• Nenhum resultado encontrado

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE - EAD INSTITUTO DE AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE - EAD INSTITUTO DE AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE"

Copied!
21
0
0

Texto

(1)

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE - EAD

INSTITUTO DE AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

RELATÓRIO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO:

LINHA DE CUIDADO DO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO

Fernanda dos Santos Fernandes

Orientador

Dr. Eduardo Gehling Bertoldi

(2)

SUMÁRIO

DECLARAÇÃO DE POTENCIAIS CONFLITOS DE INTERESSES ...2

RESUMO...3

ABSTRACT ...5

1 INTRODUÇÃO ...6

2 METODOLOGIA ...10

2.1 Seleção dos Estudos ...10

3 RESULTADOS...12

3.1 Fluxograma da seleção de estudos ...13

4 CONCLUSÕES ...16

(3)

DECLARAÇÃO DE POTENCIAIS CONFLITOS DE INTERESSES

1 - Nos últimos cinco anos você ou pessoa diretamente relacionada* aceitou o que se segue de alguma instituição ou organização que possa de alguma forma se beneficiar ou ser financeiramente prejudicada pelos resultados da sua atividade?

a) Reembolso por comparecimento a simpósio? Sim ( ) Não (x)

b) Honorários por apresentação, conferência ou palestra? Sim ( ) Não (x) c) Honorários para organizar atividade de ensino? Sim ( ) Não (x) d) Financiamento para realização de pesquisa? Sim ( ) Não (x)

e) Recursos ou apoio financeiro para membro da equipe? Sim ( ) Não (x) f) Honorários para consultoria? Sim ( ) Não (x)

2 - Durante os últimos cinco anos, você ou pessoa diretamente relacionada prestou serviços a uma instituição ou organização que possa de alguma forma se beneficiar ou ser financeiramente prejudicada pelos resultados da sua atividade? Sim ( ) Não (x)

3 - Você ou pessoa diretamente relacionada possui apólices ou ações de uma instituição que possa de alguma forma se beneficiar ou ser financeiramente prejudicada pelos resultados da sua atividade? Sim ( ) Não (x)

4 - Você ou pessoa diretamente relacionada atuou como perito judicial sobre algum assunto de sua atividade? Sim ( ) Não (x)

5 - Você ou pessoa diretamente relacionada tem algum outro interesse financeiro conflitante com a sua atividade? Sim ( ) Não (x)

6 - Você ou pessoa diretamente relacionada poderiam ser beneficiados pelos resultados da sua atividade? Sim ( ) Não (x)

7 - Você ou pessoa diretamente relacionada possui um relacionamento íntimo ou uma forte antipatia por uma pessoa cujos interesses possam ser afetados pelos resultados da sua atividade? Sim ( ) Não (x)

8 - Você ou pessoa diretamente relacionada possui uma ligação ou rivalidade acadêmica com alguém cujos interesses possam ser afetados pelos resultados da sua atividade? Sim ( ) Não (x) 9 - Você ou pessoa diretamente relacionada possui profunda convicção pessoal ou religiosa que pode comprometer o que você irá escrever e que deveria ser do conhecimento dos tomadores de decisão na aplicabilidade dos resultados da sua atividade? Sim ( ) Não (x)

10 - Você ou pessoa diretamente relacionada participa de partido político, organização não governamental ou outro grupo de interesse que possa influenciar os resultados da sua atividade? Sim ( ) Não (x)

Caso você tenha respondido “sim” a qualquer uma perguntas anteriores, favor declarar o interesse conflitante:

____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ Nome: Fernanda dos Santos Fernandes

Data: 23/03/2015

__________________________________ Assinatura

(4)

RESUMO

Introdução: As doenças do aparelho circulatório são a principal causa de

morte no país nos últimos anos. Em 2012 a taxa de mortalidade no Brasil ficou em 28,2%. Estudos econômicos apontam para um aumento progressivo nos próximos anos da ocorrência de eventos associados à síndrome coronariana aguda (SCA), bem como o importante impacto econômico deste cenário para o sistema de saúde e para a sociedade. Os dados epidemiológicos e os estudos econômicos sobre o tema indicam a necessidade da gestão em saúde elaborar estratégias para o enfrentamento deste problema de saúde pública.

Objetivo: Este trabalho tem por objetivo avaliar a mortalidade por infarto

agudo do miocárdio (IAM) após a implantação de uma linha de cuidado (LC) para as síndromes coronarianas agudas, e avaliar o custo hospitalar da implantação desta estratégia. Este estudo foi realizado a partir da perspectiva do SUS e do gestor local de saúde.

Métodos: Foi realizada busca por estudos, nas bases MedLine e Cocrhane,

que resultou em 100 estudos. Apenas sete foram selecionados para leitura do texto completo e um foi incluído.

Resultados: O estudo incluído foi avaliado quanto ao nível de evidência,

que foi classificada como baixa. Também foram incluídos nos resultados os dados de internações hospitalares por IAM do DATASUS/SIH no município de Porto Alegre (POA), que também implantou a LC em 2011.

Conclusões: Com base nos resultados encontrados foi emitida

(5)

Palavras-chaves: Infarto agudo do miocárdio, linha de cuidado,

(6)

ABSTRACT

Introduction: Cardiovascular diseases are the leading cause of death in

the country in recent years. In 2012 the mortality rate in Brazil was 28.2%. Economic studies show a progressive increase in the coming years of the occurrence of events associated with acute coronary syndrome (ACS), and the important economic impact of this scenario for the health system and society . Epidemiological data and economic studies on the subject indicate the need for health services management develop strategies to face this public health problem.

Objective: This study aims to evaluate the mortality from acute myocardial

infarction (AMI) after the implementation of a line of care (LC) for acute coronary syndromes, and evaluate the hospital cost of implementing this strategy. This study was conducted from the perspective of SUS and the local health officer.

Methods: A search was performed for studies, in the MedLine and Cocrhane

bases, which resulted in 100 studies. Only seven were selected to read the full text and one was included.

Results: The study included was evaluated for level of evidence, which was classified as low. Also included in the results data from hospital admissions for AMI from DATASUS/SIH in Porto Alegre (POA ), which also deployed the LC in 2011 .

Conclusions: Based on these results was issued weak recommendation in

favor of the strategy.

Keywords: Acute myocardial infarction, line of care, mortality, hospital

(7)

1 INTRODUÇÃO

As doenças do aparelho circulatório são a principal causa de morte em Porto Alegrenos últimos anos, a exemplo do que ocorre no restante do país. Em 2012 a mortalidade por doenças do aparelho circulatório no município representou 28,4% (3.160) do total de óbitos. No Brasil a taxa de mortalidade ficou em 28,2% no mesmo período1. Neste mesmo ano,

somente as doenças isquêmicas representaram 15,7% (1.750) dos óbitos em residentes da capital gaúcha.

O estudo de Teich et al2 (2011), que conduziu uma análise econômica

para estimar o custo da Síndrome Coronariana Aguda (SCA) no Brasil para o ano de 2011, sob a perspectiva da sociedade brasileira, projetou um aumento no número de internações por infarto agudo do miocárdio e angina instável no sistema único de saúde (Figura 1). O estudo estimou para o ano de 2011 cerca de 200 mil eventos associados à SCA com um impacto de R$3,88 bilhões, considerando-se somente custos hospitalares e custos indiretos, associados à perda de produtividade.

Figura 1 - Número de hospitalizações por infarto agudo do miocárdio e angina instável registrados e projetados para o Sistema Único de Saúde. Teich et al (2011).

(8)

Devido ao alto impacto da síndrome coronariana aguda no orçamento do Sistema de Saúde Brasileiro os autores recomendaram a adoção de medidas para melhorar o uso dos recursos.

Os dados epidemiológicos e os estudos econômicos sobre o tema indicam a necessidade da gestão em saúde elaborar estratégias para o enfrentamento deste problema de saúde pública.

No ano de 2011 a Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre instituiu a Linha de Cuidado da Dor Torácica3 com o objetivo de reduzir a

incidência e a morbimortalidade por IAM, através de uma série de ações educativas, assistenciais, de ampliação de capacidade instalada e de regulação dos componentes da rede de atenção à saúde, para garantir aos usuários da rede SUS uma atenção integral e uma transição do cuidado eficiente na rede.

A organização de um plano municipal envolvendo todos os componentes da rede assistencial, de acordo com os princípios e diretrizes do SUS, foi impulsionada pelos dados de mortalidade por IAM no município e pelas novas diretrizes do Ministério de Saúde Brasileiro em 2011, principalmente através da Portaria GM/MS nº 1.600, de 07 de julho de 2011, que Reformula a Política Nacional de Atenção às Urgências e institui a Rede de Atenção às Urgências no Sistema Único de Saúde (SUS)4, e da

Portaria nº 2.994, de 13 de dezembro de 2011, que Aprova a Linha de Cuidado do Infarto Agudo do Miocárdio e o Protocolo de Síndromes Coronarianas Agudas, cria e altera procedimentos na Tabela de Procedimentos, Medicamentos, Órteses, Próteses e Materiais Especiais do SUS5.

(9)

cardiologia, possuindo cinco hospitais com esta habilitação pelo SUS: Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Instituto Fundação Universitária de Cardiologia, Hospital São Lucas da PUCRS, Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre e Hospital Nossa Senhora da Conceição. Estes serviços atendem a população porto-alegrense que, segundo dados do IBGE, possui 1.409.351 de habitantes6, e são referência para a população

de mais 76 municípios (principalmente da região metropolitana e litoral). O fluxo desenhado pelo município para a LC possui três fases: pré-hospitalar, hospitalar e pós-alta. Na fase pré-pré-hospitalar, executada pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), a instalação de eletrocardiógrafos interpretados por telemedicina têm o potencial de qualificar a regulação dos casos, permitindo às equipes diagnosticar casos suspeitos de IAM mais rápida e objetivamente, e encaminhar para os serviços de referência. O estudo de Amir et al7 (2007) apontou os benefícios

de admitir os pacientes com elevação do seguimento ST diretamente na unidade cardiológica, pois isto reduz o tempo aumentando a chances de um desfecho favorável.

Na fase hospitalar a protocolo preconiza que o paciente com infarto do miocárdio com até 12 horas do início dos sintomas não seja trazido pelo SAMU para a emergência hospitalar, mas diretamente para o laboratório de hemodinâmica do serviço de referência, abreviando o tempo para a intervenção. Após a alta o paciente submetido à angioplastia primária deve utilizar a medicação antiplaquetária, que segundo a portaria ministerial deve ser fornecida pelo componente especial da assistência farmacêutica.

Mas qual é o impacto da implantação de uma linha de cuidado? Este trabalho tem por objetivo avaliar a mortalidade por infarto agudo do

(10)

miocárdio após a implantação de uma linha de cuidado para as síndromes coronarianas agudas, e avaliar o custo hospitalar da implantação desta estratégia. Este estudo foi realizado a partir da perspectiva do SUS e do gestor local de saúde.

(11)

2 METODOLOGIA

A pergunta de pesquisa e a busca bibliográfica foram construídas com base na estratégia PICO. A estratégia PICO pode ser utilizada para construir questões de pesquisa de naturezas diversas, oriundas da clínica, do gerenciamento de recursos humanos e materiais, da busca de instrumentos para avaliação de sintomas entre outras8.

Tabela 1 – Detalhamento da questão de pesquisa com base na estratégia PICO.

P – População Pacientes suspeitos de síndromes coronarianas agudas, atendidos pelo sistema único de saúde. I – Intervenção Linha de cuidado da dor torácica.

C – Comparação Cuidado usual; prática do cuidado anterior à implantação da linha de cuidado.

O – Outcome (desfecho) Mortalidade hospitalar por infarto agudo do miocárdio; custo da internação hospitalar.

Foi feita pesquisa na literatura científica, com o objetivo de identificar resultados já publicados de LC implantadas em outros locais.

2.1 Seleção dos Estudos

A busca por estudos foi realizada na base de dados Medline, acessada via PubMed, utilizando os seguintes termos:

- termos MeSH: ((myocardial infarction/mortality) and (myocardial infarction/therapy) and (emergency medical services) and (intensive care units)).

Também foi realizada busca na Biblioteca Cochrane, via Biblioteca Virtual de Saúde, utilizando os termos: (myocardial infarction and mortality)

(12)

and (myocardial infarction and therapy) and (emergency medical services) and (intensive care units).

Quanto aos critérios de inclusão dos estudos encontrados na estratégia de busca, os que apresentavam o desfecho de redução da mortalidade por IAM em cenários com serviços de saúde organizados em rede, com base em protocolos terapêuticos (linhas de cuidado) seriam incluídos. Estudos que não foram apresentaram a intervenção e o desfecho neste formato foram excluídos na fase de seleção dos estudos.

(13)

3 RESULTADOS

A busca na base Medline resultou em 81 artigos, e na base Cochrane foram 19 estudos (14 revisões sistemáticas completas, 1 revisão sistemática/protocolo, 1 revisão sistemática com qualidade avaliada, e 3 avaliações econômicas).

Foi efetuada a leitura do título dos 81 artigos da base Medline, dos quais 45 foram selecionados para leitura do resumo. Dos 19 estudos da base Cochrane foram selecionados 4 para leitura do resumo. Não houve estudos duplicados nas duas bases. Foram selecionados para leitura do texto completo 6 artigos da base Medline, e uma revisão sistemática com qualidade avaliada na base Cochrane.

Pela característica da tecnologia escolhida (programa de saúde) não foram encontrados estudos com elevado nível de evidência, o que é comum neste caso9. Dos 6 artigos selecionados na base Medline, 2 não foram

encontrados no formato completo, portanto não foi possível efetuar a leitura completas destes estudos. Para os dois textos não encontrados, foi enviado email aos autores solicitando cópia dos artigos, mas ambos não foram respondidos.

Após a leitura completa dos 4 artigos encontrados na base Medline, foi incluído apenas um estudo, cujos resultados são apresentados a seguir. O estudo da base Cochrane não foi incluído.

(14)

3.1 Fluxograma da seleção de estudos

A Tabela 2 apresenta os resultados do estudo incluído, de Marcolino

et al.

Tabela 2 – Resultados da busca por estudos

Estudo Tipo de

estudo/população Desfechos Resultados (IC 95%)

Marcolino, et al. - Estudo observacional

- Adultos

- Pacientes com suspeita de síndrome coronariana aguda - Intervenção: linha de cuidado do IAM - Comparação: cuidado usual - mortalidade hospitalar por IAM

- custo médio das internações - Tempo de permanência (dias) - RR: 0,57 (0,45 – 0,73) - Grupos comparação: média R$2.480(DP R$4.054). Grupo intervenção: média R$3.501(DP R$3.202) - Grupos comparação: média 12,9(DP 11,9). Grupo intervenção: média 12,5(DP 10,9) Limitações do estudo:O estudo utilizou base de dados secundária (DATASUS/SIHD), sujeita è erros de notificação e/ou troca de procedimento na AIH. Considera apenas a mortalidade hospitalar por IAM.

DP: desvio padrão

Publicações identificadas através da pesquisa na base de dados Medline

(n=81)

Publicações identificadas através da pesquisa na base de dados Cochrane

(n=19)

Publicações selecionadas (n=100). Não houve duplicatas Publicações selecionadas após leitura do título(n=49) Publicações excluídas (n=51)

Artigos selecionados, após a leitura do resumo, para a leitura do texto

completo para avaliar a elegibilidade (n=7) (n = )

Estudos incluídos (n=1)

Artigos, com leitura do texto completo, excluídos (n=4) Artigos excluídos

por não localizar o texto completo.

(15)

Por não se tratar de análise econômica o estudo não considerou a possível redução nos custos indiretos, relacionada à redução da mortalidade. E quanto aos custos diretos considerou apenas o custo da internação, que tem como referência os valores pagos pelo SUS, não apontando o custo da intervenção pré-hospitalar e dos treinamentos realizados nas unidades de pronto atendimento (UPAs).

Para classificar o nível de evidência foi utilizada a ferramenta GRADE, cujo resultado é apresentado na tabela 3.

Adicionalmente, visando avaliar a LC, foram pesquisados no SIH os dados de óbito nos Hospitais de Porto Alegre por IAM, o quantitativo de AIHs emitidas e o custo médio das AIHs.

Os dados apontam que os resultados da linha de cuidado no município de Porto Alegre foram diferentes comparados aos resultados de Belo Horizonte, em relação à taxa de mortalidade hospitalar e ao tempo de permanência. A tabela 4 apresenta uma comparação dos resultados nos dois municípios.

(16)

Tabela 3 – Perfil GRADE – Linha de cuidado IAM

Author(s): Fernanda dos Santos Fernandes Date: 2014

Question: Linha de cuidado compared to cuidado usual for síndromes coronarianas agudas Setting: Belo Horizonte, Brasil

Bibliography: Marcolino, Milena Soriano, et al. Implantação da linha de cuidado do infarto agudo do miocárdio no município de belo horizonte. Arq Bras Cardiol 100.4 (2013): 307-14.

Quality assessment № of patients Effect

Quality Importance № of studies Study design Risk of bias Inconsistency Indirectness Imprecision Other considerations Linha de cuidado cuidado usual Relative

(95% CI)

Absolute (95% CI)

Mortalidade hospitalar por IAM

1 observational studies serious 1 not serious not serious not serious dose response gradient 96/1358 (7.1%) 153/1242 (12.3%) RR 0.57

(0.45 to 0.73) 53 fewer per 1000 (from 33 fewer to 68 fewer)

⨁⨁◯◯

LOW IMPORTANT

MD – mean difference, RR – relative risk

1. Fonte de dados sujeita a erros de notificação e sub-notificação (DATASUS/SIHD)

Tabela 4 – Resultados da linha de cuidado em Porto Alegre

Indicador POA 2009 BH POA 2010 BH POA 2011 BH 2012 POA

Número de internações 748 1242 749 1113 652 1358 628

Permanência (média em dias) 9,82 12,9 9,98 12,3 9,26 12,5 9,64

Custo médio da internação (R$) 1781 2480 1832 2569 1821 3501 2169

Mortalidade Hospitalar por IAM (n/%) 123/16,4 153/12,3 110/14,7 107/9,6 106/16,1 96/7,1 106/16,9

(17)

4 CONCLUSÕES

O fato de apenas um artigo, um estudo observacional, ter sido elegível para inclusão, poderia conferir baixa qualidade de evidência a esta análise. Entretanto para avaliação de programas de saúde a existência de estudos de alta qualidade de evidência (ensaios clínicos) são muito raros, pela própria característica da tecnologia (programas de saúde), encontrando-se apenas estudos observacionais que versem sobre o tema. A organização da assistência em linhas de cuidados é uma política recente, o que explica a escassez de estudos sobre resultados em saúde a partir deste formato organizativo da assistência.

O estudo de Marcolino et al demonstrou que o planejamento e investimento da gestão na organização da rede de atenção pode ser relacionado com a redução estatisticamente significativa no desfecho de mortalidade do paciente com IAM.

Comparando os dois municípios, a diferença mais evidente é manutenção da taxa de mortalidade em Porto Alegre após a implantação da LC (tabela 4), enquanto que Belo Horizonte reduziu 5% das mortes intra-hospitalares por IAM. O custo médio da internação em Belo Horizonte é maior do que em Porto Alegre, o que se explica pelo tempo médio de internação também maior, em média 3 dias. Enquanto na capital mineira o número de internações permaneceu estável, em Porto Alegre o número de internações por IAM reduziu ano a ano. Como os dados da capital gaúcha não foram analisados estatisticamente, não é possível afirmar se a redução do número de internações é significativa.

(18)

Em ambos os municípios o custo médio da internação aumentou após a implantação da linha de cuidado, mas este dado é limitado para nos dizer, de fato, o custo da estratégia. Para isso, outros dados deveriam ser considerados como o custo direto (não hospitalar), custo com treinamentos, custo de investimento em estrutura, etc.

Os dados de Porto Alegre foram coletados na mesma fonte utilizada por Marcolino e colaboradores, o SIH/DATASUS, selecionando-se apenas um código de procedimento, como o objetivo de efetuar uma comparação entre os dois municípios. Neste aspecto, podemos considerar a possibilidade de viés de seleção dos dados, visto que existem outros procedimentos como a SCA que terminaram com a realização de angioplastia coronariana: nesse caso, ocorre mudança de procedimento, e o paciente passa a figurar no sistema apenas dentre os casos de angioplastia e não mais de infarto do miocárdio.

Considerando o período anterior a implantação da LC nos dois municípios se observa uma mortalidade mais elevada em POA (16,4 em POA versus 12,3 em BH no ano de 2009). Talvez a diferença no tempo de permanência da internação entre os municípios (9,82 em POA versus 12,9 em BH em 2009) possa estar relacionada às diferenças nas taxas de mortalidade. Entretanto, esta hipótese deve ser considerada com cuidado, visto que fatores relacionados às intervenções pré-hospitalares e o tempo para que o acesso ao serviço especializado se efetive influenciam o desfecho mortalidade.

A redução da mortalidade em BH e a manutenção em POA, após a implantação da LC (16,9 em POA em 2012 versus 7,1 em BH em 2011) podem sinalizar que, ao contrário de BH, os objetivos da LC não foram

(19)

alcançados em POA no que tange a redução da mortalidade hospitalar, contudo a redução progressiva no número de internação por IAM no município (748 em 2009 versus 628 em 2012) pode ser um indício de melhoria na prevenção de eventos. Em BH não foi observada redução no número de internações por IAM (1242 em 2009 versus 1358 em 2011).

As linhas de cuidado são uma estratégia centrada no usuário do sistema de saúde, de acordo com suas necessidades de saúde em cada fase do ciclo vital. A linha de cuidado é uma forma de articulação de recursos e das práticas de produção de saúde, orientadas por diretrizes clínicas, entre as unidades de atenção de uma dada região de saúde, para a condução oportuna, ágil e singular, dos usuários pelas possibilidades de diagnóstico e terapia, em resposta às necessidades epidemiológicas de maior relevância. À luz destes conceitos, e considerando a projeção de maior incidência destes eventos nos próximos anos, o Ministério da Saúde incluiu a redução da mortalidade por IAM como uma das 56 metas do SISPACTO11. Aos

municípios compete reorganizar suas estratégias de acordo com esta diretriz, a fim de reduzir as altas taxas de mortalidade.

Considerando a amplitude do conceito e os resultados apresentados são necessários mais estudos, bem desenhados, para ratificar a eficácia desta estratégia. E em locais onde a estratégia parece não ter sido eficaz, como em Porto Alegre, também são necessárias estudos e revisões dos fluxos e pactuações de ‘montagem’ da linha de cuidado, buscando avaliar e eventualmente melhorar sua eficácia.

A recomendação final, com base nestes achados, é uma recomendação fraca a favor da estratégia.

(20)

REFERÊNCIAS

1. Ministério da Saúde. DATASUS. Sistema de informações de mortalidade. Óbitos por residência por ano do óbito segundo capítulo

CID-10. [acesso em 2014 out 11]. Disponível em:

http://www.datasus.gov.br

2. Teich V, Araujo, DV. Estimativa de custo da síndrome coronariana aguda no Brasil. Rev Bras Cardiol, v. 24, n. 2, p. 85-94, 2011.

3. Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Secretaria Municipal da Saúde. Plano Municipal de Saúde 2014-2017. [acesso em 2014 out 12]. Disponível em:

http://lproweb.procempa.com.br/pmpa/prefpoa/sms/usu_doc/pms_2 014_2017.pdf

4. Brasil. Ministério da Saúde. Portaria MS/GM 1.600 de 07 de julho de 2011. Disponível em: http://portal2.saude.gov.br/saudelegis

5. Brasil. Ministério da Saúde. Portaria MS/GM 2.994 de 16 de dezembro de 2011. Disponível em: http://portal2.saude.gov.br/saudelegis 6. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Censo

demográfico 2010. [acesso em 2014 out 11]. Disponível em: http://www.ibge.gov.br

7. Amir G, et al. Benefit of direct ambulance to coronary care unit

admission of acute myocardial infarction patients undergoing primary percutaneous intervention. Int J Cardiol. 2007 Jul 31;119(3):355-8. Epub 2006 Nov 3.

8. Pregunta, LA et al. A estratégia PICO para a construção da pergunta de pesquisa e busca de evidências. Rev Latino-am Enfermagem, v. 15, n. 3, 2007.

(21)

9. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Ciência e Tecnologia. Diretrizes metodológicas: elaboração de pareceres técnico-científicos 3. ed., revisada e atualizada. 80 p. Brasília, 2011.

10.Marcolino, MS et al. Implantação da linha de cuidado do infarto agudo do miocárdio no município de belo horizonte. Arq Bras Cardiol, v. 100, n. 4, p. 307-14, 2013.

11.Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Departamento de Articulação Interfederativa. Caderno de Diretrizes, Objetivos, Metas e Indicadores: 2013-2015. 2. ed. 154 p. v. 1. Brasília, 2014.

Referências

Documentos relacionados

O Boletim Brasileiro de Avaliação de Tecnologias em Saúde (BRATS) é resultado de um esforço conjunto da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), da Agência Nacional

Ressalta-se que o impacto para o SUS seria inferior ao calcu- lado acima, uma vez que, para se obter uma estimativa mais precisa quanto ao número de pacientes que poderiam utilizar a

Diante das limitações quanto às evidências de eficácia e segurança da angiotomografia, recomenda-se a realização de estudos envolvendo pacientes com probabilidade interme-

O crescimento mais expressivo da realização de cirurgia bariátrica no setor privado pode ter como causas: limitação de acesso ao procedimento no SUS; existência de diferentes

• Endoscopia precoce versus iniciar tratamento farmacológico empírico nesta revisão sistemática a estratégia de iniciar a investigação da dispepsia com a

Hoje o gasto com a saúde equivale a aproximada- mente 8% do Produto Interno Bruto (PIB), sendo que, dessa porcentagem, o setor privado gasta mais que o setor público (Portal

colonoscopia. Se este exame for normal a próxima colonoscopia será em 3 anos.. Nova colonoscopia esta indicada para avaliar a remoção completa destes pólipos. Neste

Por último, temos o vídeo que está sendo exibido dentro do celular, que é segurado e comentado por alguém, e compartilhado e comentado no perfil de BolsoWoman no Twitter. No