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Estudos Linguísticos:

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Academic year: 2021

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Estudos Linguísticos:

textos selecionados/ABRALIN-2013

Marco Antonio Martins

Lucrécio Araújo de Sá Júnior

Kássia Kamilla de Moura

Aryonne da Silva Morais

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Estudos Linguísticos:

textos selecionados/ABRALIN-2013

Marco Antonio Martins

Lucrécio Araújo de Sá Júnior

Kássia Kamilla de Moura

Aryonne da Silva Morais

Organizadores

E82 Estudos linguísticos: textos selecionados / Abralin-2013. Marco Antonio Martins, Lucrécio Araújo de Sá Júnior, Kássia Kamilla de Moura, Aryonne da Silva Morais (Orgs.). – João Pessoa: Ideia, 2016.

2989p.

1. Linguística - Estudos

(3)

Apresentação

Nesta coletânea, Estudos Linguísticos – textos selecionados/ABRALIN-2013, publica-se uma seleção de duzentos e quatorze capítulos organizados em torno de diferentes subáreas temáticas que têm orientado trabalhos na linguística brasileira: fonética e fonologia, sintaxe, morfologia, semântica, pragmática, linguística da enunciação, linguística do texto, análise do discurso, linguística histórica, historiografia linguística, sociolinguística e dialetologia, linguística centrada no uso, semiótica, linguística aplicada, psicolinguística, aquisição e ensino de língua materna e de línguas adicionais, neurolinguística, cognição, letramentos, gêneros textuais/discursivos, lexicologia, lexicografia e terminologia, estudos da tradução, línguas de sinais e políticas linguísticas.

Esta publicação é mais um produto do VIII Congresso Internacional da Associação Brasileira de Linguística (ABRALIN), realizado em Natal/Rio Grande do Norte, sob a organização da diretoria do biênio 2011-2013, sediada na Universidade Federal do Rio Grande do Norte/UFRN. A ABRALIN é uma associação civil de caráter cultural que congrega professores universitários, pesquisadores e estudiosos de Linguística em âmbito nacional, sendo a maior e mais importante das entidades da área no Brasil.

O trabalho de seleção e organização dos capítulos aqui reunidos tem por objetivo principal disponibilizar à comunicade científica um panorama das produções na área, considerando temáticas e teorias diversas em foco na linguística brasileira. Agradecemos de modo especial ao comitê científico que muito contribuiram para a avaliação e seleção dos capítulos reunidos nesta coletânea.

(4)

SUMÁRIO

Fonética e Fonologia ... 12

A ENTONAÇÃO PRÉ-LINGUÍSTICA DO ESPANHOL E DO ESPANHOL FALADO POR BRASILEIROS: ANÁLISE CONTRASTIVA ... 12

ALÇAMENTO DAS VOGAIS POSTÔNICAS MEDIAIS NO PORTUGUÊS SAPEENSE ... 27

AS VOGAIS MÉDIAS PRETÔNICAS E POSTÔNICAS NÃO FINAIS NA ORALIDADE DE MONTES CLAROS/MG: UM CASO DE DIFUSÃO LEXICAL ... 48

CARACTERIZAÇÃO ACÚSTICA DO PADRÃO MELÓDICO DAS INTERROGATIVAS TOTAL E PARCIAL EM FALANTE CONQUISTENSE: ESTUDO DE CASO ... 60

COARTICULAÇÃO NO ATAQUE COMPLEXO : PISTAS ACÚSTICAS ... 72

DISPERSÃO VOCÁLICA EM SUJEITOS COM DOWN: AVALIAÇÃO DAS ZONAS ESPECTRAIS ... 83

ESTUDO DA VARIAÇÃO PROSÓDICA DO DIALETO CAPIXABA NO ÂMBITO DO PROJETO AMPER ... 98

O APAGAMENTO DAS VOGAIS ÁTONAS EM PORTUGUÊS: UMA ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE AS VARIEDADES BRASILEIRA E EUROPEIA ... 115

THE INTONATION OF ABSOLUTE QUESTIONS IN BRAZILIAN PORTUGUESE ... 131

Sintaxe ... 146

A CONCORDÂNCIA EM NÚMERO COM O POSSUIDOR: UM ESTUDO DA SINTAXE DO DP ... 146

ADVÉRBIOS LOCATIVOS NA POSIÇÃO DE SUJEITO NO PB ... 164

CASO E ESPECIFICIDADE NOS REDOBROS PRONOMINAIS DO DIALETO MINEIRO ... 174

EXPANSÃO DA SUBESPECIFICAÇÃO DA CAUSA NO PORTUGUÊS BRASILEIRO ... 190

FORÇA ILOCUCIONÁRIA, CP CINDIDO E EFEITO V2 ... 206

POR UMA ABORDAGEM FUNCIONAL DO ALÇAMENTO DE CONSTITUINTES ARGUMENTAIS ... 224

UMA ABORDAGEM UNIFICADA PARA A POSIÇÃO DE CLÍTICOS EM PORTUGUÊS BRASILEIRO E EM FRANCÊS ... 243

Morfologia ... 260

“EU IA PUM LADO... ELA IA TAMBÉM”: DESCRIÇÃO PROSÓDICA DO CLÍTICO PREPOSICIONAL “PARA” NA VARIEDADE DO NOROESTE PAULISTA ... 260

A MORFOSSINTAXE DA COMPOSIÇÃO NEOCLÁSSICA ... 274

CATEGORIZAÇÕES E CONFIGURAÇÕES LINGUÍSTICAS: OS NOMES E OS VERBOS ... 290

INCORPORAÇÃO DE NUMERAL NA LIBRAS ... 305

O COMPORTAMENTO MORFOLÓGICO E SEMÂNTICO DE VERBOS TERMINADOS EM -ICAR E –ISCAR NO PORTUGUÊS BRASILEIRO: DIMINUTIVIZAÇAO E PLURALIDADE ... 323

VARIAÇÃO PARAMÉTRICA EM PREDICADOS COMPLEXOS E NOMES COMPOSTOS: UM ESTUDO TRANSLINGUÍSTICO ... 340

Semântica ... 358

(5)

A PRESSUPOSIÇÃO NO GÊNERO TIRA: UMA INTERPRETAÇÃO SEMÂNTICO-PRAGMÁTICA... 376

CATÁLOGO DE VERBOS DO PORTUGUÊS BRASILEIRO ... 389

FOCO SOBREINFORMATIVO E ALARGAMENTO DE DOMÍNIO ... 406

PLURACIONALIDADE DE EVENTOS EXPRESSA POR REDUPLICAÇÃO NO PORTUGUÊS BRASILEIRO ... 419

SER E ESTAR E A DISTINÇÃO PREDICADO-DE-INDIVÍDUO X PREDICADO-DE-ESTÁGIO ... 437

UM OLHAR SOBRE O MUITO(A) NO PORTUGUÊS BRASILEIRO: O CASO (OU NÃO) DA AMBIGUIDADE ... 453

VERBOS DE MOVIMENTO NAS LÍNGUAS ROMÂNICAS: ANÁLISE COMPARATIVA (PORTUGUÊS, ESPANHOL, FRANCÊS, ITALIANO E ROMENO)... 471

Pragmática ... 484

(IM)POLIDEZ E ATENUÇÃO NO DISCURSO JURÍDICO: UMA ANÁLISE DE PETIÇÕES INICIAIS ... 484

A MODALIDADE DEÔNTICA EM WEBCOMENTÁRIOS: UM ESTUDO FUNCIONALISTA DA LÍNGUA ESPANHOLA ... 500

MODALIDADE DEÔNTICA EM LÍNGUA ESPANHOLA: UMA ANÁLISE EM GÊNEROS TEXTUAIS (EDITORIAL E ARTIGO DE OPINIÃO) ... 511

PERTINÊNCIA E ENUNCIAÇÃO: A INSTITUIÇÃO DO SENTIDO TEXTUAL-DISCURSIVO ... 525

RELEVÂNCIA E MANIPULAÇÃO MIDIÁTICA: ANÁLISE DE ENTREVISTAS COM OS CANDIDATOS À PRESIDÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS ... 540

Linguística da enunciação ... 556

DIÁRIO REFLEXIVO NO AMBIENTE VIRTUAL (AVA) DO CURSO DE LETRAS: DIZER A SI ATRAVÉS DO OUTRO ... 556

Linguística do Texto ... 569

A CORREÇÃO DE TEXTO NO ENSINO SUPERIOR: UM DIÁLOGO (POSSÍVEL) ENTRE PROFESSORES E ALUNOS DO CURSO DE LETRAS ... 569

A ESCRITA ALÉM DA LÍNGUA PORTUGUESA: UMA COMPARAÇÃO DE PROPOSTAS DE PRODUÇÃO TEXTUAL ENTRE LIVROS DIDÁTICOS DE HISTÓRIA E DE GEOGRAFIA ... 583

A ESTRUTURA MASSN NA PRODUÇÃO DO TEXTO DE OPINIÃO: CONSIDERAÇÕES SEMÂNTICO-DISCURSIVAS ... 593

A RESPONSABILIDADE ENUNCIATIVA EM ITINÉRAIRE D’UN VOYAGE EN ALLEMAGNE E TROIS ANS EN ITALIE, SUIVIS D’UN VOYAGE EN GRÈCE ... 606

A RESPONSABILIDADE ENUNCIATIVA EM TEXTOS ACADÊMICOS: EM FOCO AS INDICAÇÕES DE QUADROS MEDIADORES ... 619

ABORDAGEM DO TEXTO NAS PROVAS DO SAEPE: UM SISTEMA DE DECODIFICAÇÃO. ... 631

ARGUMENTAÇÃO EM QUESTÃO: ANÁLISE DO DISCURSO ARGUMENTATIVO EM TEXTOS DE OPINIÃO PRODUZIDOS POR ALUNOS RECÉM-INGRESSOS NO ENSINO SUPERIOR ... 641

AS REPRESENTAÇÕES DISCURSIVAS DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER ... 656

BLOG JORNALÍSTICO: GÊNERO DISCURSIVO ... 672

ESTRATÉGIAS DISCURSIVAS DE ENVOLVIMENTO ENUNCIATIVO NA ESCRITA ACADÊMICA: ANÁLISE DE TRABALHOS DA PRÁTICA COMO COMPONENTE CURRICULAR ... 685

(6)

ETHOS E ESTILO NOS TEXTOS DE ARNALDO JABOR ... 700

FOLDER INSTRUCIONAL: UM MÉTODO GRÁFICO-TEXTUAL POTENCIALIZADOR NA APREENSÃO DE INFORMAÇÕES... 718

LEITURA E INTERTEXTUALIDADE NO LIVRO DIDÁTICO DE PORTUGUÊS ... 730

LINGUÍSTICA E CRÍTICA GENÉTICA: UMA APROXIMAÇÃO POSSÍVEL ... 740

LITERATURA E BULLYING: UMA IMAGEM REFLETIDA A PARTIR DO OLHAR DO OUTRO... 757

MECANISMOS DE REFERENCIAÇÃO NO GÊNERO CARTA ABERTA: UMA ANÁLISE DOS TEXTOS PRODUZIDOS PELOS ALUNOS DO CURSO FIC LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO – IFRN NOVA CRUZ ... 772

O PROCESSO DE REFERENCIAÇÃO ANAFÓRICA EM TEXTOS DE ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL ... 786

O TESAURO JURÍDICO: UM ESTUDO DO GÊNERO NO DIREITO AMBIENTAL ... 799

ORIENTAÇÃO ARGUMENTATIVA: RECATEGORIZAÇÃO DE REFERENTES EM DISCURSOS POLÍTICOS ... 815

PETIÇÃO INICIAL: UM ESTUDO DA RESPONSABILIDADE ENUNCIATIVA ATRAVÉS DAS CONSTRUÇÕES MEDIATIZADAS ... 828

REFERENCIAÇÃO E INTERTEXTUALIDADE: UMA ANÁLISE INTERACIONAL-DIALÓGICA DE TEXTOS DE ALUNOSDO 5º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL ... 845

REFERENCIAÇÃO E MULTIMODALIDADE EM ANÁLISE DE TIRINHAS: A NECESSIDADE DE NOVAS ABORDAGENS PARA O DESENVOLVIMENTO DAS HABILIDADES DE LEITURA E DE PRODUÇÃO TEXTUAL ... 859

REFERENCIAÇÃO EM GÊNEROS JORNALÍSTICOS: REVISITANDO AS ANÁFORAS INDIRETAS ... 871

Análise do Discurso ... 887

“GRACINHA”: UM ESTUDO DAS CONSTRUÇÕES IDENTITÁRIAS DE UMA CELEBRIDADE... 887

A ANÁLISE DISCURSIVA CRÍTICA DE METÁFORAS SOBRE A CORRUPÇÃO POLÍTICA ... 903

A CONSTRUÇÃO DO SUJEITO PRESIDENCIAL, DO BRASIL E DO BRASILEIRO NO DISCURSO DE POSSE ... 924

A CONSTRUÇÃO DOS ETHÉ DE CHICO XAVIER NA BIOGRAFIA AS VIDAS DE CHICO XAVIER ... 938

A MEMÓRIA DISCURSIVA E CONSTITUIÇÃO DA RESISTÊNCIA XAVANTE NA/PELA ESCOLA/ESCRITA OCIDENTAL ... 950

A POLÊMICA DISCURSIVA NA CONSTITUIÇÃO DO SENTIDO DE SUSTENTABILIDADE EM UMA PEÇA PUBLICITÁRIA ... 966

A RESSOCIALIZAÇÃO DE DETENTOS E A COPA DO MUNDO FIFA 2014: OS DISCURSOS INSTITUCIONAIS E AS RESISTÊNCIAS ... 980

ANÁLISE DE ATIVIDADES DIDÁTICAS DE LINGUA PORTUGUESA NO ENSINO MÉDIO: O CASO DA FORMAÇÃO CRÍTICA DOS ESTUDANTES NAS PRÁTICAS SOCIAIS QUE ENVOLVEM A LEITURA E A ESCRITA ... 995

ANÁLISE DE DISCURSO DOS ALUNOS DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA SOBRE O BRASIL ... 1010

ANÁLISE DO DISCURSO DE DEMÓSTENES TORRES NO CONSELHO DE ÉTICA DO SENADO ... 1041

AS CENAS DE ENUNCIAÇÃO DOS DISCURSOS SOBRE A SECA NO SEMIÁRIDO BAIANO (HOJE) ... 1057

CASO YOKI: A CONSTRUÇÃO DISCURSIVA DO ETHOS PELA VEJA E ISTOÉ ... 1069

CIBERATIVISMO EM DESTAQUE: UM ESTUDO DO DISCURSO FEMINISTA NAS REDES SOCIAIS ... 1086

CONTRIBUIÇÕES DA PSICANÁLISE PARA A FORMAÇÃO DOCENTE: O QUE PODEMOS APRENDER COM OS ANALISTAS? ... 1097

(7)

DA MÍDIA AO SENSO COMUM: O DISCURSO DA INTOLERÂNCIA CONTRA O LINGUISTA ... 1114 DISCURSO DE (REMEMORAÇÃO) E DISCURSO SOBRE (COMEMORAÇÃO): FUNCIONAMENTOS DA MEMÓRIA ... 1131 DO SABER/PODER E DA GOVERNAMENTALIDADE: A FORMAÇÃO DE NOVOS SUJEITOS DE ENSINO NO CURSO DE LETRAS ... 1142 EFEITOS DE SENTIDO DAS NOMEAÇÕES NAS ENCÍCLICAS SOBRE TRABALHO: RELAÇÕES ENTRE LÍNGUA E IDEOLOGIA ... 1163 ETHOS E MORAL DO REBANHO NO DISCURSO RELIGIOSO: UMA ANÁLISE DE UM TESTEMUNHO NO BLOG DE EDIR MACEDO ... 1177 GOVERNAMENTALIDADE E CONTROLE: A PRODUÇÃO DE SENTIDOS NOS DISCURSOS SOBRE O GRAFISMO E A PICHAÇÃO NA CIDADE JOÃO PESSOA ... 1193 GOVERNAMENTALIDADE E CONTROLE: A DISCIPLINARIZAÇÃO DOS CORPOS NAS PLACAS URBANAS ... 1204 HERMENÊUTICA E LUGARES DE MEMÓRIA DISCURSIVA: A APLICAÇÃO DA LEI DA “FICHA LIMPA” ÀS ELEIÇÕES 2010 ... 1216 IMAGENS DE SI NA IMPRENSA - UM OLHAR SOBRE A FÊMEA DO SÉCULO XXI ... 1228 LATAE SENTENTIAE: IGREJA Vs. CIÊNCIA – UMA CONCEPÇÃO TRIDIMENSIONAL DE DISCURSOS – O CASO DA MENINA DE ALAGOINHA, PERNAMBUCO ... 1241 MÍDIA E PRODUÇÃO TEXTUAL ESCOLAR: O DISCURSO SOBRE AS PRÁTICAS DE ESCRITA ESCOLARES NA

REVISTA LÍNGUA PORTUGUESA. ... 1258

MODALIZAÇÃO AUTONÍMICA NA ESCRITA DE DISSERTAÇÕES ... 1274 MST E REFORMA AGRÁRIA NO DISCURSO DA MÍDIA: INVESTIGANDO CONCEITOS E ESTEREÓTIPOS ... 1291 O CABELO EM LUGAR DO VÉU: ANÁLISE DISCURSIVA DE UMA POLÊMICA NOS DISCURSOS PROTESTANTES ... 1302 O CARNAVAL ENTRE A IDENTIDADE E A INTERDIÇÃO: ANÁLISE DO CORPO FEMININO NO DISCURSO TURÍSTICO DO BRASIL ... 1313 O DISCURSO DA VIRADA PRAGMÁTICA NOS TEXTOS DE APRESENTAÇÃO DAS GRAMÁTICAS PEDAGÓGICAS DO PORTUGUÊS ... 1330 O ETHOS DA MULHER NA LITERATURA ESPÍRITA ... 1349 ORAÇÃO E JEJUM PELOS MUÇULMANOS: UMA ANÁLISE DISCURSIVA DE UM GUIA EVANGELÍSTICO DA JUNTA DE MISSÕES MUNDIAIS ... 1359 OS PROFISSIONAIS EGRESSOS DE LETRAS E SEUS DISCURSOS: A CONSTITUIÇÃO DO ETHOS ... 1369 PATHEMIZAÇÕES EM CAPAS DE FILME E DE LIVRO – UM ESTUDO DE MADAME BOVARY ... 1384 PROCESSOS DE SUBJETIVAÇÃO NA REVISTA MEN’S HEALTH: CONFISSÃO E CONTROLE DO INDIVÍDUO DO GÊNERO MASCULINO ATRAVÉS DA SEXUALIDADE ... 1399 RELAÇÕES ENTRE A ANÁLISE DO DISCURSO E O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA ... 1410 REPRESENTAÇÕES SOBRE O ENSINO-APRENDIZAGEM DE LÍNGUA INGLESA EM ESCOLAS PÚBLICAS NA CIDADE DE PORTO NACIONAL, TOCANTINS ... 1422 SER PROFESSOR: REPRESENTAÇÕES IDENTITÁRIAS EM JORNAIS MINEIROS ... 1436

(8)

UM OLHAR DISCURSIVO SOBRE O ALUNO DE ESCOLA PÚBLICA NA SOCIEDADE TECNOLÓGICA ... 1451

UMA ANÁLISE DISCURSIVA DA CRÔNICA “O NOVO MANIFESTO” DE LIMA BARRETO X “O CASTELÃO DE EDMAR E O FEUDALISMO” DE ARNALDO JABOR ... 1467

Linguística Histórica ... 1480

A EXPRESSÃO DE SEGUNDA PESSOA EM CARTAS NORTE-RIOGRANDENSES: UM OLHAR PARA A PRODUTIVIDADE DO VOCÊ ... 1480

DESCRIÇÃO DO ESTATUTO PROSÓDICO DAS FORMAS ADVERBIAIS EM - MENTE NO PORTUGUÊS ARCAICO ... 1498

O QUE DADOS RURAIS PODEM INDICAR SOBRE A COLOCAÇÃO DOS ADJETIVOS NO PORTUGUÊS BRASILEIRO ... 1515

OMOLOCUM: UM PRATO DE IGUARIAS, TRADIÇÕES E MAGIA ... 1531

Historiografia linguística ... 1548

“LÍNGUA É ESTOQUE E ESTILO”: O PROJETO DA GRAMÁTICA CONSTRUTURAL ... 1548

A LÍNGUA PORTUGUESA NO SÉCULO XIII E A CULTURA MEDIEVAL ... 1564

Sociolinguística ... 1580

A ALTERNÂNCIA ENTRE O FUTURO DO PRETÉRITO E O PRETÉRITO IMPERFEITO NO PORTUGUÊS CULTO FALADO EM FEIRA DE SANTANA-BA ... 1580

A CN E A CV COMO MARCA DA CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE LINGUÍSTICA E SOCIAL: UM ESTUDO ETNOGRÁFICO EM COMUNIDADES DE PRÁTICA ... 1592

A ESCRITA DIGITAL DE CARIOCAS E A VARIAÇÃO PRONOMINAL TU vs VOCÊ ... 1609

A INFLUÊNCIA DOS SONS DA FALA NA ESCRITA DE ALUNOS DAS SÉRIES INICIAIS ... 1622

A MARCAÇÃO DE PLURALIDADE NO SN NA FALA E NA ESCRITA DE ADOLESCENTES DA REGIÃO DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO ... 1637

A PALATALIZAÇÃO DAS OCLUSIVAS DENTAIS EM CONTEXTOS DE ASSIMILAÇÃO PROGRESSIVA: UMA ANÁLISE SOCIOLINGUÍSTICA DO DIALETO PESSOENSE ... 1655

CONSTITUIÇÃO DO DISCURSO FORMAL EM SESSÕES PARLAMENTARES NO SENADO FEDERAL ... 1668

CRENÇAS E ATITUDES LINGUÍSTICAS EM TRÊS LOCALIDADES PARANAENSES FRONTEIRIÇAS À ARGENTINA ... 1684

DISCURSO ACADÊMICO: VARIAÇÃO ESTILÍSTICA E NEGOCIAÇÃO DE IDENTIDADES... 1698

ENTRE RIO E MINAS: A REALIZAÇÃO DO /S/ EM CODA ... 1711

GRAMÁTICA E CULTURA CONTRASTIVA: A ALTERNÂNCIA DAS FORMAS VERBAIS NA INTERAÇÃO TEMPO, MODO, ASPECTO EM ESTUDOS DE TRADUÇÃO ALEMÃO-PORTUGUÊS ... 1726

LÍNGUAS EM CONTATO: O PORTUGUÊS E O ITALIANO EM ITARANA, ESPÍRITO SANTO ... 1739

MAPEANDO TEXTOS DE DIFERENTES GÊNEROS EM ENTREVISTAS SOCIOLINGUÍSTICAS: O CASO DO BANCO DE DADOS VARSUL ... 1754

O COMPORTAMENTO DA VOGAL /E/ EM CLÍTICOS PRONOMINAIS E NÃO PRONOMINAIS ... 1770

O USO DO PRESENTE DO SUBJUNTIVO EM SALVADOR ... 1784

(9)

Dialetologia ... 1819

ESTUDOS DIALETAIS EM PERNAMBUCO: CONVERGÊNCIAS POSSÍVEIS... 1819

O LINGUAJAR DO SERTÃO PARAIBANO: FORMAÇÃO DE UM CORPUS ORAL ... 1831

Linguística Centrada no Uso ... 1846

A ORDENAÇÃO DE CONSTITUINTES HIERÁRQUICOS DO NÍVEL INTERPESSOAL ... 1846

ANÁLISE DA CONFIGURAÇÃO ARGUMENTAL DOS VERBOS DE ENUNCIAÇÃO NA CONVERSAÇÃO ... 1861

AVALIAÇÃO E ARGUMENTAÇÃO: ANÁLISE DA PRODUÇÃO TEXTUAL DE ALUNOS DO ENSINO MÉDIO ... 1874

E POR AÍ VAI: UMA ABORDAGEM COGNITIVO-FUNCIONAL ... 1892

ESTRATÉGIAS DE RELATIVAÇÃO E CONTINUIDADE CATEGORIAL ... 1904

ESTRATÉGIAS DE RELATIVIZAÇÃO NO PORTUGUÊS DA BAHIA NOS SÉCULOS XIX E XX ... 1919

O USO DO OU SEJA NO GÊNERO CARTA AO LEITOR: UMA ANÁLISE FUNCIONALISTA ... 1932

PREDICADOS MANIPULATIVOS NO PORTUGUÊS DO BRASIL ... 1948

VERBOS DE PERCEPÇÃO: ASPECTOS MORFOSSINTÁTICOS E SEMÂNTICO-PRAGMÁTICOS ... 1959

Semiótica ... 1971

A CONSTRUÇÃO DO IMAGINÁRIO FEMININO NA VOZ DA MULHER REPENTISTA: PROCEDIMENTOS SEMIÓTICOS DE NARRATIVIZAÇÃO ... 1971

A PAIXÃO DA CÓLERA E FORMA DE VIDA NO CONTO "O ZELADOR" DE MENALTON BRAFF ... 1983

A TEORIA SEMIÓTICA DE L. HJELMSLEV COMO EPISTEMOLOGIA DISCURSIVA PERANTE A FILOSOFIA TRANSCENDENTAL E AS CIÊNCIAS REALISTAS ... 1999

ANÁLISE SEMIÓTICA DO BRASÃO DA CIDADE DE BELÉM... 2012

AS METAFUNÇÕES EM TEXTO PUBLICITÁRIO FRANCÊS: USO E ANÁLISE DA GRAMÁTICA DO DESIGN VISUAL ... 2021

DO POEMA À VIDEODANÇA: UMA ANÁLISE DA OBRA "SOBRE MUROS E JARDINS" ... 2032

O MINISTÉRIO DA SAÚDE ADVERTE: UM ESTUDO DA MESCLAGEM MULTIMODAL NAS ADVERTÊNCIAS DE EMBALAGENS DE CIGARRO ... 2045

O PERCURSO NARRATIVO DO HERÓI EM LULA, O FILHO DO BRASIL... 2064

O ROMANCE POLIFÔNICO E SEUS DESDOBRAMENTOS: UMA ANÁLISE SEMIÓTICA DAS OBRAS DOSTOIEVSKIANAS CRIME E CASTIGO E OS IRMÃOS KARAMÁZOV ... 2081

TRADUÇÕES INTERSEMIÓTICAS: O TRAÇO, A LINHA E A VIGA ... 2098

Linguística Aplicada ... 2115

A AVALIAÇÃO ESCOLAR DE LÍNGUA PORTUGUESA DE 9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL: QUAL O ESPAÇO DA ANÁLISE LINGUÍSTICA? ... 2115

A DIMENSÃO POLÍTICA DA LÍNGUA: UMA ILUSTRAÇÃO DAS POLÍTICAS LINGUÍSTICAS NO BRASIL ... 2130

A ELABORAÇÃO DIDÁTICA DA NOMINALIZAÇÃO EM GRAMÁTICAS PEDAGÓGICAS ... 2144

A INTERAÇÃO EM UM PROJETO DE MULTILETRAMENTOS NA UNIVERSIDADE: HIBRIDISMO DE COMPETÊNCIAS ... 2161

A LEITURA DOS GÊNEROS CITAÇÃO E PETIÇÃO INICIAL: DESAFIOS DE COMPREENSÃO ... 2174

(10)

CONHECIMENTO METACOGNITVO E DIFICULDADES DE PROFESSORES NA COMPREENSÃO ORAL EM

LÍNGUA INGLESA ... 2200

ENSINO DE FONÉTICA E FONOLOGIA NA GRADUAÇÃO: REVISÃO E PROPOSIÇÕES... 2218

LINGUÍSTICA APLICADA: INDISCIPLINAR/TRANSDISCIPLINAR? ... 2230

O QUE OS ALUNOS RECÉM-INGRESSOS NO CURSO DE LETRAS SENTEM AO RECEBEREM SEUS PRIMEIROS TEXTOS ACADÊMICOS ... 2241

O USO DA ESCRITA EM GRUPOS DE MULHERES NO FACEBOOK ... 2256

PRÁTICAS DE LEITURA DE PROFESSORES EM FORMAÇÃO CONTINUADA ... 2266

RELAÇÕES LEXICAIS NO ENSINO DA LÍNGUA MATERNA: UM BREVE OLHAR PARA AS PRÁTICAS PROPOSTAS EM MATERIAIS DIDÁTICOS ... 2276

Psicolinguística ... 2293

COMO OS FALANTES INTERPRETAM O QUANTIFICADOR “TODO” NO PB…? NOVAS EVIDÊNCIAS EXPERIMENTAIS A PARTIR DE UMA TAREFA DE PRODUÇÃO DE FIGURAS ... 2293

O EFEITO STROOP NO PROCESSAMENTO DE PALAVRAS FORMADAS COM BASES PRESAS ... 2304

Aquisição e ensino de língua materna ... 2316

A ESCRITA EM CONTEXTO DE EDUCAÇÃO FORMAL: CONTATO DE LÍNGUAS (L1 e L2) E AQUISIÇÃO DE L2 .. 2316

AQUISIÇÃO BILÍNGUE: ESTUDO DE CASO SOBRE AQUISIÇÃO DE OBJETO DIRETO NULO ANAFÓRICO EM PORTUGUÊS BRASILEIRO E INGLÊS ... 2333

HIPO E HIPERSEGMENTAÇÃO EM TEXTOS DE ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL II: INFLUÊNCIA EXCLUSIVA DE ASPECTOS PROSÓDICOS? ... 2350

RITMO E HIPERSEGMENTAÇÃO: REFLEXÕES SOBRE A NOÇÃO DE PALAVRA ... 2361

Aquisição e ensino de línguas adicionais ... 2379

A EAD E A AQUISIÇÃO DAS VOGAIS DA LÍNGUA ESPANHOLA... 2379

A REALIZAÇÃO DA LATERAL /l/ EM CODA SILÁBICA POR APRENDIZES BRASILEIROS DE INGLÊS COMO L2 .. 2393

ANÁLISE VARIACIONISTA DA AQUISIÇÃO DA CODA SILÁBICA POR APRENDIZES DE INGLÊS COMO LE 2406 ANÁLISE VARIACIONISTA DO /l/ EM POSIÇÃO DE NÚCLEO POR APRENDIZES DE INGLÊS COMO L2 ... 2422

ANÁLISE VARIACIONISTA DO FENÔMENO DA EPÊNTESE VOCÁLICA: UMA DISCUSSÃO ACERCA DO PROCESSO DE AQUISIÇÃO DE L2 ... 2438

ANOTAÇÕES EM LÍNGUA INGLESA: A PRÁTICA DO CICLO DE AUTORREGULAÇÃO DA APRENDIZAGEM ... 2453

AQUISIÇÃO DE CONTRASTES NÃO NATIVOS: EVIDÊNCIAS PROPOSTAS A PARTIR DE ESTUDO COM IMIGRANTES ADULTOS ... 2468

ARQUITETURA PEDAGÓGICA VIRTUAL E O ENSINO DE PORTUGUÊS COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA: O USO DO COMPUTADOR COMO FERRAMENTA ONLINE DE TRABALHO NO CURSO DE LETRAS-PORTUGUÊS E NO CENTRO DE LÍNGUAS DA UFES ... 2484

RITMO E HIPERSEGMENTAÇÃO: REFLEXÕES SOBRE A NOÇÃO DE PALAVRA ... 2499

Neurolinguística ... 2517

AS PALAVRAS NA “PONTA-DA-LÍNGUA” E O FUNCIONAMENTO SEMÂNTICO-LEXICAL: REFLEXÕES A PARTIR DE UMA ANÁLISE QUALITATIVA DAS AFASIAS ... 2517

(11)

Linguística e Cognição ... 2528

ANÁLISE DA POLISSEMIA DO VERBO “TOMAR”, SEGUNDO PRESSUPOSTOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS DA LINGUÍSTICA COGNITIVA ... 2528

DA “PESTE GAY” A AIDS: ANÁLISE SEMÂNTICA DOS NOMES DA DOENÇA ... 2546

EFEITOS COGNITIVOS GERADOS A PARTIR DA INTERAÇÃO PROFESSORA-ALUNOS SOBRE OS ESTÍMULOS OSTENSIVOS DE UM ANÚNCIO PUBLICITÁRIO ... 2563

Letramentos ... 2580

A CONTRIBUIÇÃO DAS CAPACIDADES FORMATIVAS PARA SE ENTENDER A APROPRIAÇÃO DO LETRAMENTO ACADÊMICO ... 2580

A [INTER]AÇÃO FAMILIA-ESCOLA AÇÕES DE LETRAMENTO MEDIADAS POR ALUNOS EM COMUNIDADE DO COMPLEXO DA MARÉ... 2597

CONSTRUÇÂO DE SIGNIFICADOS EM UM CURSO BÁSICO DE INFORMÁTICA ... 2608

LEITURA E ESCRITA NO CONTEXTO ESCOLAR: PROPOSTA DE ATIVIDADES EM LETRAMENTO DIGITAL DO PIBID LETRAS IFPA/CAMPUS BELÉM ... 2626

LETRAMENTO POLÍTICO NOS “SANTINHOS”: A MULTIMODALIDADE PRESENTE NO MATERIAL IMPRESSO DOS CANDIDATOS DE FORTALEZA EM 2012 ... 2642

MULTIMODALIDADE E TEXTOS PUBLICITÁRIOS: O TRABALHO COM A LEITURA DE IMAGENS EM CONTEXTO ESCOLAR ... 2658

PRÁTICAS SOCIAIS DE ORALIDADE E DE LETRAMENTO NO ENSINO MÉDIO: ... 2670

SER LETRADO HOJE: NA CONFLUÊNCIA DO VERBAL COM O NÃO VERBAL ... 2680

Gêneros textuais/discursivo ... 2691

ANÁLISE DAS PRODUÇÕES DISCURSIVAS NAS TIRAS HUMORÍSTICAS EM UMA PERSPECTIVA DO INTERACIONISMO SÓCIODISCURSIVO ... 2691

ASPECTOS PROBLEMÁTICOS NA PRODUÇÃO DE RESUMOS NA UNIVERSIDADE ... 2701

GÊNERO TEXTUAL SENTENÇA JURÍDICA NA ÓTICA DE MARCUSCHI... 2714

INTERDISCURSIVIDADE EM CHARGES: UMA ABORDAGEM DISCURSIVA ... 2726

O ENSINO DE GÊNEROS DIGITAIS EMERGENTES – UMA ABORDAGEM POSSÍVEL ... 2739

O ENSINO DE PORTUGUÊS ATRAVÉS DOS GÊNEROS TEXTUAIS EM UMA ESCOLA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE CRUZEIRO DO SUL ... 2753

OS MARCADORES METADISCURSIVOS DE ENGAJAMENTO NO GÊNERO ARTIGO CIENTÍFICO NA DISCIPLINA LINGUÍSTICA ... 2766

Lexicologia, lexicografia e terminologia ... 2774

A TERMINOLOGIA DO MICRO E DO PEQUENO AGRICULTOR DE CANA-DE-AÇÚCAR DO MARANHÃO: A VARIAÇÃO DIATÓPICA ... 2774

LIVROS DIDÁTICOS E DICIONÁRIOS: FERRAMENTAS DIDÁTICO-PEDAGÓGICAS PARA A AQUISIÇÃO LEXICAL ... 2786

QUILOMBOLAS REMANESCENTES DO TOCANTINS: ESTUDO DOS TOPÔNIMOS DAS COMUNIDADES COM FOCO NOS ESTUDOS LINGUÍSTICOS E NAS PRÁTICAS CULTURAIS E HISTÓRICAS ... 2803

(12)

RESULTADOS DE UM BREVE LEVANTAMENTO LEXICAL NO MUNICÍPIO DE DORMENTES-PE ... 2819

UMA ABORDAGEM ETNOTOPONÍMICA DO PARQUE ESTADUAL TURÍSTICO DO ALTO RIBEIRA: PETAR ... 2835

Estudos da Tradução ... 2846

TRADUÇÃO E DIALOGISMO: UM ESTUDO DO PAPEL DO TRADUTOR NA CONSTRUÇÃO DO SENTIDO ... 2846

UM HABITUS TRADUTÓRIO PARA A ANTROPOLOGIA BRASILEIRA EM LÍNGUA INGLESA: UM ESTUDO BASEADO NO CORPUS DA OBRA O POVO BRASILEIRO DE DARCY RIBEIRO ... 2864

Línguas de Sinais ... 2882

LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS E FORMAÇÃO DE PROFESSORES: UMA ANÁLISE DE CONTEÚDOS E MÉTODOS NO ENSINO DE LIBRAS. ... 2882

MEMÓRIAS LINGUÍSTICAS E REGISTROS DOS VERBOS DO SISTEMA DE SINAIS CASEIROS DE DUAS CRIANÇAS SURDAS DE JACARÉ DOS HOMENS ... 2900

METONÍMIA E ICONICIDADE: RELAÇÕES COGNITIVAS POSSÍVEIS EM LIBRAS ... 2915

O CORPO NA CONCEPÇÃO DE EVENTOS NA LÍNGUA DE SINAIS BRASILEIRA ... 2926

O ENSINO DE LIBRAS PARA OUVINTES: DESAFIOS PARA A PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO ... 2942

TRADUÇÃO EM LÍNGUA DE SINAIS: UM ESTUDO DAS ESTRATÉGIAS DE INTERPRETAÇÃO DE FRASEOLOGISMOS DO PORTUGUÊS PARA A LIBRAS. ... 2957

Políticas Linguísticas ... 2975

(13)

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POR UMA ABORDAGEM FUNCIONAL DO ALÇAMENTO DE CONSTITUINTES ARGUMENTAIS

Gustavo da Silva Andrade (PIBIC/Unesp – Câmpus de São José do Rio Preto) Sebastião Carlos Leite Gonçalves (CNPq/Unesp – Câmpus de São José do Rio Preto)

Introdução

Dentre os muitos fenômenos que tomam lugar nas orações complexas, aqui entendidas como casos estritos de subordinação sentencial (HOPPER; TRAUGOTT, 1993), o alçamento de constituintes argumentais da oração subordinada para os limites da oração matriz talvez seja um dos mais intrigantes nas línguas naturais (SERDOBOL’SKAYA, 2008), razão que nos leva a oferecer, neste trabalho, uma descrição do fenômeno para o português brasileiro (PB), sob a perspectiva funcionalista, o que significa ter de considerar, além de aspectos morfossintáticos, também aspectos semânticos e pragmáticos.

Em decorrência dessa opção teórica, empreendemos a descrição do alçamento com base em pesquisa em córpus de língua falada, partindo do trabalho de Noonan (2007 [1985]), por ser este de caráter tipológico, com o objetivo de verificar se os critérios por ele utilizados na caracterização do fenômeno são necessários e suficientes para a identificação e a descrição de um caso específico de alçamento no PB: o alçamento do constituinte sujeito da oração subordinada para a posição de constituinte sujeito da oração matriz (ASS, doravante). Para o levantamento dos dados, recorremos a amostras de fala do Banco de Dados IBORUNA, um banco de dados de médio porte (disponível em <http://www.iboruna.ibilce.unesp.br>), com pouco mais de um milhão de palavras e que registra a variedade do português falado no interior paulista, por meio de uma amostra do censo linguístico de parte da região noroeste do estado e de uma amostra de interação, gravada secretamente (GONÇALVES, 2007) em contextos de interação social livres, sem qualquer controle de variantes sociais.

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Com base na literatura sobre o assunto, adotamos inicialmente os seguintes parâmetros para a análise dos dados:

(i) De âmbito morfossintático: (a) tipo estrutural de SN alçado, (b) [+/- concordância] nos limites da matriz, (c) [+/- concordância] nos limites da encaixada, (d) presença de pronome cópia na encaixada, (e) tipo de conector entre matriz e encaixada, (f) correlação modo-temporal entre matriz e encaixada, (g) formato da oração encaixada; (ii) De âmbito semântico: (a) semântica do predicado matriz, (b) referencialidade e (c)

animacidade do SN alçado;

(iii) De âmbito pragmático: (a) topicalidade e (b) status informacional do SN alçado.

Explicitados, nesta parte introdutória, os objetivos do trabalho e seu aparato metodológico, este trabalho estrutura-se nas seguintes seções: na primeira seção apresentamos o subsídio teórico principal de que parte nosso trabalho descritivo; na segunda seção, mostramos como o fenômeno se manifesta no PB, a partir de ocorrências no córpus, com especial interesse para os casos de ASS; à guisa de conclusão, apresentamos nossas considerações finais, que apontam para uma necessidade de continuidade de investigação do tema, em busca de uma definição mais precisa para o fenômeno, consistente com uma abordagem funcionalista.

Subsídios teóricos

Em seu trabalho de descrição da complementação oracional, Noonan (2007 [1985]) trata dos predicados que tomam orações por complemento e apresenta um tratado tipológico para as orações completivas. Ao tratar, especificadamente, da sintaxe da complementação, apresenta fenômenos que tomam por escopo as completivas, entre os quais destacamos os casos de alçamento, foco central do presente trabalho.

Segundo o autor, além do fenômeno de equi deletion77, orações completivas, também, sujeitam-se a fenômenos de alçamento, que consiste na ocorrência de um termo argumental do predicado da oração completiva em um slot da oração matriz, dentro do qual contrai alguma relação morfossintática com o predicado, permanecendo, entretanto, a relação

77

O fenômeno de equi-deletion refere-se ao apagamento de termo da oração completiva correferencial a algum termo da oração matriz, como em Zekei wants Øi to plant the corn, na qual os sujeitos do predicado matriz wants

e do predicado encaixado to plant são os mesmos. Pode ocorrer também apagamento de termo da oração matriz correferencial a termo da oração completiva, caso identificado como equi-deletion para trás (NOONAN, 2007, p.75-79).

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semântica com o predicado encaixado, conforme exemplo abaixo do inglês, extraído do autor (NOONAN, 2007 [1985], p.79).

(01) a. Irv believes [Harriet is a secret agent]

‘Irv acredita que Harriet é um agente secreto’ b. Irv believes Harriet [to be a secret agent]

Lit:*‘Irv acredita Harriet ser um agente secreto’ ‘Irv acredita ser Harriet um agente secreto’

Em (01a), o SN Harriet ocupa a posição argumental de sujeito do predicado encaixado, secret agent, e, em (01b), ocorre em posição argumental de objeto do predicado matriz believes, mas mantém sua relação semântica com a predicação encaixada, e tem sua finitude reduzida à forma não-finita. Assim, a construção (01b), contraparte com SN alçado de (01a), representa um caso de alçamento de sujeito a objeto (doravante, AOS).

Deve ficar claro que o alçamento não modifica as relações semânticas, ele apenas reconfigura as relações morfossintáticas no interior do complexo oracional. Isto é, no exemplo acima, mesmo assumindo a função sintática de objeto direto do predicado da matriz, o argumento Harriet continua sendo o sujeito semântico do predicado da oração completiva. Deste modo, o alçamento estaria ligado a uma modificação nas relações sintáticas e, não, nas relações semânticas. Entendemos, então, que um constituinte semanticamente argumento da oração completiva e sintaticamente argumento da oração matriz está em uma relação de alçamento.

Em sua descrição, Noonan (2007 [1985]) afirma que o alçamento seria um:

método através do qual argumentos podem ser removidos de suas predicações, resultando em estrutura de complementação de tipo não sentencial [non-s-like]. Esse método envolve a colocação de um argumento nocionalmente parte da proposição complemento (tipicamente o sujeito) em uma posição com relação gramatical (por exemplo, de sujeito ou de objeto direto) com o PTC [predicado que toma complemento]. Esse movimento de um argumento de uma sentença de nível mais

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baixo para uma de nível mais alto é chamado alçamento. (NOONAN, 2007 [1985], p.79, grifos acrescidos).78

Com base nessa definição oferecida pelo autor, podemos extrair alguns aspectos relevantes para a caracterização do alçamento. Primeiramente, o SN alçado é semanticamente parte de uma oração completiva79, i.e., é um constituinte argumental do predicado encaixado, e, não, do predicado matriz. Segundo, o alçamento é um fenômeno que afeta, tipicamente (mas, não, necessariamente) o sujeito da oração encaixada, que, ao ser alçado, desenvolverá relações gramaticais com o predicado matriz, i.e., será seu sujeito ou seu objeto. Em terceiro lugar, após o alçamento a oração complemento assume a forma reduzida (infinitiva), tornando-se uma non-sentence-like, i.e., se dessentencializando. Por último, porém não menos importante, o autor emprega termos como colocação [placement], movimento [movement] e, na identificação do próprio fenômeno, o termo alçamento [raising], em torno dos quais caberia uma discussão detalhada sobre (in)adequação do aproveitamento teórico desses termos para referir ao SN alçado. Resumidamente, colocação e movimento parecem-nos termos contraditórios na explicação do fenômeno, porque o primeiro refere-se à posição de constituinte motivada por razões sintáticas, semânticas e pragmáticas, como defendem funcionalistas (DIK, 1979), e o segundo, à operação de transformação sobre a contraparte sem alçamento, nos termos como inicialmente o fenômeno foi descrito pelo aparato teórico da gramática gerativa (POSTAL, 1974). Assim, a diferença entre essas duas abordagens teóricas diz respeito ao modo como cada uma concebe a origem do constituinte alçado: como resultante de movimentos do constituinte de uma posição hierarquicamente mais baixa para uma mais alta na sentença, como postulam os gerativistas, ou como resultado de motivações pragmáticas, semânticas ou morfossintáticas que levam os constituintes a assumirem a posição que ocupam na estrutura da oração, como postulam os funcionalistas, posição, que

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Tradução livre do original: “[…] method whereby arguments may be removed from their predications resulting in a non-s-like complement type. This method involves the placement of an argument notionally part of the complement proposition (typically the subject) in a slot having a grammatical relation (eg subject or direct object) to the CTP [complement taking predicates]. This movement of an argument from a lower to a higher sentence is called raising.”(NOONAN, 2007, p.79).

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Neste trabalho, empregamos, intercambiavelmente, os termos subordinada, completiva/complemento e

encaixada para nos referirmos à sentença/oração em posição argumental de um predicado matriz ou a um seu

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assumimos neste trabalho. A respeito dessa diferença, Hengeveld e Mackenzie (2008, p. 393) assim se pronunciam:

Observe que, embora usemos o termo tradicional ‘raising’ [alçamento] aqui, não queremos sugerir que o fenômeno envolve a transformação de uma configuração básica em outra derivada. (HENGEVELD; MACKENZIE, 2008, p.393).

Decorrente dessa definição de alçamento, segundo Garcia Velasco (2011), podemos encontrar algumas implicações. A primeira delas é que o alçamento seria uma discrepância entre Sintaxe e Semântica: as relações semânticas, no caso dos argumentos alçados, mantêm- -se, porém suas relações sintáticas são alteradas, o que levaria à discrepância entre função semântica e função sintática. Uma segunda implicação seria sempre o envolvimento de pares de construções, o que exclui do fenômeno de alçamento casos em que não haja a contraparte não alçada do par, como se verifica, em PB, no par de orações João parece estar cansado / Parece que João está cansado, mas não no par João acredita que Maria está grávida / ? João acredita Maria estar grávida. Por fim, duas últimas implicações de âmbito formal são as adaptações morfossintáticas do argumento alçado e da oração complemento. Os principais ajustes morfossintáticos do SN alçado envolvem relação de concordância e atribuição de caso morfológico (nas línguas que o requerem) relativamente ao predicado matriz (SERDOBOL’SKAYA, 2008) e expressão infinitiva da oração encaixada. Se esse último ajuste é postulado como necessário para a identificação do fenômeno, três situações se configuram: (i) ou a redução da oração encaixada para a forma infinitiva é opcional e, portanto, o fenômeno é compatível também com oração encaixada na forma finita, como em PB (as crianças parecem que estão cansadas); (ii) ou se oração encaixada permanece na forma finita, não estamos diante de um caso de alçamento; (iii) ou ainda, esta não pode ser uma propriedade definitória do fenômeno. Tornaremos a essa questão mais adiante.

Não somente o sujeito do predicado encaixado é afetado pelo alçamento. Para além do sujeito, o objeto direto também pode ser afetado. Quanto à posição para a qual o constituinte será alçado, ela normalmente corresponde à posição de sujeito, porém, há a possibilidade de que o constituinte ocupe também a posição de objeto direto do predicado matriz, caracterizando a pluralidade de tipos de alçamento mostrados em (07) e (08), exemplos do inglês, e, em (09), exemplo do irlandês.

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a. It seems [that Boris dislikes vodka] ‘Parece que Boris não gosta de vodca’

b. Boris seems [to dislike vodka]

‘Boris parece não gostar de vodca’

(08) Inglês: Alçamento de Objeto a Sujeito (AOS) (NOONAN, 2007 [1985], p.81)

a. It´s tough for Norm [to beat Herb] ‘É difícil (para) Norm vencer Herb’

b. Herb is tough [for Norm to beat]

‘Herb é difícil (para/de) Norm vencer’

(09) Irlandês: Alçamento de Objeto a Objeto (AOO) (NOONAN, 2007 [1985], p.82)

a. Is ionadh liom é [a fheiceáil Sheáin anseo] COP surpresa com.me lo COMP ver.NZN John.GEN aqui ‘É uma surpresa para mim que ele tenha visto John aqui’ b. Is ionadh liom Seán [a fheiceáil anseo] COP surpresa com.me John COMP ver.NZN aqui ‘É surpresa para mim (ele) ver John aqui’

Em (07), vemos exemplificado um dos tipos mais produtivos de alçamento, o ASS: o Boris, em (07a), sujeito do predicado complemento, é alçado a sujeito do predicado matriz em (07b), levando a uma redução da oração complemento. Em (08a), Herb funciona como objeto direto do predicado encaixado e, em (08b), tem sua relação sintática modificada, juntamente com uma redução da oração complemento, passando a exercer a função de sujeito do predicado matriz e caracterizando alçamento de objeto a sujeito (de agora em diante, AOS). Em (09), o alçamento é da posição de objeto a objeto (AOO, doravante), um dos menos produtivos translinguisticamente (GARCIA VELASCO, 2011). Nesse exemplo do irlandês, as motivações para o alçamento ocorrem de modo gradual: em (09a), a equi-deletion decorrente da coreferencialidade do sujeito da encaixada e de um argumento da matriz, através da qual, na matriz, a forma de acusativo é ‘lo’ ocorre como nominativo sé ‘ele’, uma das motivações para o alçamento do constituinte Sheáin da nominalização a objeto do predicado ionadh. Segundo o autor, nesses casos em que há equi-deletion e a oração complemento vem com um termo nominalizado, é obrigatório o alçamento em irlandês.

Pelos exemplos oferecidos pelo autor, já é possível observar que, intralinguisticamente, nem todos os tipos de alçamento são produtivos, como é o caso de AOO para o inglês (NOONAN, 2007 [1985], p.81).

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Observe-se, por último, que, apesar do trabalho tipológico de Noonan (2007 [1985]) ter um apelo funcionalista na descrição geral da subordinação, no tocante ao fenômeno do alçamento, ele não destaca propriedades de ordem semântica e pragmática, razão que nos leva a recorrer a outros autores para tratar especificamente da manifestação do fenômeno no PB, em razão de nosso compromisso com uma orientação funcionalista.

Manifestação do fenômeno no PB

Relativamente ao PB, identificamos os seguintes tipos de alçamento, retirados do córpus que nos serviu de investigação empírica e/ou de manuais de descrição do português, com a explicitação, em cada caso, do que constitui contraparte sem alçamento. 80

(10) a.

ASS

a informante parece [pensar em algo mais para dizer] (AC-004; 63) a'.

a”.

Parece que a informante pensa em algo mais para dizer (construção do par) A informante parece [que pensa em algo mais para dizer.]

b. AOS

o serviço é difícil [arranjá(r)] (AC-071; 135) b’.

b”.

É difícil arranjá(r) serviço (construção par) ?? O serviço é difícil [que se arranje].

c.

ASO

O professor mandou os alunos [entregarem os trabalhos datilografados] (SOUSA E SILVA; KOCH, 2009, p.110)

c'. c”.

O professor mandou [que os alunos entregassem os trabalhos datilografados] O professor mandou-os [entregar os trabalhos datilografados]

d. As provas do processo confirmaram (o réu) [ser (o réu) um estelionatário] (SOUSA E SILVA; KOCH, 2009, p.110 )

d'. d”.

As provas do processo confirmaram [que o réu é um estelionatário] ?? As provas do processo confirmaram-no [ser um estelionatário].

Em (10a), observamos uma estrutura prototípica com alçamento promovida por um predicado matriz de modalidade epistêmica, o verbo parecer: o sujeito da oração encaixada

80 Ao final de cada ocorrência extraída do corpus, identificamos, respectivamente: o tipo de amostra (AC,

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ocorre no slot à esquerda do verbo, recebendo, nesse novo domínio, a função sintática de sujeito do predicado matriz. Trata-se de estrutura prototípica em decorrência da manutenção de todos os critérios de alçamento oferecidos por Noonan (2007 [1985]), inclusive a redução da oração complemento. Esse exemplo configura um caso de ASS, ou seja, o SN alçado, antes, sujeito sintático da oração completiva, como visto em (10a'), ocorre como sujeito sintático do predicado matriz (10a). Observe que mesmo tendo perdido sua relação morfossintática com a oração completiva, ele mantém sua relação semântica no interior dela. A reconstrução em (10a") mostra que a redução da oração encaixada, mesmo em estrutura semelhante à de alçamento, não é uma propriedade necessária, ao menos para esse tipo de predicado matriz.

Em (10b’), par não alçado de (10b), segue um exemplo de AOS, tipo favorecido por predicados avaliativos do tipo (é) fácil/difícil. O SN serviço, em (10b’), é argumento objeto direto do predicado encaixado arranjar; com o ajuste morfossintático, resultante da construção com SN alçado (10b), a ele é atribuída a função sintática, agora, de sujeito pelo predicado matriz. Novamente, mesmo tendo perdido relações sintáticas com o predicado encaixado, mantém ainda sua relação semântica com ele. Também se observa, categoricamente, para esse tipo de alçamento, a redução da oração completiva, com a diferença de que é raro (se não estranho) que sua contraparte sem alçamento ocorra na forma finita, como mostra (10b”).

Podemos observar, nos exemplos (10c, d)81, estruturas de alçamento, relativamente à estrutura sem alçamento correspondente (10c’,d’). Seguindo o modelo descrito por Noonan, nesses exemplos, há, nos termos de Lehmann (1988), uma dessentencialização da oração encaixada, ou seja, a oração complemento perde propriedades de oração plena, assumindo a forma infinitiva. No exemplo (10d), há ainda posposição do sujeito semântico réu ao verbo ser da oração encaixada, algo que, segundo Sousa e Silva e Koch (2009), marcaria uma escolha estilística alternativa a As provas do processo confirmaram [o réu ser um estelionatário], confirmando, assim, tratar-se de caso de ASO, como bem mostra a pronominalização de caso acusativo totalmente aceitável em (10c”) e discutível em (10d”).

Aparentemente, até onde pudemos constatar, os casos de AOO, em PB, não são atestados, ou são produtivos, como os de ASO.

81 Não encontramos no córpus nenhuma ocorrência de ASO, embora esse tipo também se manifeste no PB.

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Como deve ter ficado claro nas análises acima oferecidas, nem todos os critérios oferecidos por Noonan (2007 [1985]) para identificar o fenômeno de alçamento se aplicam consistentemente ao PB:

(i) o SN alçado mantém relações argumentais (semânticas) com o predicado encaixado: aplicável a todos os três tipos encontrados no PB;

(ii) ajuste morfossintático de concordância entre SN alçado e o predicado matriz: critério obrigatório para os três tipos de alçamento encontrados no PB (embora, em quase todas as ocorrência que levantamos no córpus, o argumento alçado seja SN de 3a. pessoa singular, restringindo, assim a verificação inequívoca dessa propriedade);

(iii) dessentencialização da oração encaixada: critério opcional, para ASS, mas obrigatório para os casos de AOS e ASO, opcionalidade que se deve ao tipo semântico de predicado matriz; com predicados matrizes de modalidade epistêmica, que favorecem fortemente o ASS, a redução da encaixada é facultativa ou se trata de um tipo apenas aproximado de alçamento, o que nos leva a ficar com a primeira alternativa; com predicados matrizes avaliativos ou confirmativos, mais correlacionados ao AOS e ASO, a dessentencialização é propriedade obrigatória.

Grande parte dos estudos sobre alçamento, incluindo o de Noonan (2007 [1985]), privilegia apenas aspectos morfossintáticos em razão de se desenvolver, a maior parte deles, sob uma abordagem formal (HENRIQUES, 2008; FERREIRA, 2001 apud GONÇALVES, 2003); fatores de ordem semântica e pragmática permanecem ignorados.

Tomando o funcionalismo givoniano (GIVÓN, 2001a) como quadro teórico, Gorski (2008) discute, para casos de topicalização em PB envolvendo predicados avaliativos, como os por nós identificados como predicados que propiciam AOS (é fácil/é difícil), a relação entre topicalidade e tais tipos de predicado.

Segundo Givón (2001a, p.13), topicalidade, um dos subsistemas gramaticais orientados para o discurso, é definida como uma propriedade de SN, que, normalmente, é codificado como sujeito (tópico primário), mas que também pode ser codificado como objeto (tópico secundário). A topicalidade, mesmo que refletida no nível oracional, é dependente do discurso. Ainda segundo o autor, a topicalidade está relacionada ao princípio icônico de sequencialidade, segundo o qual, em específico, “uma fatia de informação mais importante é

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233

colocada à frente”. Provavelmente, no tocante ao alçamento, o termo alçado seria colocado à frente em uma relação gramatical com o predicado matriz por motivações pragmáticas, i.e., um constituinte tópico é levado à esquerda, perdendo suas relações com o predicado encaixado (GIVÓN, 2001a, p.35).

Pelas premissas funcionalistas de Givón, segundo Gorski (ibidem), vemos que a “linguagem humana tem duas funções principais: a de representação e a de comunicação do conhecimento/experiência.”. (GORSKI, 2008, p.170). Desse modo, enquanto no ponto de representação, configuram-se os níveis da informação semântico-proposicional, lexical e da coerência discursiva, no ponto da comunicação, configura-se a codificação comunicativa por meio do código sensório-motor periférico e do código gramatical. Portanto, quando consideramos o nível sintático da oração, há sempre a possibilidade de um mesmo conteúdo ser codificado de modos distintos, o que permite explicar certos tipos de fenômenos linguísticos, dentre os quais o alçamento. Assim, a topicalidade está relacionada com dois aspectos da coerência referencial: a acessibilidade referencial e a importância temática, relacionadas, respectivamente, ao quão, segundo o Falante, o referente está acessível e ao quão importante ele é. São estes dois mecanismos que restringem as escolhas gramaticais usadas na codificação da estrutura morfossintática, o que reflete o caráter pragmático e discursivo do alçamento.

Para Givón (2001b, p.272), a ocorrência do alçamento está relacionada com a presença de um verbo de atividade mental com um argumento proposicional e outro argumento nominal. Dentro do argumento proposicional, um SN é dado como tópico, normalmente, o sujeito, e, dada sua importância, esse termo é alçado e levado de argumento tópico da subordinada para argumento (sujeito ou objeto) da principal.

Podemos observar que até o presente momento as definições têm restringido o alçamento à caracterização de um constituinte da encaixada, ou seu sujeito, majoritariamente, ou seu objeto, que é alçado a sujeito ou objeto da matriz. Porém, seria possível estender essa definição?

Conforme observado por Gorski (2008), em português, a topicalização é motivada pragmaticamente, porém não sofre as restrições propostas por Givón, i.e., não se aplicam, ao português, as restrições acerca da impessoalidade e do tipo de verbo de atividade mental, contudo, o português restringe-se quanto à definitude do SN. Segunda a autora, aplicam-se ao português outras particularidades, tais como (i) o uso da preposição de diante do infinitivo e (ii) a possibilidade de deslocar um constituinte adverbial, locativo, que, ocorrendo na forma

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nominal, concorre à função de sujeito da oração matriz, conforme exemplificado em (11) e (12), respectivamente:

(11) Uso da preposição de diante do infinitivo (AC-048-TRANS-304-306)

a. Doc.: J. a sua mãe me falô(u) que cê sabe fazê(r) um bolo de chocolate muito bom:: eu gostaria que você me explicasse como que é esse bolo de chocolate

Inf.: ah ele é assim ele é fácil de fazê(r) né?

(12) Constituinte Adverbial Deslocado (AC-146-TRANS-94-98)

a. o Império publica uma lei... que dava direito aBRIa a possibilidade... das pessoas que se... instaLAssem em terras... públicas portanto terras ((barulho de carros)) devolutas é difícil que se estabelecessem... criassem as suas RAÍzes nesses locais construíssem suas casas... os seus... é:: tiv/ mantivessem os seus reban::hos...

Podemos observar, em (11), um caso de AOS. Na estrutura canônica82, a oração seria codificada como é fácil fazê(r) ele né?, em que o pronome ele refere-se ao referente tópico bolo. Podemos observar que há uma motivação pragmática para o alçamento: o SN é um constituinte discursivamente importante e relevante, ou seja, é a parte do ato discursivo que tem relevância contextual e que será resgatado dentro da interação comunicativa. Desse modo, ocorre o alçamento do constituinte, corroborando o que é afirmado por Gorski (2008), o infinitivo vir introduzido por preposição.

Já em (12), observamos uma estrutura de alçamento de um termo locativo para a posição de sujeito. Uma característica que aparentemente faz parte desse tipo de alçamento é o apagamento da preposição: portanto é difícil que se estabelecessem em terras devolutas.

No trabalho de Serdobol’skaya (2008), encontramos uma definição de alçamento que retoma o que é definido por Noonan: um constituinte argumental da encaixada passa a funcionar como um constituinte argumental da matriz. Segundo a autora:

tem sido dito que os sintagmas nominais (SN) [...] são alçados, porque mostram propriedades morfossintáticas de argumento do verbo matriz (objeto direto ou

82 Seguindo a ampla literatura que trata da ordenação dos constituintes, adotaremos como estrutura ou ordem

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235

sujeito), enquanto, semanticamente, pertencem à oração encaixada.

(SERDOBOL’SKAYA, 2008, p.269). 83

Porém, diferentemente da proposta de Noonan, a autora apresenta outros casos, aparentemente, questionáveis de alçamento, além dos casos com o objeto ou o sujeito alçados, como, por exemplo, o caso de pronomes reflexivos e correferentes. Veja-se o exemplo abaixo:

(13) a. Jack believed himself to be immortal

‘Jack acredita-se ser imortal’

Em (13a), o pronome himself, traduzido para o português por meio da partícula se, é, ao mesmo tempo, objeto direto do predicado believed e sujeito do predocado immortal. Além de coreferencial, o pronome é reflexivo, i.e., codifica referência tanto ao sujeito da matriz como ao sujeito da encaixada.

Inicialmente, como base nos critério de Noonan (2007 [1985]), atestaríamos o estatuto de oração alçada para a ocorrência em (13a). Entretanto, algumas diferenças, de ordem estrutural, podem ser vistas entre o exemplo da autora e os demais exemplos utilizados na literatura, levando-nos a questionar o estatuto de alçamento do exemplo em (13a).

Ao observamos a estrutura codificada, encontramos semelhança com outro fenômeno: equi-deletion. Pelos critérios apresentados pela literatura funcional, na Gramática Funcional Lexical, (cf. FOKKENS, 2010), trata-se de um caso de equi-deletion, já que o verbo, na forma finita, toma por sujeito um argumento coreferencial a outro da matriz, levando a um apagamento do termo da encaixada, configurando, assim, um controle anafórico, diferentemente do que ocorre com predicados alçados, em que há um controle funcional, nos termos de Fokkens (2010). Outro fator parece levar-nos a questionar o estatuto de alçamento para a ocorrência: todos os argumentos do predicado matriz são semânticos, i.e., o verbo fazer tem dois slots a serem preenchidos. Do mesmo modo que, no exemplo da autora, o verbo

83

Tradução livre do original: “[…] it has been that the noun phrases (NPs) […] are ‘raised’, because they show morphsyntactic properties of the matrix verb’s argument (direct object or subject), while semantically they belong to the embedded clause.” (SERDOBOL’SKAYA, 2008, p.269).

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believe tem dois slots, o que, aparentemente, não configuraria um caso de alçamento, já que para o alçamento há apenas uma posição semântica.

A maior contribuição de Serdobol’skaya (2008) é apresentar problemas encontrados na definição de Noonan. Assim como ele, a autora também identifica que não somente o sujeito pode ser alçado, porém, diferentemente de Noonan, a autora apresenta ocorrência de alçamento de objetos indiretos e de sintagmas nominais não argumentais, encontrados na língua kipsigis, e de orações adverbiais, presentes nas línguas altaic, estruturas já encontradas em trabalhos como o de Gorski (2008) ao tratar da topicalização de adjuntos adverbiais. Além destas línguas, em quéchua, tipos diferentes de constituintes podem ser alçados e, no irlandês, orações temporais, com simultaneidade entre o tempo do estado-de-coisas da oração matriz e o da oração encaixada, são alçadas também, algo também tratado por Gorski para o PB.

Já dentro da teoria da Gramática Funcional (doravante, GF), Dik afirma que a teoria não aceita transformações oracionais e, para explicar as relações ativas/passivas, adota uma subteoria especial que envolve o alçamento de passivas (DIK, 1979). Observe o exemplo dado pelo autor, reproduzido em (14).

(14) a. John believed Bill to have killed the farmer ‘John acreditou Bili ter matado o fazendeiro’

No exemplo (14), Bill é o SN-Sujeito da encaixada to have killed the farmer, tendo sido codificado como SN-Objeto do predicado believed. Contudo, a não aceitação dos processos de transformação oracional, muito comuns em explicações de cunho gerativista, leva Dik propor duas explicações. Uma delas leva em conta os estudos de Bolkestein (1976 apud DIK, 1979) sobre o acusativus cum infinitivus do latim, que corresponderia ao fenômeno de alçamento em latim, conforme exemplos em (15).

(15) a. credo cum venire

Creio lhe vir

b. cogo cum venire

Forço lhe vir

Em (15a), o pronome cum funciona, ao mesmo tempo, como objeto de credo e sujeito do verbo finito venire, bem como em (15b), no qual funciona como sujeito do infinitivo e objeto direto do predicado cogo. Desse modo, haveria uma relação semântica entre o tipo de predicado da matriz e a seleção da ocorrência ou não do alçamento, i.e., em inglês, segundo

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237

Dik (1979, p.134-136), nem todos os predicados matrizes permitiriam o alçamento com uma passiva, como por exemplo, o caso ilustrado em (16).

(16) a. I believe Bill to have killed the farmer

‘Eu acredito Bill ter matado o fazendeiro’

b. *I force Bill to have killed the farmer ‘Eu forço Bill ter matado o fazendeiro’

Observe que um predicado manipulativo, como, em (16b), não permite o alçamento em inglês, diferentemente de um predicado de modalidade epistêmica, além de haver uma relação com as restrições de voz, de tempo e outras categorias, que não serão aqui explicitadas. Aparentemente são meras restrições para o fenômeno, não o explicam. Talvez, tomando as discussões anteriores sobre a equi-deletion, os exemplos, em (15a,b), sejam casos de verbos de equi-deletion. Podemos observar que não há uma marca de impessoalidade nos verbos em latim credo e cogo; todos possuem um slot para o sujeito e para o objeto, i.e., são verbos de dois-lugares. Portanto, a forma de objeto dos dois predicados implica um controle anafórico com os sujeitos da encaixada, não configurando, pois, casos de alçamento.

Ainda segundo Dik (1979), outra explicação para o fenômeno, aparentemente, revelaria uma solução que não passasse pelas transformações oracionais. Considerando as funções semânticas e a relação com o sujeito e o objeto, Dik apresenta a seguinte forma de combinação das funções semânticas e sintáticas para o inglês:

Agente (Ag)

Meta (Go) Recipiente (Rec)

Beneficiário (Ben)

Exemplo84

Suj Obj JohnAgSuj gave the bookGoObj to MaryRec

Suj Obj JohnAgSuj gave MaryRecObj the bookGo

Suj Obj JohnAgSuj bought MaryBenObj the bookGo

Suj The bookGoSuj was given to MaryRec by JohnAg

Suj MaryRecSuj was given the bookGo by JohnAg

Suj MaryBenSuj was bought the bookGo by John Ag

84

(27)

238

Segundo Dik, haveria abertura para a possibilidade de considerar que as funções semânticas de SUJ e de OBJ podem estar inseridas no predicado encaixado, fazendo-as subjacentes a eles. Veja:

(17) a. John believed Bill to have killed the farmer

a’. believeV (John)AgSubj (killV (Bill)AgSujeObj (the farmer)GoObj)Go

b. Bill was believed by John to have been give the book by Peter b’. beiliveV (Bill)RecSujeSuj (John)Ag (giveV (the book)Go (Peter)Ag)Go

Deste modo, o constituinte Bill, em (17a'), teria a função semântica de Agente, com a função sintática de Objeto, referente ao predicado believe, mas, também, apresentaria a função sintática de Sujeito subjacente, referente ao predicado kill. Já em (17b’), o constituinte Bill, com a função semântica de recipiente, tem a função sintática de Sujeito, referente ao verbo believe, e a função sintática de Sujeito subjacente, referente ao verbo give.

Resultados para o ASS no PB

Com base na literatura sobre alçamento de constituintes de modo mais geral, ou em línguas específicas, encontramos um conjunto de critérios que permite identificar construções passíveis de alçamento, fenômeno que, consensualmente, envolve o reconhecimento de um argumento que é semanticamente argumento de uma oração completiva, mas que ocorre nos limites de uma oração de nível mais alto, no domínio da qual contrai novas relações morfossintáticas.

Sob tal definição, no PB, é possível alçamento de constituintes de uma posição de sujeito da oração completiva para sujeito da oração matriz (ASS), de sujeito da oração completiva para objeto da oração matriz (ASO), de objeto da oração completiva para objeto da oração matriz (AOO) e de objeto da oração completiva para sujeito da oração matriz (AOS). Para todos esses casos reconhecíveis nas línguas em geral, os seguintes parâmetros parecem suficientes para a identificação do fenômeno (NOONAN, 2007 [1985]):

(i) Presença de duas orações;

(28)

239

(iii) Oração encaixada perde propriedades oracionais (explicitude de sujeito, força ilocucionária, finitude, concordância etc).

Relativamente ao nosso trabalho, com base em trabalhos que investigaram fenômeno semelhante para o PB (GORSKI, 2008; MITTMANN, 2006; HENRIQUES, 2008), um conjunto de critérios de análise foram propostos para a investigação dos casos de ASS e revelaram um conjunto de propriedades para o alçamento no PB. Observe os exemplos em 18.

(18) a. essa pelo menos parece que é artista (AC-147; 337)

b. atrapalha muito o namoro é difícil pra andá(r) pra frente né? eu a/ eu penso assim (AC-046; 410/414)

c. ele conta que a escritu::ra parece que tinha ficado em mãos de terce(i)ros... (AC-146; 150/151)

d. o cara num parece tê(r) setenta anos de idade (AI-005;178)

e. a gente que percebe porque o pai parece que Ø num tem noção de percebê(r) que a

criança num tá bem... (AC-086; 551/552)

f. a gente percebe que as histórias dele realmente aconteceu [Doc.: uhum ((concordando))] mas tem uma.... que/ eu num tava perto não... ele ele que conta ele e minha mãe eles conta... pa/ parecem sê(r) verdade também... (AC-086; 147)

g. os pais:: eles parece que têm... uma barre(i)ra com a gente que é incrível... sabe?... (AC-086-;523/524)

h. a gente que percebe porque o pai parece que num tem noção de percebê(r) que a criança num tá

bem... (AC-086;551/552)

Em acordo com os dados levantados no córpus, atestamos que, para ASS em PB:

(i) não ocorre pronome cópia na oração encaixada;

(ii) a redução oracional é opcional, dada a ocorrência com encaixada finita e não-finita;

(iii) ocorrem ajustes morfossintáticos do constituinte alçado, envolvendo relação de concordância ou não com o predicado matriz e/ou com o predicado encaixado (18f, g, h,

(29)

240

respectivamente, concordância entre o SN alçado e o predicado matriz, entre o SN alçado e o predicado encaixado e entre SN e os predicados matriz e encaixado);

(iv) o tipo semântico do predicado matriz parece ser um fator extremamente relevante para tipos específicos de alçamento; o caso específico de ASS é favorecido por predicados tanto avaliativos (18b) como epistêmicos (18a).

(v) quanto ao status informacional do constituinte alçado, aparentemente não há uma atuação decisiva desse fator pragmático, porém, ficou claro que em mais de metade das ocorrências (73%) os constituintes alçados representam tópico dado (18c), o que converge com o fator topicalidade.

À guisa de conclusão

Além do ASS, identificam-se, nas línguas em geral, três outros tipos: (i) ASO, (ii) AOO e (iii) AOS. Nas língua em geral, nem todos os tipos são reconhecidos ou mesmo produtivos, como é o caso do PB, no qual encontramos ASS, AOS e ASO, sendo o primeiro o mais produtivo.

O ASS é favorecido por predicados matrizes epistêmicos e avaliativos, tipos semânticos que permitem atestar os seguintes critérios: redução da encaixada (mais com avaliativos e menos com epistêmicos) e concordância do item alçado com o predicado matriz (igualmente com os dois tipos); além dessas propriedades, outra exclusiva de avaliativos é a encaixada vir ou não introduzida por preposição. Quanto às propriedades semântico-discursivas, o ASS está mais correlacionado a SN com status informacional dado e inferível, o que revela que a topicalidade dos constituintes é fator relevante para o alçamento, tal como propõe Givón (2001), por meio da afirmação de que constituintes tópicos tendem a ocorrer à esquerda. Ainda relacionado ao status informacional, o alçamento incide mais frequentemente sobre SN definidos de referência genérica ou específica, mas rejeita SN de referência indefinida. Animacidade não parece ser um fator decisivo para o alçamento, possibilitando a ocorrência do fenômeno com SN de referentes tanto inanimados quanto humanos.

Diante dos resultados, atestamos então que, para o PB, dos tipos de Alçamento verificados nas línguas naturais, o ASS é o mais produtivo, embora com poucas ocorrências na modalidade falada (apenas 30), razão que nos levar a ter de expandir o córpus da investigação, incluindo a modalidade escrita.

(30)

241

Atestamos também a suficiência dos parâmetros morfossintáticos e semântico-pragmáticos para a identificação do fenômeno, mas não para sua definição corrente, tal como a apresentada na literatura sobre o assunto, a qual, na grande maioria, privilegia mais critérios morfossintáticos do que os de natureza semântico-pragmática, fato que nos instiga a prosseguir com a investigação em busca de uma definição mais precisa.

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(31)

242

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Referências

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