• Nenhum resultado encontrado

Níveis de Energia Digestível para Leitoas dos 30 aos 60 kg Mantidas em Ambiente Frio (15 C) 1

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Níveis de Energia Digestível para Leitoas dos 30 aos 60 kg Mantidas em Ambiente Frio (15 C) 1"

Copied!
8
0
0

Texto

(1)

Níveis de Energia Digestível para Leitoas dos 30 aos 60 kg Mantidas em Ambiente

Frio (15°C)

1

Rony Antonio Ferreira2, Rita Flávia Miranda de Oliveira3, Juarez Lopes Donzele3, Elias Tadeu Fialho4, Melissa Izabel Hannas5, Adhemar Rodrigues de Oliveira Neto2, Aloízio Soares Ferreira3

RESUMO - Vinte e cinco leitoas dos 30 aos 60 kg PV, mantidas em temperatura ambiente baixa, foram usadas para avaliar o efeito de níveis de energia digestível de 3100 a 3700 kcal/kg de ração sobre desempenho, composição da carcaça e níveis séricos de hormônio da tireóide. O ganho de peso diário não foi influenciado pelo nível de energia digestível (ED) da ração, porém influiu de forma linear decrescente nos consumos de ração e proteína. A conversão alimentar melhorou de forma linear com o aumento do nível de ED da ração. O consumo de ED aumentou linearmente com a inclusão de óleo de soja na ração. Foi observado efeito do nível de ED da ração sobre a taxa de deposição de gordura e proteína, que aumentou e reduziu linearmente, respectivamente. As concentrações séricas de triiodotironina livre das leitoas aumentaram linearmente com o nível de energia da ração. O nível de energia da ração não influenciou os pesos absoluto e relativo dos órgãos avaliados.

Palavras-chave: ambiente frio, energia digestível, leitoa em crescimento

Levels of Digestible Energy for Gilts from 30 to 60 kg in a Cold Environment (15°C)

ABSTRACT - Twenty-five gilts, from 30 to 60 kg LW, maintained in cold environment, were used to evaluate the effect of levels of digestible energy (DE) from 3100 to 3700 kcal/kg of diet on the performance, carcass composition and blood serum concentrations of free T3. The daily weight gain was not influenced by the dietary DE level, however, linearly influenced the dietary and protein intakes. The feed:gain ratio linearly improved with the increased of the dietary ED level. The DE intake linearly increased with the inclusion of the soybean oil in the diet. Effect of dietary DE level on the fat and protein deposition rate, that linearly increased and decreased, respectively, was observed. The blood serum concentrations of free T3 linearly increased with the dietary DE level. Dietary DE level did not influence the relative and absolute weights of evaluated organs.

Key Words: cold environment, digestible energy, growing gilt

1 Parte da Tese apresentada à Universidade Federal de Viçosa, para obtenção do título de Mestre em Zootecnia. 2 Estudante de Doutorado/UFV.

3 Professor do DZO/UFV. 4 Professor do DZO/UFLA.

5 Estudante de Doutorado/FCAV - UNESP - Jaboticabal.

Introdução

As variações térmicas do ambiente no qual um suíno é mantido influenciam seu consumo de alimen-tos, influenciando, conseqüentemente, sua taxa de eficiência e composição de ganho de peso (SCHENCK et al., 1992 a,b).

A energia é o componente de maior proporção das rações, contribuindo, dessa maneira, com grande parcela no custo de produção dos suínos (NOBLET, 1997). Por isso, do ponto de vista prático, é importan-te estabelecer os níveis adequados para cada fase do ciclo de produção, nos diferentes ambientes, para adaptar o suprimento disponível às necessidades energéticas dos animais.

A eficiência da produção somente é possível,

caso a produção de calor proveniente dos processos metabólicos de manutenção e produção seja mínima e as condições de alojamento e temperatura não interferiram nesse processo. A interação entre níveis de alimentação e condições térmicas é importante, em relação aos desvios nos gastos de energia dos alimentos, para produção de calor e ganhos energéticos (VERSTEGEN e DE GREEF, 1992).

Aceita-se, geralmente, que o incremento calórico do alimento contribui para a manutenção da tempera-tura corporal dos animais no frio (VERSTEGEN et al., 1978). O incremento calórico aumenta, à medida que se eleva o consumo de um mesmo alimento, sendo, porém, inversamente relacionado com a densidade energética da ração (LE DIVIDICH et al., 1987).

(2)

FERREIRA et al.

relativa de 70,6± 7,01%, temperatura de globo negro de 15,8±1,24°C e Índice de Temperatura de Globo e Umidade (ITGU) de 60,79±1,53.

Na Tabela 1 são apresentadas as rações experi-mentais, que foram formuladas à base de milho, farelo de soja, farelo de trigo, amido, óleo de soja e areia lavada e suplementadas com minerais e vitami-nas, sendo isoprotéicas, conforme recomendação de ROSTAGNO et al. (1992). Os níveis de ED variando de 3100 a 3700 kcal/kg de dieta foram obtidos medi-ante alteração das porcentagens de óleo, amido e areia lavada, adotando-se o critério de se elevar o nível protéico das rações em 10%, com a finalidade de garantir o atendimento das exigências dos animais, quando submetidos a dietas hipercalóricas.

As rações e a água foram fornecidas à vontade. Os animais e as sobras de ração foram pesados, semanal-mente, até o final do experimento, que durou, em média, 38 dias, quando atingiram, em média, 60,7 ± 2,22 kg.

Após as três primeiras horas de jejum (das 8 às 11 h) para o abate, ao término do período experimental, foi coletado sangue de todos os animais, por meio de punção no sínus orbital (FRIEND e BROWN, 1971), entre 11 e 11h 30. O sangue coletado, após permanecer em descan-so por ± 90 minutos para decantar, foi centrifugado por um período de 10 minutos em centrífuga de bancada a 3000 rpm, para a retirada do soro, que foi armaze-nado em "freezer". Posteriormente, foi realizada a determinação dos níveis séricos do hormônio da tireóide (triiodotironina livre - FT3), por meio de "kits" de determinação por quimio-luminescência em equi-pamento AXES. No final de cada período experimen-tal, após 24 horas de jejum, todos os animais foram abatidos por sangramento, depilados e eviscerados, tendo seus órgãos (coração, estômago, fígado, intes-tino, pulmão e rins) dependurados, em ganchos, à sombra por, aproximadamente, 20 minutos e pesados após escorrido o sangue. Cinco leitoas com peso médio de 30,1 ± 0,82 kg foram abatidas para determinação da composição da carcaça dos animais no dia em que se iniciou o experimento.

As carcaças inteiras (incluindo cabeça e pés), sem as vísceras e o sangue, foram trituradas por 15 minutos em "cutter" comercial de 30 HP e 1775 revoluções por minuto. Após homogeneização do material, foram retiradas amostras da carcaça, sendo estocadas em congelador a -12°C. No preparo das amostras para as análises laboratoriais, em função da alta concentração de gordura do material, procedeu-se à pré-procedeu-secagem em estufa, com ventilação forçada a ± 60°C, por 96 horas. Em seguida, foi realizado pré-ambiente e o consumo de energia influenciam a

quantidade e a distribuição de gordura e proteína no corpo dos suínos em crescimento, confirmando as constatações de CLOSE et al. (1978).

Os diferentes regimes nutricionais associados às variações ambientais a que os suínos estão sujeitos provocam diversificação nas respostas dos mesmos. Dessa forma, ao otimizar a utilização dos alimentos que o suíno ingere, há necessidade de se determina-rem os limites das condições ambientais, nos quais o gasto de energia é mínimo.

Este trabalho foi conduzido com o objetivo de avaliar a influência de diferentes níveis de energia digestível sobre o desempenho de leitoas em fase de crescimento (30 a 60 kg) mantidas em ambiente de frio (15°C).

Material e Métodos

O experimento foi conduzido no Laboratório de Bioclimatologia Animal do Departamento de Zootecnia do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Viçosa, MG.

Os animais foram alojados individualmente em gaiolas metálicas, suspensas, com piso e laterais telados, providas de comedouro semi-automático e bebedouro tipo chupeta, e mantidos em salas climatizadas com temperatura e umidade controladas.

Foram utilizadas 25 leitoas mestiças, com idade média de 88 dias e peso médio inicial de 30,0 ± 0,82 kg, em delineamento experimental de blocos ao acaso com cinco tratamentos (3100, 3250, 3400, 3550 e 3700 kcal de ED/kg de ração), cinco repetições e um animal por unidade experimental. Na formação dos blocos, levaram-se em consideração o peso inicial e o parentesco dos animais.

A temperatura média interna das salas foi mantida por equipamentos modelo seletro, sendo controlada por um painel digital localizado do lado externo das câmaras e monitorada por equipamentos de medição ambiental (termômetro de máxima e mínima, termô-metro de bulbo seco e bulbo úmido e termôtermô-metro de globo negro). Os equipamentos de medição ambiental, bem como o sensor eletrônico do painel de controle das câmaras, foram mantidos à meia altura do corpo dos animais no centro das salas, externo à gaiola central, que representava o ambiente dos animais. As leituras dos instrumentos foram realizadas, diaria-mente, três vezes ao dia.

A temperatura interna das salas manteve-se durante o período em 15,7±1,50°C, com umidade

(3)

desengorduramento, pelo método a quente, em apa-relho extrator do tipo "SOXHLET", por 5 horas, sendo posteriormente efetuada a moagem do materi-al. As amostras pré-secas e pré-desengorduradas foram moídas e acondicionadas em vidros para poste-riores análises laboratoriais. A água e gordura retira-das no preparo retira-das amostras foram consideraretira-das para correção dos valores das análises subseqüentes.

As análises de matéria seca, proteína e gordura das amostras foram realizadas no Laboratório de Nutrição Animal do Departamento de Zootecnia da UFV, de acordo com o método descrito por SILVA (1990).

As taxas de deposição de proteína e gordura das carcaças foram calculadas comparando-se os valo-res de composição das carcaças das leitoas no início e final do período experimental.

As análises estatísticas das variáveis de desem-penho (ganho de peso, consumo de ração e conversão alimentar) das taxas de deposição de proteína e gordura nas carcaças, das concentrações séricas de FT3 e dos pesos dos órgãos foram realizadas utilizan-do-se o programa computacional SAEG (Sistema para Análises Estatísticas e Genéticas), desenvolvido pela UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA -UFV (1982), seguindo-se o modelo estatístico abaixo:

Yij = µ + Ei + Bj + eij em que

Yij = ganho de peso, consumo de ração, conver-são alimentar, taxas de deposição de proteína e gordu-ra, concentrações dos hormônios da tireóide e pesos dos órgãos referente ao nível de energia i no bloco j;

µ = média geral da característica;

Ei = efeito do nível de energia digestível i, sendo i = 3100, 3250, 3400, 3550 e 3700 kcal/kg de ração; Bj = efeito do bloco j, sendo j = 1, 2, 3, 4 e 5; e eij = erro aleatório associado a cada observação. A estimativa da exigência de energia digestível foi feita com base nos resultados de ganho de peso, conver-são alimentar, consumo de ração, energia e proteína e taxas de deposição de proteína e energia na carcaça.

Resultados e Discussão

Os resultados de desempenho, consumos de ener-gia digestível (CED) e proteína diários (CPD) e taxas de deposição de proteína (TDP) e gordura (TDG) na carcaça são apresentados na Tabela 2.

Não se observou efeito (P>0,10) do nível de energia digestível da ração sobre o ganho de peso diário (GPD), entretanto, entre os níveis de 3100 a 3550 kcal de ED, constatou-se redução linear,

não-significativa, de 4,3% no GPD. Estes resultados foram semelhantes aos encontrados por LE DIVIDICH et al. (1987), que, pesquisando suínos na fase de crescimen-to, mantidos em ambiente de baixa temperatura (12°C), não observaram efeito do nível de energia da ração sobre o ganho de peso dos animais.

Apesar de não ter havido efeito sobre o GPD, o consumo de ração diário (CRD) reduziu (P<0,04) de forma linear com o aumento do nível de ED da ração, conforme a equação = 3126,98 - 0,346116X (Fi-gura 1), evidenciando que os animais tentaram ajustar o consumo em função do nível de ED da ração. Estes resultados estão de acordo com os encontrados por STAHLY e CROMWELL (1979), que, trabalhando com suínos dos 27 aos 64 kg mantidos em ambiente frio (10°C), constataram que os animais consumiram ração para atender às exigências de energia para mantença e crescimento. Segundo LE DIVIDICH e NOBLET (1986), o suíno ajusta a quantidade de alimento consumi-do em função da sua demanda de energia digestível.

O nível de ED da dieta influenciou (P<0,04) a conversão alimentar (CA), que melhorou de forma linear com o aumento do nível de ED, segundo a equação = 3,23736 - 0,000242281X (Figura 2).

A redução linear do consumo de ração e o efeito positivo da inclusão de óleo, aumentando a energia líquida das rações, foram fatores que contribuíram para os resultados de CA.

Efeitos positivos do nível de energia da ração sobre a conversão alimentar de suínos em crescimen-to, mantidos em ambiente frio (10°C), foram também verificados por STAHLY e CROMWELL (1979).

A melhora observada na conversão alimentar, associada aos resultados de consumo de ração, justi-fica o fato de o ganho de peso dos animais não ter variado significativamente entre os tratamentos.

Embora os animais tenham reduzido o consumo de ração diário (CRD), em evidente tentativa de manter o consumo de energia diário, conforme descrito anterior-mente, o aumento da densidade energética da ração com a inclusão de óleo de soja proporcionou aumento (P<0,09) linear do consumo de energia (CED), segundo a equação = 3970,91 + 0,777439X (Figura 3). Resul-tados semelhantes foram encontrados por OLIVEIRA (1996), utilizando níveis crescentes de inclusão de óleo de soja na ração de leitoas, em fase inicial de crescimen-to, mantidas em condições de conforto térmico.

Constatou-se efeito (P<0,04) dos tratamentos sobre o consumo de proteína, que reduziu de forma linear com o aumento do nível de ED da ração,

(4)

FERREIRA et al.

conforme a equação Yˆ = 515,764 - 0,0570641X (Figura 4). Esta redução no consumo de proteína está diretamente relacionada ao verificado no consumo de ração diário, uma vez que as rações eram isoprotéicas. A taxa de deposição de proteína na carcaça redu-ziu (P<0,01) de forma linear, em razão do aumento do nível de ED da ração, de acordo com a equação

Yˆ= 162,212 - 0,0191996X (Figura 5). Este resultado, que pode ser explicado pela redução linear do consumo de proteína, evidenciou que a relação energia:proteína de 18,79, ocorrida no nível mais baixo de energia, pareceu não comprometer a deposi-ção de proteína na carcaça dos animais.

Estes resultados são contrastantes com os obtidos por NOBLET et al. (1985), que, trabalhando com suínos de 50 kg, mantidos em ambiente frio (13°C) e termoneutro (23°C), não observaram efeito do nível de energia metabolizável (2920 e 3390 kcal) sobre a taxa de deposi-ção de proteína na carcaça, em ambos os ambientes.

O nível de energia da ração influenciou (P<0,01) a taxa de deposição de gordura (TDG), que aumentou linearmente de acordo com a equação Yˆ = 160,788 + 0,0932714X (Figura 6). O aumento do consumo de ED, associado a possível aumento na energia líquida das rações, com a inclusão de óleo, em razão de seu menor incremento calórico (Just, 1982,

Tabela 1 - Composição das rações experimentais (%)

Table 1 - Composition of the experimental diets

Nível de energia digestível (kcal/kg) Digestible energy level

Ingrediente (%) 3100 3250 3400 3550 3700 Ingredient Milho (7,12% PB)1 51,69 51,69 51,69 51,69 51,69 Corn (7.12% CP) Farelo de soja (45,96% PB)1 24,60 24,60 24,60 24,60 24,60 Soybean meal (45.96% CP) Farelo de trigo (15,14% PB)1 10,00 10,00 10,00 10,00 10,00 Wheat bran (15.14% CP) P bicálcico 1,10 1,10 1,10 1,10 1,10 Dicalcium P Calcário 0,90 0,90 0,90 0,90 0,90 Limestone Mistura mineral2 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 Mineral mix Mistura vitamínica3 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 Vitamin mix Sal 0,35 0,35 0,35 0,35 0,35 Salt BHT 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 Óleo de soja 0,56 3,21 5,00 7,00 10,11 Soybean oil Amido 4,505 2,865 3,070 2,825 0,195 Corn starch Areia lavada 6,085 5,075 3,08 1,325 0,845 Washed sand Composição calculada4 Calculated composition ED (kcal/kg) DE 3100 3250 3400 3550 3700 Proteína bruta (%) 16,50 16,50 16,50 16,50 16,50 Crude protein Lisina (%) 0,88 0,88 0,88 0,88 0,88 Lysine Ca (%) 0,69 0,69 0,69 0,69 0,69 P total (%) 0,29 0,29 0,29 0,29 0,29 Total P

1 Valores analisados no Laboratório de Nutrição Animal do DZO/UFV, de acordo com metodologia descrita por SILVA (1990). 2 Mistura mineral contendo: Fe, 100 g; Cu ,10 g; Co, 1 g; Mn, 40 g; Zn, 100 g; I, 1,5 g; e excipiente q.s.p (inert), 1000 g.

3 Mistura vitamínica: Vit. A, 10.000.000 UI; Vit. D

3, 1.500.000 UI; Vit. E, 30.000.000 UI; Vit. B1, 2g; Vit B2, 5g; Vit B6, 3g; ácido pantotênico (panthotenic acid) 12,0 g; Vit K3, 2 g; ácido nicotínico (nicotinic acid), 30,0 g; Vit. B12, 30,0 g; ácido fólico (folic acid), 0,8 g; biotina (biotin), 0,1 g; Se, 0,3 g; e excipiente q.s.p. (inert), 1000 g.

4 Composição calculada segundo ROSTAGNO et al. (1992), com exceção da proteína bruta.

1 Values analyzed in the Nutrition Animal Lab of DZO/UFV, according to SILVA (1990) methodology. 4 Calculated composition according to ROSTAGNO et al. (1992), except for the crude protein.

(5)

Figura 1 - Regressão do consumo de ração em relação ao nível de ED da ração de leitoas dos 30 aos 60 kg PV submetidas a ambiente frio (15°C).

Figure 1 - Regression of the feed intake on the dietary DE level of

gilts from 30 to 60 kg LW in a cold environment (15°C).

Figura 2 - Regressão da conversão alimentar em relação ao nível de ED da ração de leitoas dos 30 aos 60 kg PV submetidas a ambiente frio (15°C).

Figure 2 - Regression of the feed:gain ratio on the dietary DE level of gilts from 30 to 60 kg LW in a cold environment (15°C). Nível ED da ração (kcal/kg)

Dietary DE level 1750 1830 1910 1990 2070 3.100 3.250 3.400 3.550 3.700 Consumo ração (g/d) Feed intake 2,25 2,3 2,35 2,4 2,45 2,5 3.100 3.250 3.400 3.550 3.700

Nível ED da ração (kcal/kg)

Dietary DE level

Conversão alimentar

Feed:gain ratio

Figura 3 - Regressão do consumo de energia digestível em relação ao nível de ED da ração de leitoas dos 30 aos 60 kg PV submetidas a ambiente frio (15°C).

Figure 3 - Regression of the daily energy intake on the dietary DE level of gilts from 30 to 60 kg LW in a cold environment (15°C).

Figura 4 - Regressão do consumo de proteína em relação ao nível de ED da ração de leitoas dos 30 aos 60 kg PV submetidas a ambiente frio (15°C). Figure 4 - Regression of the protein intake on the dietary DE

level of gilts from 30 to 60 kg LW in a cold environment (15°C). 6150 6300 6450 6600 6750 6900 3.100 3.250 3.400 3.550 3.700

Nível ED da ração (kcal/kg)

Dietary DE level Consumo de energia (g/d) Protein intake 290 300 310 320 330 340 3.100 3.250 3.400 3.550 3.700 Consumo de proteína (g/d) Energy intake

Nível ED da ração (kcal/kg)

Dietary DE level

citado por OLIVEIRA, 1996), e possível melhora na digestibilidade da ração, em razão da redução linear do consumo, foram possíveis fatores que contribuíram para o aumento linear na TDG na carcaça. Estes resultados estão coerentes com os obtidos por FERREIRA et al. (1998), com suínos de 15 a 30 kg, e CAMPBELL e TAVERNER (1988), que observaram aumento linear na deposição de gordura na carcaça de suínos, mantidos em ambiente com baixa temperatura (14°C), em razão do aumento do consumo de energia. Analisando em conjunto os resultados de conver-são alimentar e das taxas de deposição de proteína e

gordura na carcaça, constatou-se que nos níveis de 3400 e 3700 kcal os valores absolutos de conversão alimentar foram semelhantes, evidenciando que, apesar da pequena variação na CA (0,8%), o nível de 3400 kcal, em que o óleo contribuiu com 11,7% da ED, proporcionou valor de ganho de peso absoluto 2,8% superior ao obtido no nível de 3700 kcal, em que o óleo contribuiu com 21,7% da ED. Evidenciou-se ainda que, no nível de 3400 kcal, as taxas de deposi-ção de proteína e gordura foram 3,2% maior e 12,8% menor, respectivamente, em relação às obtidas no nível de 3700 kcal. Yˆ = 3126,98 - 0,34612X r2 = 0,93 Yˆ = 3,23736 - 0,00024228X r2 = 0,81 Yˆ = 3970,91 - 0,7774X r2 = 0,92 Yˆ = 515,674 - 0,05706X r2 = 0,93

(6)

FERREIRA et al.

Figura 5 - Regressão da taxa de deposição de proteína em relação ao nível de ED da ração de leitoas dos 30 aos 60 kg PV submetidas a ambiente frio (15°C). Figure 5 - Regression of the protein deposition rate on the dietary DE level of gilts from 30 to 60 kg LW in a cold environment (15°C).

Figura 6 - Regressão da taxa de deposição de gordura em relação ao nível de ED da ração de leitoas dos 30 aos 60 kg PV submetidas a ambiente frio (15°C).

Figure 6 - Regression of the fat deposition rate on the dietary DE

level of gilts from 30 to 60 kg LW in a cold environment (15°C).

Os resultados de pesos absoluto, expresso em gra-mas, e relativo, expresso como porcentagem da carcaça, dos órgãos (fígado, rins, coração, estômago, intestino e pulmões) são apresentados na Tabela 3.

Apesar do aumento significativo de 8,79% verifi-cado no consumo de energia digestível, entre os tratamentos, não se verificou efeito (P>0,09) dos níveis de ED da ração sobre os pesos absolutos e relativos dos órgãos e das vísceras avaliados. Estes dados estão coerentes com os resultados obtidos por RAO e McCRACKEN (1992) e BIKKER et al. (1995), que verificaram influência da ingestão de energia sobre o tamanho dos órgãos dos suínos somente no caso em que a diferença do consumo de energia foi superior a 15%. Com relação ao hormônio da tireóide (Tabela 4), constatou-se efeito (P<0,04) do nível de ED da ração sobre a concentração sérica do hormônio triiodotironina livre (FT3), que aumen-tou de forma linear de acordo com a equação

Yˆ= 0,0290052 + 0,000947069X (Figura 7). O

aumen-to gradativo da participação do óleo, como fonte de energia nas rações (de 1,43 a 21,72%), pode ter constituído um fator que contribuiu para este resulta-do. Avaliando a substituição de sucrose por gordura, em dietas isocalóricas, Hendler et al. (1986), citados por DANFORTH JR. e BURGER (1989), verifica-ram aumento da concentração sérica de T3 em razão dessa substituição.

Figura 7 - Regressão da concentração sérica de triiodotironina livre em relação ao nível de ED da ração de leitoas de 60 kg PV submetidas a ambiente frio (15°C).

Figure 7 - Regression of blood serum concentrations of free T3

on the dietary DE level of gilts of 60 kg LW in a cold environment (15°C). 85 89 93 97 101 105 3.100 3.250 3.400 3.550 3.700

Taxa de deposição de proteína

Protein deposition rate

Nível ED da ração (kcal/kg)

Dietary DE level 107 120 133 146 159 172 185 3.100 3.250 3.400 3.550 3.700

Taxa de deposição de gordura

Protein deposition rate

Nível ED da ração (kcal/kg)

Dietary DE level 2,5 2,7 2,9 3,1 3,3 3,5 3.100 3.250 3.400 3.550 3.700 Triiodotironina livre Free T3

Nível ED da ração (kcal/kg)

Dietary DE level Yˆ = 162,212 - 0,00192X r2 = 0,88 Yˆ = 160,788 - 0,09327X r2 = 0,92 Yˆ = 0,029005 + 0,0009471X r2 = 0,41

(7)

Tabela 2 - Desempenho e taxas de deposição de proteína e gordura de leitoas dos 30 aos 60 kg de peso, alimentadas com dietas contendo crescentes níveis de energia digestível, em condições de baixa temperatura ambiente (15°C)

Table 2 - Performance and fat and protein deposition rates of gilts from 30 to 60 kg of weight fed diets containing

crescent levels of digestible energy in a cold environment (15°C)

Item Nível de energia digestível (kcal/kg)

Levelof digestible energy

3100 3250 3400 3550 3700 CV % Ganho de peso 1 830 812 816 794 794 8,7 Weight gain Consumo de ração 1,2 2063 2010 1923 1896 1857 6,6 Feed intake Conversão alimentar20 2,48 2,48 2,36 2,39 2,34 3,8 Feed:gain ratio Consumo ED (kcal/dia)3 6394 6532 6537 6732 6871 6,6 DE intake (kcal/day) Consumo de proteína1,2 340 332 317 313 306 6,6 Protein intake

Relação energia : proteína 18,79 19,70 20,61 21,51 22,42

Energy: protein ratio

Taxa de deposição na carcaça (g/dia) Deposition rate in the carcass (g/day)

Proteína4 104 100 96 92 93 6,5

Energy

Gordura4 121 154 157 174 180 16,8

Fat

1 (g/dia) (g/day).

2, 3, 4Efeito linear (P<0,04), (P<0,09) e (P<0,01), respectivamente.

2, 3, 4 Linear effect (P<.04), (P<.09) and (P<.01), respectively.

Tabela 3 - Pesos absolutos e relativos de fígado, rins, coração, estômago, intestino e pulmões de leitoas de 60 kg de peso, alimentadas com dietas contendo níveis crescentes de energia digestível em condições de baixa temperatura ambiente

Table 3 - Absolute and relative weights of liver, kidneys, heart, stomach, intestine and lungs of gilts from 60 kg of weight

fed diets containing increasing levels of digestible energy in a cold environment

Item Nível de energia digestível (kcal/kg)

Level of digestible energy

3100 3250 3400 3550 3700 CV % Peso absoluto (g) Absolute weight Fígado (Liver) 1263 1413 1314 1443 1280 13,2 Rins (Kidneys) 265 260 275 268 266 8,6 Coração (Heart) 269 239 254 248 255 6,8 Estômago (Stomach) 384 389 394 387 373 7,4 Intestino (Intestine) 1270 1200 1218 1251 1292 9,7 Pulmões (Lungs) 523 490 533 500 499 16,8

Peso relativo (% da carcaça) Relative weight (% of carcass)

Fígado (Liver) 2,78 3,13 2,91 3,24 2,86 13,6 Rins (Kidneys) 4,61 4,44 4,78 4,61 4,73 7,4 Coração (Heart) 0,59 0,53 0,56 0,56 0,57 6,0 Estômago (Stomach) 0,85 0,86 0,87 0,87 0,83 7,2 Intestino (Intestine) 2,80 2,66 2,70 2,81 2,89 10,7 Pulmões (Lungs) 1,16 1,09 1,17 1,11 1,12 15,6

(8)

FERREIRA et al.

Tabela 4 - Concentrações séricas do hormônio triiodotironina livre (FT3) de leitoas de 60 kg de peso, alimentadas com rações contendo níveis crescentes de energia digestível em condições de frio (15°C)

Table 4 - Blood serum concentrations of free T3 of gilts of 60 kg of weight fed diets containing crescent

levels of digestible energy in a cold environment (15°C)

Item Nível de energia digestível (kcal/kg)

Level of digestible energy

3100 3250 3400 3550 3700 CV %

FT3 (pg/mL)1 3,12 3,09 2,76 3,59 3,58 13,18

1Efeito linear (P<0,04).

Linear effect (P<.04)

Conclusões

Para ganho de peso, qualquer dos níveis de ener-gia digestível avaliados atendeu às exigências das leitoas dos 30 aos 60 kg, mantidas em ambiente de frio, enquanto o nível de 3700 kcal proporcionou os melhores resultados de conversão alimentar, embora a composição da carcaça tenha alterado.

Referências Bibliográficas

BIKKER, P., KARABINAS, V., VERSTEGEN, M.W.A. et al. 1995. Protein and lipid accretion in body components of growing gilts (20 to 45 kilograms) as affected by energy intake. J. Anim. Sci., 73:2355-2363.

CAMPBELL, R.G., TAVERNER, M.R. 1988. Relationships between energy intake and protein and energy metabolism, growth and body composition of pigs kept at 14 or 32°C from 9 to 20 kg. Lvstck. Prod. Sci., 18:289-303.

CLOSE, W.H., MOUNT, L.E., BROWN, D. 1978. The effects of plane of nutrition and environmental temperature on the energy metabolism of the growing pig. 2. Growth rate, including protein and fat deposition. Br. J. Nut., 40:423-431. DANFORTH JR., E., BURGER, A.G. 1989. The impact of nutrition on thyroid hormone physiology and action. Ann.

Rev. Nutr., 9:201-227.

DAUNCEY, M.J., INGRAN, D.L., WALTERS, D.E. et al. 1983. Evaluation of the effects of environmental temperature and nutrition on growth and development J. Agric. Sci., 101:291-299.

FERREIRA, R.A. OLIVEIRA, R.F.M., DONZELE, J.L. et al.1998. Níveis de energia digestível para leitoas dos 15 aos 30 kg mantidas em ambiente frio (15°C). R. Bras. Zootec., 27(6):1131-1139.

FRIEND, D.W., BROWN, R.G. 1971. Blood sampling from suckling piglets. Can. J. Anim. Sci., 51:547-549.

LE DIVIDICH, NOBLET, J. 1986. Effect of dietary energy level on the performance of individually housed early weaned piglets in relation to environmental temperature. Lvstck. Prod.

Sci., 14:255-263.

LE DIVIDICH, J., NOBLET, J., BIKAWA, T. 1987. Effect of environmental temperature and dietary concentration on the performance and carcass characteristics of growing-finishing pigs fed to equal rate of gain. Lvstk Prod. Sci., 17:235.

NOBLET, J. Energy evaluation systems for pig diets. In: SIMPÓSIO TÓPICOS ESPECIAIS EM ZOOTECNIA, 1997, Juiz de Fora.

Anais... Juiz de Fora: SBZ. 230p.

NOBLET, J., LE DIVIDICH, J. BIKAWA, J. 1985. Interation between energy level in the diet and environmental temperature

on the utilization of energy in growin pigs. J. Anim. Sci., 61:452-459.

OLIVEIRA, R.F.M. Efeito do nível de energia digestível e da

temperatura ambiente sobre o desempenho e sobre parâmetros fisiológicos e hormonal de suínos dos 15 aos 30 kg. Viçosa, MG:

UFV, 1996. 139p. Tese (Doutorado em Zootecnia) - Universidade Federal de Viçosa, 1996.

RAO, D.S., McCRACKEN, K.J. 1992. Energy:protein interactions in growing boars of high genetic potential for lean growth. 1. Effects on growth, carcass characteristics and organ weights.

Anim. Prod., 54:75-82.

ROSTAGNO, H.S., SILVA, D.J., COSTA, P.M.A. et al. 1992.

Composição de alimentos e exigências nutricionais de aves e suínos: Tabelas Brasileiras. Viçosa, MG: UFV. 59p.

SCHENCK, B.C., STAHLY, T.S., CROMWELL, G.L. 1992a. Interactive effects of thermal environmental and dietary lysine and fat levels on rate, efficiency, and composition of growth of weanling pigs. J. Anim. Sci., v.70, p.3791-3802.

SCHENCK, B.C., STAHLY, T.S., CROMWELL, G.L. 1992b. Interactive effects of thermal environmental dietary aminoacid and fat levels on rate and efficiency of growth of pigs housed in a conventional nursery. J. Anim. Sci., 70:3803-3811.

SILVA, D.J. 1990. Análise de alimentos (Métodos químicos biológicos). Viçosa-MG: UFV, Impr. Univ. 166p.

STAHLY, T.S., CROMWELL, G.L. 1979. Effect of environmental temperature and dietary fat supllementation on the performance and carcass characteristics of growing and finishing swine. J.

Anim. Sci, 49:1478-1488.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA. 1982. Manual de utilização do programa SAEG (Sistema para Análises Estatísticas e Genéticas). Viçosa-MG. 59p.

VERSTEGEN, M.W.A., BRASCAMP, E.W., HEL, W. et al. 1978. Growing and fattening of pigs in relation to temperature of housing and feeding level. Can. J. Anim. Sci., 58:1-13. VERSTEGEN, M.W.A., DE GREEF, K.H. Influence of

environmental temperature on protein and energy metabolism in pig production. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE NÃO RUMINANTES, 1992, Lavras. Anais... Lavras: SBZ, 1992. p. 333-353.

Recebido em: 07/08/98 Aceito em: 07/01/99

Referências

Documentos relacionados

Este estudo foi conduzido para avaliar os efeitos da redução da proteína bruta em rações com a suplementação de aminoácidos sobre o desempenho, a composição de carcaça e o peso

RESUMO - Visando avaliar o efeito de duas fontes lipídicas (óleo de soja e gordura de coco) e de quatro níveis de energia digestível (3350, 3450, 3550 e 3650 kcal/kg de ração) sobre

As análises estatísticas das variáveis de desempe- nho (ganho de peso, consumo de ração, de proteína, de lisina e de energia digestível e conversão alimentar) e da taxa de

Leitoas em crescimento, mantidas em ambiente de conforto térmico, exigem 19,15% de PB na ração, correspondendo a um consumo de 343 e 19,08 g/dia de proteína e lisina

Na estimativa da exigência de treonina digestível verdadeira, foi utilizado um coeficiente de digestibilidade ileal verdadeira da treonina da ração basal de 84,6%, obtido por

Estes resul- tados foram semelhantes aos observados por STAHLY e CROMWELL (1979) e OLIVEIRA (1996), que não verificaram efeito da adição de 5% de gordura à dieta de suínos

Concluiu-se que o nível de 3486 kcal de ED, no qual o óleo contribuiu com 10,53% da ED total, proporcionou os melhores resultados de ganho de peso, enquanto que o nível de 3700 kcal,

RESUMO - Vinte e cinco leitoas dos 30 aos 60 kg PV, mantidas em temperatura ambiente baixa, foram usadas para avaliar o efeito de níveis de energia digestível de 3100 a 3700 kcal/kg