quadro abaixo apresenta alguns exemplos de materiais e suas respectivas tensões máximas de trabalho.

Aço tipo A-36 σ = 1.500 kgf/cm² (tensão normal) τ = 800 kgf/cm² (tensão de cisalhamento) Madeira

(Pe-roba)

σ = 90 kgf/cm² (tensão normal)

τ = 12 kgf/cm² (tensão de cisalhamento)

Concreto σ = 250 kgf/cm² (tensão normal)

τ = 6 kgf/cm² (tensão de cisalhamento)

As estruturas quando submetidas a tensões devem trabalhar com uma certa folga, para que imprevistos, tais como falhas de material, impossibilidade de uma execução ideal e outros efeitos não previstos, não ponham em risco a resistência da estrutura.

Nenhuma estrutura trabalha dentro do seu limite de resistência, mas em um regime um pouco abaixo desse limite. A esse regime de trabalho dá-se o nome de regime de segurança e as tensões atuantes são denominadas tensões ad-missíveis. A determinação das tensões admissíveis é feita pela aplicação de um coeficiente de segurança às tensões limites do material.

Os coeficientes de segurança variam de material para material e são obtidos, estatisticamente, dependendo da maior ou menor confiabilidade no material: no aço esse coeficiente é da ordem de 1,4 , no concreto armado de 2 e em algumas madeiras chega a 9.

Todo material quando submetido a tensão apresenta uma deslocabilidade nas suas moléculas, o que é denominado deformação. Quanto mais solicitado o material, mais ele se deforma. Como as tensões são invisíveis ao olho humano, uma maneira de se saber se um elemento estrutural está mais ou menos solici-tado é pela verificação do quanto ele se deformou. Alguns materiais são mais deformáveis que outros apresentando deformações elevadas mesmo quando solicitados por pequenas forças. A deformabilidade visível dos materiais es-truturais é uma característica bastante desejável, já que grandes deformações podem avisar sobre problemas na estrutura.

A maneira de se determinar o quanto um material resiste é submetendo-o a um ensaio. Neste ensaio são medidas as tensões a que o corpo de prova é submetido e suas respectivas deformações. O ensaio é levado até a ruptura do material.

Regime elástico e Regime plástico

Entre a situação de descarregamento total e a ruptura, os materiais passam por algumas fases importantes. Enquanto as deformações forem proporcionais às forças aplicadas, ou seja, ao se duplicar a força o material dobra sua deformação; ao se triplicar a força, sua deformação triplica e assim

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por diante, o material é considerado trabalhando no regime elástico. Nesta fase quando se deixa de aplicar a força o material volta a ter a sua dimensão origi-nal. O elástico de borracha é um elemento que representa bem essa situação. Se a força aplicada atingir valores acima de um determinado limite, pode-se notar que o material muda de comportamento não mais apresentando defor-mações proporcionais ao aumento da força. A esta fase dá-se o nome de regi-me plástico. Nesta situação o material quando descarregado passa a apresentar uma deformação permanente. Ao final do regime plástico, com o aumento de carga, temos a ruptura do material. Alguns materiais apresentam na passagem do regime elástico para o plástico, um grande aumento na deformação sem aumento na intensidade da força. Esta situação caracteriza o fenômeno de-nominado escoamento do material, fenômeno típico do aço. A relação entre a força aplicada e a deformação ocorrida pode ser colocada em gráfico. Para que o gráfico represente o comportamento do material independentemente das dimensões do elemento que serviu de base para o ensaio, são colocadas no gráfico, em vez das forças aplicadas, suas respectivas tensões e em vez da defor-mação total da barra, cujo valor varia com o comprimento inicial é usada a de-formação específica que é a relação entre a dede-formação real e o comprimento inicial da barra. Dessa forma obtêm-se gráficos semelhantes àqueles mostrados na figura a seguir, denominados gráficos tensão x deformação.

Módulo de elasticidade

Observando o gráfico da figura acima, nota-se que na parte onde o gráfico é uma reta, que corresponde à região do regime elástico do material, ou seja,

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Além do conceito de módulo de elasticidade, os gráficos de tensão x defor-mação apresentam uma relação bastante importante que descreve a maneira como o material se relaciona com as tensões a ele aplicadas e as suas respectivas deformações. Essa relação é particularmente importante no regime elástico, pois permite a solução de diversos problemas de dimensionamento de ele-mentos estruturais. Essa relação recebe o nome de Lei de Hooke, que pode ser obtida do gráfico a partir do conceito trigonométrico de tangente, que é a relação entre o cateto oposto e o adjacente; no gráfico o cateto oposto mede as tensões e o adjacente as deformações específicas, o que resulta na expressão matemática:

• σ = Exε

onde

- σ: Tensão aplicada ao material

- E : Módulo de elasticidade do material

- ε : Deformação específica (deformação efetiva dividida pelo comprimento inicial da barra).

E Aço E Concreto E Madeira 2.100.000 kgf/m² 180.000 a 300.000 kgf/m² 90.000 a 120.000 kgf/m²

3.2. Tração simples ou axial Vídeo – Tração simples Tração simples ou axial

Se uma barra, quando submetida a forças externas, sofre um aumento no seu tamanho na direção do seu eixo, e se esse aumento ocorre de forma uniforme, ou seja, todas as suas fibras sofrem a mesma deformação, pode-se concluir que internamente a barra está sujeita a uma força atuando de dentro para fora, nor-mal ao plano da sua secção e aplicada no seu centro de gravidade. A esta força dá-se o nome de tração simples ou axial.

A força de tração simples se distribui na secção da barra provocando tensões normais de tração simples. Essas tensões são uniformes ao longo de toda a secção, já que a tração simples provoca uma solicitação uniforme de todas as fibras da secção.

Neste caso o equilíbrio interno é obtido quando o material é suficientemente resistente para reagir às tensões que, provocadas pelas forças de tração simples, tendem a afastar as seções.

esbeltas e as de concreto, ao contrário, mais volumosas. Assim sendo, devido às suas dimensões, as peças metálicas tendem a ser mais deformáveis.

(36)

Exemplos:

Nestes exemplos são apresentados cabos e tirantes que são peças estruturais sempre submetidas a tração simples.

(37)

3.3. Compressão simples ou axial Vídeo – Compressão simples Vídeo – Flambagem

Vídeo – Fatores que influenciam a flambagem Vídeo – Momento de inércia

Vídeo – A forma da seção

Vídeo – Comprimento de flambagem Compressão simples ou axial e flambagem

Se a barra, quando submetida a forças externas, sofre uma diminuição no seu tamanho na direção do seu eixo, e se essa diminuição ocorre de forma unifor-me, ou seja, todas as suas fibras sofrem a mesma deformação, pode-se concluir que internamente a barra está sujeita a uma força atuando de fora para dentro, normal ao plano da sua secção e aplicada no centro de gravidade dessa secção. A esta força dá-se o nome de compressão simples ou axial.

(38)

Exemplos:

Além do sentido em que se deformam, há um comportamento bastante dife-renciado entre uma barra sujeita à tração simples e outra sujeita à compressão simples. Se em uma barra tracionada a força de tração simples é aumentada gradativamente, as tensões internas aumentam até que, ultrapassada a tensão de resistência à tração do material, a peça se rompe. No caso da compressão axial pode ocorrer a perda de estabilidade da peça, bem antes que seja atingida a tensão de ruptura a compressão do material. A este fenômeno de perda de es-tabilidade da barra antes da ruptura do material, dá-se o nome de flambagem.

A Flambagem

A flambagem é o fenômeno que distingue radicalmente o comportamento entre barras submetidas à tração e barras submetidas à compressão simples, exigindo uma preocupação especial com as barras comprimidas.

A flambagem é o fenômeno que distingue radicalmente o comportamento entre barras submetidas à tração e barras submetidas à compressão simples, exigindo uma preocupação especial com as barras comprimidas.

A flambagem depende de diversos fatores, e o controle deles é que garante um comportamento adequado das barras submetidas à compressão. É imediata a conclusão de que a intensidade da força aplicada é um desses fatores. Quanto

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Apresentando a figura ao lado, vê-se que ao flambar, as seções da barra, que antes eram paralelas, giram em torno dos seus eixos aproximando-se numa das faces e afastando-se em outra.

Essa situação mostra que a maior ou menor possibilidade de uma barra flambar está diretamente ligada a maior ou menor facilidade de giro das suas seções. Uma folha de papel dobrada, se comparada a uma folha não dobrada, como mostra a figura a seguir, apresenta uma resistência bastante superior à flamba-gem, ou seja suas secções apresentam maior dificuldade de girar em relação ao seu centro de gravidade. Convém lembrar que o centro de gravidade de uma figura plana é o ponto em que, se a figura tivesse peso, poder-se-ia suspendê-la, de forma que ela não sofreria qualquer giro mantendo-se horizontal. É intuitivo que para que isso ocorra é necessário que as massas que compõem a figura estejam adequadamente distribuídas em todas as direções em relação ao centro de gravidade, daí ser possível que o centro de gravidade de uma figura plana ocorra fora dessa figura.

CG = Centro de gravidade da seção

Qual é o fator que faz com que uma seção se torne mais ou menos resistente ao giro?

A maior ou menor possibilidade de uma seção girar depende da maneira como o material está distribuído em relação ao centro de gravidade da seção. Para entender melhor esse fenômeno observe a seguinte analogia física: suponha que se queira girar, com a mão, uma massa qualquer amarrada a ela por um fio. Quanto mais afastada essa massa estiver da mão mais difícil será impulsioná-la ao giro. Ou seja, quanto mais longe estiver a massa do centro de giro mais difí-cil é tirá-la da inércia. Coisa semelhante ocorre com a distribuição de material na seção de uma barra. Quanto mais afastado estiver o material do centro de giro da seção da barra, ou seja, do seu centro de gravidade, mais difícil será girar a seção e, conseqüentemente, mais difícil será a barra flambar.

No exemplo da folha de papel, quando ela está dobrada sua seção transversal tem a forma de um V, cujo centro de gravidade encontra-se na posição mostra-da na figura. Quando a folha não está dobramostra-da a sua secção tem a forma de um retângulo cuja altura é muito pequena (a espessura da folha). Nesta situação o centro de gravidade encontra-se na metade dessa altura.

Pode-se ver que as distribuições de material em relação ao centro de gravi-dade das secções são muito diferentes para a folha dobrada e a não dobrada. Naquela o material está mais longe do centro de gravidade, ou centro de giro, o que resulta numa maior resistência ao giro da seção e, portanto numa maior resistência à flambagem.

A forma como o material é distribuído na seção pode ser medido matemati-camente e recebe o nome de momento de inércia da seção. O momento de inércia da seção relaciona as diversas porções de áreas que compõem a seção com suas distâncias ao centro de gravidade da seção.

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Pode-se concluir que para barras submetidas à compressão, portanto sujeitas a flambagem, a forma da seção, ou seja, a maneira como o material está distri-buído em relação ao centro de gravidade da secção, é de extrema importância. Ao se comprimir barras, com as mesmas seções e de comprimentos diferentes, notar-se-á que elas flambarão com forças diferentes: quanto maior o compri-mento da barra menor será a força necessária para provocar a flambagem. Verifica-se, também, que a flambagem da barra depende do quadrado do seu comprimento. Em outras palavras, quando se duplica o comprimento de uma barra, a força necessária para provocar sua flambagem ficará reduzida a apenas um quarto. A barra ficará quatro vezes mais instável. Por isso, são de funda-mental importância as condições de travamento lateral das barras submetidas à compressão.

A figura mostra que o comprimento de flambagem da barra muda em função do tipo de vínculos nos seus extremos. Portanto nem sempre o comprimento de flambagem será igual ao comprimento real da barra.

A figura a seguir mostra como os travamentos alteram o comprimento de flambagem da barra e em conseqüência sua capacidade de carga.

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* Pcr = π

2

.E.J

L2

* Onde

- Pcr : Carga crítica de flambagem (aquela que provoca a flambagem). - E : Módulo de elasticidade do material.

- J : Momento de inércia da secção da peça. - L : Comprimento não travado da peça.

A força de compressão simples se distribui na seção da barra provocando ten-sões normais de compressão simples. Essas tenten-sões são uniformes ao longo de toda a seção, já que a compressão simples provoca uma solicitação uniforme em todas as fibras da seção.

No caso da compressão simples o equilíbrio interno é obtido quando a barra é suficientemente rígida, a ponto de não girar sob o efeito de flambagem, ou quando o material é suficientemente resistente para reagir às tensões que tendem a aproximar as secções, provocadas pelas forças de compressão simples.

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Parte 4 - Momento Fletor

3.4. Momento - Momento Fletor Vídeo – Introdução ao Momento fletor Vídeo – Momento Fletor

Vídeo – Momento fletor na viga e a linha neutra Vídeo – Forças devidas ao momento fletor Vídeo – Momento e escorregamento Vídeo – Deformação na barra

Momento

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Enquanto as linhas de ação dessas forças não estiverem alinhadas, o disco gira. Quando elas se alinham, o disco para. A figura a seguir mostra como as forças encontram-se aplicadas no disco.

Conclui-se dessa experiência que o giro ocorre enquanto estiver aplicado no disco um par de forças, de mesma direção (paralelas e verticais), sentidos contrários (uma para cima e outra para baixo) e enquanto não estiverem coli-neares. A um par de forças nesta situação dá-se o nome de binário. Sempre que ocorrer um binário ocorrerá um giro. A esse giro dá-se o nome de momento. Matematicamente o momento pode ser expresso pelo produto da força pela sua distância ao centro de giro. Lembrar que a distância entre uma força e um ponto é a menor distância entre sua linha de ação e o ponto.

A figura a seguir mostra uma barra sobre dois suportes, no meio da qual é apli-cada uma força perpendicular ao seu eixo. Assim solicitada a barra deforma-se e seu eixo, que antes era reto, passa a ter a forma de uma parábola.

A figura a seguir mostra que ao sofrer essa deformação todas as seções da barra, que inicialmente eram paralelas, giram em relação aos eixos horizon-tais que passam pelos seus centros de gravidade, o que caracteriza a ocorrên-cia de momento.

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As deformações que ocorrem ao longo do eixo da barra tornando-o curvo são denominadas flechas. Portanto o momento que ocorre na barra submetida a carregamentos aplicados perpendicularmente ao seu eixo, além de provoca-rem giros nas suas seções, também provoca flecha no seu eixo, portanto é um momento de flecha ou momento fletor.

É fácil observar que ao girarem as seções se aproximam na porção localizada acima do eixo que passa pelo centro de gravidade da seção e a se afastam na porção abaixo desse eixo, mostrando a ocorrência de forças simultâneas de compressão e tração.

O modelo mostra também que a intensidade desse giro varia ao longo do comprimento da barra. As seções próximas ao centro giram menos que aque-las próximas aos apoios; portanto o momento fletor aumenta do apoio para o centro da viga.

O momento fletor provoca deformações parecidas com as causadas pela flam-bagem, ou seja, flechas e giros das secções. Mas os agentes causadores são dife-rentes. Enquanto a flambagem é provocada por uma força aplicada na direção do eixo da barra (força de compressão simples), o momento fletor é provo-cado por forças aplicadas perpendicularmente a esse eixo. Os dois fenômenos apresentam-se visualmente idênticos, mas são conceitualmente bem diferentes. O binário interno de tração e compressão simultâneo, provocado pelo mo-mento fletor, se distribui na seção transversal da barra provocando simultane-amente tensões normais de tração e de compressão.

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Se ao contrário, for provocado um giro em apenas uma das extremidades, as diversas folhas escorregarão, como se estivessem sendo fatiadas, indicando a ocorrência de força cortante longitudinal. Sempre que o momento fletor variar de uma seção a outra do elemento estrutural ocorrerá a tendência de deslizamentos vertical e horizontal das seções da peça, ou seja, a ocorrência de força cortante. Como é bastante rara a ocorrência de momento fletor constan-te ao longo de um trecho de uma viga, pode-se dizer que sempre que houver a ocorrência de momento fletor haverá a ocorrência de força cortante. Sempre que ocorrer o escorregamento longitudinal, cortando a barra em sec-ções longitudinais, haverá, também, o escorregamento das sesec-ções transversais. São escorregamentos provocados pelas forças cortantes horizontais e verticais e que se combinam resultando em forças inclinadas de tração e compressão como mostra a figura ao lado.

Dependendo do carregamento, o valor da força cortante varia ao longo da viga. Na figura a seguir pode-se observar que as fatias horizontais escorregam mais nas extremidades do que próximas ao centro da viga, o que mostra que o valor da força cortante é maior nas extremidades, diminuindo para o centro do vão.

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A força cortante se distribui nas seções transversais e longitudinais da barra provocando tensões tangenciais ou de cisalhamento verticais e horizontais. A tensão de cisalhamento varia ao longo da mesma secção, sendo máxima no centro de gravidade e nula nas extremidades.

No caso da força cortante o equilíbrio interno se dá quando o material é sufi-cientemente resistente para reagir às tensões de tração e compressão inclinadas devidas às tendências de escorregamentos horizontais e verticais das seções.

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3.5. Cálculo de momento fletor e força cortante para vigas biapoia-das sem e com balanços

Força cortante e momento fletor em vigas biapoiadas sem balanços

1. Cargas concentradas

Pode-se generalizar os resultados para força cortante e para momento fletor.

onde, QA e QB são as forças cortantes máximas que ocorrem nos apoios e são iguais às reações.

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2. Cargas distribuídas

Pode-se generalizar os procedimentos para uma carga uniformemente distri-buída q e um vão qualquer l.

Cálculo do momento fletor e da força cortante em vigas em balanço

1. Cargas concentradas

Generalizando para qualquer carga em qualquer posição sobre o balanço, tem-se:

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2. Cargas distribuídas

Generalizando para qualquer valor de carga uniformemente distribuída em qualquer comprimento de balanço, tem-se:

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3.6. Momento Torçor Vídeo – Momento torçor Vídeo – quadrados em losangos Vídeo – Viga balcão

Como foi visto anteriormente, momento significa giro, portanto momento torçor deve, também, significar um tipo de giro. De fato, quando ocorre mo-mento torçor numa barra ocorre giro das suas seções, mas, diferentemente do momento fletor, no caso do momento torçor as seções giram com o eixo da barra mantendo-se reto, não apresentando as flechas características da flexão. A figura ao lado mostra o modelo de uma barra submetida a torção.

Um outro ensaio, bastante simples, pode ser realizado com um canudo, feito com uma folha de papel enrolada, como vimos no vídeo. Ao se torcer esse canudo, notar-se-á o escorregamento longitudinal entre as folhas. Deste ensaio conclui-se que a torção provoca, além do giro relativo entre as seções trans-versais, um escorregamento longitudinal das seções horizontais. Conclui-se, ainda, que o giro transversal e o escorregamento longitudinal provocam forças cortantes transversais e longitudinais, semelhantes àquelas discutidas anterior-mente quando foi apresentada a força cortante.

Esses dois efeitos, força cortante transversal e força cortante longitudinal ocor-rem simultaneamente, dando como resultado o aparecimento de forças de tração e compressão, inclinadas a 45 graus. O efeito dessas forças fica bastante evidente no modelo da figura a seguir, que apresenta uma barra quadriculada. As deformações que sofrem as quadrículas mostram as direções das forças re-sultantes da torção.

As forças cortantes transversais e longitudinais devidas à torção distribuem-se nas distribuem-seções das barras provocando tensões de cisalhamento transversais e longitudinais. O efeito simultâneo dessas tensões resulta em tensões normais inclinadas de tração e compressão.

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No caso da torção o equilíbrio interno se dá, semelhantemente ao caso da for-ça cortante, quando o material tiver resistência suficiente para reagir às tensões de tração e compressão resultantes da tendência de escorregamento transversal e longitudinal das seções.

4. Relação entre esforços e forma das seções. Vídeo – Relação entre esforços e forma

A forma como se distribui o material na seção transversal de uma peça es-trutural pode determinar o seu melhor ou pior aproveitamento, e em conse-qüência sua quantidade e o espaço ocupado. Diminuir o espaço ocupado pelos elementos estruturais pode ser desejável, seja por questões estéticas, seja pela necessidade de aumento do espaço útil da edificação. Entretanto, não é só a economia de material que define uma boa escolha. A maior ou menor facili-dade de execução da secção estrutural, em algumas situações, pode ser o fator determinante, impondo muitas vezes a escolha de uma forma que não seja, em princípio, a de menor consumo de material.

Discutiremos, aqui, o que se denomina “Princípio da Distribuição das Massas na Seção”. Este princípio discute as relações entre os esforços atuantes e as formas de seções mais adequadas para suportá-los.

Tração simples ou axial

A tração simples ou axial, como já foi visto, desenvolve tensões uniformes na seção de uma barra. Qualquer que seja a forma da seção, a ruptura da peça sempre se dará quando é atingido o limite de resistência do material. Conclui-se que a quantidade de material, e não a forma como ele é distribuído na seção, é o fator determinante na resistência de uma barra submetida à tração simples ou axial.

Se interessar, como resultado, o menor espaço ocupado pelos elementos estru-turais, pode-se escolher dentre todas as possíveis seções aquela que concentre material bem próximo do seu centro de gravidade. Esta seção é a circular cheia.

Devido a essa propriedade dos esforços de tração serem bem absorvidos por seções com massa concentrada, pode-se concluir que os elementos estruturais submetidos a tração simples serão aqueles que ocuparão menor espaço no ambiente e que resultarão mais leves física e visualmente.

Na figura a seguir, vêem-se as diversas possibilidades de formas de seção trans-versal, todas com a mesma área, ou seja, com a mesma quantidade de material. Supondo que a barra esteja sujeita a tração axial e que seja sempre usado o mesmo material, sua ruptura dar-se-á, sempre, com a mesma força de tração axial.

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Na prática as seções que respondem bem aos esforços de tração são:

Compressão simples ou axial

A compressão simples, como a tração simples, solicita as seções das peças es-truturais com tensões uniformes. Essas tensões crescem com o aumento do esforço de compressão, mas ao contrário da tração simples, antes de ocorrer a ruptura da seção por compressão é bem provável que ocorra um deslocamen-to lateral da peça estrutural, fazendo-a perder a estabilidade. Ë o fenômeno da flambagem, já discutido. Viu-se que para aumentar a resistência da seção ao efeito da flambagem é preciso que o material se distribua o mais afastado possível do centro de gravidade da seção.

Numa seção submetida à compressão simples o material junto ao seu centro de gravidade apresenta pouca eficiência, podendo ser desprezado. Portanto, ao se procurar maior economia de material deve-se escolher seções que não apresentem material junto ao centro de gravidade, ou seja, as seções vazadas. Se, além disso, também interessa aquela que ocupa o menor espaço, optar-se-á pela seção vazada circular, que ocupa 10 % a menos de espaço. Como na seção circular vazada o material distribui-se uniformemente em torno do centro de gravidade, é ela a única que apresenta a mesma resistência à flambagem em qualquer direção.

Ao contrário da tração simples, na compressão simples não é a quantidade de material o fator determinante na resistência da seção, mas a maneira como esse material se distribui. Na compressão simples a melhor distribuição de massa na seção é aquela que ocorre fora do centro de gravidade e igualmente espaçada em qualquer direção.

É importante notar que para uma mesma força, devido ao fenômeno da flam-bagem, as peças submetidas a compressão simples serão sempre mais robustas que aquelas submetidas à tração simples. Tanto física como visualmente, as primeiras serão sempre mais pesadas que as segundas.

Na prática as seções que respondem bem ao esforço de compressão simples são mostradas a seguir.

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Exemplo: Perfil seção I

Momento fletor - flexão

A distribuição das tensões nas seções sujeitas a momento fletor é aquela apre-sentada na figura abaixo. Ocorrem simultaneamente, tensões de tração e com-pressão. A intensidade dessas tensões depende não só da altura da seção, o que corresponde a uma variação no braço do binário tração-compressão, ou seja, a uma variação na intensidade dessas forças, como também do momento de inércia da seção, ou seja, da maior ou menor tendência de giro da seção. A relação entre o momento de inércia da seção e sua altura é denominada mó-dulo de resistência da seção. Em outras palavras: quanto maior o mómó-dulo de resistência de uma seção menores serão as tensões devidas ao momento fletor e, portanto, mais resistente será a seção.

As tensões devidas ao momento fletor não se distribuem de maneira uniforme, variam ao longo da altura da seção de um máximo à compressão a um má-ximo à tração, passando por zero junto ao centro de gravidade da seção. Essa distribuição leva a concluir que numa seção submetida a momento fletor as massas devem se concentrar em pontos mais afastados do centro de gravidade e devem diminuir próximos a ele.

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Um esquema representativo dessa distribuição de massa é dado na figura ao lado.

Na prática, estas são as seções que respondem melhor aos esforços de flexão.

Conceito de hierarquia dos esforços

Note-se que tanto o fenômeno da flambagem como o de flexão exige uma distribuição de massas longe do centro de gravidade da seção. No caso da fle-xão a concentração de material deve ocorrer onde se concentram os esforços de tração e compressão, ou seja, transversalmente ao plano em que ocorre o momento fletor. Na compressão simples, a impossibilidade de se prever em que direção vai ocorrer a flambagem exige a necessidade de uma distribuição uniforme de material em todas as direções.

O fenômeno da flambagem exige da seção mais rigidez (distribuição adequada de material) do que quantidade de material. Duas barras de mesmos compri-mentos, mesmas seções, mesmos módulos de elasticidade e de resistências dife-rentes, flambarão com a mesma carga crítica. Já a flexão exige, além da rigidez, a resistência do material, o que implica em maior quantidade de material ou maior resistência do mesmo. As fórmulas a seguir, que dão os esforços críticos para compressão simples e momento fletor respectivamente, comprovam essa afirmação. As fórmulas apresentadas referem-se a barras com extremidades ar-ticuladas. Onde • Pcr : Carga que inicia a flambagem da barra • E : Módulo de elasticidade do material • J : Momento de inércia da secção da barra • L : Comprimento não travado da barra.

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Sendo que alguns esforços exigem menos, outros mais. O que resulta numa hierarquia de esforços, ou seja, existem esforços mais econômicos que outros quanto ao consumo de material e espaço ocupado pelas seções. Os esforços de tração simples, como se pode ver são aqueles que exigem a menor quantidade de material e resultam em seções mais esbeltas e leves, tanto física como visu-almente. Já o esforço de compressão simples, por exigir certa rigidez, conduz a seções com maior consumo de material e mais robustas que as submetidas à tração simples, levando a peças estruturais mais pesadas, tanto física como visualmente. Por último, tem-se a flexão que exige seções que, além de apre-sentarem uma distribuição adequada de material, apresentem também, grande resistência e quantidade de material.

Resumindo pode-se dizer que, em termos de dimensões das seções transver-sais das peças estruturais, os esforços de tração simples são aqueles que apresen-tam um desempenho mais favorável, e os de flexão menos favorável, ficando a compressão simples no meio termo.

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(57)

Índice - Módulo 2

5. O material Aço • Composição do Aço • A produção do Aço • Os tipos de aços mais comuns na construção civil 6. O uso do aço • Vantagens e Desvantagens do uso do Aço em Estruturas • A altura das Vigas • O Modelo teórico e o comportamento real • A questão do custo inicial • A questão da corrosão • As propriedades dos materiais • A clareza da concepção estrutural • Estrutura metálica: um sistema pré-fabricado • Dimensões das peças em uma estrutura em aço • A reciclagem • Reformas, ampliações e novos usos

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Parte 1 - Características do Aço na Construção Civil

5. O material Aço Composição do Aço

O aço é uma liga metálica constituída fundamentalmente de ferro e carbono. Além desses dois elementos, dependendo do tipo de aço que se quer obter, são encontrados outros elementos tais como: manganês, silício, fósforo, enxofre, alumínio, cobre, níquel, nióbio, entre outros, que modificam as propriedades físicas da liga, tais como resistência mecânica, resistência a corrosão, ductilidade e muitas outras. Alguns dos elementos que fazem parte da matéria prima utilizada permane-cem na liga e sua retirada é economicamente inviável. São as denominadas impurezas, cujas quantidades não chegam a afetar o desempenho do material. Abaixo é mostrado o exemplo de uma liga: AÇO = Fe + C + Si + Mn + P + S (...) C 0,22 % P < 0,045 % S < 0,055 % 0,4 % < Mn < 0,6 %

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A quantidade de carbono é de suma importância nas características mais im- portantes do aço. Aços com porcentagem maior de carbono são mais resisten-tes, mas, em compensação, tornam-se pouco dúcteis e bastante quebradiços. Com menos carbono sua resistência cai, mas aumenta a ductilidade. A ductilidade é uma das características mais importantes dos materiais estru-turais. Os materiais com boa ductilidade possibilitam a visualização de grandes deformações em peças estruturais submetidas a tensões muito elevadas, servin-do então, como “aviso” de que a ruptura pode acontecer ou ainda, permitindo a redistribuição de esforços para elementos menos solicitados. Para saber mais sobre aços carbono: http://www.cbca-ibs.org.br/nsite/site/acos_estruturais.asp A produção do Aço Como foi visto, as matérias primas básicas para a produção do aço são: minério de ferro e carvão coque. A essas são adicionados o calcário, com função espe-cífica de retirar impurezas. Antes do início da produção do aço, o carvão mineral é queimado na coqueria e transformado em blocos de aproximadamente mesmas dimensões, denomi-nados coque ou carvão – coque. Como o ferro é raramente encontrado puro na natureza, usa-se o seu miné-rio. Para transformar o minério em ferro é necessário a sua queima. Para isso, quantidades pré-definidas de minério, coque e calcário são colocadas na parte superior de um forno especial denominado “alto-forno”. Na presença de calor esses materiais são fundidos, produzindo ferro e impurezas. O coque, em presença de um ar superaquecido introduzido sob pressão na parte inferior do forno, queima e forma um gás que remove os óxidos do mi- nério de ferro. O calor da combustão liquefaz o calcário, o qual, combinando-se com as impurezas do minério de ferro, forma a escória, ao mesmo tempo em que funde o ferro contido no minério. A carga no forno torna-se progres-sivamente viscosa e líquida. A escória, por ser mais leve, flutua sobre o ferro em fusão, chamado nesse es- tágio de gusa. Os dois componentes são separados, a escória é destinada à pro-dução de cimento e o ferro gusa é despejado, ainda líquido, em um recipiente denominado Carro-Torpedo. O ferro gusa possui alta porcentagem de carbono (3,5% a 4%), absorvido do coque, e não tem aplicação estrutural. Para transformar o gusa em aço é necessário reduzir a quantidade de carbono. Para isso o ferro gusa é misturado com aparas de aço (sucata) e calcário, e con-duzido a um forno em forma de barril, denominado “conversor”. Oxigênio de alta pureza é introduzido no topo do forno a velocidade supersô- nica, num fluxo com duração aproximada de 20 minutos. Durante esse proces-so, temperaturas muito altas são atingidas, quando então, é queimado o excesso de carbono e eliminadas as impurezas não absorvidas pelo calcário fundido. Alto forno – ArcelorMittal – CST – ES

(60)

Finalmente o aço é despejado em moldes denominados lingoteiras, resultando em blocos de aço chamados lingotes ou tarugos. A partir daí, o aço passa pelo processo de laminação a quente onde é trans-formado em perfis ou chapas. Antes da laminação, o lingote passa pelo forno poço, onde sofre novo aquecimento para facilitar o processo. Veja o Ciclo completo de produção no link, disponível no ambiente do curso.

Os tipos de aço mais comuns na construção civil

No Brasil são fabricados vários tipos de aço para fins estruturais, que podem ser conhecidos através de consulta à Norma Brasileira NBR 8800.

Entre eles, apresentamos a seguir, os aços mais comumente utilizados:

Tipo de Aço Usos mais comuns

ASTM A-36 - também conhecido como aço comum perfis laminados, perfis de chapa dobrada e de chapas soldadas. ASTM A-500 – GA (grau A) fabricação de tubos ASTM A-570 - G33 (grau 33) fabricação de perfis de chapa dobrada finos. ASTM A-577 fabricação de perfis laminados e soldados SAE 1020 chapas planas, perfis de chapa dobrada e barras redondas. Aços patináveis ou de maior resistência à corrosão São ainda fabricados chapas planas de aços especiais resistentes a corrosão, tais como o CSN COR (CSN), o USI - SAC 300 e USI - SAC 350 (Usiminas) , COS – AR – COR - 400 (COSIPA) e CST COR, (CST), entre outros. Mais adiante abordaremos este tipo de aço. Para saber mais sobre aços patináveis: http://www.cbca-ibs.org.br/nsite/site/ acos_estruturais.asp Os aços ainda recebem denominações adicionais como grau, que identifica a composição química e classe, que o qualifica quanto a resistência mecânica e acabamento superficial. Panela da aciaria derrama gusa e sucata no conversor Lingotamento contínuo Laminador de tiras a quente

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Parte 2

6. O uso do Aço

Vídeo - As Vantagens do Aço

Vantagens e Desvantagens do uso do Aço em Estruturas

A escolha do aço como material estrutural deve ser embasada em critérios que mostrem ser ele o material mais indicado para determinada situação. É bom lembrar que optar pelo aço apenas por simpatia ou até por curiosidade pelo material pode levar a soluções muito desvantajosas e que podem criar uma visão desfavorável do material. Para ajudar a embasar adequadamente a escolha pelo aço é que são mostradas a seguir as vantagens e também as desvantagens, procurando-se ser o mais isento. Vantagens Grande resistência a esforços. Talvez seja essa, em princípio a maior vantagem. No entanto, como será visto mais adiante, essa vantagem pode em determina-das situações ser desfavorável. Para uma melhor visão do quanto o aço é resistente, veja-se a comparação com outros materiais convencionais:

Tensão admissível à compressão

σ aço 1500 kg/cm²

σ concreto 100 kg/cm²

σ madeira 80 kg/cm²

Tensão admissível à tração

σ aço 1500 kg/cm²

σ concreto 10 kg/cm²

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Vê-se pelos valores acima que o aço além de ser o mais resistente apresenta uma característica muito interessante para as estruturas: resistências iguais a tração e compressão. Como conseqüência de sua maior resistência o aço permite peças estruturais com menores dimensões. A figura a seguir mostra a comparação entre as dimensões finais entre uma estrutura convencional de viga em concreto armado e uma estrutura com viga de aço.

Aço X concreto – Vigas

A figura seguinte mostra o mesmo comparativo ente pilares de concreto e pilares de aço.

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