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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO ACADÊMICO DO AGRESTE NÚCLEO DE GESTÃO ADMINISTRAÇÃO DANIELA DE ARAÚJO SILVA

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADÊMICO DO AGRESTE

NÚCLEO DE GESTÃO

ADMINISTRAÇÃO

DANIELA DE ARAÚJO SILVA

PARCERIA PÚBLICO-PRIVADA: UMA ANÁLISE AMBIENTAL DOS

RESULTADOS TRAZIDOS AOS FEIRANTES DO PARQUE DE FEIRA

MODA CENTER SANTA CRUZ

CARUARU

2011

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADÊMICO DO AGRESTE

NÚCLEO DE GESTÃO

ADMINISTRAÇÃO

DANIELA DE ARAÚJO SILVA

PARCERIA PÚBLICO-PRIVADA: UMA ANÁLISE AMBIENTAL DOS

RESULTADOS TRAZIDOS AOS FEIRANTES DO PARQUE DE FEIRA

MODA CENTER SANTA CRUZ

Trabalho apresentado à Coordenação do Curso de Graduação em Administração, da Universidade Federal de Pernambuco, Centro Acadêmico do Agreste, como requisito parcial para aprovação na disciplina Trabalho de Conclusão de Curso.

Orientadora: Profa. Silvana Medeiros.

CARUARU

2011

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.

Catalogação na fonte

Bibliotecária Simone Xavier CRB4 – 1242

S586p Silva, Daniela de Araújo.

Parceria público-privada: uma análise ambiental dos resultados trazidos aos feirantes do Parque de Feira Moda Center Santa Cruz. / Daniela de Araújo Silva. - Caruaru: A autora, 2011.

73f. : il. ; 30 cm.

Orientadora: Silvana Medeiros Costa

Monografia (Trabalho de Conclusão de Curso) – Universidade Federal de Pernambuco, CAA. Administração, 2011.

Inclui bibliografia.

1. Parceria público-privada. 2. Feirantes – Santa Cruz do Capibaribe (PE). 3. Feira da Sulanca – Santa Cruz do Capibaribe (PE) - Reestruturação. I. Costa, Silvana Medeiros (orientadora). II. Título.

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_________________________________________ Prof. M. Sc. Antonio Cesar Cardim de Bri�o

Universidade Federal de Pernambuco -Centro Acadêmico do Agreste Banca

______________________________________ Profa. Dra. Silvana Medeiros Costa

Universidade Federal de Pernambuco - Centro Acadêmico do Agreste Orientadora

_________________________________________ Profa. Dra. Joyce Lene Gomes Cajueiro

Universidade Federal de Pernambuco - Centro Acadêmico do Agreste Banca

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho àqueles que acreditaram em mim e me apoiaram, contribuindo para a concretização de mais uma realização. Eternamente grata a vocês.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço ao meu bom DEUS, por estar sempre ao meu lado, me dando força, me abençoando e iluminando. Por quem tanto clamei, pedindo ajuda quando estava fraquejando. Tudo o que tenho, devo a Ele.

A minha família que sempre me apoiou em todos os momentos. Sou grata pela educação que recebi e pelos conselhos que sempre me guiaram aos melhores caminhos, me ajudando a cada tropeço e sendo um ombro amigo quando precisava.

Ao meu Noivo Edson Teixeira que desde o início dessa caminha sempre esteve ao meu lado. Ele é meu Companheiro, meu Amigo e meu Professor, sempre me deu forças e lutou comigo. O destino nos uniu, desde o primeiro dia. E Deus nos abençoa até hoje e abençoará até nosso último dia de vida.

À coordenação do Curso e todos os professores que sempre estavam dispostos a ajudar e colaborar com o nosso desenvolvimento.

A minha professora e orientadora Silvana Medeiros, que teve muita paciência. Dividiu seus conhecimentos e me ajudou a concretizar esse trabalho.

Aos meus amigos de longa data e aos que encontrei durante essa caminhada.

Por fim, a todos que contribuíram para a concretização deste trabalho, direta ou indiretamente. Obrigada.

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EPÍGRAFE

O SENHOR é o meu pastor, nada me faltará. Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente a águas

tranqüilas. Refrigera a minha alma; guia-me pelas veredas da justiça, por amor do

seu nome. Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam. Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

a minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda. Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias

da minha vida; e habitarei na casa do SENHOR por longos dias.

(8)

RESUMO

Diante das transformações do Estado é verificada uma nova forma de gestão: a Gestão Público-Privada que é resultado da união do Setor Público com o Setor Privado com o intuito de gerir com mais eficiência e com mais responsabilidade social o Governo e as Organizações. Uma ferramenta usada para por em prática tais objetivos é a Parceria Público-Privada que esta sendo utilizada como uma extensão do Estado, pois ela contribui para prestação de serviços à sociedade. Com essa abordagem esta pesquisa procura colher evidências empíricas no que concerne a percepção dos feirantes quanto a sua deslocação, apresentando a mudança da Feira da Sulanca, retirada das ruas do centro da Cidade de Santa Cruz do Capibaribe, para o Moda Center Santa Cruz que é uma Parceria Público-Privada e os resultados que essa transição trouxeram para os feirantes e a sociedade em geral. Obtendo informações sobre a sua estrutura e seu funcionamento interligando com a teoria Administrativa aprendida.

Palavras-Chave: Gestão Público-Privada. Moda Center Santa Cruz. Feirantes. Parcerias Público-Privadas.

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ABSTRACT

Given the observed changes in the State is a new form of management: the Public-Private Management which is the result of union with the Public Sector and Private Sector in order to manage more efficiently and with more social responsibility and government organizations. A tool used to deliver on these goals is the Public-Private Partnership that is being used as an extension of the state, because it contributes to the provision of services to society. With this approach this research seeks to gather empirical evidence regarding the perception of stallholders as their displacement, showing the change of Fair Sulanca, removed from the streets of downtown Santa Cruz do Capibaribe for the Fashion Center Santa Cruz is a Public-Private Partnership and the results that this transition brought to the vendors and society in general. Getting information about its structure and its operation with the theory linking Administrative learned.

Keywords: Private Management. Fashion Center Santa Cruz. Fairground. Public-Private Partnerships

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LISTA DE ABREVIATURAS

AD DIPER – Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco BDE – Base de Dados do Estado

CAA – Centro Acadêmico do Agreste

CGPE – Comitê Gestor do Programa Estadual

FGP – Fundo Garantidor de Parcerias Público- Privada FIEPE – Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias LOA – Lei Orçamentária Anual

MARE – Ministério da Reforma do Estado

PEPPP – Programa Estadual de Parcerias Público-Privadas PFI – Private Finance Initiative

PIB – Produto Interno Bruto

PIPS – Programa de Incentivo à Implementação de Projetos de Interesse Social PNB – Produto Nacional Bruto

PPA – Plano Plurianual

PPP – Parceria Público-Privada

SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

SEPLAG – Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado de Pernambuco SPE – Sociedade de Propósito Específico

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES E FOTOS

Figura 3.1 – Organograma do processo da PPP ... 31

Figura 5.1 – Distância de Santa Cruz a Recife ... 39

Figura 5.2 – Abrangência da localização de Santa Cruz ... 39

Figura 5.3 – Site do Moda Center Santa Cruz ... 42

Figura 5.4 – Site do Moda Center Santa Cruz (página categorias) ... 43

Figura 5.5 – Site do Moda Center Santa Cruz (página serviços) ... 44

Figura 5.6 – Informativo Moda Center Santa Cruz ... 45

Figura 5.7 – Prestação de contas do mês de Maio de 2011 ... 50

Figura 5.8 – Prestação de contas do mês de Junho de 2011... 51

Figura 5.9 – Prestação de contas do mês de Julho de 2011 ... 52

Figura 5.10 – Perfil Municipal de Santa Cruz do Capibaribe ... 57

Figura 5.11 – Crescimento Populacional de Santa Cruz do Capibaribe ... 58

Foto 5.1 - Início da Feira da Sulanca ... 37

Foto 5.2 – Feira da Sulanca antes da mudança ... 37

Foto 5.3 – Moda Center Santa Cruz... 38

Foto 5.4 – Interior e vista panorâmica do Moda Center Santa Cruz ... 41

Foto 5.6 – Assembléia Geral Ordinária... 64

Quadro 3.1 – Estratégia para a implementação do programa PPP em Pernambuco .. 29

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LISTA DE TABELA E GRÁFICOS

Tabela 5.1 – Produto Interno Bruto de Santa Cruz do Capibaribe ... 60

Gráfico 5.1 – Aprovação dos Feirantes Diante da Mundança de Localização... 56

Gráfico 5.2 – Situação dos Boxes e Lojas no Moda Center ... 59

Gráfico 5.3 – PIB a Preços Correntes de Pernambuco ... 61

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SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO ... 12

CAPÍTULO 2 – O SETOR PÚBLICO E O SETOR PRIVADO ... 14

2.1 O SETOR PÚBLICO ... 14

2.2 OBJETIVOS E INTERESSES DO SETOR PÚBLICO ... 15

2.3 O SETOR PRIVADO... 16

2.4 OBJETIVOS E INTERESSES DO SETOR PRIVADO ... 17

CAPÍTULO 3 – PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS (PPPs) ... 19

3.1 BREVE HISTÓRICO DA PARCERIA PÚBLICO-PRIVADA ... 19

3.2 PARCERIA PÚBLICO-PRIVADA NO BRASIL ... 19

3.3 TIPOS DE PARCERIA PÚBLICO-PRIVADA ... 27

3.4 A LEI DA RESPONSABILIDADE FISCAL E AS PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS...28

3.5 PARCERIA PÚBLICO-PRIVADA EM PERNAMBUCO ... 28

3.6 ESTRUTURA ... 29

3.7 ORGANOGRAMA ... 30

CAPÍTULO4 – GESTÃO PÚBLICO-PRIVADA ... 32

4.1 BENEFÍCIOS TRAZIDOS PELA GESTÃO PÚBLICO-PRIVADA ... 32

4.2 DIFICULDADES TRAZIDAS PELA GESTÃO PÚBLICO-PRIVADA ... 33

4.3 TOMADA DE DECISÃO ... 34

CAPÍTULO 5 – OS RESULTADOS OBTIDOS PELO MODA CENTER SANTA CRUZ AOS FEIRANTES... 36

5.1 INÍCIO DA FEIRA DE SANTA CRUZ DO CAPIBARIBE... 36

5.1.1 Moda Center Santa Cruz... 37

5.1.2 Localização ... 38

5.1.3 Infraestrutura ... 40

5.1.4 Administração do Moda Center Santa Cruz ... 46

5.2 METODOLOGIA ... 53

5.3 CONDIÇÕES OFERECIDAS DE TRABALHO ... 55

5.4 MODIFICAÇÕES FINANCEIRAS ... 56

5.5 O PODER DE DECISÃO DOS FEIRANTES ... 61

CAPÍTULO 6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 66

REFERÊNCIAS ... 70

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CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO

Essa pesquisa desenvolvida pela aluna do curso de Administração da UFPE/CAA teve como objetivo a realização do Trabalho de Conclusão de Curso que analisou os resultados trazidos aos feirantes depois da modificação da Feira da Sulanca, localizada em 28 ruas do Centro da Cidade de Santa Cruz do Capibaribe para O Moda Center Santa Cruz, ele sendo uma Parceria Público-Privada. Verificando em qual ambiente de trabalho os feirantes estão inseridos, verificando se houve mudanças financeiras para os feirantes e verificando o poder de decisão que os feirantes possuem diante ao Moda Center Santa Cruz. Então, questiona-se, a mudança da Feira da Sulanca trouxe que resultados aos feirantes e a sociedade de Santa Cruz do Capibaribe?

1.1 JUSTIFICATIVA

Essa pesquisa tem como justificativa a averiguação dos resultados ocorridos para os feirantes com a mudança de localidade da Feira da Sulanca para o Moda Center Santa Cruz. Essa verificação das reais consequências trazidas ao feirantes de Santa Cruz do Capibaribe se torna importante a partir do momento em que é observado o melhoramento na qualidade de vida e na qualidade do ambiente de trabalho dos feirantes juntamente com o aumento no crescimento econômico dos mesmos, ou seja, suas rendas foram alavancadas. O que se tem como resposta o crescimento e o desenvolvimento da sociedade juntamente com a cidade.

Diante desses aspectos se fez necessário pesquisar o porquê de tal mudança, quais os fatores relacionados a essa mudança, o que a população achou de imediato, quais seriam os resultados subseqüentes a essa deslocação.

A pesquisa teve como foco os resultados obtidos pelas entrevistas e pelo o exame dos questionários respondidos pelos feirantes, para que de posse das informações coletadas fosse verificado a qualidade do ambiente de trabalho onde o feirante esta inserido, se houve modificações financeiras com a mudança de localidade da feira e qual é o seu poder de tomada de decisão em assuntos referentes ao Moda Center Santa Cruz.

Também foi observado se houve mudanças sociais, ou seja, se houve benefícios para os cidadãos santa-cruzenses e como o Moda Center Santa Cruz se comporta diante a questões de cunho social.

Outro aspecto verificado se evidencia a transformações ocorridas em meio à coletividade, se esses benefícios atingiram a sociedade e de que forma. Foi constatado também se a nova

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forma de parceria entre o setor público e o setor privado trazem benefícios às regiões onde elas se instalam e de que forma é feita sua gestão diante os desafios encontrados, observando como elas se portam diante de tais acontecimentos.

Sendo assim, foi verificado se houve modificações nas esferas sociais, econômicas, culturais e principalmente modificações na vida e no trabalho dos feirantes.

1.2 OBJETIVO GERAL

Analisar quais são vantagens e desvantagens para os feirantes de Santa Cruz do Capibaribe com a implantação do Moda Center Santa Cruz, fruto da Parceria Público-Privada (PPP).

1.3 OBJETIVO ESPECÍFICO

Conhecer e verificar qual é o ambiente de trabalho em que os feirantes estão inseridos, verificar se com a deslocação da Feira da Sulanca houve mudanças financeiras nos negócios dos feirantes e verificar o poder de decisão dos feirantes em relação aos assuntos que compõe a feira e o ambiente onde ela se encontra.

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CAPÍTULO 2 – O SETOR PÚBLICO E O SETOR PRIVADO

2.1 O SETOR PÚBLICO

O Setor Público possui fundamental importância para a melhoria da condição de vida dos cidadãos. Mesmo com todos os problemas de caráter social, econômico, cultural, ambiental, político é o Estado que articula com seus gestores as alternativas que possuem maior eficiência para combater os problemas, na sua maioria originados pela globalização perversa, oferecendo condições de sobrevivência e expectativa de melhoramento de vida da população. A administração pública precisa desenvolver e conseguir implementar políticas públicas que proporcionem uma maior qualidade de vida à população e auxiliar no crescimento/desenvolvimento econômico.

De acordo com CABRAL (2007):

No sentido aplicado pela filosofia, verificam-se duas propriedades, bastante gerais, ligadas ao vocábulo público: a disponibilidade a qualquer pessoa para que possa usufruir conhecimento, ou bem, juntamente com a indispensabilidade de todos poderem dele participar. O termo privado comportaria, portanto, a ausência ou restrição dessas características.

Em uma sociedade capitalista é comum associar desenvolvimento ao crescimento econômico do PNB (Produto Nacional Bruto), ao aumento da industrialização e do progresso tecnológico, porém, no geral nem todas as pessoas participam desse crescimento, pois apesar da riqueza está sempre aumentando ela fica concentrada em um seleto grupo, deixando o restante da população privada e sem acesso a serviços básicos. É à margem da sociedade por não ter essa “riqueza” acumulada que divide os indivíduos.

Esse cenário é bem conhecido no mundo inteiro, ocasionado ao fato de apenas o desenvolvimento econômico ser levado em conta, sem negar a sua importância para o crescimento de um país é necessário que esteja associado ao fator social, para tanto é primordial que a sociedade participe das decisões política e escolhas sociais.

CABRAL (2007) ainda atenta que:

O produto social desse encontro entre Estado, mercado e comunidade apresenta-se como um bem público, ou seja, como uma construção social necessária que pode ser usufruída indistintamente pelos indivíduos, por sua condição exclusiva de cidadão, que responde ao confronto entre a representação de sua vontade, o exercício do poder do Estado e a capacidade produtiva do mercado.

A participação ativa da sociedade nas decisões públicas enfoca uma perspectiva de desenvolvimento baseada em direitos e aliada à idéia de que o combate à pobreza e à desigualdade trata-se fundamentalmente de garantir que todas as pessoas possam gozar das

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liberdades substantivas, ou seja, os interesses coletivos devem estar em primeiro lugar, o que contrasta com a realidade atual. Nas palavras de Medeiros (2010):

Em um nível macro os países se concentram em promover o crescimento do Produto Nacional Bruto, o aumento da renda das pessoas, o grau de industrialização etc., sem levar em conta as mais variadas necessidades humanas de seu povo. Em nível micro os indivíduos concentram todos os seus esforços em aumentarem seus patrimônios pessoais, independentemente de suas necessidades físicas, psíquicas, emocionais e sociais.

Nos mercados existe a necessidade de manter a liberdade de transação, ou seja, o individuo tem que ter a liberdade de vender, comprar, trocar, negociar. Cabe ao Estado promover as igualdades de condição mínima de sobrevivência ao individuo, como saúde, educação, alimentação, moradia, ou seja, todos os elementos básicos que possibilitam a transformação dos indivíduos em agentes de mudança. Possibilitando a estes as condições necessárias para influenciar, participar e garantir o funcionamento do mercado de forma justa e equilibrada.

Nota-se assim, que no momento que são oferecidas condições de existência básica aos seres humanos, promovendo igualdades de liberdades, o individuo pode participar da promoção do desenvolvimento do mercado, ampliando ações para garantir o pleno funcionamento da economia no mercado.

Segundo Amartya Sem (2000, p. 10) “O desenvolvimento consiste na eliminação de privações de liberdade que limitam as escolhas e as oportunidades das pessoas de exercer ponderadamente sua condição de agente”.

2.2 OBJETIVOS E INTERESSES DO SETOR PÚBLICO

A administração pública tem como objetivo primordial criar e implementar políticas que consigam promover uma mudança social ocasionando o bem estar dos cidadãos. É preciso que o ser humano consiga usufruir de benefícios oferecidos pelo Estado, para que isso aconteça a máquina estatal deve proporcionar a sociedade serviços de assistência básica, onde os objetivos que favoreçam a coletividade se imponham facilitando as igualdades (econômicas, política e sociais) com o apoio da Democracia Substancial ou Democracia Social.

Ou seja, a administração publica é com o um meio que assegura os interesses coletivos acima dos interesses individuais, proporcionando ao individuo ferramentas que possibilitem a sua integração, adaptação ao meio em que habitam. Todos os indivíduos são regidos por princípios como os apresentados no Artigo 37 da Constituição Federal. “A administração

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pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência”.

De acordo com MEIRELLES (1996) administração publica é:

Em sentido formal, a Administração Pública, é o conjunto de órgãos instituídos para consecução dos objetivos do Governo; em sentido material, é o conjunto das funções necessárias aos serviços públicos em geral; em acepção operacional, é o desempenho perene e sistemático, legal e técnico, dos serviços do próprio Estado ou por ele assumido em benefícios da coletividade.

O Estado possui uma responsabilidade social perante sua população, ele utiliza recursos que são transformados em prestação de serviço que demandam solução a problemas de desigualdade social onde não há um desenvolvimento que contempla a reprodução de direitos igualitários a sociedade de todo território. Como dito antes, é preciso à criação, execução, acompanhamento e avaliação de políticas públicas a fim de desenvolver o Estado e o bem estar dos cidadãos.

Cabral (2007, p. 30) enfatiza “mas a consideração apenas dos aspectos contemporâneos, determinados pelo conjunto sobredito de condições materiais, não é suficiente para compreender a reprodução em sociedades das desigualdades e suas consequências”. Pois esses acontecimentos não são imutáveis e fixos durante a história, a partir do momento que há uma gestão social consciente, participativa, responsável a prestação, distribuição e produção dos bens públicos atingem toda a sociedade. Retomando a CABRAL (2007):

Assim, quando a questão social é considerada no exame de uma sociedade, ela surge como elemento teleológico no diálogo entre as classes sociais afetadas pela desigualdade do desenvolvimento, transcendendo o domínio privado, as relações exclusivas dessa classe e extrapolando a competência de sua solução para a esfera pública. Esse processo político dialógico é mediado pelos determinantes da organização histórica, de modo que, em sociedades com presença marcante do mercado, este assume papel importante de elemento regulador das relações sociais, enquanto em outras esse papel é assumido pelo Estado, que adota um sistema de medidas protecionistas que dirigem e conduzem esse processo. Essas medidas compõem-se de iniciativas para prover o trabalho e sua remuneração, a saúde, a educação, a segurança, a assistência e a seguridade social.

Basicamente, o Estado e sua responsabilidade social buscam atender as necessidades humanas básicas além de oferecer a igualdade entre os povos garantindo o direito universal e o bem estar de seus cidadãos.

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2.3 O SETOR PRIVADO

Incluído em uma ideologia liberal, o Setor Privado composto por organizações com fins lucrativos tem como prioridade a obtenção de lucro é voltado para obtenção de objetivos/interesses individuais. Buscando satisfazer seus clientes e responder as expectativas do ambiente externo e interno.

MEDEIROS (2010) aponta características de uma alienação da ideologia liberal que interfere na responsabilidade social:

A democracia liberal defende uma sociedade individualista e uma cidadania passiva, na qual devem ser garantidos apenas os direitos civis, dentre eles o de possuir e de acumular bens econômicos, geradores das grandes desigualdades sociais existentes em países capitalistas como o Brasil. A educação deste cidadão está relacionada à idéia de eficiência empresarial, ele deve ser educado para tornar-se produtivo e atender as demandas do mercado, mesmo que este se encontre destituído do seu poder social, fruto das condições de pobreza em que vive.

Com o intuito de minimizar tais fatores problemáticos causados por uma insuficiente gestão no setor privado é preciso verificar se as organizações estão agindo de maneira responsável e social para com a comunidade. As organizações privadas com fins lucrativos tem a opção de atingir seus objetivos e de maneira eficiente também, sendo parceira da sociedade, se preocupando com o ambiente que elas estão inseridas, facilitando a inclusão social dos indivíduos e colaborando com a igualdade entre os povos.

Sobre essa perspectiva MEDEIROS (2010) apresenta o seu parecer.

A análise sobre o comprometimento dos empresários com uma concepção de cidadania relacionada à eficácia social demanda a execução de pesquisas qualitativas, muito mais que medições quantitativas acerca de seus investimentos. Acreditamos que os investimentos sociais das empresas privadas precisam ser investigados quanto aos resultados qualitativos que geram para a vida dos indivíduos das comunidades que são atendidas. Para isso, precisamos de pesquisas que apontem o compromisso de tais projetos com a garantia dos direitos sociais e a formação de cidadãos participativos.

2.4 OBJETIVOS E INTERESSES DO SETOR PRIVADO

A geração de lucro é um dos interesses mais importantes do setor privado agregado à eficiência e ao desenvolvimento das organizações. Também compõe essa integração a procura pela satisfação do cliente em todos os níveis do processo de venda, compra, utilização/qualidade do produto e pós venda do mesmo. E a grande concorrência gerada por esses investimentos só faz alavancar a eficiência nos produtos e serviços.

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Atualmente é verificado que o setor privado esta investindo de maneira consistente e consciente nos ramos de mercado e em ações sociais. Pois não basta a organização criar produtos, vendê-los a preços condizentes, contratar trabalhadores, respeitar seus funcionários, seguir as leis, gerar renda ao ambiente a qual esta inserida é preciso também que ela invista no “social” gerando qualidade de vida à comunidade, adotando políticas organizacionais que favoreçam o bem-estar da população. Tendo a responsabilidade social uma das premissas de sua existência.

Contudo, Medeiros (2010, p. 17) mostra outra abordagem muito utilizada pela maioria das organizações “as críticas são feitas aos investimentos sociais/ambientais que se limitam ao financiamento de ações que, embora tragam benefícios sociais/ambientais a algumas comunidades, permaneçam fundamentadas em interesses particulares”.

Sendo assim, é percebido que o setor privado é composto por organizações, na sua maioria, que usam principio individuais para gerir a sua forma de gestão. Também usam o investimento no social como uma “jogada de marketing”. Ou seja, querem possuir uma imagem de organização que está preocupada com os interesses sociais e investe parte dos seus lucros em projetos que ajudam a minimizar os problemas sociais originados pelo capitalismo. Entretanto, ainda há organizações que estão preocupadas com o desenvolvimento da sociedade e buscam um melhoramento continuo na qualidade de vida das pessoas.

CESAR (2008) enfoca:

Os empresários buscam homogeneizar suas propostas e redefinir o seu papel no processo de desenvolvimento do país, voltando-se para o debate sobre questões de interesse mais amplo, na tentativa de tornar as suas aspirações as das outras classes. Tais mudanças evidenciam um conjunto de inovações no padrão de comportamento empresarial (...).

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CAPÍTULO 3 - PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS (PPPs)

3.1 BREVE HISTÓRICO DA PARCERIA PÚBLICO-PRIVADA (PPP)

Durante o final da década dos anos 80 e início da década dos anos 90 o Reino Unido, diante da necessidade do Estado obter recursos a fim de ampliar seus projetos e investir na sua infraestrutura, buscou novas parcerias que pudessem contribuir com a captação e alocação dos recursos sem comprometer os limitados recursos públicos.

O Estado precisava oferecer com qualidade serviços essenciais a população, proporcionando desenvolvimento a todas as lacunas da sociedade, garantindo o Bem-Estar Social tão difundido na Europa no século passado. Foi então, criado o programa Private Finance Initiative (PFI), que tinha como objetivo tornar os parceiros privados mais envolvidos com o processo de prestação de serviços públicos, ou seja, que o setor privado se aliasse com o setor público para propiciar um melhor ambiente de desenvolvimento à população.

A Inglaterra se tornou o país que mais aderiu a essa nova forma de parceria, graça ao primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair que experimentou vários projetos, especialmente na área de saúde atingindo resultados positivos e expandindo em todas as outras áreas. Vários outros países e continentes aderiram a essa nova modalidade.

3.2 PARCERIA PÚBLICO-PRIVADA NO BRASIL

Basicamente, aqui no Brasil, no inicio do século XX foram surgindo as primeiras Parecerias Público-Privadas oriundas de empresas inglesas que tinham o intuito de prestar serviços ferroviários e de energia elétrica já que não havia empresas brasileiras capazes de prestar esses serviços de grande porte.

O modelo de Project Finance, mecanismo de financiamento, foi utilizado no Brasil para a construção de usinas hidrelétricas, empreendimentos imobiliários, concessões rodoviárias sendo visto como um surgimento estrutural das PPPs.

Os recursos governamentais cada vez mais escassos impediam a realização de investimentos na infraestrutura e na prestação de serviços públicos para a sociedade, ou seja, o Estado estava limitado, não conseguia propiciar serviços básicos de sua responsabilidade a população como transporte, saneamento básico, saúde, habitação, presídios, portos. Diante desse enfraquecimento do sistema, o Estado passa a procurar formas que o ajudem a atender a

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demanda nacional de maneira que o serviço prestado seja eficiente (socialmente, politicamente, economicamente, juridicamente) e viável a todas as esferas.

A partir da década de noventa, após o declínio do modelo do Estado do bem-estar social, a crise dos Estados fortifica-se diante de todas as mudanças ocorridas em todo o mundo e as transformações geradas pela globalização. Essa crise faz com que o Estado assuma uma nova postura, reformando-se e se tornando compatível com as imposições do novo modelo de globalização. De acordo com MEDEIROS (2009) “no Brasil, uma profunda Reforma Administrativa, com vistas à modernização do aparelho estatal, inicia-se após a posse de Fernando Henrique Cardoso, no ano de 1995”. Também em 1995, Bresser Pereira assumiu o Ministério da Reforma do Estado - MARE, onde começou uma nova fase com a reforma do Estado.

MEDEIROS (2009), atenta:

Segundo o idealizador da reforma estatal brasileira iniciada em 1995, a administração gerencial, principal estratégia do governo para transformar o Estado, focalizava toda a sua força na melhoria do serviço prestado ao cidadão. Para ele, o Estado deveria comprometer-se com a democratização da sociedade brasileira que, ao servir e respeitar o cidadão precisaria estimulá-lo a exercer sua cidadania, participando das decisões relativas às políticas públicas em desenvolvimento. Esse ideal foi reafirmado pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso, responsável pela implantação da Reforma Administrativa Federal no Brasil.

Sendo assim, nesse contexto de mudanças e desenvolvimento o Brasil busca por outros modelos de gestão que incluam a participação do setor privado a fim de investir nos setores públicos e sociais fazendo um tipo de parceria entre Estado e iniciativa privada.

Diante dos fatos expostos, no governo de Fernando Henrique Cardoso investiu em modelos de concessões e na Reforma Administrativa Federal do Brasil atraindo a iniciativa privada e os seus modelos de prestação de serviço públicos. O Presidente Luís Inácio Lula da Silva optou, mediante os problemas apresentados nas concessões em relação a políticas de privatização, por implantar a Parceria Público-Privada (PPP) tendo ainda como vantagem que o setor privado encontrava-se forte e desenvolvido facilitando a entrada desse novo sistema de parceria.

Segundo SILVA (2004):

A Public Private Partnership ou, no Brasil a Parceria Público-Privado (PPP), tem forte caráter contratual, sendo minorada a rigidez legal. Daí seu caráter flexível, pois a lei estabelece disposições para a formação de contratos, que permitam configurar as especificidades de cada situação negocial, da natureza técnica ou econômica de cada projeto concreto. Desse modo, por ser um acordo realizado entre os governos, condutores das políticas públicas, e os empresários, detentores do capital privado e da capacidade de geração de valores por meio da produção de bens e serviços, desperta imediatamente a atenção para o exame do contexto de implantação dessa

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política, do ambiente de negócios e da natureza deste contrato, que traz novidades na relação público-privada.

Em relação às PPPs, observa-se que há um compromisso entre o parceiro da iniciativa privada e o governo firmado por contrato em que fica sob responsabilidade do contratado prestar um serviço com qualidade e eficiência a população durante um prazo determinado havendo um comprometimento em ambas as partes para que o projeto desenvolvido cumpra com todas as determinações determinadas.

BARBOSA (2005), define as Parcerias Público-Privada como:

Em linhas gerais, no projeto PPP, o setor privado fica responsável pelo financiamento total do serviço, incluindo as obras necessárias e só após a disponibilização desse serviço é que começa a receber a remuneração, seja diretamente através dos recursos do Poder Público somente ou combinada com cobrança de tarifa do usuário, como acontece com a forma tradicional da remuneração das concessões. A amortização do investimento, como se vê, somente se inicia quando o serviço ou a utilidade já está disponível, conforme os objetivos traçados no projeto inicial. Nessa parceria, o governo especifica o serviço ou obra e um mesmo agente do setor privado desenha, financia, constrói, explora e disponibiliza o serviço para a utilidade pública. Encerrado o contrato de parceria ou no caso de extinção antecipada, a propriedade dos bens, móveis ou imóveis necessários à continuidade dos serviços objetos da parceria serão revertidos para a Administração Pública, independente de indenização.

O trabalho de (SILVA DC, 2005) apresenta:

O cerne teórico do instrumento consiste em trazer para o Poder Público a expertise da iniciativa privada, por intermédio de um controle mais focado no desempenho do contratado. Isto vem exatamente ao esteio do que tem sido proposto desde do início da reforma do estado, onde se propõe um controle de finalidade ao invés de um controle de procedimentos.

Ainda sobre definições de PPPs, DI PIETRO (2006) apresenta como sendo:

(...) a parceria público-privada é o contrato administrativo de concessão que tem por objeto: (a) a execução de serviço público precedido ou não de obra pública, remunerada mediante tarifa paga pelo usuário e contraprestação pecuniária do parceiro público, ou (b) a prestação de serviço de que a Administração Pública seja a usuária direta ou indireta, com ou sem execução de obra e fornecimento e instalação de bens, mediante contraprestação do parceiro público. (grifos do autor)

Diante de tais definições de vários autores a Lei No 11.079, de 30 de Dezembro de 2004, desenvolvida durante o mandato do Ex Presidente Luís Inácio Lula da Silva, define PPPs como:

Art. 1o Esta Lei institui normas gerais para licitação e contratação de parceria público-privada no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

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Parágrafo único. Esta Lei se aplica aos órgãos da Administração Pública direta, aos fundos especiais, às autarquias, às fundações públicas, às empresas públicas, às sociedades de economia mista e às demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

Art. 2o Parceria público-privada é o contrato administrativo de concessão, na modalidade patrocinada ou administrativa.

§ 1o Concessão patrocinada é a concessão de serviços públicos ou de obras públicas de que trata a Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, quando envolver, adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado.

§ 2o Concessão administrativa é o contrato de prestação de serviços de que a Administração Pública seja a usuária direta ou indireta, ainda que envolva execução de obra ou fornecimento e instalação de bens.

§ 3o Não constitui parceria público-privada a concessão comum, assim entendida a concessão de serviços públicos ou de obras públicas de que trata a Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, quando não envolver contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado.

§ 4o É vedada a celebração de contrato de parceria público-privada:

I – cujo valor do contrato seja inferior a R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais); II – cujo período de prestação do serviço seja inferior a 5 (cinco) anos; ou

III – que tenha como objeto único o fornecimento de mão-de-obra, o fornecimento e instalação de equipamentos ou a execução de obra pública.

Nesse sentido, a Parceria Público-Privada mostra sua importância para a Administração Pública. Alavanca as finanças e reduz gastos e despesas. Contribuindo para o melhoramento e eficiência da prestação de serviços. Mafra Filho comenta:

A diminuição de gastos públicos com empresas estatais deficitárias tornara-se essencial pelas consequências negativas trazidas ao erário, a necessária diminuição da gestão estatal dos serviços públicos como maneira de, sem o formalismo da atividade pública, imprimir maior velocidade à sua atuação e, finalmente, prevaleceu no ambiente político a idéia de inspiração neoliberal, que se pauta pela substituição

(25)

do Estado pela iniciativa privada, considerada esta mais apta à gestão de atividades comerciais e industriais.

O Art. 4º observar algumas diretrizes:

Art. 4o Na contratação de parceria público-privada serão observadas as seguintes diretrizes:

I – eficiência no cumprimento das missões de Estado e no emprego dos recursos da sociedade;

II – respeito aos interesses e direitos dos destinatários dos serviços e dos entes privados incumbidos da sua execução;

III – indelegabilidade das funções de regulação, jurisdicional, do exercício do poder de polícia e de outras atividades exclusivas do Estado;

IV – responsabilidade fiscal na celebração e execução das parcerias; V – transparência dos procedimentos e das decisões;

VI – repartição objetiva de riscos entre as partes;

VII – sustentabilidade financeira e vantagens socioeconômicas dos projetos de parceria.

Já no Capitulo II é abordado os contratos da Parceria Público-Privada:

Art. 5o As cláusulas dos contratos de parceria público-privada atenderão ao disposto no art. 23 da Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, no que couber, devendo também prever:

I – o prazo de vigência do contrato, compatível com a amortização dos investimentos realizados, não inferior a 5 (cinco), nem superior a 35 (trinta e cinco) anos, incluindo eventual prorrogação;

II – as penalidades aplicáveis à Administração Pública e ao parceiro privado em caso de inadimplemento contratual, fixadas sempre de forma proporcional à gravidade da falta cometida, e às obrigações assumidas;

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III – a repartição de riscos entre as partes, inclusive os referentes a caso fortuito, força maior, fato do príncipe e álea econômica extraordinária;

IV – as formas de remuneração e de atualização dos valores contratuais;

V – os mecanismos para a preservação da atualidade da prestação dos serviços;

VI – os fatos que caracterizem a inadimplência pecuniária do parceiro público, os modos e o prazo de regularização e, quando houver, a forma de acionamento da garantia;

VII – os critérios objetivos de avaliação do desempenho do parceiro privado;

VIII – a prestação, pelo parceiro privado, de garantias de execução suficientes e compatíveis com os ônus e riscos envolvidos, observados os limites dos §§ 3o e 5o do art. 56 da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, e, no que se refere às concessões patrocinadas, o disposto no inciso XV do art. 18 da Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995;

IX – o compartilhamento com a Administração Pública de ganhos econômicos efetivos do parceiro privado decorrentes da redução do risco de crédito dos financiamentos utilizados pelo parceiro privado;

X – a realização de vistoria dos bens reversíveis, podendo o parceiro público reter os pagamentos ao parceiro privado, no valor necessário para reparar as irregularidades eventualmente detectadas.

§ 1o As cláusulas contratuais de atualização automática de valores baseadas em índices e fórmulas matemáticas, quando houver, serão aplicadas sem necessidade de homologação pela Administração Pública, exceto se esta publicar, na imprensa oficial, onde houver, até o prazo de 15 (quinze) dias após apresentação da fatura, razões fundamentadas nesta Lei ou no contrato para a rejeição da atualização.

§ 2o Os contratos poderão prever adicionalmente:

I – os requisitos e condições em que o parceiro público autorizará a transferência do controle da sociedade de propósito específico para os seus financiadores, com o objetivo de promover a sua reestruturação financeira e assegurar a continuidade da prestação dos serviços,

(27)

não se aplicando para este efeito o previsto no inciso I do parágrafo único do art. 27 da Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995;

II – a possibilidade de emissão de empenho em nome dos financiadores do projeto em relação às obrigações pecuniárias da Administração Pública;

III – a legitimidade dos financiadores do projeto para receber indenizações por extinção antecipada do contrato, bem como pagamentos efetuados pelos fundos e empresas estatais garantidores de parcerias público-privadas.

Art. 6o A contraprestação da Administração Pública nos contratos de parceria público-privada poderá ser feita por:

I – ordem bancária;

II – cessão de créditos não tributários;

III – outorga de direitos em face da Administração Pública; IV – outorga de direitos sobre bens públicos dominicais; V – outros meios admitidos em lei.

Parágrafo único. O contrato poderá prever o pagamento ao parceiro privado de remuneração variável vinculada ao seu desempenho, conforme metas e padrões de qualidade e disponibilidade definidos no contrato.

Art. 7o A contraprestação da Administração Pública será obrigatoriamente precedida da disponibilização do serviço objeto do contrato de parceria público-privada.

Parágrafo único. É facultado à Administração Pública, nos termos do contrato, efetuar o pagamento da contraprestação relativa a parcela fruível de serviço objeto do contrato de parceria público-privada.

Os contratos das Parcerias Público-Privadas são mais abrangentes dos que as concessões comuns. É observado que na contratação de parceiros deve ser verificado, em seus projetos, se há uma sustentabilidade financeira, ou seja, se faz necessário analisar a situação

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econômica real do parceiro contratado, avaliando tanto a sua disponibilidade econômica como sua viabilidade econômica.

Ressaltando que o contrato acordado entre o Parceiro Privado e o Poder Público tem como principal objetivo atender as necessidades da sociedade, prestando serviços de maneira eficiente e com qualidade, proporcionado assim, melhoria de vida à população. Sem esquecer que o retorno financeiro também é de suma importância para a qualidade de todo esse processo.

No Art. 8º é relatado as garantias oferecidas:

Art. 8o As obrigações pecuniárias contraídas pela Administração Pública em contrato de parceria público-privada poderão ser garantidas mediante:

I – vinculação de receitas, observado o disposto no inciso IV do art. 167 da Constituição Federal;

II – instituição ou utilização de fundos especiais previstos em lei;

III – contratação de seguro-garantia com as companhias seguradoras que não sejam controladas pelo Poder Público;

IV – garantia prestada por organismos internacionais ou instituições financeiras que não sejam controladas pelo Poder Público;

V – garantias prestadas por fundo garantidor ou empresa estatal criada para essa finalidade;

VI – outros mecanismos admitidos em lei.

Para existir uma contratação de PPP se faz necessário preceder uma licitação na modalidade de concorrência, entretanto para que ocorra a celebração do contrato é preciso ser constituída uma Sociedade de Propósito Específico - SPE afim de que ocorra a implantação e a administração das metas da parceria. É o que relata o Capítulo IV da Lei No 11.079, de 30 de Dezembro de 2004.

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Art. 9o Antes da celebração do contrato, deverá ser constituída sociedade de propósito específico, incumbida de implantar e gerir o objeto da parceria.

§ 1o A transferência do controle da sociedade de propósito específico estará condicionada à autorização expressa da Administração Pública, nos termos do edital e do contrato, observado o disposto no parágrafo único do art. 27 da Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995.

§ 2o A sociedade de propósito específico poderá assumir a forma de companhia aberta, com valores mobiliários admitidos a negociação no mercado.

§ 3o A sociedade de propósito específico deverá obedecer a padrões de governança corporativa e adotar contabilidade e demonstrações financeiras padronizadas, conforme regulamento.

§ 4o Fica vedado à Administração Pública ser titular da maioria do capital votante das sociedades de que trata este Capítulo.

§ 5o A vedação prevista no § 4o deste artigo não se aplica à eventual aquisição da maioria do capital votante da sociedade de propósito específico por instituição financeira controlada pelo Poder Público em caso de inadimplemento de contratos de financiamento.

De acordo com o Art. 16º o Fundo Garantidor de Parcerias Público- Privada – FGP, “terá por finalidade prestar garantia de pagamento de obrigações pecuniárias assumidas pelos parceiros públicos federais em virtude das parcerias de que se trata esta Lei”.

O Art. 23º atenta à programas de incentivo, “fica a União autorizada a conceder incentivo, nos termos do Programa de Incentivo à Implementação de Projetos de Interesse Social – PIPS, instituído pela Lei no 10.735, de 11 de setembro de 2003, às aplicações em fundos de investimento, criados por instituições financeiras, em direitos creditórios provenientes dos contratos de parcerias público-privadas”.

3.3 TIPOS DE PARCERIA PÚBLICO-PRIVADA

Como dito a cima na Lei No 11.079, de 30 de Dezembro de 2004 no seu artigo 2º, há dois tipos de modalidades de PPP. As concessões patrocinadas são as que não possuem capital de

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caixa interno suficiente e necessitam ter complemento de recursos, oriundos de serviços prestados aos usuários que pagam a tarifa cobrada (como exemplo, linha de metrô) e nas concessões administrativas têm o serviço prestado ao Estado, de forma direta ou indireta onde o usuário não é cobrado por tarifas (como exemplo, presídio).

3.4 A LEI DA RESPONSABILIDADE FISCAL E AS PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS

A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), o Plano Plurianual (PPA) e a Lei Orçamentária Anual (LOA) tem como função o planejamento, a materialização e a execução das políticas públicas federais. Os projetos de Parceria Público-Privada devem estar de acordo com essas leis para poderem ser executados. As despesas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e com as Parcerias Público-Privadas foram limitadas a 1% - um por cento – da receita liquida de cada ano, havendo transferências voluntárias de recursos da União.

3.5 PARCERIA PÚBLICO-PRIVADA EM PERNAMBUCO

Diante de um contexto de desenvolvimento, novas tecnologias, aumento de empregos, investimentos internos e externos, percebe-se que o Estado de Pernambuco - segundo o Programa Parcerias Público-Privadas de Pernambuco – “entre as condições para o desenvolvimento de ações governamentais em apoio à implantação do empreendimento, O Governo do Estado de Pernambuco, no Protocolo de Intenções firmado com os Empreendedores, destacou como prioridade duas ações básicas a serem realizadas através de Parceria Público-Privada”.

Ainda de acordo com o Programa Parcerias Público-Privadas de Pernambuco é constatado que: desta forma, foi estabelecido e implantado o Programa Estadual de Parceria Público-Privada – PEPPP - que, avaliando os estudos técnicos apresentados pela iniciativa privada, denominado Agente Empreendedor, verificou a vantagem econômica da proposta para o Estado e, também, constatou a conveniência e oportunidade da contratação da exploração – Operação e Manutenção, da Ponte de Acesso e Sistema Viário do Destino de Turismo e Lazer Praia do Paiva mediante Concessão Patrocinada, em conformidade com a Lei Federal nº 11.079/04, a Lei Estadual nº 12.765/05 e Lei Estadual nº 12.976/05.

É observado que há uma cooperação entre o setor público e a iniciativa privada a fim de coordenar de maneira estruturada a utilização dos serviços advindos dessas parcerias. O

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interesse do Estado em tornar tais ações possíveis é de fundamental importância para que os cidadãos usufruam de serviços prestados com qualidade, de maneira eficiente e transparente ajudando assim a minimizar as deficiências encontradas nos serviços dos governos e das empresas privadas.

3.6 ESTRUTURA

A estruturação e as fases que se faz necessário percorrer para que o projeto se enquadre nos parâmetros legais, técnicos e administrativos que são exigidos pela legislação estadual e federal, é explicado abaixo, de acordo com as informações apresentadas no site Programa Parcerias Público-Privadas de Pernambuco.

Quadro 3.1 - Estratégia para implementação do programa PPP em Pernambuco

O Programa Estadual de Parcerias Público-Privadas foi iniciado a partir da publicação da Lei Estadual Nº 12.765 em janeiro de 2005, em consonância com a Lei Nº11.079 de 30 de dezembro de 2004, que instituiu normas gerais para licitação e contratação de parcerias público-privadas no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Posteriormente, foi sancionada a Lei Estadual Nº12.976, de 28 de dezembro de 2005, que instituiu o Fundo Estadual Garantidor das Parcerias Público-Privadas e deu outras providências, tais como nova redação aos artigos 4º, 12, e 19 da Lei Nº 12.765 e a criação, na estrutura da Secretaria de Planejamento, a Unidade Operacional de Coordenação de Parcerias Público-Privadas – Unidade PPP.

A seguir, em janeiro de 2006, foi publicado o Decreto Nº 28.844 que instalou o Comitê Gestor do Programa Estadual, o CGPE.

Estratégia para implementação do programa em Pernambuco

O Governo do Estado de Pernambuco, através do CGPE, estabeleceu as seguintes premissas para a implementação do Programa de Parcerias Público-Privadas:

 1. Consolidar o Programa como uma política de Estado;

 2. Priorizar projetos que visem dotar ou melhorar a infraestrutura do Estado, atraindo grandes empreendimentos alavancadores da economia e do desenvolvimento social.

 3. Estabelecer um arcabouço Institucional em perfeita sintonia com a Lei Federal 11.079/2004, com ênfase na transparência dos procedimentos e acrescido da preocupação com o meio-ambiente e o crescimento sustentável;

 4. A partir da formatação e implantação de uma estrutura embrionária, desenvolver projetos-piloto de rápida e segura execução, com vistas a criar um ambiente de segurança, qualidade e aprendizado, tanto para o governo como para a sociedade;

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 5. Centralizar na Unidade PPP todo o atendimento e negociação dos projetos de parcerias público-privadas do Estado;

 6. Definir normas e padrões de procedimentos que valorizem a utilização de tecnologia avançada, dos melhores critérios de análise e tratamento de riscos, objetivando melhor qualidade dos resultados e, tanto quanto possível, trazendo a iniciativa privada para assumir riscos de preparação de projetos, desonerando o Estado dos custos e reduzindo os prazos para a implantação do Programa.

 7. Após cumpridas todas as etapas para a contratação dos Projetos-Piloto, desenvolver a segunda fase de implementação do Programa, que estabelece as formas e rotinas de controle e acompanhamento das PPPs em conformidade ao disposto nos respectivos editais, além da ampliação da estrutura operacional de atendimento e gerência do Programa.

Fonte: Site do Programa Parcerias Público-Privadas de Pernambuco.

3.7ORGANOGRAMA

Segundo Programa Parcerias Público-Privadas de Pernambuco o processo resulta:

 Qualquer solicitação de inclusão deverá ser feita ao CGPE, através da Gerência Geral de Parcerias Público-Privadas – Unidade PPP, da Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado de Pernambuco – SEPLAG.

 A partir desta solicitação, a Unidade PPP procederá à fase de análise de enquadramento do projeto, nos parâmetros técnicos, administrativos e legais exigidos pela legislação estadual e federal. A análise resultará num parecer técnico de enquadramento que será encaminhado ao CGPE e posteriormente analisado quanto à sua conveniência, oportunidade e interesse.

 O Governo do Estado de Pernambuco, através da Unidade PPP, só concederá autorização para a realização de estudos e projetos básicos dos empreendimentos que fizerem parte da lista de projetos prioritários do PEPPP.

(33)

Figura 3.1 – Organograma do processo da PPP

(34)

CAPÍTULO 4 – GESTÃO PÚBLICO-PRIVADA

4.1 BENEFÍCIOS TRAZIDOS PELA GESTÃO PÚBLICO-PRIVADA

As parcerias entre o público-privado aumentam potencialmente a disseminação de investimento na sociedade. O Estado, em crise, a partir das parcerias consegue oferecer maiores benefícios à população, tornando essa ação conjunta um fator de aumento no desenvolvimento, facilitando o crescimento eficiente no que diz respeito às práticas utilizadas para solucionar problemas na esfera social e empresarial.

Segundo CABRAL (2007):

Quando se indaga sobre a legitimidade da gestão, o fundamento da resposta não reside nos atributos empresariais, econômicos ou financeiros. Reporta-se a eles como vínculos, mas sua essência é política, pois a gestão responsabiliza-se não só pelo desempenho interno, mas também pela produção social da organização. Isso confere ao processo de gestão uma função social que possibilita à organização aparecer perante a sociedade pela contribuição que presta, e não somente por aquilo que faz nem apenas pela forma como faz.

Como mostrado acima e ratificado por Cabral (2007), a Parceria Público-Privada necessita gerir sua gestão em favor do comprometimento de externalizar suas contribuição à sociedade de maneira clara é responsável atingindo, com qualidade, a maioria da população necessitada.

A gestão pública evoluiu absorvendo práticas gerenciais já utilizadas na administração privada, buscando com base em planos estratégicos um maior alcance e eficiência nas suas políticas públicas, realizando projetos que utilizem dessa integração fatores que venha a solucionar as problemáticas oriundas dos problemas sociais.

De acordo com Bobbio (1987, apud CABRAL, 2007, p. 47):

“Na distinção entre as questões públicas e privadas que consubstancia os conceitos público e privado, vamos encontrar o dialogo entre a política e a economia de uma sociedade, pois como expressa Bobbio, o conteúdo da ação reguladora do Estado estabelece os limites econômicos das ações privadas por meio dos processos do

publicização do privado e privatização do público. Essa análise dinâmica da

sociedade civil permite ao autor reconhecer no Estado o lugar da contratualidade expressa e recomposta pela política”.

Na concepção de Cavalcanti (2008), há uma nova relação entre o setor público e o setor privado já que anteriormente tínhamos o Estado como fomentador exclusivo de políticas sociais, entretanto esse contexto começou a se transformar pedindo uma mudança a partir de demandas e grupos que procuram uma nova forma de gestão que busque satisfazer as necessidades da sociedade.

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Como verificado a gestão público-privado apresenta uma evolução, organizações se preparam para atender, com qualidade e de maneira eficiente os proclames da população. O Estado se tornou parceiro do setor privado. No caso do Moda Center Santa Cruz sua gestão atenta para algumas ações de combate aos problemas sociais. Com a mudança da feira para o Parque as ruas da cidade de Santa Cruz se tronaram mais limpas, os catadores de latinha, papelões, plásticos que antes se encontravam nas ruas que comportavam a feira agora coletam os materiais descartados pelos feirantes do Moda Center Santa Cruz e os levam para a Cooperativa dos Catadores.

CAVALCANTI (2008) diz:

As parcerias que vem sendo construídas envolvendo o setor estatal, organizações não governamentais e empresas privadas estimulam o desenvolvimento da responsabilidade social e ambiental do próprio setor privado. A articulação com o Estado pode assegurar a participação cidadã, trazendo respostas inovadoras. As empresa privadas ultrapassam a visão do assistencialismo para assumir a responsabilidade que lhes confere o poder político efetivo onde o setor privado pode colaborar na definição dos interesses públicos.

(...)

Por um lado, as empresas controlam os recursos financeiros e gerenciais essenciais para a execução de programas públicos eficazes e mesmo atividades comunitárias. Por outro lado, uma boa política pública e a estabilidades social são colunas vitais para sustentar as economias viáveis das empresas. Assim, podemos concluir que se forma um pacto social que garante a sobrevivência da política econômica globalizada.

Alguns aspectos são de suma importância para que a gestão público-privada venha a contribuir positivamente para a qualidade de vida dos cidadãos, tais como: reforçar o conceito de cidadania igualitária, ter como prioridade que os cidadãos se sintam satisfeitos com os serviços públicos prestado, que a gestão aconteça da maneira mais ética possível apoiando a administração de serviços com qualidade, eficiência, eficácia e transparência, regulamentar os serviços prestados, observando se estão sendo coerentes com as necessidades da população.

4.2 DIFICULDADES TRAZIDAS PELA GESTÃO PÚBLICO-PRIVADA

Uma das maiores dificuldades ocasionada pela gestão público-privada é mudança de papeis, ou seja, no momento em que está se prestando o serviço, proveniente dessa aliança, o cidadão é comparado com um “cliente” onde o serviço não esta mais sendo oferecido como um direito seu e sim como uma mercadoria. Também pode ocorrer uma irregularidade no que diz respeito às ideologias, as organizações privadas que oferecem serviços públicos podem

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utilizar de mecanismo que interfiram na relação indivíduo e Estado, alimentando ações que não adicionam em nada na melhoria da qualidade de vida da sociedade.

Alguns pontos mais que precisam ser observados, pois atrapalham a eficácia das parcerias:  Planejamento e implementação de serviços que são inviáveis a determinados

contextos na sociedade;

 Má utilização de meios (econômicos, tecnológicos, políticos, culturais) para obtenção de garantias ou artifícios para burlar alguma regra, lei;

 A fragmentação do setor público, o tornando frágil e sem perspectiva ocasionando maior número de casos de corrupção, irresponsabilidade social, descrença no governo por parte dos cidadãos;

 Diminuição dos valores e das ideologias;

 Confusão com o significado de cidadão e cliente;

A competitividade, ganância, individualismo;  Acumulo de riquezas e poder;

 Organizações que querem melhor sua “imagem’, aparentando se responsável socialmente;

 Poder centralizado em algumas organizações.

Portanto, as dificuldades em se obter uma gestão eficiente e transparente se mostram presentes em nosso cotidiano contribuindo para o surgimento de impasses sobre esse tipo de parceria, onde o Estado abdica um pouco da sua função e do seu poder às organizações, que geralmente, só estão preocupadas em se desenvolver e captar todos os recursos necessários para alcançar seus objetivos. Não se importando com a coletividade.

4.3 TOMADA DE DECISÃO

Os gestores públicos contribuem para a qualidade do serviço prestado em comunhão com os gestores privados, sendo assim a tomada de decisões das parcerias acontece mediante as considerações de tais gestores.

A intervenção das duas vertentes contribui para o controle e regulação dos serviços, evitando desequilíbrios nos dois lados. Fatores econômicos, sociais, políticos, culturais podem desestabilizar o andamento, bem sucedido, do processo da prestação dos serviços.

É necessário que ocorra diálogos que objetivem a resolução de problemas que não estavam sendo esperados ou acontecimentos que fogem do controle de ambas as partes

(37)

havendo disposição dos dois lados para definir a decisão mais cabível para aquele problema, naquele contexto.

Os cidadãos também devem estar inseridos nesse poder de decisão, onde há avaliação dos mesmos diante a tomada de decisão das estratégias ou dos problemas apresentados.

(38)

CAPITULO 5 – OS RESULTADOS OBTIDOS PELO MODA CENTER SANTA CRUZ AOS FEIRANTES

5.1INÍCIO DA FEIRA DE SANTA CRUZ DO CAPIBARIBE

Santa Cruz do Capibaribe, situada no interior de Pernambuco, era uma pequena vila e seus habitantes sobreviviam do cultivo de milho, feijão, verduras e mais outras formas de cultura de sobrevivência e faziam colchas de retalhos. Um morador ao separar os retalhos pegou o de tamanho maior e confeccionou shorts, tendo a visão que essa peça lhe daria uma lucratividade maior. Essa idéia se espalhou pela vila e na maioria das casas a peça a ser fabricada era o short, possuindo um preço acessível e bastante usado ele tinha alta demanda na região. Assim começou a crescer a confecção de Santa Cruz do Capibaribe.

No início da década de 50, com a emancipação política da cidade Santa Cruz do Capibaribe começou a se firmar como cidade produtora de moda. Os homens saiam para vender os shorts na região e suas mulheres, em casa, começava a produzir novas peças. A criatividade era imensa, diversas peças de vestuário começaram a ser confeccionadas – blusas, conjuntos infantis saias, anágua, camisas.

De acordo com os historiadores da época, na década de 60 surgiu a Sulanca, assim se chamava os produtos de vestuário confeccionados. O nome Sulanca surgiu da integração da origem de onde vinha o tecido, do Sul com o nome do tecido que era usado nas produções das peças, a Elanca.

A Sulanca começou a conquistar mais espaço no mercado, sendo comprada por consumidores de diversas regiões do país.

Nos anos 80, com o aumento de comerciantes engajados com a Sulanca e os altos preços de alugueis foi colocada pelo Senhor: Nelson do Ouro o primeiro banco de feira na Rua Siqueira Campos. Concomitantemente, outros comerciantes foram seguindo o exemplo e as ruas foram sendo preenchidas num total de 28 ruas, com os bancos o que fez a produção aumentar, gerando mais renda e tornando a cidade um dos maiores Pólos de Confecção do Agreste. Entretanto, as dificuldades de infraestrutura foram aparecendo, ruas congestionadas, trânsito caótico, assaltos aconteciam simultaneamente, falta de banheiros públicos, uma verdadeira desordem assolava a cidade nos dias da Feira da Sulanca (relatos recolhidos por entrevista, 2011).

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Foto 5.1 – Início da Feira da Sulanca Foto 5.2 – Feira da Sulanca antes da mudança

Fonte: site do Moda Center Fonte: site do Moda Center

5.1.1 Moda Center Santa Cruz

Preocupado com o futuro da feira e da cidade o Governo Municipal desenvolveu estratégias que minimizassem os problemas citados. E uma das soluções escolhidas foi a construção do Moda Center Santa Cruz que visava realocar a feira, abrigando todos os feirantes e compradores diminuindo os transtornos causados a população e ao meio ambiente. A Feira da Sulanca passou a dispor de uma infraestrutura econômica, ambiental e social proporcionando o bem-estar necessário às pessoas.

A Prefeitura, durante o mandato do Prefeito Jose Augusto Maia, entrou com o Terreno e a Construtora Camilo Brito executou a obra com recursos próprios, gerados a partir da comercialização das unidades construídas. Começou a ser erguido no início de 2001 e foi inaugurado no dia 07 de Outubro de 2006.

Santa Cruz do Capibaribe é o segundo maior pólo de confecções do país, ficando atrás de São Paulo. Possui mais de 14 mil empresas, de pequeno, médio e grande porte, produzindo mais de três milhões de peças confeccionadas por mês. Compradores vêem de outros países e

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de todo o Brasil, especialmente das regiões Norte e Nordeste, em dias normais de feira o Moda Center Santa Cruz recebe cerca de 70 mil compradores por semana, já em altas temporadas (São João, final de ano e carnaval) esse número chega a média a 100 mil compradores.

O Moda Center Santa Cruz mediante ao seu modelo de empreendedorismo coleciona alguns prêmios, dentre eles se destaca: o Inteligência Empresarial, promovido pela Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD DIPER), Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE).

O Santa Cruz Moda Center é o maior shopping atacadista de confecções da América Latina.

Foto 5.3 – Moda Center Santa Cruz

Fonte: Moda Center Santa Cruz - Foto de Guaraci Baldi. http://www.panoramio.com/photo/12834753

5.1.2Localização

O Moda Center Santa Cruz estar localizado na Rodovia PE, 160 Km 12 em Santa Cruz do Capibaribe no Agreste Setentrional de Pernambuco, distante da capital pernambucana – Recife – aproximadamente 190 km e situado a 3 km do centro de Santa Cruz do Capibaribe.

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Figura 5.1 - Distância de Santa Cruz a Recife

Fonte: Dados cartográficos 2011 MapLink/ Teleatlas

Santa Cruz do Capibaribe se encontra em uma localização estratégica, situa-se no centro incorporando cidades que fazem parte do Pólo de Confecções do Agreste.

Figura 5.2 – Abrangência da localização Santa Cruz

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5.1.3 Infraestrutura

O maior Parque de Confecções do Brasil é constituído por todos esses números e diferenciais:

 10.000 pontos de venda;  6 praças de alimentação  48 restaurantes;

 Lanchonetes;

 Estacionamento para mais de 4 mil veículos;  48 dormitórios, com mais de 3000 leitos;  Seguranças;

 Monitoração por câmeras;  9626 boxes;

 707 lojas;

 Possui 120,000 m² de área coberta;

 Dividido em 6 módulos com cores diferentes;  Área total de 32 hectares;

 Posto Ambulatorial;  Caixas eletrônicos;  Ponto de moto-táxi;

 Terminais eletrônicos de informação;  Vários banheiros com chuveiro;

 Os boxes são separados por ruas (as letras do alfabeto) e números;  As lojas estão localizadas em Blocos;

 Carrinhos de compra;

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Foto 5.4 – Interior e vista panorâmica do Moda Center Santa Cruz

Fonte: Panfleto do Moda Center Santa Cruz

O site do Moda Center Santa Cruz tem um layout que facilita a navegação dos seus usuários contemplando qualquer duvida que ocorra sobre o Parque e mantendo os feirantes informados sobre o que acontece. Contento todas as informações necessárias que o cliente deseja. Seu leque de informações é bastante variado tendo opções diversas sobre os produtos oferecido no Moda Center Santa Cruz, as novidades, contato, multimídia, os dias em que a feira ocorre. Como mostrado na figura 5.3.

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